sábado, 29 de setembro de 2018

LIÇÕES BÍBLICAS - 4° TRIMESTRE DE 2018


No 4º Trimestre letivo de 2018, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “As Parábolas de Jesus – As Verdades e Princípios Divinos para uma Vida Abundante. O comentarista das lições é o pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby - Pastor-presidente da Assembleia de Deus em Curitiba (PR), advogado, mestre em Teologia e em Educação, conferencista, comentaristas de Lições Bíblicas e autor de livros publicados pela CPAD. As Lições estão distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - Parábola: Uma Lição Para a Vida.
Lição 2 - Para Ouvir e Anunciar a Palavra de Deus.
Lição 3 - O Crescimento do Reino de Deus.
Lição 4 - Perseverando na Fé.
Lição 5 - Amando e Resgatando a Pessoa Desgarrada.
Lição 6 - Sinceridade e Arrependimento Diante de Deus.
Lição 7 - Perdoamos Porque Fomos Perdoados.
Lição 8 - Encontrando o Nosso Próximo.
Lição 9 - O Perigo da Indiferença Espiritual.
Lição 10 - Precisamos de Vigilância Espiritual.
Lição 11 - Despertemos para a Vinda do Grande Rei.
Lição 12 - Esperando, mas Trabalhando no Reino de Deus.
Lição 13 - A Humildade e o Amor Desinteressado.
Após estudarmos o Livro de Levítico, cujas lições proporcionaram profundos ensinamentos a respeito da adoração, da santidade e do serviço que prestamos ao Senhor, estudaremos neste 4º trimestre de 2018 a respeito das Parábolas de Jesus. Elas são uma forma instrutiva para se ensinar grandes lições, e delas podemos extrair as inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã.
Por ser uma das principais formas de ensino utilizadas pelo Mestre, as parábolas merecem dedicada atenção e profundo interesse de nossa parte. O próprio Senhor Jesus quer que as entendamos, pois isso produzirá mudanças necessárias e resultará em transformação de vida (Mt.15:15,16).
As Parábolas de Jesus são uma das mais eloquentes demonstrações da “simplicidade que há em Cristo” (2Co.11:3). São histórias que foram retiradas do dia-a-dia dos Seus contemporâneos, cuja profundidade é mostrada com elementos absolutamente triviais e simples. A parábola ilustra verdades por meio de símbolos. Exemplos: "o campo é o mundo", "o inimigo é o Diabo", "a boa semente são os filhos do reino", etc..
Ao se utilizar do método das parábolas, Jesus mostra que Seu interesse era descrever realidades espirituais, que estavam acima da compreensão humana, de um modo que pudesse ser acessível a todos os Seus ouvintes.
As Parábolas de Jesus nos mostram, claramente, que, no ensino da Palavra de Deus, jamais devemos menosprezar ou desprezar o ambiente cultural do ouvinte, como também nunca poderemos deixar de lado a necessidade extrema de nos fazer entendidos pelos que nos assistem.
Ao se dirigir aos discípulos e aos fariseus, seus adversários, Jesus adotou o método de ensino por parábolas com a finalidade de convencer aqueles e condenar estes. Em Mateus 13:10, os discípulos perguntaram a Jesus o porquê de Ele falar por parábolas. Jesus usava esse método em razão da diversidade de caráter, de nível espiritual e de percepção moral de seus ouvintes (Mt.13:13). Em Marcos 4:10-12, ao ser inquirido sobre o uso de parábolas, Jesus respondeu que as usava nos seus ensinamentos por duas razões distintas: para ilustrar a verdade para aqueles que estavam dispostos a recebê-la, e para obscurecer a verdade daqueles que a odiavam.
