2º Trimestre/2021
Texto Base: 1
Timóteo 3:8-13
20/06/2021
“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa
posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm.3:13).
1 Timóteo 3:
8.Da mesma sorte os diáconos sejam
honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe
ganância,
9.guardando o mistério da fé em uma
pura consciência.
10.E também estes sejam primeiro
provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11.Da mesma sorte as mulheres sejam
honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12.Os diáconos sejam maridos de uma
mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13.Porque os que servirem bem como
diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em
Cristo Jesus.
INTRODUÇÃO
Na sequência do estudo das funções
eclesiásticas, estudaremos nesta Aula a respeito da função de Diácono. Este é
escolhido pelo Senhor para servir na Igreja Local, notadamente em assuntos de
ordem material.
No início da Igreja, Satanás tentou
impedir o seu avanço em pelo menos três táticas: primeiro, ele tentou suprimir
a Igreja por meio da perseguição - pela força das autoridades judaicas (Atos
4); segundo, tentou corrompê-la com a mentira e hipocrisia - através do casal
Ananias e Safira (Atos 5); terceiro, ele promoveu dissensões internas (Atos
6:1) - ele tentou distrair seus líderes da oração e da pregação através de
algumas viúvas murmuradoras, para expor a Igreja a erros e à injustiça social.
Se Satanás tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova
comunidade de Jesus teria sido aniquilada em seu princípio.
Todavia, os apóstolos estavam alertas o
suficiente para detectar “as ciladas do diabo”. Eles resolveram, então,
designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”,
para que cuidassem do sustento da Igreja e do cuidado com os pobres, liberando
os apóstolos para dedicação exclusiva à oração e ao ensino da Palavra de Deus.
E assim, “crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o
número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7).
Acredito que todos são concordes: os diáconos são fundamentais para o bom
funcionamento da obra de Deus.
I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo
“Diaconia” significa "ministério”
ou “serviço". Quando vamos ao texto original grego, notamos que a
expressão “ministério cotidiano” é tradução de “diakonía té kathemeriné”,
enquanto que “servir às mesas” é tradução de “diakonein trapedzais”, de
modo que se sobressai em ambas as expressões a palavra “diakonía” ou “diakonein”,
que têm, respectivamente, os significados de “servidor” ou “servo” e de
“servir”. Portanto, o papel do “diácono” é o papel de “servidor”, “daquele que
serve”.
Como bem diz o Pr. Elinaldo Renovato,
aqui na Terra, Jesus demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os
seus aspectos. Na realidade, Seu Ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi
“apóstolo da nossa confissão” (Hb.3:1), profeta (Lc.24:19), evangelista (Lc.4:18,19),
pastor (João 10:11), mas, principalmente, diácono por excelência (Mt.20:28). O
apóstolo Paulo disse que, Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens” (Fp.2:6-7).
Em seu sentido mais amplo, a diaconia
não surgiu com a instituição de diáconos em Atos 6:1-7, mas permeia toda a
Bíblia. No Antigo Testamento, os profetas chamavam a atenção dos reis e do povo
para os órfãos, viúvas e os pobres que estavam sendo oprimidos e privados de
seus direitos. O Salmo 41:1-3 fala que Deus tem cuidado especial dos fracos e
indefesos, e abençoa quem demonstra compaixão pelos necessitados.
2. Serviço de escravo
Na véspera da sua crucificação, o Senhor
Jesus reuniu os seus doze discípulos para participar da última ceia. Tomando
uma toalha e uma bacia com água, ele começou a lavar os pés dos discípulos, um
a um (João 13:4,5). O texto diz o seguinte:
“levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois,
pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos
com a toalha com que estava cingido”.
À época de Jesus, era costume que,
antes de se assentarem à mesa, as pessoas lavassem os pés. Os discípulos tinham
vindo de Betânia, e seus pés estavam cobertos de poeira. Eles não podiam assentar-se
à mesa antes de lavar os pés. Só que lavar os pés era serviço de escravo,
principalmente do escravo mais humilde de uma casa. Jesus estava no cenáculo
com eles, e ali não havia servos. Jesus, então, esperou que eles tomassem a
iniciativa de lavar os pés uns dos outros. Mas eles eram orgulhosos demais para
fazer um serviço de escravo. Ninguém tomou a iniciativa. Aliás, os discípulos abrigavam
no coração a dúvida de quem era o mais importante entre eles (cf. Lc.22:24-30).
