quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

EBD - LIÇÕES BÍBLICAS – 1º TRIMESTRE/2022

 

No 1º Trimestre letivo de 2022, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o seguinte tema: A Supremacia das Escrituras – a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus”. O comentarista das Lições é o pastor Douglas Baptista. As lições estão distribuídas sob os seguintes assuntos:

1. A autoridade da Bíblia.

2. A Inspiração Divina da Bíblia.

3. A Inerrância da Bíblia.

4. A Estrutura da Bíblia.

5. Como ler as Escrituras.

6. A Bíblia como um Guia para a Vida.

7. A Bíblia transforma pessoas.

8. A Lei e os Evangelhos revelam Jesus.

9. As Histórias e as Poesias falam ao Coração.

10. As Profecias despertam e trazem esperança.

11. Lucas-Atos: O Modelo Pentecostal para hoje.

12. As Epístolas instruem e formam os cristãos.

13. A Leitura da Bíblia e a educação cristã.

As Escrituras Sagradas, conhecida como Bíblia Sagrada, são a expressão do próprio Deus. Elas não são fruto da lucubração humana, mas da revelação divina. Elas não provêm da descoberta humana, mas do sopro divino. As Esculturas surgiram na mente de Deus e foram comunicadas pela boca de Deus, pelo sopro de Deus ou pelo seu Espírito Santo. As Escrituras são, pois, no verdadeiro sentido do termo, a Palavra de Deus, porque Deus as proferiu. É como os profetas costumavam anunciar: “a boca do Senhor o disse” (Is.1:20). Assim sendo, o tema do trimestre está bem colocado, pois nada é superior às Escrituras Sagradas.

A Palavra “supremacia” significa aquilo que está acima, que não tem ninguém acima dele. E esta é a posição da Palavra de Deus. Quando lemos o Salmo 138:2, veja o que disse Davi: “Inclinar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu nome, pela tua benignidade e pela sua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” (Salmos 138:2). Davi teve esta revelação do Espírito Santo de que o próprio Deus colocou a Sua Palavra acima do seu nome. É por isso que, quando Ele chama Jeremias, a primeira visão que o Senhor dá a ele mostra esta posição de Deus em relação à Sua Palavra. Veja o que Deus disse a Jeremias:E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr.1:12). Então, note que Deus tem um cuidado todo especial com a Sua Palavra, a ponto de afirmar que ela está acima do seu glorioso nome. No cumprimento da Palavra de Deus, que Ele se encarrega de fazer, Ele revela a sua majestade e divindade.

As Escrituras Sagradas, portanto, são a Palavra de Deus; elas mesmas assim se definem, e o cumprimento exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é a prova irrefutável de que elas são, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos, levantar-se contra a Palavra de Deus, mas todos têm fracassado em seu intento de calá-la ou desacreditá-la, precisamente porque não se trata de uma obra feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã.

Como filhos de Deus, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras, pois todos nós dependemos vitalmente delas. Quanto mais as estudarmos, mais íntimos seremos de seu Autor. Um cristão só adquire a maturidade cristã através da leitura e estudo da Palavra de Deus. A oração é necessária para que falemos com Deus, e o estudo das verdades sagradas fará com que Deus fale conosco, comunicando-nos sua vontade e sua pessoa. Disse Jesus: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5:39).

Devemos observar que o estudo das Escrituras Sagradas não é de exclusividade da liderança eclesiástica, como muitos pensam. Todos os cristãos, sejam leigos, sejam clérigos, têm obrigação de estudar as Escrituras e buscar o seu conhecimento adequando de acordo com as normas de interpretação reconhecidas.

A “Supremacia das Escrituras” é verdadeira porque o seu conteúdo tem origem em Deus; foi comunicado por Deus aos homens santos escolhidos pelo Senhor para reduzi-la a escrito. O selo dessa autoridade aparece em expressões como "assim diz o SENHOR" (Êx.5:1; Is.7:7); "veio a palavra do SENHOR" (Jr.1:2); "está escrito" (Mc.1:2). Ante tais considerações, não temos como deixar de reconhecer que a Bíblia Sagrada é dotada de autoridade absoluta, ou seja, deve ser aceita pelo homem como única regra de fé e e prática, ou seja, o ser humano, se quiser ser fiel e obediente ao seu Criador, deve crer no que as Escrituras dizem e fazer exatamente o que elas determinam.

