domingo, 7 de janeiro de 2024

IMAGENS BÍBLICAS DA IGREJA

         1º Trimestre/2024

Subsídio para a Lição 02

Texto Base: Efésios 5:25-32; 1Pedro 2:9,10

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pd.2:9).

Efésios 5:

²⁵Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

²⁶para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,

²⁷para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

²⁸Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.

²⁹Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;

³⁰porque somos membros do seu corpo.

³¹Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.

³²Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. 

1Pedro 2:

⁹Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

¹⁰vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

INTRODUÇÃO

A Bíblia apresenta diversas imagens que revelam um determinado aspecto da natureza da Igreja de Cristo. São símbolos, metáforas e descrições encontradas na Bíblia que representam a Igreja, seja como Templo do Espirito Santo, o Corpo de Cristo ou a Noiva de Cristo. Essas imagens são diversas e oferecem diferentes perspectivas sobre a natureza e o papel da Igreja. Nesta lição, abordaremos as seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o Rebanho de Deus; Geração eleita; Sacerdócio real; Nação Santa e Povo adquirido; Corpo de Cristo; Santuário de Deus; Casa de Deus.

I. IMAGENS QUE DESCREVEM UM RELACIONAMENTO

1. A Noiva de Cristo

A "Noiva de Cristo" é uma das imagens mais poéticas e profundas encontradas na Bíblia para descrever a relação entre Cristo e a Igreja. Essa metáfora é mencionada em diferentes passagens bíblicas, como em Efésios 5:25-32 e Apocalipse 19:7-9, e serve para ilustrar a relação de amor, compromisso e união entre Jesus Cristo e os seus seguidores, a Igreja.

a)   Simbolismo do amor e da união. Assim como o casamento representa uma união íntima entre um marido e uma esposa, a imagem da Noiva de Cristo retrata a proximidade e o amor profundo entre Cristo e a sua Igreja. Esse relacionamento é caracterizado por um amor sacrificial, cuidadoso e redentor por parte de Cristo, que deu sua vida pela Igreja.

b)   A purificação da Igreja. A metáfora da Noiva de Cristo também aborda o tema da purificação e santificação da Igreja. Em Efésios 5, Paulo compara o amor de Cristo pela Igreja ao amor de um marido por sua esposa e enfatiza que Cristo deu a si mesmo para purificar e santificar a Igreja, tornando-a radiante, sem mancha ou ruga.

c)   A consumação da união. No livro de Apocalipse, a imagem da Noiva de Cristo é associada à consumação final da história, quando a união entre Cristo e a Igreja será plenamente realizada. O casamento simbólico entre o Cordeiro (Cristo) e a Noiva (a Igreja) representa a culminação da redenção e a entrada na eternidade, onde a Igreja desfrutará plenamente da presença e comunhão com Cristo.

d)   A responsabilidade da Igreja. A metáfora da Noiva também implica uma responsabilidade por parte da Igreja em se preparar para esse casamento espiritual. Isso envolve viver de acordo com os valores e princípios do Reino de Deus, permanecendo fiel a Cristo e se preparando espiritualmente para a sua volta.

Enfim, essa imagem da Noiva de Cristo oferece uma perspectiva profunda e rica sobre o relacionamento entre Cristo e a Igreja, destacando o amor, a intimidade, a purificação e a esperança da consumação final da história, quando a união entre Cristo e os seus seguidores será plenamente realizada. É uma metáfora que ressalta a importância da fidelidade e do compromisso da Igreja com Cristo.

2. A Esposa de Cristo

Esta imagem descreve a relação entre Cristo e a sua Igreja. É mencionada principalmente nas Epístolas do Novo Testamento, como em Efésios 5:22-33, onde Paulo faz uma comparação entre o relacionamento matrimonial humano e a relação entre Cristo e a Igreja.

a)   Cristo como o Esposo. Na analogia da Esposa de Cristo, Jesus é retratado como o Esposo. Assim como um marido ama, cuida, protege e se sacrifica por sua esposa, Cristo demonstra amor incondicional, sacrifício e cuidado pela sua Igreja. Sua entrega na cruz é um exemplo supremo desse amor sacrificial.

b)   A Igreja como a Esposa. A Igreja, composta por todos os crentes em Cristo, é representada como a Esposa. Isso destaca a relação íntima e especial entre Cristo e seus seguidores, caracterizada por amor, compromisso, fidelidade e união espiritual.

