4º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 05
Texto Base: Atos 2:1-8, 14-18
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1:8).
Atos 2:1-8, 14-18
1.Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar;
2.e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3.E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais
pousaram sobre cada um deles.
4.E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5.E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas
as nações que estão debaixo do céu.
6.E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa,
porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7.E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê!
Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8.Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos
nascidos?
14.Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e
disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto
notório, e escutai as minhas palavras.
15.Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta
a terceira hora do dia.
16.Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17.E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos;
18.e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas
servas, naqueles dias, e profetizarão.
INTRODUÇÃO
A perspectiva pentecostal de missões é caracterizada por uma ênfase
significativa na experiência do Espírito Santo e evangelismo vigoroso, buscando
compartilhar sua fé com outros, tanto localmente quanto em contextos
transculturais. Crê na experiência espiritual chamada "batismo no Espírito
Santo", marcada por sinais externos como falar em línguas, profecia e
outros dons espirituais; essa experiência capacita os crentes para um serviço
mais eficaz e para realizar missões de maneira poderosa. Muitas vezes se
envolve em missões transculturais que envolvem pioneirismo, ou seja, estabelecimento
de igrejas em áreas onde o cristianismo ainda não está presente ou é pouco representado.
Em resumo, a perspectiva pentecostal de missões é enraizada na
experiência do Espírito Santo, nas manifestações carismáticas, no evangelismo
dinâmico, no pioneirismo e na plantação de igrejas, na busca pela transformação
social e na importância do jejum, da oração e da manifestação dos dons espirituais.
Esses elementos estão intrinsecamente ligados à teologia e à prática do
movimento pentecostal.
Nesta lição, estudaremos algumas características que marcam o trabalho
pentecostal em Missões, uma marca da obra do Espírito Santo nestes últimos
dias.
I. UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES
1. Somos evangélicos
Eu não diria que somos evangélicos, e sim que somos seguidores de Cristo
Jesus; somos cristãos de fato, ou seja, seguidores de Cristo em seu em sentido
restrito, isto é, parecidos com Ele. Neste aspecto, historicamente, o cristão evangélico
é conhecido como alguém que enfatiza:
a) O compromisso pessoal com Jesus (Novo Nascimento). O "novo nascimento" é
central para a experiência evangélica, marcando a transformação espiritual e
pessoal na vida de um indivíduo. Esse compromisso pessoal com Jesus Cristo é um
ponto de partida crucial para a fé cristã-evangélica. Ao aceitar a salvação e
seguir a Jesus, uma pessoa experimenta uma mudança radical em sua vida,
recebendo perdão, redenção e um novo propósito.
b) A autoridade Bíblica. A autoridade da Bíblia é uma pedra angular do evangelicalismo. Os cristãos
evangélicos entendem que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus e a fonte
definitiva de orientação e verdade espiritual. Creem que ela é inerrante e
infalível em questões de fé, prática e moral. Os cristãos evangélicos, em
geral, buscam viver de acordo com os ensinamentos e princípios bíblicos em
todas as áreas de suas vidas.
c) O apelo de anunciar a Cristo em cumprimento à Grande Comissão de Cristo. A missão de proclamar o evangelho de
Cristo é um chamado essencial para os cristãos evangélicos. É uma prática
central e uma expressão natural do compromisso pessoal com Jesus. Isso pode
ocorrer através de testemunho pessoal, pregação, ações benevolentes e diversas
outras formas de comunicação da mensagem cristã.
Esses três princípios comuns unem os cristãos evangélicos, ou seja, os
crentes em Cristo, em uma abordagem de fé e prática centrada na pessoa de Jesus
Cristo, na orientação da Bíblia e no desejo de compartilhar o evangelho com todas
as pessoas, em todo o mundo. Esses princípios, também, moldam a forma como os cristãos
evangélicos interagem com questões culturais, sociais e éticas, influenciando
suas perspectivas sobre a vida, a moral e o papel da igreja na sociedade.
