sábado, 29 de dezembro de 2018

LIÇÕES BÍBLICAS - 1° TRIMESTRE DE 2019



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 No 1º Trimestre letivo de 2019, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema o seguinte tema inédito: “Batalha Espiritual – O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. O comentarista das lições é o pastor Esequias Soares - Pastor-presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP), graduado em Hebraico, mestre em Ciências da Religião, comentaristas das Lições Bíblicas, autor de livros da CPAD e presidente da Comissão de Apologética da CGADB. As Lições estão distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - Batalha Espiritual – A Realidade não Pode Ser Subestimada.
Lição 2 - A Natureza dos Anjos – A Beleza do Mundo Espiritual.
Lição 3 - A Natureza dos Demônios – Agentes da Maldade no Mundo Espiritual.
Lição 4 - Possessão Demoníaca e a Autoridade do Nome de Jesus.
Lição 5 - Um Inimigo que Precisa Ser Resistido.
Lição 6 - Quem Domina a sua Mente.
Lição 7 - Tentação – A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes.
Lição 8 - Nossa Luta não é contra Carne e Sangue.
Lição 9 - Conhecendo a Armadura de Deus.
Lição 10 - Poder do Alto contra as Hostes da Maldade.
Lição 11 - Discernimento de Espíritos – Um Dom Imprescindível.
Lição 12 - Vivendo em Constante Vigilância.
Lição 13 - Orando sem Cessar.
Batalha Espiritual é um tema inédito na Escola Bíblia Dominical. O comentarista, pastor Esequias Soares, tratará do assunto estritamente sob o ponto de vista bíblico, alertando a Igreja para o perigo do moderno movimento de “batalha espiritual”, com seus excessos e que cresceu muito a partir da década de 90, trazendo confusão para a vida dos crentes, e chamando a atenção para a verdadeira Batalha Espiritual à luz da Bíblia.
Em linhas gerais, o conceito de Batalha Espiritual na Bíblia ressalta que “todo o mundo está no maligno” (1João 5:19), que existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram contra Deus e contra os seres humanos para a destruição e o caos no mundo, e que os cristãos se opõem a essas forças malignas pela pregação do Evangelho, pela oração e pelo poder da Palavra de Deus. Os demônios existem, eles são reais e manifestam-se de várias maneiras, principalmente nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser expulsos. A essa oposição dos crentes chamamos “batalha espiritual”, assunto que todos devemos tratar com seriedade e muita responsabilidade.
A Batalha Espiritual tem várias facetas, e ela começou lá no Éden, quando, pela primeira vez o ser humano se viu frente a frente com o inimigo. Desde então, batalhas são enfrentadas a cada dia, até que venha o grande Dia do Senhor, quando Ele mesmo destruirá, para sempre, os principados e as potestades malignas.
Depois de tantos modismos a respeito de “batalha espiritual” nos últimos anos, alguns devem ainda se perguntar: “afinal, a batalha espiritual é um erro ou há suporte para essa doutrina na Bíblia?”. A Batalha Espiritual tem, sim, fundamentação bíblica. No entanto, não chamaria o assunto “batalha espiritual” de doutrina, tanto que não há na Declaração de Fé das Assembleias de Deus um capítulo dedicado a isso.
Batalha Espiritual faz parte da vida cristã, porque os crentes vivem uma constante luta contra o pecado. O problema surge quando são criados métodos e práticas que não tem sustentação bíblica e são impostos como se o tivessem.
Os modismos mais usuais nestes últimos dias da Igreja do Senhor neste mundo, relacionados à suposta batalha espiritual, são: Maldição Hereditária, Mapeamento Espiritual, Espíritos Territoriais e a Expulsão de Demônios dos próprios crentes. Estas são práticas que acompanham o ensino da falsa batalha espiritual. São práticas relacionadas a crendices populares e que confundem o discernimento do que seriam realmente os desafios da vida cristã; são práticas que atrapalham o relacionamento do crente com Deus, a comunhão dos irmãos e irmãs dentro da igreja, e o envolvimento da igreja com as pessoas de fora; são práticas que, ao invés de transformarem vidas e produzirem novas criaturas que glorifiquem o nome de Jesus, geram confusão e valorizam as obras malignas que já foram vencidas na cruz. Daremos mais detalhes dessas inovações na Primeira Lição do trimestre letivo.
É possível um crente redimido ficar possesso por demônios? Esse assunto já aparece na primeira lição do trimestre. Sendo o crente templo do Espirito Santo (1Co.3:16; 6:19; Ef.2:22), ou seja, um corpo dedicado em santificação ao Senhor, não há espaço para demônios o tomarem e possuírem. Está escrito:
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1João 5:18).
Os divulgadores da suposta batalha espiritual desenvolveram teorias estranhas à Bíblia sobre a composição do ser humano para explicarem a possessão demoníaca dos centres. Interpretam corpo, alma e espírito do ser humano como dependências isoladas entre si, contrariando toda a antropologia bíblica. Além disso, eles pinçam textos da Bíblia aqui e ali, fora do contexto, para ajustá-la às suas ideias. É bom enfatizar que a pessoa, quando liberta pelo Senhor Jesus, passa a ser propriedade exclusiva de Jesus, passando a estar debaixo da proteção divina.
