3º Trimestre/2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 13
Texto Base: Atos
15:22-32
“Na verdade,
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão
estas coisas necessárias” (Atos 15:28).
Atos 15:
22.Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja,
eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber:
Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos.
23.E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os
anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia,
Síria e Cilícia, saúde.
24.Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram
com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento),
25.pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e
enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26.homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus
Cristo.
27.Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão
também o mesmo.
28.Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais
encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29.Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e
da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes.
Bem vos vá.
30.Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando
a multidão, entregaram a carta.
31.E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
32.Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e
confirmaram os irmãos com muitas palavras.
INTRODUÇÃO
O problema em pauta
envolvia um conflito entre crentes judeus e gentios, especialmente sobre a
necessidade da circuncisão e da observância da Lei para se obter a salvação.
Diante da tensão, os líderes da Igreja, com destaque para Pedro, Paulo, Barnabé
e Tiago, buscaram em oração e sob a direção do Espírito Santo uma solução
bíblica, que ao mesmo tempo protegesse a verdade do Evangelho e preservasse a
unidade da Igreja.
Esta lição nos
convida a refletir sobre a importância da doutrina correta, do diálogo
respeitoso e da sensibilidade à voz do Espírito Santo diante dos desafios e
tensões que enfrentamos como Igreja. A Assembleia de Jerusalém nos ensina que o
caminho da paz e da verdade é possível quando nos submetemos à liderança de
Deus e ao senhorio de Cristo.
1. O relatório missionário
O ponto de partida da
controvérsia doutrinária que culminou na Assembleia de Jerusalém (Atos 15)
surgiu após o relatório apresentado por Paulo e Barnabé à igreja de Antioquia
sobre os resultados da Primeira Viagem Missionária (Atos 14:27). Nessa
prestação de contas, os missionários destacaram como Deus havia operado entre
os gentios, concedendo-lhes salvação unicamente pela graça, sem a necessidade
de obras da Lei, como a circuncisão. A ênfase do relato era clara: a fé em
Cristo, e não a observância da Lei mosaica, era o meio pelo qual os gentios
estavam sendo salvos.
Esse entendimento,
embora celebrado por muitos, gerou forte tensão. Para alguns cristãos judeus, a
conversão genuína exigia que os gentios adotassem também os ritos judaicos,
especialmente a circuncisão. Para eles, a salvação ainda deveria estar
vinculada à aliança mosaica. O que estava em jogo era se a fé em Jesus era
suficiente ou se seria necessário incorporar práticas do judaísmo como
pré-requisito à inclusão plena na Igreja.
A grande questão era:
a Igreja de Cristo seria apenas uma vertente reformada do judaísmo, ou um novo
povo composto por todos os que creem, independentemente de sua etnia ou
cultura? Atos 15 responde a essa pergunta de forma definitiva. A Assembleia de
Jerusalém foi um marco histórico, pois ali se consolidou a compreensão de que o
Evangelho é universal, libertando-se das limitações culturais do judaísmo para
se tornar a boa nova para todos os povos.
Como bem afirma John
Stott, a decisão daquele concílio libertou o Evangelho das vestes do judaísmo e
consolidou a Igreja como o corpo universal de Cristo, formado por judeus e
gentios reconciliados em uma única fé, unidos exclusivamente pela graça de
Deus.
O que aprendemos
neste item 1 O relatório
missionário de Paulo e Barnabé mostrou que Deus estava salvando gentios
unicamente pela graça, sem necessidade de circuncisão ou obras da Lei. Essa
verdade, apesar de gerar celebração, também trouxe tensões, pois alguns
queriam impor práticas judaicas como condição para a plena inclusão na
Igreja. A grande questão era: a fé em Cristo é suficiente para a salvação ou
ainda seria preciso aderir aos ritos judaicos? A Assembleia de
Jerusalém definiu de forma clara que a Igreja não era apenas uma ramificação
do judaísmo, mas um novo povo em Cristo, composto por todos os que creem,
independentemente de cultura ou etnia. Assim, o Evangelho foi liberto das
amarras culturais e afirmado como uma mensagem universal, que une judeus e
gentios pela graça de Deus em Cristo Jesus. 📌Aplicação para a
Igreja hoje: Esse episódio nos
ensina que:
👉Para a Igreja
atual, significa que
precisamos valorizar a centralidade do Evangelho puro e simples: Cristo é
suficiente! Nenhuma tradição, regra ou barreira cultural pode limitar o
alcance da salvação. |
“Então, alguns que tinham descido da Judeia
ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés,
não podeis salvar-vos. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e
contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles
subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão” (Atos
15:1,2).
A partir de Atos
15:1, Lucas apresenta um grupo de cristãos judeus, identificados como
judaizantes, que passaram a contestar o relatório missionário apresentado por
Paulo e Barnabé. Esses homens, vindos da Judeia — muitos deles fariseus
convertidos — insistiam que os gentios só poderiam ser salvos se se submetessem
aos preceitos da Lei de Moisés, especialmente à circuncisão. Para eles, a fé em
Cristo era necessária, mas não suficiente: era indispensável também aderir ao
sistema legal do judaísmo.
