1º Trimestre/2020
Texto Base: Lucas 2:40-52
22/03/2020
“E crescia Jesus em sabedoria, e em
estatura, e em graça para com Deus e os homens”(Lc.2:52).
Lucas 2:
40.E o menino crescia e se
fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41.Ora, todos os anos, iam
seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa.
42.E, tendo ele já doze anos,
subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43.E, regressando eles,
terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam
seus pais.
44.Pensando, porém, eles que
viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no
entre os parentes e conhecidos.
45.E, como o não
encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46.E aconteceu que, passados
três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os.
47.E todos os que o ouviam
admiravam a sua inteligência e respostas.
48.E, quando o viram,
maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para
conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.
49.E ele lhes disse: Por que
é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50.E eles não compreenderam
as palavras que lhes dizia.
51.E desceu com eles, e foi
para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas essas
coisas.
52.E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
INTRODUÇÃO
Na Aula anterior estudamos sobre o “homem do
pecado”, o homem da iniquidade, o filho da perdição (2Ts.2:3); nesta Aula trataremos
do Homem sem pecado - “Jesus, o Homem Perfeito”, o encarnado Filho de Deus. Ele
foi o único Homem Perfeito que este mundo alguma vez já viu; totalmente
perfeito aos olhos de Deus e diante dos homens – perfeito na sua natureza, perfeito
no caráter, perfeito nos pensamentos, perfeito nas palavras, perfeito nas ações
e atitudes. O apóstolo Pedro afirma que Jesus “não cometeu pecado, nem na sua
boca se achou engano” (1Pd.2:22); exteriormente, Ele não se distinguia dos
demais homens, nos quais habita o pecado (Rm.8:3), contudo, nEle não existiu
pecado. Ele era semelhante a nós, mas sem pecado – “nele não há pecado” (1João 3:5). Por isso, Ele é o Homem Perfeito,
e permanece eternamente Homem Perfeito (1Tm.2:5).
Ao longo da história do cristianismo tem
havido distorções e erros sobre a real natureza de Jesus, e isto tem sido uma
das principais armas de satanás para levar as pessoas à perdição eterna. Que o
Espírito Santo ilumine nossas mentes a compreender de forma inabalável a
humanidade e divindade de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Homem
Perfeito.
I.
JESUS, VERDADEIRO DEUS
Neste tópico, enfocaremos a divindade de
Jesus. Ele é Deus e sempre O será. Quando chegou a plenitude dos tempos,
continuou sendo Deus, pois Deus não pode negar-se a Si mesmo (2Tm.2:13). Assim,
precisamos ter cuidado, pois muitos, inadvertidamente, acham que quando Jesus
Se humanizou, deixou de ser Deus. Isto é absolutamente impossível. Ele era e é
Deus, e nunca deixará de ser.
“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo
e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é
verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20).
Paulo escrevendo aos crentes de Colossos
disse: “o qual é imagem do Deus
invisível...” (Cl.1:15). O verbo está no tempo presente, descrevendo a posição
de Jesus agora e para sempre (João 10:30,38; 12:45; 14:1-11).
Deus, como Espírito, é invisível e sempre será
(1Tm.6:16). O Filho de Deus é a sua expressão visível. Ele não só reflete a
Deus, mas, como Deus, Ele revela Deus a nós (João 1:18; 14:9; Hb.1:1,2) – “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas
vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes
últimos dias, pelo Filho” (Hb.1:1).
1.
Sua eternidade com o Pai
Jesus é Deus desde a
eternidade; Ele é o Verbo eterno (João 1:1). Antes de sua encarnação, Ele
estava no Pai (João 1:2) – “Ele estava no
princípio com Deus”.
Isaias afirma que Ele “é
o Pai da eternidade” (Is.9:6); esteve envolvido no ato da criação, indicando
que já existia antes dela. Paulo confirma a sua atuação criadora: “Porque nele foram criadas todas as coisas
que há nos céus e na terra...Tudo foi criado por ele e para ele”(Cl.1:16).
João 1:3 diz que “todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.
Mesmo vestindo pele
humana, Jesus não deixou de ser Deus; Ele não abdicou de sua divindade ao
tabernacular-se entre nós.
Se Jesus é eterno com o Pai, então, por que Paulo afirma que Ele é o “Primogênito
da Criação” (gr.prototokos)
(Cl.1:15)? Paulo não está se referindo à natureza temporal, ao tempo de
nascimento de Jesus; antes, esta expressão é um título de honra; significa que
Jesus é o primeiro em importância; carrega a ideia de prioridade,
superioridade, preeminência e supremacia. Esta expressão enfatiza a
preexistência e singularidade de Cristo, bem como a Sua superioridade sobre a
criação.
