domingo, 27 de maio de 2018

Aula 10 – ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA


2º Trimestre/2018

 
Texto Base: 1Crônicas 29:10-14; 1Timóteo 6:8-10

 "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?" (Is.55:2a)

 

INTRODUÇÃO

Estudaremos nesta Aula sobre Ética Cristã e Vida Financeira. Num mundo dominado pela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se como alguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar. Cada ser humano prestará contas de tudo o que recebeu nesta vida para administrar (Rm.14:12), inclusive na esfera financeira (Mt.25:19). Como todos sabem, estamos enfrentando uma grave crise econômica, que tem gerado desemprego e dificuldades financeiras em todos os setores e esferas da sociedade. Por isso, é preciso muita sabedoria para que as nossas finanças não sejam afetadas e possamos honrar os nossos compromissos. Deus é bom e podemos esperar nEle, mas isso não significa que não tenhamos que ter um planejamento financeiro afim de consumir de forma consciente. O consumismo exagerado, infelizmente, tem levado muitos crentes ao caos financeiro, com reflexos negativos às igrejas locais.

I. UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

Ao criar o homem e a mulher, Deus concedeu a eles o domínio sobre toda a criação (Gn.1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade, uma autorização para administrar a criação terrena. Partindo deste pressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra e deveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que é apenas um administrador daquilo que Deus lhe deu. É exatamente esta a consciência do cristão: a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (1Co.4:1,2; Tt.1:7; 1Pd.4:10).

1. Vida financeira equilibrada. Qual é o ensinamento bíblico a respeito da vida financeira? Este ensinamento é o do equilíbrio, ou seja, Deus sabe que necessitamos de bens para sobrevivermos, principalmente depois da queda do ser humano, que fez com que nossa sobrevivência fosse obtida com esforço e dificuldades (Gn.3:17-19). Sabendo que precisamos de bens para sobreviver, Deus promete no-los dar, se dermos prioridade às coisas realmente importantes, que são as relativas à eternidade (Mt.6:31-34). Se colocarmos a comunhão com Deus como nossa prioridade em nossas vidas, Deus dará o necessário para nossa sobrevivência e é, precisamente, o necessário, o suficiente para a nossa sobrevivência, que Deus se compromete a dar a cada servo seu. O sábio Agur orou por uma condição financeira equilibrada, para poder escapar das tristes consequências de uma vida, tanto de necessidade como de fartura; pediu o pão diário, para ele e sua família: “... não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus”(Pv.30:8,9). Agur não queria muito dinheiro, objetivando, assim, evitar a soberba; mas também não desejava que lhe faltasse para não ser desonesto. Nesse propósito, ele apenas aspirava à porção necessária para cada dia (Pv.30:8c). Esse pedido foi repetido por Jesus quando ensinou seus discípulos a orar (Mt.6:11). Deus tem um compromisso com o Seu povo: de lhe dar o pão de cada dia. Este compromisso o Senhor tem e vela para cumpri-lo (cf.Jr.1:12).

Se Deus nos conceder riqueza, que nós a usemos para agradar a Deus; se nos der pobreza, que nós a usemos para agradar a Deus. O importante é que não façamos dos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl.3:5) e, assim, está fora do reino dos céus (Ap.22:15).

2. O perigo do amor do dinheiro. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, “o dinheiro é mais que uma moeda, é um ídolo, é Mamom. O dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo. Milhões de pessoas se prostram em seu altar todos os dias e dedicam tempo, talentos, vida e devoção a esse deus. Muitas pessoas pisam arrogantemente no próximo e sacrificam até a família para satisfazerem os caprichos insaciáveis dessa divindade. Há indivíduos que fazem do dinheiro a razão da sua vida; o dinheiro passou a ser mais importante que o caráter. O brilho do ouro tem entenebrecido a mente de muitas pessoas e corrompido suas almas. O dinheiro é a mola que gira o mundo”.

Por que as pessoas amam tanto o dinheiro? Há duas razões: Primeiro, elas pensam que se tiverem dinheiro poderão comprar muitas coisas e exercer influência sobre outras pessoas. Mas será que a posse de bens materiais e a influência sobre outras pessoas nos garantirão felicidade?

Segundo, elas pensam que se tiverem dinheiro, posses, se sentirão seguras. Muitas pessoas pensam: Ah! Se eu morasse naquele bairro, em um apartamento tríplex; se eu trabalhasse na empresa que gosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz! Pensam que a felicidade está nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupam com o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira, os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência prova o contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tensionados pelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o que acumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadas financeiramente.

