No 3º
Trimestre letivo de 2021, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD,
sobre o seguinte tema: “O Plano de Deus para Israel em meio à
Infidelidade da Nação – As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos
Reis de Israel”. O comentarista das Lições é o pastor Claiton Ivan
Pommerening, e estão distribuídas sob os seguintes assuntos:
Lição
1: A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo.
Lição
2: O Reino Dividido: Jeroboão e Roboão.
Lição
3: Acabe e o Profeta Elias.
Lição
4: Elias e os Profetas de Aserá e Baal.
Lição
5: O Reinado de Acazias.
Lição
6: O Profeta Elias e Eliseu, seu Sucessor.
Lição
7: O Ministério de Eliseu.
Lição
8: Naamã é Curado da Lepra.
Lição
9: O Reinado de Joás.
Lição
10: O Cativeiro de Israel: Reino do Norte.
Lição
11: O Reinado de Ezequias.
Lição
12: O Reinado de Josias.
Lição 13: O Cativeiro de
Judá.
Israel,
como nação eleita e separada pelo Senhor, não foi zelosa e fiel em cumprir o
mandato que recebera de Deus. Por essa razão, os profetas condenaram-lhe a
ingratidão e a deslealdade manifestada (Jr.16:10-12). Apesar do clamor dos
profetas, Israel acabou por repudiar suas obrigações em relação à aliança divina
(Ex.19:5,6; 32:1-25).
Deus
quis escolher, por sua soberana vontade, quem formaria o seu povo, e escolheu Abrão,
Isaque e Jacó, sem que, em tal escolha, houvesse qualquer participação humana.
No entanto, para a sua concretização, a escolha feita dependia da observância,
por parte do escolhido, do atendimento ao chamado divino. Deus escolheu Jacó e
não Esaú, por um ato seu de soberana vontade. A eleição, portanto, provém de
Deus e é soberana, mas a perda da bênção oferecida indistintamente a todos é consequência
do mau exercício do livre-arbítrio pelo homem. Esaú, por exemplo, de livre e
espontânea vontade, desprezou a bênção da primogenitura, tornou-se um
fornicaria e profano, não se arrependendo do que fizera, ainda que tenha tido
remorso e, com lágrimas, tenha procurado rever a bênção perdida (cf. Hb.12:16).
Aliás,
foi exatamente o que ocorreu com Israel. Embora escolhido por Deus e, de livre
e espontânea vontade tenha aceitado viver conforme os preceitos provenientes do
Senhor, Israel cedo fracassou neste seu propósito, tendo, a partir da primeira
geração adulta do êxodo, aquela mesma que havia firmado o compromisso com o
Senhor no monte Sinai, deixado de observar o pacto, endurecendo o seu coração
continuadamente ao longo da história, porquanto se mostrara um povo obstinado
(Ex.32:9; Dt.9:6; Ez.3:7), e por causa dessa obstinação, Israel sofreu
progressivas sanções da parte do Senhor, pois Deus corrige a quem ama e castiga
a quem quer bem (Hb.12:5-12); essas sanções foram aplicadas numa escalada já
prevista na lei de Moisés (Dt.28:15-68), escalada essa que foi rigorosamente
cumprida por Deus, que chegou a tirar o povo da própria Terra Prometida para
Babilônia (2Cr.36:15-21), sem falar na integral destruição das dez tribos do
Norte (Efraim, Manassés, Ruben, Gade, Issacar, Zebulom, Naftali, Aser, Simeão e
Dã – cf. 2Rs.17).
No
entanto, apesar de todos os pecados praticados, em Israel sempre houve um
remanescente fiel, ou seja, pessoas que, ainda que anônimas e despidas de poder
político, social ou econômico, serviam a Deus com sinceridade, cumprindo a sua
Palavra. Isto nos mostra, também, que, embora Deus tivesse um compromisso com a
nação de Israel, com a qual firmara um pacto (todo o povo o firmou, dizem as
Escrituras – Ex.19:8), não devemos nos esquecer que a resposta que se deu ao
chamado divino foi de cada indivíduo, tanto assim é que, embora a geração
adulta do êxodo tenha perecido no deserto, isto não ocorreu com Josué e Calebe,
que ingressaram na Terra Prometida, embora pertencessem àquela geração. E por
quê? Por um simples motivo, porque creram em Deus e nas suas promessas, ao contrário
do restante, que se manteve incrédulo (Nm.14:24; Dt.1:36,38; Hb.3:19). Esse
remanescente fiel, que sempre existiu em cada geração, é o que constitui o
verdadeiro e genuíno Israel.