William Hendriksen é enfático ao dizer que “o fato de Jesus ser o
‘primogênito da criação’ não significa que Ele é uma criatura (o primeiro de
uma grande linhagem); ao contrário, Ele é anterior a, distinto de, e exaltado
muito acima de toda criatura. Como primogênito, Ele é o herdeiro e governante
de tudo” (William Hendriksen. Colossenses
e Filemom).
Portanto, Jesus não foi a primeira criação de Deus, como ensinava Ário de
Alexandria no século quarto e como prega ainda algumas seitas heréticas da
atualidade. Na verdade, Jesus é coigual, coeterno e consubstancial com o Pai.
Ele é auto-existente e imutável. Ele e o Pai são um (João 10:30). Quem vê
Jesus, vê o Pai (Joao 14:9).
Ele é a Cabeça e o Soberano da criação. Ele possui a mais alta honra na
criação: tem a autoridade sobre toda a criação; é o herdeiro de toda a criação;
é o mais exaltado por meio da criação (Salmo 148); é o
Senhor de todos (Rm.9:5; 10:12; Ap.1:5,17,14); é supremo sobre toda a criação,
incluindo o mundo espiritual como afirma o apóstolo Paulo:
“nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis
e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades; tudo foi criado por ele e para ele; e Ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:16,17).
Ralph Martin diz “que Cristo é o Senhor da criação e não tem rival na
ordem criada” (Martin, Ralph P.
Colossenses e Filemom).
“Ao Rei dos séculos, imortal,
invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém”
(1Tm.1:17).
2.
Seus atributos, grandezas e perfeições
Jesus tem os atributos da
divindade: Ele é o Criador e sustentador da vida (Mt.8:5; João 1:3,4); Ele
conhece todas as coisas (Mt.9:4; João 2:24,25; At.1:24,25; Cl.2:3); Ele pode
todas as coisas (Mt.28:18; Ef.1:22,23; Ap.1:8) e; Ele está em todo lugar (Mt.28:20).
-Ele é o
Criador e sustentador da vida - “Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a
luz dos homens” (João 1:3,4).
Escrevendo aos crentes de
Colossos, Paulo disse que Cristo “é antes de todas as coisas” (Cl.1:17). Por
Ele, todas as coisas vieram a existir; e por Ele, todas as coisas subsistem.
Nele, todas as coisas são mantidas unidas, protegidas, e impedidas de se
desintegrar, formando um caos (veja At.17:28).
Portanto, Jesus Cristo
não é só o Criador do mundo, Ele também é o Sustentador da vida. Pelo fato de
Cristo ser aquele que sustenta toda a vida, nada na criação é independente
dele. Somente nele e por sua Palavra, encontramos o princípio unificador de
toda vida (Hb.1:2,3).
“O qual, sendo o
resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a
purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas”
(Hb.1:3).
-Ele é
Onipotente - “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu
e na terra” (Mt.28:18). “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap.1:8).
-Ele é Onisciente
- “[...]Cristo, em quem
estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl.2,3).
-Ele é
Onipresente - “...eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos. Amém” (Mt.28:20).
Portanto, em Jesus habita
corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl.2:9). Ele foi e é adorado como
Deus (João 10:28). Como Filho do Homem, sua vida, seus ensinos e suas obras
provam, de forma irrefutável, sua divindade. E de acordo com João 10:30 e 17:5,
Ele possui a mesma natureza de Deus e glória igual a de Deus.
“E, agora, glorifica-me
tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o
mundo existisse” (João 17:5).
3.
Esvaziou-se de sua glória, mas não de sua divindade
Aos crentes de Filipos,
Paulo esclarece que Jesus, para cumprir a Palavra de Deus, “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se
semelhante aos homens”(Fp.2:7). Mas, Ele não deixou de ser divino
(Fp.2:5-11 - ARA):
5.Tende em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6.pois ele, subsistindo
em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7.antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens;
e, reconhecido em figura humana,
8.a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
9.para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11.e toda língua confesse
que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
O Filho de Deus deixou o
Céu, a glória, o Seu trono, encarnou-se, fez-se homem – “esvaziou-se”.
Segundo William Barclay, a
expressão “se esvaziou” (do verbo
grego kenou), literalmente significa
"tirar algo de um recipiente até que fique vazio" ou "derramar
algo até que não fique nada". Do que Cristo se esvaziou? Certamente não
foi da "forma de Deus", isso seria impossível. Ele continuou sendo o
Filho de Deus.