Embora o método de parábolas tenha sido praticado pelo Senhor Jesus com tanta maestria e esplendor que, inevitavelmente, ainda hoje, quando falamos em parábolas, associemos esta figura ao ministério de Jesus, o fato é que a parábola não foi uma criação do Senhor, mas se tratava de um método muito comum entre os escribas e mestres israelitas, para não falar até nos povos antigos, em geral.
As Parábolas estão registradas em toda a Bíblia Sagrada, só que em maior quantidade no Novo Testamento.
Parábolas no Antigo Testamento.
Segundo R.N. Champlin, o Antigo Testamento registra 11(onze) parábolas. Veja, a seguir, algumas:
·   Os moabitas e os israelitas. O narrador foi Balaão, no monte Pisga (Nm.23:24).
·   As árvores que escolheram um rei. Foi contada por Jotão, no monte Gerizim (Jz.9:7-15), parábola que alguns consideram como sendo uma fábula[observação nossa].
·   A ovelha e o pobre. Foi narrada pelo profeta Nata, em Jerusalém (2Sm.12:1-5)
·   O conflito entre irmãos. Uma mulher de Tecoa contou-a, emJerusalém (2Sm.14:9)
·   O prisioneiro que escapou. Um jovem profeta, perto de Samaria, apresentou essa parábola (1Rs.20:25-49)
·   O espinheiro e o cedro. O rei Joás a contou, em Jerusalém (2Rs.14:9)
·   A videira que deu uvas bravas. Isaías contou essa parábola, em Jerusalém (Is.5:1-7).
·    As águias e a vinha (Ez.17:3-10). Autor: Profeta Ezequiel, na Babilônia.
·    Os filhotes de leão (Ez.19:2-9). Autor: Profeta Ezequiel, na Babilônia.
·    O caldeirão fervente (Ez.24:3-5). Autor: Profeta Ezequiel, na Babilônia.
·    Israel como a vinha perto da água (Ez.24:10-14). Autor: Ezequiel, na Babilônia.
Desta maneira, ao usar do método das parábolas, Jesus mostra que não inovava, se bem que, como ninguém, usaria este método.
No Antigo Testamento, quase sempre a Parábola está vinculada ao ofício profético. Eram os profetas, na maioria das vezes, quem usavam deste expediente para trazer suas mensagens ao povo, a mostrar, assim, que a Parábola era um meio pelo qual Deus procurava transmitir um ensinamento, uma orientação, fazer uma advertência para o seu povo. Na Antiga Aliança, esta era a função do ofício profético, que era o porta-voz do Espírito do Senhor para Israel.
A Parábola, assim, desempenha este papel de comunicação direta entre Deus e o homem. Deste modo, vemos que Jesus não poderia deixar de usar do expediente das parábolas na pregação do Evangelho.
Sendo o ofício profético um de seus ofícios, Cristo também teria de, a exemplo dos profetas que o antecederam, usar deste método que, afinal de contas, era um método bem conhecido do povo israelita. Tendo a missão de fazer conhecido o Pai aos homens (João 15:15), o Senhor tinha de trazer Deus ao nível do intelecto humano, e isto impunha o uso de uma linguagem que fosse acessível ao ser humano.
O uso das Parábolas, portanto, era um dos métodos mais apropriados, porque, além de ser conhecido da população em geral, dava plenas condições para que houvesse a compreensão da parte dos ouvintes.
Parábolas no Novo Testamento.
Os eruditos divergem quanto ao número de Parábolas que os Evangelhos registram. Entendem alguns que as parábolas seriam 30(trinta), enquanto outros chegam até ao número de 41(quarenta e uma) ou 45 (quarenta e cinco) Parábolas de Jesus, todas elas constantes dos chamados “evangelhos sinóticos”, ou seja, Mateus, Marcos e Lucas, evangelhos que têm como objetivo principal fazer um resumo histórico da vida de Jesus sobre a face da Terra; diferentemente do Evangelho segundo escreveu João, que, sem se preocupar em fazer uma síntese biográfica do Senhor, tenta apenas mostrar a sua divindade, através dos seus discursos e de sete milagres escolhidos pelo apóstolo evangelista. Assim, em João, em lugar das Parábolas, temos discursos.
