1º
Trimestre/2020
Texto Base:
Gênesis 2:18-25
Gênesis 2:
18-E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19-Havendo, pois, o Senhor Deus formado da
terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver
como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o
seu nome.
20-E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às
aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava
adjutora que estivesse como diante dele.
21-Então, o SENHOR Deus fez cair um sono
pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a
carne em seu lugar.
22-E da costela que o SENHOR Deus tomou do
homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23-E disse Adão: Esta é agora osso dos meus
ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi
tomada.
24-Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua
mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25-E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher;
e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos da criação
de Eva, a primeira mulher, a mãe de toda humanidade. Pouco sabemos a respeito
dela. Ela foi a peça final no maravilhoso e complexo quebra-cabeça da criação
de Deus. Deus a criou e foi dada a Adão como esposa, companheira e adjutora.
Agora, Adão tinha outro ser humano com quem podia conviver, alguém que também
fora feito à imagem de Deus. Alguém suficientemente parecido para fazer-lhe
companhia e diferente o bastante para um relacionamento. Juntos eram mais
excelentes do que cada um poderia ter sido sozinho. Eles foram criados
perfeitos um para o outro. Embora iguais, cada qual tinha uma missão específica
a cumprir. Após a sua criação, Deus presenteou Adão e Eva com o matrimônio,
formando a mais sublime instituição: a família. No casamento, o homem dá vida à
mulher, e a mulher dá vida ao mundo. Cada papel carrega privilégios exclusivos,
e não há razão para pensar que um gênero é superior ao outro; todavia, foi ao
homem que Deus confiou a liderança da família constituída.
O que o relato da
criação da mulher tem de peculiar é que Deus anunciou a Sua criação depois da
constatação de que não era bom que o homem estivesse só (Gn.2:18). Ora, é fácil
lembrar que após cada ato criado Deus viu que o que fizera era bom; e então
criou algo bom para completar a vida do homem. Gênesis 2:18-25 é o único texto
que traz uma descrição detalhada da criação da mulher. É fato histórico. Quando
o homem nomeou os animais e percebeu que todos tinham sua companheira,
sentiu-se sozinho (Gn.2:20). Por isso Deus criou a mulher, para estar ao lado
do homem e ser este complemento que lhe faltava.
O Senhor Deus formou Eva a partir da costela
de Adão. Isto ensina que homem e mulher tem igualdade diante de
Deus; são igualmente importantes. Cristo, também, formou a Sua Igreja, a sua noiva, quando
teve o seu lado traspassado e verteu sangue em agonia indescritível.
I. A MULHER NO PLANO DE DEUS
As Escrituras indicam que
o homem não foi feito para viver solitariamente; muito pelo contrário, a Bíblia
é explícita ao dizer que, ao contemplar o homem, Deus afirmou que “não é bom
que o homem esteja só" (Gn.2:18), tendo, então, estabelecido a necessidade
de criar a mulher, que serviria como adjutora, ou seja, como ajudadora, que
estivesse diante do homem. A intenção divina era dotar o homem não só de
domínio sobre a criação na terra, mas também, de capacidade de reprodução
(Gn.1:28), o que exigia a criação da mulher, sem a qual não haveria condição de
multiplicação da humanidade – “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn.1:27).
1. A mulher já estava nos planos de Deus
A criação da mulher sempre esteve no plano de Deus; portanto, não foi um
ato improvisado. O Seu trabalho criativo não estava completo sem a formação da
mulher. Quando a Trindade Santa disse: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme à nossa semelhança” (Gn.1:26), na Sua santa mente a mulher estava no
seu plano; é tanto que no final do versículo seguinte está escrito: “...macho e
fêmea os criou”, ratificando assim a sua intenção de criar a mulher, pois Deus
queria o crescimento e a multiplicação do ser humano na Terra (Gn.1:28), e,
claro, sem a mulher, o homem sozinho não atenderia essa incumbência. Com ela há
a perfeita completude.
