1º Trimestre/2021
Texto Base: Gálatas 5:16-26
“Ora, o Deus de
esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em
esperança pela virtude do Espírito Santo” (Rm.15:13).
Gálatas
5:
16.Digo,
porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.
17.Porque
a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes
opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
18.Mas,
se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19.Porque
as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza,
lascívia,
20.idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias,
21.invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
22.Mas
o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança.
23.Contra
essas coisas não há lei.
24.E
os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências.
25.Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
26.Não
sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos
uns aos outros.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos do Fruto do Espírito. A Bíblia Sagrada nos ensina que a
maturidade espiritual do crente depende do desenvolvimento do Fruto do
Espírito. É pelo Fruto do Espírito que se conhece um autêntico cristão, e não
pelos Dons Espirituais.
O
Fruto do Espírito passa a ser formado no homem salvo, a partir do momento em
que ocorre sua conversão, ou o Novo Nascimento, quando, então, ele se torna o
templo de Deus, e a morada do Espírito. Sua formação acontece através de um
processo, ou sucessão de atos; é gerado na medida em que o Espírito Santo vai
transmitindo ou gravando no caráter do homem todas as virtudes existentes em
Deus, das quais Paulo relacionou nove em Gálatas 5:22.
I. O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
O
Fruto é a expressão do Espírito Santo na vida do crente. Mas, a sua formação na
vida do crente não acontece num único ato; é um processo formado por muitos
atos - “Até que todos cheguemos...a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo” (Ef.4:13). É, pois, um longo processo de formação,
desenvolvimento e maturação. A formação de qualquer fruto, da semente gerada ao
fruto maduro, será sempre um tempo prolongado. Assim, o Fruto do Espírito
representa o que o homem é, fala do seu tempo andando com Deus. É, pois, o
Fruto do Espírito que credencia um homem de Deus a ser respeitado e ouvido.
1. Definição
O
Fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na
vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse Fruto resulta em uma
conduta de vida íntegra; é o resultado natural de um processo de amadurecimento
e a consequência de um processo natural de crescimento espiritual.
Através
do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é novamente
formado no homem. O pecado afetou consideravelmente a imagem de Deus em
nós levando-nos a produzir as obras da carne (Ef.2:2,3; Gl.5:19-21); entretanto,
através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e assim somos
transformados constantemente de glória em glória, crescendo na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo (2Co.3:17,18).
A
manifestação do fruto do Espírito Santo diz respeito à nossa santificação (separação
do pecado e consagração a Deus). É através da manifestação do fruto do Espírito
Santo que a maturidade espiritual se torna perceptível. Qualquer novo
convertido pode manifestar Fruto do Espírito Santo se a sua conversão for
realmente autêntica.
O
Fruto é produzido quando o ramo permanece na vide (João 15:5). Em João 15:1,2,
Jesus se expressou assim: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto,
para que dê mais fruto”. Ele usou a metáfora da videira para comunicar a
necessidade de um relacionamento vital entre Ele e o crente a fim de que haja a
produção do fruto do Espírito Santo. Esta é a maneira que evidencia que somos
discípulos de Cristo (Mt.7:16; 5:13-16). É através do fruto do Espírito Santo
que Deus é glorificado em nossa vida, e assim muitos são abençoadas através de
nosso bom testemunho (João 15:8).
2. “O fruto”, no singular
O fruto é único com nove características singulares. Atentando bem para o que está escrito, é possível observar que a Bíblia diz – “Mas o fruto do Espírito é....” (Gl.5:22). O artigo “o” está no singular; o “fruto” está no singular; o verbo ser (é), é claro, também teria que estar no singular.
Temos
ouvido, com muita frequência, as pessoas afirmando que os Frutos do Espírito
“são nove”, outras, complementam dizendo que “não são apenas nove”. Porém, a
Bíblia diz que o Fruto do Espírito é; ela não diz que os Frutos do Espírito
são. Assim, embora pudesse parecer desnecessário, queremos reafirmar que o
Fruto do Espírito é “UM”, somente.
Também
é verdade que esse Fruto é indivisível. Ele começa a ser formado no interior do
“novo homem”, ou, do “crente, salvo”, a partir do Novo Nascimento, ou
Regeneração.
