terça-feira, 2 de abril de 2024

O INÍCIO DA CAMINHADA

         2°Trimestre de 2024

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 01

Texto Base: João 3:1-8

“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3).

João 3:1-8

1.E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

2.Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

3.Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.

4.Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?

5.Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.

6.O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

7.Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.

8.O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

INTRODUÇÃO

Com esta Aula damos início ao estudo letivo do 2º Trimestre da EBD de 2024. Durante os próximos três meses, seremos guiados pelo tema inspirador: "A Carreira que nos está Proposta - O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para chegar ao Céu”. É uma jornada de reflexão e crescimento espiritual nas Escolas Bíblicas Dominicais em todo o Brasil.

Nesta primeira lição, voltamo-nos para um momento crucial em nossa jornada de fé: "O Início da Caminhada". Este é o ponto de partida, o momento em que, guiados pelo Espírito Santo, decidimos seguir os passos do Mestre e embarcar na emocionante aventura da vida cristã. É um convite para relembrar as raízes da nossa fé e renovar nosso compromisso com o Senhor. Ao explorarmos as Escrituras, encontramos diversos exemplos de homens e mulheres que, como nós, deram os primeiros passos nessa jornada significativa: Abraão, o pai da fé, ouviu o chamado de Deus para sair da sua terra e seguir em direção a uma terra que Ele mostraria; Moisés, diante da sarça ardente, recebeu a incumbência de liderar o povo de Israel rumo à liberdade.

Esses momentos inaugurais são cruciais, pois marcam não apenas o início de uma caminhada, mas o início de uma história transformadora de fé, confiança e obediência.

Esta primeira Lição tem como propósito nos fazer compreender o início de nossa caminhada com Cristo e o quanto somos agraciados com a presença da Santíssima Trindade nessa trajetória. Conceituaremos também o Novo Nascimento e o estudaremos como uma experiência proveniente do Espírito Santo, conforme as Escrituras nos apresentam. Finalmente, mostraremos a importância do Novo Testamento no início dessa jornada de fé.

Que este trimestre seja um tempo de renovação espiritual e crescimento profundo em nosso relacionamento com Deus. Que possamos, juntos, compreender e abraçar a carreira que nos está proposta, começando pela reflexão sobre "o início da caminhada". Que o Espírito Santo guie nossas discussões e nos conduza a uma compreensão mais profunda da vontade de Deus para nossas vidas.

I. A CAMINHADA COM CRISTO

1. Compreendendo os dois caminhos

Na história humana, temos dois caminhos: o da vida natural e o da vida com Cristo.

a) Vida natural. A jornada da vida humana é um presente divino marcado pelo nascimento natural, um início que se desdobra ao longo de diversas fases, desde a infância até a velhice. Esta trajetória, embora repleta de experiências, não é eterna, sendo caracterizada por momentos únicos, como o nascimento e a inevitável morte. Jesus, ao proferir a expressão "o que é nascido da carne é carne" (João 3:6), direciona nosso olhar para a natureza temporal e limitada dessa existência. Este caminho terreno é permeado por desafios, alegrias, tristezas, e, muitas vezes, pela busca incessante por significado em meio às contingências da vida.

b) Vida com Cristo. Ao convidarmos o Senhor Jesus para fazer parte da nossa jornada, somos introduzidos a uma nova dimensão de vida. A vida com Cristo representa o início de uma narrativa renovada, caracterizada por uma verdadeira felicidade e plenitude no Espírito (Rm.8:2). Essa transformação não apenas oferece novos propósitos, mas também redefine nossos pensamentos e preenche nossas esperanças com uma perspectiva celestial (Rm.12:2). Tornamo-nos filhos e filhas de Deus, guiados pelo Espírito, e esse renascimento espiritual é expresso nas palavras de Jesus: "O que é nascido do Espírito é espírito" (João 3:6).

Esta dicotomia entre esses dois caminhos destaca a natureza dual da existência humana. O caminho da vida natural, embora repleto de experiências temporais, é limitado e, por vezes, permeado por incertezas e inquietações. Por outro lado, a vida com Cristo representa uma jornada de significado mais profundo, onde encontramos propósito, esperança e alegria genuína.

