2º Trimestre/2021
Texto Base: Efésios 3:8-10; 1Pedro 4:7-10
“Para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos
céus” (Ef.3:10).
Efésios 3:
8.A mim, o mínimo de
todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio
do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
9.e demonstrar a
todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto
em Deus, que tudo criou;
10.para que, agora,
pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e
potestades nos céus,
1 Pedro 4:
7.E já está próximo o
fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.
8.Mas, sobretudo,
tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de
pecados,
9.sendo hospitaleiros
uns para os outros, sem murmurações.
10.Cada um administre
aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de
Deus.
INTRODUÇÃO
Nesta última Aula do 2º Trimestre de 2021, trataremos do seguinte tema:
“A Multiforme Sabedoria de Deus”. A multiforme sabedoria de Deus-Pai é
Cristo - “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as
gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos” (Cl.1:26). Efésios 3:10
mostra que Cristo é a Sabedoria de Deus, o qual se expressa de muitas maneiras
(multiforme) através da Sua Igreja. Cristo é tão grande, tão precioso, que Ele
não pode ser expresso só por uma ou duas pessoas, necessita de toda a Igreja
para fazê-lo. Só a Igreja, em sua pluralidade, pode expressar totalmente a multiforme
sabedoria de Deus, que é Cristo. Cada vez que a Igreja se reúne, dá testemunho
e expressa o Senhor Jesus Cristo através dos dons espirituais e ministeriais.
I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
Ao
longo deste trimestre estudamos sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. O que
foi exaustivamente estudado dá-nos uma visão clara de que a Sabedoria de Deus é
multiforme e plural, e que se “manifesta em seus dons espirituais e
ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.
1. São diversos os Dons
Muitos
são os dons espirituais e ministeriais. É comumente afirmado entre os
evangélicos pentecostais que os dons espirituais são nove, afirmação esta que
se baseia na lista mais completa de dons espirituais que se encontra no Novo
Testamento, mais comumente em 1Co.12:8-10. Entretanto, além desta relação, que
é a mais conhecida e a mais pormenorizada, temos, também, a relação de Rm.12:6-8,
que não é uma relação tão completa quanto a primeira, e que parece misturar
Dons Espirituais com Dons Ministeriais (até porque o texto não é específico com
relação aos dons espirituais como é o anteriormente mencionado). Temos também
os dons mencionados em 1Co.12:28-30; 1Pedro 4:10,11 e Hebreus 2:4. Mesmo se
levarmos em consideração apenas a relação de 1Coríntios 12:8-10, não podemos
nos esquecer de que um dos itens da relação fala dos "dons de curar"
(1Co.12:9), dando a entender, portanto, que há mais de um dom de curar, o que
torna, também, precário o entendimento de que os dons espirituais sejam apenas
nove. Em Efésios 4:7-11 e 2Timóteo 1:6 vemos dons espirituais na esfera
ministerial da Igreja. O importante é estarmos cônscios de que os
dons são diversos. Paulo afirma: “os dons são diversos” (1Co.12:4).
2. São amplos
Estudamos
ao longo do trimestre nove Dons Espirituais definidos pelo apóstolo Paulo em
1Co.12:8-11. Estes dons testificam das
qualidades, ou virtudes do Doador; eles são a
glorificação de Cristo por meio da edificação do Corpo de Cristo - a
Igreja. Através desses dons o Senhor torna a Igreja mais capaz de
cumprir a missão como agente do Reino de Deus na Terra (cf. At.9:31). Estudamos
também os cinco Dons ministérios relacionados em Efésios 4:11, a saber: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores
e Mestres. Através destes Dons, o Senhor capacita a Igreja; mas na
realidade, estes cinco Dons são cinco expressões de Cristo - eles expressam
cinco aspectos da maravilhosa Pessoa de Cristo: Cristo é o verdadeiro Apóstolo,
o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o bom Pastor e o grande Mestre.
Assim é expressa a multiformidade de Cristo, a sabedoria do Pai,
manifestando-se em e para pessoas simples como eu e você.
