3º Trimestre/2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 12
Texto Base: Atos
11:19-30
“E havia entre
eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia,
falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus” (Atos 11:20).
Atos 11:
19.E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de
Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém
a palavra senão somente aos judeus.
20.E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais,
entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
21.E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu
ao Senhor.
22.E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em
Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia,
23.o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a
todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.
24.Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor.
25.E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu
para Antioquia.
26.E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram
muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados
cristãos.
27.Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
28.E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo
Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no
tempo de Cláudio César.
29.E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,
socorro aos irmãos que habitavam na Judeia.
30.O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de
Barnabé e de Saulo.
INTRODUÇÃO
A Igreja de
Jerusalém, mesmo sob intensa oposição, permaneceu fiel à sua vocação
missionária. Seus membros — muitos dos quais eram leigos — levavam consigo não
apenas a lembrança das ameaças e perdas, mas principalmente o compromisso de
pregar a salvação em Cristo, com coragem e ousadia. Esse movimento espontâneo e
dirigido pelo Espírito Santo alcançou regiões como a Fenícia, Chipre e Antioquia,
onde o Evangelho cruzou fronteiras culturais e alcançou os gentios pela
primeira vez de forma organizada.
Nesta lição, veremos
como o "Ide" de Jesus foi obedecido, não apenas pelos apóstolos, mas
por cristãos comuns, movidos por uma fé viva e operante. O caráter missionário
da Igreja de Jerusalém não era institucional, mas essencial. Através da
fidelidade desses discípulos dispersos, Deus edificou uma igreja vibrante,
relevante e comprometida com a evangelização de todos os povos — um modelo que
continua a nos desafiar hoje.
I. UMA IGREJA COM CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA
Este tópico aborda a expansão do Evangelho pela
Igreja Primitiva, destacando como a missão transcendeu fronteiras geográficas,
culturais e étnicas, mesmo em meio à perseguição.
1. O Evangelho para
além da fronteira de Israel
“E os que foram dispersos pela perseguição que
sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não
anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus” (Atos 11:19).
A expansão missionária da Igreja Primitiva não foi
fruto de planejamento estratégico, mas da providência divina atuando por meio
da perseguição. Lucas registra que os crentes dispersos após o martírio de
Estêvão — um marco traumático, porém decisivo — não silenciaram sua fé. Pelo
contrário, caminharam até regiões como a Fenícia (norte de Israel, atual
Líbano), Chipre (ilha no Mediterrâneo) e Antioquia da Síria, levando com eles o
Evangelho (Atos 11:19).
Esses crentes não eram apóstolos ou líderes
oficialmente comissionados, mas discípulos comuns, leigos, que carregavam em
seus corações uma convicção missionária genuína. Mesmo em terra estrangeira,
seu zelo evangelístico permaneceu firme. Inicialmente, a pregação era dirigida
apenas aos judeus, o que mostra o respeito que ainda havia por essa distinção
étnico-religiosa. No entanto, o simples fato de cruzarem as fronteiras
geográficas já indicava que a igreja estava se movendo rumo à sua vocação
global.
Essa passagem também ecoa o que já havia acontecido
com Filipe em Samaria (Atos 8), demonstrando que a perseguição se tornava
instrumento de Deus para o cumprimento da promessa de Atos 1:8 — de que o
Evangelho deveria alcançar “até aos confins da terra”. Assim, a Igreja de
Jerusalém revela que, mesmo em meio ao sofrimento, não perdeu sua consciência
missionária, e soube transformar a dor da dispersão em oportunidade de
proclamar a salvação em Cristo a novos povos e territórios.
O que aprendemos neste item 1 A perseguição após o martírio de Estêvão
dispersou os cristãos, que levaram o Evangelho a regiões como Fenícia, Chipre
e Antioquia. Aprendemos neste item que:
Esse ponto nos ensina que a missão é
responsabilidade de todos os crentes, e que Deus transforma dor em oportunidade. |
2. Cristãos
dispersados, mas conscientes de sua missão
Os discípulos que fugiram da intensa perseguição em
Jerusalém não permitiram que o medo ou o exílio apagasse a chama do evangelho
em seus corações. Ao contrário, mesmo longe de casa e vivendo como forasteiros,
esses cristãos mantiveram sua identidade e missão: anunciar a Palavra de Deus.