2. A decisão de formar a mulher
Esta decisão foi um ato de amor e bondade de Deus para com o homem. Deus
deu a Adão a incumbência de nomear os animais, e neste processo, Adão deve ter
percebido a diferença entre o sexo feminino e o masculino. Cada animal tinha um
parceiro semelhante e, ao mesmo tempo, diferente. Ao contemplar a solidão e a
tristeza de Adão, Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele" (Gn.2:18). Foi uma
decisão particular de Deus Pai, pois o verbo está na primeira pessoa do
singular, no tempo presente – “far-lhe-ei” – o que realça a iniciativa
particular do Criador, que é sempre amoroso, solícito e atento às necessidades
de suas criaturas.
E assim surgiu Eva, uma
auxiliadora semelhante a Adão, formada de uma de suas costelas, a qual foi
retirada enquanto Adão dormia um pesado sono. Deus poderia tê-la formada do pó
da terra, do mesmo modo que fizera o homem; porém, Ele preferiu fazê-la da
carne e dos ossos de Adão. Assim, Deus quis mostrar que, no casamento, homem e
mulher estão simbolicamente unidos em uma só carne; é o que chamamos de união
monossomática. Por toda a Bíblia, Deus trata essa união especial com seriedade.
Se você é casado ou planeja se casar, está disposto a manter esse compromisso
que faz de você e seu cônjuge um só? O objetivo do casamento deve ser mais do
que companheirismo, precisa haver unidade.
3. A mulher, uma pessoa necessária
O Senhor ao formar a mulher a partir da costela de Adão, designou-a para
ser, em relação ao homem, uma companhia idônea e sábia. Aos olhos de Deus, Eva
era tão importante e necessária quanto Adão. Embora iguais, cada qual tinha uma
missão específica a cumprir. Deus, miraculosamente, meticulosamente,
perfeitamente, laboriosamente, formou uma mulher com Suas próprias mãos,
fazendo cada pedacinho, tão especial quanto o homem que Ele havia criado antes.
Foi uma obra de arte divina.
Existe algo
particularmente belo, até mesmo poético, sobre esta criação. A mulher foi feita
para o homem e, por isso, poder-se-ia pensar nela como uma serva do homem.
Gênesis, porém, não diz isto. Ao contrário, como coloca Matthew Henry, “a
mulher foi feita da costela do lado de Adão; não da sua cabeça, para não
governá-lo; nem de seus pés, para não ser pisada por ele; mas do seu lado, para
ser igual a ele; debaixo de seu braço, para ser protegida; e perto do seu
coração, para ser amada”.
II. A CRIAÇÃO DA MULHER
A criação de Eva por
Deus está colocada dentro do contexto da história da criação. A primeira parte
desta história é a preparação do homem para a chegada da mulher. Adão foi feito
à imagem de Deus. Ele foi preenchido com a glória dada inicialmente por Deus.
E, contudo, Deus mostrou para Adão que, em toda a ordem criada, com toda sua
variedade, nenhuma criatura adequada havia para ser sua companheira.
Deus escolheu um modo
fascinante para ensinar esta lição a Adão. Deus ficou lado a lado com Adão
enquanto uma grande variedade de animas passava diante de Adão. Enquanto eles
passavam, Adão estudava cada animal e depois lhes dava nomes. Não foi uma
nomeação arbitrária. Adão observou a natureza e o relacionamento de cada
animal. No fundo de sua mente ele deve ter imaginado se algum poderia ser
apropriado para ser sua companheira. Contudo, nenhum havia. Como diz Gênesis
2:20: "Para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora idônea".
Depois que deu nome a
todos os animais, Adão verificou que nenhum havia sido criado à imagem de Deus.
Todos tinham um corpo, e mesmo, em certo sentido, uma personalidade, porém,
nenhum tinha um nível de relacionamento que lhe correspondesse, que fosse à sua
imagem. Sem isso, Adão não poderia ter qualquer comunhão com qualquer um deles
a nível espiritual e sentimental.