3. Dádivas do Deus-Pai
Outras
excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho
a todos, são:
a) A dádiva do
amor. A
maior prova do amor de Deus para com a humanidade foi enviar o seu filho
Unigênito para morrer numa rude cruz para salvar o ser humano pecador. Jesus, o
Cordeiro de Deus, disse assim a Nicodemos: “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). O Criador do universo, o Senhor
dos céus e da terra, o Deus eterno colocou o seu coração em nós e nos amou
desde a fundação do mundo. Deus nos amou não por causa dos nossos méritos, Deus
nos amou apesar dos nossos deméritos. A causa do amor de Deus por nós não está
em nós; a causa do amor de Deus por nós está nele mesmo. Deus amou você e a mim
de forma incondicional, e amou-nos desde toda a eternidade; amou-nos apesar de
sermos fracos, ímpios, pecadores e seus inimigos. Que grande dádiva é este
grande amor de Deus! Amor este que nos desafia a amarmos ao próximo (Mt.22:39)
e aos inimigos (Mt.5:44). Que Deus nos ajude!
b) A dádiva da
filiação divina. A
maior dádiva que nós recebemos foi a graça salvadora de Deus mediante o sacrifício
de Seu amado Filho Jesus. Este ato de amor nos tirou da maldição eterna e nos
deu o privilégio de sermos filhos de Deus - “Amados, agora somos filhos de
Deus...” (1João 3:2). Agora fazemos parte da família de Deus. Está escrito:
“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos
Santos e da família de Deus” (Ef.2:19). Pela fé, entramos para a família de
Deus, e Deus tornou-se nosso Pai. Essa família está no Céu e também na terra
(Ef.3:15) - os crentes vivos na terra e os crentes que dormem em Cristo no Céu.
Não importa a nacionalidade, somos todos irmãos, membros da mesma família; temos
o mesmo Pai, somos herdeiros da mesma herança, moraremos juntos no mesmo Lar
eterno.
c) A dádiva da
reconciliação. Sem
dúvida, a reconciliação com Deus é a maior dádiva de Deus. Essa reconciliação
custou a Deus um preço infinito: a morte do seu próprio Filho. A cruz é o maior
arauto do amor de Deus por nós. A cruz de Cristo foi o preço que Deus pagou
para nos reconciliar consigo. Deus nos amou, e Cristo se encarnou. Deus nos
amou, e nos deu o Seu Filho. Deus nos amou, e Cristo sofreu em nosso lugar.
Deus nos amou, e Cristo morreu por nós. A cruz é a prova cabal de que Deus está
de braços abertos para nos receber de volta ao lar. Ele nos comprou não com
coisas corruptíveis como prata ou ouro, mas com o sangue do seu Filho bendito
(1Pd.1:18,19). Disse o apóstolo Paulo: “E tudo isso provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”
(2Co.5:18,19).
A
reconciliação deveria ter partido de nós, a parte ofensora, mas partiu de Deus,
a parte ofendida (2Co.5:18) - “E tudo isso provém de Deus[...]”. É a parte
ofendida que tomou a iniciativa da reconciliação. O Evangelho, portanto, não é
o homem buscando a Deus, mas Deus buscando o homem. Foi o homem quem caiu,
afastou-se e rebelou-se, mas foi Deus quem o buscou, foi Deus quem correu para
abraçar o ser humano. Deus poderia ter nos tratado como tratou os anjos
rebeldes, eles foram conservados em prisões eternas (Jd.6:13) e em permanente
estado de perdição. Mas Deus providenciou, para nós, um caminho de volta para
Ele. Cristo é esse caminho (João 14:6). Quem está em Cristo é uma nova criatura
e o resultado disto é que Deus faz tudo novo em nossa vida (2Co.5:17).
II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS
DIVINOS
“Cada um
administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus” (1Pd.4:10). “Além disso, requer-se nos despenseiros
que cada um se ache fiel” (1Co.4:2).
A
expressão “despenseiro” indica o administrador da casa, o “oikonomos”. Cabia a
esse administrador a distribuição de mantimentos e a divisão dos trabalhos aos
demais servos. Mesmo tendo tal responsabilidade, tinha a consciência de que era
um servo, um escravo. Em 1Co.4:2 ele nos exorta a sermos fiéis na administração
dos dons que o Senhor nos dispensou - “Além disso, requer-se nos despenseiros
que cada um se ache fiel”.
Se,
no sentido bíblico, despenseiro é aquele que administra bens alheios, então, o
detentor de um Dom Espiritual é um despenseiro de Deus. É válido ressaltar que
os Dons de Deus não são dados em forma de presentes, mas, como instrumentos de
trabalho. Todo servo, por mais simples que seja, recebendo um instrumento de
trabalho de seu senhor e relacionado com o serviço que faz, pode saber qual o
objetivo da entrega daquele instrumento: é para ser usado no serviço de seu
senhor. Assim, ele será infiel se fizer como fez aquele servo que recebeu um talento
– “Mas o que recebeu um talento foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do
seu senhor” (Mt.25:18). No dia do acerto de contas foi chamado de inútil, e
condenado – “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá
pranto e ranger de dentes”(Mt.25:30).