Como nos relata Lucas (Atos 11:19,20), eles proclamaram a mensagem do Reino nas
regiões da Fenícia (atual Líbano), Chipre e Antioquia — territórios
estratégicos e culturalmente diversos do Império Romano.
Ainda que inicialmente tenham pregado apenas aos
judeus, o que demonstra certa limitação cultural e teológica herdada da
tradição judaica, sua atitude já expressava uma consciência missionária madura.
Mesmo em meio à dor da perseguição, eles não se retraíram, nem deixaram de
cumprir a ordem do Senhor (Mt.28:19; Atos 1:8). A igreja que os formou plantou
neles uma visão clara da missão, e eles carregavam essa visão consigo, não
importando o local ou o contexto.
A vida e o testemunho desses crentes anônimos
ensinam que a missão da Igreja não está limitada aos seus ministros ordenados
ou aos templos onde ela se reúne. Eles não possuíam púlpitos, mas pregavam. Não
tinham estruturas formais, mas evangelizavam. Eram leigos dispersos, mas
portadores de uma mensagem poderosa. Eles nos mostram que uma igreja
verdadeiramente missionária não depende das circunstâncias, mas do compromisso
com Cristo. Onde havia oportunidade, ali havia uma proclamação.
O que aprendemos
neste item 2 Mesmo longe de casa, os cristãos mantiveram sua
identidade e compromisso com o Evangelho. Aprendemos que:
Esse ponto reforça que a missão é vivida no
cotidiano, em qualquer lugar e circunstância. |
3. Cristãos leigos, mas capacitados pelo Espírito
Na cidade de
Antioquia, judeus helenistas convertidos a Cristo, oriundos de Chipre e Cirene,
protagonizaram um marco na história da missão cristã: começaram a pregar
intencionalmente o Evangelho aos gentios (Atos 11:20). Eram cristãos leigos —
não apóstolos, nem líderes de renome — mas profundamente cheios do Espírito
Santo e comprometidos com a expansão do Reino. Esse passo ousado rompeu uma das
maiores barreiras da Igreja nascente: a barreira cultural e étnica entre judeus
e gentios.
Segundo John Stott,
esse momento marca uma transição significativa: a missão, antes centrada nos
judeus, agora se estende deliberadamente aos gentios. E o palco dessa transição
foi Antioquia da Síria — uma cidade cosmopolita, bela, sofisticada, a terceira
mais importante do Império Romano, atrás apenas de Roma e Alexandria. Ali
nasceu uma igreja multicultural e multirracial, que se tornaria a principal
base missionária da igreja primitiva, inclusive sendo a comunidade que enviaria
Paulo ao campo missionário.
Dois sinais inegáveis
confirmam que Deus estava nesse novo movimento: primeiro, a aprovação divina,
pois “a mão do Senhor estava com eles” (Atos 11:21), revelando o favor e a
direção do Espírito Santo; segundo, a conversão em massa de gentios, pois
“muitos crendo se converteram ao Senhor”. Não foi uma conversão meramente
cultural ou ideológica, mas resultado direto da fé genuína em Cristo Jesus, o
único meio de salvação.
Essa passagem destaca
que a obra missionária da igreja não depende exclusivamente de líderes
oficiais, mas de todo crente cheio do Espírito Santo e obediente ao chamado de
Cristo. A Igreja em Antioquia nasceu da fidelidade de anônimos, mas transformados
pelo Evangelho, lembrando-nos que Deus usa os humildes e disponíveis para
realizar grandes coisas.
O que aprendemos neste item 3 Em Antioquia,
cristãos comuns começaram a pregar aos gentios, rompendo barreiras culturais
e étnicas. Aprendemos que:
Esse ponto nos
ensina que a capacitação espiritual é mais importante que o status
ministerial. |
Lição central do tópico I: A Igreja de Jerusalém e, depois, a de Antioquia nos ensinam que uma
comunidade cheia do Espírito transforma perseguição em oportunidade e
limitações em campo fértil para o Evangelho. A missão é responsabilidade de
todos — líderes e leigos — pois onde há um cristão fiel e cheio do Espírito,
ali há um missionário em potencial
II. UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL
1. A cultura grega (helênica)
O avanço missionário da igreja primitiva em direção
aos povos gentílicos ganhou um marco histórico com a chegada de cristãos judeus
helenistas à cidade de Antioquia. Em Atos 11:20, Lucas registra que eles
“falavam também aos gregos, anunciando o evangelho do Senhor Jesus”. Essa
expressão é fundamental, pois sinaliza o rompimento de uma barreira até então
pouco transposta: pregar deliberadamente a pessoas não-judaicas, que viviam sob
forte influência da cultura greco-romana, sem vínculos com o Judaísmo ou com a
tradição das Escrituras Hebraicas.
