1º Trimestre/2020
Texto Base: Gênesis 2:1-8
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se move sobre a terra” (Gn.1:26).
Gênesis
2:
1.Assim, os céus, e a terra,
e todo o seu exército foram acabados.
2.E, havendo Deus acabado no
dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua
obra, que tinha feito.
3.E abençoou Deus o dia
sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que
Deus criara e fizera.
4.Estas são as origens dos
céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra
e os céus.
5.Toda planta do campo ainda
não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o
SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar
a terra.
6.Um vapor, porém, subia da
terra e regava toda a face da terra.
7.E formou o SENHOR Deus o
homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi
feito alma vivente.
8.E plantou o SENHOR Deus um
jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.
INTRODUÇÃO
É com muito prazer que damos início a mais um
trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical. Estudaremos a respeito da
doutrina bíblica do homem. Nesta primeira Aula, trataremos de Adão, o primeiro homem
criado por Deus. Na verdade, o primeiro homem não foi criado, mas, sim, formado
(Gn.2:7). Toda a criação de Deus teve como matéria prima o “nada”, mas para
formar o homem, Deus usou de algo já existente: o pó da superfície da Terra
(Gn.2:7). Essa criatura é diferente de tudo que Deus criou - Ele foi formado à
imagem de Deus, conforme a Sua semelhança (Gn.1:26), tendo similitude geral com
Ele, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus,
mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das
características distintivas espirituais que o marcariam exclusivamente como ser
superior aos animais. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter
comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e
santidade. Enfim, Deus criou o homem para que tivesse autoconsciência,
autodeterminação e santidade interior (Ec.7:29; Ef.4:24; Cl.3:10).
“Vede, isto tão-somente achei: que Deus
fez o homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Ec.7:29).
A CAPA DA REVISTA
Conforme argumento do Dr. Caramuru Afonso
Francisco, no PortalEBD, a Capa do trimestre apresenta uma ilustração do cego
Bartimeu no momento em que era curado pelo Senhor Jesus, o qual teria imposto
suas mãos e feito aquele habitante de Jericó tornar a ver (Mt.20:29-34;
Mc.10:46-52; Lc.18:35-43). Com a utilização desta ilustração, quer-se mostrar
que, a exemplo daquele cego, o ser humano estava espiritualmente cego depois da
queda, e que somente Jesus pode fazer com que este homem volte a ter a visão
espiritual. Como afirmou o apóstolo Paulo, é o resplandecer da luz do evangelho
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus, que faz com que todo o homem possa
contemplar a manifestação da verdade (2Co.4:1-5).
O TRIMESTRE PODE SER DIVIDIDO EM QUATRO
BLOCOS
-O
primeiro bloco – Lições 01 e 02. Fala-nos da origem do homem,
abordando o primeiro homem e a primeira mulher.
-O
segundo bloco – Lições 03 a 06. Cuida da humanidade,
abordando a natureza, os atributos, a unidade da raça humana e a sexualidade.
-O
terceiro bloco – Lições 07 a 09. Trata da queda do homem e de
suas consequências.
-O
quarto bloco – Lições 10 a 13. Fala da redenção da
humanidade segundo o projeto divino da salvação, inclusive fazendo a análise
tanto do homem do pecado, o Anticristo, protótipo dos ímpios, como de Jesus
Cristo, que não só é o Redentor, mas o exemplo a ser seguido, mostrando, ainda,
como o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
I. A
DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM
Quem é o homem? De onde ele veio? Para onde
ele vai? Estas são perguntas que inquietam aqueles que se debruçam sobre a
realidade à sua volta. Os filósofos, em sua maioria absoluta, formada por
materialistas, ateístas ou pretensos agnósticos, respondem que o homem é apenas
um “animal que pensa”, ou fruto da evolução aleatória das espécies. Eles
atribuem a existência do ser humano ao acaso, como se fosse descendente de um
animal irracional, que teria evoluído de um microrganismo unicelular que
povoara as águas dos mares. Todavia, a Bíblia Sagrada é clara e contundente: o
ser humano teve sua origem em Deus (Gn.1:26; 2:7). Num tempo que não podemos
determinar, a Trindade Santa se reuniu e decidiu formar o homem: “Disse Deus: Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra” (Gn.1:26).
1. Doutrina Bíblia do Homem
A Doutrina Bíblica do Homem é chamada de
Antropologia, do grego antropos que
significa homem e logia, que significa estudo, portanto,
estudo do homem. A estudar essa doutrina, temos que refletir sobre a origem do
homem, sua constituição, sua finalidade, seu destino final e como ele se
relaciona com outros homens e com Deus.