2. Somos pentecostais
Ser pentecostal enfatiza a experiência direta e pessoal do Espírito
Santo, conforme vivida pelos discípulos no dia de Pentecostes e ao longo da
história da igreja. No início do século XX esse movimento teve forte influência
e tem crescido significativamente em todo o mundo.
A experiência do Espírito Santo é o cerne da identidade pentecostal.
Isso inclui a busca pelo batismo no Espírito Santo, muitas vezes evidenciado
por manifestações como falar em línguas, profecias e curas. Essa experiência
fortalece os crentes para o serviço cristão e proporciona uma comunhão mais
profunda com Deus.
A convicção pentecostal sobre a importância do evangelismo e missões é
forte. Os pentecostais veem a propagação do evangelho como uma prioridade e
estão envolvidos em missões ao redor do mundo, plantando igrejas e
compartilhando a mensagem de salvação.
Os pentecostais enfatizam uma vida de santidade e separação do mundo. São
cônscios de que o Espírito Santo ajuda os crentes a viverem vidas que honram a
Deus, demonstrando amor, honestidade, humildade e integridade em todos os
aspectos da vida cotidiana.
Em resumo, ser pentecostal é estar imerso em uma fé vibrante, centrada
na experiência do Espírito Santo, na busca pela santidade e no desejo de
compartilhar o evangelho com todos aqueles que ainda não o experimentaram. A
vivacidade do movimento pentecostal é evidente em sua adoração, compromisso
missionário e busca pela presença e orientação contínuas do Espírito Santo.
3. Contribuições Pentecostais às Missões
Os pentecostais têm uma forte ênfase na evangelização e na plantação de
igrejas em regiões onde o cristianismo ainda não foi amplamente anunciado.
Somos cônscios de que é crucial levar o Evangelho a todos os cantos do mundo,
especialmente em áreas onde o cristianismo é pouco conhecido ou inexistente, e
o Espírito Santo é vital nesse processo, capacitando os missionários a superar
barreiras culturais, linguísticas e espirituais que possam surgir. Nesse
sentido, o sucesso das missões pentecostais está ligado diretamente ao “lugar”
que damos ao Espírito Santo, um lugar semelhante ao que os crentes do Novo
Testamento deram em Atos dos Apóstolos (Atos 16:6-10). Sem dúvida, para o êxito
das Missões evangelísticas são indispensáveis a presença e o poder do Espírito;
sem Ele é infrutífero qualquer esforço na evangelização.
II. A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES
1. A causa da obra missionária da primeira
igreja
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes é um evento
significativo na história do Cristianismo e teve um impacto profundo no início
e na propagação da obra missionária da primeira igreja. O relato desse evento é
encontrado no livro de Atos, no Novo Testamento.
No dia de Pentecostes, que ocorreu cinquenta dias após a Páscoa, os
discípulos estavam reunidos em Jerusalém, conforme a tradição judaica. Nesse
dia, o Espírito Santo desceu sobre eles em forma de línguas de fogo,
capacitando-os de maneira extraordinária. Eles foram revestidos de coragem,
sabedoria e poder para compartilhar a mensagem do evangelho de Jesus Cristo com
ousadia e clareza. Esse evento marcou o início da expansão da igreja cristã,
pois os discípulos começaram a pregar em línguas diferentes, alcançando um
público diversificado e multicultural que estava em Jerusalém naquele momento.
As pessoas que ouviram a mensagem ficaram perplexas, pois podiam entender os
discípulos em suas próprias línguas nativas. O impacto dramático da pregação no
dia de Pentecostes resultou na conversão de cerca de três mil pessoas (Atos
2:41). Esse crescimento rápido foi o início da expansão da igreja e do alcance
global do evangelho.
O Espírito Santo capacitou os discípulos com coragem e poder para
testemunhar sobre Jesus Cristo, superando o medo e a hesitação que poderiam ter
sentido anteriormente. Ali começou o poderoso movimento de Missões. Nesse
sentido, os oito primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos explicam a razão
desse crescimento: antes de sair para alcançar as nações com o Evangelho, os
discípulos deveriam estar revestidos de poder (Atos 1:4).
