1º Trimestre/2021
Texto Base: Atos
1:6-11
“Aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo” (Tt.2:13).
Atos 1:
6.Aqueles,
pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu
neste tempo o reino a Israel?
7.E
disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder.
8.Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra.
9.E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos.
10.E,
estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se
puseram dois varões vestidos de branco,
11.os
quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir.
INTRODUÇÃO
Nesta
última Aula do primeiro trimestre de 2021 trataremos da Bendita Esperança da
Igreja: a gloriosa volta de Jesus Cristo. A volta gloriosa de Cristo é mais do
que uma bendita esperança, é uma esperança cheia de alegria (Rm.5:2; 12:12),
uma esperança unificadora (Ef.4:4), uma viva esperança (1Pd.1:3), uma firme
esperança (Hb.6:19), uma esperança purificadora (1João 3:3). A dinâmica da nova
vida é a expectativa da volta gloriosa de Jesus Cristo. Quando se espera uma visita
real, tudo se limpa, se decora e se arranja para que o olho real o veja. O cristão
é uma pessoa que está sempre pronta para receber o Rei dos reis.
O
cristão olha para trás e glorifica a Deus porque a graça o libertou da
impiedade e das paixões mundanas; ele olha para o presente e exalta a Deus
porque tem uma correta relação consigo, com o próximo e com o próprio Deus; ele
olha para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da Volta do grande
Deus e Salvador Cristo Jesus.
A
graça de Deus nos libertou de nossas mazelas do passado, restaurou nossa vida
no presente e nos mantém na ponta dos pés com uma gloriosa expectativa em
relação ao futuro, quando o nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo voltar em
glória e poder. É impossível que aqueles que mantêm essa gloriosa esperança da
volta de Jesus se recusem a entregar-se completamente a Deus.
I. BREVE O SENHOR VIRÁ
Jamais
um crente verdadeiro pode fazer coro àqueles que afirmam que Jesus vai demorar
ou que a vinda de Jesus só ocorrerá nesta ou naquela data. Quem assim age é,
nitidamente, um falso mestre, um escarnecedor, que anda segundo a sua própria
concupiscência (cf. 2Pd.3:3,4). O apóstolo Paulo, embora admitisse que crentes
iriam morrer antes do retorno de Cristo, não permitiu que este sentimento
pudesse dar ensejo a uma diminuição na esperança deles, e rememorou o que já
havia ensinado, ou seja, que, embora não fosse possível determinar a data da
volta do Senhor, e até por causa disto, os crentes deveriam aguardar Jesus,
pois Ele viria como o ladrão de noite, ou seja, sem prévio aviso e
surpreendendo todos quantos não estivessem devidamente preparados.
Os
crentes, devidamente ensinados, sabem que Jesus vai voltar e que há sinais para
a sua vinda. Assim, além de saber que Jesus voltará, o crente acompanha os
sinais deixados pelo próprio Senhor para mostrar a iminência da sua volta e,
por isso, bem discerne a realidade dos tempos. É verdade que não sabemos a data
do evento, mas temos plena consciência de que breve o Senhor voltará.
1. A Volta de Cristo
A
Volta de Jesus é a mais sublime promessa que a Bíblia registra para o povo da Nova
Aliança. É a maior esperança. É a força motriz de nossa fé. É a principal razão
de sermos crentes em Jesus Cristo. A qualquer instante, num dia e numa hora em
que ninguém sabe, apenas Deus, a trombeta soará, e a Igreja será levada para
estar para sempre com Jesus. A volta de Jesus se dará em duas etapas:
Em primeiro lugar:
Ele
virá para buscar aqueles cujos nomes estiverem escritos no livro da vida. É nesse
momento que se dará a formação da Universal Assembleia dos Santos – que será a
reunião entre aqueles que foram mortos em Cristo - em todas as épocas -, e
aqueles que estiverem vivos, cujos corpos serão transformados num abrir e
fechar de olhos, conforme 1Ts.4:16,17. Ele os levará consigo para as Bodas do
Cordeiro, conforme está escrito em Ap.19:7-9; 1Co.3:8-14. As Bodas do Cordeiro
é a celebração no Céu da união espiritual entre Cristo e a Igreja; é quando se
dará a glorificação dos santos e a entrega do galardão de cada um segundo a sua
obra (Is.62:11; Mt.5:12; 10:42; 22:1-22; 24:27-31; 25:1-13; Lc.12:36; João 4:36;
1Co.3:8,14; Col.3:24; 2João 1:8; Ap.2:11; 19:7-9; 20:6; 22:12).
