domingo, 15 de março de 2020

Aula 12 – JESUS, O HOMEM PERFEITO – Subsídio


1º Trimestre/2020
Texto Base: Lucas 2:40-52
22/03/2020
“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”(Lc.2:52).
Lucas 2:
40.E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41.Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa.
42.E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43.E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44.Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos.
45.E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46.E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47.E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48.E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.
49.E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50.E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51.E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas essas coisas.
52.E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.

INTRODUÇÃO

Na Aula anterior estudamos sobre o “homem do pecado”, o homem da iniquidade, o filho da perdição (2Ts.2:3); nesta Aula trataremos do Homem sem pecado - “Jesus, o Homem Perfeito”, o encarnado Filho de Deus. Ele foi o único Homem Perfeito que este mundo alguma vez já viu; totalmente perfeito aos olhos de Deus e diante dos homens – perfeito na sua natureza, perfeito no caráter, perfeito nos pensamentos, perfeito nas palavras, perfeito nas ações e atitudes. O apóstolo Pedro afirma que Jesus “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pd.2:22); exteriormente, Ele não se distinguia dos demais homens, nos quais habita o pecado (Rm.8:3), contudo, nEle não existiu pecado. Ele era semelhante a nós, mas sem pecado – “nele não há pecado” (1João 3:5). Por isso, Ele é o Homem Perfeito, e permanece eternamente Homem Perfeito (1Tm.2:5).
Ao longo da história do cristianismo tem havido distorções e erros sobre a real natureza de Jesus, e isto tem sido uma das principais armas de satanás para levar as pessoas à perdição eterna. Que o Espírito Santo ilumine nossas mentes a compreender de forma inabalável a humanidade e divindade de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Homem Perfeito.

I. JESUS, VERDADEIRO DEUS

Neste tópico, enfocaremos a divindade de Jesus. Ele é Deus e sempre O será. Quando chegou a plenitude dos tempos, continuou sendo Deus, pois Deus não pode negar-se a Si mesmo (2Tm.2:13). Assim, precisamos ter cuidado, pois muitos, inadvertidamente, acham que quando Jesus Se humanizou, deixou de ser Deus. Isto é absolutamente impossível. Ele era e é Deus, e nunca deixará de ser.
“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20).
Paulo escrevendo aos crentes de Colossos disse: “o qual é imagem do Deus invisível...” (Cl.1:15). O verbo está no tempo presente, descrevendo a posição de Jesus agora e para sempre (João 10:30,38; 12:45; 14:1-11).
Deus, como Espírito, é invisível e sempre será (1Tm.6:16). O Filho de Deus é a sua expressão visível. Ele não só reflete a Deus, mas, como Deus, Ele revela Deus a nós (João 1:18; 14:9; Hb.1:1,2) – “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb.1:1).