Portanto, a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi um
momento crucial na história da igreja primitiva, impulsionando a missão de
propagar a mensagem do evangelho a todas as nações e estabelecendo os alicerces
para a transformação espiritual e social que o cristianismo trouxe ao mundo.
2. A expansão missionária da Primeira Igreja
Após a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes e a capacitação
dos discípulos, a obra missionária da igreja no primeiro século foi marcada por
uma expansão notável além das fronteiras de Israel. Esse período foi crucial
para o crescimento e estabelecimento do Cristianismo como uma fé global. Aqui
estão alguns aspectos relevantes dessa expansão missionária:
a) Testemunho poderoso e efeito transformador. Os discípulos, cheios do Espírito
Santo, testemunharam com poder e autoridade a respeito de Jesus Cristo. Seu
testemunho era convincente e muitas vidas foram transformadas, levando a um
aumento rápido no número de convertidos.
b) Missão além das fronteiras de Israel. Guiados pelo Espírito Santo, os discípulos
começaram a levar a mensagem do evangelho para além de Isael, alcançando
regiões vizinhas e eventualmente outras partes do Império Romano.
c) Perseguições e Diáspora. Perseguições e conflitos internos, como a perseguição liderada por
Saulo (que se tornou o apóstolo Paulo), levaram os cristãos a se dispersarem.
Isso resultou na disseminação do Evangelho, pois muitos discípulos fugiram e
compartilharam sua fé em Cristo onde quer que fossem.
d) Viagens Missionárias de Paulo. O apóstolo Paulo desempenhou um papel fundamental na expansão
missionária. Suas três principais viagens missionárias, registradas no livro de
Atos, o levaram a diversas cidades e regiões, onde ele estabeleceu igrejas e pregou
o Evangelho aos judeus e gentios.
e) Estabelecimento de Igrejas. Os discípulos não apenas pregaram o Evangelho, mas também estabeleceram
igrejas em várias cidades e regiões. Essas igrejas serviram como centros de
adoração, ensino e crescimento espiritual.
f) Epístolas e escritas do Novo Testamento. Além das pregações, os apóstolos,
incluindo Paulo, escreveram Cartas e Epístolas às novas igrejas, fornecendo
orientação, ensinamento e encorajamento, consolidando a fé e a prática cristã.
g) Tolerância e rejeição. A mensagem cristã foi muitas vezes recebida com tanto entusiasmo quanto
resistência. Alguns lugares receberam os apóstolos calorosamente, enquanto
outros os rejeitaram, mas essa diversidade de reações não impediu a expansão da
fé cristã.
h) O desejo missionário atingiu a homens e mulheres. Embora o Livro de Atos destaque a atuação do apóstolo Paulo,
considerado o maior missionário da Igreja Primitiva (1Co.16:8,9), pois ele
estabeleceu igrejas nas quatro províncias romanas (Galácia, Macedônia, Acaia e
Ásia), também estão registrados trabalhos importantes de outros homens e
mulheres de Deus, tais como: Barnabé, Pedro, Silas, Filipe, João Marcos, Apolo,
Áquila, Priscila etc. Nesse aspecto, podemos dizer que o diácono-evangelista
Filipe foi o primeiro missionário transcultural enviado a pregar para um
africano (Atos 8:26-30).
Essa expansão missionária foi fundamental para a disseminação do
cristianismo além dos termos de Israel, moldando a fé cristã e a cultura em
todo o Império Romano e, eventualmente, em muitas partes do mundo. A coragem,
dedicação e orientação do Espírito Santo capacitaram os discípulos a
compartilhar a mensagem redentora de Jesus Cristo e estabelecer as bases para a
fé cristã global que conhecemos hoje.
3. “Deus não faz acepção de pessoas”
Todos os seres humanos são alvos do amor de Deus (Atos 10:34,35; 11:17,18).
Certa feita, Pedro teve uma visão na qual Deus lhe mostrou uma série de animais
considerados impuros pela lei judaica. A mensagem da visão era que Deus não
considera impuro o que Ele purificou. Logo após essa visão, Pedro foi chamado a
pregar o Evangelho a Cornélio, um centurião romano, e sua família. Os gentios,
até então considerados impuros pelos judeus, receberam o Espírito Santo da
mesma forma que os judeus crentes. Esse evento foi revolucionário para a
compreensão da graça de Deus e da universalidade da mensagem do Evangelho.
