1º Trimestre/2022
Texto Base: Lucas 1:21,22; Atos 2:1-4
“E todos
foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme
o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At.2:4).
Lucas 1:
21.E o povo
estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto se demorasse no
templo.
22.E, saindo
ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera alguma visão no templo. E
falava por acenos e ficou mudo.
Atos 2:
1.Cumprindo-se
o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2.E, de
repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu
toda a casa em que estavam assentados.
3.E foram
vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre
cada um deles.
4.E todos
foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme
o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos da Ação do Espírito Santo, na vida de Jesus, segundo o Evangelho
de Lucas e na Igreja, em Atos dos apóstolos. Os registros mostram que a unção
do Espírito Santo que repousava sobre Jesus também foi concedida à Igreja para
que ela proclame o evangelho em continuidade ao ministério de Jesus. Desde o
Pentecostes, o derramar do Espírito Santo permanece como modelo para a Igreja
de Cristo até agora. O Espírito Santo atua de maneira contínua e dinâmica para
salvação. Sem o Espírito Santo seria quase impossível um pecador se converter a
Cristo. Além de Ele atuar para convencer o pecador, o Espírito capacita o
pregador da mensagem, dando-lhe poder e manifestando sinais sobrenaturais para
confirmá-la. Assim como no início da Igreja, os crentes atuais precisam buscar
o Batismo no Espírito Santo como revestimento de poder do Alto para realizar a
obra de Deus e alcançar uma vida cristã vitoriosa.
I. O EVANGELHO DE LUCAS: O ESPÍRITO SANTO NO
MINISTÉRIO DE CRISTO
1. O Espírito Santo
no Evangelho
O evangelho de Lucas contém abundantes referências
ao Espírito Santo. Há pelo menos umas dezessete referências ao Espírito Santo nesse
evangelho, em comparação com doze em Mateus e seis em Marcos. Em Lucas é
descrito que Ele reveste o precursor do Messias (Lc.1:13,15); Ele é percebido
na vida de Zacarias e de sua esposa; Ele atuou na concepção de Jesus (Lc.1:35);
Ele é percebido na vida de Simeão ao conhecer o Messias antes de morrer
(Lc.2:25-22); Ele reaviva o dom da profecia (Lc.1:41,67; 2:25-27); Ele é o sinal
do Messias há muito esperado (Lc.4:1); Ele capacitou Jesus em sua obra (Lc.4:14;
5:17); Ele é o dom de Deus a seus filhos (Lc.11:13). Os discípulos deviam
aguardar "serem revestidos" pelo Espírito, e, sob seu poder, deviam,
então, sair a evangelizar o mundo (Lc.24:44-49; At.1:8). Enfim, no Evangelho de
Lucas vemos
a força do Espírito Santo em Jesus. Jesus
tinha a força do Espírito que o movia para a evangelização, sobretudo
aos mais carentes. Ele estava imerso pelo poder operador do Espírito Santo, e guiado por Ele, Jesus instruiu os
seus seguidores.
2. O Espírito Santo
e o batismo de Cristo
O batismo de Jesus é narrado nos quatro Evangelhos:
Mateus (3:13-17), Marcos (1:9-11), Lucas (3:21,22) e João (1:32-34). Isso, por
si só, constitui forte testemunho de sua importância e singularidade. Lucas
informa que, nesse momento, estando o Senhor orando, o céu se abriu (Lc.3:21) e
o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc.3:22a), e uma voz do
céu dizia: “Tu és o meu Filho amado” (Lc.3:22). A descida do Espírito e a voz
que identificava Jesus como Filho de Deus tinham como propósito marcar o início
do ministério público dEle (Lc.4:1,14,18). Esse evento foi o ato inaugural do
ministério público de Jesus, quando o Senhor se revelou ao povo de Israel como
o Messias, o Salvador do mundo. No batismo, Jesus mostrou que veio se identificar
com a humanidade pecadora, submetendo-se, como homem, ao cumprimento da vontade
de Deus. Por isso, batizou-se embora não tivesse pecado. Neste ato, Jesus foi
apresentado como o Filho amado do Pai (Mt.3:17) e Servo do Pai (Mt.3:17 cf.
Is.42:1).
