domingo, 2 de junho de 2019

Aula 10 – O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS – Subsídio


2º Trimestre/2019
Texto Base: Levítico 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1 João 2.1,2
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm.3:25).

Levítico 1.1-3
1-E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo:
2-Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas.
3-Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR.
Levítico 2:1-3
1-E, quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o incenso sobre ela
2-E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR.
3-E o que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR.
Levítico 3:1,2
1-E, se a sua oferta for sacrifício pacífico, se a oferecer de gado macho ou fêmea, a oferecerá sem mancha diante do SENHOR.
2-E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta e a degolará diante da porta da tenda da congregação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar, em roda.
Levítico 7:1,2
1-E esta é a lei da expiação da culpa; coisa santíssima é.
2-No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor.
1João 2:1,2
1-Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2-E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, voltamos ao Pátio do Tabernáculo e apreciaremos a beleza do culto levítico, que se dava pelos sacrifícios designados por Deus.  Para o culto divino ser aceito por Deus o pecado tinha que ser coberto por meio de sacrifícios. Não havia culto nem adoração sem sacrifícios. Não havia culto sem altar.
Os sacrifícios apontavam para aquilo que Cristo iria realizar, de forma vicária, na Cruz do calvário. Não há culto sem o significado da cruz. Não há culto sem Jesus Cristo, que foi imolado, mas que agora vive e reina para todo o sempre, e tem as chaves da morte e do inferno (Ap.1:18).

I. A OFERTA VOLUNTÁRIA: O HOLOCAUSTO (Lv.1:1-3)

Deus instituiu o sacrifício de animais como uma ordenança, pela qual o pecador pudesse aproximar-se dEle, com arrependimento e fé, e desse modo experimentar o perdão, a salvação e a reconciliação com Deus. Era uma lição objetiva indicando o princípio do sacrifício e da expiação vicários. Ali no altar a vida do animal inocente era oferecida em lugar do adorador pecaminoso e culpado (Lv.1:4).

1. O conceito de Holocausto

O termo Holocausto significa “aquilo que sobe” para Deus. O sacrifício era totalmente queimado, o que significa que a total consagração do crente a Deus é essencial à adoração verdadeira.
Ao mesmo tempo, esse sacrifício abrangia o perdão do pecado, o que realçava o fato de que antes dos adoradores poderem dedicar-se a Deus, tinham que estar purificados do pecado (cf. Mt.5:23,24). Segundo o escritor aos Hebreus, Jesus é o cumprimento cabal do holocausto (Hb.10:5-10).
“holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então, disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Como acima diz: Sacrifício, e oferta, e holocaustos, e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).
Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb.6-10).

2. O que era a Oferta de Holocausto?

A Oferta de Holocausto era, basicamente, um animal não feroz, sem nenhum defeito.
Havia três classes de ofertas que eram oferecidas no altar do holocausto, dependendo do poder econômico do ofertante: novilho (Lv.1:3,5) macho sem defeito; carneiro ou cabrito (Lv.1:10), também macho sem defeito e; aves (Lv.1:14), podendo ser rolas ou pombinhos. Cada vítima era queimada no Altar de bronze. O sacrifício provia a expiação “cobrindo” o pecado.
Após o animal ser imolado, e tirado a sua pele (esfolado), e cortado em pedaços (Lv.1:6,12), e lavado as suas entranhas e as pernas com água (Lv.1:9,13), o sacerdote aspergia o sangue do animal sacrificado em redor sobre o altar (Lv.1:5,11), e colocava lenha e ateava fogo sobre o altar (Lv.1:7), e depois depositava em ordem os pedaços do animal sobre o fogo (Lv.1:8,12).
O animal deveria ser completamente consumido no altar, exceto o couro (Lv.1:13; 7:8). Tudo que fosse queimado sobre o altar pertencia a Deus; o couro, porém, era dos sacerdotes (Lv.7:8). O ofertante não recebia nenhuma porção desse tipo de sacrifício.
No caso das aves, o sacerdote deveria destroncar a cabeça, fazer o sangue correr na parede do altar, colocar o papo com suas pernas para o lado oriental do altar, rasgar o corpo da ave (sem cortá-la em pedaços) e depois queimá-la sobre o altar.
Por meio do holocausto, o indivíduo expressava completa submissão e dedicação ao Senhor. O israelita que oferecia o animal curvava-se sobre este, pondo as mãos sobre sua cabeça (Lv.1:4), para significar assim que ele se identificava com o referido animal que estava tomando o seu lugar. Esse ato exprimia a ideia de substituição (cf. Lv.16:21,22; 22:14).
Quando o animal morria, era como se a pessoa que o trouxera também morresse; no entanto, permanecia viva para servir a Deus. De modo semelhante, o cristão confia-se a Cristo e une-se a Ele na sua morte (Rm.6:3-11; cf. 2Co.5:21; Cl.3:3; Hb.9:14). Ele é conclamado, portanto, a viver como se ressurreto dentre os mortos e a apresentar-se como sacrifício vivo a Deus (Rm.12:1; Hb.13:15).
“Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb.13:15).
Peter Pell, em seu livro “O Tabernáculo”, argumenta que os animais sacrificados no altar do holocausto representavam os atributos de nosso Senhor Jesus Cristo: o boi simbolizava sua resignação como trabalhador incansável, sempre fazendo a vontade do Pai por meio de uma vida de serviço perfeito e uma morte sacrificial perfeita; o carneiro refletia sua humildade em entrega e submissão total e voluntária à vontade de Deus; o cabrito o representava como nosso substituto; o pombinho indicava sua origem celestial.