Sendo a Palavra de Deus e a fiel comunicação da vontade divina aos homens, não há, mesmo, como deixar de observar o que é prescrito pelas Escrituras, nem deixar de crer naquilo que elas nos dizem. No entanto, apesar disto, não têm sido poucas as tentativas, ao longo da história, mesmo no meio do povo que se diz ser cristão, para descaracterizar esta autoridade absoluta e prioritária que deve ter a Bíblia Sagrada na vida de um servo do Senhor. Ao longo da história de Israel, todos quantos procuraram se rebelar contra a autoridade das Escrituras foram apresentados como pessoas que se fizeram inimigas da vontade de Deus, demonstrando, claramente, que a desconsideração da autoridade das Escrituras é atentado contra o próprio Deus. São diversos os exemplos, mas citemos apenas alguns a título de ilustração:

a) Saul, o primeiro rei de Israel, foi rejeitado por Deus porque preferiu sacrificar a obedecer à Palavra do Senhor (1Sm.13:8-14).

b) Davi, mesmo sendo um homem segundo o coração de Deus, viu transformar-se em tragédia uma festividade que realizou para levar a arca de Deus para Jerusalém, por não ter atentado à lei do Senhor (2Sm.6:3-9; 2Cr.15:1-3).

c) O povo do reino de Israel, o reino das dez tribos do Norte, perdeu a sua terra e a sua identidade, até o dia de hoje, porque rejeitou o conhecimento de Deus, ou seja, a observância da Sua Palavra (2Rs.17:7-23).

d) O povo do reino de Judá, o reino das duas tribos do Sul, perdeu a sua terra, que descansou durante setenta anos, por não ter cumprido a determinação do ano sabático (2Cr.36:21,22).

e) Os saduceus são apontados por Jesus como pessoas que viviam erradamente sob o ponto-de-vista espiritual por não conhecerem as Escrituras, ou seja, não a observarem, erro este que levou à total destruição deste partido judeu quando da destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C. e a derrota definitiva para os romanos no ano 135 d.C. (Mt.22:29; Mc.12:24; Mc.12:27).

Apesar destes exemplos bíblicos, não foram nem são poucos os que se encontram na mesma e triste lamentável situação dos saduceus, errando por não conhecerem as Escrituras e lhes negando autoridade, embora se digam, como o faziam os saduceus, “defensores intransigentes das Escrituras”, e isto porque, assim como os saduceus, embora afirmem prestigiar o texto sagrado e reconhecer-lhe a autoridade, diminuíam-no na prática de seus atos. Os saduceus, por exemplo, somente criam nos cinco livros da Lei, desprezando todas as demais Escrituras, como se elas não fossem igualmente inspiradas por Deus. De igual modo, os “modernos saduceus” promovem muitos erros porque não aceitam a autoridade e a supremacia da Bíblia Sagrada.

Os 66 Livros da Bíblia Sagrada são divinamente inspirados. Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt.18:18; 2Sm.23:2; 2Pd.1:21). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”. Esta expressão ocorre mais de 2.600 vezes. O Espírito Santo falou por intermédio dos autores - “O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca” (2Sm.23:2). Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mt.5:18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (João 5:19, 30,31; 7:16; 8:26).

Todavia, é bom fazer uma distinção entre o texto inspirado e o registro inspirado. Assim, declarações mentirosas como as de Ananias e Safira, as declarações de Satanás não foram inspiradas por Deus, mas sim o seu registro. Tais registros foram incluídos na Bíblia, para que conheçamos os ardis de Satanás e os pensamentos dos ímpios. Sabemos que uma das características da Bíblia é a sua imparcialidade; assim, ela não omite as mentiras, as falsidades ditas por alguém.

As Escrituras Sagradas são essencialmente o manual da salvação, pois elas "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2Tm.3:15). As Escrituras são ensinos espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. Seu propósito mais alto não é ensinar fatos da ciência que o homem pode descobrir por sua investigação experimental, mas ensinar fatos da salvação que nenhuma exploração humana pode descobrir e que somente Deus pode revelar.