1. Sua eternidade com o Pai

Jesus é Deus desde a eternidade; Ele é o Verbo eterno (João 1:1). Antes de sua encarnação, Ele estava no Pai (João 1:2) – “Ele estava no princípio com Deus”.
Isaias afirma que Ele “é o Pai da eternidade” (Is.9:6); esteve envolvido no ato da criação, indicando que já existia antes dela. Paulo confirma a sua atuação criadora: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra...Tudo foi criado por ele e para ele”(Cl.1:16). João 1:3 diz que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.
Mesmo vestindo pele humana, Jesus não deixou de ser Deus; Ele não abdicou de sua divindade ao tabernacular-se entre nós.
Se Jesus é eterno com o Pai, então, por que Paulo afirma que Ele é o “Primogênito da Criação” (gr.prototokos) (Cl.1:15)? Paulo não está se referindo à natureza temporal, ao tempo de nascimento de Jesus; antes, esta expressão é um título de honra; significa que Jesus é o primeiro em importância; carrega a ideia de prioridade, superioridade, preeminência e supremacia. Esta expressão enfatiza a preexistência e singularidade de Cristo, bem como a Sua superioridade sobre a criação.
William Hendriksen é enfático ao dizer que “o fato de Jesus ser o ‘primogênito da criação’ não significa que Ele é uma criatura (o primeiro de uma grande linhagem); ao contrário, Ele é anterior a, distinto de, e exaltado muito acima de toda criatura. Como primogênito, Ele é o herdeiro e governante de tudo” (William Hendriksen. Colossenses e Filemom).
Portanto, Jesus não foi a primeira criação de Deus, como ensinava Ário de Alexandria no século quarto e como prega ainda algumas seitas heréticas da atualidade. Na verdade, Jesus é coigual, coeterno e consubstancial com o Pai. Ele é auto-existente e imutável. Ele e o Pai são um (João 10:30). Quem vê Jesus, vê o Pai (Joao 14:9).
Ele é a Cabeça e o Soberano da criação. Ele possui a mais alta honra na criação: tem a autoridade sobre toda a criação; é o herdeiro de toda a criação; é o mais exaltado por meio da criação (Salmo 148); é o Senhor de todos (Rm.9:5; 10:12; Ap.1:5,17,14); é supremo sobre toda a criação, incluindo o mundo espiritual como afirma o apóstolo Paulo:
nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele; e Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:16,17).
Ralph Martin diz “que Cristo é o Senhor da criação e não tem rival na ordem criada” (Martin, Ralph P. Colossenses e Filemom).
 “Ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).

2. Seus atributos, grandezas e perfeições

Jesus tem os atributos da divindade: Ele é o Criador e sustentador da vida (Mt.8:5; João 1:3,4); Ele conhece todas as coisas (Mt.9:4; João 2:24,25; At.1:24,25; Cl.2:3); Ele pode todas as coisas (Mt.28:18; Ef.1:22,23; Ap.1:8) e; Ele está em todo lugar (Mt.28:20).
-Ele é o Criador e sustentador da vida - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (João 1:3,4).
Escrevendo aos crentes de Colossos, Paulo disse que Cristo “é antes de todas as coisas” (Cl.1:17). Por Ele, todas as coisas vieram a existir; e por Ele, todas as coisas subsistem. Nele, todas as coisas são mantidas unidas, protegidas, e impedidas de se desintegrar, formando um caos (veja At.17:28).
Portanto, Jesus Cristo não é só o Criador do mundo, Ele também é o Sustentador da vida. Pelo fato de Cristo ser aquele que sustenta toda a vida, nada na criação é independente dele. Somente nele e por sua Palavra, encontramos o princípio unificador de toda vida (Hb.1:2,3).
“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb.1:3).
-Ele é Onipotente - “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt.28:18). “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap.1:8).
-Ele é Onisciente - “[...]Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl.2,3).
-Ele é Onipresente - “...eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém” (Mt.28:20).
Portanto, em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl.2:9). Ele foi e é adorado como Deus (João 10:28). Como Filho do Homem, sua vida, seus ensinos e suas obras provam, de forma irrefutável, sua divindade. E de acordo com João 10:30 e 17:5, Ele possui a mesma natureza de Deus e glória igual a de Deus.
“E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5).