c)   Amor sacrificial e redentor. Assim como o amor de um marido pela esposa deve ser sacrificial e redentor, o amor de Cristo pela Igreja é exemplificado por seu sacrifício na cruz. Ele deu sua vida para redimir a humanidade e purificar a Igreja, permitindo que ela viva em comunhão com Deus.

d)   Unidade e intimidade espiritual. A analogia da Esposa de Cristo enfatiza a unidade e a intimidade espiritual entre Cristo e a Igreja. Isso significa que os crentes são chamados a uma relação de proximidade com Cristo, sendo transformados à sua imagem e participando da comunhão com Ele.

e)   Futuro glorioso. A metáfora da Esposa de Cristo também aponta para um futuro glorioso, quando a união entre Cristo e a Igreja será plenamente realizada na eternidade. Isso é retratado simbolicamente como as bodas do Cordeiro no livro do Apocalipse, representando a consumação final e a plenitude da comunhão entre Cristo e a sua Igreja.

Enfim, a analogia da Esposa de Cristo oferece uma visão poderosa e poética da relação de amor, cuidado, compromisso e intimidade entre Cristo e a sua Igreja. É uma metáfora que convida os crentes a viverem em resposta a esse amor, comprometendo-se com Cristo e buscando uma relação íntima e transformadora com Ele.

3. Rebanho de Deus

A analogia da Igreja como "Rebanho de Deus" é uma das imagens mais significativas encontradas na Bíblia para descrever a relação entre os crentes e Deus, especialmente em referência ao cuidado, orientação e proteção divina sobre o seu povo. Esta metáfora é usada por diversas vezes ao longo das Escrituras, especialmente nos Salmos, nos Evangelhos e nas epístolas do Novo Testamento.

a)   Liderança e cuidado divino. A analogia do Rebanho destaca a função de Deus como o Pastor, e os crentes como o rebanho. Assim como um pastor guia, protege, alimenta e cuida de suas ovelhas, Deus demonstra um cuidado amoroso e compassivo em relação ao seu povo, os guiando nos caminhos da retidão e suprindo suas necessidades espirituais.

b)   Dependência e confiança. As ovelhas são animais que dependem totalmente do pastor para orientação e proteção. Da mesma forma, a analogia do Rebanho destaca a dependência dos crentes em Deus. Isso enfatiza a importância da confiança e da submissão à vontade divina, reconhecendo que Deus é aquele que provê, protege e guia.

c)   Unidade e comunhão. O conceito de Rebanho também ressalta a importância da unidade entre os crentes. Assim como um rebanho é composto por várias ovelhas que estão juntas sob o cuidado do pastor, os crentes são chamados a viver em comunhão, apoio mútuo e solidariedade na fé.

d)   O papel do Pastor supremo, Jesus Cristo. Em várias passagens dos Evangelhos, Jesus se apresenta como o Bom Pastor (João 10:11-18), enfatizando seu amor, sacrifício e cuidado pelas suas ovelhas. Ele é aquele que conduz, protege e dá a vida pelo seu rebanho.

e)   Responsabilidades e chamado para os líderes espirituais. A metáfora do Rebanho também traz à tona a responsabilidade dos líderes na Igreja, como pastores, para cuidar do rebanho de Deus, seguindo o exemplo de Cristo como o Supremo Pastor.

Em resumo, a imagem da Igreja como o Rebanho de Deus ressalta a relação íntima entre os crentes e Deus, destacando o cuidado divino, a dependência em Deus, a unidade entre os fiéis e a liderança providencial de Cristo sobre a sua Igreja. Essa metáfora convida os crentes a confiar na orientação e no cuidado divino e a viverem em unidade sob a liderança do Bom Pastor.

II. IMAGENS QUE DESCREVEM FUNÇÃO

1. Geração eleita, Sacerdócio real, Nação santa e Povo adquirido

Essas imagens da Igreja destacam a identidade, a função e a responsabilidade dos crentes como parte do povo de Deus. Elas enfatizam a soberania de Deus na eleição, o acesso direto a Ele, a chamada para viver uma vida santa e a redenção proporcionada por Cristo, moldando a identidade e missão da comunidade cristã.

a) Geração eleita. Essa imagem é encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "geração eleita". Todos os que estão mergulhados no “Corpo” de Cristo (1Co.12:13) são eleitos; mas, individualmente, a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele em santidade. O propósito de Deus na eleição da Igreja é que ela seja santa e irrepreensível (Ef.1:4) – “...nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele...”.