Em segundo lugar:
Jesus
retornará a Terra - em glória -, conforme está escrito em:
-Lucas 21:25-27 - “e haverá sinais no sol, e na lua, e nas
estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar
e das ondas; homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que
sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. E, então,
verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.
-Mateus 16:27 - “porque o Filho do homem virá na glória de
seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”.
-Apocalipse 1:7 – “Eis que vem com as
nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos
da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap.1:7).
Em
sua primeira vinda – na sua encarnação, de acordo com Isaías 53:2,3 -, Jesus
não tinha parecer nem formosura, era Homem de dores, experimentado nos
trabalhos. Mas, quando João foi arrebatado em espírito no dia do Senhor e recebeu
as revelações que relatou em Apocalipse, viu Jesus glorificado. Atente para o
relato do apóstolo:
12. e virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me,
vi sete castiçais de ouro;
13. e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho
do homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um
cinto de ouro.
14. e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca,
como a neve, e os olhos, como chama de fogo;
15. e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se
tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas.
16. e ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca
saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua
força resplandece.
Na
sua parousia,
ou seja, na sua forma visível em glória, Jesus virá acompanhado de seus anjos e
seus santos, a sua Igreja, para:
a) guerrear contra o Anticristo e o falso profeta, e
derrotá-los.
Nesse momento o mundo estará passando pelo Armagedom. Será um momento de
angústia para Israel. De forma espetacular Jesus livrará Israel da destruição. É
quando eles reconhecerão Jesus como o Messias tão esperado, o aceitarão e
pranteá-lo-ão sobre Ele, conforme está escrito em Zacarias 12:10. O Anticristo
e o falso profeta serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre – o inferno propriamente
dito; isto está escrito em Apocalipse 19:20: “e a besta foi presa e, com ela, o
falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que
receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados
vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”.
b) julgar as nações, conforme está escrito em Mt.25:31-46.
Esse julgamento
acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram o Armagedom. Serão julgados
com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo
como trataram a Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os bodes
das ovelhas, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem
não passará o Milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.
Observação:
Não confundir o julgamento das nações (Mt.25:31-46)
com o julgamento do “Grande Trono Branco” (Ap.20:11-15). Há quem considere e
ensine que a passagem bíblica de Mt.25:31-46 (Julgamento das Nações) e a de Ap.20:15
(julgamento final ou do Trono Branco) se referem a um só acontecimento; ou
seja, para esses ensinadores, haverá um único julgamento, que eles denominam de
juízo universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma análise, mesmo
superficial, da Palavra de Deus. Veja a seguir as diferenças entre esses dois
julgamentos, que impossibilitam torná-los um só acontecimento:
Ø Em Mateus, não há
nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos (Mt.24:31).
Em Apocalipse, há uma ressurreição de todos os incrédulos.
Ø Em Mateus, o
julgamento é de nações viventes. Em Apocalipse, o julgamento é dos mortos.
Ø Em Mateus, as nações
são julgadas. Em Apocalipse, não trata de entidades nacionais, pois o Céu e a Terra
fugiram e, já que as nações estão confinadas à Terra, o mesmo acontecimento não
poderia ser descrito.
Ø Em Mateus, o
julgamento é na Terra. Em Apocalipse, o céu e a Terra fugiram dAquele que está
assentado no Grande Trono Branco (Ap.20:11).
Ø Em Mateus, não há
livros a ser consultados. Em Apocalipse, os livros são abertos, o livro da vida
é trazido, e os que não se encontram nele são lançados no Lago de Fogo.
Ø Em Mateus, o julgamento
ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse, o julgamento ocorre após o
fim dos mil anos da presença de Cristo na Terra (Ap.20:5).
Ø Em Mateus, aparecem
duas classes de pessoas - os justos e os incrédulos. Em Apocalipse, apenas os
incrédulos aparecem.
