1º Trimestre/2018
Texto Base: Hebreus 10:1-7, 22-25
"Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé;
tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água
limpa" (Hb.10:22).
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao
estudo da Epístola aos Hebreus, estudaremos nesta Aula o capítulo 10. Neste
capítulo, o autor de Hebreus faz lembrar e reforça os argumentos anteriormente
expostos sobre a singularidade e a eficácia da obra expiatória de Jesus Cristo.
Tendo feito isso, ele destaca inúmeros privilégios que a Nova Aliança oferece a
todos aqueles que creem no sacrifício de Jesus e buscam se achegar a Deus. “Mediante
a fé em Jesus fomos justificados e regenerados, e hoje temos livre acesso à
presença do Pai. Com certeza, este é o maior benefício que nos foi concedido
pelo Senhor. Todos os benefícios da Nova Aliança só se tornaram possíveis
mediante a obra expiatória de Jesus Cristo, pois na Antiga Aliança somente o sumo
sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez no ano no Dia da Expiação.
Hoje, por meio do sacrifício perfeito e eterno de Cristo, temos livre acesso à
presença de Deus. Este é um grande privilégio que conduz a uma grande
responsabilidade. Como crentes jamais devemos negligenciar a Nova Aliança
menosprezando a graça de Deus”.
I. A DÁDIVA DA
NOVA ALIANÇA
1. Uma única
oferta.
“Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado
para sempre à destra de Deus” (Hb.10:12). Na Antiga Aliança, o motivo básico
dos sacrifícios é a substituição e seu fim é a expiação. O pecado é sumamente
grave porque é contra Deus. Além do mais, Deus "é tão puro de olhos que
não pode ver o mal" (Hc.1:13). O ser humano que peca merece a morte; no
Antigo Testamento, no lugar do ser humano, morria um animal inocente e esta
morte cancelava ou retirava o pecado dele. Se não fosse pelos sacrifícios,
ficaria anulada toda a possibilidade do ser humano se aproximar de Deus, que é
santo.
Várias eram as ofertas de
sacrifícios no sistema levítico. Segundo Paul Hoff, autor do livro “O
PENTATEUCO”, havia pelo menos 05 tipos de ofertas de sacrifícios. Vejamos:
a) O holocausto (Lv.1:1-17; 6:8-13). O holocausto destacava-se entre as ofertas
porque era inteiramente consumido pelo fogo do altar; era considerado o mais
perfeito dos sacrifícios. Todas as manhãs e todas as tardes diante do
tabernáculo se oferecia um cordeiro em holocausto para que Israel se lembrasse
de sua consagração a Deus (Êx.29:38-42).
b) A oblação ou oferta de alimento (Lv.2:1-16; 6:14-23). A oblação não era um
sacrifício de animal; consistia em produtos da terra que representavam o fruto
dos labores humanos: incluíam flor de farinha, pães asmos fritos e espigas
tostadas. Provavelmente não era apresentada sozinha, mas acompanhada dos
sacrifícios pacíficos ou de holocaustos (Nm.15:1-16). Uma porção pequena era
queimada sobre o altar e o restante pertencia aos sacerdotes, salvo quando o
sacerdote era o ofertante (em tal caso esse restante era queimado). Essa oferta
significava a consagração a Deus dos frutos do labor humano. O ofertante
reconhecia que Deus o havia provido com seu pão quotidiano.
c) O sacrifício de paz (Lv.3:1-17; 7:11-34; 19:5-8; 22:21-25). Visto que era uma oferta
completamente voluntária, aceitava-se (excluindo aves) qualquer animal limpo de
ambos os sexos. Espargia-se o sangue sobre o altar e se queimava a gordura e os
rins. Assim Deus recebia o que se considerava a melhor parte e a mais saborosa.