Entre alguns segmentos neopentecostais é comum se invocar a presença dos demônios para depois “expulsá-los”. O curioso é que os espíritos imundos têm padrão de comportamento manifesto nos supostos endemoninhados, há uma forma estereotipada: essas pessoas ficam encurvadas para frente com os dois braços para traz e os dedos das mãos para cima. É verdade que os demônios podem se manifestar num culto, e o Senhor Jesus deu poder aos crentes para expulsá-los (Mt.10:8; Mc.16:17), e isso tem acontecido diversas vezes em nosso meio, mas nunca se tornar elemento de exibição ou de propaganda para levantar ofertas. Objetivo do culto cristão é adorar a Deus invocando o nome de Jesus, e não chamar o Diabo e fazer dele um instrumento de exibição, e de uma falsa batalha espiritual, que só confunde os incautos.
Alguns teólogos chamam de simonia a “deliberada vontade de comprar ou vender algo espiritual”. A palavra vem de Simão mágico, de Samaria, que pretendeu comprar com dinheiro as coisas espirituais (cf. Atos 8:18-21). Hoje, este termo é aplicado aos mercadores da fé que oferecem por dinheiro as bênçãos divinas. Com essas práticas, eles transformam os cultos em festivais de ofertas e em reuniões de exibições de atos aparentemente sobrenaturais para manipular os presentes. São práticas litúrgicas que desonram a Deus. Geazi, servo do profeta Eliseu (2Rs.5:20-27), foi castigado por muito menos do que hoje se faz em diversas igrejas locais pelo mundo todo, principalmente aqui no Brasil.
O que as Escrituras Sagradas afirmam sobre Batalha Espiritual?
No Antigo Testamento, lemos sobre batalhas espirituais, em que o reino maligno luta contra o reino da luz. O confronto entre o profeta Micaías e os falsos profetas liderados pelo falso profeta Zedequias (1Reis 22:6-28) e o relato paralelo em 2Crônicas cap. 18 são exemplos clássicos.
Há também o relato no livro de Jó sobre o diálogo de Deus com Satanás nos dois primeiros capítulos. Não podemos olvidar o registro bíblico da grande batalha travada entre o arcanjo Miguel e as potestades com relação à resposta da oração de Daniel. O capítulo 10 de Daniel mostra que enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude. O príncipe da Pérsia (isto é, um anjo maligno) estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de Deus. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte um dias para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel, o príncipe de Israel (Dn.10:21), chegou para ajudar o anjo mensageiro. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (Dn.12:1) demonstrou sua superioridade (cf.Ap.12:7-12). Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica retardou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2Co.2:11), deve perseverar na oração (cf.Lc.18:1-8).
No Novo Testamento, há a possessão do gadareno e a expulsão dos demônios por Jesus, e a tentação de Jesus. Não há dúvida que a tentação de Jesus no deserto foi uma batalha espiritual, e uma batalha de quarenta dias. A primeira coisa que aprendemos nisso é que Satanás é um inimigo derrotado (João 12:31; 16:11), e que o acontecido era o prenúncio da completa derrota final de Satanás. Deus expulsou Satanás do Céu (Is.14:12-15), mas Jesus veio para expulsá-lo da terra (João 12:31). Todo o reino das trevas ficou sabendo da derrota do seu maioral enquanto o Vencedor dava aos seus discípulos poder para pisar todas as hostes do Inimigo (Lc.10:19).
É válido dizer que uns ignoram a existência de uma batalha espiritual, enquanto outros a supervalorizam a ponto de cair no fanatismo. Qual o ponto de equilíbrio quando o assunto é batalha espiritual? Devemos tomar cuidado para não levar o povo ao ceticismo e ao mesmo tempo conscientizá-lo da realidade da batalha espiritual conforme a Bíblia.
Deve a igreja ser vigilante, atentar para todas as artimanhas do adversário de nossas almas, que anda ao derredor buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Quando não vigiamos, quando não estamos alerta, o inimigo facilmente se introduz na nossa vida e, o que é mais grave, acaba tendo acesso ao nosso coração, como ocorreu com Judas Iscariotes (João 13:2). A igreja deve estar sempre atenta e alerta, a fim de não permitir que o adversário venha a nos enganar. Paulo exorta:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:10-12).
Conscientizemo-nos de que estamos numa guerra espiritual. Satanás mantém todas as nações em servidão a ele mesmo e não desiste com facilidade desse seu domínio. Na realidade, ele resistirá a nós diante de cada passo que dermos ao longo do caminho. A evangelização do mundo envolve uma guerra espiritual.
Quando procuramos evangelizar, Satanás oferece-nos resistência (cf. 1Tss.2:18). Ele arrebata a Palavra que fora semeada nos corações humanos (cf. Mt.13:19). E ele semeia o joio no meio do trigo (cf. Mt.13:24). Esse joio são “os filhos do maligno”, conforme ensinou o Senhor Jesus.
Uma coisa é certa: Jesus está edificando a Sua Igreja, e as próprias portas do inferno não são suficientemente poderosas para impedir o avanço dela (cf.Mt.16:18).
Quando entramos em batalha espiritual, temos a certeza da vitória final. Satanás e todas as suas hostes foram derrotados de forma decisiva na cruz do Calvário. Ali, Jesus, “tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente” (Cl.2:15). Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus “está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potestades” (1Pd.3:22).
Mas, apesar de nos ter sido garantida a vitória final, também fomos avisados de que essa vitória não será fácil. É conforme disse Paulo: “... por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14:22).