3. Esvaziou-se de sua glória, mas não de sua divindade

Aos crentes de Filipos, Paulo esclarece que Jesus, para cumprir a Palavra de Deus, “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens”(Fp.2:7). Mas, Ele não deixou de ser divino (Fp.2:5-11 - ARA):
5.Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6.pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7.antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8.a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
9.para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11.e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
O Filho de Deus deixou o Céu, a glória, o Seu trono, encarnou-se, fez-se homem – “esvaziou-se”.
Segundo William Barclay, a expressão “se esvaziou” (do verbo grego kenou), literalmente significa "tirar algo de um recipiente até que fique vazio" ou "derramar algo até que não fique nada". Do que Cristo se esvaziou? Certamente não foi da "forma de Deus", isso seria impossível. Ele continuou sendo o Filho de Deus.
Indubitavelmente, Cristo renunciou ao Seu ambiente de glória. Ele pôs de lado Sua majestade e glória (João 17:5), mas permaneceu Deus. Ele jamais deixou de ser possuidor da natureza divina. Mesmo em Seu estado de humilhação, jamais se despojou de Sua divindade.
William Hendriksen, abrindo uma janela ao nosso entendimento dessa verdade, afirma que “a inferência da expressão ‘se esvaziou’ é que Cristo se esvaziou de Sua existência-na-forma-de-igualdade-a-Deus” (William Hendriksen. Efésios e Filipenses.2005). Para nos dar um entendimento melhor desse “esvaziamento”, ele destaque os seguintes pontos:
a) Cristo renunciou Sua relação favorável à lei divina. Enquanto permanecia no Céu, nenhuma carga de culpa pesava sobre Ele. Entretanto, ao encarnar-se, Ele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (João 1:29; 2Co.5:1). Ele que era bendito eternamente, se fez maldição por nós (Gl.3:13) e levou sobre o Seu corpo, no madeiro, todos os nossos pecados (1Pd.2:24).
b) Cristo renunciou às Suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2Co.8:9). Jesus renunciou a tudo, até mesmo a Sua própria vida (João 10:11). Tão pobre Ele era que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco de onde pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunião e um túmulo para ser sepultado.
c) Cristo renunciou à Sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). No entanto, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e cuspido pelos homens. Do infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente Ele desceu a este reino de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração voluntariamente desceu a este mundo, onde foi "... desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is.53:3).
d) Cristo renunciou ao livre exercício de Sua autoridade. Ele voluntariamente submeteu-se ao Pai e disse: "Eu não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou" (João 5:30).
Jesus Cristo esvaziou-se da Sua glória, mas não de sua divindade. Tanto é que em Seu ministério terreno Ele fazia uso de seus atributos divinos. Pela virtude do Espírito Santo, Jesus curou os enfermos e ressuscitou mortos, levantou paralíticos, abriu os olhos e os ouvidos dos cegos surdos, e fez falar os mudos; expulsou demônios e libertou os oprimidos; multiplicou os pães e os peixes, repreendeu as forças da natureza, acalmando o mar, fazendo cessar o vento e a tempestade. Portanto, Ele era humano, mas também era e é Deus, e os discípulos sabiam disso (cf. Mt.14:33; João 1:49; 20:28).
“Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus” (Mt.14:33).

II. JESUS, VERDADEIRO HOMEM

Ao mesmo tempo em que Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo, também assumiu a natureza humana em sua totalidade e perfeição, com exceção do pecado. O apóstolo Paulo escrevendo aos crentes de Filipos afirmou: “antes [...] assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp.2:7).
Bruce Barton, comentando este texto disse:
“Jesus não era parte homem e parte Deus; Ele era completamente humano e completamente divino. Antes de Jesus vir ao mundo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente. Depois, puderam conhecê-lo plenamente, porque Ele se tornou visível e tangível. Cristo é a perfeita expressão de Deus em forma humana. Ele é a exegese de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Como homem, porém, Jesus estava limitado a lugar, tempo e outras limitações humanas. Contudo, Ele não deixou de ser plenamente Deus ao tornar-se humano, embora abdicasse de Sua glória e de Seus direitos”.
Embora tenha se tronado humano, Jesus não desistiu de sua divindade. Mas em sinal de submissão à vontade do Pai, Ele limitou seu poder e sabedoria; ficou sujeito ao lugar, ao tempo e a muitas outras limitações humanas. O que tornou essa humanidade única e especial foi a sua isenção de pecado. Como homem foi ungido pelo Espírito Santo para cumprir tudo quanto estava determinado a Ele na sua obra (João 17:4).