O nascimento espiritual oferece uma perspectiva transformadora que transcende as fronteiras da vida terrena, conectando-nos à eternidade e à comunhão com o Criador.

Ao compreender esses dois caminhos, somos desafiados a refletir sobre a escolha que fazemos diariamente. Optar por caminhar com Cristo implica não apenas em uma mudança de destino, mas em uma transformação fundamental na maneira como percebemos e vivenciamos a vida. Que possamos escolher conscientemente trilhar o caminho da vida com Cristo, onde a verdadeira plenitude e alegria eterna aguardam aqueles que aceitam o convite do Salvador.

2. Os três companheiros da nossa caminhada

Essa jornada de fé é marcada pela proximidade e amor de Deus, revelando três companheiros essenciais que nos guiam, sustentam e transformam: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ao recebermos Jesus como nosso Salvador, somos introduzidos a uma comunhão íntima e transformadora com a Trindade divina.

a) O Pai. Ao aceitarmos Jesus, Deus se torna nosso Pai (Efésios 1:3-6). Essa relação paterna é fundamentada no cuidado, na instrução e no fortalecimento divino. Somos agora considerados filhos e filhas amados, experimentando a graça e a misericórdia de um Pai celestial. Essa conexão nos proporciona segurança, direção e a confiança de que somos herdeiros das promessas divinas.

b) O Filho. Jesus Cristo, o Filho de Deus, é aquele que nos concede a vitória sobre o pecado e todas as adversidades (1Coríntios 15:57). Seu sacrifício na cruz não apenas nos redime, mas também nos outorga vida eterna, demonstrando o amor incomparável do Pai (João 3:16). Além disso, Cristo é o caminho que nos conduz com segurança ao reino celestial (Colossenses 2:6,7). Ele é não apenas o Salvador, mas o companheiro constante em nossa jornada, orientando-nos na verdade e na retidão.

c) O Espírito Santo. O terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo, é nosso auxiliador e consolador (João 14:26). Através d'Ele, Deus opera o milagre do Novo Nascimento, transformando nossa natureza caída e tornando-nos verdadeiros filhos de Deus. É o Espírito Santo que nos guia, capacita e fortalece para vivermos de acordo com a vontade divina. Ele é a presença divina em nós, conduzindo-nos a uma vida de santidade e comunhão mais profunda com o Pai e o Filho.

A dinâmica entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo revela a completude da obra divina em nossa caminhada de fé. O Pai nos ama e guia como um Pai cuidadoso, o Filho nos redime e lidera como o Salvador gracioso, enquanto o Espírito Santo nos transforma e capacita como o Consolador presente. Essa tríade divina não apenas molda nosso relacionamento com Deus, mas também define nossa identidade como filhos e filhas do Altíssimo. Na comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, encontramos a plenitude da vida cristã, experienciando o amor, a graça e a direção divina em cada passo da nossa caminhada.

II. O NOVO NASCIMENTO

1. Por que precisamos do Novo Nascimento?

O imperativo do Novo Nascimento, proclamado por Jesus a Nicodemos, não é apenas uma instrução isolada, mas uma necessidade intrínseca a toda a humanidade. A urgência desse renascimento é fundamentada na condição caída e pecaminosa do homem, exigindo uma intervenção divina para restaurar a comunhão perdida com Deus.

a) Condição caída da humanidade. Ao destacar a palavra "homem" no diálogo com Nicodemos, Jesus utiliza um termo que engloba toda a humanidade, revelando que todos os seres humanos estão sob a influência do pecado (João 3:4). Essa condição, declarada de forma contundente em Romanos 3:23, ressalta que todos pecaram, resultando na necessidade de uma restauração espiritual profunda.

b) A necessidade do Novo Nascimento. A natureza caída do homem impõe a necessidade imperativa do Novo Nascimento, um processo regenerativo divino. Jesus, ao afirmar que Nicodemos precisava nascer de novo, indica que a transformação não é simplesmente uma opção, mas uma condição essencial para restaurar a relação perdida com Deus (João 3:5). Este renascimento não é baseado em méritos humanos, mas na graça divina que transcende a falibilidade humana (Efésios 2:4,5).