Embora este sacrifício incluísse a ideia de expiação, o significado maior era a
comunhão jubilosa com Deus que acompanha a reconciliação com ele. O sacrifício
pacífico cumpriu-se em Cristo, "nossa paz", que desfez a inimizade
entre Deus e o homem e possibilitou a comunhão com Deus (Ef.2:14-16). Em um
aspecto é muito semelhante à Santa Ceia.
d) O sacrifício pelo pecado (Lv.4:1-5:13; 6:24-30). Esta oferta destinava-se
a expiar os pecados cometidos por ignorância e erro, inclusive faltas tais como
recusar-se a testificar contra um criminoso diante de um tribunal ou jurar
levianamente (Lv.5:1-4). O sumo sacerdote ou a congregação tinha de oferecer um
novilho, o animal mais caro. O governante oferecia um bode; e uma pessoa do
povo simplesmente uma cabra ou uma cordeirinha; os pobres ofereciam duas rolas
ou pombinhos recém-nascidos e; os muito pobres, uma medida de farinha que era
queimada sobre o altar. Como o sacrifício pelo pecado tinha o propósito de
expiar as faltas, não se permitia ao ofertante comer a carne do animal, porém
era dada ao sacerdote oficiante uma porção por seu ministério. Daqui vinha o
ditado: “o sacerdote come os pecados do povo”. O sacerdote tinha de comer a
carne no lugar santo para mostrar que o pecado havia sido perdoado.
e) O sacrifício pela culpa ou por diversas transgressões (Lv.5:14-6:7;
7:1-7).
Conquanto esta oferta seja muito semelhante ao sacrifício pelo pecado, era
oferecida em caso de violação dos direitos de Deus ou do próximo, tais como
descuido no dízimo, pecados relacionados com a propriedade alheia e furto. O
ofensor que desejasse ser perdoado confessava com restituição ao defraudado e
adicionando a isso uma quinta parte como multa tirada de suas possessões. Se
não fosse possível fazer a restituição ao defraudado ou a algum parente dele,
tinha de entregá-la ao sacerdote (Nm.5:8). Mas não era suficiente reparar o mal
feito ao seu próximo e à sociedade; exigia-se dele oferecer em sacrifício um
carneiro sem defeito como sinal de pesar e de arrependimento. A oferta de um
animal de tanto valor simbolizava o alto custo do pecado e reavivava o sentido
da responsabilidade perante Deus.
Os sacríficos incessantes
de animais e a chama incessante do fogo do altar eram necessários porque as
pessoas não viviam de acordo com as leis que Deus lhes tinha dado; Deus queria
gravar na consciência dos homens a convicção de sua própria pecaminosidade, e
para ser um quadro perdurável do sacrifício vindouro de Cristo, para quem
apontavam e em quem foram cumpridos.
Embora fossem necessários
sacríficos para pagar o preço do pecado, Deus nunca se agradou de tais
sacríficos – “Sacrifício e oferta não quiseste... holocaustos e oblações pelo
pecado não te agradaram” (Hb.10:5,6). Em muitas passagens da Bíblia, Deus
revelou que não queria os sacríficos de uma pessoa que não tivesse um coração
justo. Deus queria que o seu povo obedecesse a Ele.
2. Um único ofertante. A oferta foi única, o
ofertante também (Hb.10:12) – “mas este, havendo oferecido um único sacrifício
pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus”. Na Antiga Aliança,
os sacerdotes tinham que oferecer sacríficos diariamente (Hb.10:11) – “todo
sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos
sacrifícios, que nunca podem tirar pecados”. Esses sacríficos “nunca podiam
tirar pecados”. Por outro lado, o nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, ofereceu
a si mesmo a Deus Pai como “único sacrifício pelos pecados”, válido para
sempre. O sistema de sacrifícios não podia remover completamente o pecado; o
sacrifico de Cristo, porém, fez isto. Cristo, agora, como Rei e Sacerdote está
assentado “à destra de Deus” (Hb.10:3,12). Ele pode se assentar ali porque o
seu sacrifico foi completamente suficiente para se encarregar da questão do
pecado.
3. Uma única vez. “A qual vontade temos
sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”
(Hb.10:10). Enquanto os sacrifícios da Antiga Aliança necessitavam ser
frequentemente repetidos, o sacrifício de Cristo foi feito uma única vez em
favor de todos os homens.