3. O Espírito Santo
e a tentação de Cristo
Lucas Narra que, após o batismo, Jesus, cheio do
Espírito Santo (Lc.4:1a), foi impelido pelo Espírito ao deserto, e lá foi
tentado pelo Diabo durante quarenta dias (Lc.4:1b; 4:2a). Não foi o diabo que
arrastou Jesus para o deserto, foi o Espírito Santo quem levou (Mt.4:1) e
impeliu (Mc.1:12) Jesus ao deserto. O mesmo Espírito que desceu sobre Jesus
como uma pomba agora o impele para o deserto para ser tentado. O propósito
dessa batalha espiritual era para que Jesus não apenas tivesse a natureza
humana, mas também a experiência humana. O propósito era que Ele fosse não
apenas nosso paradigma, mas o nosso refúgio e consolador. O autor aos Hebreus esclarece:
“Por isso
mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e
para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo
sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados”
(Hb.2:17,18).
Jesus passou quarenta dias no deserto jejuando; mesmo
estando cheio do Espírito e sendo guiado pela Espírito, Ele foi tentado. Mesmo
jejuando, o diabo não se afastou dele. Mesmo ouvindo a voz do Pai dizendo que
Ele era seu Filho e seu deleite, o diabo o tentou. O fato de sermos filhos de
Deus cheios do Espírito Santo, e de estamos na prática da oração e do jejum não
nos isenta da tentação.
Segundo Hernandes Dias Lopes, a iniciativa da tentação
foi do próprio Deus. Não foi propriamente Satanás quem estava atacando Jesus; foi
Jesus quem estava invadindo o seu território. Jesus era quem estava empurrando
as portas do inferno. Satanás, nessa reação, foi fragorosamente derrotado. A
vitória do Senhor sobre a tentação demonstra que Ele estava capacitado para
cumprir o seu ministério. Cristo venceu o Diabo pelo poder do Espírito e da
Palavra de Deus (Lc.4:4,8,12,13). Mesmo cercado por feras e num lugar tão
hostil e desfavorável, Jesus triunfou sobre o Diabo.
4. O Espírito Santo
e a missão de Cristo
Após o triunfo de Jesus sobre o diabo, o Espírito
Santo, agora, o reveste de poder para dar início ao seu ministério na Galileia
(Lc.4:14). Ou seja, o mesmo Espírito que havia conduzido o Senhor ao
isolamento, para longe das pessoas (Lc.4:1), leva-o agora à cena pública, às
pessoas (Lc.4:14,15). Jesus, porém, não inicia seu ministério na Judeia, centro
nevrálgico da religião de Israel. Não dá o pontapé inicial em seu ministério de
ensino, cura e libertação na geografia sagrada da Judeia, onde estavam o
Templo, os escribas e os sacerdotes. Mas volta sua atenção para a desprezada
Galileia, região mais estigmatizada de Israel, pela forte influência gentílica
que recebia. A aceitação de Jesus foi entusiasmada: “sua fama correu por toda a
circunvizinhança” (Lc.4:14), sendo glorificado por todos” (Lc.4:15).
Após ministrar em alguns lugares, dirigiu-se para Nazaré
(Lc.4:15,16), cidade na qual fora criado e onde, provavelmente, trabalhou como
carpinteiro. Num sábado, ele foi à sinagoga, segundo o seu costume, e
levantou-se para ler as Escrituras Sagradas. Há muitas referências à presença
de Jesus nos cultos, mas somente esta referência de Lucas 4:16 nos conta que se
tratava de um hábito seu. Jesus, então, recebe o Livro do profeta Isaías e Ele mesmo
abre o Livro no exato lugar onde estava definida a sua missão. Mais uma vez é
ressaltado que o Espírito Santo estava sobre Ele e o ungiu para cumprir essa
sublime missão. Ao terminar a leitura, Jesus afirmou categoricamente que essa profecia
de Isaías estava se cumprindo nEle (Lc.4:21). Aqui, o Senhor declara que a
unção do Espírito qualifica seu ministério para evangelizar em cinco áreas:
“evangelizar os pobres” (Lc.4:18); “proclamar libertação aos cativos”
(Lc.4:18); “restaurar a vista aos cegos” (Lc.4:18); “libertar os oprimidos”
(Lc.4:18); e “apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc.4:19).