Não importa quão bom
fosse o relacionamento de Adão com um animal, algo ficava faltando. Talvez
tenhamos um excelente relacionamento com o nosso animal de estimação. Temos com
ele um grande companheirismo. Compartilhamos com ele, mostramos-lhe afeição.
Mas, todo seu companheirismo tem que ser a nível de um animal de estimação,
porque ele pode comunicar-se apenas nesse nível. Sem dúvida, Adão imaginava que
se fosse para ter uma companhia, o companheiro ou companheira deveria ser
especialmente criado por Deus à Sua imagem, exatamente como ele próprio, Adão,
havia sido.
Deus poderia ter
criado outro homem para ser o companheiro de Adão. Mas, a intenção de Deus era
multiplicar a humanidade e preencher a Terra. Então um ser do mesmo sexo não
seria apropriado. Deus, então, cria um ser semelhante, porém distinto
sexualmente. Esta distinção entre o homem e a mulher é de fundamental
importância; daí ter sido mencionada no texto que narra a criação do ser humano
(Gn.1:27,28). É também a base para a reprovação de Deus ao homossexualismo,
pois se Ele quisesse que o homem ou a mulher mantivesse relações homossexuais,
teria, decerto, feito – de modo simultâneo – um casal de homens e outro de
mulheres. Desde o princípio, Deus os fez “macho e fêmea” (Gn.1:27b). Afinal, a
ordem para crescer e multiplicar-se sobre a Terra jamais poderia ter sido dada
a dois seres do mesmo sexo.
Hoje, nos tempos
pós-modernos, o homossexualismo vem sendo tolerado, aceito e até exaltado pela
sociedade sem Deus. Isso é uma afronta escarnecedora ao Criador e ao seu plano
para a procriação do ser humano. Trata-se de um desrespeito ao relacionamento
conjugal entre homem e mulher, que se complementam em sua estrutura física,
anatômica e emocional, visando, tanto à procriação em si, quanto ao legitimo
prazer no âmbito do matrimonio.
Assim, Adão estava
preparado para uma mulher e a mulher devia agora ser preparada para ele. Ela
deveria ser criada como sua réplica perfeita no mundo.
A criação da mulher
foi muito diferente da do homem; foi um ato mais elaborado e complexo do que a
criação do homem. A mulher não veio diretamente do pó, mas sim do material já
elaborado a partir do pó: o homem. Homem e mulher foram feitos de modo
diferente, contudo, eles deveriam ser mais semelhantes do que qualquer outra
coisa na criação.
1. A primeira anestesia
A mulher não foi somente feita para o homem; também
ela foi feita por Deus como o seu trabalho manual especial. Gênesis 2:21-22
diz: “E o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem e este adormeceu;
tomou uma das costelas e fechou o lugar com carne”.
Deus havia cumprido o
Seu propósito de fazer Adão sentir a necessidade de uma companhia e, mais do
que depressa, para que esta consciência não o fizesse sofrer, ter uma
melancolia, fez cair sobre ele um profundo sono. Deus causou um profundo sono
em Adão como um passo inicial na criação da mulher; este “sono profundo” deve
ter sido algo como uma anestesia hoje.
“Então, o SENHOR Deus
fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu...” (Gn.2:21).
Deus anestesiou Adão
pois faria nele uma delicada extração de uma parte do seu corpo (uma costela)
para formação de outro ser humano, nesse caso, uma mulher, já que Adão não
poderia conceber uma vida, porque não tinha útero e não havia uma mulher.
Somente por meio de outro ser humano, do sexo feminino, é possível gerar outro
ser humano. Isto é fato.
2. A primeira cirurgia
Tendo Adão sido anestesiado, Deus realizou a
primeira cirurgia, extraindo uma das costelas de Adão e dela fazendo surgir a
mulher (Gn.2:21).
“...e tomou uma das
suas costelas e cerrou a carne em seu lugar”.