Indubitavelmente, Cristo
renunciou ao Seu ambiente de glória. Ele pôs de lado Sua majestade e glória
(João 17:5), mas permaneceu Deus. Ele jamais deixou de ser possuidor da
natureza divina. Mesmo em Seu estado de humilhação, jamais se despojou de Sua
divindade.
William Hendriksen,
abrindo uma janela ao nosso entendimento dessa verdade, afirma que “a
inferência da expressão ‘se esvaziou’ é que Cristo se esvaziou de Sua existência-na-forma-de-igualdade-a-Deus”
(William Hendriksen. Efésios e
Filipenses.2005). Para nos dar um entendimento melhor desse “esvaziamento”,
ele destaque os seguintes pontos:
a) Cristo renunciou Sua relação favorável à lei divina. Enquanto permanecia no
Céu, nenhuma carga de culpa pesava sobre Ele. Entretanto, ao encarnar-se, Ele
que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (João 1:29; 2Co.5:1). Ele que
era bendito eternamente, se fez maldição por nós (Gl.3:13) e levou sobre o Seu
corpo, no madeiro, todos os nossos pecados (1Pd.2:24).
b) Cristo renunciou às Suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: "Pois conheceis a
graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de
vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2Co.8:9). Jesus
renunciou a tudo, até mesmo a Sua própria vida (João 10:11). Tão pobre Ele era
que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco de
onde pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunião e um túmulo para
ser sepultado.
c) Cristo renunciou à Sua glória celestial. Ele tinha glória com o
Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). No entanto, voluntariamente deixou a
companhia dos anjos e veio para ser perseguido e cuspido pelos homens. Do
infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente
Ele desceu a este reino de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores.
Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene
adoração voluntariamente desceu a este mundo, onde foi "... desprezado e o
mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer"
(Is.53:3).
d) Cristo renunciou ao livre exercício de Sua autoridade. Ele voluntariamente
submeteu-se ao Pai e disse: "Eu não procuro a minha própria vontade, e,
sim, a daquele que me enviou" (João 5:30).
Jesus Cristo esvaziou-se
da Sua glória, mas não de sua divindade. Tanto é que em Seu ministério terreno
Ele fazia uso de seus atributos divinos. Pela virtude do Espírito Santo, Jesus
curou os enfermos e ressuscitou mortos, levantou paralíticos, abriu os olhos e
os ouvidos dos cegos surdos, e fez falar os mudos; expulsou demônios e libertou
os oprimidos; multiplicou os pães e os peixes, repreendeu as forças da
natureza, acalmando o mar, fazendo cessar o vento e a tempestade. Portanto, Ele
era humano, mas também era e é Deus, e os discípulos sabiam disso (cf.
Mt.14:33; João 1:49; 20:28).
“Então, aproximaram-se os
que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de
Deus” (Mt.14:33).
II.
JESUS, VERDADEIRO HOMEM
Ao mesmo tempo em que
Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo, também assumiu a
natureza humana em sua totalidade e perfeição, com exceção do pecado. O
apóstolo Paulo escrevendo aos crentes de Filipos afirmou: “antes [...] assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp.2:7).
Bruce Barton, comentando este texto disse:
“Jesus não era parte
homem e parte Deus; Ele era completamente humano e completamente divino. Antes
de Jesus vir ao mundo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente.
Depois, puderam conhecê-lo plenamente, porque Ele se tornou visível e tangível.
Cristo é a perfeita expressão de Deus em forma humana. Ele é a exegese de Deus.
Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Como homem, porém,
Jesus estava limitado a lugar, tempo e outras limitações humanas. Contudo, Ele
não deixou de ser plenamente Deus ao tornar-se humano, embora abdicasse de Sua
glória e de Seus direitos”.
Embora tenha se tronado
humano, Jesus não desistiu de sua divindade. Mas em sinal de submissão à
vontade do Pai, Ele limitou seu poder e sabedoria; ficou sujeito ao lugar, ao
tempo e a muitas outras limitações humanas. O que tornou essa humanidade única
e especial foi a sua isenção de pecado. Como homem foi ungido pelo Espírito
Santo para cumprir tudo quanto estava determinado a Ele na sua obra (João 17:4).
1.
Jesus estava no Seio do Pai
A primeira informação que
o Evangelho, segundo escreveu João, nos traz a respeito de Jesus é a de que Ele
é Deus - “no princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1:1). João afirma este fato
de uma forma tão clara que tem tirado o sono de todos quantos procuram negar
esta verdade bíblica.