II. ATOS DOS APÓSTOLOS: O ESPÍRITO SANTO NO
MINISTÉRIO DA IGREJA
1. O Espírito Santo
em Atos
Depois de dar aos discípulos a grande comissão,
Jesus promete a eles poderosa capacitação, dizendo-lhes: “Eis que envio sobre
vós a promessa de meu Pai; permanecei na cidade, até que do alto sejais
revestidos de poder” (Lc.24:49). Jesus se refere a uma espera obediente,
perseverante e cheia de expectativa. Essa promessa do Pai é o batismo no
Espírito Santo (Atos 1:4-8). Os discípulos receberiam poder ao descer sobre
eles o Espírito Santo (Atos 1:8). Essa promessa cumpriu-se no Pentecostes,
quando o Espírito foi derramado sobre eles, que ficaram cheios do Espírito (Atos
2:1-4).
“Portanto, Atos registra a ação do Espírito na inauguração
histórica da Igreja como agência de Cristo. Trata-se da continuação da obra de
Jesus por meio dos discípulos capacitados pelo Espírito Santo” (Atos 2:38). Hernandes
Dias Lopes argumenta que a capacitação precede a ação. Citando Barclay, afirma:
”há um momento para esperar em Deus e um momento para trabalhar para Deus”. Citando
Anthony Ash, afirma que a ordem era: “espere Deus agir e depois vá! Atue no
poder dele!”. Primeiro Jesus envia o Espírito Santo à Igreja, depois ele envia
a Igreja ao mundo.
2. A promessa
cumprida no Pentecostes
Jesus fez uma promessa e ela se cumpriu. Aliás, o
batismo no Espírito Santo remonta a profecia de Joel (Jl.2:28). Cristo a
ratificou como sendo “a promessa do Pai” (Atos 1:4). O cumprimento se deu no
dia de Pentecostes (Atos 2:1). Como nada que ocorre nas Escrituras e, por
conseguinte, no plano de Deus ao homem, é por acaso, é sem propósito, também
não é coincidência nem muito menos um acidente que a promessa do derramamento
do Espírito Santo tenha se cumprido no dia de Pentecostes, uma das três mais
importantes festas judaicas, ao lado da Páscoa e da Festa dos Tabernáculos
(Ex.23:14-19). A própria festa de Pentecostes, também chamada de “festa da sega
dos primeiros frutos” (Ex.23:16), “festa das semanas” (Dt.16:16) ou “festa das
primícias (Ex.34:22), já era uma figura que apontava para o próprio
derramamento do Espírito Santo.
No momento do cumprimento da promessa, os discípulos
foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas. Lucas descreve esse
maravilhoso evento de forma clara (Atos 2:1-4):
“Cumprindo-se
o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente,
veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa
em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que
de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem”.
·
O derramamento do Espírito veio como um som (Atos 2:2). Não foi
barulho, algazarra, falta de ordem, histeria, mas um “som” do Céu. A palavra
grega “echos”, usada aqui, é a mesma usada em Lucas 21:25 para descrever
o estrondo do mar. O derramamento do Espírito Santo foi um acontecimento audível,
verificável, público, reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto
atraiu grande multidão para ouvir a Palavra de Deus.
·
O derramamento do Espírito veio como um vento (Atos
2:2). O Espírito veio em forma de vento para mostrar sua
soberania, liberdade e inescrutabilidade. Assim como o vento é livre, o
Espírito sopra onde quer, da forma que quer, em quem quer. O Espírito sopra
onde jamais sopraríamos e deixa de soprar onde gostaríamos que ele soprasse.
Como o vento, o Espírito é soberano. Ele sopra no templo, na rua, no hospital,
no campo, na cidade, nos ermos da terra, na hora do batismo nas águas. Quando
ele sopra, ninguém pode detê-lo. As pessoas podem até medir a velocidade do
vento, mas não podem mudar o seu curso. Como o vento, o Espírito também é
misterioso - ninguém sabe donde vem nem para onde vai. Seu curso é livre e
soberano. Deus não se submete à agenda das pessoas nem se deixa domesticar.
·
O derramamento do Espírito veio em línguas de fogo (Atos
2:3). O fogo é símbolo
do Espírito Santo. Deus se manifestou a Moisés na sarça em que o fogo ardia e não
se consumia (Êx.3:2). Quando Salomão consagrou o templo ao Senhor, desceu fogo
do Céu (2Cr.7:1). No Carmelo, Elias orou, e o fogo desceu (1Rs.18:38,39). Deus
é fogo. Sua Palavra é fogo. Ele faz dos seus ministros labaredas de fogo. Jesus
batiza com fogo. E o Espírito Santo desceu em línguas como de fogo.
