domingo, 4 de março de 2018

Aula 10 – DÁDIVA, PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES NA NOVA ALIANÇA


1º Trimestre/2018

Texto Base: Hebreus 10:1-7, 22-25

"Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa" (Hb.10:22).

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo da Epístola aos Hebreus, estudaremos nesta Aula o capítulo 10. Neste capítulo, o autor de Hebreus faz lembrar e reforça os argumentos anteriormente expostos sobre a singularidade e a eficácia da obra expiatória de Jesus Cristo. Tendo feito isso, ele destaca inúmeros privilégios que a Nova Aliança oferece a todos aqueles que creem no sacrifício de Jesus e buscam se achegar a Deus. “Mediante a fé em Jesus fomos justificados e regenerados, e hoje temos livre acesso à presença do Pai. Com certeza, este é o maior benefício que nos foi concedido pelo Senhor. Todos os benefícios da Nova Aliança só se tornaram possíveis mediante a obra expiatória de Jesus Cristo, pois na Antiga Aliança somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez no ano no Dia da Expiação. Hoje, por meio do sacrifício perfeito e eterno de Cristo, temos livre acesso à presença de Deus. Este é um grande privilégio que conduz a uma grande responsabilidade. Como crentes jamais devemos negligenciar a Nova Aliança menosprezando a graça de Deus”.

I. A DÁDIVA DA NOVA ALIANÇA

1. Uma única oferta. “Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb.10:12). Na Antiga Aliança, o motivo básico dos sacrifícios é a substituição e seu fim é a expiação. O pecado é sumamente grave porque é contra Deus. Além do mais, Deus "é tão puro de olhos que não pode ver o mal" (Hc.1:13). O ser humano que peca merece a morte; no Antigo Testamento, no lugar do ser humano, morria um animal inocente e esta morte cancelava ou retirava o pecado dele. Se não fosse pelos sacrifícios, ficaria anulada toda a possibilidade do ser humano se aproximar de Deus, que é santo.

Várias eram as ofertas de sacrifícios no sistema levítico. Segundo Paul Hoff, autor do livro “O PENTATEUCO”, havia pelo menos 05 tipos de ofertas de sacrifícios. Vejamos:

a) O holocausto (Lv.1:1-17; 6:8-13). O holocausto destacava-se entre as ofertas porque era inteiramente consumido pelo fogo do altar; era considerado o mais perfeito dos sacrifícios. Todas as manhãs e todas as tardes diante do tabernáculo se oferecia um cordeiro em holocausto para que Israel se lembrasse de sua consagração a Deus (Êx.29:38-42).

b) A oblação ou oferta de alimento (Lv.2:1-16; 6:14-23). A oblação não era um sacrifício de animal; consistia em produtos da terra que representavam o fruto dos labores humanos: incluíam flor de farinha, pães asmos fritos e espigas tostadas. Provavelmente não era apresentada sozinha, mas acompanhada dos sacrifícios pacíficos ou de holocaustos (Nm.15:1-16). Uma porção pequena era queimada sobre o altar e o restante pertencia aos sacerdotes, salvo quando o sacerdote era o ofertante (em tal caso esse restante era queimado). Essa oferta significava a consagração a Deus dos frutos do labor humano. O ofertante reconhecia que Deus o havia provido com seu pão quotidia­no.

c) O sacrifício de paz (Lv.3:1-17; 7:11-34; 19:5-8; 22:21-25). Visto que era uma oferta completamente voluntária, aceitava-se (excluindo aves) qualquer animal limpo de ambos os sexos. Espargia-se o sangue sobre o altar e se queimava a gordura e os rins. Assim Deus recebia o que se considerava a melhor parte e a mais saborosa. Embora este sacrifício incluísse a ideia de expiação, o significado maior era a comunhão jubilosa com Deus que acompanha a reconci­liação com ele. O sacrifício pacífico cumpriu-se em Cristo, "nossa paz", que desfez a inimizade entre Deus e o homem e possibilitou a comunhão com Deus (Ef.2:14-16). Em um aspecto é muito semelhante à Santa Ceia.

d) O sacrifício pelo pecado (Lv.4:1-5:13; 6:24-30). Esta oferta destinava-se a expiar os pecados cometidos por ignorância e erro, inclusive faltas tais como recusar-se a testificar contra um criminoso diante de um tribunal ou jurar levianamente (Lv.5:1-4). O sumo sacerdote ou a congregação tinha de oferecer um novilho, o animal mais caro. O governante oferecia um bode; e uma pessoa do povo simplesmente uma cabra ou uma cordeirinha; os pobres ofereciam duas rolas ou pombinhos recém-nascidos e; os muito pobres, uma medida de farinha que era queimada sobre o altar. Como o sacrifício pelo pecado tinha o propósito de expiar as faltas, não se permitia ao ofertante comer a carne do animal, porém era dada ao sacerdote oficiante uma porção por seu ministério. Daqui vinha o ditado: “o sacerdote come os pecados do povo”. O sacerdote tinha de comer a carne no lugar santo para mostrar que o pecado havia sido perdoado.

