1º Trimestre/2024
Subsídio para a Lição 02
Texto Base: Efésios 5:25-32; 1Pedro 2:9,10
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação
santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pd.2:9).
Efésios 5:
²⁵Vós,
maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela,
²⁶para
a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
²⁷para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,
mas santa e irrepreensível.
²⁸Assim
devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a
sua mulher ama-se a si mesmo.
²⁹Porque
nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como
também o Senhor à igreja;
³⁰porque
somos membros do seu corpo.
³¹Por
isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois
numa carne.
³²Grande
é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
1Pedro 2:
⁹Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz;
¹⁰vós
que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não
tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.
INTRODUÇÃO
A
Bíblia apresenta diversas imagens que revelam um determinado aspecto da
natureza da Igreja de Cristo. São símbolos, metáforas e descrições encontradas
na Bíblia que representam a Igreja, seja como Templo do Espirito Santo, o Corpo
de Cristo ou a Noiva de Cristo. Essas imagens são diversas e oferecem
diferentes perspectivas sobre a natureza e o papel da Igreja. Nesta lição,
abordaremos as seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o Rebanho
de Deus; Geração eleita; Sacerdócio real; Nação Santa e Povo adquirido; Corpo
de Cristo; Santuário de Deus; Casa de Deus.
I. IMAGENS QUE
DESCREVEM UM RELACIONAMENTO
1. A Noiva de Cristo
A "Noiva de Cristo" é uma das
imagens mais poéticas e profundas encontradas na Bíblia para descrever a
relação entre Cristo e a Igreja. Essa metáfora é mencionada em diferentes
passagens bíblicas, como em Efésios 5:25-32 e Apocalipse 19:7-9, e serve para
ilustrar a relação de amor, compromisso e união entre Jesus Cristo e os seus
seguidores, a Igreja.
a)
Simbolismo do amor e da união. Assim como o
casamento representa uma união íntima entre um marido e uma esposa, a imagem da
Noiva de Cristo retrata a proximidade e o amor profundo entre Cristo e a sua
Igreja. Esse relacionamento é caracterizado por um amor sacrificial, cuidadoso
e redentor por parte de Cristo, que deu sua vida pela Igreja.
b)
A purificação da Igreja. A metáfora da Noiva de Cristo também
aborda o tema da purificação e santificação da Igreja. Em Efésios 5, Paulo
compara o amor de Cristo pela Igreja ao amor de um marido por sua esposa e
enfatiza que Cristo deu a si mesmo para purificar e santificar a Igreja,
tornando-a radiante, sem mancha ou ruga.
c)
A consumação da união. No livro de Apocalipse, a imagem da Noiva
de Cristo é associada à consumação final da história, quando a união entre
Cristo e a Igreja será plenamente realizada. O casamento simbólico entre o
Cordeiro (Cristo) e a Noiva (a Igreja) representa a culminação da redenção e a
entrada na eternidade, onde a Igreja desfrutará plenamente da presença e
comunhão com Cristo.
d)
A responsabilidade da Igreja. A metáfora da Noiva
também implica uma responsabilidade por parte da Igreja em se preparar para
esse casamento espiritual. Isso envolve viver de acordo com os valores e
princípios do Reino de Deus, permanecendo fiel a Cristo e se preparando
espiritualmente para a sua volta.
Enfim, essa imagem da Noiva de Cristo oferece
uma perspectiva profunda e rica sobre o relacionamento entre Cristo e a Igreja,
destacando o amor, a intimidade, a purificação e a esperança da consumação
final da história, quando a união entre Cristo e os seus seguidores será
plenamente realizada. É uma metáfora que ressalta a importância da fidelidade e
do compromisso da Igreja com Cristo.