Há indivíduos que fazem do dinheiro a razão da sua vida. Pessoas se casam, divorciam, matam e morrem pelo dinheiro. Muitas pessoas, sem uma dimensão da eternidade, tem sua vista obscurecida pelas coisas temporais e passageiras e, portanto, acaba se deixando dominar pela avareza, pelo desejo de acumulação de riquezas, que é uma insensatez total, como deixou bem claro Jesus na parábola do rico insensato (Lc.12:13-21) - “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”(Lc.12:15). Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se perdendo na caminhada para o céu por causa do dinheiro.

Riquezas e glórias vêm de Deus, contudo, o dinheiro não é um tesouro para ser usado de forma egoísta, apenas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para O glorificarmos com ele, e fazemos isso quando cuidamos da nossa família, dos necessitados, inclusive nossos inimigos (Mt.5:44). A Bíblia revela que a avareza tem sido um obstáculo para muitos alcançarem a salvação: como nos casos do mancebo de qualidade (Mt.19:22; Lc.18:23); de Judas Iscariotes (Lc.22:3-6; João 12:4-6); de Ananias e Safira (At.5:1-5,8-10); de Simão, o mago (At.8:18-23) e; de muitos outros, como afirmou Paulo em sua carta a Timóteo (1Tm 6:9,10). Deus assim nos exorta: “se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” (Sl.62:10).

Que lugar o dinheiro ocupa na sua vida? O relato de Lucas 18:18-24 revela a situação espiritual de muita gente. O texto fala de um homem que sentia sede de salvação, porém, tinha o grande obstáculo da riqueza, dos bens materiais, um dos maiores inimigos da vida espiritual. De todas as pessoas que vieram a Cristo, esse homem é o único que saiu pior do que chegou. Ele foi amado por Jesus, mas, mesmo assim, desperdiçou a maior oportunidade da sua vida. A despeito do fato de ter vindo à pessoa certa, de ter abordado o tema certo, de ter recebido a resposta certa, ele tomou a decisão errada. Ele amou mais o dinheiro do que a Deus, mais a terra do que o céu, mais os prazeres transitórios desta vida do que a salvação da sua alma.

II. MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO

A Bíblia afirma que o trabalho é uma das principais características humana que o fazem imagem e semelhança de Deus. A Bíblia inicia a história do universo pela narrativa da ação criativa de Deus, mostrando-nos um Deus Criador, um Deus que trabalha, trabalho este que persiste, segundo nos revelou o Senhor Jesus (João 5:17).

Ganhar dinheiro é uma necessidade indispensável, mas deve ser adquirido por meios honestos. Quais são eles? Citamos dois.

1. Trabalho e emprego. A Bíblia nos mostra que a aquisição de bens materiais é uma necessidade para o homem depois da sua queda, pois deverá, do seu trabalho, obter o seu sustento (Gn.3:19). Deste modo, a obtenção dos meios necessários para a nossa sobrevivência deve vir do trabalho. É por isso que Paulo, numa afirmação dura, mas que é a verdade nua e crua, disse que “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2Ts.3:10), máxima que foi, inclusive, incorporada em várias Constituições de países comunistas no século XX, mas que traduz um princípio bíblico. Portanto, a primeira fonte de aquisição de bens materiais deve ser o trabalho, devendo, pois, o cristão valorizar o trabalho e buscá-lo como forma de sustento seu e de sua família.

O apóstolo Paulo, ao chegar a Tessalônica, tratou de trabalhar com as próprias mãos para obter seu sustento (1Ts.2:9), passando, então, a fazer tendas, que era o seu ofício (At.18:3), a fim de que pudesse dar o exemplo de que o trabalho é digno e que deve ser apreciado pelos servos de Deus. Assim, ainda em Tessalônica, enquanto trabalhava dia e noite, produzindo o seu próprio sustento, o apóstolo pôde ter autoridade moral para ensinar àqueles crentes o valor e a dignidade do trabalho, desfazendo os falsos conceitos da cultura greco-romana a respeito do assunto (os gregos tratavam o trabalho manual com desprezo). Por esta razão, Paulo admoestou os tessalonicenses a trabalharem arduamente e a viverem tranquilamente. Porém, no afã de obter o seu salário, o cristão não pode envolver-se com meios ilícitos ou criminosos (Pv.11:1; 20:10), nem tampouco explorar ou extorquir seu semelhante (Am.2:6).