e) O sacrifício pela culpa ou por diversas transgressões (Lv.5:14-6:7; 7:1-7). Conquanto esta oferta seja muito semelhante ao sacrifício pelo pecado, era oferecida em caso de violação dos direitos de Deus ou do próximo, tais como descuido no dízimo, pecados relacionados com a propriedade alheia e furto. O ofensor que desejasse ser perdoado confessava com restituição ao defraudado e adicionando a isso uma quinta parte como multa tirada de suas possessões. Se não fosse possível fazer a restituição ao defraudado ou a algum parente dele, tinha de entregá-la ao sacerdote (Nm.5:8). Mas não era suficiente reparar o mal feito ao seu próximo e à sociedade; exigia-se dele oferecer em sacrifício um carneiro sem defeito como sinal de pesar e de arrependimento. A oferta de um animal de tanto valor simbolizava o alto custo do pecado e reavivava o sentido da responsabilidade perante Deus.

Os sacríficos incessantes de animais e a chama incessan­te do fogo do altar eram necessários porque as pessoas não viviam de acordo com as leis que Deus lhes tinha dado; Deus queria gravar na consciência dos homens a convicção de sua própria pecaminosidade, e para ser um quadro perdurável do sacrifício vindouro de Cristo, para quem apontavam e em quem foram cumpridos.

Embora fossem necessários sacríficos para pagar o preço do pecado, Deus nunca se agradou de tais sacríficos – “Sacrifício e oferta não quiseste... holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram” (Hb.10:5,6). Em muitas passagens da Bíblia, Deus revelou que não queria os sacríficos de uma pessoa que não tivesse um coração justo. Deus queria que o seu povo obedecesse a Ele.

2. Um único ofertante. A oferta foi única, o ofertante também (Hb.10:12) – “mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus”. Na Antiga Aliança, os sacerdotes tinham que oferecer sacríficos diariamente (Hb.10:11) – “todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados”. Esses sacríficos “nunca podiam tirar pecados”. Por outro lado, o nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, ofereceu a si mesmo a Deus Pai como “único sacrifício pelos pecados”, válido para sempre. O sistema de sacrifícios não podia remover completamente o pecado; o sacrifico de Cristo, porém, fez isto. Cristo, agora, como Rei e Sacerdote está assentado “à destra de Deus” (Hb.10:3,12). Ele pode se assentar ali porque o seu sacrifico foi completamente suficiente para se encarregar da questão do pecado.

3. Uma única vez. “A qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb.10:10). Enquanto os sacrifícios da Antiga Aliança necessitavam ser frequentemente repetidos, o sacrifício de Cristo foi feito uma única vez em favor de todos os homens.

A repetição diária e anual dos sacríficos recordava o povo dos seus pecados e ensinava-o que “é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (Hb.10:4). Os sacrifícios de animais forneciam apenas um meio temporário de lidar com o pecado até que Jesus viesse para lidar com Ele de forma final e permanente. Tinham valor simbólico até que Jesus oferecesse o único e verdadeiro sacrifício. Para o autor de Hebreus, esses sacrifícios não passavam de uma sombra da qual Cristo era a realidade (Hb.10:1). Cristo, com uma única oferta, uma vez para sempre, realizou a obra da redenção (Hb.10:14). Somente o sangue do Filho de Deus nos limpa de todo pecado. Segundo Hebreus 10:10, o sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e santificação.

II. OS PRIVILÉGIOS DA NOVA ALIANÇA

1. Regeneração. “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos, acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado” (Hb.10:16-18).

Aqui, o autor de Hebreus cita o profeta Jeremias (Jr.31:33,34). O autor faz a conexão entre o sacrifício de Cristo e a Nova Aliança. Aqui vemos novamente uma ligação intima entre o perdão dos pecados e a capacidade de conhecer a Deus. A Nova Aliança e o Novo Sacrifício trouxeram o perdão dos pecados de uma maneira melhor do que aquela que o sistema levítico podia proporcionar. Com os pecados perdoados, os cristãos agora podem entrar na real presença de Deus. A culpa que permanecia sob o Antigo Pacto agora foi permanentemente removida.