Para que não houvesse
qualquer dúvida de quem era esse Verbo a que João se referia, o próprio
evangelista no-lo diz em João 1:14: “E o
Verbo Se fez carne e habitou entre nós e vimos a Sua glória, como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
João, ao referir-se a
Ele, o Verbo, recua aos refolhos da eternidade, antes do princípio de todas as
coisas. Quando tudo começou (Gn.1:1), o Verbo já existia. Ele já existia antes
que a matéria fosse criada e antes que o tempo começasse. Ele é antes do tempo.
Ele é o Pai da eternidade. Ele achava-se no seio do Pai antes de tudo ser
criado, antes de vir a este mundo e vestir pele humana (Joao 1:18).
Ele, o Verbo, é o agente
divino na criação do universo (Hb.1:2). Ele é a Palavra criadora de Deus, por
meio de quem todas as coisas foram feitas, tanto as visíveis como as
invisíveis, tanto as terrenas como as celestiais (Cl.1:16), como já informamos
anteriormente.
O apóstolo João deixa bem
claro que “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem Ele, nada
do que foi feito se fez” (João 1:3). Foi Ele quem trouxe à existência as coisas
que não existiam; Deus disse: Haja luz, e houve luz (Gn.1:3).
William Hendriksen foi
enfático ao escrever: “todas as coisas,
uma a uma, vieram a existir por meio dele. De tudo o que existe hoje, não há
nada que tenha se originado à parte dele”.
Portanto, Ele, o Verbo,
não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; Ele estava com Deus na
eternidade, no Seio do Pai, antes da existência do tempo que nós conhecemos.
“E ele é antes de todas
as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:17).
2.
Profetizado no Antigo Testamento
As Escrituras
Veterotestamentárias estão repletas de referências sobre a primeira vinda de
Jesus, o qual haveria de cumprir o maravilhoso plano de redenção prometido pelo
Pai antes da criação do mundo (1Pd.1:20). Os judeus tinham pleno conhecimento
acerca do Messias, porém, rejeitaram-no, apesar de inúmeras evidências
bíblicas.
-Nos primeiros capítulos de Gênesis encontramos a promessa
sobre Aquele que feriria a cabeça da serpente (Gn.3:15) – “E porei inimizade
entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Neste texto, Deus revelou a Sua vontade
ao homem de salvá-lo; é conhecido como o “protoevangelho”, ou seja, a primeira
boa-nova, proferido por Deus no instante da Queda.
-Quando Deus fez um pacto com o patriarca Abraão prometendo bênçãos sobre
sua descendência, tal pacto e promessa estavam diretamente ligados à vinda e a
obra redentora do Messias. Ele é o grande descendente de Abraão, pelo qual
todas as nações são abençoadas (Gn.12:3; 18:18; 22:18; cf. Gl.3:18).
-O cordeiro que substituiu Isaque no Monte Moriá
(Gênesis 22) era símbolo do Cordeiro de Deus (João 1:29).
-As sucessivas comemorações da Páscoa ao longo do
Antigo Testamento, desde a primeira no Egito, chamada de Páscoa eficaz (Êxodo 12), apontava
para o próprio Cristo, nosso Cordeiro pascal, o Cordeiro que tira o pecado do
mundo (João 1:29; 1Co.5:7).
-Isaias, o evangelista do Antigo Testamento, profetizou e escreveu
acerca de Jesus com tanta firmeza e nitidez como estivesse colhendo o Messias à
sua época. Uma das passagens do Antigo Testamento mais conhecida acerca de
Jesus é Isaías 53, onde Isaías profetiza acerca do Servo sofredor – “Mas ele foi ferido pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is,53:5). Também
profetizou que o Messias, o Emanuel, nasceria de uma virgem (Is.7:14), e que o
Seu nome seria “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” (Is.9:6).
-O profeta Miqueias profetizou que o Messias
nasceria em Belém (Mq.5:2; cf. Mt.2:1-12) - “E
tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o
que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde
os dias da eternidade”.
-O profeta Ageu falou acerca da restauração da linhagem de
Davi; uma promessa que encontra seu cumprimento final em Jesus (Ageu 2:6-9; cf.
Lc.20:41-44).
-O Tabernáculo e o Templo, que receberam grande
destaque no Antigo Testamento por serem os locais onde a presença de Deus se
revelava de maneira especial, são figuras que apontavam para Cristo, visto que
Ele é o Templo final (João 2:21,22), e sua presença hoje está na sua Igreja
(1Co.6:19,20).