c) Ação Divina e transformação interior. O Novo Nascimento não é resultado de esforços humanos, mas sim de uma ação divina no interior do indivíduo. A regeneração, mencionada em João 3:5, é uma experiência transformadora, onde o Espírito Santo realiza uma obra sobrenatural, capacitando o homem a nascer espiritualmente e se tornar uma nova criação em Cristo (2Coríntios 5:17). Essa transformação não apenas perdoa os pecados passados, mas cria um novo coração e uma nova natureza em comunhão com Deus.

d) A Nova Vida em Cristo. O Novo Nascimento não é apenas uma mudança superficial, mas uma reviravolta completa na vida da pessoa regenerada. É um convite para uma existência vivificante em união com Deus, refletida no texto bíblico que afirma: "Não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). O indivíduo nascido de novo é capacitado pelo Espírito Santo a viver uma vida que glorifica a Deus e está alinhada com Seus propósitos (João 20:22; 15:5).

Enfim, o Novo Nascimento é a resposta divina à condição pecaminosa da humanidade. É um chamado para uma experiência transformadora, onde a graça de Deus restaura e renova, capacitando-nos a viver uma vida que reflete Sua natureza e propósito. É somente através do Novo Nascimento que a profunda necessidade espiritual da humanidade é atendida, permitindo que cada indivíduo se torne parte de uma nova criatura em Cristo (2Corintios 5:17). Portanto, a urgência desse renascimento é um lembrete poderoso da oferta generosa de Deus para restaurar e redimir aqueles que escolhem seguir o caminho da regeneração espiritual.

2. A religião não faz nascer de novo

A narrativa envolvendo Nicodemos destaca a limitação da religião em proporcionar o Novo Nascimento, evidenciando que a tradição e o conhecimento teológico não são suficientes para transformar a natureza humana.

O encontro entre Nicodemos e Jesus ilustra a necessidade de uma experiência espiritual genuína e da ação do Espírito Santo para efetuar a regeneração. Nicodemos, um príncipe dos judeus e fariseu, representava um indivíduo profundamente enraizado na tradição e nos ensinamentos da religião judaica. Sua posição e conhecimento das Escrituras eram notáveis, mas sua busca por Cristo revela uma lacuna em sua experiência espiritual. Mesmo com todo seu entendimento teológico, Nicodemos reconheceu que algo fundamental estava faltando em sua vida espiritual.

A inclusão do termo "fariseu" destaca a afiliação religiosa de Nicodemos, mostrando que, apesar de sua devoção e conhecimento, a tradição religiosa não oferecia o que sua alma verdadeiramente precisava. A religião, por si só, não tinha o poder de gerar o Novo Nascimento. As práticas religiosas e a observância da lei não eram capazes de proporcionar a transformação espiritual necessária para ver o Reino de Deus.

A abordagem direta de Jesus revela a necessidade de uma experiência espiritual autêntica e pessoal. A resposta de Jesus a Nicodemos, indicando que é necessário nascer de novo, destaca que a regeneração não é um resultado da observância externa da religião, mas de uma transformação interna operada pelo Espírito Santo.

Jesus enfatiza que a nova vida necessária para Nicodemos só seria alcançada através da ação poderosa do Espírito Santo (João 16:7-11; Romanos 8:5-7). Essa obra interior do Espírito é crucial para romper com a natureza caída e iniciar uma nova jornada espiritual. É a intervenção divina que transcende as práticas religiosas externas, alcançando o âmago do coração humano.

Enfim, a história de Nicodemos destaca que a religião, por mais rica em tradições e conhecimentos que seja, não é suficiente para gerar o Novo Nascimento. A verdadeira regeneração espiritual ocorre pela ação do Espírito Santo, que vai além das práticas externas e penetra profundamente na alma, transformando-a e capacitando-a a ver e entrar no Reino de Deus. Essa lição é atemporal e relevante, desafiando-nos a buscar uma fé que vá além de rituais e tradições, focando-se na experiência transformadora proporcionada pela ação direta do Espírito Santo em nossas vidas.