Deus fez a primeira cirurgia
e a primeira plástica. Deus não só operou Adão como colocou carne no lugar da
costela e fechou. A cirurgia e a plástica foram bem-sucedidas, porque Ele
conhece muito bem a nossa estrutura; Ele é o nosso Criador e conhece todas as
partes, as mais recônditas, do nosso corpo. Os cientistas penam para decifrar a
estrutura complexa do corpo humano, e ainda há parte que não foi descoberta,
mas o Criador conhece todos os pormenores.
Que coisa
impressionante é o DNA, conhecido como Ácido Desoxirribonucleico. Ele é
um composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento
de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as
características hereditárias de cada ser vivo. Deus sempre conheceu o
DNA do ser humano.
Diante da
impressionante complexidade do corpo humano é impossível pensar que somos fruto
do acaso. Só um ser poderoso, majestoso e infinito poderia gerar essa
complexidade do corpo humano. Só uma mente onisciente, e um ser infinitamente
supremo, pode dar respostas lógicas à origem da vida e do homem.
"No princípio,
criou Deus os céus e a terra [...] E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn.1:1,27).
Numa visão
extraordinária da formação do seu corpo, o salmista do Salmo 139, poeticamente,
assim expressou-se:
“Eu te louvarei,
porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as
tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram
encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da
terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas
estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem
ainda uma delas havia” (Salmos 139:14-16).
3. A primeira engenharia genética
Da costela de Adão, Deus então “fez” -
literalmente, em hebraico, “edificou” ou “construiu” uma mulher, Eva, a
primeira mulher do mundo.
“E da costela que o
SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão” (Gn.2:22).
É bom enfatizar que,
neste processo criativo, não se pode considerar uma clonagem humana. Aqui,
houve, de fato, uma criação de uma pessoa autônoma e consciente de sua
existência e missão ao lado do seu marido, Adão. Deus a criou e “trouxe-a a
Adão”. Ao cria-la, o Deus Pai apresentou ao homem a mulher que Suas próprias
mãos tinham cuidadosamente formado. Ele “a trouxe para o homem” (Gn.2:22), o
que é uma frase especial em hebraico que significa “apresentou-a ou conduziu-a
ao homem”. A palavra também implica numa entrega solene, formal, da mulher
dentro dos vínculos do pacto matrimonial, que Provérbios 2:17 chama “o pacto de
Deus”.
Ao trazer a mulher
para o homem, Deus estabeleceu o casamento como a primeira, a mais fundamental
das instituições humanas. Antes que houvessem governos ou igrejas ou escolas ou
quaisquer outras estruturas sociais, Deus estabeleceu uma família baseada no
respeito e no amor mútuos de um esposo e uma esposa. Todas as outras
instituições humanas derivam-se desta.
-Da autoridade do pai vieram os sistemas patriarcais
de governo humano, os quais eventualmente dariam origem às monarquias e
democracias.
-Da responsabilidade dos pais para educar seus
filhos vieram os sistemas de educação mais formais que chamamos escolas e colégios.
-Da necessidade de cuidar da saúde da família vieram
os médicos e os hospitais.
-Da obrigação dos pais de treinarem seus filhos no
conhecimento de Deus vieram templos, sinagogas e igrejas.
Todas as organizações
humanas podem ser acompanhadas, retrospectivamente, até o lar, a família e,
finalmente, até o casamento.
Adão, ao despertar de
sua “anestesia”, reconheceu Eva imediatamente como sua companheira - o
complemente perfeito para a necessidade que havia sido despertada nele. Em
resposta ele explodiu numa espécie de canção nupcial, celebrando sua
similaridade e união com a mulher, ao dar-lhe um nome. Adão diz: “Esta é agora”
(Gn.2:23a), isto é, “desta vez” - agora, finalmente, Adão encontra aquela que
lhe corresponde. Adão, por revelação divina, percebeu que a mulher havia sido
tirada dele.