Nenhum guerreiro poderia esperar ganhar uma batalha sem qualquer dor, sofrimento, dificuldade e desencorajamento. Jesus, porém, nos conferiu os recursos de que carecemos. Ele nos delegou autoridade espiritual para curar os enfermos, para expulsar demônios, para derrubar fortalezas espirituais, para ligar e desligar e, acima de tudo, para compartilhar as boas-novas de Jesus Cristo, a fim de que homens e mulheres possam nascer de novo e ter os seus nomes escritos no céu. Ele nos outorgou a completa armadura de Deus, bem como a espada do Espírito, que é a Sua Palavra.
Que neste trimestre possamos nos conscientizar que a batalha espiritual consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas. A batalha é renhida e o crente só vencerá com oração, jejum, comunhão com o Espírito Santo e submissão plena às Escrituras Sagradas. Pense nisso!
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Ev. Luciano de Paula Lourenço

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Aula 13 – A HUMILDADE E O AMOR DESINTERESSADO - ESBOÇO


4º Trimestre/2018
Texto Base: Lucas 14:7-14
"PORQUANTO, QUALQUER QUE A SI MESMO SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO, E AQUELE QUE A SI MESMO SE HUMILHAR SERÁ EXALTADO" (LC.14:11).
Lucas 14:7-14
7. E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes:
8. Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu,
9. e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar.
10. Mas, quando fores convidado, vai e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais para cima. Então, terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.
11. Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
12. E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado.
13. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos
14. e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos.
INTRODUÇÃO
NESTA ÚLTIMA AULA DO TRIMESTRE E DO ANO LETIVO ESTUDAREMOS SOBRE O SEGUINTE TEMA: “A HUMILDADE E O AMOR DESINTERESSADO”.
ALÉM DO QUE AINDA TEMOS A APRENDER COM ESTA ÚLTIMA AULA, RECEBEMOS, AO LONGO DESTE TRIMESTRE, VALIOSOS ESCLARECIMENTOS PARA A NOSSA CAMINHADA CRISTÃ. AS PARÁBOLAS DE JESUS NOS ENSINARAM PRINCÍPIOS DE SABEDORIA PARA A VIDA.
NESTA AULA, TRATAREMOS DA PARÁBOLA DOS PRIMEIROS ASSENTOS E DOS CONVIDADOS, PROFERIDA POR JESUS QUANDO PARTICIPAVA DE UMA REFEIÇÃO NA RESIDÊNCIA DE UM FARISEU.
PARA ALÉM DAS IMPORTANTES QUESTÕES CONCERNENTES À VIDA ESPIRITUAL, A PRESENTE AULA É UMA INSTRUÇÃO DE ETIQUETA SOCIAL, DE COMO COMPORTAR-SE EM SOCIEDADE E EM AMBIENTES ESPECÍFICOS ONDE O EXERCÍCIO DO BOM SENSO E DA DISCRIÇÃO SÓ FAZ BEM.
TAMBÉM, JESUS QUER NOS CONSCIENTIZAR DE NOSSA POSTURA ENQUANTO DISCÍPULOS DE CRISTO, DESTACANDO A IMPORTÂNCIA DE, NA PRÁTICA, DEMONSTRARMOS O QUANTO VIVEMOS SOB UMA FORMA DIFERENTE DA DO MUNDO (RM.12:2; MT.20:17-28).
I. INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA
1. O CONTEXTO DA PARÁBOLA (LC.14:1-6).
JESUS CONTA A PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES E DOS CONVIDADOS NA CASA DE UM DOS PRINCIPAIS FARISEUS.
A CASA DESSE LÍDER RELIGIOSO TORNOU-SE O PALCO DE UM GRANDE MILAGRE: A CURA DE UM HOMEM HIDRÓPICO. NESTA OCASIÃO, JESUS APRESENTOU PROFUNDOS ENSINAMENTOS SOBRE A SALVAÇÃO E O PREÇO DO DISCIPULADO.
JESUS FOI CONVIDADO PARA A REFEIÇÃO NUM SÁBADO. TUDO PARECE QUE ERA UMA TENTATIVA VELADA PARA APANHAR JESUS EM ALGUMA TRANSGRESSÃO.
A CURA DO HOMEM HIDRÓPICO DEIXA TRANSPARECER QUE O CONVITE PARA ESSE JANTAR PODE TER SIDO UM CENÁRIO ARMADO PARA ACUSAR JESUS DA QUEBRA DO DIA DO SÁBADO.
ATÉ QUE PARECE QUE ESSE ENCONTRO FORA PLANEJADO ASTUCIOSAMENTE, POR ESSE FARISEU E OS INTÉRPRETES DA LEI, A FIM DE ENCONTRAR ALGUM MOTIVO NAS PALAVRAS OU NA CONDUTA DE JESUS PARA INCRIMINÁ-LO.
NÃO SABEMOS SE ESSE HOMEM HIDRÓPICO, COM BARRIGA D’AGUA, ESTAVA DIANTE DE JESUS FURTIVAMENTE OU SE HAVIA SIDO “PLANTADO” ALI PELOS ESCRIBAS E FARISEUS, COMO UMA ARMADILHA, PARA ACUSAR JESUS.
JESUS JÁ HAVIA FEITO OUTRAS CURAS EM DIA DE SÁBADO E, SEMPRE QUE ISSO OCORRIA, UMA TEMPESTADE DE DISCUSSÕES SE FORMAVA NO HORIZONTE, AGRAVANDO AINDA MAIS A JÁ CONFLITUOSA RELAÇÃO COM O SENHOR JESUS.