3. O Novo Nascimento e seu processo

O Novo Nascimento, uma experiência central na vida cristã, representa a transformação espiritual que ocorre quando uma pessoa se entrega a Cristo. Este processo, delineado nas Escrituras, revela camadas profundas de renovação e redenção, guiadas pela graça de Deus e pela ação do Espírito Santo. Veja os estágios desse processo:

a) Reconhecimento da necessidade. O primeiro estágio do Novo Nascimento envolve o reconhecimento da necessidade espiritual. Como expresso por Jesus a Nicodemos, aquele que não reconhece sua condição de necessidade espiritual não busca a regeneração (João 3:3). Esse reconhecimento muitas vezes é despertado pela consciência do pecado, da separação de Deus e da fome de significado e propósito na vida.

b) Arrependimento e Fé. O arrependimento é uma parte integral do processo do Novo Nascimento. Envolve uma mudança de mente e coração em relação ao pecado e a Deus. A fé, por sua vez, é o ato de confiar em Jesus Cristo como Salvador pessoal. Juntos, arrependimento e fé constituem a resposta humana à iniciativa divina, permitindo que a graça de Deus se manifeste na vida do crente (Efésios 2:8,9).

c) A ação soberana do Espírito Santo. Conforme Jesus explica a Nicodemos, o nascimento espiritual ocorre pelo Espírito (João 3:5). É uma intervenção divina que transforma a natureza caída do ser humano, gerando uma nova criação em Cristo (2Coríntios 5:17). O Espírito Santo realiza o milagre do Novo Nascimento, capacitando o crente a ver, entender e entrar no Reino de Deus.

d) Batismo e identificação com Cristo. O batismo, frequentemente associado ao Novo Nascimento, simboliza a identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Representa publicamente a decisão de morrer para o velho eu e nascer para uma nova vida em Cristo (Romanos 6:3,4). Embora o batismo em si não conceda o Novo Nascimento, ele é uma expressão tangível dessa transformação interior.

e) Crescimento contínuo. O Novo Nascimento não é um evento isolado, mas o início de uma jornada de crescimento espiritual contínuo. Envolve a renovação constante da mente (Romanos 12:2), a busca pela santidade (1Pedro 1:16) e a participação ativa na comunidade cristã. O crente, agora nascido de novo, é capacitado pelo Espírito Santo para crescer em conformidade com a imagem de Cristo ao longo da vida.

Enfim, o Novo Nascimento é um processo profundo e transformador que vai além de uma simples conversão inicial. Enraizado na obra redentora de Cristo e capacitado pela ação do Espírito Santo, esse processo envolve o reconhecimento da necessidade, arrependimento, fé, ação divina soberana, identificação com Cristo e um compromisso contínuo com o crescimento espiritual. É uma jornada marcada pela graça abundante de Deus, que restaura e renova completamente aqueles que escolhem seguir a Cristo.

III. O NOVO TESTAMENTO E A CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO

1. O Novo Testamento

O entendimento do Novo Testamento como Escritura na vida da Igreja é um processo evolutivo que se desenvolveu ao longo do tempo, marcando uma transição significativa entre a Antiga e a Nova Aliança. Essa transformação, fundamentada nas raízes bíblicas, revela a importância da palavra "aliança" e a relação essencial entre o Antigo e o Novo Testamentos no cânone das Escrituras Sagradas da Igreja.

a) Transição das Alianças. O Novo Testamento é percebido como uma unidade que marca a transição entre a Antiga Aliança, representada pela Lei, e a Nova Aliança, plenamente cumprida em Cristo (Gálatas 4:4). A compreensão dessa transição é essencial para perceber a progressão da revelação divina na história da salvação.