O
Fruto do Espírito pode ser comparado a uma laranja, que, sendo apenas uma, é,
no entanto, formada por diversos gomos, ou partes. Neste sentido, sim, Paulo
menciona nove Virtudes constantes da natureza de Deus, presentes no Fruto do
Espírito. Paulo menciona, apenas, nove, embora não se possa afirmar quantas
são, ao todo, porque Deus não pode ser limitado, pois é infinito.
3. A formação do Fruto do Espírito na vida do
crente
A
formação do Fruto do Espírito na vida do crente requer uma vida de entrega nas
mãos do Senhor, vida no Altar, vida de renúncia, de consagração, vida de
dedicação à Obra de Deus, vida cheia do conhecimento de Sua Palavra. É assim
que o Fruto do Espírito vai sendo produzido – num longo processo de maturação. Por
isto, é o Fruto do Espírito que credencia um homem de Deus a ser respeitado, e
ouvido. Há crente que por ter um Dom Espiritual, quase sempre o de Profecia, julga-se
no direito de ser ouvido e até de dirigir a Igreja, passando por cima do
Pastor. Igreja não se dirige com os Dons Espirituais; Igreja tem que ser
dirigida com a Palavra de Deus. Por isto é preciso conhecê-la.
É
bom que um obreiro tenha os Dons Espirituais; porém, é necessário que tenha o
Fruto do Espírito em bom estágio de desenvolvimento. Certamente que Paulo
pensava assim, pois disse que o neófito, ou o novo convertido, não deveria ser
separado para o Ministério – “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não
caia na condenação do diabo” (1Tm.3:6). É sabido que o novo convertido, ou
neófito, pode receber os Dons Espirituais, mesmo antes do Batismo nas Águas; contudo,
isso não o credencia para o Ministério. Para o Ministério é necessário
amadurecimento espiritual; isto só se consegue através da formação do Fruto do
Espírito na vida da pessoa. É, pois, o Fruto do Espírito que testifica acerca da
pessoa – ele reflete a imagem do crente conforme ele realmente é.
4. Andar no Espírito (Gl.5:16)
“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne”
“Andar
no Espírito” é uma expressão que indica viver corretamente em humildade,
submissão e santidade; é deixar que o Espírito assuma o controle de nossa vida;
é ter comunhão com o Espírito; é tomar decisões à luz da sua santidade; é estar
ocupado com Cristo, pois o ministério do Espírito é ocupar o crente com o
Senhor Jesus.
Quando
andamos no Espírito, a carne, ou a vida do meu eu, é considerada morta. Não
podemos nos ocupar com Cristo e o pecado ao mesmo tempo. Somente pelo Espírito
de Deus podemos caminhar em santidade.
Se
nós entregamos o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele infalivelmente
produzirá em nós o Seu Fruto em uma colheita contínua e abundante. O Espírito
Santo produzirá o fruto espiritual em nós quando nos rendemos sem reservas a
Ele; isso abrange nosso espírito, alma e corpo e todas as faculdades que os
constitui.
II. DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO E OS
DONS DO ESPÍRITO
Os
Dons espirituais e o Fruto do Espírito têm a sua origem numa mesma fonte – o
Espírito Santo - e ambos glorificam a Cristo, mas se trata de elementos
diferentes.
1. Diferença
Os
Dons espirituais é diferente do Fruto. O Fruto do Espírito é gerado pela ação
do Espírito Santo, e se desenvolve dentro da pessoa, o “homem interior”; ele
passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro da
pessoa, o Fruto testifica das qualidades da pessoa, conforme ensinou o Senhor
Jesus – “Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto
mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mt.12:33). Sendo assim, então o
Fruto do Espírito testifica das qualidades do ser humano, ou seja, como ele na
verdade o é.