A responsabilidade individual de trabalhar para o próprio sustento é tão relevante que a Bíblia condena o preguiçoso (Pv.21:25; 22:13). Por que Deus condena o preguiçoso? Porque a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em necessidades. A Bíblia deixa claro que nosso trabalho é um dos veículos que Deus utiliza para suprir as necessidades. Deus quer que estejamos em uma posição tal, que possamos desfrutar dos resultados do nosso trabalho. O Senhor Jesus ensinou que "digno é o trabalhador do seu salário" (Lc.10:7 - ARA)

2. Escolarização e Mobilidade Social. Quer conseguir um bom emprego e ter uma vida financeira melhor para você e sua família? Um dos meios disponíveis para isso é a escolarização, ou seja, a educação acadêmica. Os que alcançam maior escolarização possuem maior probabilidade de encontrar empregos com bons salários. Todavia, o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente. Por isso, mais do que nunca, é importante planejar a continuidade dos estudos mesmo após concluir a graduação. Diploma de uma boa faculdade e fluência em inglês ajudam bastante, mas não é só isso que as empresas esperam de um profissional. Hoje em dia, fazer um curso de especialização na área desejada pode ser um bom investimento para a sua carreira. Dentro dessa nova tendência, as universidades oferecem cursos de formação especializada, com um conteúdo estruturado para atender às necessidades atuais do mercado de trabalho.

É perfeitamente bíblico usarmos a escolarização e a ascensão social para servir melhor o Reino de Deus. O que se precisa é ter muita cautela e não aceitar as iguarias contaminadas que os meios acadêmicos oferecem nestes tempos pós-modernos. Estamos vivendo tempos difíceis e trabalhosos, e as universidades, lotadas de esquerdistas-marxistas-fundamentalistas, têm sido instrumentos poderosos para desconstruir o caráter cristão de muitas pessoas e tentar desfazer os absolutos morais de Deus exarados nas Escrituras Sagradas. Daniel, na Babilônia, foi um exemplo de caráter ilibado, não se contaminou com a cultura adversa do meio acadêmico da Babilônia (Dn.1:3,4). Ele e seus amigos correram sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. Nabucodonosor queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, Daniel, no meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, não se corrompeu. Ele manteve-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado, formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé infringível no Deus vivo. Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.

Infelizmente, hoje, muitos jovens não têm suportado as pressões do meio acadêmico, têm caído na teia do mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na fé. O cristão precisa tomar cuidado na busca de seu aprimoramento intelectual para não ser enredado por meio de filosofias e vãs sutilezas (Cl.2:8).

III. COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?

Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes ao dizer que “o problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas carregá-lo no coração”. Como o cristão deve administrar o seu dinheiro?

1. Administrando bem o seu dinheiro. Como imitadores de Cristo (1Co.11:1), devemos ser como Jesus: administrar bem as finanças. Ao contrário do que muitos pensam, Jesus não era uma pessoa totalmente despreocupada ou alienada em relação aos bens materiais. Não era preso a eles, como o cristão não deve sê-lo também, mas jamais mostrou ser pessoa que não tivesse organizadas as suas finanças. Vemos que Jesus tinha uma bolsa, ou seja, um verdadeiro caixa para a assistência social (cf. João 12:5,6), também tinha um grupo de mulheres que sustentava o Seu ministério com recursos (cf. Lc.8:3), tendo, inclusive, tido o cuidado de recolher o tributo que lhe foi cobrado (Mt.17:24-27). Jesus sempre foi uma pessoa responsável para com o que tinha de administrar, tanto que, às vésperas da morte, tratou de deixar amparada a Sua mãe, que era Sua responsabilidade, como filho primogênito (João 19:26,27).

2. Não gastando mais do que ganha. O cristão, na administração de suas finanças, deve partir de um princípio fundamental, a saber, o de que não pode, em hipótese alguma, gastar mais do que ganha. O consumismo é como uma doença que invadiu nossas entranhas. O comércio esfomeado e guloso apela de forma eloquente aos nossos sentidos todos os dias. Na busca de uma felicidade ilusória, muitos se rendem aos encantos dessa propaganda sedutora. A cada dia as pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não possuem, para impressionar pessoas que não conhecem.

Graças a uma eficaz publicidade e a pregação da busca de bens materiais a qualquer custo, as pessoas ingressam numa corrida pelo consumo sem medir as consequências. O resultado é o endividamento sem medida, a inserção nos diversos órgãos de restrição ao crédito (SPC, SERASA etc.), o que faz com que as pessoas sejam aviltadas em sua dignidade e, não poucas vezes, levadas a situações angustiantes. Lamentavelmente, muitos cristãos têm se deixado levar por esta "febre consumista", e já não são poucos os crentes que têm seus "nomes sujos" na praça e que são tratados como "caloteiros", envergonhando o Evangelho e dando motivo para que o nome do Senhor seja blasfemado. Tudo como consequência de uma má administração do seu dinheiro.

Na perspectiva cristã, o dinheiro, como valor material, não deve ser visto como senhor, mas apenas como um servo. Desta feita, não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o. Não deixe o dinheiro ser seu patrão, faça dele um servo.