A repetição diária e
anual dos sacríficos recordava o povo dos seus pecados e ensinava-o que “é
impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (Hb.10:4). Os
sacrifícios de animais forneciam apenas um meio temporário de lidar com o
pecado até que Jesus viesse para lidar com Ele de forma final e permanente. Tinham
valor simbólico até que Jesus oferecesse o único e verdadeiro sacrifício. Para
o autor de Hebreus, esses sacrifícios não passavam de uma sombra da qual Cristo
era a realidade (Hb.10:1). Cristo, com uma única oferta, uma vez para sempre, realizou
a obra da redenção (Hb.10:14). Somente o sangue do Filho de Deus nos limpa de
todo pecado. Segundo Hebreus 10:10, o sacrifício de Jesus e o seu cumprimento
da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno
perdão, reconciliação com Deus e santificação.
II. OS
PRIVILÉGIOS DA NOVA ALIANÇA
1. Regeneração. “Este é o concerto que
farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu
coração e as escreverei em seus entendimentos, acrescenta: E jamais me
lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades. Ora, onde há remissão destes,
não há mais oblação pelo pecado” (Hb.10:16-18).
Aqui, o autor de Hebreus
cita o profeta Jeremias (Jr.31:33,34). O autor faz a conexão entre o sacrifício
de Cristo e a Nova Aliança. Aqui vemos novamente uma ligação intima entre o perdão
dos pecados e a capacidade de conhecer a Deus. A Nova Aliança e o Novo
Sacrifício trouxeram o perdão dos pecados de uma maneira melhor do que aquela
que o sistema levítico podia proporcionar. Com os pecados perdoados, os
cristãos agora podem entrar na real presença de Deus. A culpa que permanecia
sob o Antigo Pacto agora foi permanentemente removida.
Diferente dos sacrifícios
do Antigo Pacto, que apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não
transformava o pecador, o sacrifício de Cristo constituiu-se “numa só oblação”
(Hb.10:18), que “aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb.10:14).
Com o advento da graça, somos santificados pela Palavra (João 17:17), pela fé
em Cristo (At.26:18) e pelo sangue de Jesus (1Pd.1:2). Na Antiga Aliança, a
santificação se dava mais no aspecto cerimonial; todavia, a grandeza da Nova
Aliança está na mudança interna que ela produz, isto é, no coração (Hb.10.16).
2. Acesso à presença de Deus (Hb.10:19-22) – “Tendo, pois, irmãos,
ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo
caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um
grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé...”.
Na Antiga Aliança, as
pessoas comuns do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só
chegavam até ao pátio, que era a parte exterior do tabernáculo. Em Cristo, no
entanto, homens e mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1Pd.2:9), e têm
“ousadia para entrar no Santuário pelo sangue de Jesus”. Este é um privilégio
que só os fiéis lavados e remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes
não precisam de medianeiros, guias ou gurus; o próprio crente tem acesso ao
lugar mais íntimo do santuário por intermédio de Cristo Jesus, o perfeito sumo
sacerdote (Hb.10:19). Embora sejamos sacerdotes (1Pd.2:9; Ap.1:6), ainda assim
precisamos de um Sumo Sacerdote; Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote
(Hb.10:22), e o seu ministério atual assegura-nos um continuo “bem-vindo”
diante de Deus. Mas, para achegarmos a Deus é preciso que o façamos "com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da
má consciência, e o corpo lavado com água pura" (Hb.10:22). “Água pura”,
aqui, pode referir-se à Palavra de Deus (Ef.5:25,26), ao Espírito Santo (João
7:37-39) ou ao Espírito Santo usando a Palavra na purificação de nossa vida da
corrupção diária.
3. Comunhão. Este é outro privilégio que a Nova Aliança
nos proporciona. Comunhão é uma vocação, fomos chamados à comunhão - "Fiel
é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu filho Jesus Cristo,
Nosso Senhor" (1Co.1:9).
- Comunhão com Deus. Comunhão com Deus
significa comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo: (a) com o Pai
- "E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo"
(1João 1:3); (b) com Cristo - "Pois onde estiverem dois ou três reunidos
em meu nome, ali estou eu no meio deles”(Mt.18:20); "Eis que estou à porta
e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e
com ele cearei, e ele comigo”(Ap.3:20); (c) com o Espírito Santo - "A
graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
estejam com todos vós”(2Co.13:13).