A Antropologia humana exalta a teoria da
evolução das espécies, por meio do acaso e da chamada “seleção natural”. A
Antropologia bíblica fundamenta-se na Palavra de Deus, que afirma
categoricamente: “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em
seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.1:26; 2:7).
Esse é o ponto de partida, diante do qual o cristão, que crê na revelação
divina, jamais se renderá diante de teorias humanas, evasivas, materialistas,
contrárias às Escrituras Sagradas.
2. Fundamento
O principal fundamento da doutrina bíblica do
homem encontra-se nas Escrituras Sagradas, que é a fidedigna Constituição e
infalível regra de fé e prática do povo de Deus nesta Terra. Qualquer outro
documento é considerado apenas um tratado ordinário, passível de alteração ao
longo do tempo, e que deve estar estritamente balizado na Palavra de Deus.
-A
Criação do Homem difere das outras criações. Quando Deus criou os
animas, os peixes as estrelas, o sol e a lua, Deus utilizou o verbo, a palavra,
para criar tudo no universo infinito e na terra; exemplo: “E disse Deus haja
luz. E disse Deus haja um firmamento no meio das águas. E Disse Deus haja
luminares no firmamento do céu (Gn.1:3,7,14); mas, na criação do homem Deus
utilizou de material já existente para fazer o corpo físico – o pó da terra -,
e, na parte espiritual, soprou em suas narinas, e o homem tornou-se alma
vivente (Gn.2:7).
-O
Homem foi criado superior aos outros seres vivos. Quando
Deus criou o homem, ele já havia criado todos os outros seres vivos, as
plantas, os peixes, os animais, e por isso Deus fez o homem superior a tudo o
que existia até então, e os deu ao homem, e disse: “dominai sobre os peixes do
mar, sobre todas as aves do céu, e sobre todos os animais que se arrastam sobre
a terra” (Gn.1:28). O homem desde a sua criação é superior a tudo na terra;
entre o homem e as demais criaturas existem uma grande diferença: o homem possui
um nível muito elevado intelectual, moral e espiritual (Gn.1:31, 2:19,20, Salmo
8:4-8).
3. Objetivos
Por que o estudo do homem é importante? Porque
nos ajuda a entender como Deus planejou se relacionar conosco e o que Ele
espera de nós. Um outro fato importante é o discernimento que essa doutrina nos
dá quando a compreensão bíblica do homem é confrontada pela opinião e exposição
das outras ciências afins como a psicologia e a sociologia.
A Lição Bíblica do Mestre apresenta 04(quatro)
objetivos, que exponho:
ü Responder
às perguntas do ser humano: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a
minha missão? E para onde vou?
ü Mostrar
a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e o Mantenedor de toda as
coisas.
ü Levar
o homem a reatar a sua comunhão com Deus através de Jesus Cristo, o Homem
Perfeito.
ü Consolar-nos
quanto ao nosso destino eterno por meio do sacrifício de Jesus no Calvário –
Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
II. A
CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
A criação dos Céus e da Terra é um fato
histórico que aconteceu exatamente como está escrito no Livro de Gênesis. Por
que Deus criou tudo isto? Simplesmente porque Ele é livre para criar, e seu
propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele manifesta para sua
criação. Ao criar o universo, não significa que Deus precisasse de alguma coisa
para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24:1). Ele criou todas as coisas para
manifestação da sua glória (Sl.19:1-5; Is.6:3; 43:7). A criação da Terra foi
aplaudida pelos anjos, os quais foram criados antes da criação do mundo
material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas tu, quando eu fundava a
terra? ... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os
filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38:4,7).
1. A criação dos Céus e dos
anjos
“Pela palavra do SENHOR foram feitos os
céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca” (Sl.33:6).
“No princípio, criou Deus os céus e a
terra” (Gn.1:1).
a) A criação dos
Céus (Gn.1:1; Sl.33:6)
É através dos céus que nós podemos entender a
grandeza de Deus, ver o Seu grande poder e como Ele é maravilhoso. Vemos que
Deus fez os céus e o céu dos céus, porque Ele é o único Criador, criou tudo
para a Sua glória, e para mostrar a todos os incrédulos e também aos seus
inimigos (Satanás e os seus demônios) que Ele é o único, e que tudo foi feito
por Ele e para Ele.
A Palavra de Deus mostra que não existe apenas
um céu; o texto sagrado fala em “céus”, no plural:
“Eis que os céus e os céus dos céus são
do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt.10:14).
“Assim, os céus, e a terra, e todo o seu
exército foram acabados” (Gn.1:1).