Ao pregarem a gregos, esses cristãos deram início à
missão transcultural, ou seja, anunciaram o Evangelho para pessoas de outra
língua, cultura, cosmovisão e valores religiosos. Esses gentios, moldados pelo
pensamento helênico — filosófico, politeísta e fortemente secularizado — não
esperavam um Messias judeu, nem tinham familiaridade com a Lei ou os Profetas.
Mesmo assim, foram alcançados pela mensagem de salvação centrada em Cristo.
Esse movimento em Antioquia foi, portanto, um
divisor de águas. Não se tratava mais de judeus pregando apenas a judeus na diáspora,
mas de uma ação missionária voltada a culturas alheias ao judaísmo, cumprindo a
ordem de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”
(Marcos 16:15). A mensagem da cruz estava sendo contextualizada e apresentada
num novo ambiente sociocultural — e sendo recebida com fé e arrependimento.
A evangelização helênica revela a ousadia de uma
igreja que entendeu sua vocação global. Essa iniciativa lançou as bases para o
surgimento de uma igreja genuinamente multicultural, que ultrapassa fronteiras
étnicas, geográficas e religiosas, cumprindo o propósito eterno de Deus de
fazer de todas as nações um só povo, redimido em Cristo.
O que aprendemos neste item 1 Aprendemos três lições importantes: 1. Rompimento de
barreiras culturais. Cristãos judeus
helenistas, vindos de Chipre e Cirene, começaram a anunciar o Evangelho aos
gregos em Antioquia. Isso representou:
2. Evangelho é para
todos os povos. A evangelização em
Antioquia mostra que a salvação em Cristo é universal, não limitada por
cultura ou tradição. Os gentios, mesmo imersos em uma cosmovisão helênica,
foram alcançados pela graça de Deus. Isso ensina que:
3. Formação de uma
igreja multicultural. A iniciativa desses
cristãos leigos lançou as bases para uma igreja multirracial,
multicultural e missionária, que se tornaria referência no Novo Testamento. Isto
nos ensina que:
|
2. Contextualizando a mensagem
O relato de Atos
11:20 mostra como os primeiros cristãos souberam comunicar o Evangelho de forma
eficaz em contextos culturais distintos. Lucas informa que, ao chegarem a
Antioquia, “anunciavam o evangelho do Senhor Jesus” aos gregos. Essa afirmação,
embora breve, revela uma importante estratégia missionária: a contextualização
da mensagem.
Diferente dos judeus,
que esperavam um Messias prometido nas Escrituras, os gentios não partilhavam
da mesma expectativa escatológica nem do conhecimento prévio do Antigo
Testamento. Portanto, usar os profetas para provar que Jesus era o Cristo, como
Pedro fez em Atos 2, não teria o mesmo impacto com esse novo público.
Reconhecendo isso, os evangelistas anônimos não focaram na figura do “Messias
de Israel”, mas proclamaram Jesus como Senhor, expressão mais compreensível e
relevante ao mundo greco-romano, onde havia muitos “senhores” e divindades.
Além disso, eles
evitaram referências a costumes judaicos, como a circuncisão ou a Lei, que não fariam
sentido em um ambiente gentílico. Em vez disso, destacaram a necessidade de abandonar
os ídolos e se voltar ao Deus vivo e verdadeiro (cf. Atos 14:15; 26:18,20),
enfatizando a soberania e exclusividade de Cristo como Senhor sobre todas as
coisas.
Esse esforço não
comprometeu a fidelidade da mensagem, mas mostrou sensibilidade cultural e
clareza evangelística. O conteúdo do Evangelho permaneceu intacto, mas sua
apresentação foi ajustada ao contexto dos ouvintes. Assim, vemos um exemplo
prático e eficaz de como a igreja primitiva soube aplicar o princípio de Paulo:
“fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1Co.9:22).