- Comunhão dos santos (Hb.10:24,25). “E
consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas
obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes,
admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando
aquele Dia”.
Por comunhão dos santos
entende-se a união que existe entre todos os crentes. A igreja é a comunidade
de todos os cristãos de todos os tempos. Somos uma família. Somos irmãos da
família de Deus (Ef.2:19; 3:15). Deus é representado como o Pai da família de
Deus e nós, seus filhos e servos (Mt.12:49,50; 13:27; 20:1; 2Co 6:18; 1João
3:14-18). Devemos tratar uns aos outros como uma família (1Tm.5:1,2).
Elementos
que envolvem a comunhão:
·
Amor. Na Nova Aliança, o amor não é uma emoção, mas um ato de vontade. Nós
somos exortados a amar; portanto, é algo que podemos e devemos fazer. O amor é
a raiz, e as boas obras são os frutos. A marca dos discípulos de Cristo é o
amor uns pelos outros (João 13:35; 1João 1:7). Amor fraterno deve existir entre
os crentes (Hb.13:1; 1Pd. 3:8). À igreja do amor fraternal, foi dito: “guarda o
que tens” (Ap.3:11).
·
União. Jesus declara que a unidade da igreja é um testemunho para os descrentes
(João 17:20-23). Paulo conclama a igreja à união e não à divisão (1Co.1:10-13).
Quem ama a Deus, e não ama a seu irmão, é mentiroso (1João 4:20). Temos uma só
fé, um só Espírito, um batismo, um Senhor (Ef.4:5,6; Fp.1:27). O caminho para a
união é a humildade (Fp.2:2-5). É bom viverem unidos os irmãos (Sl.133:1).
·
Atitude. Devemos estender a mão da comunhão (Gl.2:9). O trabalho social é também
uma forma de evangelizar. Aliás, é essa a linguagem que o mundo entende (1João
3:17).
·
Congregação. “Não deixando a nossa
congregação” (Hb.10:25). Aqui, não se refere ao sentido físico, ou seja,
deixar a igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não
devemos deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade
da comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm.12:5). É equivocada e
carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja
doente. Ninguém consegue ser crente isolado ou sozinho. Por isso, o
"congregar" é importantíssimo para a saúde espiritual do crente (Hb.10:24,25).
III. AS
RESPONSABILIDADES DA NOVA ALIANÇA
1. Vigilância. Vigiar significa ficar de
sentinela, ficar de guarda, ficar de atalaia. O crente vigilante é um crente
que se precavém do mal e das astutas ciladas do diabo. Vigiar, também,
significa estar alerta, não dormir. O crente vigilante, portanto, é aquele que
não dorme. Dormir, como vemos na parábola das dez virgens, tem o significado de
ter distraída a atenção para as coisas desta vida, descuidar da presença de
Deus nas nossas vidas. As virgens loucas não tinham azeite em suas lâmpadas, ou
seja, tiveram desviada a sua atenção para as coisas desta vida e se descuidaram
de ter o Espírito Santo em seu interior, o que acontece quando nós O
entristecemos (Ef.4:30). Não dormir é, portanto, não deixar faltar o azeite,
isto é, o Espírito Santo, o que acontece quando fazemos a vontade do Senhor,
quando seguimos a sua direção, quando nos inclinamos para as coisas do espírito
(Rm.8:5-9). Há um preço alto quando nos falta a vigilância.
O autor de Hebreus exorta
que “guardemos firme a confiança da esperança, porque fiel é o que prometeu”
(Hb.10:23). Não há dúvida de que ele acreditava que um cristão genuíno pode
decair da graça, senão, não teria sentido algum seu forte argumento exortativo.
Nada deve nos afastar da confissão incondicional de nossa única esperança que está
em Cristo. Aquele que confia em Cristo nunca será desapontado.