3. Uma Oferta voluntária

A oferta tinha um caráter voluntário (Lv.1:3).
“Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR”.
Para que a oferta fosse aceita por Deus, devia haver, da parte do ofertante, arrependimento genuíno (Lv.23:27-29; Is.1:11-17).
O sacrifício expressava o arrependimento da pessoa e se constituía tanto em confissão do pecado quanto em reconhecimento da necessidade de purificação e de redenção (Lv.16:30-34).
Quando um sacrifício era oferecido com fé e obediência, Deus se aprazia no ato do adorador e, deste modo, outorgava ao penitente a graça e o perdão almejados (Lv.4:3,20; 5:15,16).

4. O sacrifício de Cristo foi um “Holocausto” agradável ao Pai

A ordenança do sacrifício de animais na Antiga Aliança era um prenuncio do “único sacrifício pelos pecados”, efetuado quando Jesus Cristo ofereceu o seu corpo uma única vez e para sempre (Hb.10:12).
No holocausto, somos conduzidos a um ponto para além do qual é impossível ir, e esse ponto é a obra da cruz, realizada sob as vistas de Deus como expressão do afeto inquebrantável do coração de Cristo.
Os holocaustos representavam o sacrifício imaculado de Cristo a Deus. Sobre o altar do Calvário, o Cordeiro de Deus foi totalmente consumido pelo fogo da justiça do Senhor. Os textos bíblicos a seguir expressam essa verdade.
“Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef.5:2).
“porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb.9:13,14).
Na cruz do Calvário, fomos reconciliados com o Pai mediante o sacrifício de seu amado Filho, Jesus (2Co.5:19).
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”.

II. A OFERTA DE MANJARES (Lv.2:1-3)

“E, quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o incenso sobre ela.
“E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR.
“E o que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR”.

1. O significado da Oferta de Manjares

Significava consagração a Deus dos frutos do labor humano. O ofertante reconhecia que Deus o havia provido com seu pão quotidiano. Oferecia-se o melhor que o ofertante possuía, e isto ensina que nossas dádivas a Deus devem ser de alta qualidade.
Provavelmente a oferta de manjares não era apresentada sozinha, mas acompanhada dos sacrifícios pacíficos ou de holocaustos (Nm.15:1-6).
Uma porção pequena era queimada sobre o altar e o restante pertencia aos sacerdotes, salvo quando o sacerdote era o ofertante (em tal caso esse restante era queimado).
Aprendemos a seguinte lição: devemos apresentar o fruto do nosso trabalho diante de Deus; não podemos nos apresentar perante Ele de mãos vazias (Mt.25:14-30).