2. A Esposa de Cristo
Esta
imagem descreve a relação entre Cristo e a sua Igreja. É mencionada
principalmente nas Epístolas do Novo Testamento, como em Efésios 5:22-33, onde
Paulo faz uma comparação entre o relacionamento matrimonial humano e a relação
entre Cristo e a Igreja.
a)
Cristo como o Esposo. Na analogia da Esposa de Cristo, Jesus
é retratado como o Esposo. Assim como um marido ama, cuida, protege e se
sacrifica por sua esposa, Cristo demonstra amor incondicional, sacrifício e
cuidado pela sua Igreja. Sua entrega na cruz é um exemplo supremo desse amor
sacrificial.
b)
A Igreja como a Esposa. A Igreja, composta por todos os
crentes em Cristo, é representada como a Esposa. Isso destaca a relação íntima
e especial entre Cristo e seus seguidores, caracterizada por amor, compromisso,
fidelidade e união espiritual.
c)
Amor sacrificial e redentor. Assim como o amor de
um marido pela esposa deve ser sacrificial e redentor, o amor de Cristo pela
Igreja é exemplificado por seu sacrifício na cruz. Ele deu sua vida para
redimir a humanidade e purificar a Igreja, permitindo que ela viva em comunhão
com Deus.
d)
Unidade e intimidade espiritual. A analogia da Esposa
de Cristo enfatiza a unidade e a intimidade espiritual entre Cristo e a Igreja.
Isso significa que os crentes são chamados a uma relação de proximidade com
Cristo, sendo transformados à sua imagem e participando da comunhão com Ele.
e)
Futuro glorioso. A metáfora da Esposa de Cristo também aponta
para um futuro glorioso, quando a união entre Cristo e a Igreja será plenamente
realizada na eternidade. Isso é retratado simbolicamente como as bodas do
Cordeiro no livro do Apocalipse, representando a consumação final e a plenitude
da comunhão entre Cristo e a sua Igreja.
Enfim,
a analogia da Esposa de Cristo oferece uma visão poderosa e poética da relação
de amor, cuidado, compromisso e intimidade entre Cristo e a sua Igreja. É uma
metáfora que convida os crentes a viverem em resposta a esse amor,
comprometendo-se com Cristo e buscando uma relação íntima e transformadora com Ele.
3. Rebanho de Deus
A
analogia da Igreja como "Rebanho de Deus" é uma das imagens mais
significativas encontradas na Bíblia para descrever a relação entre os crentes
e Deus, especialmente em referência ao cuidado, orientação e proteção divina
sobre o seu povo. Esta metáfora é usada por diversas vezes ao longo das
Escrituras, especialmente nos Salmos, nos Evangelhos e nas epístolas do Novo
Testamento.
a)
Liderança e cuidado
divino.
A analogia do Rebanho destaca a função de Deus como o Pastor, e os crentes como
o rebanho. Assim como um pastor guia, protege, alimenta e cuida de suas
ovelhas, Deus demonstra um cuidado amoroso e compassivo em relação ao seu povo,
os guiando nos caminhos da retidão e suprindo suas necessidades espirituais.
b)
Dependência e
confiança.
As ovelhas são animais que dependem totalmente do pastor para orientação e
proteção. Da mesma forma, a analogia do Rebanho destaca a dependência dos
crentes em Deus. Isso enfatiza a importância da confiança e da submissão à
vontade divina, reconhecendo que Deus é aquele que provê, protege e guia.
c)
Unidade e comunhão. O conceito de
Rebanho também ressalta a importância da unidade entre os crentes. Assim como
um rebanho é composto por várias ovelhas que estão juntas sob o cuidado do
pastor, os crentes são chamados a viver em comunhão, apoio mútuo e
solidariedade na fé.
d)
O papel do Pastor
supremo, Jesus Cristo.
