4° Trimestre de 2021
Texto Base: 2Timóteo 4:6-8;
1Tessalonicenses 5:1-11
“Mas nos, que somos do
dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por
capacete a esperança da salvação” (1Ts.5:8).
V.P.:
“A esperança gloriosa da volta de Jesus traz sobriedade para as nossas vidas, e
disposição para exercer a fé e o amor em esperança”.
2Timóteo 4:
6.Porque
eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida
está próximo.
7.Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8.Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele Dia, e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda.
1Tessalonicenses 5:
1.Mas,
irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos
escreva,
2.porque
vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como ladrão de noite.
3.Pois
que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina
destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum
escaparão.
4.Mas
vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como
um ladrão;
5.porque
todos vós sois filhos da luz e filhos do dia, nós não somos da noite nem das
trevas.
6-
Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrias.
7.Porque
os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam. embebedam-se de noite.
8.Mas
nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor
e tendo por capacete a esperança da salvação.
9.Porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo,
10.que
morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11.Pelo
que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o
fazeis.
INTRODUÇÃO
Nesta
última Aula do 4º Trimestre de 2021, trataremos da “Gloriosa Esperança do
Apóstolo” Paulo. A sua esperança era a mesma de todos os demais cristãos: a
volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é a mais sublime esperança da Igreja. O
apóstolo Paulo cultivava diariamente essa esperança. Seu desejo era partir e estar
com Cristo para sempre (Fp.1:23). Por isso, diariamente, ele se entregava
totalmente a Ele. A graça de Deus nos libertou de nossas mazelas do passado,
restaurou nossa vida no presente e nos mantém na ponta dos pés com uma gloriosa
expectativa em relação ao futuro, quando o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
voltar em sua glória. Uma das bênçãos mais extraordinária é preservar essa
esperança diante das experiências difíceis no mundo. É impossível que aqueles
que mantêm essa gloriosa esperança da volta de Jesus se recusem a entregar-se
completamente a Ele. Que a esperança do apóstolo Paulo seja a nossa também!
I. A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE
1. Uma
morte como oferta de sacrifício (2Tm.4:6)
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o
tempo da minha partida é chegado”.
Em
Roma, na segunda prisão, em determinado momento, Paulo percebeu o seu martírio
iminente como uma oferta apresentada sobre o altar do sacrifício. Paulo sabia
que ia morrer, mas não era Roma que tiraria a sua vida, era ele quem ia oferecê-la.
E ele não ia oferecê-la a Roma, mas a Deus – “estou sendo já oferecido por libação”. Libação era uma oferta líquida
e consistia em despejar vinho sobre um altar como um sacrifício a Deus (cf.
Gn.35:14; Êx.29:41). Sua fragrância era considerada agradável a Deus. Paulo via
a sua vida como uma oferta a Deus. Paulo entendia sua morte como oferenda
derramada sobre o sacrifício da Igreja (Fp.2:17). Essa consciência clara de que
haveria de padecer pelo nome de Jesus, não o permitia ter medo, ou frustração
diante da morte. Para ele, “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp.1:21).
Temos este mesmo sentimento? Concordo com o pr. Elienai Cabral quando afirma
que “é preciso ter a consciência de que se não encontrarmos o Senhor por meio
do Arrebatamento da Igreja, o encontraremos por meio da morte. Por
intermédio do Espírito Santo, nos prepararemos para esse tempo em esperança
(1Ts.5:13-18).
2.
“Combati o bom combate” (2Tm.4:7)
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”
Antes
de fechar as cortinas da sua vida, Paulo nos mostra com clareza a respeito do
seu passado, presente e futuro. Ele olhou para o passado com gratidão. O que
fora um propósito, ou seja, completar a carreira (Atos 20:24), agora era um
retrospecto. Paulo está passando o bastão para o seu filho Timóteo, mas, antes
de enfrentar o martírio, relembra como havia sido sua vida: um duro combate.