Diferente dos sacrifícios do Antigo Pacto, que apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não transformava o pecador, o sacrifício de Cristo constituiu-se “numa só oblação” (Hb.10:18), que “aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb.10:14). Com o advento da graça, somos santificados pela Palavra (João 17:17), pela fé em Cristo (At.26:18) e pelo sangue de Jesus (1Pd.1:2). Na Antiga Aliança, a santificação se dava mais no aspecto cerimonial; todavia, a grandeza da Nova Aliança está na mudança interna que ela produz, isto é, no coração (Hb.10.16).

2. Acesso à presença de Deus (Hb.10:19-22) – “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé...”.

Na Antiga Aliança, as pessoas comuns do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só chegavam até ao pátio, que era a parte exterior do tabernáculo. Em Cristo, no entanto, homens e mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1Pd.2:9), e têm “ousadia para entrar no Santuário pelo sangue de Jesus”. Este é um privilégio que só os fiéis lavados e remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes não precisam de medianeiros, guias ou gurus; o próprio crente tem acesso ao lugar mais íntimo do santuário por intermédio de Cristo Jesus, o perfeito sumo sacerdote (Hb.10:19). Embora sejamos sacerdotes (1Pd.2:9; Ap.1:6), ainda assim precisamos de um Sumo Sacerdote; Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote (Hb.10:22), e o seu ministério atual assegura-nos um continuo “bem-vindo” diante de Deus. Mas, para achegarmos a Deus é preciso que o façamos "com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água pura" (Hb.10:22). “Água pura”, aqui, pode referir-se à Palavra de Deus (Ef.5:25,26), ao Espírito Santo (João 7:37-39) ou ao Espírito Santo usando a Palavra na purificação de nossa vida da corrupção diária.

3. Comunhão. Este é outro privilégio que a Nova Aliança nos proporciona. Comunhão é uma vocação, fomos chamados à comunhão - "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu filho Jesus Cristo, Nosso Senhor" (1Co.1:9).

- Comunhão com Deus. Comunhão com Deus significa comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo: (a) com o Pai - "E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" (1João 1:3); (b) com Cristo - "Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles”(Mt.18:20); "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”(Ap.3:20); (c) com o Espírito Santo - "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós”(2Co.13:13).

- Comunhão dos santos (Hb.10:24,25). “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia”.

Por comunhão dos santos entende-se a união que existe entre todos os crentes. A igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos. Somos uma família. Somos irmãos da família de Deus (Ef.2:19; 3:15). Deus é representado como o Pai da família de Deus e nós, seus filhos e servos (Mt.12:49,50; 13:27; 20:1; 2Co 6:18; 1João 3:14-18). Devemos tratar uns aos outros como uma família (1Tm.5:1,2).

Elementos que envolvem a comunhão:

·        Amor. Na Nova Aliança, o amor não é uma emoção, mas um ato de vontade. Nós somos exortados a amar; portanto, é algo que podemos e devemos fazer. O amor é a raiz, e as boas obras são os frutos. A marca dos discípulos de Cristo é o amor uns pelos outros (João 13:35; 1João 1:7). Amor fraterno deve existir entre os crentes (Hb.13:1; 1Pd. 3:8). À igreja do amor fraternal, foi dito: “guarda o que tens” (Ap.3:11).

·        União. Jesus declara que a unidade da igreja é um testemunho para os descrentes (João 17:20-23). Paulo conclama a igreja à união e não à divisão (1Co.1:10-13). Quem ama a Deus, e não ama a seu irmão, é mentiroso (1João 4:20). Temos uma só fé, um só Espírito, um batismo, um Senhor (Ef.4:5,6; Fp.1:27). O caminho para a união é a humildade (Fp.2:2-5). É bom viverem unidos os irmãos (Sl.133:1).

·        Atitude. Devemos estender a mão da comunhão (Gl.2:9). O trabalho social é também uma forma de evangelizar. Aliás, é essa a linguagem que o mundo entende (1João 3:17).

·        Congregação. “Não deixando a nossa congregação” (Hb.10:25). Aqui, não se refere ao sentido físico, ou seja, deixar a igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não devemos deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade da comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm.12:5). É equivocada e carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja doente. Ninguém consegue ser crente isolado ou sozinho. Por isso, o "congregar" é importantíssimo para a saúde espiritual do crente (Hb.10:24,25).