Pedro percebeu que Deus não faz discriminação entre judeus e gentios quando se
trata de oferecer Sua graça e salvação. Ele expressou isso claramente ao
afirmar que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34,35). Isso significava
que a salvação estava disponível a todas as pessoas, independentemente de sua
origem étnica, status social ou quaisquer outras distinções humanas. Essa
compreensão fundamental teve implicações profundas na expansão do Cristianismo,
levando os primeiros cristãos a superar barreiras culturais e étnicas para pregar
a mensagem de Cristo a todas as pessoas, e todos os lugares.
Paulo, outro apóstolo influente, ampliou essa mensagem, afirmando que,
em Cristo Jesus, não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher;
todos são um em Cristo (Gl.3:28).
O apóstolo João relata que Deus se interessa pela salvação de todos os
homens (Ap.5:9; 7:9). Com esse entendimento a respeito da natureza ilimitada do
plano de salvação de Deus para os homens, e impulsionada pelo Espírito Santo, a
Missão da Primeira Igreja atingiria a escala mundial.
Essa verdade continua sendo um dos princípios centrais do Cristianismo e
molda a maneira como os cristãos são chamados a viver e compartilhar a fé.
Enfatiza que o amor e a salvação de Deus estão disponíveis para toda a
humanidade, independentemente de quaisquer diferenças externas, e incentiva a
inclusão, a justiça social e a busca pela unidade e reconciliação entre as
pessoas. É um chamado para espelhar o amor inclusivo e sem preconceitos de Deus
em nossas vidas e em nossa interação com os outros.
III. A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA
MISSIONÁRIA
1. A função do Espírito na obra missionária
Dentre as muitas funções do Espírito Santo estão as de ungir, inspirar,
separar e enviar homens e mulheres para os quatro cantos da terra como
missionários do Senhor. Por isso, a obra missionária é uma tarefa ligada à ação
exclusiva do Espírito Santo.
-A unção do Espírito Santo capacita os missionários,
conferindo-lhes habilidades, sabedoria e poder espiritual para enfrentar os
desafios e alcançar as pessoas de maneira eficaz.
-A inspiração divina guia suas estratégias,
mensagens e ações, garantindo que estejam alinhadas com a vontade de Deus e o
propósito da missão.
-A separação pelo Espírito Santo indica a
consagração dos missionários para esse serviço específico, marcando-os como
enviados de Deus para cumprir a Grande Comissão.
-O envio pelo Espírito Santo é a comissão divina que
impulsiona os missionários a irem além de suas fronteiras, levando o Evangelho
a todos os cantos da Terra. Essa compreensão ressalta a centralidade da
orientação divina na missão de espalhar o Evangelho por todo o mundo.
Essa perspectiva enfatiza a dependência da obra missionária da liderança
e orientação do Espírito Santo, reconhecendo que o êxito e o impacto genuíno na
disseminação da fé estão intrinsecamente ligados à submissão e cooperação com a
direção divina. É uma chamada para confiar no Espírito Santo como o verdadeiro
impulsionador da missão e abraçar humildemente seu papel na obra global de
reconciliação e transformação que Deus busca realizar através da proclamação do
Evangelho.
Portanto, a obra missionária é uma tarefa ligada à ação exclusiva do
Espírito Santo. Logo no início da Igreja, em determinada ocasião, o Espírito
Santo não permitiu que os apóstolos ficassem envolvidos com problemas sociais e
quaisquer outras atividades que não fosse a evangelização (Atos 6:1-4).