3. Sendo fiel nas Finanças. Como bons administradores, devemos ser fiéis (1Co.4:2), e isto significa sermos cumpridores de nossas obrigações para com Deus, com a família e com a sociedade. A fidelidade que se exige do servo de Deus também alcança o aspecto financeiro e, num mundo materialista como o que vivemos; esta fidelidade é a que mais fará realçar o nome do Senhor entre os incrédulos. Nunca nos esqueçamos de que os homens devem nos considerar despenseiros dos mistérios de Deus (1Co.4:1) e ver as nossas obras e, ao vê-las, glorificar ao nome do nosso Pai (Mt.5:16), e isto passa necessariamente pelo aspecto financeiro de nossas vidas.

Vejamos algumas atitudes que o cristão deve ter em relação às suas finanças.

a) Reconhecer a soberania de Deus em sua vida. O verdadeiro cristão reconhece que é apenas um mordomo dos bens divinos que lhe foram confiados e, deste modo, tem noção e consciência de que Deus é o dono de tudo que temos e de tudo que somos.

b) Cumprir as suas obrigações. O cristão fiel é santo e diferente do mundo. Os ímpios, diz a Bíblia Sagrada, se caracterizam por serem infiéis nos contratos (Rm.1:31). Por isso, deve o cristão ser muito cauteloso ao contrair obrigações, fugindo do consumismo que tem dominado as consciências dos homens sem Deus. Devemos ter todo o cuidado na montagem do orçamento doméstico, para assumir apenas obrigações que possam ser fielmente cumpridas.

c) Suprir as necessidades de seu lar. Para a maioria das pessoas, as principais necessidades são: alimentação, habitação, despesas com tributos, tarifas públicas, transportes, saúde, educação e previdência social. Devemos fugir daquilo que não é necessário, do supérfluo e do dispensável. Na aquisição de bens, o cristão deve ser econômico, pesquisar e pechinchar preços, tendo, aqui, papel fundamental a mulher no lar (Pv.31:13,14,18). Neste ponto, vemos que o cristão deve ser previdente e sempre, quando possível, ter uma poupança para os dias de adversidade (cf. 2Co.12:14).

d) Ser voluntário e estar disposto em ajudar os necessitados. O cristão deve ser generoso, usando parte de sua economia para ajudar, dentro da medida do possível, o necessitado. Jesus tinha uma caixa de assistência durante o Seu ministério. É de uma administração cautelosa que surgirão os recursos que poderão mitigar as dificuldades dos mais necessitados. Neste contexto, também, estão as ofertas alçadas que se devem dar nas igrejas, bem assim as contribuições específicas para determinadas obras na casa do Senhor e para a obra missionária. Seria muito bom que, na administração de seus bens, o cristão pudesse dedicar sempre uma parcela fixa de seu rendimento para esta parte. Lembremo-nos de que vivemos no país de maior desigualdade social do mundo e que, como cristãos, devemos demonstrar o amor de Deus que há em nossos corações. A verdadeira religião é amar a Deus e o próximo (Tg.1:27).

e) Fugir dos agiotas (Êx.22:25; Lv.25:36). Quem cai na mão dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos, não tem quietude. O crente que for sábio haverá de se safar das armadilhas proporcionadas pelos agiotas. Deus quer que todos os seus filhos tenham uma vida sossegada e abençoada.

f) Não ser fiador de ninguém. “Ser fiador significa aceitar a responsabilidade pela dívida de outra pessoa, se esta deixa de pagá-la. Esse ato torna a situação financeira do cossignatário dependente dos atos do amigo e fica sujeita a fatos que escapam ao seu controle. Pode levar à pobreza (cf.Pv.22:26,27) e à perda de amizades vitalícias. Isso não significa, porém, que devemos recusar-nos a ajudar alguém que esteja realmente sofrendo, sem meios para atender às necessidades básicas da vida (Ex.22:14; Lv.25:35; Mt.5:42). Quanto aos pobres, não devemos emprestar e sim dar-lhes (cf.Mt.14:21; Mc.10:21)"(Bíblia de Estudo Pentecostal).

No Livro de Provérbios está escrito que o homem não deve ser fiador de pessoa alguma: “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro” (Pv.11:15). Trata-se, portanto, de uma prática que o cristão não deve desempenhar e muito menos a igreja local exigir de seus membros.

CONCLUSÃO

O Cristão, rico ou pobre, no exercício da mordomia cristã das finanças, faz dos recursos que possui, adquiridos com honestidade, uma bênção para a Obra de Deus, para si mesmo, para sua família, bem como para a comunidade que o cerca. Devemos, portanto, fazer tudo ao nosso alcance para administrar bem os recursos que Deus nos deu. Amém?

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 74. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco – Bildade e a teologia da prosperidade. PortalEBD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Os Males do Consumismo. PortalEBD_2008.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Mordomia Cristã das Finanças.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus.

 

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