Seu ato de dar o nome
“varoa” à sua esposa reforçou sua liderança e autoridade sobre ela, mas seu
nome indicou também que ele compreendeu a igualdade dela com ele, como sua
parceira. O milagre divino testemunhado por Adão encheu-o de alegria
inexprimível, inspirando-lhe o lindo brado poético:
“E disse Adão: Esta é
agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa,
porquanto do varão foi tomada” (Gn.2:23).
III. A MISSÃO DA MULHER
Por muitos séculos a
mulher foi excluída, colocada à margem da sociedade, vivendo sob o jugo do
preconceito, da indiferença. No Antigo Testamento, as mulheres ficavam à parte
quando havia visitantes (Gn.18:9). Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe,
"na sociedade hebraica a mulher era considerada parte da propriedade de um
homem" (Gn.31:14,15; Rt.4:5,10). Os textos de Juízes 19:24, 29 mostram um
pouco do abuso e da violência a que as mulheres eram submetidas. No Novo
Testamento, no Templo de Herodes, elas ficavam separadas em um local chamado de
"pátio das mulheres".
Porém, o Criador
sempre amou e honrou as mulheres. Jesus Cristo quebrou vários paradigmas ao
ensinar e evangelizar as mulheres (João 4:10-26; 11:20-27). Ele abriu as portas
das prisões sociais e valorizou a mulher como ninguém tinha feito. Ele
livremente admitia as mulheres à comunhão e aceitava o serviço delas, como se
vê no registro de Lucas 8:1-3. Ele rompeu com a prática do judaísmo, que
afastava as mulheres dos assuntos religiosos.
1. A missão de esposa
Certamente, esta foi a primeira missão dada à
mulher após ser criada. Adão, ao recebê-la, compôs este poema: "Esta é
agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa,
porquanto do varão foi tomada" (Gn.2:23).
Como esposa, a mulher
exerce vários papeis imprescindíveis para que o relacionamento entre os dois
tenha frutos desejáveis. Como esposa, a mulher deve apoiar seu marido; deve ser
uma amiga, uma conselheira, uma intercessora, uma aliviadora de tensões, uma
gerente virtuosa no seu lar (Pv.31). Em outras palavras, na mesma medida em que
o marido vive para sua esposa, sua esposa deve viver para o seu marido,
cuidando um do outro, velando um pelo outro, abençoando um ao outro; agindo
assim, o casamento encontra o seu pleno e maiúsculo significado. Todavia, se a
esposa não for sábia e idônea, acabará por destruir o esposo e os filhos com as
próprias mãos – “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com
as suas mãos” (Pv.14:1).
2. A missão de mãe
Ser mãe é a mais sublime missão. As mulheres ficam
mais femininas quando são mães. Se essa missão chegar a faltar, a sociedade com
certeza se degenerará. Muitas mulheres, hoje, não querem assumir essa missão tão
nobre dada por Deus.
A Palavra de Deus
ensina que gerar vida é exclusivamente feminino. Todas as mulheres são filhas
de Eva, cujo nome é revelado em Gênesis 3:20, que significa “mãe de todos os
viventes”. Assim como Eva, foi dado a cada uma das mulheres um corpo projetado
para gerar vida. Elas são lembradas disso todos os meses com o armazenamento e
passagem de sangue necessário para a nutrição do recém-nascido. Os seus seios
têm a faculdade de nutrir o recém-nascido. As mulheres que ficam grávidas e dão
à luz experimentam a plena realização desses dons e fazem a descoberta
magnificamente pessoal de que uma criança depende completamente do corpo da mãe
para a própria vida. Mas há muitas mulheres que nunca dão à luz, cuja
maternidade se estenderá necessariamente aos que não são seus filhos. Não é o
processo de gravidez e parto que torna uma mulher mãe. Inúmeras crianças no
mundo inteiro estão chorando por um toque feminino e materno.