JESUS, CONHECENDO AS INTENÇÕES MALICIOSAS DOS LÍDERES RELIGIOSOS POSTADOS À MESA, ARMADOS ATÉ OS DENTES PARA ACUSÁ-LO NO CASO DE ALGUMA CURA AO ENFERMO ALI POSTADO, ANTECIPA O PROBLEMA E SAI DA POSIÇÃO DE ACUSADO PARA O ATAQUE, PERGUNTANDO AOS SEUS CRÍTICOS: “É OU NÃO É LICITO FAZER O BEM NO SÁBADO?”.
AQUELES CRÍTICOS DE PLANTÃO, MUITO PROVAVELMENTE, USARAM O HOMEM DOENTE COMO ISCA E NUTRIAM OS MAIS PERVERSOS SENTIMENTOS SOBRE JESUS, SEM IMAGINAR QUE ESSA SUA ATITUDE PUDESSE SER A QUEBRA DO SÁBADO.
O DESAMOR DELES AO DOENTE E A FÚRIA DELES COM JESUS NÃO ERAM VISTOS POR ELES COMO UMA TRANSGRESSÃO DA LEI, MAS CURAR NO SÁBADO, SIM.
DIANTE DA PERGUNTA CONTUNDENTE DE JESUS, GUARDARAM SILÊNCIO E NADA DISSERAM.
ELES QUE PENSARAM EM PEGAR JESUS NA REDE DE SUA ASTÚCIA, FORAM APANHADOS PELA ARMADILHA DE SEU LEGALISMO MEDONHO.
DIANTE DO SILÊNCIO DE SEUS CRÍTICOS, SABENDO QUE JÁ ESTAVAM DERROTADOS PELO SEU SILÊNCIO COVARDE, JESUS CURA O HOMEM COM BARRIGA D’ÁGUA E DEMONSTRA AO MESMO TEMPO SEU PODER E SUA COMPAIXÃO.
O SÁBADO FOI CRIADO POR DEUS PARA O BEM DO HOMEM, PARA FAZER O BEM E NÃO O MAL, PARA TRAZER ALÍVIO E NÃO FARDO.
O SÁBADO FOI CRIADO FOI CRIADO PARA QUE AS OBRAS DE DEUS SEJAM REALIZADAS NA TERRA, E NÃO PARA QUE O LEGALISMO MORTÍFERO SEJA COLOCADO COMO JUGO PESADO SOBRE OS HOMENS.
DEPOIS DE CURAR O ENFERMO, JESUS AINDA OS CONFRONTA: “QUAL DE VÓS, SE O FILHO OU O BOI CAIR NUM POÇO, NÃO O TIRARÁ LOGO, MESMO EM DIA DE SÁBADO?” (LC.14:5).
ORA, SE A LEI PERMITIA SOCORRER UM BOI QUE CAIU NUM BURACO, POR QUE A LEI PROIBIRIA SOCORRER UM HOMEM, CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS, CAÍDO NO FOSSO DA ENFERMIDADE? NÃO VALEM OS HOMENS MAIS DO QUE OS ANIMAIS? A ISTO NADA PUDERAM RESPONDER (LC.14:6).
OS ACUSADORES ESTAVAM CALADOS, O ENFERMO ESTAVA CURADO, E A CAUSA DE JESUS SEGUIA ADIANTE SOBRANCEIRA E VITORIOSA.
2. A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA (LC.14:7-14).
OS FARISEUS ESTAVAM CUIDADOSAMENTE OBSERVANDO JESUS PARA VER SE CONSEGUIAM APANHÁ-LO DE ALGUMA FORMA. EM MEIO A ELES, JESUS OS ADMOESTOU PELA SUA ARROGÂNCIA.
A) AQUELES QUE PROCURAM A HONRA POR SI MESMOS SERÃO DESONRADOS (LC.14:7-9).
NA ÉPOCA DE JESUS O COSTUME JUDAICO EM UM JANTAR ERA DISPOR OS ASSENTOS EM FORMA DE U COM UMA MESA BAIXA DIANTE DELES. OS CONVIDADOS SE APOIAVAM NO COTOVELO ESQUERDO, E ASSENTAVAM-SE DE ACORDO COM A SUA POSIÇÃO SOCIAL, SENDO O LUGAR DE HONRA O ASSENTO NO CENTRO DO U.
QUANTO MAIS DISTANTE DO LUGAR DE HONRA, MENOR SERIA O STATUS.
SE ALGUÉM SE COLOCASSE NO PRIMEIRO LUGAR E ENTÃO CHEGASSE OUTRO CONVIDADO MAIS DIGNO, LHE PEDIRIAM QUE PASSASSE PARA UM LUGAR INFERIOR. MAS A ESTA ALTURA O ÚNICO LUGAR VAGO SERIA O DERRADEIRO, NO FINAL DA MESA.
ISTO PODE PARECER UMA ESTRANHA LIÇÃO DE BOAS MANEIRAS DADA POR JESUS, MAS O SEU SIGNIFICADO ERA MUITO MAIS AMPLO.
NO REINO DO MESSIAS, AQUELES QUE PROCURAM A HONRA POR SI MESMOS SERÃO DESONRADOS. JESUS EXPLICA QUE A HONRA NÃO PODE SER TOMADA, ELA DEVE SER DADA POR DEUS. ELE NÃO IRÁ HONRAR AQUELES QUE PROCURAM HONRAR A SI MESMO.