A “promessa do Pai”, que foi anunciada pelo Filho
(At.1:4), é dirigida à Igreja e, por isso, perdurará durante toda a dispensação
da graça como algo que estará à disposição de todos quantos pertencem ao corpo
de Cristo.
3. A expansão da
Igreja Primitiva
A partir do batismo no Espírito Santo, os discípulos
começaram a pregar pelo poder do Espírito, e a Igreja cresceu geometricamente,
e se expandiu por todo o mundo de então, chegando até nós. Logo no primeiro
sermão, Pedro anunciou Cristo com intrepidez, e quase 3.000 almas se
converteram (Atos 2:36,38,41). Depois disso, muitas maravilhas e sinais eram
operados, e as almas eram alcançadas (Atos 2:43,47), e a Igreja crescia muito
(Atos 5:14) – “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como
mulheres, crescia cada vez mais” (At.5:14).
Desde o dia de Pentecostes, quando, após a pregação
de Pedro, quase três mil almas se converteram (At.2:41), o aumento do número de
salvos saltou para aproximadamente cinco mil, após o milagre da cura do coxo da
porta Formosa do templo (At.4:4). Nota-se que, por seguidas vezes, Lucas
registra o crescimento como uma marca da Igreja. Deste modo, não se pode negar que
o crescimento é um elemento que deve constar dos objetivos e alvos de todos
quantos estão a fazer a obra do Senhor, visto que o trabalho do Espírito Santo
produz, sim, aumento do número de pessoas convertidas a Cristo Jesus, não
havendo como se impedir que isto se verifique, pois se trata de um trabalhar
divino, trabalho este que ninguém pode impedir (Is.43:13). O pr. Douglas lembra
bem o seguinte mover do Espírito Santo na vida dos apóstolos: “Felipe, na
virtude do Espírito, pregou em Samaria, e vidas foram salvas (At.8:5-13).
Cornélio e sua casa receberam o Evangelho pelo mover do Espírito (At.10:24-29).
Paulo, cheio do Espírito, alvoroçou o mundo, e milhares de almas foram salvas e
curadas pela pregação do Evangelho (At.9:15,17; 17:6; 19:10; 24:5). Esses
relatos demonstram a ação do Espírito Santo na propagação do Reino de Deus”.
O propósito principal do batismo no Espírito Santo
é, precisamente, fazer com que o crente possa ser Sua testemunha; é o que
verificamos no texto de At.1:8 - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. Alguém só pode ser
testemunha de alguém se tiver presenciado o fato, se conhecer a pessoa ou a sua
vida e obra. Como poderia um crente falar a respeito do amor e do poder de
Deus, se não os presenciasse, se não os vivenciasse? Somente o crente batizado no
Espírito Santo é testemunha plena e completa da obra de Deus através de Jesus
Cristo, pois não só desfruta do amor de Deus, pois é salvo, como também é envolvido
pelo poder de Deus através do revestimento de poder.
III. UM MODELO PENTECOSTAL PARA A IGREJA DE NOSSOS
DIAS
1. O revestimento
de poder do alto
O Batismo no Espírito Santo é o revestimento e
derramamento de poder do Alto para o ingresso do crente numa vida de mais
profunda adoração e eficiente serviço para Deus - “Mas recebereis a virtude do
Espírito Santo, que há de vir sobre vós...” (Atos 1:8). O crente batizado no Espírito
Santo goza do privilégio de uma comunhão mais profunda com Deus (1Co.4:26), de
uma vida de oração mais poderosa, de uma vida mais vitoriosa (Atos 6:8-10), de maior
capacidade para entender a Palavra de Deus, pode suportar as provações e as
tentações com mais facilidade. Em vista disso, a exemplo dos primeiros
cristãos, a Igreja contemporânea deve buscar com insistência o revestimento de
poder (Lc.11:13), pois esta experiência é para todos os salvos, em todas as
épocas (Atos 2:38,39).