O vaso de água, a bacia, a toalha-avental dispostos ali à vista de todos, os
acusavam. Esses utensílios constituíam uma acusação silenciosa contra aqueles
homens. Mesmo assim, ninguém se mexia. Eles pensavam que privilégios implicava
grandeza, reconhecimento, aplausos e regalias. Jesus, porém, reprovou a atitude
deles, mostrando-lhes que, entre os que o seguem, mede-se a grandeza de
qualquer um pelo serviço prestado.
Foi no meio de tais homens que se sentiam
muito importantes, entre eles Judas Iscariotes, o traidor, que Jesus se levantou;
mesmo sabendo que era o Filho de Deus, e que tinha vindo do Céu e voltava para
o Céu, Jesus cingiu-se com uma toalha, deitou água em uma bacia e começou a
lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Jesus repreendeu o
orgulho dos discípulos com sua humildade. Jesus mostrou que, no Reino de Deus,
maior é o que serve. O que Jesus teve em mente não foi um rito externo, o “lava-pés”,
mas uma atitude interna de humildade e vontade de servir. A grandeza no Reino
de Deus não é medida por quantas pessoas estão a seu serviço, mas a quantas
pessoas você está servindo. Devemos ter o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus (Fp.2:5). Ele, sendo Deus, não julgou com usurpação o ser igual a
Deus. Ele se esvaziou. Ele se humilhou. Ele sofreu morte humilhante, morte de
cruz.
Jesus, sendo o Soberano do Universo,
cingiu-se com uma toalha. Sendo o Rei dos reis, inclinou-se para lavar os pés
sujo dos seus discípulos. Ah, como precisamos hoje dessa lição de Jesus! Temos
hoje muitas pessoas importantes na Igreja, mas poucos servos; muita gente no
pedestal, mas poucas inclinadas com a “bacia e a toalha” na mão; muita gente
querendo ser servida, mas poucas prontas a servir.
A humidade de Jesus repreende o nosso orgulho.
Devemos nos revestir de humildade, porque aquele que se humilhar será exaltado
(Lc.14:11). O cristão mais pobre, o mais fraco e o mais ignorante pode todos os
dias encontrar uma ocasião para praticar amor e humildade. Cristo nos ensinou a
fazer isso. Entre os discípulos um novo tipo de relacionamento deve prevalecer,
ou seja, os discípulos devem ser servos (diakonos) uns dos outros e
escravos (doulos) de todos.
3. O discípulo é um serviçal
É bom enfatizar que o objetivo de Jesus
Cristo nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua Igreja,
mas a de serviço, conforme demonstra sua resposta aos filhos de Zebedeu:
“mas entre vós não será assim;
antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E
qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o
Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
em resgate de muitos” (Mc.10:43-45).
Jesus, percebendo a ambição no coração
dos seus discípulos, chamou-os à parte e ministrou-lhes uma lição sobre o espírito
de grandeza que predomina no mundo. Ser grande no conceito do mundo é usar o domínio
sobre as pessoas para desvantagem destas e para vantagem de quem assim domina. Porém,
no Reino de Deus, a pirâmide está invertida - a grandeza é medida pelo serviço
e não pela dominação. Ser grande é ser servo; ser grande é estar a serviço dos
outros em vez de ser servido pelos outros.
O padrão de Deus é que uma pessoa deve
ser um servo antes de Deus promovê-la a uma posição de liderança. Foi dessa
maneira que Deus trabalhou com José, Moisés, Josué, Davi e mesmo com Jesus
(Fp.2:5-11). Se não sabemos obedecer a ordens, não saberemos dar ordens. Antes de
uma pessoa exercer autoridade, deve saber o que é estar debaixo de autoridade.
Pense nisso!
II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função
Segundo o dicionário Wycliffe, a forma
verbal de diácono (diakonein) significa “servir”, particularmente “servir às mesas”.
Tem a conotação de um serviço muito pessoal, intimamente relacionado com servir
por amor.
Na Igreja há dois ministérios
funcionais: a diaconia das mesas (Atos 6:2,3) e a diaconia da Palavra (Atos
6:4), ou seja, a ação social e a pregação do Evangelho. O diácono é aquele que
coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros
diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos. Como bem diz o Rev. Hernandes
Dias Lopes, o ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o
ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois
ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem
pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única
diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.