Nenhuma pessoa deve considerar-se eleita de Deus se não vive em santidade. A santificação não é a causa, mas a prova da nossa eleição. A eleição é a raiz da salvação, não seu fruto; e o cumprimento desse propósito ao crente como individuo dentro da Igreja é condicional.

Cristo nos apresentará “santos e irrepreensíveis diante dele (Ef.1:4), somente se continuarmos na fé. A Bíblia mostra isso claramente: Cristo irá “vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho” (Cl.1:22,23).

Enganam-se aqueles que pensam que a eleição da Igreja promove e estimula uma vida relaxada. Somos eleitos para a santidade, e não para o pecado. Somos salvos do pecado, e não no pecado. Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo (1João 3:8). Uma pessoa que se diz segura de sua salvação e não vive em santidade está provando que não é eleita. Aqueles que não são santos não podem ter comunhão com Deus nem jamais verão a Deus (Hb.12:14). No céu, só entrarão os santos. Uma pessoa que não ama a santidade não suportará o Céu.

Somos a “Noiva” do Cordeiro que está se adornando para Ele. Não somos, portanto, eleitos para viver na lama, mas para viver como luzeiros do mundo e apresentar-nos a Jesus como a “Noiva” pura, santa e sem defeito (Ef.5:27).

“...Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef.5:25-27.

Portanto, a eleição tem como alvo nos levar a uma vida limpa, pura, santa; ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé, imbuído num processo de santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Pedro exorta a todos os eleitos (1Pd.1:2) da seguinte forma: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:15,16).

Portanto, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo somente à medida que este se identifica e se une ao Corpo de Cristo, a Igreja, em santidade.

b) Sacerdócio real. Essa imagem também é encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "sacerdócio real". Isso significa que todos os crentes têm acesso direto a Deus e desempenham um papel sacerdotal, não necessitando de intermediários para se achegar a Ele. Esse conceito se baseia na ideia de que, em Cristo, todos os crentes têm acesso à presença de Deus e podem oferecer sacrifícios espirituais, louvor e serviço.

c) Nação Santa. Essa designação também é mencionada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "nação santa". Isso destaca a separação dos crentes para viverem uma vida dedicada a Deus e aos seus propósitos. Reflete a ideia de santidade, chamando os crentes para viverem de maneira distinta, moral e espiritualmente, separados do padrão do mundo e consagrados a Deus.

d) Povo adquirido. Essa expressão é encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "povo adquirido". Isso enfatiza a redenção e a aquisição do povo de Deus por meio do sacrifício de Cristo. Reflete a ideia de propriedade divina, mostrando que os crentes foram comprados e pertencem a Deus, chamando-os a viverem de acordo com os seus propósitos.

2. Corpo de Cristo

A metáfora da Igreja como o "Corpo de Cristo" é uma das imagens mais poderosas e expressivas encontradas nas Escrituras para descrever a relação entre Cristo e os crentes que formam a Igreja. Essa analogia é encontrada em passagens como 1Coríntios 12:12-27 e Efésios 4:11-16.

a)   Unidade na diversidade. Assim como um corpo humano é composto por muitas partes diferentes, mas interdependentes, a metáfora do Corpo de Cristo destaca a diversidade de dons, talentos e papéis dentro da Igreja. Cada membro desempenha uma função específica e necessária para o funcionamento saudável do todo.

b)   Cristo como a Cabeça do Corpo. Assim como a cabeça controla e coordena o funcionamento do corpo humano, Cristo é retratado como a cabeça do corpo da Igreja. Ele é a fonte de autoridade, direção e unidade para os crentes, que se submetem à sua vontade e se relacionam com Ele de forma íntima.

c)   Interdependência e cooperação. A imagem do Corpo de Cristo ressalta a importância da interdependência entre os membros da Igreja. Cada parte precisa das outras para funcionar corretamente. Isso encoraja os crentes a trabalharem juntos, apoiarem-se mutuamente e valorizarem as contribuições de todos para o bem-estar coletivo da Igreja.

d)   Cuidado mútuo. Assim como no corpo humano, quando uma parte sofre, todo o corpo é afetado, a metáfora do Corpo de Cristo enfatiza o cuidado mútuo entre os crentes. Encoraja-os a se preocuparem uns com os outros, a compartilharem alegrias e dores, e a prestarem apoio e suporte em tempos de necessidade.

e)   Unidade na diversidade. Embora haja diversidade de dons, talentos e funções na Igreja, a imagem do Corpo de Cristo destaca a importância da unidade. Todos os membros são igualmente importantes e devem trabalhar em conjunto para o bem-estar e crescimento espiritual do Corpo.