1. Jesus estava no Seio do Pai

A primeira informação que o Evangelho, segundo escreveu João, nos traz a respeito de Jesus é a de que Ele é Deus - “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1:1). João afirma este fato de uma forma tão clara que tem tirado o sono de todos quantos procuram negar esta verdade bíblica.
Para que não houvesse qualquer dúvida de quem era esse Verbo a que João se referia, o próprio evangelista no-lo diz em João 1:14: “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
João, ao referir-se a Ele, o Verbo, recua aos refolhos da eternidade, antes do princípio de todas as coisas. Quando tudo começou (Gn.1:1), o Verbo já existia. Ele já existia antes que a matéria fosse criada e antes que o tempo começasse. Ele é antes do tempo. Ele é o Pai da eternidade. Ele achava-se no seio do Pai antes de tudo ser criado, antes de vir a este mundo e vestir pele humana (Joao 1:18).
Ele, o Verbo, é o agente divino na criação do universo (Hb.1:2). Ele é a Palavra criadora de Deus, por meio de quem todas as coisas foram feitas, tanto as visíveis como as invisíveis, tanto as terrenas como as celestiais (Cl.1:16), como já informamos anteriormente.
O apóstolo João deixa bem claro que “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Foi Ele quem trouxe à existência as coisas que não existiam; Deus disse: Haja luz, e houve luz (Gn.1:3).
William Hendriksen foi enfático ao escrever: “todas as coisas, uma a uma, vieram a existir por meio dele. De tudo o que existe hoje, não há nada que tenha se originado à parte dele”.
Portanto, Ele, o Verbo, não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; Ele estava com Deus na eternidade, no Seio do Pai, antes da existência do tempo que nós conhecemos.
“E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:17).

2. Profetizado no Antigo Testamento

As Escrituras Veterotestamentárias estão repletas de referências sobre a primeira vinda de Jesus, o qual haveria de cumprir o maravilhoso plano de redenção prometido pelo Pai antes da criação do mundo (1Pd.1:20). Os judeus tinham pleno conhecimento acerca do Messias, porém, rejeitaram-no, apesar de inúmeras evidências bíblicas.
-Nos primeiros capítulos de Gênesis encontramos a promessa sobre Aquele que feriria a cabeça da serpente (Gn.3:15) – “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Neste texto, Deus revelou a Sua vontade ao homem de salvá-lo; é conhecido como o “protoevangelho”, ou seja, a primeira boa-nova, proferido por Deus no instante da Queda.
-Quando Deus fez um pacto com o patriarca Abraão prometendo bênçãos sobre sua descendência, tal pacto e promessa estavam diretamente ligados à vinda e a obra redentora do Messias. Ele é o grande descendente de Abraão, pelo qual todas as nações são abençoadas (Gn.12:3; 18:18; 22:18; cf. Gl.3:18).
-O cordeiro que substituiu Isaque no Monte Moriá (Gênesis 22) era símbolo do Cordeiro de Deus (João 1:29).
-As sucessivas comemorações da Páscoa ao longo do Antigo Testamento, desde a primeira no Egito, chamada de Páscoa eficaz (Êxodo 12), apontava para o próprio Cristo, nosso Cordeiro pascal, o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1:29; 1Co.5:7).
-Isaias, o evangelista do Antigo Testamento, profetizou e escreveu acerca de Jesus com tanta firmeza e nitidez como estivesse colhendo o Messias à sua época. Uma das passagens do Antigo Testamento mais conhecida acerca de Jesus é Isaías 53, onde Isaías profetiza acerca do Servo sofredor – “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is,53:5). Também profetizou que o Messias, o Emanuel, nasceria de uma virgem (Is.7:14), e que o Seu nome seria “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is.9:6).
-O profeta Miqueias profetizou que o Messias nasceria em Belém (Mq.5:2; cf. Mt.2:1-12) - “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
-O profeta Ageu falou acerca da restauração da linhagem de Davi; uma promessa que encontra seu cumprimento final em Jesus (Ageu 2:6-9; cf. Lc.20:41-44).
-O Tabernáculo e o Templo, que receberam grande destaque no Antigo Testamento por serem os locais onde a presença de Deus se revelava de maneira especial, são figuras que apontavam para Cristo, visto que Ele é o Templo final (João 2:21,22), e sua presença hoje está na sua Igreja (1Co.6:19,20).
-O profeta Daniel teve uma visão em que viu um personagem como o Filho do Homem, o qual recebeu todo domínio e poder para reinar para sempre (Dn.7:13). Vale lembrar que “Filho do Homem” é a principal autodesignação de Jesus no Novo Testamento (cf.Mt.9:6; 6:13). Ao usar o título “Filho do Homem” para si mesmo, Jesus evitou ser confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Como Filho do Homem, Jesus era obediente a seus pais; todavia, estava consciente de Sua natureza divina (Lc.2:4-52).
-O profeta Malaquias profetizou sobre a obra de um mensageiro que o Novo Testamento revela ser Jesus; bem como sobre a pregação do Evangelho que se haveria de se espalhar pelo mundo. A profecia de Malaquias foi tão específica que contemplou, inclusive, o arauto que prepararia o caminho para o Messias, ou seja, o profeta João Batista (Ml.1:11; 3:1,2; 4:5).
-A expressão “Eu serei seu Deus”, que é muito comum no Antigo Testamento e é aplicada em diversos contextos, em última análise encontra seu cumprimento final na pessoa de Cristo (Jr.31:33; Os.2:23; Zc.8:8; cf. Hb.8:8-13).
Portanto, todo o Antigo Testamento, até o último Livro, Malaquias, aponta para o Salvador do mundo (Lc.24:25-27). Os judeus sabiam de tudo isto (cf. Mt.2:4-6), mas os seus olhos estavam vendados e, por isso, não enxergaram o Messias tão esperado.
Certa vez, Jesus censurou os judeus religiosos que diziam examinar as Escrituras, mas não percebiam que elas testificavam dele; e ainda mais declarou diretamente que todo o Pentateuco, isto é, todos os livros de Moisés, testemunham sobre Ele (João 5:39-47).