Já
os Dons Espirituais vêm de fora, dado pelo Espírito Santo, o qual sendo Deus, no
uso de sua Soberania, dá a quem Ele quer, e quando Ele quer – “Mas um só e o
mesmo Espírito opera todas estas coisas repartindo particularmente a cada um
como quer” (1Co.12:11). Sendo uma dádiva do Espírito, o Dom testifica das
qualidades, ou virtudes do Doador, e a glória deve ser dEle e não do simples
possuidor, como afirmou Paulo: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelência do poder seja de Deus, e não do homem” (2Co.4:7). O
Doador, segundo a Bíblia, é o Espírito Santo – “Mas a manifestação do Espírito
é dada a cada um para o que for útil”(1Co.12:7).
2. Os Dons na Igreja
Os
Dons Espirituais são recursos extraordinários que o Senhor colocou à disposição
da Igreja, os quais continuam sendo de grande importância para os dias atuais.
Assim sendo, é da vontade de Deus que os crentes não ignorem os dons
espirituais (1Co.12:1). Seu doador continua sendo o Espírito Santo. Ao Crente
salvo Ele pode dar um, ou todos os descritos em 1Coríntios 12:1-11, pois, Ele
reparte “particularmente a cada um como quer”, e sempre “para o que for útil”. Mas,
não devemos confundir Dons espirituais com os Dons Naturais, que são virtudes,
ou aptidões, que uma pessoa nasce com elas. Tomando apenas um exemplo, diríamos
que ninguém será um grande músico, se não tiver nascido com o dom natural para
a música. Quando a pessoa é convertida a Cristo, ela não perderá esse Dom, e
ele será de grande valia, se colocado à disposição do Senhor. Para um maior
conhecimento sobre a importância e atualidade dos dons espirituais, veja a Aula
anterior.
III. O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE
A
vida cristã é um campo de batalha. Trava-se nesse campo uma guerra sem trégua
entre a carne e o Espírito. O Espírito e a carne têm desejos diferentes, e é
isso o que gera os conflitos. A carne tem desejos ardentes que nos arrastam
para longe de Deus, pois os impulsos da carne são inimizades contra Deus. Os
desejos da carne levam à morte. A única maneira de triunfar sobre esses
apetites é andar no Espírito. Se alimentarmos a carne, fazendo provisão para
ela, fracassaremos irremediavelmente. Porém, se andarmos no Espírito, jamais
satisfaremos esse apetite desenfreados da carne.
O
apóstolo Paulo identificou dois grandes perigos que atacavam as igrejas da
Galácia: o primeiro é passar da liberdade para a escravidão (Gl.5:1); e o
segundo implica transformar a liberdade em licenciosidade. Nos versículos 13 a
15, Paulo enfatizou que a verdadeira liberdade cristã se expressa no
autocontrole, no serviço de amor ao próximo e na obediência à lei de Deus. A questão
agora é: como agora essas coisas são possíveis? E a resposta é: pelo Espírito
Santo. Só Ele pode manter-nos verdadeiramente livres.
1. O legalismo
Legalismo
significa pôr as regras acima de Deus e das necessidades humanas. É o estilo de vida de pessoas que acreditam que o
cumprimento das regras torna o indivíduo merecedor do favor e da salvação
divina. Esse pensamento não é Bíblico e foi condenado por Cristo
(cf.Lc.18:11-14; Mt.12:9-12; Gl.4:8,9; Ef.2:8-10).
Há
dois extremos perigosos com respeito à liberdade: o legalismo de um lado e a licenciosidade
de outro. Há aqueles que querem regular a liberdade apenas por regras
exteriores; esses caem na armadilha do legalismo e privam as pessoas da
verdadeira liberdade em Cristo. Porém, há aquele que, em nome da liberdade, sacodem
de si todo o jugo da lei e querem viver sem nenhum preceito ou limite. Esses
confundem liberdade com licenciosidade e caem na prática de pecados
escandalosos.
William
Hendriksen ilustra esse fato dizendo que “a vida cristã é semelhante a atravessar
uma pinguela que cruza sobre um lugar onde se encontram dois rios contaminados:
um é o legalismo e o outro é a libertinagem. O crente não deve perder o equilíbrio
para não cair dentro das faltas refinadas do judaísmo nem nos grosseiros vícios
do paganismo”. Concordo com John Stott quando diz que “o cristianismo não é
escravidão, mas um chamamento da graça para a liberdade”. A liberdade cristã,
porém, não é liberdade para pecar, mas liberdade de consciência, liberdade para
obedecer. O cristão salvo pelo sangue de Cristo é livre para viver em santidade.