B) AQUELE QUE A SI MESMO SE HUMILHAR SERÁ EXALTADO (LC.14:10,11).
JESUS EXPLICOU QUE AS PESSOAS DEVEM SENTAR-SE NO DERRADEIRO LUGAR (NO FIM DA MESA). ISTO MOSTRARIA QUE A PESSOA NÃO SUPERESTIMOU A SUA PRÓPRIA IMPORTÂNCIA.
ENTÃO, O CONVIDADO PODERIA PEDIR ÀQUELA PESSOA QUE PASSASSE PARA UM LUGAR MELHOR. AO INVÉS DE SER DESONRADA, A PESSOA SERIA HONRADA.
NO REINO DE DEUS O PRINCÍPIO É O MESMO: “QUALQUER QUE A SI MESMO SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO, E AQUELE QUE A SI MESMO SE HUMILHAR SERÁ EXALTADO”.
AQUELE QUE CONVIDOU, O PRÓPRIO DEUS, FARÁ A DISPOSIÇÃO FINAL DOS LUGARES NO SEU REINO. AS PESSOAS NÃO DEVEM OUSAR ASSUMIR A SUA PRÓPRIA IMPORTÂNCIA. É MUITO MELHOR SER HONRADO POR DEUS.
C) FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM E SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO, OU RECOMPENSA (LC.14:12-14).
JESUS CONTINUA MOSTRANDO O AMBIENTE DAQUELE JANTAR E APRESENTA, ATRAVÉS DAS PALAVRAS DO PRÓPRIO JESUS, O ESTABELECIMENTO DE UM CONTRASTE RELATIVO À NOSSA MOTIVAÇÃO: INTERESSES PESSOAIS VERSOS GENEROSIDADE.
DE ACORDO COM O VERSO 12, O CONSELHO QUE JESUS DEU A SEU ANFITRIÃO REPRESENTA UMA INVERSÃO DE VALORES:
“NÃO CONVIDES OS TEUS AMIGOS, NEM TEUS IRMÃOS, NEM TEUS PARENTES, NEM VIZINHOS RICOS; PARA NÃO SUCEDER QUE ELES, POR SUA VEZ, TE CONVIDEM E SEJAS RECOMPENSADO”.
AO INVÉS DE CONVIDAR AQUELES QUE TÊM ALGUM MÉRITO, NO VERSO 13, JESUS ORIENTOU O FARISEU PARA QUE CONVIDASSE “OS POBRES, OS ALEIJADOS, OS COXOS E OS CEGOS”.
QUANDO O POVO DE DEUS CONSEGUE FAZER O BEM, SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO OU RECOMPENSA, TERÁ VERDADEIRAMENTE SERVIDO A DEUS SEM EGOÍSMO, E AQUELE QUE O SERVIR DESSA MANEIRA, VOLUNTARIAMENTE, SERÁ RECOMPENSADO POR DEUS.
II. AS GRANDES LIÇÕES DA PARÁBOLA E A INVERSÃO DA LÓGICA HUMANA
ENQUANTO JESUS ERA OBSERVADO PELOS CONVIDADOS NA CASA DO FARISEU QUE O CONVIDARA, JESUS TAMBÉM OS OBSERVAVA.
01. LIÇÕES DA PARÁBOLA.
AO MESMO TEMPO EM QUE ELES CENSURAM JESUS POR CURAR O HIDRÓPICO NO SÁBADO, ESTÃO NUTRINDO NO CORAÇÃO, NESSE PRÓPRIO JANTAR, UMA ATITUDE DE SOBERBA. ENTÃO, JESUS CONTA A PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES E DOS CONVIDADOS, PARA ENSINAR DUAS LIÇÕES CENTRAIS.
A) A NECESSIDADE IMPERATIVA DA HUMILDADE (LC.14:7-11).
JESUS CONTA A PARÁBOLA PARA ENSINAR O PRINCÍPIO EXARADO NO VERSÍCULO 11:
“POIS TODO O QUE SE EXALTA SERÁ HUMILHADO; E O QUE SE HUMILHA SERÁ EXALTADO”.
A PARÁBOLA TEM QUE VER COM UM CONVITE PARA O CASAMENTO. EM VEZ DE O CONVIDADO CHEGAR À FESTA E IMEDIATAMENTE OCUPAR OS PRIMEIROS LUGARES, DEVE PROCURAR OS ÚLTIMOS LUGARES. POIS É UM GRANDE CONSTRANGIMENTO SER SOLICITADO PARA SAIR DE UM LUGAR DE HONRA A FIM DE DAR A VEZ A OUTRO CONVIDADO.
A PARÁBOLA MOSTRA QUE A HUMILDADE É A ANTESSALA DA HONRA, MAS A SOBERBA É A PLATAFORMA DA VERGONHA. QUEM SE HUMILHA É EXALTADO; QUEM SE EXALTA É HUMILHADO.
QUAL FOI, ENTÃO, O SIGNIFICADO DA LIÇÃO MINISTRADA POR JESUS EM LC.14:7-11?
ELE DESMASCAROU A COMPETITIVIDADE SOCIAL EM QUE TODOS BRIGAM PARA FICAR EM PRIMEIRO LUGAR, PARA SEREM DESTACADOS.
ELE MOSTROU QUE UM JANTAR DO REINO DE DEUS É DIFERENTE DOS BANQUETES HUMANOS, EM QUE OS CONVITES E OS CONVIDADOS ESTÃO BASEADOS NOS MÉRITOS.