3. Encarnado no Novo Testamento

A encarnação de Jesus Cristo é uma das principais doutrinas bíblicas; ela refere-se a união da divindade e humanidade na pessoa de Jesus Cristo (Lc.1:31-35; João 1:1-14; Fp.2:6-8). Sua encarnação não somente significou Deus entre nós, o Emanuel (Mt.1:23), mas o cumprimento da promessa do Criador de redimir o homem da Queda.
Ele se humanizou como "a semente da mulher" que haveria de ferir a cabeça do Diabo (Gn.3:15). O Verbo eterno, pessoal, divino, auto-existente e Criador, esvaziou-se de sua glória, desceu até nós e vestiu pele humana. A carne de Jesus Cristo tornou-se a nova localização da presença de Deus na terra. Jesus substituiu o antigo tabernáculo. Fez-se um de nós, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado.
Jesus Cristo não poderia ter desenvolvido sua missão se, antes, não tivesse nascido. Quando Se encarnou, Ele deixou a “forma de Deus” (Fp.2:6), assumindo a “forma de servo” (Fp.2:7) e, mesmo na forma de servo, prosseguiu na Sua humilhação, assumindo a condição de maldito ao morrer na cruz (Fp.2:8).
Portanto, o Verbo que criou o mundo, a razão que controla a ordem do mundo, fez-se carne e veio morar entre os seres humanos (João 1:14). O Verbo se fez carne, mas permaneceu sendo o Verbo de Deus (João 1:1,18). A segundo Pessoa da Trindade assumiu a natureza humana sem deixar de lado a natureza divina. Nele, as duas naturezas, divina e humana, estão presentes. João faz a seguinte exortação àqueles que não creem na encarnação de Jesus Cristo:
“[...] todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (1João 4:2,3).