Como mãe, a mulher é:
ü Educadora. “Toda mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba-a com a suas
mãos”(Pv.14:1). A primeira e grande tarefa que a esposa tem como adjutora, na
edificação do lar é na criação e educação dos filhos ao lado do marido. Isso
não é pouca coisa. Diz um provérbio: “Quem educa um homem, educa uma esposa.
Quem educa uma mulher, educa uma nação”. Explicando: Uma mãe, quando cônscia do
seu dever de mãe, contribui com parcela ponderável de sua vida na edificação
moral e espiritual dos seus filhos que, no futuro, serão cidadãos úteis à nação
e à Igreja. Na Igreja Primitiva, as irmãs Lóide e Eunice, respectivamente, avó
e mãe do pastor Timóteo, tornaram-se referências na educação e formação de
filhos (2Tm.2:5). A educação espiritual que essas mulheres deram a Timóteo foi
de grande importância para que ele se tornasse um dos maiores líderes de
confiança do apóstolo Paulo.
ü Afetuosa. Em Provérbios 31:28 está escrito: “Levantam-se seus filhos, e chamam-na
bem-aventurada...”. Este texto nos induz a entender que, como mãe, esta mulher
virtuosa tratava a sua família com bastante afeto e atenção. Atualmente, afeto
é um “produto” em extinção; quando isto é manifestado, faz-se à distância, por
meios virtuais (facebook, WhatsApp, por exemplos), e outros não demonstram
carinho algum pelos seus filhos, são brutos e egoístas; o indiferentismo é
implacável! Como será o futuro das famílias daqui a 15 anos? Nem quero
imaginar! É bom ressaltar que uma das grandes causas da delinquência juvenil
pode ser encontrada na ausência de afetividade na infância por parte dos seus
pais.
3. A missão de adjutora
Gênesis 2:18 diz que Deus planejou uma “ajudadora
que esteja como diante dele”; em outra tradução: “ajudadora idônea” (Gn.2:18).
A palavra idônea, aqui, significa “[mulher] que lhe correspondia”. A ideia é
que homem e mulher formem um casal igualmente valioso. São diferentes entre si
em função, de maneira que não se opõem, mas se apoiam, se complementam. A
palavra “ajudadora” implica o suporte e a ajuda, mas não a inferioridade. O
próprio Deus é chamado de ajudador de Israel no Salmo 121. Um comentarista
antigo disse que Deus não fez a mulher da cabeça do homem para não ser superior
ao homem, nem do pé para não ser inferior ao homem, mas da costela para estar
ao seu lado e receber honra pelo seu valor e função.
Cada homem que já
encontrou a mulher que lhe completou deve louvar a Deus por isso e se esforçar
por trata-la do jeito que ela merece e com a igualdade e dignidade que podem
ser encontradas na história de usa formação.
4. A missão de Administradora do Lar
“Ainda de noite, se
levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas”(Pv.31:15); “Olha
pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça” (Pv.31:27).
A mulher virtuosa,
como diz o texto sagrado, ama administrar sua casa. É fundamental que a mulher
execute as tarefas que lhes são cometidas dentro do lar, entre os quais
destacam-se a provisão da alimentação e das demais necessidades.
O modelo tradicional
de família, já hoje quase inexistente, cometia ao marido o trabalho fora de
casa, e à mulher o trabalho dentro de casa. Hoje em dia, em virtude da
necessidade de ambos os cônjuges trabalharem, para que haja o mínimo de
conforto na vida da família, é preciso que haja uma distribuição de tarefas
entre os cônjuges, o que não é biblicamente condenado, como alguns “machistas”
têm entendido. De qualquer modo, o controle das tarefas dentro de casa tem de
ser da mulher, pois, como dizem as Escrituras, a mulher virtuosa “ainda de
noite se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas”
(Pv.31:15).