NO REINO DA JUSTIÇA, QUE É A FESTA PARA A QUAL DEUS CONVIDA A TODOS, QUEM OFERECE A HONRA DOS PRIMEIROS LUGARES É O PRÓPRIO DEUS. É DEUS QUEM TOMA A INICIATIVA DE CONVIDAR E EXALTAR.
PORTANTO, ESTE TEXTO SAGRADO ENSINA, ACIMA DE TUDO, A HUMILDADE COMO MARCA DE UM VERDADEIRO SEGUIDOR DE CRISTO (LC.9:23,24).
O PRINCÍPIO BÍBLICO DA HUMILDADE É DESTACADO EM LUCAS 11:43; 18:14; 20:46, E AQUI, EM LUCAS 14:11, QUE DIZ: “POIS TODO O QUE SE EXALTA SERÁ HUMILHADO; E O QUE SE HUMILHA SERÁ EXALTADO”.
ESSAS PALAVRAS SÃO, PORTANTO, UM JULGAMENTO. A JUSTIÇA DE DEUS CONSISTE EM INVERTER AQUILO QUE COSTUMAMOS CONSIDERAR “CERTO, JUSTO E LOUVÁVEL”.
COMO VOCÊ ESTÁ NESSA ÁREA? GOSTA DE DISPUTAR OS PRIMEIROS LUGARES OU SE CONTENTA EM TER SIDO CONVIDADO PARA UM EVENTO IMPORTANTE? ESSE É UM GRANDE DESAFIO PARA TODOS NÓS.
B) A NECESSIDADE IMPERATIVA DA MOTIVAÇÃO CERTA DAS NOSSAS AÇÕES (LC.14:12-14).
JESUS SE DIRIGE AGORA AO LÍDER FARISEU, QUE O CONVIDARA PARA COMER EM SUA CASA, E MOSTRA-LHE QUE A HOSPITALIDADE E A GENEROSIDADE DE UM BANQUETE OFERECIDO AOS CONVIDADOS PRECISAM TER A MOTIVAÇÃO CERTA.
HÁ MUITOS QUE EXPRESSAM A SUA VAIDADE NUM BANQUETE, EM VEZ DE DEMONSTRAR SUA GENEROSIDADE. RESSALTAM SUA GRANDEZA, EM VEZ DE DEMONSTRAR SUA COMPAIXÃO; FAZEM PROPAGANDO DE SUA RIQUEZA, EM VEZ DE REVELAR SUA BONDADE; CONVIDAM PESSOAS RICAS PARA RECEBER EM TROCA REDOBRADA RECOMPENSA, EM VEZ DE EXPRESSAREM AMOR AOS QUE NÃO TÊM COM O QUE RETRIBUIR.
É CLARO QUE JESUS NÃO ESTÁ AQUI PROIBINDO NINGUÉM DE CONVIDAR SEUS PARES, SEUS AMIGOS E SUA FAMÍLIA PARA UM BANQUETE.
O QUE JESUS ESTÁ PROIBINDO É A MOTIVAÇÃO EGOÍSTA DE SÓ OFERECER UM BANQUETE ÀQUELES QUE PODEM DEVOLVER O FAVOR OU SÓ DAR PARA RECEBER EM TROCA A BENEVOLÊNCIA.
JESUS ENSINA QUE DEVEMOS HONRAR AQUELES QUE NADA PODEM RETRIBUIR-NOS NESTA VIDA, PARA QUE NOSSA RECOMPENSA SEJA RECEBIDA NA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS (LC.14:14).
PORTANTO, A LIÇÃO QUE JESUS ENSINOU É A DE NÃO BUSCARMOS NOSSOS INTERESSES PESSOAIS QUANDO FAZEMOS UM FAVOR A ALGUÉM. OU MELHOR, AS NOSSAS AÇÕES DEVEM SER PRATICADAS SEM ESPERAR RECIPROCIDADE ALGUMA.
TAL ATITUDE DEVE NORTEAR OS PENSAMENTOS DOS VERDADEIROS SEGUIDORES DO MESTRE, POIS ELE MESMO ASSIM VIVIA E PRATICAVA BOAS AÇÕES COM ESPÍRITO HUMILDE E AMOR DESINTERESSADO (MT.20:28; JOÃO 10:17,18; 15:13).
2. A LÓGICA DO REINO É DIFERENTE DA HUMANA.
EM SÍNTESE, A HUMILDADE E AMOR DESINTERESSADO SÃO AS GRANDES LIÇÕES ENSINADAS NESTA PARÁBOLA QUE DESAFIAM A LÓGICA HUMANA, POIS NESTA PREVALECEM AS ESTRATÉGIAS OPORTUNISTAS, MAS NA LÓGICA DO REINO TUDO É DIFERENTE.
MUITOS TÊM SIMULADO FAVORES QUANDO, NA VERDADE, ESTÃO BUSCANDO VANTAGENS PESSOAIS.
VOCÊ ESTÁ OCUPANDO OS PRIMEIROS LUGARES NAS FESTAS?
VOCÊ TEM CONVIDADO E ACOLHIDO OS MENOS FAVORECIDOS?
VOCÊ ESTÁ SOSSEGADO EM RECEBER A SUA RECOMPENSA SÓ POR OCASIÃO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS? ESTE É O GRANDE DESAFIO.
III. A RECOMPENSA DA HUMILDADE E DO ALTRUÍSMO
1. HUMILDADE E ALTRUÍSMO.
A HUMILDADE E O ALTRUISMO SÃO DUAS CARACTERÍSTICAS INDISPENSÁVEIS AO VERDADEIRO CRISTÃO.