Bem diz o pr. Hernandes Dias Lopes: “a vida para Paulo não foi uma feira de
vaidades nem um parque de diversões, mas um combate renhido. Paulo lutou contra
poderes sombrios da maldade, contra Satanás, contra os vícios judaicos e gentílicos,
contra hipocrisia, violência, conflitos e imoralidades em Corinto, contra
fanáticos e desleixados em Tessalônica, contra gnósticos e judaizantes em Éfeso
e Colossos, e, não por último – no poder do Espirito Santo – lutou contra o
velho ser humano dentro de si. Porém, acima de tudo e em todas as coisas, lutou
em prol do Evangelho, a grande luta de sua vida, seu bom combate. O apóstolo
poderia morrer tranquilo porque havia concluído sua carreira, e isso era tudo o
que lhe importava (Atos 20:24). Mas ele também deixa claro que nessa peleja
jamais abandonou a verdade nem negou a fé. Não morre bem quem não vive bem. A
vida é mais do que viver, e a morte é mais do que morrer”. Que combate estamos
combatendo? Essa causa é a nobre causa do Evangelho? Que o autoexame de Paulo
seja exemplo para nos auto examinarmos também!
3.
Gratidão e esperança (2Tm.4:7,8)
“Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos
quantos amam a sua vinda” (2Tm.4:8).
A
gratidão do dever cumprido, associada à serenidade de saber que estava indo
para a presença de Jesus, dava a Paulo uma agradável expectativa do futuro.
Mesmo que o imperador o condenasse à morte e o tribunal de Roma o considerasse
culpado, o reto e justo Juiz revogaria o veredito de Nero, considerando Paulo
sem culpa e dando-lhe a coroa da justiça.
Nos
jogos atléticos romanos, a coroa de louros era dada aos vencedores; símbolo de
triunfo e honra, era o prêmio mais cobiçado na Roma antiga. Provavelmente era a
isto que Paulo se referia quando falou de uma “coroa”. Mas a coroa de Paulo
seria uma coroa de justiça. Embora Paulo não fosse receber uma recompensa humana,
seria recompensado no Céu. Embora não pudesse evitar a morte física, sabia que
estar com o Senhor era a coroação da sua trajetória. Disse ele: “termos
confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”
(2Co.5:8); “partir e estar com Cristo é incomparavelmente melhor” (Fp.1:23).
Devemos olhar para o futuro com a certeza do nosso galardão, e enxergar, pela
fé, que o nosso trabalho não é vão no Senhor (1Co.15:58), pois há uma coroa de
justiça guardada para cada crente fiel em Jesus. A despeito daquilo que
venhamos a enfrentar – o desânimo, a perseguição ou morte – sabemos que a nossa
recompensa está com Cristo no Céu. Creia nisso!
II. A DOUTRINA BÍBLICA DE PAULO SOBRE A VOLTA DO SENHOR
1. A volta
do Senhor em 1Tessalonicenses
Paulo
permaneceu pouco tempo em Tessalônica, o que foi insuficiente para que ele
pudesse ensinar aos crentes daquela capital macedônica tudo o que era
necessário sobre a volta do Senhor Jesus e a ressurreição dos mortos. Os judeus
cristãos certamente tinham mais facilidades para crer na Ressurreição, embora
não conhecessem a doutrina na sua amplitude, conforme declarou Marta: “…eu sei
que há de ressuscitar na ressurreição do último dia” (João 11:23-24). Porém, os
gregos não tinham esta mesma facilidade.
Os
cristãos tessalonicenses, de origem grega, eram recém-chegados do paganismo.
Durante toda vida foram ensinados no que criam as crenças pagãs, e, segundo
haviam aprendido, não haveria ressurreição do corpo. O pouco tempo que Paulo
permaneceu naquela Igreja certamente não foi o suficiente para que pudesse
ensinar-lhes sobre a doutrina da Ressurreição de uma forma mais detalhada. Eles
haviam crido em Jesus, na sua morte e Ressurreição, bem como na sua Segunda
Vinda para buscar a sua Igreja. Porém, ainda estavam cheios de dúvidas sobre a
sua vinda e, especialmente, sobre a Ressurreição dos mortos.
-Dúvidas Sobre a Vinda
de Jesus.