2. Como era a oferta de Manjares?

A oferta de Manjares consistia em flor (refinada e branca) de farinha ou cereais. O ofertante preparava a oferta em casa e trazia aos sacerdotes (Lv.2:2,8). Desta feita, o sacerdote apresentava a oferta diante do altar (Lv.6:14) e tirava um punhado para queimar como porção memorial sobre o altar (Lv.2:2,9).
“E o sacerdote tomará daquela oferta de manjares o seu memorial e a queimará sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR” (Lv.2:9).
Essa oferta era uma forma de o indivíduo reconhecer a generosidade de Deus em prover as coisas boas da vida representadas pela farinha, pelo incenso, pelo azeite e pelo vinho (no caso das libações).
a) Oferta de flor de farinha com azeite e incenso (Lv.2:1). Essa oferta não era cozida; queimava-se um punhado dela sobre o altar (Lv.2:2).
“E, quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o incenso sobre ela.
“E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR”
Da farinha com azeite se formava pães ou bolos. Havia três tipos de pães ou bolos: cozido no forno (Lv.2:4); cozido na assadeira (Lv.2:5); cozido na frigideira (Lv.2:7). Neste terceiro caso, alguns acreditam que se tratava de uma oferta cozida em água fervente, como se fosse um pudim.
b) Oferta de cereais em espigas (representando as primícias da colheita) tostadas ao fogo (Lv.2:14-16). Compunha-se de grãos novos e macios colhidos na primeira colheita.
“E, se ofereceres ao SENHOR oferta de manjares das primícias, oferecerás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, do grão trilhado de espigas verdes cheias.
“E sobre ela deitarás azeite e porás sobre ela incenso; oferta é de manjares.
“Assim, o sacerdote queimará o seu memorial do seu grão trilhado e do seu azeite, com todo o seu incenso; oferta queimada é ao SENHOR”.
Todas as ofertas de manjares não podiam conter fermento ou mel (Lv.2:11), implicando ausência de fermentação e doçura natural.
Mas era preciso adicionar sal à oferta, sinal da aliança entre Deus e Israel. Esse sal era chamado “sal da aliança” (Lv.2:13), mostrando que a aliança era inviolável. Conheça outras “alianças de sal” em Números 18:19, 2Crônicas 13:5 e Ezequiel 43:24.
A “porção memorial” queimada sobre o altar juntamente com todo o incenso pertencia ao Senhor. Todo o restante da oferta serviria de alimento aos sacerdotes (Lv.2:3,10).
O sacerdote oficiante podia ficar com todas as ofertas cozidas no forno, assadas ou cozias na frigideira (Lv.7:9). Tudo que fosse misturado com azeite e tudo que estivesse seco pertenceria aos demais sacerdotes (Lv.7:10). O ofertante não recebia nenhuma porção de sua oferta.
“Como também toda oferta que se cozer no forno, com tudo que se preparar na sertã e na caçoula, será do sacerdote que a oferece.
“Também toda oferta amassada com azeite ou seca será de todos os filhos de Arão, assim de um como de outro”.
O simbolismo dessas ofertas de manjares está relacionado à perfeição moral de nosso Salvador (flor de farinha), cuja vida sem pecado (ausência de fermento) e cheia do Espírito Santo (azeite) era como aroma agradável a Deus (incenso).
Entendendo mais claramente o simbolismo dos ingredientes nas Oferta de Manjares:
Ø  O Azeite. Deitava-se azeite sobre a Oferta ou era ele incluído nos pães e bolos. O azeite é símbolo do Espírito Santo. O crente necessita da unção do Espírito em seus labores diários para que o ilumine e santifique.
Ø  O Incenso. Oferecia-se incenso com a Oferta de Manjares. O incenso representava a oração, intercessão e louvor (Salmo 141:2; Ap.8:3,4).
“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl.3:16,17).
Ø  O Fermento. As ofertas eram sem fermento e sem mel. A levedura e o mel causam fermentação e, de modo geral, são considerados símbolos bíblicos de corrupção. O apóstolo Paulo fala acerca de "fermento da maldade e da malícia" e assinala que o contrário de "fermento" é sinceridade e verdade (1Co.5:6-8).
Porém, o fermento nem sempre era símbolo de maldade, pois havia ofertas com fermento (cf. Lv.7:13), embora estas nunca fossem postas sobre o altar (Êx.23:16-18; 34:25; Lv.23:17,18).
Ø  O Sal. Adicionava-se sal à oferta (Lv.2:13). O sal representava incorrupção e pureza. Também era símbolo de amizade, de lealdade, de aliança perpétua (Nm.18:19). Todos os sacrifícios deviam ser prepara­dos com sal (Mc.9:49,50).