Em várias passagens dos Evangelhos, Jesus se apresenta como o Bom Pastor (João
10:11-18), enfatizando seu amor, sacrifício e cuidado pelas suas ovelhas. Ele é
aquele que conduz, protege e dá a vida pelo seu rebanho.
e)
Responsabilidades e
chamado para os líderes espirituais. A metáfora do Rebanho também traz à tona a
responsabilidade dos líderes na Igreja, como pastores, para cuidar do rebanho
de Deus, seguindo o exemplo de Cristo como o Supremo Pastor.
Em
resumo, a imagem da Igreja como o Rebanho de Deus ressalta a relação íntima
entre os crentes e Deus, destacando o cuidado divino, a dependência em Deus, a
unidade entre os fiéis e a liderança providencial de Cristo sobre a sua Igreja.
Essa metáfora convida os crentes a confiar na orientação e no cuidado divino e
a viverem em unidade sob a liderança do Bom Pastor.
II. IMAGENS QUE
DESCREVEM FUNÇÃO
1. Geração eleita,
Sacerdócio real, Nação santa e Povo adquirido
Essas
imagens da Igreja destacam a identidade, a função e a responsabilidade dos
crentes como parte do povo de Deus. Elas enfatizam a soberania de Deus na
eleição, o acesso direto a Ele, a chamada para viver uma vida santa e a
redenção proporcionada por Cristo, moldando a identidade e missão da comunidade
cristã.
a)
Geração eleita. Essa imagem é
encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "geração
eleita". Todos os que estão mergulhados no “Corpo” de Cristo (1Co.12:13)
são eleitos; mas, individualmente, a certeza dessa eleição depende da condição
da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele em
santidade. O propósito de Deus na eleição da Igreja é que ela seja santa e
irrepreensível (Ef.1:4) – “...nos elegeu nele antes da fundação do mundo,
para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele...”.
Nenhuma
pessoa deve considerar-se eleita de Deus se não vive em santidade. A
santificação não é a causa, mas a prova da nossa eleição. A eleição é a raiz da
salvação, não seu fruto; e o cumprimento desse propósito ao crente como
individuo dentro da Igreja é condicional.
Cristo
nos apresentará “santos e irrepreensíveis diante dele (Ef.1:4), somente se
continuarmos na fé. A Bíblia mostra isso claramente: Cristo irá “vos apresentar
santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes
fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho”
(Cl.1:22,23).
Enganam-se
aqueles que pensam que a eleição da Igreja promove e estimula uma vida
relaxada. Somos eleitos para a santidade, e não para o pecado. Somos salvos do
pecado, e não no pecado. Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo
(1João 3:8). Uma pessoa que se diz segura de sua salvação e não vive em
santidade está provando que não é eleita. Aqueles que não são santos não podem
ter comunhão com Deus nem jamais verão a Deus (Hb.12:14). No céu, só entrarão
os santos. Uma pessoa que não ama a santidade não suportará o Céu.
Somos
a “Noiva” do Cordeiro que está se adornando para Ele. Não somos, portanto,
eleitos para viver na lama, mas para viver como luzeiros do mundo e
apresentar-nos a Jesus como a “Noiva” pura, santa e sem defeito (Ef.5:27).
“...Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo
Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Ef.5:25-27.
Portanto,
a eleição tem como alvo nos levar a uma vida limpa, pura, santa; ninguém é
eleito sem estar unido a Cristo pela fé, imbuído num processo de santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Pedro exorta a todos os eleitos
(1Pd.1:2) da seguinte forma: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede
santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:15,16).
Portanto,
a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo somente à medida que
este se identifica e se une ao Corpo de Cristo, a Igreja, em santidade.
b)
Sacerdócio real. Essa imagem também é
encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "sacerdócio
real". Isso significa que todos os crentes têm acesso direto a Deus e
desempenham um papel sacerdotal, não necessitando de intermediários para se
achegar a Ele. Esse conceito se baseia na ideia de que, em Cristo, todos os
crentes têm acesso à presença de Deus e podem oferecer sacrifícios espirituais,
louvor e serviço.