4. Jesus nasceu na plenitude dos tempos

Num determinado instante histórico, que as Escrituras denominam de “plenitude dos tempos” (Gl.4:4), “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14a).
Jesus Se tornou homem, a fim de cumprir a promessa divina feita ao primeiro casal de que “da semente da mulher” nasceria um que ia ferir a cabeça da serpente (Gn.3:15). Esta afirmação divina no Éden é suficiente para demonstrar que Jesus realmente Se humanizou, tornou-se um ser humano da “semente da mulher”, para que pudesse, enquanto homem, vencer o mal e o pecado e, sem qualquer culpa diante de Deus, por Sua santidade, morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça de Deus, proporcionando a nossa redenção e a possibilidade de termos os pecados perdoados.
O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no útero de Maria. A concepção de Jesus, portanto, não foi por meios naturais, mas sobrenaturais, daí o anjo afirmar a Maria: “o santo que de ti há de nascer, será chamado filho de Deus”(Lc.1:35). Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa com duas naturezas: divina e humana, mas inculpável.
ü  Como humano, Jesus se compadece das fraquezas do ser humano (Hb.4:15,16).
ü  Como o divino Filho de Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de satanás (At.26:18; Cl.2:15; Hb.2:14,15; 7:25).
ü  Como Ser Divino e também Homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de cada um de nós (João 1:29).
ü  Como Sumo Sacerdote, preenche os requisitos para interceder por todos os que por ele aproximam-se de Deus (Hb.2:9-18; 5:1-9; 7:24-28; 10:4-12).
É interessante observar, portanto, que a vinda de Jesus por obra e graça do Espírito Santo, em momento algum pode ser usada como argumento para negar a sua humanidade, porquanto sua concepção virginal teve o propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo que Adão, numa natureza sem pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer o mundo e o pecado, e, por conseguinte, garantir a salvação de toda aquele que nele crer (João 3:16).

5. Em Israel, Jesus é apresentado ao mundo

No determinado tempo estabelecido por Deus Pai, em Israel, Jesus é apresentado ao mundo, porém, o mundo não o reconheceu: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:10,11). Aqui, num estilo majestoso, João retrata o fato, o propósito e o resultado da vinda de Jesus ao mundo.
ü  O fato: Ele “estava no mundo”.
ü  O propósito: Ele “veio para o que era seu”.
ü  O resultado: “os seus não O receberam”.
João coloca, assim, em chocante contraste a oferta divina e a rejeição humana, principalmente a rejeição dos judeus.
As pessoas do mundo de então, principalmente os judeus, não reconheceram Jesus nem o honraram; antes, serviram à criatura em lugar do criador (Rm.1:25). Ele veio para os judeus, o povo escolhido, que liam o Antigo Testamento e viam Cristo sob os tipos e figuras no culto levítico, professando esperar por sua vinda; e, mesmo assim, quando Ele veio, os judeus não o receberam. Eles o rejeitaram, o desprezaram e o mataram (Atos 3:14,15).
Mesmo estando presente, o Messias foi rejeitado; embora onipotente, não foi reconhecido; embora tenha amado seu povo, foi por ele rejeitado. O apóstolo Pedro foi enfático com relação a isto:
“O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos Testemunhas” (Atos 3:13-15).
Os judeus não receberam Jesus como o seu Messias, então, a salvação saiu das fronteiras de Israel e se estendeu para o mundo inteiro, chegando até nós. Pessoas de todas as tribos, raças e povos, que receberem a Cristo, receberam e receberão o poder de serem feitos não apenas filhos de Abraão, mas filhos de Deus, de fazerem parte da família de Deus (cf. João 1:12,13).
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (João 1:12).