“Pela palavra do SENHOR foram feitos os
céus...” (Sl.33:6).
O apóstolo Paulo narra uma experiência que
teve em sua vida, em que ele foi arrebatado até o terceiro Céu; isto nos faz
entender que não existe apenas um céu, mas sim três céus.
“Em verdade que não convém gloriar-me;
mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que,
há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe),
foi arrebatado até ao terceiro céu” (2Co.12:1,2).
a.1) O Primeiro Céu: o Firmamento. É
onde se encontram os planetas e as estrelas agrupadas em constelações, e estas em
galáxias (Gn.1:16,17). Segundo os estudiosos deste assunto, existem, no mínimo,
2 trilhões de galáxias espalhados pelo universo observável, contendo mais
estrelas do que grão de areia no planeta Terra. Os planetas giram em torno do
sol, e junto com as demais estrelas, giram em torno de um ponto comum no meio
da galáxia. Todos os planetas e estrelas têm o seu percurso perfeitamente
traçado, onde se revolvem em perfeita simetria. Assim como os planetas, também,
as galáxias têm o seu percurso, onde giram em torno de um ponto central do
universo. Os cientistas não sabem o que é este centro do universo que mantém as
galáxias ligadas a ele por uma força imaginavelmente poderosa; contudo, a
Bíblia nos afirma que Deus é quem comanda todas estas estrelas, planetas e
galáxias, girando harmoniosamente em volta do Seu trono.
a.2) O Segundo Céu: as Regiões Celestes
(Ef.6:2) – “porque não temos
que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Estas regiões celestes ou celestiais não podem
ser vistas com olhos carnais. É um céu onde se encontram tudo o que é
espiritual. É também onde os anjos de Deus travam as batalhas espirituais com
Satanás e seus demônios (Dn.10:1-13; Ap.12:7). É o lugar onde se encontram os
anjos e os demônios os quais não podemos ver com olhos humanos. É onde Satanás
e seus demônios planejam as suas estratégias, para derrubar os crentes e
destruir igrejas inteiras. Mas também é o lugar onde os anjos de Deus estão a
todo o momento preparado para nos defender (Sl.34:7,8; Hb.1:14; 1Pd.5:8;).
“Não são, porventura, todos eles
espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação?” (Hb.1:14).
a.3) O Terceiro Céu: A morada de Deus – O
Céu dos céus (Dt.10:14). Este é o lugar que Deus escolheu para estabelecer
o seu Trono, a Sua habitação (Dt.26:15; Is.66:1; Is.63:15; Sl.47:8; Sl.103:19).
Embora a Bíblia diga que Deus é Onipresente, e Ele enche toda a Terra, e está
em todo lugar, o Céu dos Céus é o lugar de Sua habitação (Dt.26:15).
“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu
trono...(Is.66:1).
“Olha desde a tua santa habitação, desde
o céu, e abençoa o teu povo...” (Dt.26:15).
“Deus reina sobre as nações; Deus se
assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl.47:8).
“O SENHOR tem estabelecido o seu trono
nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl.103:19).
Neste lugar encontra-se o Paraiso
(2Co.12:3,4). O apóstolo Paulo narra a experiência que teve, quando foi
arrebatado até este maravilhoso lugar (2Co.12:3,4); lugar este aonde estaremos
brevemente a esperar a ressurreição por ocasião da vinda do Senhor Jesus
(1Ts.4:16,17):
“E sei que o tal homem (se no corpo, se
fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado
ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar”.
Como o relato deixa claro, o lugar visitado
por Paulo é o mesmo para o qual o Senhor Jesus levou o ladrão arrependido
depois da morte deste último, ou seja, o lugar onde Deus habita. Paulo ouviu a
língua do Paraíso e entendeu as palavras, mas foi proibido de repeti-las aqui
na Terra. As palavras eram inefáveis no sentido de que eram sagradas demais
para serem proferidas e, portanto, não deviam ser anunciadas.
Um Dia todos nós, os remidos pelo sangue de
Jesus Cristo, estaremos com o Senhor neste Terceiro Céu, onde bem de perto
ouviremos e participaremos destas palavras inefáveis, juntamente com todos os
santos de todos os tempos e com os anjos de Deus. Neste lugar estaremos livres
do poder e da presença do pecado; lá não sofreremos mais as acusações de
Satanás; lá não haverá mais dor, tristeza e morte, e juntos com os anjos e
nossos irmãos em Cristo, teremos felicidade plena e indelével, e estaremos
glorificando o Senhor Jesus Cristo e o nosso Deus Pai para sempre.