O
que aprendemos neste item 2 Aprendemos três lições importantes: 1. Sensibilidade
cultural. Os evangelistas
entenderam que os gregos não tinham a mesma base religiosa dos judeus. Por
isso:
2. Fidelidade ao
conteúdo do Evangelho. Apesar da adaptação
na linguagem, o conteúdo do Evangelho permaneceu intacto. Aprendemos
que:
3. Aplicação do
princípio de Paulo. A atitude dos
evangelistas em Antioquia exemplifica o que Paulo ensinou: “fiz-me tudo para
todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1Co 9:22). Isso nos
ensina que:
|
III. UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS
1. A base do discipulado
Quando a igreja de
Jerusalém ouviu que o Evangelho estava se espalhando entre os gentios em
Antioquia (Atos 11:22), enviou Barnabé — não um apóstolo, mas o seu melhor
líder pastoral. Barnabé era um judeu helenista, homem íntegro, cheio do
Espírito Santo e de fé (Atos 11:24), com a sensibilidade cultural necessária
para acompanhar o avanço da obra missionária em um contexto não judeu. Era o
líder certo, no lugar certo, na hora certa.
Barnabé não impôs
barreiras culturais nem ergueu muros religiosos que pudessem dificultar o
ingresso dos gentios na fé cristã. Pelo contrário, ao ver a manifestação da
graça de Deus entre os novos convertidos, alegrou-se e os exortou a
permanecerem firmes no Senhor (Atos 11:23). Seu entusiasmo, humildade e
compromisso com a edificação da igreja foram marcas visíveis de sua liderança
discipuladora.
Seu ministério era
sustentado por sua vida piedosa: era um homem bom, desprendido de si mesmo,
cheio do Espírito Santo e de fé, e profundamente comprometido com o crescimento
espiritual das pessoas. O resultado desse ministério piedoso foi o crescimento
numérico e qualitativo da igreja — “e muita gente se uniu ao Senhor” (Atos
11:24). O verbo usado por Lucas, “prostithemi” (acrescentar, unir), aparece
repetidamente para descrever o avanço saudável da igreja primitiva (Atos 2:41;
2:47; 5:14; 11:24).
Além disso, Barnabé
foi um discipulador estratégico: reconhecendo suas limitações e o chamado de
Deus sobre Paulo, foi buscá-lo em Tarso (At 11:25), mesmo sabendo que isso
significaria abrir mão da primazia da liderança. Barnabé não se apegou à
posição, mas ao propósito — sabia que a obra exigia o homem certo, com o
chamado certo. Juntos, passaram um ano inteiro ensinando a nova comunidade em
Antioquia, formando uma base sólida para a expansão missionária da igreja.
Essa passagem ensina
que discipulado vai além de evangelizar: é investir vidas em vidas. A
evangelização ganha almas, o discipulado edifica e consolida. Uma igreja que
discipula com base no exemplo, na Palavra e na ação do Espírito produz
crescimento saudável e duradouro.
O que aprendemos
neste item 1 Aprendemos que o
discipulado é o alicerce do crescimento saudável da Igreja. Quando o
Evangelho chegou a Antioquia, Barnabé foi enviado para acompanhar os novos
convertidos. Ele não criou barreiras culturais nem religiosas, mas reconheceu
a graça de Deus nos gentios, encorajando-os a permanecerem firmes no Senhor. Sua vida piedosa,
marcada pela bondade, fé e plenitude do Espírito Santo, fez dele um líder
discipulador exemplar. Barnabé demonstrou que discipulado não é apenas
ensinar, mas investir vidas em vidas, acompanhando e edificando os irmãos. Outro ponto
importante foi sua humildade: ao perceber a necessidade de alguém mais
capacitado para fortalecer a obra, ele buscou Paulo em Tarso. Isso mostra que
o discipulado é também trabalhar em parceria, sem apego a posições, mas
comprometido com o propósito do Reino. Assim, vemos que
evangelizar é ganhar almas, mas discipular é formar cristãos firmes, o que
resulta em crescimento numérico e espiritual da Igreja. 👉 Em resumo: Uma igreja discipuladora é aquela que une vida
piedosa, ensino sólido e amor pelos novos convertidos, formando bases
duradouras para a missão. |
Após Barnabé trazer
Paulo para Antioquia, ambos ensinaram a igreja durante um ano inteiro, formando
espiritualmente uma multidão de novos convertidos (Atos 11:26). O impacto desse
discipulado foi tão profundo que os crentes passaram a refletir intensamente o
caráter e os ensinamentos de Jesus. O resultado? Foram chamados, pela primeira
vez, de "cristãos", ou seja, “seguidores de Cristo” ou “semelhantes a
Cristo”.