1. Com sobriedade e vigilância
O
bom despenseiro dos mistérios divinos precisa ser sóbrio (1Tm.3:2). A palavra
grega “sophron”, traduzida por “sóbrio”, significa prudente, sensato ou
disciplinado. O homem sóbrio é aquele em cujo coração Cristo reina de maneira
suprema. Esse obreiro não é dado ao vinho, não promove a contenda e dissolução
(1Tm.3:2); ele nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício
do ministério dado por Deus. A sobriedade é a virtude em que o homem se coloca
acima das paixões e dos desejos, e tem completo domínio sobre os desejos carnais.
Refere-se a seus gostos e hábitos físicos, morais e mentais. Seus prazeres não
são primariamente os dos sentidos, como acontece com os bêbados, mas os
prazeres da alma.
2. Com amor e hospitalidade
Os
bons despenseiros dos mistérios divinos se identificam com Cristo no amor, no
trato com as pessoas. Eles praticam o exercício da hospitalidade. Tem o prazer
de ajudar as pessoas em suas necessidades. Mas, atualmente, precisamos ser
vigilantes quanto aos falsos obreiros. A segunda Carta de João alerta para o
perigo de exercer hospitalidade com os falsos mestres (3João 7-11). Se os
crentes não devem acolher os falsos mestres em suas casas, de bom grado devem
receber os servos de Deus. A terceira Carta de João alerta para a necessidade
de hospedar e receber os obreiros itinerantes fiéis da Palavra de Deus (3João
5-8), que têm dificuldade de hospedagem. É importante ressaltar que no primeiro
século não existia um sistema organizado de bem-estar social como existe hoje;
os hotéis e as pensões eram escassos e muito caros; os missionários itinerantes
careciam da hospitalidade dos crentes para realizar sua obra. Então, a hospitalidade
era uma virtude recomendada na Igreja em seu princípio (Rm.12:12,13; Hb.13:2;
1Pd.4:9; 3João 5-8). Hoje, quase que totalmente, esse tipo de prática não mais existe
nas grandes cidades, devido as facilidades de hospedagem.
3. O despenseiro deve administrar com fidelidade
Está
escrito: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pd.4:10). O bom despenseiro dos
mistérios divinos deve administrar com zelo e fidelidade os dons recebidos de
Deus. Cada cristão recebeu um dom do Senhor a fim de realizar determinada
função como membro do Corpo de Cristo (1Co.12:4-11,29-31; Rm.12:6-8). Esses
dons são distribuídos por Deus para serem devidamente administrados. Não devem
ser usados para benefício próprio, mas para a glória de Deus e o bem de outros.
Não fomos criados para reter ou enterrar os dons de Deus. Ao receber Sua graça,
não devemos retê-la de forma egoísta, mas, sim, servir de canais de benção para
outras pessoas. Paulo ensina-nos que devemos ser vistos pelos homens como
“ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co.4:1;
Cl.1:26,27).
III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO
ESPÍRITO
Como
se percebe, os Dons Espirituais são diferentes do Fruto do Espírito. Este é
gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do homem, ou “homem
interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado
dentro do homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o
Senhor Jesus – “Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o
seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mt.12:33). Sendo assim,
então, o Fruto do Espírito testifica das qualidades do homem, ou seja, como ele
na verdade o é.
Já
os Dons Espirituais vêm de fora, são dados pelo Espírito Santo, que sendo Deus,
no uso de sua Soberania, dá a quem Ele quer, e quando Ele quer – “Mas um só e o
mesmo Espírito opera todas estas coisas repartindo particularmente a cada um
como quer” (1Co.12:11). São dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor
Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando a
expansão universal da sua obra e a edificação dos santos.
Em
suma, o Fruto do Espírito é gerado no “homem interior”, num processo que pode
ser demorado, até alcançar a maturação; enquanto o Dom Espiritual é dado pelo
Espírito Santo, inteiramente pronto, completo e para uso imediato. Sem dúvida,
uma vida cristã pautada pela perspectiva do Fruto do Espírito (Gl.5:22) é o que
o nosso Senhor Jesus Cristo quer para a Sua Igreja.
1. A necessidade dos Dons Espirituais
Sem
dúvida nenhuma, os dons espirituais são necessários e essenciais à Igreja do
Senhor Jesus. Sem eles, a Igreja tende a bancarrota espiritual, causando
mornidão espiritual e transformando muitas Igrejas Locais em verdadeiros
comunidades de cunho predominantemente social. Eles são dados para a edificação
do Corpo de Cristo. Pelo exercício dos Dons a Igreja cresce de forma saudável.