Os crentes Tessalonicenses creram na mensagem de Paulo de que Jesus já havia
vindo uma vez, quando como homem nasceu em Belém de Judá. Creram que Ele morreu
e Ressuscitou. Creram, também, que Ele viria outra vez para buscar sua Igreja,
da qual eles agora faziam parte. Porém, não compreenderam que sua Segunda Vinda
aconteceria em duas etapas. Eles pensavam que a vinda de Jesus para buscar a
sua Igreja, conhecida como o Arrebatamento da Igreja, iria acontecer naquela
geração, ou seja, no tempo em que eles estavam ainda vivos. Creram de tal forma
na iminência da Vinda de Jesus que alguns começaram, inclusive, abandonar suas
próprias atividades materiais, andando de casa em casa “só contado as bênçãos”,
e nada de quererem trabalhar. Mas Paulo os advertiu que eles não podiam, nem
nós hoje podemos, descuidar dos compromissos e obrigações materiais, deixando
de trabalhar, ou mesmo de estudar, para viver somente dando “glórias” e vivendo
às custas dos que trabalham. Paulo classificou os que não queriam trabalhar, e
ficavam andando de casa em casa, como vivendo “desordenadamente” (1Tes.3:10-11).
Foram, portanto, ensinados de que deveriam esperar a Vinda de Jesus, porém, sem
descuidar das obrigações e dos compromissos do dia a dia.
-Dúvidas sobre a
Ressurreição.
Eles acreditavam que o Senhor Jesus viria buscar a sua Igreja naqueles dias, ou
seja, naquela geração. Como não tinham entendido bem a doutrina da
Ressurreição, pensavam que aquelas pessoas que estavam morrendo sem alcançar a
Vinda de Jesus estivessem perdidas. Assim, sempre que morria alguém da Igreja,
ou algum parente que não era cristão, havia uma grande comoção, muita tristeza
entre todos, nas famílias e na Igreja. Eles lamentavam que o “irmão”, ou o
parente houvesse morrido antes da Vinda de Jesus, perdendo, pois, o
Arrebatamento.
Após
mostrar o motivo pelo qual o crente não deveria ficar sem esperança diante da
morte dos irmãos em Cristo, Paulo explica como se dará o arrebatamento da
Igreja, momento este que todos os crentes esperam e desejam. Os crentes de
Tessalônica esperavam Jesus e ficaram perturbados com o fato de alguns dos seus
estavam morrendo antes que Jesus voltasse, mas o apóstolo lhes ensinou que os
crentes falecidos não estavam “perdendo a oportunidade” ou “perdendo a vez”,
mas, muito pelo contrário, no dia do arrebatamento da Igreja, teriam a
primazia, uma vez que ressuscitariam e receberiam, antes dos crentes que
estivessem vivos, o corpo glorioso, o corpo transformado que terão os crentes
para se encontrar com o Senhor nos ares (1Ts.4:15-17).
2. As duas
fases da volta de Jesus
A
Volta de Jesus é a mais sublime promessa que a Bíblia registra para o povo da
Nova Aliança. É a maior esperança. É a força motriz de nossa fé. É a principal
razão de sermos crentes em Jesus Cristo. A qualquer instante, num dia e numa
hora em que ninguém sabe, apenas Deus, a trombeta soará, e a Igreja será levada
para estar para sempre com Jesus. A volta de Jesus se dará em duas fases:
Na primeira fase:
Ele
virá para buscar aqueles cujos nomes estiverem escritos no livro da vida. É
nesse momento que se dará a formação da Universal Assembleia dos Santos – que
será a reunião entre aqueles que foram mortos em Cristo - em todas as épocas -,
e aqueles que estiverem vivos, cujos corpos serão transformados num abrir e fechar
de olhos, conforme 1Ts.4:16,17. Ele os levará consigo para as Bodas do
Cordeiro, conforme está escrito em Ap.19:7-9; 1Co.3:8-14. As Bodas do Cordeiro
é a celebração no Céu da união espiritual entre Cristo e a Igreja; é quando se
dará a glorificação dos santos e a entrega do galardão de cada um segundo a sua
obra (Mt.5:12; 10:42; 22:1-22; 24:27-31; 25:1-13; Lc.12:36; João 4:36;
1Co.3:8,14; Col.3:24; 2João 1:8; Ap.2:11; 19:7-9; 20:6; 22:12).