“E Deus limpará de seus olhos toda
lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as
primeiras coisas são passadas” (Ap.21:4).
b) A criação
dos anjos (Sl.33:6)
Após criar os Céus, Deus criou os seres espirituais, os anjos. Os anjos
são, assim como os homens, criaturas de Deus. Gênesis 1:1 e Colossenses 1:16
são incisivos ao mostrar que Deus foi o criador dos anjos, de forma que os
anjos são criaturas, ou seja, seres inferiores a Deus, embora sejam superiores
aos homens. Isto é muito importante, pois não temos como confundir os anjos com
o próprio Deus, nem podemos atribuir a anjos quaisquer atributos divinos, pois
Deus é o criador, enquanto os anjos são apenas criaturas.
Por serem espirituais, ou seja, ao contrário do homem que é formado de
uma parte material (corpo) e de outra parte imaterial (alma e espírito), os
anjos são puro espírito. O escritor da carta aos hebreus diz que os anjos são
“espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação (Hb.1:14).
Por serem espirituais, os anjos não estão sujeitos às leis da física,
podendo aparecer e desaparecer (Jz.6:21; Lc.1:11; 2:13), contrariar a lei da
gravidade (Jz.13:20), ter poder de ferir milhares de pessoas ao mesmo tempo
(2Sm.24:16,17; 2Rs.19:35; 1Cr.21:16; 2Cr.32:21; Is.37:36), fechar a boca de
leões famintos (Dn.6:22), remover grandes pedras (Mt.28:2), fazer emudecer
(Lc.1:20), entrar e sair de lugares que estavam e continuaram fechados
(At.5:19; 12:7-11), ferir uma pessoa em particular de modo fulminante e fatal
(At.12:23), entre outros poderes, a mostrar que as leis vigentes para o mundo
físico e material não atingem estes seres, já que são puramente imateriais.
Por não possuírem limitações físicas, a "lei da gravidade" não
exerce qualquer influência sobre os anjos. Pela falta de gravidade de seus
corpos espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com
extrema rapidez.
Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para
se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. A
Bíblia registra várias aparições de anjos; exemplos: feitas a Abraão, Ló, Jacó,
Josué, Pedro, Paulo (Gn.18:1-10; 28:10-22; Js.5:13-15; Atos 12:7,8; 27:23).
Por serem plenamente espirituais, os anjos também são assexuados, ou
seja, não são nem do sexo masculino, muito menos do sexo feminino. Assim, a
sexualidade é uma característica exclusiva da dimensão terrena, sendo algo que
não tem correspondência na dimensão celestial, como, a propósito, bem nos
ensinou o Senhor Jesus em Seu diálogo com os saduceus (Mt.22:29,30; 12:25). Não
há, portanto, “anjos do sexo masculino” nem tampouco “anjas”.
2. A criação da Terra
(Gn.1:1; Sl.33:6) - Deus a criou com inigualável sabedoria
“No princípio, criou Deus
os céus e a terra” (Gn.1:1).
Observe que a Bíblia não diz que no princípio começou Deus a criar a
Terra, e que após milhões, bilhões de anos, em sucessivas eras geológicas, a
Terra ficou pronta para ser habitada. Não. A Bíblia diz que “no princípio criou
Deus os céus e a Terra” (Gn.1:1). Deus não precisa de tempo para criar, para
fazer, para aperfeiçoar alguma obra Sua. Sendo um Deus perfeito e Todo
Poderoso, num só ato Ele cria ou faz uma obra perfeita, sem necessidade de
acabamentos ou retoques.
A Terra que
Deus criou era acabada, perfeita e bela
A Palavra de Deus afirma que Deus é perfeito e que não há imperfeição
naquilo que Ele faz.
“Ele é a Rocha, cuja obra
é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são. Deus é a verdade, e
não há nele injustiça; justo e reto é” (Dt.32:4).
Deus jamais chamaria de “céus e terra” um número infinito de átomos
isolados e que se aglutinariam num tempo indeterminado, uma quantidade quase
infinita de poeira cósmica jogada no espaço de forma aleatória. Não. De maneira
alguma isso foi considerado “céus e terra” pelo Espírito Santo de Deus, no
princípio. No princípio, a Terra que Deus criou era uma Terra acabada, perfeita
e bela.
Os anjos foram os primeiros seres vivos a contemplarem a Terra tal como
Deus a criou. Certamente, o que eles viram não foi uma Terra “sem forma e
vazia”, coberta pelas águas (Gn.1:2). Na expressão do próprio Criador, os
anjos, chamados de “estrelas da alva” e “filhos de Deus”, ao contemplarem a
Terra recém-criada, rejubilaram e alegremente louvaram a Deus. Veja este
depoimento dado pelo próprio Deus, falando a Jó:
“Onde estavas tu, quando
eu fundava a Terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as
medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão
fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as
estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus
rejubilavam?” (Jó 38:4-7).