Na Bíblia, a palavra "aliança" é muito importante. Ela vem do grego “diathéke” e se refere à maneira pela qual Deus organiza e gerencia a salvação das pessoas. Em Jeremias 31:31, essa aliança é descrita como um plano divino para trazer redenção e bênçãos para aqueles que creem. Em termos simples, é como um contrato especial entre Deus e seu povo, estabelecendo uma relação de amor e compromisso mútuo.

b) Significado Canônico. O entendimento canônico do Novo Testamento como parte integral das Escrituras Sagradas destaca sua autoridade e relevância para a fé cristã. O termo "testamento", derivado do latim “testamentum”, carrega a mesma força descritiva de “diathéke”, enfatizando a ordenação divina e a dispensação da salvação por meio de Cristo.

c) Cumprimento pleno em Cristo. O Novo Testamento é visto como o cumprimento pleno das promessas e profecias encontradas no Antigo Testamento. Cristo é o ponto central dessa consumação, representando o ápice da revelação divina e a concretização das promessas messiânicas e redentoras (Mateus 5:17).

d) Desenvolvimento gradual na vida da Igreja. O reconhecimento do Novo Testamento como Escritura não ocorreu de imediato na vida da Igreja. Foi um processo gradual, influenciado por debates teológicos, concílios e a orientação do Espírito Santo. Esse desenvolvimento gradual destaca a importância da reflexão e discernimento na compreensão das Escrituras ao longo da história cristã.

e) Relevância contínua na caminhada de Fé. O Novo Testamento não é apenas um registro histórico, mas uma fonte contínua de orientação e inspiração para a caminhada de fé do cristão. Suas epístolas, evangelhos e demais escritos oferecem ensinamentos práticos, princípios éticos e aprofundamento teológico que moldam a vida cristã e fortalecem a comunhão com Deus.

Enfim, a análise do Novo Testamento na caminhada de fé do cristão revela não apenas um livro sagrado, mas a culminação da revelação divina em Cristo. A transição das Alianças, a compreensão canônica e o desenvolvimento gradual na vida da Igreja enfatizam a importância dessa porção das Escrituras. Sua relevância continua a guiar, instruir e transformar a jornada espiritual dos crentes, conectando-os ao cumprimento pleno das promessas divinas em Jesus Cristo.

2. O tema principal do Novo Testamento

Indubitavelmente, o tema central do Novo Testamento é a pessoa de Jesus Cristo. Ele é apresentado como o Messias prometido, o Filho de Deus encarnado, e o Salvador da humanidade. Desde o nascimento até a ressurreição, cada relato, ensinamento e epístola estão intrinsecamente ligados à vida, morte e ressurreição de Cristo.

O Novo Testamento, como o culminar da revelação divina, concentra-se de maneira inequívoca na pessoa de Jesus Cristo. Todos os personagens, narrativas e ensinamentos apresentados neste documento sagrado ganham significado e relevância quando contextualizados na luz do ministério redentor de nosso Senhor. Essa centralidade em Cristo é inegavelmente a essência e o propósito fundamental do Novo Testamento.

O ministério de Jesus tem uma ênfase salvífica marcante. Sua missão, como declarado em Mateus 1:21, é salvar o povo dos seus pecados. O próprio nome "Jesus" significa "Yahweh salva". A encarnação de Deus (João 1:14) e a singularidade mediadora de Cristo (1Timóteo 2:5) são elementos fundamentais que permeiam todo o Novo Testamento.

O interesse principal do ministério de Jesus, conforme evidenciado em diversas passagens, é reconciliar o mundo com Deus. Sua vida, ensinamentos, sacrifício na cruz e ressurreição são o alicerce dessa reconciliação. A redenção oferecida por meio de Cristo é central para a compreensão do Novo Testamento, mostrando a magnanimidade do amor divino em trazer a humanidade de volta à comunhão com o Criador.

Os personagens apresentados no Novo Testamento adquirem significado à medida que estão relacionados à sombra de Jesus. Seja João Batista preparando o caminho, os discípulos testemunhando milagres ou os apóstolos proclamando o evangelho, todos desempenham papéis coadjuvantes que apontam para a centralidade de Cristo na narrativa divina da redenção.

O Novo Testamento, em sua totalidade, destaca o cumprimento das profecias do Antigo Testamento em Jesus Cristo. Ele é a realização das esperanças e promessas divinas, conectando-se de maneira coesa e coerente à tradição profética judaica.