c)
Nação Santa. Essa designação também
é mencionada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "nação
santa". Isso destaca a separação dos crentes para viverem uma vida
dedicada a Deus e aos seus propósitos. Reflete a ideia de santidade, chamando
os crentes para viverem de maneira distinta, moral e espiritualmente, separados
do padrão do mundo e consagrados a Deus.
d)
Povo adquirido. Essa expressão é
encontrada em 1Pedro 2:9, onde os crentes são chamados de "povo
adquirido". Isso enfatiza a redenção e a aquisição do povo de Deus por
meio do sacrifício de Cristo. Reflete a ideia de propriedade divina, mostrando
que os crentes foram comprados e pertencem a Deus, chamando-os a viverem de
acordo com os seus propósitos.
2. Corpo de Cristo
A
metáfora da Igreja como o "Corpo de Cristo" é uma das imagens mais
poderosas e expressivas encontradas nas Escrituras para descrever a relação
entre Cristo e os crentes que formam a Igreja. Essa analogia é encontrada em
passagens como 1Coríntios 12:12-27 e Efésios 4:11-16.
a)
Unidade na diversidade. Assim como um corpo humano é composto
por muitas partes diferentes, mas interdependentes, a metáfora do Corpo de
Cristo destaca a diversidade de dons, talentos e papéis dentro da Igreja. Cada
membro desempenha uma função específica e necessária para o funcionamento
saudável do todo.
b)
Cristo como a Cabeça do Corpo. Assim como a cabeça
controla e coordena o funcionamento do corpo humano, Cristo é retratado como a
cabeça do corpo da Igreja. Ele é a fonte de autoridade, direção e unidade para
os crentes, que se submetem à sua vontade e se relacionam com Ele de forma
íntima.
c)
Interdependência e cooperação. A imagem do Corpo de
Cristo ressalta a importância da interdependência entre os membros da Igreja.
Cada parte precisa das outras para funcionar corretamente. Isso encoraja os
crentes a trabalharem juntos, apoiarem-se mutuamente e valorizarem as
contribuições de todos para o bem-estar coletivo da Igreja.
d)
Cuidado mútuo. Assim como no corpo humano, quando uma parte
sofre, todo o corpo é afetado, a metáfora do Corpo de Cristo enfatiza o cuidado
mútuo entre os crentes. Encoraja-os a se preocuparem uns com os outros, a
compartilharem alegrias e dores, e a prestarem apoio e suporte em tempos de
necessidade.
e)
Unidade na diversidade. Embora haja diversidade de dons,
talentos e funções na Igreja, a imagem do Corpo de Cristo destaca a importância
da unidade. Todos os membros são igualmente importantes e devem trabalhar em
conjunto para o bem-estar e crescimento espiritual do Corpo.
Enfim,
essa metáfora oferece uma visão profunda e prática da identidade e função da Igreja.
Ela destaca a importância da unidade, cooperação, interdependência e submissão
a Cristo como a Cabeça do Corpo, fornecendo um modelo valioso para a vida e o
serviço dentro da Igreja.
III. IMAGENS QUE
DESCREVEM HABITAÇÃO
1. Santuário de Deus
A
imagem da Igreja como "Santuário de Deus" é uma metáfora que enfatiza
a santidade, a presença e a habitação de Deus no meio do seu povo, os crentes.
Essa analogia é encontrada em várias passagens das Escrituras, incluindo
1Coríntios 3:16,17 e 2Coríntios 6:16.
a)
Presença de Deus. Assim como o santuário é um local dedicado à
presença e ao culto a Deus, a metáfora do Santuário de Deus destaca que os
crentes são habitação do Espírito Santo e o local onde Deus escolhe residir.