Ø Em Mateus, alguns
foram para o Reino e outros para o castigo. Em Apocalipse, nenhum dos que são
julgados vai para a bênção, mas todos vão para o castigo eterno.
Ø Em Mateus, o Juiz está
sentado no “trono da sua glória” (Mt.25:31). Em apocalipse, o Juiz está sentado
no “Grande Trono Branco”.
Ø Em Mateus, a base do
julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse, o julgamento se
baseia nas suas obras.
Ø Em Mateus, a Vinda de Cristo
precede o julgamento. Em apocalipse, nenhuma vinda é mencionada.
Ø Em Mateus, a sentença
é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do
julgamento. Em Apocalipse, não há nenhum julgamento até que ocorra cuidadoso
exame dos livros.
Ø Em Mateus, não há um
milênio precedente, pois há o registro dos que passaram fome, sede, nudez,
doença, aprisionamento e foram estrangeiros. Em Apocalipse, uma era milenar
precede o acontecimento (Ap.20:5).
Estas
considerações parecem suficientes para apoiar a afirmação de que não se trata
de um único e mesmo julgamento, mas de duas partes separadas do plano de
julgamento de Deus.
c) prender Satanás por mil anos, conforme está
escrito em Ap.20:2 – “ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e
satanás, e amarrou-o por mil anos”.
d) instaurar o Milênio, os mil anos de governo do Messias na Terra
(Ap.20:4). A sede do governo será em Jerusalém.
2. Uma Promessa de Jesus
O
próprio Jesus disse que voltaria. Antes de morrer, ressuscitar e ascender aos
céus, o próprio Cristo prometeu aos seus discípulos que voltaria para levá-los
para junto dEle.
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede
também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu
vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar
lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver,
estejais vós também (João 14:1-3).
“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um
pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós
vivereis. Naquele dia, conhecereis que estou em meu pai, e vós, em mim, e eu,
em vós” (João 14:18-20).
3. O dia se aproxima
Os
sinais da Volta de Jesus mostram que o Dia está próximo. A restauração
geográfica e política da nação de Israel em 1948 é o sinal mais vibrante. O
crente deve estar em comunhão com o Senhor, em santidade, a fim de que tenha
condições de discernir espiritualmente o momento em que estamos vivendo e se
preparar convenientemente para não ser apanhado de surpresa pela volta do
Senhor. O juízo divino não demora e somente aqueles que estiverem atentos,
aguardando o Senhor, serão poupados do “Dia do Senhor”, da ira divina que se
abaterá sobre a Terra.
O
apóstolo Paulo disse que Jesus virá como ladrão de noite (1Ts.5:2) – “porque
vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite”. O
ladrão vem quando não é esperado. O próprio Jesus afirmou: “mas considerai
isto: Se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o
ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” (Mt.24:43). Só o ladrão sabe
quando ele vai agir, nós não sabemos. O ladrão não manda aviso prévio, não marca
o dia e nem a hora. Quem não quiser ser surpreendido, tem que vigiar. Paulo,
contudo, disse: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia
vos surpreenda como um ladrão” (1Tes.5:4). Eu e você sabemos que Jesus virá, e
virá “como ladrão”. Resta-nos, portanto, esperar, e vigiar, para não sermos
surpreendidos. O ladrão age rapidamente. Ladrão que se preza não demora no local
do crime; planeja o que vai fazer e o faz no menor tempo possível.
Sabemos
que Jesus virá, e Sua vinda será, portanto, repentina - “Num momento, num abrir
e fechar de olhos...”(1Co.15:52); ou como um relâmpago - “Porque, assim como o
relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a Vinda
do Filho do Homem”(Mt.24:27).
O
Arrebatamento será tão rápido que não haverá tempo para ninguém se preparar. Ninguém
sabe o dia nem a hora, mas o Senhor Jesus deixou sinais claros e evidentes que mostram
que esse dia está próximo. Resta-nos, portanto, estarmos preparados e
vigilantes! – “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho
do Homem há de vir (Mt.25:13).
II. A NECESSIDADE DE VIGILÂNCIA
Vigilância
é o ato ou efeito de vigiar; é o estado de quem permanece alerta, de quem
procede com precaução para não correr risco, principalmente na vida espiritual.
