No 1º Trimestre letivo de 2022, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o seguinte tema: “A Supremacia das Escrituras – a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus”. O comentarista das Lições é o pastor Douglas Baptista. As lições estão distribuídas sob os seguintes assuntos:
1. A autoridade da
Bíblia.
2. A Inspiração Divina da Bíblia.
3. A Inerrância da Bíblia.
4. A Estrutura da Bíblia.
5. Como ler as Escrituras.
6. A Bíblia como um Guia para a Vida.
7. A Bíblia transforma pessoas.
8. A Lei e os Evangelhos revelam Jesus.
9. As Histórias e as Poesias falam ao
Coração.
10. As Profecias despertam e trazem
esperança.
11. Lucas-Atos: O Modelo Pentecostal
para hoje.
12. As Epístolas instruem e formam os
cristãos.
13. A Leitura da Bíblia e a educação
cristã.
As Escrituras Sagradas,
conhecida como Bíblia Sagrada, são a expressão do próprio Deus. Elas não são
fruto da lucubração humana, mas da revelação divina. Elas não provêm da
descoberta humana, mas do sopro divino. As Esculturas surgiram na mente de Deus
e foram comunicadas pela boca de Deus, pelo sopro de Deus ou pelo seu Espírito
Santo. As Escrituras são, pois, no verdadeiro sentido do termo, a Palavra de
Deus, porque Deus as proferiu. É como os profetas costumavam anunciar: “a boca
do Senhor o disse” (Is.1:20). Assim sendo, o tema do trimestre está bem
colocado, pois nada é superior às Escrituras Sagradas.
A Palavra “supremacia”
significa aquilo que está acima, que não tem ninguém acima dele. E esta é a
posição da Palavra de Deus. Quando lemos o Salmo 138:2, veja o que disse Davi: “Inclinar-me-ei
para o teu santo templo e louvarei o teu nome, pela tua benignidade e pela sua
verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” (Salmos
138:2). Davi teve esta revelação do Espírito Santo de que o próprio Deus
colocou a Sua Palavra acima do seu nome. É por isso que, quando Ele chama Jeremias,
a primeira visão que o Senhor dá a ele mostra esta posição de Deus em relação à
Sua Palavra. Veja o que Deus disse a Jeremias: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para
a cumprir” (Jr.1:12). Então, note que Deus tem um cuidado todo especial com a
Sua Palavra, a ponto de afirmar que ela está acima do seu glorioso nome. No
cumprimento da Palavra de Deus, que Ele se encarrega de fazer, Ele revela a sua
majestade e divindade.
As Escrituras Sagradas,
portanto, são a Palavra de Deus; elas mesmas assim se definem, e o cumprimento
exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é
a prova irrefutável de que elas são, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a
revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos,
levantar-se contra a Palavra de Deus, mas todos têm fracassado em seu intento
de calá-la ou desacreditá-la, precisamente porque não se trata de uma obra
feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua
concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus. Sua inspiração
divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida
constituem a doutrina basilar da fé cristã.
Como filhos de Deus, não
podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras, pois todos nós dependemos
vitalmente delas. Quanto mais as estudarmos, mais íntimos seremos de seu Autor.
Um cristão só adquire a maturidade cristã através da leitura e estudo da
Palavra de Deus. A oração é necessária para que falemos com Deus, e o estudo
das verdades sagradas fará com que Deus fale conosco, comunicando-nos sua
vontade e sua pessoa. Disse Jesus: “Examinais as Escrituras,
porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de
mim” (João 5:39).
Devemos observar que o
estudo das Escrituras Sagradas não é de exclusividade da liderança
eclesiástica, como muitos pensam. Todos os cristãos, sejam leigos, sejam
clérigos, têm obrigação de estudar as Escrituras e buscar o seu conhecimento
adequando de acordo com as normas de interpretação reconhecidas.
A “Supremacia das
Escrituras” é verdadeira porque o seu conteúdo tem origem em Deus; foi
comunicado por Deus aos homens santos escolhidos pelo Senhor para reduzi-la a
escrito. O selo dessa autoridade aparece em expressões como "assim diz o
SENHOR" (Êx.5:1; Is.7:7); "veio a palavra do SENHOR" (Jr.1:2);
"está escrito" (Mc.1:2). Ante tais considerações, não temos como
deixar de reconhecer que a Bíblia Sagrada é dotada de autoridade absoluta,
ou seja, deve ser aceita pelo homem como única regra de fé e e prática, ou
seja, o ser humano, se quiser ser fiel e obediente ao seu Criador, deve crer no
que as Escrituras dizem e fazer exatamente o que elas determinam.