III. A OFERTA PACÍFICA, O SACRIFÍCIO PELO PECADO E O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv.3:1,2; 7:1,2)

A título de informação, apresentamos no quadro a seguir, os cinco tipos de sacrifícios levíticos, apresentados individualmente pelos israelitas.
SACRIFÍCIO
ELEMENTOS
PROPÓSITO
TIPOLOGIA
Holocausto (ofertas queimadas – Lv.1; 6:8-13; 8:18-21; 16:24).
Bode, carneiro, boi, pombinho (para os pobres); totalmente queimado, sem defeito.
Ato voluntário de adoração; expiação pelos pecados involuntários em geral; expressão de devoção; compromisso e completa entrega a Deus.
Cristo, nosso sacrifício perfeito, que se entrega voluntariamente (Mt.27:35,36; Ef.5:2; Hb.7:26; 9:14; 1João 2:6).
Oblação (ofertas de cereais – Lv.2; 6:14-23).
Grão, flor de farinha, azeite de oliveira, incenso, bolo assado, sal; sem fermento nem mel; acompanhava a oferta queimada (holocausto) e a oferta de comunhão.
Ato voluntário de adoração; reconhecimento da bondade e das provisões de Deus; devoção a Deus.
Destaca-se aqui a perfeita humanidade de Cristo, ressalta-se a entrega de sua vida (1João 2:6).
Ofertas pacificas (oferta de Comunhão – Lv.3; 7:11-34).
Qualquer animal sem defeito tomado do rebanho de gado ou ovelhas; variedade de bolos.
Ato voluntário de adoração; ação de graças e comunhão (incluía uma comida de toda a comunidade).
Cristo, mediante a cruz, restaurou a comunhão do crente com Deus. Ele é nossa paz; fez cessar as guerras.
Oferta pelo pecado (Lv.4:1 – 5:13; 6:24-30; 12:6-8; 14:12-14).

1. Para o sumo sacerdote e a congregação: um bezerro.
2. Para os líderes um bode.
3. Para qualquer pessoa do povo: uma cabra ou um cordeiro.
4. Para os pobres: duas rolas ou dois pombinhos.
5. Para os muitos pobres: a décima parte de um efa de flor de farinha.
Para expiação de pecado específico e involuntário; confissão de pecado; perdão de pecado; limpeza da imundícia.
Cristo padeceu “fora da porta” (Hb.13:10-13).
Ofertas pela culpa (Sacrifício de restituição – Lv.5:14 – 6:7; 7:16); 14.12-18.
Cordeiro ou ovelha sem defeito.
Para expiação de pecados involuntários que requeriam restituição; Era também requerida quando houvesse cura da lepra, pois Deus era privado de um adorador enquanto a pessoa estivesse doente; fazer restituição; acrescentar 20%.
Cristo, mediante seu sacrifício, pagou a culpa dos pecados atuais dos crentes (Rm.3:24-26; Gl.3:13; Hb.9:22).
Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal

1. O que era a Oferta Pacífica?

Era uma oferta de comunhão. Era oferecida quando o adorador se conscientizava das ternas misericórdias de Deus e de sua fidelidade ao concerto, sentindo-se obrigado a ofertar.
Seu traço característico residia no fato de a maior parte do corpo do animal sacrificado ser comida pelo ofertante e seus convidados em um banquete de camaradagem entre Deus e o homem.
O adorador oferecia um bode ou cordeiro macho ou fêmea. Era a única oferta da qual o ofertante podia comer. Enquanto compartilhava a refeição com o sacerdote e às vezes com outros adoradores, era como se Deus fosse o anfitrião da mesma, comungando com todos os presentes.
A Oferta Pacifica poderia ser de gado (Lv.3:1), ovelha (Lv.3:6) ou cabra (Lv.3:12). Não havia prescrição sobre sexo e idade do animal. Porém, o animal não podia ter defeito (Lv.3:6).
O ofertante deveria impor as mãos sobre a cabeça da sua oferta (Lv.3:2,8,13), matar o animal e apresentar ao sacerdote os pedaços e a gordura a serem oferecidos. Em seguida, o sacerdote oficiante os queimava no altar. A porção apresentada era o manjar da oferta queimada ao Senhor (Lv.3:11), de cheiro suave (Lv.3:16).
A Oferta Pacifica era feita por meio de sacrifícios de animais (cf. Lv.3), porém, Levítico 7:11-18 esclarece que essa oferta vinha acompanhada de certos tipos de bolos (ou pães), conforme Levítico 7:12,13. O ofertante deveria trazer um bolo por oferta a ser entregue ao sacerdote oficiante (Lv.7:14).
A carne do sacrifício de ação de graças tinha de ser consumida no mesmo dia (Lv.7:15), ao passo que a carne da oferta por voto e da oferta voluntária poderiam ser consumidas naquele dia e no dia seguinte (Lv.7:16). O que sobrasse após o segundo dia deveria ser queimado (Lv.7:17).
Comer as sobras no terceiro dia era coisa abominável, e o indivíduo que fizesse isso seria excomungado da comunidade, ou seus privilégios como participantes do povo de Deus seriam revogados. Isso nos mostra que a comunhão com Deus deve ser sempre renovada e não pode ficar muito longe da obra do altar.
Para nós, povo de Deus da Nova Aliança, isto nos leva à conscientização de que a Ceia do Senhor deve sempre ser repetida em espaço curto de tempo, porque o povo não pode ficar muito tempo longe da cruz.
A Ceia do Senhor é o símbolo da nossa união com Cristo; ela expressa a nossa “comunhão” (gr. koinonia) com Cristo e de nossa participação nos benefícios oriundos da sua morte sacrifical, e ao mesmo tempo expressa a nossa “comunhão” com os demais membros do Corpo de Cristo (1Co.10:16,17).

2. A simbologia da Oferta Pacífica

A oferta pacífica é a única oferta na qual o adorador tem permissão de participar. Ela representava a comunhão entre Deus e o homem, tornada possível por meio do Senhor Jesus. Ela apontava para Aquele que “é a nossa paz” (Ef.2:14), e que “fez a paz pelo sangue da sua cruz” (Cl.1:20).
O sacrifício de Cristo desfez a inimizade entre Deus e o homem e possibilitou a comunhão com Deus (Ef.2:14-16). Prenunciava ainda a nossa comunhão plena, quando todos nos assentarmos com Deus no seu reino eterno (Sl.22:26; Lc.14:15; Ap.19:6-9).
O Sacrifício Pacífico em um aspecto é muito semelhante à Ceia do Senhor.