Isso enfatiza a intimidade da relação entre Deus e seu povo, onde Ele se
relaciona pessoalmente com os crentes.
b)
Santidade e consagração. O santuário é um lugar consagrado,
separado para o serviço e a adoração a Deus. Da mesma forma, a imagem do
Santuário de Deus enfatiza a necessidade de os crentes viverem vidas santas, separadas
do pecado e dedicadas à vontade e aos propósitos de Deus.
c)
Comunidade de adoração e serviço. Assim como o
santuário é um lugar onde as pessoas se reúnem para adorar e servir a Deus, a
metáfora do Santuário de Deus destaca a importância da comunidade cristã
reunida para cultuar, louvar e servir a Deus em unidade e amor mútuo.
d)
Responsabilidade de zelar pelo santuário. Da mesma forma como o
santuário físico requer cuidado, limpeza e proteção, a metáfora do Santuário de
Deus chama os crentes a cuidarem da comunidade, evitando divisões, pecados e
influências negativas que possam prejudicar a santidade e a unidade do corpo de
Cristo.
e)
A presença da Glória de Deus. No contexto bíblico,
o santuário muitas vezes é associado à presença da glória de Deus. Similarmente,
a metáfora do Santuário de Deus enfatiza a manifestação da glória de Deus na
vida dos crentes, à medida que eles vivem em obediência e comunhão com Ele.
Enfim,
essa imagem da Igreja como o Santuário de Deus ressalta a importância da
santidade, da presença divina, da comunidade de adoradores e do cuidado mútuo
entre os crentes. Ela encoraja os cristãos a viverem como santuários vivos,
honrando a presença de Deus em suas vidas e mantendo a comunhão e a adoração
como parte integral de sua existência como crentes em Cristo Jesus.
2. Casa de Deus
A
metáfora da Igreja como "Casa de Deus" é uma das imagens bastantes significativas
encontradas nas Escrituras para descrever o povo de Deus, os seguidores de
Cristo. Essa analogia é mencionada em várias passagens, como 1Timóteo 3:15 e
Hebreus 3:6, destacando diferentes aspectos da identidade e função da igreja.
a)
Lar espiritual. Assim como uma casa é um lugar de habitação
e pertencimento, a metáfora da Casa de Deus enfatiza que os crentes são membros
de uma comunidade espiritual, um lar espiritual onde encontram identidade,
acolhimento e pertencimento. Isso destaca a importância do senso de família
espiritual entre os crentes.
b)
Habitação da presença de Deus. A imagem da Casa de
Deus enfatiza que a Igreja é o lugar onde a presença de Deus habita. Não apenas
como um local físico, mas como um povo redimido pelo qual Deus escolheu residir
por meio do Espírito Santo. Isso destaca a importância da comunhão íntima com
Deus na vida da Igreja.
c)
Unidade na diversidade. Assim como uma casa pode ter
diferentes cômodos ou áreas, a Igreja como a Casa de Deus destaca a diversidade
de dons, talentos, culturas e habilidades entre os crentes. Essa diversidade é
unida pela fé em Cristo, proporcionando um lugar onde todos são igualmente valorizados
e incluídos.
d)
Fundação e estrutura. Uma casa precisa de uma fundação
sólida para permanecer firme. Da mesma forma, a imagem da Casa de Deus destaca
a importância de Cristo como a fundação da Igreja. Ele é o alicerce sobre o
qual a Igreja é construída, fornecendo estrutura e estabilidade à vida
espiritual dos crentes.
e)
Responsabilidade de cuidar da casa. Assim como uma casa
precisa de manutenção e cuidado, os crentes são chamados a cuidar da Casa de
Deus, promovendo a unidade, cuidando uns dos outros, servindo, amando e zelando
pela saúde espiritual da Igreja.
Enfim,
essa imagem da Igreja como a Casa de Deus ressalta a ideia de um lar espiritual
onde os crentes encontram identidade, comunhão com Deus e uns com os outros. É
uma metáfora poderosa que convida os crentes a viverem em unidade, amor e
responsabilidade mútua, reconhecendo que fazem parte de uma comunidade
espiritual que Deus escolheu para ser Sua morada.