Às pessoas tentadas a
desistir do futuro, das bênçãos não vistas do cristianismo pelas coisas
presentes e visíveis, há a lembrança de que quem fez a promessa é fiel. Suas
promessas nunca podem falhar; o Salvador virá, como prometeu, e seu povo estará
com Ele e o adorará para sempre.
2. Confiança. Exorta mais uma vez o autor sagrado: “Não rejeiteis, pois, a vossa
confiança, que tem grande e avultado galardão” (Hb.10:35). Com o objetivo de
animar a fé dos crentes, o autor encoraja-os através da lembrança de que as
ações passadas demonstraram a sua fé genuína. Eles haviam experimentado
sofrimento, abandono e até mesmo a espoliação; contudo, permaneceram firmes. Relembra
o autor de Hebreus:
“Lembrai-vos, porém, dos
dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate
de aflições. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e,
em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também
vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a
espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma
possessão melhor e permanente” (Hb.10:32-34).
Lembrar-se da fidelidade
que demonstraram no passado deveria incentivá-los a perseverar na fé. Durante
aqueles dias passados, esses crentes tinham permanecido fiéis mesmo suportando
grande combate de aflições. Eles tinham sido insultados e maltratados
publicamente (“feitos espetáculo com
vitupérios e tribulações”). Durante aquele período difícil de perseguição,
eles tinham incentivado uns aos outros a permanecerem firmes, ajudando os
companheiros de fé que assim foram tratados. O autor, agora, exorta aqueles
crentes destinatários, e a nós também, que aquela mesma confiança experimentada
no passado deveria continuar como um sólido fundamento. Aqueles crentes
destinatários estavam agora mais perto do que nunca do cumprimento da promessa
de Deus; não era hora de retroceder. Quando o cristão perde a capacidade de
confiar, ele perde a motivação pelas coisas celestiais. O Céu é para quem é
fiel até o fim, independentemente das circunstâncias. Aquele que é fiel tem
confiança. Não devemos abrir mão da confiança que temos; ela será ricamente
recompensada.
3. Perseverança. “Porque necessitais de
paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais
alcançar a promessa” (Hb.10:36). Aqui, o autor sagrado exorta que aqueles
crentes precisavam mesmo era de perseverança, a determinação de permanecer sob
perseguições, em vez de fugir delas negando a Cristo. O autor de Hebreus
implora: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança” (Hb.10:35) no Senhor; isto é:
não abandonem a sua fé em tempos de perseguição, mas mostrem, por meio da paciência
e perseverança, que a sua fé é genuína e sincera e que vocês irão continuar a
fazer a vontade de Deus. Uma fé assim significa descansar naquilo que Cristo
fez no passado, mas também significa confiar naquilo que Ele irá fazer no
presente e no futuro. Fazer isto resultará em um grande galardão - alegria hoje
e posses celestiais no futuro -, do qual a maior benção é a vida eterna. Pense
nisso!
CONCLUSÃO
Concluo esta Aula citando
Hebreus 10:37,38: “Porque ainda um
poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. Mas o justo viverá
da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”. Aqui, o autor
mostra que uma das promessas que os crentes irão receber é a volta de Cristo.
Essa segunda vinda de Cristo e todas as bênçãos que vêm com Ele superam
qualquer desconforto enfrentado pelos crentes nesta vida. As pessoas fiéis a Deus
e que vivem da fé, esperam desejosas esta grande benção; é a maior esperança do
crente, por isso se propõe a perseverar até o fim. No entanto, aqueles que
recuam ser fiel a Deus e perseverar no caminho perdem a bênção celestial,
porque provam que não pertencem à família de Deus. As pessoas que abandonam a
fé cristã em meio a perseguições estarão perdendo o objetivo final da salvação:
a vida eterna com Cristo. O cristão não deve se acomodar nem tampouco abusar
dos privilégios que a Nova Aliança nos proporciona, por causa da graça de Deus;
em vez disso, devemos demonstrar vigilância e perseverança no caminhar com
Cristo.
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Luciano
de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 73. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Paul
Hoff . O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox. O Livro de Êxodo - Comentário
Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton. Manual do Pentateuco. CPAD.
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