3. Tipos de ofertas pacíficas

Os sacrifícios pacíficos (ofertas de paz) tinham três variedades: ofertas de ação de graças (louvores - Lv.7:12), ofertas votivas (Lv.7:16) e ofertas voluntárias (Lv.7:29).
a) Ação de graças (Lv.7:12) – “Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos asmos amassados com azeite e coscorões asmos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha”.
Este tipo de oferta era oferecido por benefícios recebidos de Deus. Ao aproximar-se do Senhor, com tal oferta, o crente da Antiga Aliança manifestava-lhe, em palavras e gestos, que o seu único almejo era agradecê-lo por todos os benefícios recebidos (Sl.103:1,2). O Salmo 107:22 diz de tal sacrifício feito depois da libertação de situações de perigo.
Mediante a gratidão, a comunhão com Deus era fortalecida e renovada.
Hoje, conhecemos comumente a expressão "culto de ação de graças"; este ato tem como raiz bíblica a apresentação das ofertas pacificas. A ideia é expressar gratidão, alegria, por muitos benefícios feitos pelo Senhor. É a oportunidade de viver devocionalmente o aprofundamento de nossa fé em Cristo.
É o desejo de Deus que sejamos gratos pelo que Ele é e por tudo que tem feito por nós, oferecendo nossas vidas como sacrifício vivo, santo e agradável (Rm.12:1).
b) Voto (Lv.7:16) – “E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício, se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte”.
A oferta por voto era oferecida em cumprimento a uma promessa feita a Deus em troca de algum favor especial solicitado em oração.
Nos momentos de angústia, ou proteção durante uma viagem perigosa, os filhos de Israel faziam votos ao Senhor, prometendo-lhe ofertas pacíficas (Gn.28:20; 1Sm.1:11; 2Sm.15:7,8).
  • Aconteceu com Jacó, quando fez um voto ao Senhor na ocasião que fugia de seu irmão Esaú (Gn.28:20,21).
  • Aconteceu com Ana, quando em meio a angustia por não gerar filhos, fez um voto ao Senhor (1Sm.1:11).
  • Aconteceu com Davi, rei de Israel. Pelo que observamos nos Salmos, Davi foi o homem que, em todo o Israel, mais sacrifícios pacíficos apresentou ao Senhor (Sl.22:25; 56:12; 61:5,8). Ele era apaixonado pelo Senhor. Aliás, os seus cânticos já são, em si mesmos, um sacrifício de louvor e paz ao Deus de Israel.
Todas estas pessoas que se colocaram em compromisso com Deus tiveram seus anseios atendidos e, assim, tiveram uma experiência de fé que aprofundou a comunhão deles com o Senhor Jeová.
Não há nada mais sublime e vivificador que as nossas experiências diretas com Deus. Quando fazemos votos e Deus nos responde, isto nos marca profundamente. Seja por meio de um milagre, como a cura de enfermidades, livramentos físicos; ou por meio de pequenas intervenções em fatos corriqueiros; enfim, viver tais experiências fortalece a nossa fé, faz com que tenhamos mais gratidão e demonstra o quanto nosso Deus é tão pessoal para nós.
Como já disse acima, nesse tipo de oferta, o sacrifício poderia ser comido tanto no mesmo dia quanto no dia seguinte (Lv.7:15,16); porém, no terceiro dia, nada podia ser ingerido. O que sobrasse após o segundo dia deveria ser queimado (Lv.7:17).
c) Oferta voluntária (Lv.7:16) - “E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária...”.
Tendo em vista que era uma oferta voluntária, aceitava-se (excluindo aves) qualquer animal limpo de ambos os sexos. Espargia-se o sangue sobre o altar e se queimava a gordura e os rins. Assim Deus recebia o que se considerava a melhor parte e a mais saborosa.
O peito do animal era levantado e movido pelo sacerdote diante do Senhor em sinal de que lhe era dedicado. Depois os sacerdotes tomavam o peito e a espádua direita (coxa direita –ARA) como sua porção. O restante do animal sacrificado era comido em um banquete dentro do recinto do tabernáculo no mesmo dia.
Aquele que oferecia o sacrifício convidava outros para o banquete - especialmente o levita, o pobre, o órfão e a viúva -, convertendo-o, assim, em uma verdadeira refeição de amor e comunhão (Dt.12:6,7,17,18). Esse procedimento lembra-nos da Ceia do Senhor.
Observe:
Arão e seus filhos alimentavam-se do "peito" e da "espádua direita - "... o peito será de Aarão e de seus filhos" (Lv.7:31).  “O peito" e a “espádua" são emblemáticos do amor e poder - força e afeição. Todos os membros da família sacerdotal, em comunhão com o seu líder, tinham a sua própria porção da Oferta Pacífica.
Na Nova Aliança, todos os verdadeiros crentes, sacerdotes para Deus, podem alimentar-se das afeições e da força da verdadeira Oferta Pacífica; podem fruir a feliz certeza de terem o coração amantíssimo de Jesus e o Seu ombro poderoso para os confortar e suster continuamente.
É privilégio de todos os verdadeiros crentes alimentarem-se das afeições de Cristo - do amor imutável desse coração que bate com amor imortal e imutável por eles.