NESTA PARÁBOLA, CRISTO NOS ENSINA O CULTIVO DA HUMILDADE E DO DESPRENDIMENTO, TAMBÉM CONHECIDO COMO AMOR DESINTERESSADO OU ALTRUÍSMO.
A HUMILDADE FOI UMA DAS CARACTERÍSTICAS MARCANTES NA VIDA E NO MINISTÉRIO DE JESUS - “TOMAI SOBRE VÓS O MEU JUGO, E APRENDEI DE MIM, QUE SOU MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO...”(MT.11:29).
HUMILDADE É O SOBRETUDO DO VERDADEIRO CRISTÃO - “... REVESTI-VOS DE HUMILDADE, PORQUE DEUS RESISTE AOS SOBERBOS, MAS DÁ GRAÇA AOS HUMILDES”(1PD.5:5).
HUMILDADE É UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA TODO AQUELE QUE QUISER SER UMA TESTEMUNHA DE CRISTO.
OS CRISTÃOS NO PRINCÍPIO DA IGREJA FORAM ENSINADOS QUE O ORGULHO, A ALTIVEZ, A SOBERBA ERAM COISAS DO MUNDO E QUE “DEUS RESISTE AOS SOBERBOS, DÁ, PORÉM, GRAÇA AOS HUMILDES”(TG.4:6).
NESTE MESMO SENTIDO ENSINOU O APÓSTOLO PAULO: “NADA FAÇAIS POR CONTENDA OU POR VANGLÓRIA, MAS POR HUMILDADE; CADA UM CONSIDERE OS OUTROS SUPERIORES A SI MESMO”(FP.2:3).
PELO QUE SE PODE OBSERVAR, ENTRE OS CRENTES DO INÍCIO DA IGREJA NÃO HAVIA SENTIMENTOS DE GRANDEZA, ORGULHO, SOBERBA, SUPERIORIDADE – “E ERA UM O CORAÇÃO E A ALMA DA MULTIDÃO DOS QUE CRIAM...” (ATOS 4:32).
ENTRE ESSES CRISTÃOS, SERVIR AO PRÓXIMO ERA UM DEVER BASILAR DA FÉ. ELES SERVIAM AO PRÓXIMO NÃO POR VANGLÓRIA, MAS POR DEDICAÇÃO PESSOAL E ALTRUÍSMO (FP.2:3-11).
2. AMOR, A PALAVRA-CHAVE DO ALTRUÍSMO.
O AMOR AGE COMO FATOR CIVILIZADOR, TRANSFORMANDO O EGOÍSMO NO ALTRUÍSMO.
PORÉM, DEVEMOS OLHAR PARA O AMOR DE UMA FORMA MAIS AMPLA, NÃO NOS LIMITANDO A AMAR APENAS OS MAIS PRÓXIMOS, UMA VEZ QUE NÃO É UMA MOEDA DE TROCA, NÃO É ALGO QUE SE COMPRA OU QUE SE NEGOCIA.
O AMOR É UM SENTIMENTO RELEVANTE QUE DEVE SER PREZADO E ESTENDIDO A TODAS AS PESSOAS.
O AMOR É A PALAVRA-CHAVE DO ALTRUÍSMO, POIS ESTE SÓ PODE SER PRATICADO EM AMOR E, POR SUA VEZ, O AMOR SÓ PODE SER REVELADO NA PRÁTICA.
É NOSSO DEVER CULTIVAR O ALTRUÍSMO EM LUGAR DO EGOÍSMO.
NOEMI, SOGRA DE RUTE, SEMEOU AMOR, PLANTOU ALTRUÍSMO; E, MAIS TARDE, COLHEU OS RESULTADOS.
“E, SE O IRMÃO OU A IRMÃ ESTIVEREM NUS E TIVEREM FALTA DE MANTIMENTO COTIDIANO, E ALGUM DE VÓS LHES DISSER: IDE EM PAZ, AQUENTAI-VOS E FARTAI-VOS; E LHES NÃO DERDES AS COISAS NECESSÁRIAS PARA O CORPO, QUE PROVEITO VIRÁ DAÍ? ASSIM TAMBÉM A FÉ, SE NÃO TIVER AS OBRAS, É MORTA EM SI MESMA” (TG.2:15-17).
“QUEM, POIS, TIVER BENS DO MUNDO E, VENDO O SEU IRMÃO NECESSITADO, LHE CERRAR O SEU CORAÇÃO, COMO ESTARÁ NELE A CARIDADE DE DEUS?” (1JOÃO 3:17).
3. A RECOMPENSA.
AJUDAR AOS QUE ESTÃO NECESSITADOS É ALTRUÍSMO, E ISSO TRARÁ RECOMPENSA NESTE MUNDO OU NO PORVIR (MT.25:34-40).
DESDE O INÍCIO DA HISTÓRIA DA IGREJA, HAVIA AQUELES QUE PADECIAM DE NECESSIDADES PARA SOBREVIVER (CF. AT.2:45; 4:35).
SE É VERDADE QUE DEUS TEM PROMESSA DE QUE O JUSTO NÃO SERÁ DESAMPARADO E QUE SUA DESCENDÊNCIA NÃO MENDIGARÁ O PÃO (SL.37:25), ISTO SE DEVE, EM GRANDE PARTE, AO FATO DE QUE O SENHOR, NA IGREJA, PROPORCIONA AQUELES QUE REPARTEM O QUE TÊM COM QUEM TEM NECESSIDADE.