III. JESUS, O HOMEM PERFEITO

O Senhor Jesus é humano, imaculado (1Pd.2:22), mas também tem uma natureza divina, visto que Ele foi gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:30,31; 34,35).
Ao ser concebido, Jesus se fez Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. Convém ressaltar que Jesus não é metade Deus nem metade homem, Ele é o Homem Perfeito (1Tm.2:5), e o perfeito Deus, em toda a plenitude "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl.2:9). 
Segundo o pr. Eurico Bergstém, estas “duas naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade ‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Elas se uniram na constituição da Pessoa de Jesus de modo perfeito. Elas operavam simultaneamente e separadamente na sua pessoa”.
Estas duas naturezas do “Homem Perfeito” – a divina e a humana – são perfeitamente harmônicas e unidas, ou seja, Jesus é Deus sem deixar de ser homem e Homem sem deixar de ser Deus.
Nele estavam perfeitamente combinadas a majestade que intimidava e a docilidade que trazia perfeita tranquilidade na Sua presença. Os escribas e os fariseus experimentaram as Suas repreensões severas, enquanto que a pobre samaritana e “a mulher pecadora” sentiram-se inexplicável e irresistivelmente atraídas a Ele. Ele era verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.
As expressões, “Filho de Deus” (Lc.1:35) e “Filho do Homem” (Lc.5:24), expostas por Lucas, revelam as duas naturezas de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro Deus, enquanto a segunda mostra-o como verdadeiro Homem. Portanto, Jesus era, em sua encarnação, plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de sua vida (1João 5:20). Por isso, costuma-se dizer que Ele é Deus-Homem.
COMO DEUS
COMO HOMEM
Ele é adorado (Mt.2:2,11; 14:33; 28:9).
Ele adorava ao Pai (João 17).
As pessoas oram pra Ele (Atos 7:59; 1Co.1:2).
Ele orava ao Pai (João 17:1).
Ele é chamado de Deus (João 20:28; Hb.1:8; 1João 5:20).
Ele foi chamado de homem (Mc.15:39; João 19:5).
Ele é chamado de Filho de Deus (Mc.1:1).
Ele foi chamado de Filho do Homem (João 19:35-37).
Ele não tem pecado (1Pd.2:22; Hb.4:15).
Ele foi tentado (Mt.4:1).
Ele sabia de todas as coisas (João 21:17).
Ele cresceu em sabedoria (Lc.2:52).
Ele dá a vida eterna (João 10:28).
Ele morreu (Rm.5:8).
Toda a plenitude da divindade habita nele (Cl.2:9).
Ele teve um corpo de carne e ossos (Lc.24:39).

1. A humanidade de Jesus

Jesus se humanizou, vestiu pele humana, mas nunca deixou de ser Deus, e passou, na plenitude dos tempos, a também ser homem. Diz o apóstolo João que o “Verbo Se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).
Nesta feliz expressão do apóstolo, vemos que Jesus não deixou de ser Deus ao Se humanizar. Com efeito, continuou a ser o Verbo, mas também passou a ser homem, pois “Se fez carne e habitou entre nós”.
Por ter se encarnado e assumido as limitações do tempo e do espaço, como qualquer criatura (Gn.1:1), Jesus demonstrou toda a Sua humanidade. Mas, apesar de ser homem, continuava a ser Deus, tanto que possuía a glória, algo que é exclusivo de Deus (Is.48:11).
A humanidade e divindade de Jesus Cristo é claramente expressa na Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil:
”A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome EMANUEL” (p.51).
Jesus, embora possuísse a natureza humana, concomitantemente, carregava dentre de si a natureza divina, mesmo reduzido em seus atributos, sujeitando-se ao corpo humano, e isto prova que Ele era Homem verdadeiro e também Deus verdadeiro.
ü  Ele sentia cansaço, mas ao mesmo tempo podia chamar para Si os cansados e dar-lhes a paz (João 4:6; Mt.11:28).
ü  Ele teve fome, mas era o próprio pão da vida (Mt.4:2; João 6:35).
ü  Ele teve sede, sendo ao mesmo tempo a água da vida (João 19:28; João 7:37).
ü  Ele enfrentou a agonia da morte, mas curou todos os tipos de doenças e aliviou qualquer dor (Mt.9:20-22).
ü  Ele foi tentado pelo diabo, mas expulsou demônios (Lc.4:2; Mt.8:31).
ü  Ele vivia no tempo e no espaço, mas era desde a eternidade (João 8:58).
ü  Ele disse: “...o Pai é maior do que eu”, e também: “Eu e o Pai somos um”, ou: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:28; João 10:30; João 14:9).
ü  Ele mesmo orava, como também respondia às orações (Lc.6:12; Atos 10:31).
ü  Ele derramou lágrimas junto à sepultura de Lázaro, mas tinha o poder para ressuscitá-lo (João 11:35,43).
ü  Ele morreu, mas é a vida eterna (João 11:25).
Assim, Jesus é perfeito em divindade e perfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Contudo, é importante observar que a humanidade de Jesus não terminou com a sua morte, como muitos pensam. Ao ser ressuscitado, Jesus manteve sua humanidade, porém, agora, não mais esvaziada da sua divindade, daí porque, a partir da ressurreição, está em Jesus a Divindade e a Humanidade em plena atividade, pois Ele venceu a morte e o inferno (Ap.1:18). Ele mesmo afirmou: “Observai as minhas mãos e meus pés e vede que Eu Sou o mesmo! Tocai-me e comprovai o que vos afirmo. Por que um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que Eu tenho” (Lc.24:39). O apóstolo João assim se expressou: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1João 1:1).
Tanto a Sua humanidade não terminou que a Bíblia diz que seremos semelhantes a Ele (1João 3:2) e que, na atualidade, Ele, o Homem Perfeito, é o mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5), pois só o Homem Jesus pode entender o pecador (Hb.2:10-18).
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1João 3:2).