“Porque vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à
carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl.5:13).
A
palavra “liberdade” está profundamente desgastada. Muitos defendem a liberdade
do amor livre, a prática irrestrita do aborto, o uso indiscriminado das drogas
e o homossexualismo. Isso, porém, não é liberdade, é escravidão. Segundo o Rev.
Hernandes Dias Lopes, fomos chamados para uma vida nova e não para viver com o
pescoço na coleira do pecado. A liberdade cristã não é uma licença para pecar,
mas o poder para viver em novidade de vida. A liberdade cristã não é licenciosidade,
mas deleite na santidade. A liberdade cristã não é a liberdade para pecar, não
uma liberdade irrestrita para chafurdar em nosso egoísmo, é uma liberdade
irrestrita para aproximar-se de Deus como seus filhos. A licenciosidade
desenfreada não é liberdade alguma, é outra forma mais terrível de servidão,
uma escravidão aos desejos de nossa natureza caída. Jesus disse que aquele que
pratica o pecado é escravo do pecado (João 8:34). Paulo disse que o homem antes
da sua conversão é escravo de toda a sorte de paixões e prazeres (Tt.3:3).
O
sistema legalista que os opositores de Paulo, os judaizantes (Gl.2:14),
ensinavam nas igrejas da Galácia, era egocêntrica, motivado pela carne e gerava
competição espiritual que resultou em desavença (Gl.5:15).
“Se vós, porém, vos
mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros.
Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl.5:15,16).
O
legalismo, pois, conduz invariavelmente a controvérsias. Foi o que aconteceu na
Galácia. A lei exigia que amassem ao seu próximo, no entanto, acontecia o contrário.
Esse comportamento surge da carne, à qual a lei cede espaço e sobre ela atua.
Somos
livres para amar e servir uns aos outros, e não para devorar e destruir uns aos
outros. Nas igrejas da Galácia, os dois extremos – os legalistas e os libertinos
– destruíram a comunhão. Devemos agir como irmãos, e não como feras ou como
cães e gatos sempre envolvidos em conflitos. É o Espírito da vida que habita em
nós, e não o instinto da morte.
2. A Carne e o Espírito
a) O que é a carne? “Carne” (gr. sarx) é a natureza
pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua
conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm.8:6-8,13; Gl.5:17,21). Ela representa o
que somos por nascimento natural. Ela é a sede dos apetites carnais (Mt.26:41).
Ela é tremendamente maligna. O apostolo Paulo, escrevendo à Igreja em Roma, assim
se expressa afirmando a malignidade da carne:
“Porque eu sei que em
mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em
mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que
não quero, esse faço” (Rm.7:18,19).
Aqui, “carne”,
obviamente, não significa “corpo”; “carne” descreve nossa situação antes de
sermos salvos, refere-se a nossa velha natureza. A verdade é que a velha natureza
não é aniquilada na conversão, ela ainda habita em nós.
Embora
a “carne” não tenha poder legal de nos dominar, muitas vezes ela revela quão
fracos somos. Ela tem desejos ardentes que nos arrastam para longe de Deus,
pois os impulsos da carne são inimizade contra Deus. Os desejos da carne levam
à morte. A única maneira de se triunfar sobre os apetites da carne é andar no Espírito.
Se alimentarmos a “carne”, fazendo provisão para ela, fracassaremos irremediavelmente.
Porém, se andarmos no Espírito, jamais satisfaremos os apetites desenfreado da
carne.
b) O que é o Espírito? A palavra espírito no
grego é pneuma. Este termo significa
sopro, vento, respiração e princípio da vida. Esse vocábulo também descreve o
espírito que habita no homem o qual foi soprado por Deus (Gn.2:7). Também, o “espírito”
representa o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. Logo,
percebemos que esta palavra tem diferentes significados.
Em
Gálatas 5:16, “Espírito” refere-se à terceira Pessoa da Trindade. Ele está em
constante conflito com a carne, e isto continuará até o Dia em que Deus nos
levará para si. O que o crente deve fazer é deixar ser guiado pelo Espírito Santo.