Na segunda fase:
“Todo
o olho verá” (Ap.1:7). Nesta fase, o nosso Senhor descerá em glória e,
literalmente, será visto pelo mundo todo e, especialmente, pelos judeus
(Zc.14:2,3). Nessa ocasião, Jesus Cristo livrará pessoalmente a nação de Israel
dos exércitos confederados pelo Anticristo, desfazendo-os com o seu poder, e
vencendo o Anticristo, o Falso Profeta e o Diabo, para implantar o reino
milenial (Ap.19:11-16). Jesus retornará a Terra - em glória -, conforme está
escrito em:
-Lucas 21:25-27 - “e haverá sinais no sol, e na lua, e nas
estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar
e das ondas; homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que
sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. E, então,
verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.
-Mateus 16:27 - “porque o Filho do homem virá na glória de
seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”.
-Apocalipse 1:7 – “Eis que vem com as
nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos
da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”.
Em
sua primeira vinda – na sua encarnação, de acordo com Isaías 53:2,3 -, Jesus
não tinha parecer nem formosura, era Homem de dores, experimentado nos
trabalhos. Mas, quando João foi arrebatado em espírito no dia do Senhor e
recebeu as revelações que relatou em Apocalipse, viu Jesus glorificado. Atente
para o relato do apóstolo (Ap.1:12-16):
12. e virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me,
vi sete castiçais de ouro;
13. e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho
do homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um
cinto de ouro.
14. e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca,
como a neve, e os olhos, como chama de fogo;
15. e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se
tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas.
16. e ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca
saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua
força resplandece.
Na
sua parousia, ou seja, na sua forma visível em glória, Jesus virá
acompanhado de seus anjos e seus santos, ou seja, a sua Igreja, para:
a) guerrear contra o Anticristo e o falso profeta, e derrotá-los. Nesse momento o mundo
estará passando pelo Armagedom. Será um momento de angústia para Israel. De
forma espetacular Jesus livrará Israel da destruição. É quando eles
reconhecerão Jesus como o Messias tão esperado, o aceitarão e pranteá-lo-ão sobre
Ele, conforme está escrito em Zacarias 12:10. O Anticristo e o falso profeta
serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre – o inferno propriamente dito;
isto está escrito em Apocalipse 19:20: “e a besta foi presa e, com ela, o falso
profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o
sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no
ardente lago de fogo e de enxofre”.
b) julgar as nações, conforme está escrito em Mt.25:31-46.
Esse
julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram o Armagedom.
Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus
mensageiros e ao modo como trataram a Israel. Esse julgamento terá como
finalidade apartar os bodes das ovelhas, ou seja, decidir quem passará com
Cristo o Reino milenial e quem não passará o Milênio, ficando a aguardar o
julgamento final e definitivo diante do Grande Trono Branco.
3. Sobre a
Grande Tribulação
A
Grande Tribulação é o maior juízo que Deus lançará sobre a Terra por causa da
iniquidade do ser humano. Deus é justo (Sl.145:17) e, portanto, em retribuição
à rejeição da mais ampla oportunidade de salvação que já houve, mandará o maior
juízo que já se abateu sobre a Terra. A Grande Tribulação terá a duração de
sete anos, e todos aqueles que ficarem para trás no Dia do Arrebatamento
sofrerão os piores sofrimentos e males já vividos pela humanidade, vez que Deus
permitirá que o Diabo tenha ampla liberdade de atuação sobre a Terra. Será um
tempo de angústias e aflições incomuns. Porém, quando isto ocorrer, a Igreja do
Senhor Jesus – a Universal Assembleia dos Santos - não mais estará neste mundo.
Será o juízo de Deus sobre todos aqueles que não se arrependeram de seus
pecados. Que possamos estar preparados para o Dia do Arrebatamento, pois depois
deste evento glorioso se dará a Grande Tribulação, o pior período da história
da humanidade.
A
Grande Tribulação terá dois períodos.