O que podemos afirmar, com segurança, é que Jesus, o Mestre por Excelência, proferiu muitas, mas muitas parábolas. Quantas foram? Não sabemos. A Bíblia não fala de números, apenas em “muitas” - “E falou-lhe de muitas coisas por parábolas...”(Mt.13:3); “E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra...E sem parábolas nunca lhes falava...”(Mc.4:33,34).
De tudo o que o Senhor Jesus fez, e falou, nos seus três anos de Ministério, somente uma amostra foi registrada nos quatro evangelhos. O Espírito Santo orientou o registro daquilo que fosse necessário e suficiente para que pudéssemos crer.
“Jesus, pois operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”(João 20:30,31).
Certamente que o mesmo ocorreu quanto ao número das Parábolas por Ele proferidas. Ninguém pode afirmar o número delas. Cremos que acertam aqueles que não arriscam a dizer quantas foram, até porque a Bíblia diz que “com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra...”. O Apostolo João acrescentou que “há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!” (João 21:25).
Você poderá dizer que não sabemos quantas Parábolas o Senhor proferiu, mas podemos afirmar quantas foram registradas nos quatros Evangelhos. Também não podemos afirmar isso.
Alguns afirmam não existir uma só parábola no Evangelho de João; outros, no entanto, identificam várias, tais como a Parábola do Bom Pastor (João 10:1-16) e a Parábola da Videira e os Ramos (João 15:1-6).
Dos quatro Evangelistas, Lucas foi o que mais fez uso das Parábolas de Jesus – 32 Parábolas são encontradas no seu Evangelho. Acreditamos que Lucas, como escreveu o seu Evangelho para os gregos, ele quis mostrar-lhes que Jesus, o Mestre por Excelência, foi muito superior aos maiores de seus mestres e filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles.
Eis a relação das Parábolas de Jesus nos Evangelhos sinóticos. São 45(quarenta e cinco):
  • O Semeador (Mt.13.5-8; Mc.4:3-20).
  • O Joio (Mt.13.24-30).
  • O Grão de Mostarda (Mt.13.31,32; Mc.4:30-32; Lc.13:18,19).
  • O Fermento (Mt.13.33; Lc.13:20,21).
  • O Tesouro Escondido (Mt.13.44).
  • A Pérola (Mt.13.45,46).
  • A Rede (Mt.13.47-50).
  • A Ovelha Perdida (Mt.18.12-14; Lc.15:3-7).
  • O Credor Incompassivo (Mt.18.23-35).
  • Os Trabalhadores da Vinha (Mt.20.1-16).
  • Os Dois Filhos (Mt.21.28-32).
  • Os Lavradores Maus (Mt.21.33-46; Mc.12:1-12; Lc.20:9-19).
  • As Bodas (Mt.22.1-14).
  • As Dez Virgens (Mt.25.1-13).
  • Os Talentos (Mt.25.14-30).
  • A Semente (Mc.4.26-29).
  • Os Dois Devedores (Lc.7.41-43).
  • O Bom Samaritano (Lc.10.25-37).
  • O Amigo Importuno (Lc.11.5-8).
  • O Rico Louco (Lc.12.16-21).
  • A Figueira Estéril (Lc.13.6-9).
  • A Grande Ceia (Lc.14.16-24).
  • A Dracma Perdida (Lc.15.8-10).
  • O Filho Pródigo (Lc.15.11-32).
  • O Administrador Infiel (Lc.16.1-9).
  • O Rico e Lázaro (Lc.16.19-31).
  • Os Servos Inúteis (Lc.17.7-10).
  • O Juiz Iníquo (Lc.18.1-8).
  • O Fariseu e o Publicano (Lc.18.9-14).
  • As Dez Minas (Lc.19.12-27).
  • Os dois alicerces (Mt.7:24-27).
  • Remendo novo em vestes velhas (Mt.9:16, Mc.2:21, Lc.5:36).
  • Vinho novo em odres velhos (Mt.9:17; Mc.2:22; Lc.5:37,38).
  • O espírito imundo (Mt.12:43-45, Lc.11:24-26).
  • A figueira florescente (Mt.24:32,33; Mc.13:28,29; Lc.21:29-31).
  • O dono de casa e o ladrão (Mt.24:42-44, Lc.12:36-40).