Nenhum cristão autêntico está dependente dos próprios esforços. É o Espírito, e
não o cristão, que resiste às moções do mal que está dentro dele. Ser guiado
pelo Espírito também significa ser elevado acima da carne e ser preenchido pelo
Senhor. Quando alguém é preenchido dessa maneira, já não pensa na carne.
3. Os vícios (Gl.5:19-21)
Depois
de falar do conflito entre a “carne” e o “ Espírito”
na vida do crente, o apóstolo Paulo passa a falar sobre as obras da carne na
vida daqueles que não herdarão o Reino de Deus. Há outras listas de pecados
semelhantes a essa nos escritos de Paulo (cf. Rm.1:18-32; 1Co.5:9-11; 6:9;
2C.12:20,21; Ef.4:19; 5:3-5; Tt.3:3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é
exaustiva, pois não esgota todas as obras da carne, uma vez que Paulo conclui
dizendo: “.... e coisas semelhantes a estas” (Gl.5:21).
“Porque as obras da
carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse,
que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl.5:19-21).
O
Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “Gálatas, a Carta da liberdade Cristã”,
classifica essas obras da carne em quatro grupos. Vejamos:
a) Os pecados sexuais – “Porque as obras da carne são manifestas, as
quais são: prostituição, impureza, lascívia” (Gl.5:19). John Stott diz que
a nossa velha natureza é secreta e invisível, mas as suas obras, as palavras e
atos pelos quais ela se manifesta são públicos e evidentes. Estes três primeiros
pecados (prostituição, impureza, lascívia)
são suficientes para mostrar que todas as ofensas sexuais, sejam elas públicas
ou particulares, “naturais” ou “anormais”, entre pessoas casadas ou solteiras,
devem ser classificadas como obras da carne.
b) Os pecados religiosos. “... idolatria, feitiçarias...” (Gl.5:20a). Estes dois pecados
falam de ofensa a Deus, pois são uma perversão do culto a Deus.
c) Os pecados sociais
-
“... inimizades, porfias, ciúmes, iras,
discórdias, dissensões, facções, invejas...” (Gl.5:20b,21a). Estes oito
pecados envolvem transgressões ligadas aos relacionamentos.
d) Os pecados pessoais – “... bebedices, glutonarias e coisas semelhantes
a estas...” (Gl.5:21b). Estes dois últimos pecados têm a ver com a
intemperança ou o abuso e a falta de domínio próprio na área de comida e
bebida.
CONCLUSÃO
Todas
as virtudes do Fruto do Espírito emanam do amor divino; ele é a base para
ativação do Fruto em nossas vidas. Em Gálatas 5:22 o apóstolo Paulo apresenta nove
virtudes do Fruto: Amor, Alegria, Paz, Paciência, Benignidade, Bondade, Fidelidade,
Mansidão, Temperança. O Amor - visa o interesse dos outros; a Alegria – é o
amor em estado de contentamento; A Paz – é o amor em estado de quietude; a
Paciência – é o amor esperando; a Benignidade – é o amor agradando; a Bondade –
é o amor ajudando; a Fidelidade (Fé) – é o amor confiando e com lealdade; a
Mansidão – é o amor pacificando; a Temperança – é o amor equilibrando.
Portanto,
cada Fruto vem condicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na sua mais plena
manifestação, nada é sem o amor.
Podemos,
ainda, apresentar estas virtudes em três dimensões:
- Dimensão vertical
– relação com Deus: Amor, Alegria e Paz
- Dimensão horizontal
- relação com o próximo: Paciência, Benignidade e Bondade.
- Dimensão Interior
– relação consigo mesmo: Fidelidade, Mansidão e Temperança.
-------------------
Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo
Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos – A ação do
Espírito Santo na vida da Igreja.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. Os Dons do
Espírito Santo. PortalEBD_2007.
Ev. Caramuru Afonso
Francisco. O Fruto do Espírito Santo e o caráter cristão. PortalEBD_2005.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. O Fruto e os
Dons do Espírito. PortalEBD. 2005.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da
liberdade cristã.
Estudo edificante. Deus continue o abençoando
ResponderExcluir