Sendo a Palavra de Deus e
a fiel comunicação da vontade divina aos homens, não há, mesmo, como deixar de
observar o que é prescrito pelas Escrituras, nem deixar de crer naquilo que elas
nos dizem. No entanto, apesar disto, não têm sido poucas as tentativas, ao
longo da história, mesmo no meio do povo que se diz ser cristão, para
descaracterizar esta autoridade absoluta e prioritária que deve ter a Bíblia
Sagrada na vida de um servo do Senhor. Ao longo da história de Israel, todos
quantos procuraram se rebelar contra a autoridade das Escrituras foram
apresentados como pessoas que se fizeram inimigas da vontade de Deus,
demonstrando, claramente, que a desconsideração da autoridade das Escrituras é atentado
contra o próprio Deus. São diversos os exemplos, mas citemos apenas alguns a
título de ilustração:
a) Saul, o primeiro rei
de Israel, foi rejeitado por Deus porque preferiu sacrificar a obedecer à
Palavra do Senhor (1Sm.13:8-14).
b) Davi, mesmo sendo um
homem segundo o coração de Deus, viu transformar-se em tragédia uma festividade
que realizou para levar a arca de Deus para Jerusalém, por não ter atentado à
lei do Senhor (2Sm.6:3-9; 2Cr.15:1-3).
c) O povo do reino de
Israel, o reino das dez tribos do Norte, perdeu a sua terra e a sua identidade,
até o dia de hoje, porque rejeitou o conhecimento de Deus, ou seja, a
observância da Sua Palavra (2Rs.17:7-23).
d) O povo do reino de
Judá, o reino das duas tribos do Sul, perdeu a sua terra, que descansou durante
setenta anos, por não ter cumprido a determinação do ano sabático
(2Cr.36:21,22).
e) Os saduceus são
apontados por Jesus como pessoas que viviam erradamente sob o ponto-de-vista
espiritual por não conhecerem as Escrituras, ou seja, não a observarem, erro
este que levou à total destruição deste partido judeu quando da destruição do
templo de Jerusalém no ano 70 d.C. e a derrota definitiva para os romanos no
ano 135 d.C. (Mt.22:29; Mc.12:24; Mc.12:27).
Apesar destes exemplos
bíblicos, não foram nem são poucos os que se encontram na mesma e triste
lamentável situação dos saduceus, errando por não conhecerem as Escrituras e
lhes negando autoridade, embora se digam, como o faziam os saduceus,
“defensores intransigentes das Escrituras”, e isto porque, assim como os
saduceus, embora afirmem prestigiar o texto sagrado e reconhecer-lhe a
autoridade, diminuíam-no na prática de seus atos. Os saduceus, por exemplo,
somente criam nos cinco livros da Lei, desprezando todas as demais Escrituras,
como se elas não fossem igualmente inspiradas por Deus. De igual modo, os
“modernos saduceus” promovem muitos erros porque não aceitam a autoridade e a
supremacia da Bíblia Sagrada.
Os 66 Livros da Bíblia
Sagrada são divinamente inspirados. Os escritores do Antigo Testamento estavam
conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de
Deus (ver Dt.18:18; 2Sm.23:2; 2Pd.1:21). Repetidamente os profetas iniciavam
suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”. Esta expressão ocorre
mais de 2.600 vezes. O Espírito Santo falou por intermédio dos autores - “O Espírito
do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca” (2Sm.23:2). Jesus
também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus
mínimos detalhes (Mt.5:18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi
recebido da parte do Pai e é verdadeiro (João 5:19, 30,31; 7:16; 8:26).
Todavia, é bom fazer uma
distinção entre o texto inspirado e o registro inspirado. Assim, declarações
mentirosas como as de Ananias e Safira, as declarações de Satanás não foram
inspiradas por Deus, mas sim o seu registro. Tais registros foram incluídos na
Bíblia, para que conheçamos os ardis de Satanás e os pensamentos dos ímpios.
Sabemos que uma das características da Bíblia é a sua imparcialidade; assim,
ela não omite as mentiras, as falsidades ditas por alguém.
As Escrituras Sagradas
são essencialmente o manual da salvação, pois elas "podem fazer-te sábio
para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2Tm.3:15). As Escrituras
são ensinos espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. Seu
propósito mais alto não é ensinar fatos da ciência que o homem pode descobrir
por sua investigação experimental, mas ensinar fatos da salvação que nenhuma
exploração humana pode descobrir e que somente Deus pode revelar.