Se somos “filhos da luz e filhos do dia”, temos de ter um comportamento
diferente dos demais, que são “filhos das trevas e filhos da noite”. Esta
conduta diferenciada é resumida por Paulo como sendo caracterizada pela
vigilância e pela sobriedade – “Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos e sejamos sóbrios” (1Ts.5:6).
1. Exortação à vigilância
“Vigiai, pois, porque
não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mt.25:13).
A
exortação à vigilância é um dos pontos centrais do sermão profético de Jesus, porque
não se sabe o dia e a hora da Sua vinda (Mt.24:36; Mc.13:32). Se os cristãos da
primeira hora deviam estar vigilantes quanto ao grande evento da vinda de Jesus,
o que não diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso, devemos
estar ainda mais firmes e atentos, continuamente.
Não
precisamos interpretar a exortação à vigilância como uma exortação a
esquadrinhar os céus em busca de sinais imediatos do aparecimento do Senhor.
Antes, devemos ver nela uma admoestação para estarmos despertos, alerta,
preparados, ativos na realização da obra do Senhor, para não sermos
surpreendidos por repentina calamidade.
Estamos
vivendo os dias que antecedem o retorno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
e, por esse motivo, devemos estar em constante vigilância para que não sejamos
persuadidos a vivermos o evangelho de forma negligente.
Poucos
dias antes da sua crucificação, durante a preleção do sermão profético, Jesus
alertou seus discípulos acerca do avanço da degradação moral e que a corrupção
seriam alguns dos sinais que precederiam a sua Vinda. Isso está se cumprindo em
nossos dias; então, a Igreja deve estar vigilante para manter a fidelidade ao
Senhor Jesus. Enfrentamos cotidianamente uma batalha renhida entre o espírito e
a carne; por isso, é imprescindível a busca pelo fortalecimento da vida
espiritual e comunhão com o Senhor para que as fraquezas da nossa natureza
carnal não sobreponham a vontade de servir ao Senhor com alegria e santidade
nestes últimos dias da Igreja na Terra.
Manter-se
vigilante, não se deixando dominar pelos desejos da carne, nem se envolvendo
nos negócios do mundo, foi neste sentido o seguinte ensino de Jesus: “E olhai
por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de
embriagues, e dos cuidados da vida e venha sobre vós de improviso aquele dia”
(Lc.21:34).
a) Devemos vigiar para não cometer o erro dos israelitas - “Então,
disse o Senhor a Moisés: sobe a mim, ao monte, e fica lá... E levantou-se
Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o Monte de Deus. E disse aos
anciãos: esperai-nos aqui, até que tornemos a vós...” (Êx.24:12,18).
Moisés
subiu ao Monte, mas prometeu que voltaria. Ele disse ao povo que o esperassem (Ex.24:18)
- “Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós”. “Moisés esteve no monte
quarenta dias e quarenta noites”. Ele não disse o dia nem a hora de seu
retorno. O povo, porém, não creu na promessa e na palavra de Moisés.
O
povo esperou, porém, Moisés demorou a voltar. Então o povo envolveu-se com a
idolatria e com os prazeres da carne. Não é isto que estamos vendo no mundo
cristão pós-moderno?
“Mas, vendo o povo que
Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe:
levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este
Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
sucedeu” (Êx.32:1).
No
tempo de Deus, Moisés voltou, conforme havia prometido. Ninguém estava
esperando por sua volta, nem mesmo o principal líder religioso do povo, Arão. O
povo estava inteiramente envolvido com a idolatria e com os prazeres da carne -
“E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia despido para
vergonha entre os seus inimigos” (Êx.32:25).
A
Bíblia diz que Jesus voltará (João 14:1-3; Atos 1:11). É preciso esperar
pacientemente até que Ele volte. Ele disse como devemos proceder:
“É como se um homem,
partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e concedesse autoridade aos
seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai,
pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à
meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não
vos ache dormindo” (Mc.13:34-36).
A
palavra de ordem a todos é: “Vigiai”. O gravíssimo erro, tanto dos líderes como
do povo de Israel, não deve se repetir em relação à Igreja e a Volta do Senhor
Jesus. A advertência aos descuidados é: “Virá o senhor daquele servo num dia em
que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua
parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”.