Enfim, essa metáfora oferece uma visão profunda e prática da identidade e função da Igreja. Ela destaca a importância da unidade, cooperação, interdependência e submissão a Cristo como a Cabeça do Corpo, fornecendo um modelo valioso para a vida e o serviço dentro da Igreja.

III. IMAGENS QUE DESCREVEM HABITAÇÃO

1. Santuário de Deus

A imagem da Igreja como "Santuário de Deus" é uma metáfora que enfatiza a santidade, a presença e a habitação de Deus no meio do seu povo, os crentes. Essa analogia é encontrada em várias passagens das Escrituras, incluindo 1Coríntios 3:16,17 e 2Coríntios 6:16.

a)   Presença de Deus. Assim como o santuário é um local dedicado à presença e ao culto a Deus, a metáfora do Santuário de Deus destaca que os crentes são habitação do Espírito Santo e o local onde Deus escolhe residir. Isso enfatiza a intimidade da relação entre Deus e seu povo, onde Ele se relaciona pessoalmente com os crentes.

b)   Santidade e consagração. O santuário é um lugar consagrado, separado para o serviço e a adoração a Deus. Da mesma forma, a imagem do Santuário de Deus enfatiza a necessidade de os crentes viverem vidas santas, separadas do pecado e dedicadas à vontade e aos propósitos de Deus.

c)   Comunidade de adoração e serviço. Assim como o santuário é um lugar onde as pessoas se reúnem para adorar e servir a Deus, a metáfora do Santuário de Deus destaca a importância da comunidade cristã reunida para cultuar, louvar e servir a Deus em unidade e amor mútuo.

d)   Responsabilidade de zelar pelo santuário. Da mesma forma como o santuário físico requer cuidado, limpeza e proteção, a metáfora do Santuário de Deus chama os crentes a cuidarem da comunidade, evitando divisões, pecados e influências negativas que possam prejudicar a santidade e a unidade do corpo de Cristo.

e)   A presença da Glória de Deus. No contexto bíblico, o santuário muitas vezes é associado à presença da glória de Deus. Similarmente, a metáfora do Santuário de Deus enfatiza a manifestação da glória de Deus na vida dos crentes, à medida que eles vivem em obediência e comunhão com Ele.

Enfim, essa imagem da Igreja como o Santuário de Deus ressalta a importância da santidade, da presença divina, da comunidade de adoradores e do cuidado mútuo entre os crentes. Ela encoraja os cristãos a viverem como santuários vivos, honrando a presença de Deus em suas vidas e mantendo a comunhão e a adoração como parte integral de sua existência como crentes em Cristo Jesus.

2. Casa de Deus

A metáfora da Igreja como "Casa de Deus" é uma das imagens bastantes significativas encontradas nas Escrituras para descrever o povo de Deus, os seguidores de Cristo. Essa analogia é mencionada em várias passagens, como 1Timóteo 3:15 e Hebreus 3:6, destacando diferentes aspectos da identidade e função da igreja.

a)   Lar espiritual. Assim como uma casa é um lugar de habitação e pertencimento, a metáfora da Casa de Deus enfatiza que os crentes são membros de uma comunidade espiritual, um lar espiritual onde encontram identidade, acolhimento e pertencimento. Isso destaca a importância do senso de família espiritual entre os crentes.

b)   Habitação da presença de Deus. A imagem da Casa de Deus enfatiza que a Igreja é o lugar onde a presença de Deus habita. Não apenas como um local físico, mas como um povo redimido pelo qual Deus escolheu residir por meio do Espírito Santo. Isso destaca a importância da comunhão íntima com Deus na vida da Igreja.

c)   Unidade na diversidade. Assim como uma casa pode ter diferentes cômodos ou áreas, a Igreja como a Casa de Deus destaca a diversidade de dons, talentos, culturas e habilidades entre os crentes. Essa diversidade é unida pela fé em Cristo, proporcionando um lugar onde todos são igualmente valorizados e incluídos.

d)   Fundação e estrutura. Uma casa precisa de uma fundação sólida para permanecer firme. Da mesma forma, a imagem da Casa de Deus destaca a importância de Cristo como a fundação da Igreja. Ele é o alicerce sobre o qual a Igreja é construída, fornecendo estrutura e estabilidade à vida espiritual dos crentes.

e)   Responsabilidade de cuidar da casa. Assim como uma casa precisa de manutenção e cuidado, os crentes são chamados a cuidar da Casa de Deus, promovendo a unidade, cuidando uns dos outros, servindo, amando e zelando pela saúde espiritual da Igreja.