De acordo com este texto, os apóstolos enfrentaram um desafio interno na
comunidade cristã em Jerusalém relacionado à distribuição equitativa de
alimentos entre os membros. Diante desse problema, os apóstolos perceberam que
não seria adequado para eles se envolverem diretamente nesse aspecto das
questões sociais, pois sua principal tarefa era a pregação do Evangelho e a
oração. Eles decidiram, então, selecionar sete homens cheios do Espírito Santo
para serem encarregados da administração das necessidades sociais da
comunidade, permitindo que os apóstolos se concentrassem na oração e no
ministério da Palavra. Isso ressalta a importância da delegação de
responsabilidades para que a missão principal não fosse comprometida. Atos
6:1-4 enfatiza que, embora os problemas sociais fossem importantes e
necessários para a comunidade cristã, os apóstolos reconheceram a necessidade
de priorizar a evangelização e o ensino da Palavra de Deus, enquanto garantiam
que outras necessidades fossem atendidas por outros membros da comunidade. Essa
abordagem permitiu que a mensagem do Evangelho fosse disseminada eficazmente
enquanto as necessidades sociais também eram atendidas.
2. O Espírito Santo capacita para a obra
O Espírito Santo desempenha um papel central na escolha, capacitação e
envio de missionários para espalhar as Boas-Novas de salvação ao redor do mundo.
Os textos de Atos 7:29; 13:2 e 20:8, por exemplos, mostram a importância da
ação do Espírito Santo na obra missionária, desde a escolha dos indivíduos até
sua capacitação e comissionamento. É o Espírito Santo quem capacita os
missionários com dons e habilidades necessários para enfrentar os desafios da
missão, orientando-os em sua jornada e garantindo que estejam alinhados com a
vontade divina.
§ Atos 8:29 - Neste versículo, o Espírito
Santo instrui Filipe a se aproximar da carruagem onde o eunuco etíope estava
lendo as Escrituras. Isso demonstra a ação do Espírito Santo ao direcionar um
indivíduo específico para uma situação missionária, indicando que o Espírito
desempenha um papel na seleção e direcionamento de missionários para suas
tarefas.
§ Atos 13:2 - Aqui, em Antioquia, o
Espírito Santo instrui a comunidade cristã a separar Barnabé e Saulo para a
obra missionária à qual foram chamados. Esse evento ressalta a influência
direta do Espírito Santo na seleção e comissionamento de missionários,
indicando que a escolha dos indivíduos e seu envio para a obra missionária é
guiada pelo Espírito Santo.
§ Atos 20:28 – Aqui, Paulo, ao se
despedir dos líderes da igreja de Éfeso, exorta-os a pastorear a igreja,
lembrando-lhes que o Espírito Santo os havia colocado como bispos para cuidar
da congregação. Isso enfatiza a responsabilidade dos líderes da igreja de serem
guiados pelo Espírito Santo na condução e pastoreio do povo de Deus.
Complementando a estes textos, em Atos 16:4-7 temos uma revelação clara
de como o Espírito Santo deseja que a ação missionária seja realizada. Nesta
passagem, Paulo e Silas estão em uma jornada missionária e viajam por várias
cidades, levando as decisões tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, as
quais foram orientadas pelo Espírito Santo. Aqui, vemos a importância de seguir
as orientações e direcionamentos do Espírito Santo durante a missão. O Espírito
não apenas direciona individualmente os missionários, mas também guia a Igreja
como um todo na tomada de decisões que afetam a missão.
Nesse sentido, o Espírito Santo também é o instrutor dos ministros da
Palavra de Deus no exercício da proclamação da mensagem no campo missionário.
Em 1Corintios 2:1-18, Paulo, ao escrever para os crentes dessa Igreja, destaca
a importância da sabedoria que vem do Espírito Santo na proclamação do
evangelho. Ele salienta que sua pregação não se baseia na sabedoria humana, mas
na demonstração do Espírito e do poder de Deus. Paulo enfatiza que os ministros
da Palavra de Deus necessitam da sabedoria que vem do Espírito para comunicar
eficazmente as verdades do evangelho. Isso ressalta a dependência dos
missionários no Espírito Santo para a adequada proclamação da mensagem em contextos
missionários diversos e muitas vezes desafiadores.