Portanto,
é preciso esperar até que Ele volte, para não incorrermos no erro dos
Israelitas. Estarás tu vigiando, quando Jesus voltar?
b) Vigiar para não
incorrer no erro das virgens loucas - “As loucas, tomando as suas lâmpadas, não
levaram azeite consigo” (Mt.25:3).
As
virgens loucas, tal como as virgens prudentes, estavam esperando o Noivo, e
criam que ele viria. Porém, algumas não estavam preparadas para recebê-lo. Não
basta estar esperando e crendo que Ele virá, é preciso estar preparado para Sua
Vinda. As Virgens Loucas, porém, não estavam. Assim, nós que também estamos
esperando a Vinda de Jesus, precisamos vigiar a fim de não cometermos o erro
das Virgens Loucas. Portanto:
- Não basta apenas
esperar, é preciso esperar vigiando para conservar-se em santificação, conforme
exige a Palavra de Deus: “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
- Não basta apenas esperar,
é preciso esperar vigiando para não permitir que se sujem nossas vestes
espirituais, conforme exige a Palavra de Deus - “Em todo o tempo sejam
alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec.9:8).
Portanto,
devemos vigiar para não incorrer no erro das Virgens Loucas; elas estavam
esperando o Noivo, e criam que ele viria, e ele veio; porém, elas ficaram de
fora porque não estavam preparadas para recebê-lo. Esta é uma advertência solene
a todos os crentes em todos os lugares e em todas as épocas para viverem
atentos em todos os momentos da vida (Ef.6:18).
Não
basta saber que Jesus Vem e dizer que está esperando pela Sua Vinda; é necessário,
também, estar preparado. Estarás tu preparado e vigiando, quando Jesus vier?
2. Os alarmes falsos
Muitos
líderes e grupos religiosos arriscaram-se em marcar a data da volta de Cristo. Mas,
todos esses líderes e grupos religiosos falharam. Marcar data da volta de
Cristo é um tremendo erro.
Em
toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações
relativas à data da volta do Senhor Jesus. Há muito tempo que falsos cristãos
tentam usurpar atributos incomunicáveis de Deus. Só Deus é Onisciente. Só Ele
conhece o futuro. Nem mesmo aos discípulos, concernente ao futuro de Israel,
Jesus foi solícito com relação à revelação da independência do Reino de Israel
– “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio
poder” (Atos 1:6,7).
O
que Jesus ensinou sobre a data de sua segunda vinda? Ele foi bem enfático sobre
isso. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas),
Jesus advertiu os discípulos a não marcar a data de sua volta (Mt.25:13). Sua
volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de
conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações
dos videntes:
- Mateus 24:36:
“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus,
nem o Filho, senão o Pai”. Marcos 13:32 é uma passagem paralela idêntica.
- Mateus 24:42:
“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.
- Mateus 24:44:
“Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir
à hora em que não penseis”.
- Mateus 25:13:
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. Marcos 13.33-37 é uma
passagem paralela.
- Atos 1:7: E
disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder”.
Estas
passagens são proibições absolutas de marcar a data da volta de Cristo. A data
da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar
isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mt.24:36).
Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que
o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”.
O ensinamento
de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em
1Tessalonicenses 5:1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à
incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas,
não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com
precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite”.
Portanto,
a data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a
Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso
Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre,
para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt.29:29).
III. VIVENDO COM FIDELIDADE
“Viver
com fidelidade é adotar um estilo de vida cristão na esperança da vida de Cristo.
Assim como Deus é santo e exige santidade do seu povo, da mesma maneira um Deus
fiel exige fidelidade do seu povo”.
1. Definição de Fidelidade
O
que é fidelidade? É a característica de quem tem bom caráter, é fiel e
demonstra respeito por alguém e pelo compromisso assumido com outrem; é
sinônimo de lealdade. Se Deus procura os fiéis da terra para que estejam com
Ele, a fidelidade, entre outras virtudes, é algo que atrai a atenção de Deus. A
vida de Paulo é um exemplo de como podemos vencer as crises e permanecer fiéis
ao Senhor. A Epístola aos Filipenses nos dá uma visão clara sobre a fidelidade
de Paulo a Deus, a despeito das circunstâncias adversas.