Assim, os Dons são importantíssimos e vitais para a Igreja. Eles são os
recursos que o próprio Espírito Santo concedeu à Igreja para que ela pudesse
ter um crescimento saudável e venha suprir as necessidades espirituais dos seus
membros. Infelizmente, estamos vivendo os dias de sequidão espiritual, em que a
busca pelo sobrenatural de Deus não se vê mais, claramente, nas Igrejas Locais,
onde a busca pelo aqui e o agora tem sua prevalência. Precisamos orar com
fervor para que Deus avive a Sua obra nestes últimos dias da Igreja. Concordo
com o Pr. Elinaldo Renovato, quando afirma que “é no tempo de sequidão que
precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos
dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes em Jesus”
(Hb.3:2).
2. Os dons espirituais e o amor cristão
Paulo
termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com
zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co.12:31).
Paulo queria expressar sobre a superioridade do amor sobre os dons, as
excelências magnificas do amor e a perenidade do amor; e ele argumenta sobre
isso no capítulo 13 de 1Corintios. Ele afirma que o amor é superior a todos os
dons extraordinários. A Igreja de Corinto estava muito orgulhosa dos dons que
tinha, especialmente os dons espirituais. Os crentes dessa Igreja acreditavam
que aqueles que possuíam esses dons eram superiores aos demais. Eles chegaram a
pensar que os detentores dos dons de sinais, especialmente o de falar em outras
línguas, eram crentes de primeira categoria, que haviam alcançado um estágio
mais elevado de intimidade com Deus. Então, eles estavam orgulhosos e ensoberbecidos
por esses dons da Igreja.
Paulo,
porém, desmistifica esse equívoco deles, mostrando que o amor é superior aos
dons. O amor é melhor do que o dom de línguas (1Co.13:1); é melhor do que o dom
de profecia e de conhecimento (1Co.13:2); é melhor do que o dom da contribuição
sacrificial (1Co.13:3); é melhor do que o próprio martírio, ou seja, dar o seu
corpo para ser queimado (1Co.13:3). As maiores obras de caridade não têm nenhum
valor sem o amor (1Co.13:3). Todos os dons, por mais nobres, são inúteis se não
houver amor. O exercício mais generoso dos dons espirituais não pode compensar
a falta de amor. A Igreja de Corinto estava cheia de rachaduras, traumas,
partidos, grupos, cisões e divisões, por causa da falta de amor. Dons sem amor
não sinalizam maturidade espiritual.
Enfim,
o amor é superior aos dons espirituais por duas razões: pelas suas qualidades e
pela sua perenidade; os dons cessam, eles são apenas para esta vida, são apenas
para este mundo, são para a Igreja militante. Porém, o amor é também para a
Igreja triunfante; o amor transcende a História; ele é eterno.
Que
amor é este que Paulo dá tanta ênfase, que é superior aos dons? É o amor
“ágape”. Este amor é o próprio amor de Deus: é o amor sacrificial, genuíno,
puro; é o amor santo, que não busca seus interesses; é o amor que se entrega; é
o amor que é mais do que emoção, é atitude, é ação; é o amor que ama o indigno;
é o amor que ama até às últimas consequências; é o amou que Cristo amou -
Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela.
3. A necessidade do Fruto do Espírito
A
Bíblia chama de “Fruto do Espírito Santo” ao conjunto de ações que fazem o
homem, que aceita Cristo como seu Senhor e Salvador, diferente dos que não
tomaram esta decisão. A transformação radical que alcança uma pessoa que é
salva foi bem ilustrada pelo Senhor Jesus, que afirmou que quem nEle crer passa
da morte para a vida (João 5:24), das trevas para a luz (João 3:21). Assim
sendo, a salvação, necessariamente, vem acompanhada de uma mudança de atitudes,
de uma mudança de hábitos, de uma mudança de práticas. O homem que alcança a
salvação passa a ter um novo conjunto de qualidades, um novo conjunto de
atitudes, “não anda mais segundo a carne, mas, segundo o Espírito” (Rm.8:1).
Este novo conjunto de ações, que estão de acordo com a vontade de Deus, é o que
o apóstolo Paulo denominou de “o fruto do Espírito” (Gl.5:22). Portanto, o
Fruto do Espírito é necessário na vida do crente, pois ele é quem mede o
caráter de Cristo no crente.