III. AS RESPONSABILIDADES DA NOVA ALIANÇA

1. Vigilância. Vigiar significa ficar de sentinela, ficar de guarda, ficar de atalaia. O crente vigilante é um crente que se precavém do mal e das astutas ciladas do diabo. Vigiar, também, significa estar alerta, não dormir. O crente vigilante, portanto, é aquele que não dorme. Dormir, como vemos na parábola das dez virgens, tem o significado de ter distraída a atenção para as coisas desta vida, descuidar da presença de Deus nas nossas vidas. As virgens loucas não tinham azeite em suas lâmpadas, ou seja, tiveram desviada a sua atenção para as coisas desta vida e se descuidaram de ter o Espírito Santo em seu interior, o que acontece quando nós O entristecemos (Ef.4:30). Não dormir é, portanto, não deixar faltar o azeite, isto é, o Espírito Santo, o que acontece quando fazemos a vontade do Senhor, quando seguimos a sua direção, quando nos inclinamos para as coisas do espírito (Rm.8:5-9). Há um preço alto quando nos falta a vigilância.

O autor de Hebreus exorta que “guardemos firme a confiança da esperança, porque fiel é o que prometeu” (Hb.10:23). Não há dúvida de que ele acreditava que um cristão genuíno pode decair da graça, senão, não teria sentido algum seu forte argumento exortativo. Nada deve nos afastar da confissão incondicional de nossa única esperança que está em Cristo. Aquele que confia em Cristo nunca será desapontado.

Às pessoas tentadas a desistir do futuro, das bênçãos não vistas do cristianismo pelas coisas presentes e visíveis, há a lembrança de que quem fez a promessa é fiel. Suas promessas nunca podem falhar; o Salvador virá, como prometeu, e seu povo estará com Ele e o adorará para sempre.

2. Confiança. Exorta mais uma vez o autor sagrado: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão” (Hb.10:35). Com o objetivo de animar a fé dos crentes, o autor encoraja-os através da lembrança de que as ações passadas demonstraram a sua fé genuína. Eles haviam experimentado sofrimento, abandono e até mesmo a espoliação; contudo, permaneceram firmes. Relembra o autor de Hebreus:

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente” (Hb.10:32-34).

Lembrar-se da fidelidade que demonstraram no passado deveria incentivá-los a perseverar na fé. Durante aqueles dias passados, esses crentes tinham permanecido fiéis mesmo suportando grande combate de aflições. Eles tinham sido insultados e maltratados publicamente (“feitos espetáculo com vitupérios e tribulações”). Durante aquele período difícil de perseguição, eles tinham incentivado uns aos outros a permanecerem firmes, ajudando os companheiros de fé que assim foram tratados. O autor, agora, exorta aqueles crentes destinatários, e a nós também, que aquela mesma confiança experimentada no passado deveria continuar como um sólido fundamento. Aqueles crentes destinatários estavam agora mais perto do que nunca do cumprimento da promessa de Deus; não era hora de retroceder. Quando o cristão perde a capacidade de confiar, ele perde a motivação pelas coisas celestiais. O Céu é para quem é fiel até o fim, independentemente das circunstâncias. Aquele que é fiel tem confiança. Não devemos abrir mão da confiança que temos; ela será ricamente recompensada.

3. Perseverança. “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa” (Hb.10:36). Aqui, o autor sagrado exorta que aqueles crentes precisavam mesmo era de perseverança, a determinação de permanecer sob perseguições, em vez de fugir delas negando a Cristo. O autor de Hebreus implora: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança” (Hb.10:35) no Senhor; isto é: não abandonem a sua fé em tempos de perseguição, mas mostrem, por meio da paciência e perseverança, que a sua fé é genuína e sincera e que vocês irão continuar a fazer a vontade de Deus. Uma fé assim significa descansar naquilo que Cristo fez no passado, mas também significa confiar naquilo que Ele irá fazer no presente e no futuro. Fazer isto resultará em um grande galardão - alegria hoje e posses celestiais no futuro -, do qual a maior benção é a vida eterna. Pense nisso!

CONCLUSÃO

Concluo esta Aula citando Hebreus 10:37,38: “Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”. Aqui, o autor mostra que uma das promessas que os crentes irão receber é a volta de Cristo. Essa segunda vinda de Cristo e todas as bênçãos que vêm com Ele superam qualquer desconforto enfrentado pelos crentes nesta vida. As pessoas fiéis a Deus e que vivem da fé, esperam desejosas esta grande benção; é a maior esperança do crente, por isso se propõe a perseverar até o fim. No entanto, aqueles que recuam ser fiel a Deus e perseverar no caminho perdem a bênção celestial, porque provam que não pertencem à família de Deus. As pessoas que abandonam a fé cristã em meio a perseguições estarão perdendo o objetivo final da salvação: a vida eterna com Cristo. O cristão não deve se acomodar nem tampouco abusar dos privilégios que a Nova Aliança nos proporciona, por causa da graça de Deus; em vez disso, devemos demonstrar vigilância e perseverança no caminhar com Cristo.

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 73. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Paul Hoff . O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox.  O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton. Manual do Pentateuco. CPAD.

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