Deus criou a
Terra para ser habitada
Pela informação que nos dá a Palavra de Deus e de forma clara narrada
pelo profeta Isaías, Deus criou a Terra para ser habitada.
“Porque assim diz o Senhor que tem criado os
céus, o Deus que formou a Terra, e a fez, ele a estabeleceu, não a criou vazia,
mas a formou para que fosse habitada. Eu sou o Senhor e não há outro”
(Is.45:18).
-Num primeiro
momento,
segundo tudo indica, ao criar a Terra Deus entregou o seu governo a um Querubim
ungido (Ez.28:14). Esse Querubim falhou, pecou, e, em consequência, a Terra se
tornou “sem forma e vazia” (Gn.1:2).
-Num segundo
momento,
Deus restaurou a Terra, devolvendo-lhe suas características originais. E para
cuidar dela, Deus criou o homem, um ser diferente de todas as demais criaturas
que já havia criado. O homem permanece cuidando da Terra e o fará até que o
Senhor Jesus Cristo venha para implantar o Seu Reino milenar sobre ela.
No princípio, Deus
constituiu um Querubim para cuidar da Terra original
“Tu eras querubim ungido para proteger, e te
estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas
andavas” (Ez.28:14).
A Terra era como um Paraíso, reconhecida como sendo o Monte santo. É
claro que não se pode afirmar com verdade matemática, mas, por inferência de
várias passagens bíblicas, podemos entender que Deus entregou o governo da
Terra original a um Querubim ungido e a seus anjos. É claro que respeitamos as
opiniões contrárias. Esse “Querubim ungido” era como estrela radiante, ou
“estrela da manhã, filha da alva!” (Is.14:12), razão porque convencionou-se chamá-lo
de Lúcifer. Não há como determinar, nem mesmo imaginar, por quanto tempo a
Terra original permaneceu tal como fora feita pelas mãos de Deus.
A Terra
Original foi subvertida, transformada em caos, como consequência do pecado de
Lúcifer
“E tu dizias no teu
coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono
... Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”
(Is.14:13,14).
Em consequência deste ato tresloucado de Lúcifer querendo destronar o
Criador, o juízo de Deus foi tão grande contra ele que alcançou também a
própria Terra, a qual passou a ser vista tal como descrita em Gênesis 1:2 - “E a terra era sem forma e vazia, e havia
trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.
Neste estado, a Terra é conhecida como Terra caótica. A Terra que Deus criara,
perfeita e bela, foi transtornada.
A Terra foi submersa pelas águas e envolta na escuridão. Porém, com muita
propriedade, a Palavra de Deus afirma que “o Espírito de Deus se movia sobre a
face da água”. Isto pode significar que a presença de Deus ali estava para
garantir o seu direito de propriedade sobre a Terra. Satanás nunca se tornou
senhor, ou proprietário dela. A Terra sempre foi propriedade exclusiva de Deus.
“Eis que os céus e os
céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt.10:14).
“Do SENHOR é a terra e a
sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1).
Não se pode quantificar em números – em séculos ou milênios, em milhões,
talvez bilhões de anos -, o tempo em que a Terra permaneceu neste estado
caótico - “sem forma e vazia”. Porém é certo que ela permaneceu o tempo
suficiente para cobrir todas as eras geológicas defendidas pela ciência. Afirma
a maioria dos comentaristas que a Terra original era povoada por animais, mas,
não pelo homem. Isto justificaria o encontro de fósseis com milhões ou bilhões
de anos.
A Terra foi
restaurada em seis dias
Após o estado caótico, Deus não criou novos céus e nem uma nova Terra. A
expressão “criar”, do verbo hebraico, “barah”
- no sentido de trazer à existência algo que antes não existia, ou trazer do
nada, ou fazer existir aquilo que não é material -, somente é usada três vezes
no capítulo 1 de Gênesis - versículos 1,21 e 27.
Em relação à Terra, no terceiro dia, não há qualquer menção do verbo
criar ou “barah”. Isto significa que
Deus não criou uma nova Terra, mas, restaurou aquela que ele havia criado “no
princípio”, e que tinha sido transtornada como consequência do pecado de
Lúcifer, sendo envolta em escuridão e coberta pelas águas. Em razão disto, Deus
ordenou:
“... ajuntem-se as águas debaixo dos
céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi” (Gn.1:9).