3. O privilégio de ser
Igreja
À
luz do que estudamos nesta Lição, podemos fazer algumas considerações:
-Primeira,
a Igreja de Cristo é uma instituição formada por salvos que se relaciona com
Deus e, por isso, eles fazem parte de seu rebanho. Ao compreender a Igreja como
o Rebanho de Deus, reconhece-se a relação íntima entre os crentes e Deus. Essa
analogia ressalta a importância da dependência, cuidado mútuo e submissão ao
Pastor supremo, que é Cristo.
-Segunda,
a Igreja de Cristo é uma instituição formada de salvos que exercem uma função
sacerdotal diante de Deus perante o mundo. A compreensão da Igreja como um
Sacerdócio Real enfatiza a responsabilidade dos crentes de terem acesso direto
a Deus, de oferecerem adoração e intercessão, e de representarem Deus ao mundo
por meio de suas vidas e serviço.
-Terceira,
a Igreja é uma instituição em que Deus habita e vive. A visão da Igreja como
Casa de Deus destaca a presença e a habitação do próprio Deus no meio do Seu
povo. Essa imagem ressalta a importância da santidade, do cuidado e da unidade
entre os crentes como um lugar onde Deus escolheu residir.
-Quarta,
fazer parte da Igreja proporciona uma oportunidade de comunhão espiritual,
permitindo o crescimento pessoal na fé e a conexão com outros crentes, onde se
compartilham experiências, orações e ensinamentos.
-Quinta,
é um privilégio fazer parte da Igreja porque quem está dentro dela é
predestinado à salvação eterna com Deus (Ef.1:5). Fora da Igreja, não há
salvação para o ser humano, pois Cristo virá buscar a Sua Igreja redimida, que
é, metaforicamente, a Sua Noiva.
Estas
e outras considerações enfatizam o privilégio de fazer parte da Igreja de
Cristo. É, de fato, uma honra participar de uma instituição divina onde se
experimenta a comunhão com Deus, a responsabilidade sacerdotal e a habitação
divina. Essa compreensão é fundamental para motivar todos nós a vivermos em
consonância com os propósitos de Deus, buscando uma vida de santidade, serviço
e amor ao próximo no Corpo de Cristo.
CONCLUSÃO
As
diversas imagens que descrevem a Igreja revelam a riqueza e a complexidade da
identidade e função da comunidade cristã. Cada metáfora - seja a Igreja como o
Corpo de Cristo, a Noiva de Cristo, a Casa de Deus, o Santuário de Deus, o
Rebanho de Deus, entre outras - oferece perspectivas distintas e complementares
sobre o papel e a natureza dos crentes dentro da Igreja. Em conjunto, essas
imagens ressaltam a importância da unidade na diversidade, da comunhão íntima
com Deus e uns com os outros, do compromisso com a santidade e a missão de Deus
no mundo. Elas convidam os crentes a viverem em harmonia, cooperação e amor
mútuo, refletindo a diversidade de dons, talentos e papéis, mas todos
contribuindo para o bem-estar e crescimento espiritual do Corpo de Cristo.
Essas
imagens não apenas ilustram a identidade da Igreja, mas também trazem consigo
responsabilidades e desafios. Elas enfatizam a necessidade de cuidar uns dos
outros, de viver em santidade, de ser a presença de Deus no mundo e de se
engajar ativamente na missão divina.
Portanto,
juntas, essas imagens da Igreja oferecem um quadro rico e inspirador do que
significa ser parte da Igreja - um chamado para viver em comunhão íntima com
Deus, refletir seu caráter amoroso, apoiar uns aos outros e ser agentes de
transformação positiva no mundo.
-------------
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave –
Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação
do Espirito Santo na vida da igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios, a
noiva gloriosa de Cristo.
Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Pedro – Com
os pés no vale e o coração no Céu.
Pr. Elienai Cabral. A Igreja e Sua Missão. CPAD.
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