4. A Oferta pelo pecado

Era a primeira oferta a ser apresentada. Era uma oferta obrigatória para todos, inclusive para o sumo sacerdote Arão e seus filhos.
Ela era necessária para expiação de pecado específico e involuntário, confissão de pecado, perdão de pecado, limpeza da imundícia.
O fato de Arão apresentar a oferta pelo pecado e o holocausto a favor de si mesmo e de seus filhos mostram que ninguém, nem mesmo o sumo sacerdote Arão, estava preparado para servir a Deus ou adorar a Deus sem que primeiro fosse feita expiação por ele.
Os elementos exigidos: para o sumo sacerdote e a congregação, um bezerro; para os líderes, um bode; para qualquer pessoa do povo, uma cabra ou um cordeiro; para os pobres, duas rolas ou dois pombinhos; para os muitos pobres, a décima parte de um efa (equivalente a 22 litros) de flor de farinha.
O animal teria de ser imolado fora do acampamento israelita. Isto apontava para o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que foi morto fora de Jerusalém, fazendo-se pecado por nós (1Pd. 2:24). O escritor aos Hebreus, também, afirma isto: “também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta (Hb.13:12).
Dennis F.Kinlaw, citando Keil, afirma:
“A oferta pelo pecado sempre era a primeira, porque servia para remover a alienação do homem com o Deus santo e para tirar os obstáculos à sua aproximação a Deus. Esta alienação era proveniente do pecado e retirada por meio da expiação do pecador. Depois, vinha o holocausto, como expressão da rendição completa da pessoa expiada ao Senhor; e por último, a oferta de paz, por um lado, como expressão vocal de agradecimento pelo misericórdia recebida e oração para que ela continuasse e, por outro lado, como selo de comunhão do servo com o Senhor na refeição sacrificial”.

5. O grande dia da Expiação

Era o dia mais sagrado para o povo judeu. Neste dia, todos deviam observar um jejum e não fazer qualquer trabalho. Ainda hoje, os judeus reverenciam esse dia como o mais sagrado; é conhecido como Yom Kippur, o “Dia do Perdão”.
O dia da Expiação foi uma ordenança divina:
"Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor"(Lv 23:27).
“E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós” (Lv.16:29).
O sumo sacerdote, depois de fazer sacrifício por si mesmo e por sua família, sacrificando um novilho (Lv.16:6), imolava um animal (um bode) pelo povo e levava o sangue do animal até o Lugar Santíssimo (Lv.16:15; Hb.9:7), onde estava a arca, cuja tampa era, precisamente, o propiciatório (Ex.25:17,21), lugar onde Deus falava com Moisés (cf. Ex.25:22) e de onde provinha a paciência de Deus; ou seja, onde Deus aplacava a sua ira com o povo e, por mais um ano, não expulsava Israel da sua presença, cobrindo, assim, os pecados do povo, adiando a execução da sua justiça (Sl.32:1,2).
Este ritual era apenas uma figura da verdadeira Propiciação, pela qual aguardava a paciência de Deus (Rm.3:25).
É por este motivo que João Batista, ao contemplar Jesus, não hesitou em mostrar-lhe como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Através do Seu sangue Jesus assumiu o castigo que deveria ser suportado pelos pecadores, morreu em nosso lugar e, por causa disto, tirou o pecado, pagando o preço da nossa redenção, da nossa libertação do pecado. Ele é o Cordeiro, ou seja, aquele que deu a sua vida em lugar do pecador, que sofreu a pena em lugar de quem pecou. Ele tira o pecado do mundo, porque, ao morrer, sem pecado (Hb.4:15), pagou o preço pelos nossos pecados e, portanto, de uma só vez, conquistou o favor de Deus a todos os homens que crerem na Sua obra (Hb.9:11-14).

CONCLUSÃO

O judaísmo tradicional sempre viu significado em cada detalhe do processo sacrificial levítico. Não havia culto nem adoração sem sacrifícios. Não havia culto sem altar. Todavia, no culto divino, o mais importante e essencial não é o ritualismo ou a pompa demonstrada nos rituais, mas o quebrantamento de coração e a integridade de espírito.
Um culto que se impõe pelo ritualismo não agrada a Deus. Por isso, que em muitas ocasiões, o culto levítico foi reprovado por Deus, pois o mesmo era feito obedecendo a um ritual descrito num manual (vide Ml.1:10; Is.1:11-15). É necessário que aqueles que desejam cultuar ao Senhor o façam em espírito e em verdade (João 4:24).
Portanto, cultuar a Deus não é um hábito nem um simples ritual, mas a expressão máxima de nossa devoção ao Senhor, de nossa dependência à sua Palavra e de nossa necessidade de prestar-lhe serviço.
Que a nossa adoração a Deus conte, igualmente, com a presença do Espírito Santo em todos os atos. Sem a glória de Deus, nenhum culto tem legitimidade.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Hebreus – A superioridade de Cristo.


3 comentários:

  1. Muito bom parabéns...que o nosso bom Deus continue abençoando a sua vida .

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  2. Excelente estudo, que o Senhor continue honrando dedicação de vocês.

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