É válido ressaltar que o batismo no Espírito Santo é
uma experiência distinta da Salvação. A salvação vem pela fé em Cristo e não
pelo batismo no Espírito. Portanto, todos aqueles que foram salvos em Cristo -
sejam eles pentecostais, ou não, foram eles batizados no Espírito Santo, ou não
-, têm o Espírito Santo, e foram batizados no Corpo de Cristo (1Co.12:13) – “Pois
todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito”. Quem não tem o
Espírito não é cristão (Rm.8:9) – “Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.
2. As línguas como
evidência inicial
Lucas apresenta as línguas como evidência da vinda
do Espírito. No dia de Pentecostes, Pedro declarou que as línguas dos discípulos
serviram de sinal (Atos 2:3,4) - “E todos foram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem” (Atos 2:4). As línguas estabeleceram o fato de que eles, os
discípulos de Jesus, eram proclamadores do fim dos tempos, sobre os quais Joel
profetizou. As línguas também marcaram a chegada dos últimos dias (Atos 2:17-21)
e serviram para estabelecer o fato de que Jesus ressuscitara e é o Senhor de
tudo e de todos (Atos 2:33-36).
Neste glorioso fenômeno do Pentecostes, Deus rompeu
a barreira da língua e os judeus de diversas partes do mundo puderam ouvir os discípulos
falando em sua própria língua materna. Essas “outras línguas” eram dialetos
conhecidos e falados pelos judeus que habitavam diversas regiões do Império Romano,
e estavam em Jerusalém para participarem da festa de Pentecostes.
O apóstolo Pedro aborda a questão da “glossolalia”
de Atos 2 e diz que não foi consequência de uma intoxicação ou embriaguez (Atos
2:13). Os discípulos não perderam suas funções físicas e mentais; foi um fenômeno
tanto de fala como de audição. Não foram sons incoerentes, mas uma habilidade sobrenatural
para falar em línguas reconhecíveis. Assim, a expressão “outras línguas” poderia
ser traduzida por “línguas diferentes da sua língua materna”. Os discípulos falaram
línguas que ainda não haviam aprendido. Essas “outras línguas”, portanto, são conhecidas
como “glossolalia”, e elas evidenciam externa, física e inicialmente o batismo
no Espírito Santo.
3. A plenitude do
Espírito Santo
A Promessa de ser batizado no Espírito Santo é para toda
a Igreja, e isso engloba todos os crentes em Cristo em todos os lugares e em
todas as épocas até à volta de nosso Senhor (At.2:16-21). O profeta Joel havia
profetizado que o Espírito Santo seria derramado sobre toda a carne (Jl.2:28-32).
Esse derramamento do Espírito quebraria barreiras e romperia o preconceito sexual
(filhos e filhas), etário (jovens e velhos) e social (servos e servas) (Atos
2:17,18). A profecia de Joel teve um cumprimento no Pentecostes, iniciando
assim a dispensação do Espírito, mas a efusão é contínua até “o grande e glorioso
dia do Senhor” (Atos 2:20).
O apóstolo Paulo nos ordena a sermos cheios do
Espírito Santo (Ef.5:18). É o Espírito Santo que nos convence do pecado; é Ele quem
opera em nós o novo nascimento; é Ele quem nos ilumina o coração para
entendermos as Escrituras; é Ele quem nos consola e intercede por nós com
gemidos inexprimíveis; é Ele quem nos batiza no corpo de Cristo; é Ele quem
testifica com o nosso Espírito que somos filhos de Deus; é Ele quem habita em
nós. Todavia, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado no Espírito,
habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e estar ainda sem a plenitude do
Espírito. Aquele que já tem o Espírito, que é batizado no Espírito, deve agora,
ser cheio do Espírito.
CONCLUSÃO
O evangelho completo, sem restrições, inteiramente
assumido como verdade atual só é possível para quem crê na atualidade da operação
do Espírito Santo, o que só é possível dentro da aceitação das doutrinas bíblicas
pentecostais. Somente a admissão do “derramamento do Espírito Santo” como uma
realidade atual poderá dizer que cremos na Bíblia e que a praticamos.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo
e Novo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Norman L Geisler. Introdução geral à Bíblia. Vida
Nova.
Pr. Douglas Baptista. A Supremacia das Escrituras –
A inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD.
Pr. Ezequias Soares. “Os doze Profetas Menores – Advertências
e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo”. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Promessa do Batismo
no Espírito Santo. PortalEBD_2007.
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