Quando analisamos a profecia das setenta semanas de sete anos de Daniel,
observamos que o profeta recebe uma mensagem que divide a Grande Tribulação em
dois períodos distintos, cada um de três anos e meio (ou 42 meses, ou, ainda,
1.260 dias, períodos que são mencionados no livro do Apocalipse –
respectivamente: Ap.11:2 e 13:5; Ap.11:3 e 12:6).
a) O Primeiro período. Descrito nos capítulos
6 a 9 do livro do Apocalipse é chamado por alguns de “Tribulação” ou “princípio
das dores”. Neste período haverá uma sensação de paz e de segurança no mundo,
ao mesmo tempo em que o Anticristo angariará o poderio sobre todo o mundo. Ele
assumirá o poder com uma mensagem de paz (Ap.6:1,2) e sua mensagem encontrará
guarida nos corações dos homens. Ao mesmo tempo, porém, o Anticristo estará
agindo conforme seu caráter, porque violará o acordo com três das dez nações
que lhe entregaram o poder e as dominará diretamente, retirando-lhes a independência
(cf. Dn.7:8,20,24), ou seja, falando em paz, promoverá a guerra e, à medida em
que proclama a paz, irá fazendo guerra aos seus inimigos, vencendo-os, pois,
como a Bíblia afirma, nada mais lhe resistirá.
Ao
trazer uma mensagem de paz e esperança aos homens, o Anticristo cuidará de
mudar uma série de estruturas políticas, econômicas e sociais, modificações
estas que revelarão excelentes intenções e uma coragem e ousadia nunca antes
vistas na história da humanidade. Isto, certamente, trará algumas resistências,
o que explica o seu gesto de abatimento de três das dez nações que o apoiaram.
Esta demonstração de força, ademais, servirá para impor seu poderio sobre a sua
base política, o que será suficiente para, então, iniciar seu intento de
dominação mundial. Seu pacto com Israel, também, insere-se dentro desta ótica
da paz mundial e, sem dúvida alguma, a solução para o conflito do Oriente Médio
trará a ele credibilidade e respeito de todo o mundo. Por isso, Daniel afirma
que o Anticristo “…por causa da tranquilidade
destruirá muitos…” (Dn.8:25).
b) O Segundo período. É a “Grande
Tribulação propriamente dita”, ou seja, o período em que os juízos de Deus,
descritos nos capítulos 10 a 16 de Apocalipse, irão se manifestar com todo
rigor. A Grande Tribulação terminará com a batalha do Armagedom (Ap.19). Antes
disso, João mostra alguns episódios parentéticos, que ocorrerão nos capítulos
17 e 18. Nestes dois capítulos, o escritor sagrado nos revela a falsa igreja do
Anticristo (a Babilônia religiosa) e a capital do reino do Anticristo (a
Babilônia comercial).
O
Segundo período da Grande Tribulação inicia-se com a quebra do pacto entre o
Anticristo e Israel, com a profanação do templo reconstruído e a cessação dos
sacrifícios (Dn.9:27). Jerusalém
voltará a ficar sob o controle dos gentios (Ap.11:2), passando o templo a ser local de adoração da imagem do
Anticristo (a “abominação da desolação” de Mt.24:15), bem como Jerusalém
passará ser local de visitação pública dos corpos das duas testemunhas (Ap.11:8).
Nesse
período tenebroso, o Anticristo consolidará a nova religião mundial, de
adoração a sua pessoa, pois todo o mundo se convencerá dos seus poderes
sobrenaturais, provavelmente em razão de uma suposta ressurreição, como será
pregado por parte do falso profeta (Ap.13:8,12-15).
Também, consolidará o seu poder político-econômico-militar, estabelecendo um
governo mundial ditatorial (o “domínio” de Dn.7:25, o “rei” de Dn.8:25
e o “poder” de Ap.13:7b, o
“oitavo rei” de Ap.17:11). Terá,
então, todo o controle sobre as transações econômicas e exigirá que todos
os homens ponham sobre si o seu sinal, mas quem o fizer estará
irremediavelmente perdido na eternidade (Ap.13:8-11;14:11). Iniciará a implacável perseguição sobre Israel
a fim de destruí-lo totalmente, o que somente não conseguirá porque o Senhor
Jesus, pessoalmente, o impedirá.
Enquanto
o Anticristo terá todos estes pontos de êxito e de vitória sobre os homens,
Deus começará a mostrar a Sua soberania sobre todas as coisas, derramando sobre
a Terra todos os juízos estabelecidos para o “Dia do Senhor”, o “Dia da
vingança do nosso Deus”, “Tempo da angústia de Jacó”, “Dia de trevas”, “aquele
Dia”, “o grande Dia”, “Dia de ira”, “ira futura”, entre outros. Durante os sete anos de
Tribulação, Deus enviará três julgamentos à Terra: o Julgamento dos Selos
(Ap.6); o Julgamento das Trombetas (Ap.8 e 9); o Julgamento das Taças (Ap.16).