Esses textos reforçam a verdade de que o Espírito Santo é fundamental
para o sucesso e a eficácia da missão cristã. Ele orienta na seleção e envio de
missionários, bem como na proclamação da mensagem do evangelho. Sua sabedoria e
orientação capacitam os ministros da Palavra a comunicar a mensagem de salvação
de maneira relevante e impactante, alcançando vidas e transformando
comunidades. Assim, a missão se torna não apenas um empreendimento humano, mas
um processo divinamente orientado e capacitado, visando a glória de Deus e a
salvação das pessoas. Tanto o ministério público de Jesus quanto o ministério
público da Igreja Primitiva foram iniciados sob a experiência do Espírito
Santo.
3. Deus age por meio do Espírito Santo
A atuação do Espírito Santo é vital para levar a mensagem do evangelho
de maneira compreensível e eficaz para as pessoas de diferentes culturas. Ele
capacita os missionários a superar barreiras linguísticas e culturais,
garantindo que a mensagem seja transmitida de forma impactante e compreensível,
tocando os corações e mentes das pessoas.
O Espírito Santo é o agente de transformação nas vidas das pessoas e nas
comunidades. Ele capacita os convertidos a viverem vidas transformadas e a
serem testemunhas eficazes do poder do evangelho. A igreja, quando guiada pelo
Espírito Santo, é um "celeiro de evangelismo", onde os crentes são
capacitados a compartilhar a fé de maneira autêntica e impactante, resultando
em uma maior disseminação do evangelho.
O Pr. Wagner Gaby cita a obra “Verdades Pentecostais”, do pr. Antônio
Gilberto, onde ele descreve a assistência do Espírito Santo na obra
missionária. Ele mostra que o Espírito Santo escolhe, envia, capacita e
direciona os evangelizadores. É o que observamos no livro dos Atos dos
Apóstolos, quando o Espírito Santo age na vida da Igreja. Ali, fica claro que o
Deus da Bíblia não é o deísta, isto é, impessoal, que se encontra longe do seu
povo, mas Ele intervém de modo que deseja estabelecer um relacionamento vivo
com a sua Igreja pelo poder ativo do Espírito Santo (Atos 17:28-30). Isto é
pura verdade! A visão apresentada na Bíblia é definitivamente contrária à visão
de um Deus deísta, que é impessoal e distante de Sua criação. O Deus descrito
na Bíblia é pessoal, interventor e deseja estabelecer um relacionamento vivo e
ativo com Seu povo, especialmente por meio da atuação direta do Espírito Santo.
O trecho de Atos 17:28-30 reflete essa visão ao afirmar que "Nele
vivemos, nos movemos e existimos" - indicando a proximidade e a presença
constante de Deus em nossas vidas. Além disso, o texto fala sobre Deus não
apenas como o Criador, mas também como Aquele que deseja que as pessoas O
busquem, reconheçam Sua presença e encontrem um relacionamento significativo
com Ele.
O Espírito Santo, como Terceira Pessoa da Trindade, é uma manifestação
desse desejo de Deus de se relacionar de maneira íntima e ativa com Sua igreja.
O Espírito Santo é descrito nas Escrituras como aquele que consola, guia,
ensina, capacita, intercede e habita nos crentes (João 14:16-17, Romanos 8:26,
1Coríntios 3:16). Sua presença é vital para a vida cristã, influenciando a
maneira como os crentes vivem, amam, servem e compartilham a mensagem do
evangelho.
CONCLUSÃO
Enfim, para os pentecostais, o Espírito Santo é indispensável à tarefa
da obra missionária. Portanto, todo projeto missionário na Igreja de nosso
tempo deve levar em conta a dependência da Pessoas do Espírito Santo para
dirigir o início, o meio e o final de cada projeto evangelístico e pastoral. Assim
ocorreu no ministério terreno de Jesus, bem como no ministério terreno da
Igreja Primitiva. E é essa presença gloriosa e efusiva da Pessoa do Espirito
Santo que garante o êxito e eficácia da obra missionária neste século XXI.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão
máxima da Igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito
Santo na vida da igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a Carta da
liberdade cristã.
Muito agradecida pela excelente explicação! Tem me ajudado muito na compreensão das lições! Gratidão sempre! Deus te abençoe abundantemente.
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