Até então, os
discípulos de Jesus eram identificados por outras designações, como:
“discípulos” (Atos 6:1), “santos” (Atos 9:13), “irmãos” (Atos 1:16; 9:30),
“fiéis” (Atos 10:45), os que estavam “sendo salvos” (Atos 2:47) e os do
“Caminho” (Atos 9:2). A nova designação “cristãos” não foi inventada por eles,
mas provavelmente surgiu dos próprios habitantes de Antioquia, como uma maneira
de identificá-los pela sua semelhança com Cristo.
O termo, ainda que
inicialmente tenha sido usado de forma pejorativa ou irônica, expressa uma verdade
essencial: aqueles discípulos se pareciam tanto com Jesus que passaram a ser
reconhecidos como seus representantes. O ensino consistente da Palavra e o
testemunho prático de uma fé viva moldaram a identidade da igreja a ponto de
ser impossível ignorar sua influência.
Assim, o título
“cristão” passou a ser mais do que uma designação externa: tornou-se um marco
da missão da igreja — formar pessoas cuja vida, caráter e propósito giram em
torno de Cristo.
O que aprendemos
neste item 2 Aprendemos que o nome
“cristãos” surgiu pela primeira vez em Antioquia, após o intenso
trabalho de ensino e discipulado realizado por Paulo e Barnabé. Durante um
ano, eles instruíram a igreja, e o resultado foi uma comunidade que refletia
com clareza o caráter e os ensinamentos de Jesus. Até então, os
seguidores de Cristo eram chamados por outros nomes — como discípulos,
santos, irmãos, fiéis, os do Caminho. Mas o impacto do testemunho em
Antioquia foi tão marcante que os habitantes passaram a identificá-los como “cristãos”,
ou seja, pessoas semelhantes a Cristo. Mesmo que a palavra
tenha sido usada inicialmente de forma irônica, ela revelou uma verdade
essencial: os discípulos estavam tão comprometidos com Jesus que era
impossível não percebê-lo em suas vidas. Assim, o título “cristão”
deixou de ser apenas uma designação externa e se tornou um símbolo da missão
da Igreja: formar homens e mulheres cujo caráter, conduta e propósito giram
em torno de Cristo. 👉 Em resumo: ser chamado de cristão não é apenas um rótulo, mas
o reconhecimento de que a vida de alguém reflete Jesus em atitudes, palavras
e caráter. 📌 Aplicação Prática: O nome “cristão”
é um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Em Antioquia, os
discípulos receberam esse título porque suas vidas eram um reflexo visível de
Cristo. Não foi um nome escolhido por eles, mas um reconhecimento natural do
impacto que causavam na sociedade. Hoje, o desafio é o
mesmo: não basta apenas carregar o nome de cristão, é preciso viver como um
cristão. Isso significa:
🔑 Lição para nós: o mundo só reconhecerá Cristo em nós quando
nossa fé se traduzir em atitudes diárias. Assim como os discípulos foram
chamados de cristãos pelo testemunho que tinham, também devemos ser
conhecidos não apenas pelo que dizemos, mas principalmente por aquilo que
vivemos. 👉 Reflexão: Quando as pessoas
olham para minha vida, conseguem enxergar Cristo em mim? |
A identidade
cristã vai além de uma simples designação nominal; ela expressa uma realidade
espiritual e ética profundamente transformadora. O termo "cristão",
usado pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26), provavelmente foi cunhado
pela população gentílica da cidade, talvez com um tom pejorativo, para
identificar aqueles que seguiam os ensinamentos e o estilo de vida de Jesus
Cristo. No entanto, essa designação, mesmo que inicialmente irônica ou
desdenhosa, passou a ser aceita e valorizada pelos próprios discípulos como um
símbolo de honra e pertencimento a Cristo.