A Igreja não passará pela Grande Tribulação. O objetivo principal
da Grande Tribulação é restaurar a nação de Israel, que foi criada e formada
por Deus, a partir da chamada de Abraão (Gn.12:2). Deus prometeu que Israel
seria sua propriedade peculiar e uma nação santa, que duraria para sempre
(Ex.19:5,6; 2Sm.7:10). E
para que Deus trate com Israel é necessário que a Igreja seja tirada da Terra.
Quando isto acontecer, se reiniciará a contagem da septuagésima semana de
Daniel, que corresponde o período da Grande Tribulação, e se encerrará com a
volta gloriosa do Senhor Jesus para livrar Israel e implantar o seu reino milenar
(Mt.24:29,30; Ap.1:7,8).
III. DOS TEMPOS E DAS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR
1. Uma
atenção à expressão “dos tempos e das estações”
“Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não
necessitais de que se vos escreva”; porque vós mesmos sabeis muito bem que o
Dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1Ts.5:1,2).
Esta
expressão – “dos tempos e das estações” – também foi usada pelo Senhor Jesus em
seu último discurso aos seus discípulos, logo após a sua ressurreição (Atos
1:7) - “Não vos pertence saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu
pelo seu próprio poder”. Ambos os registros trazem a noção da iminência da
volta do Senhor. A referida expressão é usada na Bíblia para se referir a
vários acontecimentos preditos por Deus ainda não cumpridos com respeito à
nação de Israel. Uma vez que eram de origem judaica, os discípulos deviam ter
entendido que, nesse caso, a expressão se referia aos dias críticos antes do estabelecimento
do reinado milenar de Cristo na terra.
A
razão por que Paulo não escreveu aos tessalonicenses acerca dos “tempos e
estações” da segunda vinda de Cristo (1Ts.5:1) não era que ele julgasse essas
informações irrelevantes ou desnecessárias, mas porque ele já havia ensinado a
eles que este tema estava além da esfera de seu ensino. O papel da Igreja não é
saber tempos ou épocas que o Pai reservou para a Sua exclusiva autoridade, mas
estar engajada na obra e preparada para a vinda do Senhor. O dia desse
acontecimento, portanto, não foi revelado aos anjos nem a nós; é da autoridade
exclusiva do Deus Pai (Mt.24:36; Atos 1:7).
Não
poucos estudiosos da Bíblia, no afã de mergulhar nas profecias bíblicas, chegam
às raias do entusiasmo inconsequente, marcando data para a segunda vinda de
Cristo e descrevendo minúcias desse esperançoso acontecimento escatológico.
Mas, tanto Paulo quanto Jesus, nos ensinam que não nos compte saber os tempos e
épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Portanto, qualquer especulação
sobre a data da vinda de Cristo é perda de tempo e desobediência ao ensino
bíblico. Devemos apenas viver em vigilância em todo tempo, não procurando
adivinhar datas ou períodos, pois não sabemos o dia nem a hora que o nosso
Senhor vai voltar.
Na
Igreja existem muitos que deixam de fazer a obra do Senhor por causa da expectativa
iminente da Segunda vinda de Cristo, mas também existem aqueles que vivem
despreocupadamente sem dar crédito a ela; estes são zombadores e escarnecedores,
que andam dizendo: “onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os
pais morreram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação”
(2Pd.3:4).
No
meio desses dois extremos, como a Igreja de Cristo deve se portar? Que atitude
deve ter em relação à segunda vinda de Cristo? A Igreja deve aguardar a Segunda
vinda de Cristo com uma atitude de expectativa, vigilância, coragem militante e
confiança. A Igreja não deve se preocupar com as minúcias da data da segunda
vinda de Cristo, mas, sim, estar preparada para a Sua volta. Vigilância e
trabalho, e não especulação, é o que a Bíblia ensina quanto a este momentoso
tema.