A IGREJA PRIMITIVA COMPARTILHAVA DESTA PRÁTICA LARGAMENTE (AT.4.32-37). “NÃO HAVIA, POIS, ENTRE ELES NECESSITADO ALGUM...” (AT.4:34).
A FUNÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA IGREJA É UMA DAS SUAS PEDRAS DE TOQUE E, SEM DÚVIDA, UMA DAS FORMAS MAIS PODEROSAS DE DEMONSTRARMOS AO MUNDO A NOSSA DIFERENÇA E O AMOR DE DEUS QUE ESTÁ EM NOSSOS CORAÇÕES.
PODEMOS FAZER MUITAS DECLARAÇÕES AO SENHOR E PROMETER-LHE OBEDIÊNCIA E AMOR. NO ENTANTO, É DIANTE DO NOSSO PRÓXIMO QUE VAMOS MOSTRAR SE HÁ MESMO AMOR, BENIGNIDADE, BONDADE, ETC, EM NOSSOS CORAÇÕES.
DE NADA VALE O NOSSO DISCURSO SE NÃO HÁ A PRÁTICA DE BOAS OBRAS PALPÁVEIS (TG.2:14-17).
OS IRMÃOS POBRES ESTÃO NA IGREJA EM GRANDE MAIORIA, E JESUS DISSE QUE SEMPRE HAVERIA POBRES SOBRE A FACE DA TERRA (JOÃO 12:8), NÃO FUGINDO DESTA REALIDADE NEM MESMO AQUELES QUE PERTENCEM À IGREJA, COMO NOS MOSTRA O EPISÓDIO QUE LEVOU À CRIAÇÃO DO DIACONATO (AT.6:1-3).
PAULO FEZ UM GRANDE COLETA PARA SUPRIR A NECESSIDADE BÁSICA DOS IRMÃOS POBRES DA JUDÉIA, PRECISAMENTE EM JERUSALÉM. VEJA AS PALAVRAS DE PAULO:
 “PORQUANTO PARECEU BEM ÀS IGREJAS DA MACEDÔNIA E DA ACAIA LEVANTAR UMA OFERTA FRATERNAL PARA OS POBRES DENTRE OS SANTOS DE JERUSALÉM” (RM.15:27).
MUITAS VEZES PODEMOS FAZER MUITO COM POUCO. JESUS DECLAROU O SEGUINTE:
“E AQUELE QUE DER ATÉ MESMO UM COPO DE ÁGUA FRESCA A UM DESTES PEQUENINOS, NA QUALIDADE DE DISCÍPULOS, EM VERDADE VOS DIGO, QUE DE MODO ALGUM PERDERÁ SUA RECOMPENSA”(MT.10:42).
EXORTA O APÓSTOLO PAULO:
 “CADA UM CONTRIBUA SEGUNDO PROPÔS NO SEU CORAÇÃO, NÃO COM TRISTEZA OU POR NECESSIDADE; PORQUE DEUS AMA AO QUE DÁ COM ALEGRIA. E DEUS É PODEROSO PARA TORNAR ABUNDANTE EM VÓS TODA GRAÇA, A FIM DE QUE, TENDO SEMPRE, EM TUDO, TODA SUFICIÊNCIA, SUPERABUNDEIS EM TODA BOA OBRA” (2CO.9:7,8).
O CRENTE QUE CONTRIBUI COM O QUE PODE, PARA AJUDAR OS NECESSITADOS, VERÁ QUE A GRAÇA DE DEUS SUPRIRÁ O SUFICIENTE PARA SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES, E ATÉ MAIS, A FIM DE QUE POSSA SER FECUNDO EM TODA BOA OBRA.
CONCLUSÃO
JESUS ACONSELHOU AS PESSOAS A NÃO SE APRESSAREM A OCUPAR OS MELHORES LUGARES EM UM BANQUETE.
ENTRETANTO, HOJE MUITOS ESTÃO ANSIOSOS POR ELEVAR A SUA POSIÇÃO SOCIAL. QUEM NUNCA CONHECEU PESSOAS QUE SÃO CAPAZES DE TUDO PARA CONSEGUIR UM HOLOFOTE?
MUITAS PESSOAS BUSCAM OS MELHORES LUGARES NOS PÚLPITOS, NAS SOLENIDADES E EM QUAISQUER OUTRAS ATIVIDADES QUE ESTEJAM PRESENTES. HÁ UMA FOME PELOS PRIMEIROS LUGARES!
QUEM NÃO CONHECE PESSOAS QUE SÓ SE RELACIONAM COM OUTRAS POR CAUSA DAS "VANTAGENS" QUE LHE PODEM OFERECER?
NÃO É UMA RELAÇÃO PELO VALOR DAS PESSOAS, MAS PELO O QUE ELAS PODEM OFERECER. ISSO OCORRE, INFELIZMENTE, EM NOSSAS ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS.
NESTA PARÁBOLA, JESUS CONDENA TAIS ATITUDES. QUEM O SEGUE NÃO SE PORTA COMO AMANTE DOS PRIMEIROS LUGARES NEM FAZEM O BEM POR ALHEIOS INTERESSES.
O PAI CELESTE CONHECE A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CORAÇÃO DE SEUS FILHOS.
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Luciano de Paula Lourenço
Fonte: Aula 13 - A HUMILDADE E O AMOR DESINTERESSADO - Subsídio