Enfim, a pessoa de Jesus Cristo emerge como o fio condutor, o tema central e a esperança redentora que percorre todo o Novo Testamento. Sua presença transformadora, ministério salvífico e a promessa de reconciliação com Deus unificam e dão significado a todas as partes dessa Escritura Sagrada. Assim, o Novo Testamento não é apenas um registro histórico, mas uma testemunha viva da graça divina manifestada em Cristo para a salvação da humanidade.

3. A importância do Novo Testamento na caminhada do cristão

O Novo Testamento desempenha um papel fundamental na caminhada de fé do cristão, pois não apenas reflete o desenvolvimento da revelação divina, mas também apresenta o cumprimento das promessas e o plano redentor de Deus por meio de Jesus Cristo. Isto é essencial para compreender a mensagem salvífica e para iniciar uma jornada transformadora de fé. Veja alguns pontos importantes:

a) Desenvolvimento da revelação Divina. O Novo Testamento não é apenas uma continuação do Antigo, mas representa uma nova fase no desenvolvimento da revelação divina. O livro de Hebreus (Hb.1:1,2) destaca essa transição, indicando que, enquanto no Antigo Testamento temos as promessas, no Novo Testamento encontramos o cumprimento dessas promessas em Cristo. Isso enfatiza a progressão da revelação, levando a uma compreensão mais completa do plano de Deus para a salvação.

b) Cumprimento das promessas em Jesus Cristo. O Novo Testamento apresenta Jesus Cristo como o cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Ele é a encarnação da Palavra de Deus (João 1:14), a promessa messiânica e o sacrifício redentor prometido. As profecias, os tipos e sombras do Antigo Testamento encontram seu significado pleno em Cristo, evidenciando Sua obra redentora e o plano salvífico divino.

c) Consumação do plano de Deus. O Novo Testamento não apenas apresenta o cumprimento das promessas, mas também a consumação do plano de Deus para a reconciliação da humanidade consigo mesma. A ênfase salvífica se destaca na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Textos como Mateus 1:21,23 e 1Timóteo 2:5 ressaltam a natureza redentora do ministério de Cristo, destacando o propósito central de reconciliar o mundo com Deus.

d) Início de uma nova jornada de Fé. Ao compreender o Novo Testamento, o cristão inicia uma nova jornada de fé. O conhecimento profundo da vida, ensinamentos e sacrifício de Cristo inspira uma resposta de fé, arrependimento e dedicação ao Senhor. A mensagem central do Novo Testamento não é apenas informativa, mas transformadora, levando os crentes a uma experiência pessoal e contínua de comunhão com Deus.

e) Reconciliação e nova identidade em Cristo. A importância do Novo Testamento na caminhada do cristão reside na revelação da reconciliação oferecida por Deus em Jesus Cristo. 2Coríntios 5:19 destaca esse aspecto, mostrando como, por meio de Cristo, somos reconciliados com Deus. O Novo Testamento também destaca a nova identidade que os crentes têm em Cristo, possibilitando uma transformação interior e um alinhamento com os propósitos divinos.

Enfim, o Novo Testamento é crucial para a caminhada do cristão, pois não apenas apresenta o cumprimento das promessas e o plano redentor de Deus, mas também oferece uma visão mais profunda da pessoa e obra de Jesus Cristo. É nessa compreensão que o cristão encontra inspiração, direção e a base para uma fé autêntica, dando início a uma jornada transformadora de reconciliação e comunhão com Deus.

CONCLUSÃO

A Jornada Cristã encontra seu início no Novo Nascimento, e se desdobra como uma peregrinação espiritual em direção a um relacionamento perfeito com Jesus (Mt.16:24). Ao longo desse caminho, aqueles que iniciaram a nova vida com Cristo podem confiar na presença constante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, guiados pelas palavras do Novo Testamento que testemunham a vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus, nossa fé encontra uma base sólida para a jornada transformadora que nos conduzirá a uma comunhão mais profunda com o Salvador.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Pedro – Com os pés no vale e o coração no Céu.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Timóteo – O pastor, sua vida e sua obra.

Pr. Hernandes Dias Lopes. João – As glórias do Filho de Deus.

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