Enfim, essa imagem da Igreja como a Casa de Deus ressalta a ideia de um lar espiritual onde os crentes encontram identidade, comunhão com Deus e uns com os outros. É uma metáfora poderosa que convida os crentes a viverem em unidade, amor e responsabilidade mútua, reconhecendo que fazem parte de uma comunidade espiritual que Deus escolheu para ser Sua morada.

3. O privilégio de ser Igreja

À luz do que estudamos nesta Lição, podemos fazer algumas considerações:

-Primeira, a Igreja de Cristo é uma instituição formada por salvos que se relaciona com Deus e, por isso, eles fazem parte de seu rebanho. Ao compreender a Igreja como o Rebanho de Deus, reconhece-se a relação íntima entre os crentes e Deus. Essa analogia ressalta a importância da dependência, cuidado mútuo e submissão ao Pastor supremo, que é Cristo.

-Segunda, a Igreja de Cristo é uma instituição formada de salvos que exercem uma função sacerdotal diante de Deus perante o mundo. A compreensão da Igreja como um Sacerdócio Real enfatiza a responsabilidade dos crentes de terem acesso direto a Deus, de oferecerem adoração e intercessão, e de representarem Deus ao mundo por meio de suas vidas e serviço.

-Terceira, a Igreja é uma instituição em que Deus habita e vive. A visão da Igreja como Casa de Deus destaca a presença e a habitação do próprio Deus no meio do Seu povo. Essa imagem ressalta a importância da santidade, do cuidado e da unidade entre os crentes como um lugar onde Deus escolheu residir.

-Quarta, fazer parte da Igreja proporciona uma oportunidade de comunhão espiritual, permitindo o crescimento pessoal na fé e a conexão com outros crentes, onde se compartilham experiências, orações e ensinamentos.

-Quinta, é um privilégio fazer parte da Igreja porque quem está dentro dela é predestinado à salvação eterna com Deus (Ef.1:5). Fora da Igreja, não há salvação para o ser humano, pois Cristo virá buscar a Sua Igreja redimida, que é, metaforicamente, a Sua Noiva.

Estas e outras considerações enfatizam o privilégio de fazer parte da Igreja de Cristo. É, de fato, uma honra participar de uma instituição divina onde se experimenta a comunhão com Deus, a responsabilidade sacerdotal e a habitação divina. Essa compreensão é fundamental para motivar todos nós a vivermos em consonância com os propósitos de Deus, buscando uma vida de santidade, serviço e amor ao próximo no Corpo de Cristo.

CONCLUSÃO

As diversas imagens que descrevem a Igreja revelam a riqueza e a complexidade da identidade e função da comunidade cristã. Cada metáfora - seja a Igreja como o Corpo de Cristo, a Noiva de Cristo, a Casa de Deus, o Santuário de Deus, o Rebanho de Deus, entre outras - oferece perspectivas distintas e complementares sobre o papel e a natureza dos crentes dentro da Igreja. Em conjunto, essas imagens ressaltam a importância da unidade na diversidade, da comunhão íntima com Deus e uns com os outros, do compromisso com a santidade e a missão de Deus no mundo. Elas convidam os crentes a viverem em harmonia, cooperação e amor mútuo, refletindo a diversidade de dons, talentos e papéis, mas todos contribuindo para o bem-estar e crescimento espiritual do Corpo de Cristo.

Essas imagens não apenas ilustram a identidade da Igreja, mas também trazem consigo responsabilidades e desafios. Elas enfatizam a necessidade de cuidar uns dos outros, de viver em santidade, de ser a presença de Deus no mundo e de se engajar ativamente na missão divina.

Portanto, juntas, essas imagens da Igreja oferecem um quadro rico e inspirador do que significa ser parte da Igreja - um chamado para viver em comunhão íntima com Deus, refletir seu caráter amoroso, apoiar uns aos outros e ser agentes de transformação positiva no mundo.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito Santo na vida da igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios, a noiva gloriosa de Cristo.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Pedro – Com os pés no vale e o coração no Céu.

Pr. Elienai Cabral. A Igreja e Sua Missão. CPAD.

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