O nome “cristão”
aparece outras duas vezes no Novo Testamento: em Atos 26:28, quando o rei
Agripa diz a Paulo: “Por pouco me persuades a me fazer cristão”, e em 1Pedro
4:16, onde o apóstolo encoraja os crentes a não se envergonharem por sofrer
“como cristãos”, mas a glorificarem a Deus por isso. Isso mostra que o título
não era apenas uma identificação externa, mas passou a representar uma nova
forma de viver: os cristãos eram reconhecidos por sua fé em Jesus, seu abandono
do pecado e seu compromisso com uma vida santa.
Portanto, ser cristão
não se resume a professar uma fé com os lábios, mas implica seguir a Cristo com
a vida — crer em sua obra redentora, viver sob sua graça, e refletir seu
caráter diante do mundo. A igreja de Antioquia foi um marco nesse processo: ali
se formou uma comunidade que, mesmo em meio a uma cultura pagã, evidenciava
tamanha semelhança com Cristo que isso se tornou visível aos de fora. A identidade
cristã, portanto, é um testemunho vivo e inegável da transformação operada pelo
Evangelho.
O
que aprendemos neste item 3 Aprendemos que o
termo “cristão”, mencionado pela primeira vez em Antioquia (At 11:26),
não era apenas um rótulo, mas a expressão de uma realidade espiritual e ética
transformadora. Ainda que tenha surgido com tom pejorativo, logo foi assumido
pelos discípulos como um título de honra, pois revelava sua ligação com
Cristo. O Novo Testamento
mostra o peso desse nome:
Assim, o nome
passou a significar mais do que identificação externa: era o reflexo de uma
vida transformada, marcada pela fé em Jesus, pelo abandono do pecado e por um
compromisso real com a santidade. ✅ Lição
principal: Ser cristão não é apenas dizer que crê em Cristo, mas viver
como Cristo. A identidade cristã é, portanto, um testemunho vivo da obra do
Evangelho, visível mesmo em meio a uma cultura contrária à fé. |
CONCLUSÃO
A Igreja de Jerusalém, mesmo sob
intensa perseguição, demonstrou um compromisso inabalável com a missão confiada
por Cristo. Seus membros, mesmo sendo em grande parte crentes leigos, agiram
como verdadeiros missionários, conscientes de seu papel no avanço do Evangelho.
A dispersão provocada pela perseguição não os silenciou; ao contrário, serviu
como catalisadora para que a Palavra de Deus rompesse fronteiras geográficas e
culturais, alcançando judeus e gentios.
O exemplo da igreja em Antioquia —
nascida da evangelização transcultural, formada por discípulos comprometidos e
fundamentada no ensino da Palavra — revela que uma igreja missionária é aquela
que forma discípulos e se compromete com o envio e o apoio de obreiros. Que o
modelo deixado por esses primeiros cristãos nos inspire a viver com a mesma
paixão, fidelidade e visão missionária, lembrando que a missão da igreja
continua: proclamar Cristo até aos confins da terra.
Aplicação prática da Lição 12
A Lição 12 nos
desafia a vivenciar hoje o mesmo fervor missionário demonstrado pela
Igreja Primitiva. Vivemos em um tempo em que a mensagem de Cristo ainda precisa
alcançar muitas vidas — inclusive perto de nós. A perseguição não impediu os
primeiros cristãos de pregarem; por isso, não devemos permitir que o comodismo,
o medo ou a indiferença nos impeçam de testemunhar o Evangelho.
Assim como os crentes dispersos
pregaram com ousadia, mesmo em meio à dor, somos chamados a anunciar Jesus em
qualquer circunstância — seja no ambiente de trabalho, na escola, na vizinhança
ou nas redes sociais. Além disso, devemos investir no discipulado, como Barnabé
e Paulo fizeram em Antioquia, entendendo que não basta apenas evangelizar, é
preciso ensinar, acompanhar e formar verdadeiros seguidores de Cristo.
Por fim, a identidade cristã que nasceu
em Antioquia nos ensina que ser cristão não é apenas carregar um nome, mas
refletir a vida de Cristo em atitudes, palavras e amor ao próximo. Que a igreja
de hoje seja marcada por essa mesma ousadia, compaixão e fidelidade à missão
confiada por Jesus.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da
Igreja. Hagnos.
Ralph Earle. Livro dos Atos do Apóstolos.
Myer Pearlman. Atos: Estudo do Livro de Atos e o
Crescimento da Igreja Primitiva.
John Stott. A Mensagem de Atos – Até os Confins da Terra. ABU.