-O profeta Daniel teve uma visão em que viu um personagem como
o Filho do Homem, o qual recebeu todo domínio e poder para reinar para sempre
(Dn.7:13). Vale lembrar que “Filho do Homem” é a principal autodesignação de
Jesus no Novo Testamento (cf.Mt.9:6; 6:13). Ao usar o título “Filho do Homem”
para si mesmo, Jesus evitou ser confundido com o Messias político esperado
pelos judeus. Como Filho do Homem, Jesus era obediente a seus pais; todavia,
estava consciente de Sua natureza divina (Lc.2:4-52).
-O profeta Malaquias profetizou sobre a obra
de um mensageiro que o Novo Testamento revela ser Jesus; bem como sobre a
pregação do Evangelho que se haveria de se espalhar pelo mundo. A profecia de
Malaquias foi tão específica que contemplou, inclusive, o arauto que prepararia
o caminho para o Messias, ou seja, o profeta João
Batista (Ml.1:11; 3:1,2; 4:5).
-A expressão “Eu serei seu Deus”, que é muito comum no
Antigo Testamento e é aplicada em diversos contextos, em última análise
encontra seu cumprimento final na pessoa de Cristo (Jr.31:33; Os.2:23; Zc.8:8;
cf. Hb.8:8-13).
Portanto, todo o Antigo
Testamento, até o último Livro, Malaquias, aponta para o Salvador do mundo (Lc.24:25-27). Os judeus sabiam de tudo isto (cf. Mt.2:4-6), mas os seus olhos estavam
vendados e, por isso, não enxergaram o Messias tão esperado.
Certa vez, Jesus censurou
os judeus religiosos que diziam examinar as Escrituras, mas não percebiam que
elas testificavam dele; e ainda mais declarou diretamente que todo o
Pentateuco, isto é, todos os livros de Moisés, testemunham sobre Ele (João
5:39-47).
3.
Encarnado no Novo Testamento
A encarnação de Jesus
Cristo é uma das principais doutrinas bíblicas; ela refere-se a união da
divindade e humanidade na pessoa de Jesus Cristo (Lc.1:31-35; João 1:1-14; Fp.2:6-8).
Sua encarnação não somente significou Deus entre nós, o Emanuel (Mt.1:23), mas
o cumprimento da promessa do Criador de redimir o homem da Queda.
Ele se humanizou como
"a semente da mulher" que haveria de ferir a cabeça do Diabo
(Gn.3:15). O Verbo eterno, pessoal, divino, auto-existente e Criador,
esvaziou-se de sua glória, desceu até nós e vestiu pele humana. A carne de
Jesus Cristo tornou-se a nova localização da presença de Deus na terra. Jesus
substituiu o antigo tabernáculo. Fez-se um de nós, em tudo semelhante a nós,
exceto no pecado.
Jesus Cristo não poderia
ter desenvolvido sua missão se, antes, não tivesse nascido. Quando Se encarnou,
Ele deixou a “forma de Deus” (Fp.2:6), assumindo a “forma de servo” (Fp.2:7) e,
mesmo na forma de servo, prosseguiu na Sua humilhação, assumindo a condição de
maldito ao morrer na cruz (Fp.2:8).
Portanto, o Verbo que
criou o mundo, a razão que controla a ordem do mundo, fez-se carne e veio morar
entre os seres humanos (João 1:14). O Verbo se fez carne, mas permaneceu sendo
o Verbo de Deus (João 1:1,18). A segundo Pessoa da Trindade assumiu a natureza
humana sem deixar de lado a natureza divina. Nele, as duas naturezas, divina e
humana, estão presentes. João faz a seguinte exortação àqueles que não creem na
encarnação de Jesus Cristo:
“[...] todo espírito que
confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não
confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o
espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no
mundo” (1João 4:2,3).
4.
Jesus nasceu na plenitude dos tempos
Num determinado instante
histórico, que as Escrituras denominam de “plenitude dos tempos” (Gl.4:4), “o
Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14a).
Jesus Se tornou homem, a
fim de cumprir a promessa divina feita ao primeiro casal de que “da semente da
mulher” nasceria um que ia ferir a cabeça da serpente (Gn.3:15). Esta afirmação
divina no Éden é suficiente para demonstrar que Jesus realmente Se humanizou,
tornou-se um ser humano da “semente da mulher”, para que pudesse, enquanto
homem, vencer o mal e o pecado e, sem qualquer culpa diante de Deus, por Sua
santidade, morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça de Deus,
proporcionando a nossa redenção e a possibilidade de termos os pecados
perdoados.