2. Origem do diaconato
No início da Igreja era costume
distribuir alimentos diariamente às viúvas pobres da congregação que não tinham
outro meio de se sustentar. Alguns dos judeus de fala grega se queixavam porque
as viúvas deles não estavam sendo tratadas da mesma forma que as viúvas dos
hebreus (os judeus de Jerusalém e da Judéia). É muito provável que o
esquecimento das viúvas helenistas não fosse proposital. A queixa acabava
recaindo sobre os apóstolos, que estavam encarregados dessa distribuição (At.4:35,37).
Uma medida imediata precisava ser
tomada para corrigir o problema. Os apóstolos não foram negligentes nem
remissos. Agiram com rapidez e sabedoria para estancar aquela hemorragia que
colocava em risco a integridade da Igreja, sua paz interna e o seu testemunho
externo.
Os apóstolos não desejavam abandonar o
ministério da Palavra de Deus para cuidar das finanças. Assim, sugeriram que a
comunidade dos fiéis escolhesse “sete homens” firmes na fé para tratar dos
assuntos “temporais” da Igreja (cf.At.6:2,3). Na realidade, o substantivo “diácono”
não aparece nessa passagem de Atos, mas a forma verbal é empregada no versículo
2: “Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos (literalmente ‘diácono’)
às mesas. Tudo indica que essa era a sua função. O problema identificado (At.6:1)
encontrou imediata solução (At.6:2-6), e o resultado foi o crescimento
vertiginoso da Igreja (At.6:7).
É digno de nota o seguinte fato: os
apóstolos não ficaram na defensiva; acolheram as críticas dos helenistas e tiveram
coragem de fazer uma correção de rota. Em vez de se desgastarem ainda mais no
trabalho do serviço às mesas, ampliaram o quadro de obreiros. É conhecido o que
Dwight Moody costumava dizer: “É melhor colocar dez homens para trabalhar do
que tentar fazer o trabalho de dez homens”. Warrem Wiersbe diz que a Igreja
apostólica não teve medo de fazer ajustes em sua estrutura, a fim de dar espaço
para a expansão do ministério (Wiersbe, Warren. Comentário bíblico do Novo
Testamento, p. 556,557). É triste quando as igrejas destroem ministérios
por se recusarem a modificar suas estruturas.
É bom ressaltar que a obra dos Doze e a
obra dos Sete são igualmente chamados de diakonia (At.6:1,4) - “ministério” ou
“serviço”. A primeira é o “ministério da Palavra” (At.6:4) ou o trabalho
pastoral; a segunda é o “ministério junto às mesas” (At.6:2) ou o trabalho
social. Nenhum ministério é superior ao outro. Pelo contrário, ambos são ministérios
cristãos, ou seja, meios de servir a Deus e ao seu povo.
3. A escolha dos diáconos
Numa Igreja Local onde predomina a
presença do Espírito Santo, os seus obreiros não devem ser escolhidos de
qualquer forma, sem consultar a Deus, sem primeiramente analisar os
pré-requisitos necessários para esta tão nobre posição. Veja qual foi o
critério para escolher os diáconos no princípio da Igreja: “Escolhei dentre vós
sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria...” (Atos
6:3). Portanto, para se escolher um obreiro para Obra do Senhor, existe
pré-requisitos: “boa reputação, ser cheio do Espírito Santo e de sabedoria”;
isto sem falar dos critérios estabelecidos pelo apóstolo Paulo em 1Tmóteo
3:8-13. Por que, então, não usar estes critérios, hoje, no momento de escolher
os obreiros? Se isto fosse aplicado, veríamos uma Igreja Local totalmente
diferente da que vemos hoje!
Observe que, no princípio da Igreja, os
diáconos foram escolhidos não pelos apóstolos, mas pela Igreja. Dentre os
membros da Igreja, com credenciais preestabelecidas, sete homens foram eleitos
para exercerem a diaconia das mesas. Depois de orar, os apóstolos impuseram as
mãos sobre os sete homens, num gesto de concordância com a escolha da Igreja.