  • O mordomo sábio (Mt.24:45-51; Lc.12:42-48).
  • As ovelhas e os bodes (Mt.25:31-37).
  • Os servos vigilantes (Mc.13:34-37; Lc.12:35-38).
  • O conviva importuno (Lc.14:7-11).
  • A torre (Lc.14:28-30).
  • O rei em preparativos de guerra (Lc.14:31-33).
  • Coisas novas e coisas velhas (Mt.13:51,52).
  • Jejum e casamento (Mt.9:14,15; Mc.2:18-22; Lc.5:33-35).
  • Os meninos na praça (Mt.11:16-19; Lc.7:31-35).
Embora tenhamos relacionado 45 parábolas, somos do entendimento de que a história de rico e Lázaro não é uma Parábola, mas uma história verídica narrada por Jesus, tanto que uma personagem é chamada pelo nome, o que não ocorre em nenhuma outra Parábola.
Ao lermos as Parábolas de Jesus, devemos sempre lembrar que o ministério do ensino na Igreja deve ser exercido com simplicidade, pois não será a complicação, a erudição excessiva, que conferirá profundidade ao ensino, e as Parábolas são a prova disto.
O ensino da Palavra de Deus deve ser universal, deve visar a todos os que se dispuserem a ouvi-lo, e nós temos o dever de transmitir a Palavra da forma mais acessível possível, para que sejamos entendidos pelos ouvintes. A mensagem do Evangelho é para todo o mundo, para toda a criatura (Mc.16:15) e, por isso, temos de usar de uma linguagem facilmente acessível, como eram as Parábolas de Jesus.
Ao usar Parábolas em Seu ensino, Jesus confirma que veio para todos os homens, não para alguns escolhidos. Trazendo ensinos que eram acessíveis a todos, o Senhor deu real oportunidade a pessoas de todas as camadas sociais, grandes e pequenos, sábios e indoutos, homens e mulheres, para que O conhecessem e a Deus Pai. Estudar as Parábolas de Jesus, portanto, faz-nos ver, de forma simples e profunda, quanto Deus está interessado em que O conheçamos e quanto Ele nos ama.
Por fim, assim como Jesus utilizou de realidades do cotidiano das pessoas para ensinar as verdades eternas, também precisamos, na atualidade, contextualizar a Palavra de Deus, fazendo com que as Parábolas sejam, também, fontes de ensinos preciosos para os nossos dias, até porque, como ensinava Salomão, “não há nada de novo debaixo do sol” (Ec.1:9,10).
Que, ao término deste trimestre letivo, tenhamos não só aprendido as profundas realidades espirituais contidas nas Parábolas do nosso Supremo Mestre, como também tenhamos aprendido com Ele como devemos ensinar a Sua Palavra com profundidade, mas sem nunca deixar a simplicidade que nEle há.
Ev. Luciano de Paula Lourenço

3 comentários:

  1. A paz do senhor meu professor, aqui é o irmão Esdras Peixoto de Maceió-Al. Fico muito agradecido pelos estudos que o senhor posta, pois eu fico pensando o que seria de minhas aulas ser não tivessem o auxílio desses Homens de Deus. Desde já rogo ao Senhor que continue te iluminando e fazendo prosperar o teu caminho.

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  2. Paz do Senhor!
    Parabéns ao nobre Ev.Luciano de Paula pelo excelente material que o mesmo disponibiliza para os nossos estudos da EBD todas as semanas. Tem sido edificante e de um valor inestimável.
    Que o Eterno continue lhe abençoando ricamente com bençãos do céu e da Terra.

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  3. Paz do Senhor!
    Agradeço pelo excelente material para os nossos estudo.Tem me servido de apoio nas ministração das aulas.Estou orando ao seu favor que Deus continue o abençoando grandemente.Parabéns EV. Luciano de Paula

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