2. Jesus, o Último Adão

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante”(1Co.15:45).
O primeiro Adão fracassou no Éden; o último Adão, Jesus Cristo, o Homem Perfeito, triunfou sobre Satanás e sobre a morte (Gn.3:6,23,24; Mt.4:1-11; 28:6,7). Ele é a prova de que Deus não se afasta do pecador, mas se volta para ele e ama todos os homens.
Jesus veio para convencer este mundo de sua pecaminosidade e necessidade de redenção. Ele veio para morrer, como homem sem pecado, pelo pecado dos homens, para se entregar como sacrifício por eles, por uma humanidade que tinha caído através do primeiro homem, Adão.
Agora, os homens podem ser salvos por Ele. Por isso, Jesus é chamado também de “último Adão” (1Co.15.45). Ele veio para destruir as obras do diabo, para tirar o poder da morte e para vencer o pecado.
Tornar-se humano foi a única possibilidade de Deus resgatar um mundo perdido - “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3:17).
Somente em Jesus, o último Adão, o Homem Perfeito, somos plenamente redimidos – “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb.12:2).

3. A perfeição espiritual e moral de Jesus

Jesus foi o único Homem Perfeito que nasceu neste mundo. Ele era perfeito tanto no falar quanto no agir. Ele viveu num mundo caído, foi alvo das críticas mais perversas, dos ataques mais sórdidos, contudo, jamais cometeu pecado e engano algum se achou em seus lábios e em suas atitudes.
O apostolo Pedro assim O descreve: “o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pd.2:22). Esta é uma citação direta à profecia messiânica de Isaias 53:9. Pedro cita esta passagem de Isaías para indicar a ausência total de pecado em Jesus. O ladrão crucificado à direita de Jesus afirmou acerca do Salvador: “..., mas este nenhum mal fez” (Lc.23:41).
Embora não tenhamos condições de imitar a Cristo no sentido pleno, pois somos pecadores, devemos seguir suas pegadas, em busca de uma vida santa, mesmo sendo vítimas das mais profundas injustiças, “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef.4:13).

CONCLUSÃO

Como Homem, Jesus teve um desenvolvimento e um caráter perfeito que refletia a sua natureza divina. Ele viveu como qualquer judeu de sua época: foi apresentado no Templo por seus pais; participou das festas judaicas; trabalhou como carpinteiro; pagou impostos e teve uma vida sociável, indo a jantares na casa dos amigos e a festa de casamento. Por isso, Jesus deve ser nosso modelo e referência como Homem irrepreensível e servo obediente. Que possamos seguir sempre os seus passos, glorificando o seu nome, olhando firmemente para Ele, que é o autor e consumador de nossa fé, e assim chegaremos à estatura de varão perfeito, com a indispensável ajuda do Espirito Santo. Amém?
------------
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC – Fortaleza/CE
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Claudionor de Andrade. A raça humana – Origem, Queda e Redenção. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Bruce K. Waltke. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Manifestação do Anticristo. PortalEBD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Jesus, verdadeiro homem, verdadeiro Deus. PortalEBD_2008.
Luloure.blogspot.com. Aula 13 - Jesus Cristo, o modelo supremo de caráter.2º Trim_2017.
Rev. Hernandes Dias Lopes. João, as glórias do Filho de Deus.



Nenhum comentário:

Postar um comentário