A julgar pelos nomes dos sete homens
escolhidos, quase todos eram judeus helenistas convertidos. Essa escolha foi
uma concessão amável feita justamente ao grupo que havia se queixado. Dali em
diante não teriam mais motivos para acusar a comunidade de preterir os
helenistas. Quando o amor de Deus enche o coração, não deixa espaço para a
mesquinhez e o egoísmo.
Sabemos mais detalhes apenas sobre dois
desses sete diáconos: Estêvão e Filipe. Estêvão tornou-se o primeiro mártir da
Igreja; Filipe foi o evangelista que, posteriormente, levou a mensagem cristã a
Samaria e ganhou para Cristo o eunuco etíope, e recebeu Paulo em Cesaréia (Atos
21:8).
III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono
As qualificações exigidas para os
diáconos são muito similares às dos presbíteros, embora não tão rigorosas. Uma
notável diferença está no fato de que não é necessário um diácono ser apto a
ensinar (cf. 1Tm.3 e Tito 1). Vejamos algumas qualificações do diácono à luz de
1Tm.3:8-10.
“Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não
dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da
fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois
sirvam, se forem irrepreensíveis”.
a) Caráter moral (1Tm.3:8)
“Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não
dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
- Deve ser honestos (3:8a). Uma das piores
queixas que se pode ouvir acerca de uma pessoa, principalmente um obreiro, é
que suas palavras não se coadunam com a sua conduta. Como pode um obreiro falar
sobre honestidade e ser desonesto? Os diáconos precisam ter caráter impoluto,
vida irrepreensível e conduta ilibada.
- Não de língua dobre (3:8b). Os diáconos precisam
ser verdadeiros, íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não
podem dar relatos conflitantes para pessoas diversas em diferentes tempos. Não
devem ser boateiros, mexeriqueiros. Não devem dizer uma coisa aqui e outra
acolá. Não devem ser maledicentes nem jogar uma pessoa contra a outra. Suas
palavras devem têm peso. Eles devem ser absolutamente confiáveis no que dizem.
- Não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem
ser cheios do Espírito Santo (At.6:3), e não cheios de vinho (Ef.5:18). Quem é
governado pelo álcool não pode servir na Casa de Deus.
- Não cobiçosos de sórdida ganância
(3:8d). Os diáconos lidam com as ofertas do povo de Deus e administram os
recursos financeiros da Igreja na assistência aos necessitados. Se eles tiverem
cobiça por dinheiro, estão expostos a uma grande tentação. Eles podem ser
tentados a se “beneficiarem”. Não podem ser como o Judas Iscariotes que roubava
a bolsa (cf. João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não podem
desejar para si o que devem entregar para os outros. Pense bem: Judas
Iscariotes não foi o último tesoureiro a trair seu Senhor por dinheiro!
b) Caráter espiritual (1Tm.3:9,10)
“guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes
sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.
- Deve guardar o mistério da fé com a consciência
limpa. Isso significa que o diácono deve ser são na doutrina e na vida. Não
deve apenas conhecer a verdade, mas vivê-la. Ele precisa compreender a doutrina
cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina cristã. Sua vida, sua
família e seu ministério precisam ser pautados pela Palavra de Deus. Aqui, o “mistério
da fé” é uma referência à fé cristã. Muitas doutrinas do cristianismo foram
mantidas secretas durante o período do Antigo Testamento, mas foram reveladas
pelos apóstolos e profetas do Novo Testamento. Por isso a palavra “mistério” é
usada aqui.
- Deve ser provado e experimentado
(Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10 diz que os diáconos devem ser
primeiramente provados. Isso significa que eles devem ser observados por algum
tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades na Igreja Local. Depois de provarem
ser confiáveis e fiéis, então podem receber responsabilidades maiores. Depois,
exerçam o diaconato, ou simplesmente “sirvam” (1Tm.3:10 - ARC). Assim como no
caso dos presbíteros, o destaque não é o cargo eclesiástico, mas o serviço para
o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar em que um homem for irrepreensível em
sua vida pessoal e pública, terá permissão para servir como diácono (1Tm.3:10).
c) Caráter familiar
“Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e
suas próprias casas” (1Tm.3:12).
A vida do diácono e sua família são a
base do seu ministério diaconal. Não deve ter nenhuma reprovação em sua vida
conjugal. Ele precisa ser fiel à esposa e ser líder espiritual de sua casa.