As Escrituras falam sobre a criação e a queda. Ensinam sobre o juízo de Deus e também de seu amor redentor. Alguém disse que as Escrituras são pastoralmente úteis para o ensino, isto é, como fonte positiva de doutrina cristã; para repreensão, isto é, para refutar o erro e para repreender o pecado; para a correção, isto é, para convencer os mal-orientados dos seus erros e colocá-los no caminho certo outra vez; e para a educação na justiça, isto é, para a educação construtiva na vida cristã. A Bíblia Sagrada revela os mistérios do passado como a criação, os do futuro como a vinda de Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do coração humano e as coisas profundas de Deus (Gn.2:1-4; Is.46:10; Lc.21:25-28).

As Escrituras Sagradas são infalíveis e inerrantes. Todavia, temos de entender que a inerrância e a infalibilidade estão relacionadas diretamente com a inspiração das Escrituras e, portanto, dizem respeito à mensagem originariamente transmitida aos homens inspirados pelo Espírito Santo, e que foram sendo copiadas e transmitidas geração após geração. Não nos esqueçamos de que a cópia de um texto é algo feito pelo homem, que não está sob a inspiração verbal plenária, e que, por isso mesmo, neste ato de copiar não estão envolvidos os conceitos de inerrância nem de infalibilidade.

Com relação à tradução bíblica, também, é outro fator que não está sob o império da inerrância e da infalibilidade da Bíblia. Aqui, também, não temos a atuação da “inspiração verbal plenária” e, portanto, tais atividades podem ter erros ou equívocos, como também necessitam, de tempos em tempos, de revisões e atualizações, pois são ações humanas e, como tal, sujeitas ao tempo e ao espaço. Veja que a primeira versão da Bíblia Sagrada em língua portuguesa a ser levada para a imprensa, a de João Ferreira de Almeida, que continha o Novo Testamento, ainda antes de ter sido lançada, teve, pelo próprio tradutor, apontados cerca de 1.000 erros de tradução. Aliás, é por isso que esta versão, após terem sido feitas as correções, é conhecida como Almeida Revista e Corrigida, ou seja, foi objeto de uma correção e, se foi corrigida, é porque continha erros. Na década de 1940, a Sociedade Bíblica do Brasil efetuou uma atualização dessa versão que, feita no século XVII, se encontrava extremamente defasada e era de difícil compreensão da população da metade do século XX, surgindo, então, a Versão Almeida Revista e Atualizada. Tudo isto é possível e até necessário porque versões e traduções são obras humanas, feitas segundo a vontade de Deus, no sentido da tarefa da Igreja, mas sem a “inerrância e infalibilidade”.

É bom enfatizar que a autoridade e as instruções das Escrituras valem para todas as línguas em que elas forem traduzidas. É vontade de Deus que todos os povos, tribos, línguas e nações conheçam sua Palavra (Mt.28:19; At.1:8). As Escrituras Sagradas são a única revelação escrita de Deus para toda a humanidade. Ela sobreviveu para contar a mensagem de Cristo e da salvação, de geração a geração.

Enfim, a Palavra de Deus é:

Ø  Leite que nutre – “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (I Pedro 2:2).

Ø  Água que limpa – “tendo-a purificado por meio da lavagem e da água pela palavra” (Ef.5:26).

Ø  Espada para as lutas – “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef.6:17).

Ø  Mel que deleita – “os juízos do Senhor são verdadeiros e igualmente justos... são mais doces do que o mel e o destilar dos favos” (Salmo 19:10).

Ø  Fogo e martelo – “Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr.23:29).

Ø  Restaura a alma - “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos” (Salmo 19:7,8).

Ø  É suprema – “Inclinar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu nome, pela tua benignidade e pela sua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” (Salmos 138:2

Tomara que neste trimestre letivo venhamos a ter um profundo desejo de examinar as Escrituras Sagradas de forma sistemática e contínua, e que venhamos a nos conscientizar de que nenhum cristão pode ter uma saúde espiritual inabalável, uma vida espiritual equilibrada e firme sem o alimento contínuo da Palavra de Deus.

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Luciano de Paula Lourenço

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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