O Deus Filho tornou-se
humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no
útero de Maria. A concepção de Jesus, portanto, não foi por meios naturais, mas
sobrenaturais, daí o anjo afirmar a Maria: “o santo que de ti há de nascer,
será chamado filho de Deus”(Lc.1:35). Por isso, Jesus Cristo nos é revelado
como uma só Pessoa com duas naturezas: divina e humana, mas inculpável.
ü Como humano, Jesus se
compadece das fraquezas do ser humano (Hb.4:15,16).
ü Como o divino Filho de
Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do
poder de satanás (At.26:18; Cl.2:15; Hb.2:14,15; 7:25).
ü Como Ser Divino e também
Homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de
cada um de nós (João 1:29).
ü Como Sumo Sacerdote,
preenche os requisitos para interceder por todos os que por ele aproximam-se de
Deus (Hb.2:9-18; 5:1-9; 7:24-28; 10:4-12).
É interessante observar,
portanto, que a vinda de Jesus por obra e graça do Espírito Santo, em momento
algum pode ser usada como argumento para negar a sua humanidade, porquanto sua
concepção virginal teve o propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo
que Adão, numa natureza sem pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer
o mundo e o pecado, e, por conseguinte, garantir a salvação de toda aquele que
nele crer (João 3:16).
5. Em
Israel, Jesus é apresentado ao mundo
No determinado tempo
estabelecido por Deus Pai, em Israel, Jesus é apresentado ao mundo, porém, o
mundo não o reconheceu: “Estava no mundo,
e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Ele veio para o que era
seu, mas os seus não o receberam” (João 1:10,11). Aqui, num estilo
majestoso, João retrata o fato, o propósito e o resultado da vinda de Jesus ao
mundo.
ü O fato: Ele “estava no
mundo”.
ü O propósito: Ele “veio
para o que era seu”.
ü O resultado: “os seus não
O receberam”.
João coloca, assim, em
chocante contraste a oferta divina e a rejeição humana, principalmente a
rejeição dos judeus.
As pessoas do mundo de
então, principalmente os judeus, não reconheceram Jesus nem o honraram; antes,
serviram à criatura em lugar do criador (Rm.1:25). Ele veio para os judeus, o
povo escolhido, que liam o Antigo Testamento e viam Cristo sob os tipos e
figuras no culto levítico, professando esperar por sua vinda; e, mesmo assim,
quando Ele veio, os judeus não o receberam. Eles o rejeitaram, o desprezaram e
o mataram (Atos 3:14,15).
Mesmo estando presente, o
Messias foi rejeitado; embora onipotente, não foi reconhecido; embora tenha
amado seu povo, foi por ele rejeitado. O apóstolo Pedro foi enfático com
relação a isto:
“O Deus de Abraão, e de
Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem
vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que
fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um
homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos
mortos, do que nós somos Testemunhas” (Atos 3:13-15).
Os judeus não receberam
Jesus como o seu Messias, então, a salvação saiu das fronteiras de Israel e se
estendeu para o mundo inteiro, chegando até nós. Pessoas de todas as tribos,
raças e povos, que receberem a Cristo, receberam e receberão o poder de serem
feitos não apenas filhos de Abraão, mas filhos de Deus, de fazerem parte da
família de Deus (cf. João 1:12,13).
“Mas a todos quantos o
receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu
nome” (João 1:12).
III.
JESUS, O HOMEM PERFEITO
O Senhor Jesus é humano, imaculado (1Pd.2:22), mas também tem uma
natureza divina, visto que Ele foi gerado por obra e graça do Espírito Santo
(Lc.1:30,31; 34,35).
Ao ser concebido, Jesus se fez Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
Convém ressaltar que Jesus não é metade Deus nem metade homem, Ele é o Homem
Perfeito (1Tm.2:5), e o perfeito Deus, em toda a plenitude "porque nele
habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl.2:9).
Segundo o pr. Eurico Bergstém, estas “duas
naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade
‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Elas se uniram na
constituição da Pessoa de Jesus de modo perfeito. Elas operavam simultaneamente
e separadamente na sua pessoa”.
Estas duas naturezas do “Homem Perfeito” – a
divina e a humana – são perfeitamente harmônicas e unidas, ou seja, Jesus é
Deus sem deixar de ser homem e Homem sem deixar de ser Deus.
Nele estavam perfeitamente combinadas a
majestade que intimidava e a docilidade que trazia perfeita tranquilidade na
Sua presença. Os escribas e os fariseus experimentaram as Suas repreensões
severas, enquanto que a pobre samaritana e “a mulher pecadora” sentiram-se
inexplicável e irresistivelmente atraídas a Ele. Ele era verdadeiro Homem e
verdadeiro Deus.