Deve ensinar seus filhos e educá-los nos caminhos de Deus. Não conseguir isso é
um defeito de caráter de cristão, segundo o Novo Testamento. Isso não significa
que os homens devem ser déspotas e mandões, mas que seus filhos devem ser
obedientes e testemunhem a verdade.
2. A função dos diáconos em Atos 6
A função dos sete diáconos em Atos 6 era
fundamentalmente de caráter social. Eles foram eleitos para “servir às mesas”
(Atos 6:2). Eles não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter social
na Igreja.
Os apóstolos tinham a plena consciência
de que haviam sido chamados para exercer o ministério da Palavra e a oração,
que tinham de se dedicar ao exercício dos dons ministeriais de evangelista,
pastor e mestre, e que não lhes cabia cuidar do chamado “ministério cotidiano”,
da distribuição de recursos econômico-financeiros para a subsistência não só
das viúvas, mas de todos quantos viviam com “tudo em comum” na Igreja de
Jerusalém.
Os apóstolos reconheceram que, diante
do crescimento do número de discípulos, era necessária uma descentralização de
atribuições, a criação de um novo corpo de obreiros que pudesse levar a cabo
este “ministério cotidiano”, que era um “importante negócio”, pois além de
cuidar da própria sobrevivência dos crentes, não só das viúvas, ressalte-se,
mas de todos os que haviam se privado de todos seus bens para servir ao Senhor,
isto seria fundamental para mostrar a própria existência do amor de Deus entre
os cristãos, o que era indispensável para que se tivesse um testemunho a ser
dado e que seria um fator primordial no êxito da própria evangelização.
Os apóstolos, então, convocaram a Igreja
para discutir o assunto, mostrando aos crentes que eles haviam sido chamados
para o ministério da Palavra de Deus e que não era razoável deixarem esta
função para se dedicarem ao “serviço das mesas”. Portanto, o papel do “diácono”
é o papel de “servidor”, “daquele que serve”, que presta serviço como cristão: a
Cristo ou a outro cristão (2Co.6:4; 11:23; Ef.6:21; Cl.1:23,25; 1Tm.4:6); em
caráter oficial ou semioficial (Rm.16:1; Fp.1:1; 1Tm.3:8,12).
3. A função dos diáconos hoje
Hoje, vivemos um evidente menosprezo e
desvio da função diaconal em nossas Igrejas Locais. O diaconato está fora do
padrão bíblico, originalmente estabelecido em Atos 6. Nada mais é que um “passo
inicial” do ministério tradicionalmente estabelecido em convenções, nada mais é
que uma atividade ritual de portaria, de recolhimento e contabilidade de
contribuições financeiras, e de serviço do pão e do vinho na ceia do Senhor,
atividades que podem, sim, ser exercidas pelos diáconos, mas que não se
constitui, em absoluto, no papel do diaconato. Urge voltarmos ao modelo
bíblico, com diáconos que administrem a ação social da Igreja, que cuidem da
parte material e espiritual desta assistência, que é um “importante negócio”,
que deve ser dirigido pelo Espírito Santo através de homens de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria. A total ausência do diaconato (quase sempre
numeroso nas Igrejas Locais) neste assunto é uma demonstração clara e
inequívoca de quanto temos negligenciado a missão social da Igreja.
CONCLUSÃO
O diaconato é, sem dúvida, uma
importante função da Igreja, que deve, essencialmente, ser exercida conforme
estabelecido no princípio da Igreja. Deve ser tratado como um ofício voltado ao
exercício da beneficência cristã motivada pelo amor. Boas são as palavras do
Pr. José Wellington: “…O obreiro deve ser atuante, preocupado em ganhar almas
e, evidente, firmá-las na doutrina dos apóstolos; não preocupado com questões
secundárias, coisas que outras pessoas podem fazer. Eis a razão pela qual houve
a instituição do corpo diaconal na casa de Deus: exatamente para auxiliar o
ministério e o ministro da palavra…” (COSTA, José Wellington Bezerra da. Como
ter um ministério bem-sucedido, p.167).
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. DONS ESPIRITUAIS & DONS MINISTERIAIS:
servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. CPAD.2014.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios (Igreja, noiva gloriosa). Hagnos.
Carlos Alberto R. de Araújo. A Igreja dos Apóstolos. CPAD.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo – A Igreja dos Apóstolos. CPAD
Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. O Diaconato. PortalEBD_2014.
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