Portanto, a Terra já existia, apenas estava encoberta pelas águas.
“E chamou Deus a porção
seca Terra, e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era muito
bom” (Gn.1:10).
A Terra foi
coberta pelo verde da vegetação
Mais
uma vez, em Gênesis 1:11, não aparece o verbo criar, ou “barah”. Isto significa que Deus não criou novas plantas, mas, que
ordenou às sementes de todas as plantas que antes existiam na Terra original, e
que permaneceram em estado latente para que germinassem.
“E disse Deus: produza
a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera segundo a sua espécie,
cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu
erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera cuja
semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde
e a manhã o dia terceiro” (Gn.1:11-13).
Assim, a antiga Terra, criada por Deus, “no princípio”, após permanecer
em estado caótico por um tempo que só Deus conhece sua duração, está finalmente
renovada e pronta para ser habitada outra vez.
Após tudo isto, ou seja, a restauração da Terra, Deus formou o homem para
cuidar de tudo aquilo que Deus criou e que estava sobre a Terra
“E formou o SENHOR
Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o
homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).
III. A
CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO
“E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra” (Gn.1:26).
“E criou Deus o homem à
sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn.1:27).
“E formou o SENHOR Deus o
homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi
feito alma vivente” (Gn.2:7).
Há três
palavras-chave para a atividade criadora de Deus nestes textos: criar, fazer e
formar. Esses três verbos definem o caráter da obra criadora de Deus, que tanto
criou do nada, como formou criaturas daquilo que criara anteriormente.
É bom enfatizar
que o capítulo 2 não é um outro relato da criação nem uma continuação do
capítulo 1; não é independente, mas dependente do primeiro, ampliando e
explicando uma das atividades de Deus que apenas foi citada no relato anterior.
É como se o ator de Gênesis desse um zoom no versículo 27 do capitulo 1, usando
o versículo 7 do capitulo 2:
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus
narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).
Refletir sobre a
formação do homem requer um estudo de Genesis 2:7. Vamos começar com o verbo
que descreve a atividade de Deus: formar. A mesma palavra empregada para o
oleiro que molda o vaso (cf. Is.29:16; Jr.18:4-6). A palavra descreve a ação de
um Criador habilidoso que molda a coroa da Sua criação e sopra vida nela. O material
usado é o mesmo que o oleiro usa para formar o vaso: o pó da superfície da
terra que dá o barro, que pode ser moldado e mantém a forma do molde. Essa
figura é tão importante que é usada no restante do Antigo Testamento ao
mencionar aspectos específicos da natureza do homem e de seus relacionamentos.
Vamos ver algumas passagens bíblicas:
ü Deus é o oleiro que forma Israel (Jr.18:6).
ü O pó é a origem e o destino final do homem (Gn.3:19).
ü O homem é frágil por causa do material de que foi feito
(Sl.103:14).
Se pararmos para
refletir, o homem (em hebraico adam)
e terra (em hebraico adamah) estão
sempre em pares na sua história. Em Gênesis 2, o homem é formado da terra,
depois recebe a ordem de cultivá-la, da terra virá também o seu alimento, e por
fim, a terra é a sua casa depois da morte (Gn.3:19).
1. O concílio da Divindade
sobre a criação do homem
A criação do ser
humano foi uma decisão amorosa e soberana da Santistíssima Trindade: “Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn.1:26). O verbo
“fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não
estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a
grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo
criador dos demais seres. Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do
planeta, no Oriente, Deus (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) se reuniram
solenemente para fazer surgir o novo ser: o homem à imagem e semelhança de
Deus, obra prima da criação, que haveria de revolucionar toda a criação. O fato
de que os membros da Trindade falaram entre si indica que este foi um ato
transcendental e a consumação da obra criadora.
“...o homem à
nossa imagem...”. Que significa isto? Não se refere
a aspecto físico, já que Deus é espírito, e não tem corpo. A imagem de Deus no
homem tem quatro aspectos: (a) somente o homem recebeu o sopro de Deus, e,
portanto, tem um espírito imortal, por meio do qual pode ter comunhão com Deus;
(b) é um ser moral, não obrigado a obedecer a seus instintos, como os animais,
porém possui livre-arbítrio e consciência; (c) é um ser racional, com capacidade
para pensar no abstrato e formar ideias; (d) é um ser que tem domínio sobre a
natureza e sobre os seres vivos, à semelhança de Deus; é o representante de
Deus, investido de autoridade e domínio (Gn.1:26), como visível monarca e
cabeça do mundo.