As expressões, “Filho
de Deus” (Lc.1:35) e “Filho do Homem” (Lc.5:24), expostas por Lucas, revelam as
duas naturezas de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro
Deus, enquanto a segunda mostra-o como verdadeiro Homem. Portanto, Jesus era, em
sua encarnação, plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de sua
vida (1João 5:20). Por isso, costuma-se dizer que Ele é Deus-Homem.
COMO
DEUS
|
COMO
HOMEM
|
Ele
é adorado (Mt.2:2,11; 14:33; 28:9).
|
Ele
adorava ao Pai (João 17).
|
As
pessoas oram pra Ele (Atos 7:59; 1Co.1:2).
|
Ele
orava ao Pai (João 17:1).
|
Ele
é chamado de Deus (João 20:28; Hb.1:8; 1João 5:20).
|
Ele foi chamado de homem (Mc.15:39; João
19:5).
|
Ele
é chamado de Filho de Deus (Mc.1:1).
|
Ele
foi chamado de Filho do Homem (João 19:35-37).
|
Ele
não tem pecado (1Pd.2:22; Hb.4:15).
|
Ele
foi tentado (Mt.4:1).
|
Ele
sabia de todas as coisas (João 21:17).
|
Ele
cresceu em sabedoria (Lc.2:52).
|
Ele
dá a vida eterna (João 10:28).
|
Ele
morreu (Rm.5:8).
|
Toda
a plenitude da divindade habita nele (Cl.2:9).
|
Ele
teve um corpo de carne e ossos (Lc.24:39).
|
1. A
humanidade de Jesus
Jesus se humanizou,
vestiu pele humana, mas nunca deixou de ser Deus, e passou, na plenitude dos
tempos, a também ser homem. Diz o apóstolo João que o “Verbo Se fez carne e
habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade” (João 1:14).
Nesta feliz expressão do
apóstolo, vemos que Jesus não deixou de ser Deus ao Se humanizar. Com efeito,
continuou a ser o Verbo, mas também passou a ser homem, pois “Se fez carne e
habitou entre nós”.
Por ter se encarnado e
assumido as limitações do tempo e do espaço, como qualquer criatura (Gn.1:1),
Jesus demonstrou toda a Sua humanidade. Mas, apesar de ser homem, continuava a
ser Deus, tanto que possuía a glória, algo que é exclusivo de Deus (Is.48:11).
A humanidade e divindade de Jesus Cristo é
claramente expressa na Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil:
”A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois
Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada
natureza, o que está claramente expresso no seu nome EMANUEL” (p.51).
Jesus, embora possuísse a
natureza humana, concomitantemente, carregava dentre de si a natureza divina,
mesmo reduzido em seus atributos, sujeitando-se ao corpo humano, e isto prova
que Ele era Homem verdadeiro e também Deus verdadeiro.
ü Ele sentia cansaço, mas
ao mesmo tempo podia chamar para Si os cansados e dar-lhes a paz (João 4:6;
Mt.11:28).
ü Ele teve fome, mas era o
próprio pão da vida (Mt.4:2; João 6:35).
ü Ele teve sede, sendo ao
mesmo tempo a água da vida (João 19:28; João 7:37).
ü Ele enfrentou a agonia da
morte, mas curou todos os tipos de doenças e aliviou qualquer dor (Mt.9:20-22).
ü Ele foi tentado pelo
diabo, mas expulsou demônios (Lc.4:2; Mt.8:31).
ü Ele vivia no tempo e no
espaço, mas era desde a eternidade (João 8:58).
ü Ele disse: “...o Pai é
maior do que eu”, e também: “Eu e o Pai somos um”, ou: “Quem me vê a mim vê o
Pai” (João 14:28; João 10:30; João 14:9).
ü Ele mesmo orava, como
também respondia às orações (Lc.6:12; Atos 10:31).
ü Ele derramou lágrimas
junto à sepultura de Lázaro, mas tinha o poder para ressuscitá-lo (João
11:35,43).
ü Ele morreu, mas é a vida
eterna (João 11:25).