As Escrituras falam sobre
a criação e a queda. Ensinam sobre o juízo de Deus e também de seu amor
redentor. Alguém disse que as Escrituras são pastoralmente úteis para o ensino,
isto é, como fonte positiva de doutrina cristã; para repreensão, isto é, para
refutar o erro e para repreender o pecado; para a correção, isto é, para
convencer os mal-orientados dos seus erros e colocá-los no caminho certo outra
vez; e para a educação na justiça, isto é, para a educação construtiva na vida
cristã. A Bíblia Sagrada revela os mistérios do passado como a criação, os do
futuro como a vinda de Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do
coração humano e as coisas profundas de Deus (Gn.2:1-4; Is.46:10; Lc.21:25-28).
As Escrituras Sagradas
são infalíveis e inerrantes. Todavia, temos de entender que a inerrância e a infalibilidade
estão relacionadas diretamente com a inspiração das Escrituras e, portanto,
dizem respeito à mensagem originariamente transmitida aos homens inspirados
pelo Espírito Santo, e que foram sendo copiadas e transmitidas geração após
geração. Não nos esqueçamos de que a cópia de um texto é algo feito pelo homem,
que não está sob a inspiração verbal plenária, e que, por isso mesmo, neste ato
de copiar não estão envolvidos os conceitos de inerrância nem de
infalibilidade.
Com relação à tradução
bíblica, também, é outro fator que não está sob o império da inerrância e da
infalibilidade da Bíblia. Aqui, também, não temos a atuação da “inspiração
verbal plenária” e, portanto, tais atividades podem ter erros ou equívocos,
como também necessitam, de tempos em tempos, de revisões e atualizações, pois
são ações humanas e, como tal, sujeitas ao tempo e ao espaço. Veja que a
primeira versão da Bíblia Sagrada em língua portuguesa a ser levada para a
imprensa, a de João Ferreira de Almeida, que continha o Novo Testamento, ainda
antes de ter sido lançada, teve, pelo próprio tradutor, apontados cerca de
1.000 erros de tradução. Aliás, é por isso que esta versão, após terem sido
feitas as correções, é conhecida como Almeida Revista e Corrigida, ou
seja, foi objeto de uma correção e, se foi corrigida, é porque continha erros.
Na década de 1940, a Sociedade Bíblica do Brasil efetuou uma atualização dessa versão
que, feita no século XVII, se encontrava extremamente defasada e era de difícil
compreensão da população da metade do século XX, surgindo, então, a Versão
Almeida Revista e Atualizada. Tudo isto é possível e até necessário porque
versões e traduções são obras humanas, feitas segundo a vontade de Deus, no
sentido da tarefa da Igreja, mas sem a “inerrância e infalibilidade”.
É bom enfatizar que a
autoridade e as instruções das Escrituras valem para todas as línguas em que
elas forem traduzidas. É vontade de Deus que todos os povos, tribos, línguas e
nações conheçam sua Palavra (Mt.28:19; At.1:8). As Escrituras Sagradas são a
única revelação escrita de Deus para toda a humanidade. Ela sobreviveu para
contar a mensagem de Cristo e da salvação, de geração a geração.
Enfim, a Palavra de Deus
é:
Ø Leite que nutre –
“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite
espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (I
Pedro 2:2).
Ø Água que limpa – “tendo-a
purificado por meio da lavagem e da água pela palavra” (Ef.5:26).
Ø Espada para as lutas –
“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de
Deus” (Ef.6:17).
Ø Mel que deleita – “os
juízos do Senhor são verdadeiros e igualmente justos... são mais doces do que o
mel e o destilar dos favos” (Salmo 19:10).
Ø Fogo e martelo – “Não é a
minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr.23:29).
Ø Restaura a alma - “a lei
do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá
sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração;
o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos” (Salmo 19:7,8).
Ø É suprema – “Inclinar-me-ei
para o teu santo templo e louvarei o teu nome, pela tua benignidade e pela sua
verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” (Salmos
138:2
Tomara que neste
trimestre letivo venhamos a ter um profundo desejo de examinar as Escrituras
Sagradas de forma sistemática e contínua, e que venhamos a nos conscientizar de
que nenhum cristão pode ter uma saúde espiritual inabalável, uma vida
espiritual equilibrada e firme sem o alimento contínuo da Palavra de Deus.
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Luciano de Paula Lourenço
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