2. A matéria prima do homem
O corpo do homem
foi formado do pó da terra, à semelhança do que se deu com os animais
(Gn.2:7,19), o que nos ensina que ele se relaciona com as outras criaturas. Não
obstante, não há elo biológico entre o homem e os animais.
A ciência tem
demonstrado que a substância do corpo humano contém os mesmos elementos
químicos do solo. Seu nome em hebraico "Adão" (homem), é semelhante a
"Adama" (solo). Usa-se a palavra "bara"
(criar algo sem precedentes) em Gn.1:27, que indica que sua criação foi algo
especial.
Gênesis 2:7 diz:
“Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra…". A palavra
"formou" dá, no original, a ideia de "manipulação", trabalho
com as mãos.
Que o corpo do
homem é feito do pó da terra não se pode negar, cientificamente. Eis a sua
constituição segundo os estudiosos deste assunto:
Constituinte
|
% no Corpo Humano
|
Oxigênio
|
66,0
|
Carvão
|
17,5
|
Hidrogênio
|
10,2
|
Cálcio
|
1,6
|
Fósforo
|
0,9
|
Potássio
|
0,4
|
Sódio
|
0,9
|
Cloro
|
0,3
|
Magnésio
|
0,105
|
Ferro
|
0,005
|
Iodo
|
0,005
|
Flúor
|
0,005
|
Outros elementos
|
Idem
|
3. O sopro divino (Gn.2:7)
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e
o homem foi feito alma vivente”.
O fôlego de vida soprado por Deus não é o ar que conhecemos, mas a própria vida
dada ao homem, a própria imagem e semelhança de Deus. O homem é imagem e
semelhança de Deus exatamente porque Deus lhe imprimiu algo de Sua essência,
algo que veio diretamente dEle, ao contrário do restante da criação, que foi
feito a partir da vontade divina expressa por Sua Palavra.
Este texto narra
a criação da parte imaterial do homem, que é constituída da alma e do espírito.
Deus soprou nos narizes do homem e ele foi feito "alma vivente", ou
seja, surgiu desse sopro uma alma e essa alma tinha consciência de que vinha de
Deus e estava ligada a Ele. Temos, então, as duas instâncias do homem interior:
a alma e o espírito. Este é o aspecto totalmente diverso entre o homem e os
demais seres vivos criados na Terra. Esta parte imaterial coloca o homem acima
da natureza e que lhe permite dominar sobre ela. Esta parte imaterial,
resultado do sopro de Deus, é o que Paulo denomina de "homem
interior", porque é a parte do homem que não aparece aos nossos olhos,
parte esta que as Escrituras identificam figurativamente como "mente"
(Rm.7:25) e "coração" (Pv.4:23; Ap.2:23).
Ao se dizer que o
homem foi feito "alma vivente”, está sendo dito que o homem é uma alma que
tem vida, ou seja, é uma alma que está em comunhão com Deus, pois vida, aqui,
não é uma mera existência, mas é uma demonstração de existência de uma comunhão
entre Deus e a Sua criatura.
- A alma é a sede dos pensamentos e dos
sentimentos do homem; a sede da sua personalidade, da sua individualidade; a
parte do homem que tem consciência de si mesmo.
- O espírito é a parte do homem que faz a
relação dele com Deus; é a sede da consciência, o instrumento que nos permite
discernir o certo do errado; é o elo de ligação entre Deus e o homem, a
instância em que tomamos consciência da existência e da soberania de Deus.
Alguém disse que
o homem tem espírito para ter comunhão com Deus, vontade para obedecê-lo e
corpo para servi-lo.
IV. A
MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM
Por que Deus
criou o homem? Não há apenas uma única resposta para esta pergunta. Através da
Escrituras Sagradas, podemos notar várias razões que levaram o Senhor a criar o
homem e mantê-lo no mundo criado como administrador de tudo. Veja a seguir três
motivos:
1. Glorificar a Deus
Deus não
precisava criar o homem, mas criou-o para a sua própria glória. Deus não
precisa de nós nem do resto da criação para nada, porém, nós e o restante da
criação o glorificamos e lhe damos alegria. Como por toda a eternidade sempre
houve perfeito amor e comunhão entre os membros da Trindade (João 17:5,24),
Deus não nos criou porque estava só ou porque precisasse da comunhão de outras
pessoas – Deus não precisava de nós por motivo nenhum. No entanto, Deus nos
criou para a sua própria glória.
O fato de Deus
nos ter criado para a sua própria glória determina a resposta correta à
pergunta: Qual o nosso propósito na vida? Nosso propósito dever ser sempre
cumprir a meta para qual Deus nos criou: glorificá-lo.