2. Uma
dimensão do Espírito; uma dimensão do porvir
Jesus,
em seu último encontro com os discípulos, no Monte das oliveiras, repete a promessa
do Pai: a vinda do Consolador (João 14:16,26; 15:26). Jesus prometeu que seriam
“batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (Atos 1:5). Os discípulos,
refletindo sobre a vinda do Espírito Santo, lembraram-se das palavras do
profeta Joel acerca do derramamento do Espírito associado ao reino glorioso do
Messias (Jl.2:28). Concluíram que o Senhor instituiria seu reino em breve, pois
ele havia dito que o Espírito seria enviado “depois destes dias”. Como sua pergunta
revela, ainda esperavam que Cristo instituísse seu Reino terreno literal de
imediato.
Jesus
não os corrigiu por essa expectativa de seu reino literal na terra, pois sua
esperança era e continua sendo justificada. Ele apenas lhes disse que não lhes
competia conhecer o tempo da vinda de seu reino (Atos 1:7). A data havia sido
estabelecida pela “exclusiva autoridade” do Pai, mas Ele tinha escolhido não Lhe
revelar. Era uma informação que dizia respeito somente a Deus Pai.
Depois
de refrear a curiosidade dos discípulos quanto à data futura desse reino, Jesus
direcionou a atenção deles para uma questão mais imediata: a natureza e abrangência
da missão da qual seriam incumbidos. Quanto à natureza dessa incumbência, os discípulos
deviam ser testemunhas; quanto à abrangência, deviam ser testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra (Atos
1:8). Antes disso, porém, precisavam receber o poder do Espírito Santo. Esse
poder é o elemento absolutamente indispensável do testemunho cristão. Uma
pessoa pode ter muitos talentos, treinamento e experiência, mas, sem poder espiritual,
será ineficaz. Em contrapartida, uma pessoa pode ter pouca instrução, ser pouco
atraente e polida, mas, ao receber o poder do Espírito Santo, é capaz de fazer
grandes coisas para Deus. Os discípulos temerosos precisavam de poder para
testemunhar e de ousadia santa para pregar o evangelho. Esse poder lhes seria
dado quando o Espírito Santo descesse sobre eles.
O
Espírito Santo continua sendo o elemento principal da Igreja. Sem Ele, é difícil
a Igreja pregar o evangelho com ousadia e eficácia; sem Ele, é difícil a Igreja
preservar a esperança do porvir; sem Ele, é difícil o crente reter dentro de si
a veracidade da iminência da volta do Senhor.
3.
Espírito e Porvir: temas da nossa pregação
A
mensagem pentecostal traz consigo o poder do Espírito e a bendita esperança no
porvir. A vinda gloriosa de Cristo é mais do que uma bendita esperança, é uma esperança
cheia de alegria (Rm.5:2; 12:12), uma esperança unificadora (Ef.4:4), uma viva
esperança (1Pd.1:3), uma firme esperança (Hb.6:19) e uma esperança purificadora
(1João 3:3). A dinâmica da vida do cristão é a expectativa da vinda gloriosa de
Jesus Cristo. O cristão é uma pessoa que está sempre pronta para receber o Rei
dos reis. Assim sendo, a promessa da bendita esperança deve estar em nossa
pregação. Não deixemos de pregar: Jesus em breve voltará.
CONCLUSÃO
A
gloriosa esperança de Paulo deve ser a nossa. O cristão olha para trás e
glorifica a Deus porque a graça o libertou da impiedade e das paixões mundanas;
ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma correta relação
consigo, com o próximo e com o próprio Deus; ele olha para o futuro e se
santifica porque vive na expectativa da Vinda do grande Deus e Salvador Cristo
Jesus. A Volta de Jesus é a mais sublime promessa que a Bíblia registra ao povo
da Nova Aliança. É a mais gloriosa esperança. A qualquer instante, num dia e
numa hora em que ninguém sabe, apenas Deus, a trombeta soará, e a Igreja será
levada para estar para sempre com Jesus. Que vivamos no Espírito, aguardando esta
gloriosa e bendita esperança!
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Comentário
Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Atos - A ação do Espírito Santo na vida da Igreja.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Paulo, o maior líder do Cristianismo.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. 2Timóteo – o testamento de Paulo à Igreja.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. 1 e 2 Tessalonicenses – como se preparar para a segunda
vinda de Cristo.
Pr.
Ciro Sanches Zibordi. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.
John
Stott. A Mensagem de Atos, até os confins da Terra.
Que continue lhe abençoando Amado de Cristo, para nos abençoando através desse esclarecimento a luz do Divino e Gloriozo Espírito Santo
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