A
Epístola aos Filipenses foi escrita na prisão, em Roma, e a nota dominante em
toda a Carta é a alegria triunfante. A alegria apresentada envolve uma ardente
expectativa da iminente volta de Cristo. O fato de essa expectativa ser
dominante no pensamento de Paulo é observado em suas cinco referências à volta
de Cristo, e em cada referência há uma nota de alegria (Fp.1:6,10; 2:16; 3:20;
4:5).
A
alegria do cristão não é ausência de problemas nem está colocada em coisas; ela
procede de Deus, é sustentada por Deus e consumada por Ele. O Reino de Deus que
está dentro de nós é alegria no Espírito Santo; o fruto do Espírito é alegria.
A ordem de Deus para nós é: "Alegrai-vos" (Fp.4:4). O mundo não pode
dar nem tirar essa alegria, pois ela vem do Céu, vem de Deus. Não permitamos,
portanto, que as crises, as doenças, enfraqueçam a nossa fé e roubem a nossa
alegria. Sejamos, pois, fiéis a Deus, pois a fidelidade é fruto do Espírito
Santo (Gl.5:22).
2. A Fidelidade de Deus
Uma
das principais características divinas é a sua imutabilidade. Deus não muda e
nEle não há sombra de variação (Tg.1:17). A Bíblia ressalta, ainda, que Jesus
Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8).
A
fidelidade de Deus é a base para a nossa fidelidade. Deus pode pedir e exigir
fidelidade de nós porque Ele mesmo é fiel. Deus seria injusto se exigisse
fidelidade de nós e Ele próprio não fosse fiel.
Jesus,
fielmente, voltará (Ap.19:11-16). Escarnecedores duvidam da Segunda Vinda (2Pd.3:3,4)
- “Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, viram escarnecedores
com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está
a promessa da Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as cousas
permanecem como desde o princípio da criação”.
Jesus
não está demorando, mas sendo paciente! Deus é fiel (Dt.7:9): “Saberás,
pois, que o Senhor Teu Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a
misericórdia até mil gerações aos que O amam e cumprem os Seus mandamentos...”.
3. A Fidelidade como virtude cristã
A
fidelidade é, enquanto fruto do Espírito, a característica de manutenção dos
compromissos assumidos diante do Senhor e de imutabilidade de suas posições
frente aos desafios e obstáculos que se lançam diante do crente. Quando observamos
a galeria dos “heróis da fé” no capítulo 11 dos Hebreus, vemos que a fé
existente naqueles homens fez com que tivessem eles atitudes firmes, imutáveis,
que não se alteraram mesmo diante das tribulações e das dificuldades apresentadas,
que, aliás, chegaram mesmo a levar, algumas vezes, os fiéis à morte.
Entretanto, a fidelidade não se abala mesmo diante da morte, tanto que o
próprio Senhor, em sua carta à Igreja de Smirna, reconheceu esta circunstância,
prometendo, porém, aos que forem fiéis até a morte, a coroa da vida (Ap.2:10).
Fidelidade,
também, significa lealdade. O crente tem de ser leal, ou seja, deve cumprir com
os compromissos assumidos diante de Deus e dos outros homens. A lealdade é tão
importante na vida do cristão que Jesus proibiu terminantemente que o crente
faça juramentos (Mt.5:34-36), pois, a um verdadeiro filho de Deus, basta a
palavra que for dita. O falar do crente deve ser sim, sim, não, não. Tudo o que
vem além disto, que é contrário à fidelidade, tem procedência maligna (Mt.5:37).
No
Antigo Testamento, Noé é um dos maiores exemplos de fidelidade. Em Gênesis 6:9,
é dito que Noé era varão justo em toda a sua geração. Sabe o que significa
isso? Que Noé era íntegro, tinha bom caráter; era um modelo de retidão e
fidelidade a Deus para sua geração. Aqui está um dos principais pilares da fidelidade
a Deus: ter uma vida reta, íntegra. Ninguém pode ser fiel a Deus sem integridade,
sem retidão. A fidelidade a Deus é sustentada pela integridade. Você quer
atrair a atenção de Deus, a fim de ser abençoado por Ele? Então, acate a
recomendação em Provérbios 3:3,4: “Não te desamparem a benignidade e a
fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração, e acharás
graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens”.