Assim, Jesus é perfeito
em divindade e perfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Contudo, é importante
observar que a humanidade de Jesus não terminou com a sua morte, como muitos
pensam. Ao ser ressuscitado, Jesus manteve sua humanidade, porém, agora, não
mais esvaziada da sua divindade, daí porque, a partir da ressurreição, está em
Jesus a Divindade e a Humanidade em plena atividade, pois Ele venceu a morte e
o inferno (Ap.1:18). Ele mesmo afirmou: “Observai
as minhas mãos e meus pés e vede que Eu Sou o mesmo! Tocai-me e comprovai o que
vos afirmo. Por que um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que Eu
tenho” (Lc.24:39). O apóstolo João assim se expressou: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que
temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1João
1:1).
Tanto a Sua humanidade
não terminou que a Bíblia diz que seremos semelhantes a Ele (1João 3:2) e que,
na atualidade, Ele, o Homem Perfeito, é o mediador entre Deus e os homens
(1Tm.2:5), pois só o Homem Jesus pode entender o pecador (Hb.2:10-18).
“Amados, agora somos
filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que,
quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o
veremos” (1João 3:2).
2.
Jesus, o Último Adão
“Assim está também
escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em
espírito vivificante”(1Co.15:45).
O primeiro Adão fracassou
no Éden; o último Adão, Jesus Cristo, o Homem Perfeito, triunfou sobre Satanás
e sobre a morte (Gn.3:6,23,24; Mt.4:1-11; 28:6,7). Ele é a prova de que Deus
não se afasta do pecador, mas se volta para ele e ama todos os homens.
Jesus veio para convencer
este mundo de sua pecaminosidade e necessidade de redenção. Ele veio para
morrer, como homem sem pecado, pelo pecado dos homens, para se entregar como
sacrifício por eles, por uma humanidade que tinha caído através do primeiro
homem, Adão.
Agora, os homens podem
ser salvos por Ele. Por isso, Jesus é chamado também de “último Adão”
(1Co.15.45). Ele veio para destruir as obras do diabo, para tirar o poder da
morte e para vencer o pecado.
Tornar-se humano foi a
única possibilidade de Deus resgatar um mundo perdido - “Porquanto Deus enviou
o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse
salvo por ele” (João 3:17).
Somente em Jesus, o
último Adão, o Homem Perfeito, somos plenamente redimidos – “olhando para Jesus, autor e consumador da
fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a
afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb.12:2).
3. A
perfeição espiritual e moral de Jesus
Jesus foi o único Homem
Perfeito que nasceu neste mundo. Ele era perfeito tanto no falar quanto no
agir. Ele viveu num mundo caído, foi alvo das críticas mais perversas, dos
ataques mais sórdidos, contudo, jamais cometeu pecado e engano algum se achou
em seus lábios e em suas atitudes.
O apostolo Pedro assim O
descreve: “o qual não cometeu pecado, nem
na sua boca se achou engano” (1Pd.2:22). Esta é uma citação direta à
profecia messiânica de Isaias 53:9. Pedro cita esta passagem de Isaías para
indicar a ausência total de pecado em Jesus. O ladrão crucificado à direita de
Jesus afirmou acerca do Salvador: “...,
mas este nenhum mal fez” (Lc.23:41).
Embora não tenhamos
condições de imitar a Cristo no sentido pleno, pois somos pecadores, devemos
seguir suas pegadas, em busca de uma vida santa, mesmo sendo vítimas das mais
profundas injustiças, “até que todos
cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito,
à medida da estatura completa de Cristo” (Ef.4:13).
CONCLUSÃO
Como Homem, Jesus teve um
desenvolvimento e um caráter perfeito que refletia a sua natureza divina. Ele
viveu como qualquer judeu de sua época: foi apresentado no Templo por seus
pais; participou das festas judaicas; trabalhou como carpinteiro; pagou
impostos e teve uma vida sociável, indo a jantares na casa dos amigos e a festa
de casamento. Por isso, Jesus deve ser nosso modelo e referência como Homem irrepreensível
e servo obediente. Que possamos seguir sempre os seus passos, glorificando o
seu nome, olhando firmemente para Ele, que é o autor e consumador de nossa fé,
e assim chegaremos à estatura de varão perfeito, com a indispensável ajuda do
Espirito Santo. Amém?
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC –
Fortaleza/CE
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Pr. Claudionor de Andrade. A raça humana –
Origem, Queda e Redenção. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Bruce K. Waltke. Gênesis. Editora Cultura
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Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Manifestação
do Anticristo. PortalEBD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Jesus,
verdadeiro homem, verdadeiro Deus. PortalEBD_2008.
Luloure.blogspot.com. Aula 13 - Jesus Cristo,
o modelo supremo de caráter.2º Trim_2017.
Rev. Hernandes Dias Lopes. João, as glórias do
Filho de Deus.
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