É imperioso que a
mulher tenha sob seu controle estas atividades domésticas, pois isto faz parte
da sua sensibilidade e intuição, e é fundamental para que o marido possa bem
desempenhar as suas atividades, bem assim os filhos. A imagem social do marido
está vinculada a isto (Pv.31:23), bem assim o da própria mulher (Pv.31:28,29).
5. A missão como súdita do Reino de Deus
As mulheres sempre estiveram ao lado do Senhor
Jesus. Desde o seu nascimento, elas o acompanhavam. Quando Ele foi apresentado
no templo, a Bíblia relata que ali estava a profetisa Ana, segundo registro de
Lucas 2:36-38.
-Elas o serviam: “Então Maria, tomando uma libra de
unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pós de Jesus e enxugou-lhe com
os cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (João 12:3).
-Elas contribuíam com suas ofertas: “… e também o seguiam
algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de
enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; Joana,
mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam
com suas fazendas” (Lc.8:2-3).
-Elas estavam presentes na sua morte e também na sua ressurreição - Mateus 27:55,56 relata: “Estavam ali, olhando de longe, muitas
mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, para o servir. Entre elas
estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José e mãe dos filhos de
Zebedeu”. Foi a uma mulher que Jesus apareceu pela primeira vez após a
ressurreição: “Disse-lhe Jesus: Maria. Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre...
Maria foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor” (João 20:15-18).
Portanto, a presença
feminina no ministério de Jesus é indubitável. Elas são, portanto, fiéis
súditas do Reino de Deus.
CONCLUSÃO
Eva foi criada como
uma mulher perfeita e bela, certamente! Que mulher admirável ela deve ter sido!
A despeito da excelência física, mental e moral de Eva, o texto sagrado afirma
que ela foi feita “uma auxiliadora idônea [ou adequada] para Adão. Nesta
condição perfeita pré-queda, toda mulher tem um indício para sua posição única,
dada por Deus, no casamento. Ela tem a nobre missão de auxiliar e completar o
homem na formação da família e da sociedade. Sozinhos e isolados, tendem a
desaparecer e, por conseguinte, toda a raça humana. Além disso, no convívio
matrimonial, o respeito mútuo deve existir, sem reservas, pois isto é um
mandamento bíblico; caso contrário, as orações do casal serão impedidas
(1Pd.3:7) –“Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando
honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da
graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações”.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico
Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo
Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Claudionor de
Andrade. A Raça humana – Origem, Queda e Redenção. CPAD.
Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
Bruce K. Waltke. Gênesis.
Editora Cultura Cristã.
Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
Parabéns pelo trabalho pastor, que Deus o abençoe sempre.
ResponderExcluirDesculpa a pergunta mais qual a tradução bíblica te a passagem desta forma Gênesis 2:20: "Para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora idônea"
ResponderExcluirPrezado irmão unknown (por favor identifique-se na próxima vez) o comentário não está claro para você? Então, acrescento mais uma análise a respeito do texto.
ExcluirA palavra "adjutora" ou "auxiliadora" pressupõe que o homem tem prioridade governamental, porém ambos os sexos (homem e mulher) são mutuamente dependentes. O homem foi criado primeiro, com a mulher a auxiliar o homem, não vice-versa (ver também 1Tm.2:13); contudo, isso não significa superioridade ou inferioridade ontológica. A palavra "adjutora", usada por Deus 16 das 19 vezes que aparecem no Antigo Testamento, significa a contribuição essencial da mulher.
É muito pertinente o comentário do teólogo batista Craig Keener:
“A expressão traduzida por ‘ajudadora […] adequada’ não subordina a mulher, mas exalta a sua força (a palavra ‘ajudadora’ em todo o Antigo Testamento, refere-se mais a Deus que a qualquer outra pessoa; ‘adequada’ significa ‘correspondente’ ou ‘apropriada a’, isto é, alguém igual ao homem, em contraste com os animais). A mulher, portanto, foi criada porque o homem precisava da força dela e não (como alguns interpretam errado esse versículo) para ser sua serva”.
Abraçoes!