No
Novo Testamento, Paulo é o grande modelo de fidelidade. Durante 16 anos, após
sua conversão, ele pregou no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi
especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor.
Fez quatro grandes viagens missionárias, sendo que na última foi a Roma como
prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
Preso
em Roma, no corredor da morte, na antessala do martírio, com o pé na sepultura,
com o pescoço na guilhotina de Roma, ele escreve aos filipenses e diz: “E
quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para
maior proveito do evangelho” (Fp.1:12). O que aconteceu a Paulo que contribuiu tanto
para maior proveito do evangelho? Ele foi preso em Damasco, rejeitado em Jerusalém,
esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica
e Beréia, foi chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Corinto, enfrentou
feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém e acusado em Cesaréia, enfrentou um naufrágio
em sua viagem para Roma, foi picado por uma víbora em Malta e chegou algemado
na capital do império. Entretanto, ele olhou todas essas circunstâncias
adversas com os olhos da submissão à vontade de Deus, dizendo que elas haviam
contribuído para o progresso do evangelho. Nada, absolutamente nada, demoveu
Paulo de sua fidelidade a Deus.
4. Tempos e estações
“...Não vos pertence
saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”(Atos
1:6,7).
Os
discípulos estavam refletindo sobre a vinda do Espírito Santo. Lembraram-se das
palavras do profeta Joel acerca do derramamento do Espírito associado ao reino glorioso
do Messias (Jl.2:28). Concluíram que o Senhor instituiria seu reino em breve,
pois ele havia dito que o Espírito Santo seria enviado “depois destes dias”
(Atos 1:5). Como sua pergunta revela, ainda esperavam que Cristo instituísse seu
Reino terreno literal de imediato.
Jesus
não os corrigiu por essa expectativa de seu Reino literal na Terra, pois sua esperança
era e continua sendo justificada. Ele apenas lhes disse que não lhes competia
conhecer o tempo da vinda de seu Reino. A data havia sido estabelecida pela
exclusiva autoridade do Pai, mas ele tinha escolhido não a revelar. Era uma
informação que dizia respeito somente a Deus Pai.
A
expressão “tempos ou estações” é usado na Bíblia para se referir a vários acontecimentos
preditos por Deus ainda não cumpridos com respeito à nação de Israel. Uma vez
que eram de origem judaica, os discípulos devem ter entendido que, nesse caso,
a expressão se referia aos dias críticos antes e durante o estabelecimento do
reinado milenar de Cristo na Terra.
O
pr. Ezequias interpretando a referida expressão afirma que ela tem duas respostas:
- “tempos”, no grego, é “chronos”,
e significa longo período. Haveria um espaço de tempo para pregação do
Evangelho entre a descida do Espírito Santo e a vinda de Cristo.
- “estações”, aqui, significa
“kairós”, que quer dizer “ocasião” e se refere aos eventos críticos
que devem acompanhar o estabelecimento do Reino de Cristo.
Portanto,
“tempos” e “estações” são prerrogativas de Deus.
CONCLUSÃO
Continuemos
com a nossa Bendita Esperança viva e inabalável, pois, certamente, a nossa glorificação
é certa, o nosso corpo será glorificado para nunca mais se corromper e
reinaremos para sempre com o Senhor. Ele prometeu, e vai cumprir a sua
promessa, pois Ele é fiel e justo. Essa Esperança nunca nos decepcionará, nem
nos envergonhará por termos confiado nela, porque ela é mantida viva e
demonstrada como verdadeira pelo amor de Deus que o Espírito Santo derramou em
nosso coração. O que precisamos fazer é estamos vigilantes quanto à vinda do
Senhor e prevenidos contra os dardos inflamados do inimigo, que pertinaz
procura arrefecer a nossa fé com seus ardis.
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Novo e Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso
Francisco. Discipulado, a missão educadora da Igreja.PortalEBD_2007.
Pr. Caramuru Afonso
Francisco. A vinda de Cristo e a Vigilância do Crente PortalEBD_2005.
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