Apesar
da infidelidade de Israel ao longo de sua existência, Deus tem um plano
especial para essa nação. Foi por causa disso, que Deus nunca abandonou o povo
da Antiga Aliança, e por isto procurou corrigi-lo enviando os seus profetas
para direcioná-lo no caminho certo. Durante todo o período dos reis, Deus procurou
corrigir o seu povo, muitas vezes de forma contundente. É o que vamos ver ao
longo deste trimestre letivo, tendo como protagonistas os profetas Elias e
Eliseu.
Israel
fracassou como povo de Deus, mas esse fracasso abriu a oportunidade para a
formação de um novo povo de Deus formado por todos os povos da terra, inclusive
pelos Judeus, e com aquelas mesmas três características que Deus queria do povo
de Israel: um povo seu, especial, eleito, ou escolhido por Ele; um reino
sacerdotal; um povo santo.
Pela
rebeldia de Israel o Senhor Deus não alcançou, com este povo, estes três
objetivos; porém, alcançou, nesta dispensação da Graça, com a Igreja, conforme
afirmou Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora,
sois povo de Deus...” (1Pd.2:9). Compare 1Pedro 2:9 com Êxodo 19:5-6, e
perceba a similitude do que Deus queria com Israel e do que Ele alcançou com a
Igreja – ela é a sua propriedade peculiar, ou seu povo especial; ela é o povo
santo; ela é seu reino sacerdotal, proclamando suas virtudes, ou o seu poder a
todos os povos. Israel fracassou, mas a Igreja está cumprindo sua missão. Demos
glórias a Deus por isto!
Contudo,
a rejeição de Israel é temporária, em virtude de sua eleição consubstanciada
através da Aliança do Sinai, pela qual Israel será sempre o povo de Deus: “Porque
eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar, porquanto darei fim a todas as
nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas
castigar-te-ei com medida e, de todo, não te terei por inocente” (Jr.30:11).
A
misericórdia do Senhor, demonstrada ao povo de Israel, trará a compaixão de
Deus aos filhos de Abraão (Rm.11:30,31;9:27). Por causa da promessa que Deus
fez aos pais Abraão, Isaque e Jacó, Israel continuará sendo o povo escolhido
(Hb.6:13-18). O retorno de Israel ao Senhor é certo (Zc.12:7-10; Rm.11:26).
Os
judeus perderam a oportunidade de salvação, enquanto povo, no exato instante em
que rejeitaram o Messias (João 1:11,12). Esta rejeição teve o mesmo significado
que a rebelião gentílica em Babel, encerrando, assim, o tempo de Israel no
plano de Deus para a salvação da humanidade. Este encerramento, entretanto, não
é definitivo, pois restam promessas a Israel que ainda não se cumpriram e
sabemos que o Senhor vela pela sua Palavra para a cumprir (Jr.1:12).
No
entanto, essa rejeição operada gerou uma bênção para nós, gentios, pois,
através dela, pudemos ter livre e independente acesso a Deus por meio de Cristo
Jesus - “…pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à
emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza
dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” (Rm.11:11b,12).
A
triste experiência de Israel deve servir de exemplo para a Igreja. Os
israelitas eram os filhos naturais de Deus e, não obstante, foram cortados da
verdadeira Oliveira por causa da incredulidade (Rm.11:17-20). Cada cristão,
portanto, deve valorizar a sua posição diante de Deus.
O que
Deus fez conosco é de uma grandeza infinita. Mas, quem vacilar pode ser cortado
por Deus, assim como aconteceu com Israel. O Israelita espiritual é o
verdadeiro israelita (Rm.4:11-16). O cristão é reconhecido, no Novo Testamento,
como judeu, no sentido espiritual. Isto é, pela fé em Jesus, tornou-se ele
filho de Abraão (Gl.3:7) - "Nem todos que são de Israel são israelitas"
(Rm.9:6).
É
verdade que hoje a "menina dos olhos" de Deus é a Igreja; a nossa
posição espiritual está acima da dos judeus; os ramos foram quebrados, por
culpa dos próprios judeus: "Não que a palavra de Deus haja faltado"
(Rm.9:6). A promessa de Deus não foi quebrada, mas os judeus é que recusaram a
promessa. Somos como zambujeiros enxertados no lugar deles, e, assim,
participamos da raiz e da seiva da oliveira (Rm.11:15-19).
Hoje, Israel
é o relógio de Deus na terra. Jesus disse: "Olhai para a figueira, e para
todas as árvores; quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as,
que perto está já o verão" (Lc.21:29-30). A figueira é Israel. Pelas
palavras de Jesus, conscientizamo-nos de quão próximo está "o verão",
pois a figueira está brotando. A restauração nacional já ocorreu, falta apenas
chegar o verão para a restauração espiritual. Creia nisso!
Que
Deus abençoe a todos que irão participar deste trimestre letivo, e que possamos
assimilar as lições propostas com grande absorção para o nosso enriquecimento espiritual
e maturidade cristã.
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Ev. Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Glórias a Deus.
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