A humanidade
sofreu com a Queda do primeiro homem criado, mas Deus se glorificou
providenciando Jesus Cristo que, através de Seu ministério e morte, redimiu os
filhos do Senhor. O profeta Isaías afirma que Deus criou o homem para o louvor
da Sua glória.
“Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR fez isso; exultai
vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também
vós, bosques e todas as árvores em vós; porque o SENHOR remiu a Jacó e
glorificou-se em Israel” (Is.44:23).
O salmista, do
Salmo 148, recomenda a toda ser humano a louvar ao Senhor:
11.reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da
terra;
12.rapazes e donzelas, velhos e crianças.
13.Que louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a
sua glória está sobre a terra e o céu.
14.Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os
seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao SENHOR!
2. Propagar a espécie
“E Deus os abençoou e Deus lhes disse:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre
os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move
sobre a terra” (Gn.1:28).
No momento em que Deus criou o homem, Ele o
preparou fisicamente para obedecer à Sua vontade, tais como:
- Multiplicar-se.
- Povoar a terra.
- Dominar os
peixes, aves e animais.
O Perfeito Criador colocou no corpo humano
tudo que seria necessário para cumprir os ideais divinos, pois o homem para se
multiplicar, necessita primeiro possuir desejo sexual, e depois prazer sexual,
e depois o esperma para fecundar o óvulo da mulher, para que enfim possa gerar
o filho; tudo isto foi previsto pela Trindade santa, em nada o Criador falhou;
não houve testes, não houve cobaia; o primeiro homem já era dotado de tudo
aquilo que Deus planejou para sua existência e procriação.
3. Governar e administrar o
planeta
Após decidir criar o homem à Sua imagem e
semelhança, o Senhor anunciou que o homem teria domínio sobre o restante da
criação. Essa decisão de Deus a respeito do homem foi tanto um privilégio como
uma responsabilidade que o homem recebeu. Está assim escrito:
“E disse Deus: [...] domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra,
e sobre todo réptil que se move sobre a terra [...] dominai sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”
(Gn.1:26,28).
É importante observar que o homem devia
dominar a terra, mas não como se fosse o dono dela, porque toda a terra
pertence ao Senhor (Lv.25:23, Sl.24:1, 1Co.10:26). O homem é apenas o "mordomo
de Deus", com a função de tomar conta das obras das Suas mãos.
Conforme bem explica o comentarista do
Comentário Bíblico Beacon, esse direito dado por Deus ao homem dominar sobre
tudo na Terra ressalta o fato de que Deus o equipou com aptidão para agir como
governante.
-Aptidão
para governar implica em capacidade intelectual adequada
para argumentar, organizar, planejar e avaliar.
-Aptidão
para governar implica em capacidade emocional adequada para
desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom,
verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter
profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a Deus que o
criou.
-Aptidão
para governar implica em capacidade volitiva adequada para
escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de Deus
indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a Deus em
adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e Deus.
-Aptidão
para governar ou exercer domínio sobre a Criação não significa
que o homem pudesse fazer o que desejasse, que destruísse os animais (matança
de forma indiscriminada) ou poluísse a Terra. Como um ser criado por Deus, o
homem deveria usar de sabedoria na administração da Terra, usando-a para
habitação, para seu prazer, tendo boa alimentação a seu dispor, preservando as
obras criadas, tratando-as com equilíbrio. Sempre cônscio que a criação não
pertence ao homem, mas ao Criador (cf.Sl.24:1). Infelizmente, atualmente, temos
negligenciado essa responsabilidade quando ficamos passivos ante a destruição
do mundo criado por Deus, e até quando nós mesmos, com atitudes irresponsáveis,
colaboramos com essa devastação, quando, por exemplo: desperdiçamos água;
quando colocamos lixo nas praias, nos rios; quando devastamos a natureza.
CONCLUSAO
Aprendemos aqui neste estudo que o Primeiro
homem, Adão, foi criado por Deus, por um ato consensual da Santíssima Trindade
(Gn.1:26,27); criado à imagem de Deus, conforme à Sua semelhança; macho e fêmea
foram criados por Deus (Mc.10:6), e não formado no decurso de milhões de anos
de processos macroevolucinonários.
------------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico
Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo
Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Claudionor, de
Andrade. A Raça humana – Origem, Queda e Redenção. CPAD.
Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso
Francisco. O homem, coroa da Criação. PortalEBD.
Bruce K. Waltke. Gênesis.
Editora Cultura Cristã.
Excelente lições como sempre, que Deus continue te abençoando meu irmão
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