Devemos
estar cônscios de que o fim último da vida cristã é a produção do fruto do
Espírito Santo. Um dos aspectos da botânica é que o fruto é o fim, o término de
todo um processo fisiológico. Desde o momento que a semente germina e passa a
formar um novo ser (morrendo, como nos fala Jesus), há somente um objetivo, uma
finalidade: a formação do fruto. O fruto, como se vê, portanto, é o fim, o
propósito, o objetivo de todo o processo. Espiritualmente falando, também vemos
que o fim último da vida cristã é a produção do Fruto do
Espírito Santo. Todo o processo de concessão da vida espiritual tem como
finalidade a formação desse Fruto. Jesus foi claro ao afirmar que nos escolheu
para que demos fruto e o nosso fruto permaneça (João 15:16). Mediante a
permanência do fruto é que poderemos ter uma vida de comunhão com Deus a ponto
de tudo o que pedirmos a Deus, Ele nos conceda (João 15:16).
Portanto,
somos de Cristo para que demos frutos para Deus (Rm.7:4). Quem não dá fruto do
Espírito Santo não pode ser mantido no meio do povo de Deus e, por isso, é
extirpado dele (João 15:2). Jesus deixou isto bem claro tanto na parábola da
vinha (Lc.13:6-9), quanto no episódio da figueira infrutífera, que secou
mediante a maldição do Senhor (Mt.21:18-22; Mc.11:12-14 e 19-24). Aliás, esta é
a única oportunidade do ministério de Jesus Cristo em que O vemos lançando uma
maldição, a demonstrar o quanto desagrada ao Senhor a existência de vidas
infrutíferas no meio do Seu povo. Para agradar a Deus em tudo é indispensável
que frutifiquemos em toda a boa obra (Cl.1:10). Pense nisso!
CONCLUSÃO
Concluindo
esta Aula e este trimestre letivo, afirmamos que a multiforme sabedoria de Deus
é impressionante e fascinante. Enquanto a sabedoria humana é segmentada em
áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é multiforme. Ele a manifestou desde
a criação, quando sua mente divina imaginou trazer à realidade as coisas
criadas, incluindo o universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o
homem e os seres vivos da natureza, numa demonstração de planejamento perfeito,
jamais alcançado pela mente humana. O salmista teve a visão da sabedoria e do
poder criador de Deus, ao exclamar: "Ó Senhor, quão variadas são as tuas
obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas" (Sl.104:24). O
sábio Salomão, em suas reflexões sobre o universo, declarou: "O Senhor,
com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência" (Pv.3:19).
A sabedoria de Deus e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o
Eterno alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas.
Mas,
como afirma o pr. Elinaldo Renovato, foi no plano espiritual, que transcende às
coisas materiais do universo, que Deus demonstrou sua multiforme sabedoria de
forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina
pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do Espírito Santo. Paulo
diz que esse mistério foi revelado de maneira muito especial, por misericórdia
e bondade de Deus, pelo Espírito Santo, "aos seus santos apóstolos e
profetas", bem como à Igreja do Senhor.
Deus
tem concedido à Igreja recursos especiais, que são os Dons Espirituais e os Dons
Ministeriais, que estudamos ao longo do trimestre, para edificação e força para
cumprir a sua missão. O dom de sabedoria, ao lado dos outros dons, concede
parte da multiforme sabedoria de Deus a seus servos para que saibam como agir,
como viver, como proceder e atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar
o evangelho por todo o mundo a toda a criatura. Os Dons Ministeriais fazem
parte da capacitação de Deus a homens chamados e preparados para exercer a
liderança nas igrejas que reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à sua vinda em
glória para reinar para sempre. Amém!
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Novo e Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. DONS
ESPIRITUAIS & DONS MINISTERIAIS: servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário. CPAD.2014.
Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – Como
resolver conflitos na Igreja.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Multiforme
sabedoria de Deus. PortalEBD_2014.
Graças a Deus por mais um trimestre de ensino bíblico. Deus continue te abençoando, obrigado por compartilhar daquilo que Deus tem lhe dado!
ResponderExcluirDeus abençoe ricamente o senhor e toda família.
Obrigado, irmão DW, por participar junto comigo nesta caminhada! Que Deus nos ajude, e nos dê saúde física para continuar este trabalho, que já está em quase dois milhões de acesso. Espero que estes estudos tenham beneficiado muitas pessoas, e lhes tenham dado conforto espiritual e maturidade cristã.
ExcluirPaz de Cristo!
A paz do senhor muito obrigado por compartilhar conosco do que Deus lhe entregou sou professor e seu auxílio me ajuda muito.
ResponderExcluirGlória a Deus!
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