Essa posição provocou
um forte embate com Paulo e Barnabé, que defenderam a suficiência da graça de
Deus mediante a fé, sem os acréscimos legalistas. A tensão era tamanha que
ameaçava fraturar a comunhão da igreja em Antioquia, promovendo uma cisão entre
cristãos judeus e gentios. Diante disso, a igreja de Antioquia, com sabedoria,
decidiu enviar uma delegação a Jerusalém — sede apostólica e referência
doutrinária da época — para que o tema fosse tratado com responsabilidade e
respaldo da liderança apostólica.
A atitude dos judaizantes
revela o perigo do legalismo religioso: ele adiciona exigências humanas ao
plano de salvação, diluindo a obra perfeita de Cristo e promovendo divisão no
corpo de Cristo. O esforço da igreja de Antioquia ao buscar esclarecimento no
seio da liderança mostra a importância de se preservar a sã doutrina e a
unidade da fé. Mais do que uma disputa local, essa controvérsia representava um
divisor de águas na definição do verdadeiro Evangelho — se este permaneceria
como uma extensão do judaísmo ou seria reconhecido como uma nova aliança
universal fundamentada exclusivamente na graça salvadora de Jesus Cristo.
O que aprendemos neste item 2 O episódio dos judaizantes mostra que o legalismo sempre foi uma
ameaça ao Evangelho. Eles diziam que a fé em Cristo era importante, mas não
suficiente, impondo a necessidade de práticas humanas adicionais, como a
circuncisão. Essa postura não apenas diminuía a obra perfeita de Cristo na
cruz, mas também colocava em risco a unidade da igreja. 👉 Para a igreja
de hoje:
✨ Em resumo: aprendemos que a
igreja deve vigiar contra qualquer forma de legalismo, reafirmar
continuamente que a salvação é pela graça, mediante a fé em Cristo, e lutar
pela preservação da unidade e pureza do Evangelho. |
1. Uma questão crucial
“Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham
crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que
guardassem a lei de Moisés” (Atos 15:5).
A crise doutrinária
enfrentada pela Igreja Primitiva em Atos 15 foi decisiva para o futuro do
cristianismo. Alguns fariseus convertidos insistiam que os gentios só poderiam
ser salvos se circuncidassem e guardassem a Lei de Moisés (Atos 15:1,5). Esses
legalistas não reconheciam a suficiência da graça de Cristo para a salvação,
tentando impor a observância da Lei como condição indispensável. Propunham que,
antes de se tornarem cristãos, os gentios deveriam primeiro tornar-se judeus.
Dessa forma, buscavam fundir a antiga aliança com a nova, misturando lei e
graça — uma tentativa de remendar o véu já rasgado (Lc.23:45) e reconstruir o
muro que Cristo derrubou (Ef.2:14-16). Colocavam o jugo pesado do judaísmo
sobre os ombros dos gentios (Atos 15:10; Gl.5:1) e pediam que a igreja saísse
da luz e fosse para as sombras (Cl.2:16-17; Hb.10:1). Argumentavam: “Antes de
se tornar um cristão, o gentio precisa tornar-se judeu. Não basta simplesmente
crer em Jesus Cristo. Também é preciso obedecer à lei de Moisés”.
Porém, a resposta de
Paulo e Barnabé foi firme: eles rejeitaram esse falso evangelho, defendendo com
vigor a salvação somente pela fé em Jesus Cristo. A controvérsia não era uma
questão secundária, mas dizia respeito à essência do Evangelho. Estava em jogo
o caminho da salvação: seria ela pela graça, mediante a fé, ou pela observância
da Lei?
Diante da gravidade
do conflito, Paulo e Barnabé foram a Jerusalém para tratar do tema com os
apóstolos e presbíteros. Ali realizou-se o primeiro concílio da Igreja, sob a
orientação clara do Espírito Santo. A decisão tomada foi libertadora: a
salvação é pela graça, sem imposição da Lei. Como afirmou o pastor John Stott,
esse concílio libertou o Evangelho de suas "vestimentas judaicas" e
deu à Igreja a compreensão de sua identidade como o único Corpo de Cristo,
composto de judeus e gentios reconciliados em Deus.
O
que aprendemos neste item 1 Aprendemos que a
questão levantada em Atos 15:5 não era um detalhe periférico, mas o coração
do Evangelho: a salvação seria pela graça, mediante a fé em Cristo, ou pela
obediência à Lei de Moisés? Alguns fariseus
convertidos tentaram impor aos gentios o jugo da Lei, confundindo fé e obras,
graça e mérito humano. Esse posicionamento colocava em risco a liberdade
cristã e ameaçava dividir a Igreja. No entanto, a firmeza de Paulo e Barnabé,
aliada à decisão do Concílio de Jerusalém, deixou claro que o caminho da
salvação está unicamente em Cristo, sem adição de rituais ou regras humanas. 📌Aplicação para a
Igreja de hoje: Assim como no
passado, ainda enfrentamos tentações de “adicionar” algo ao Evangelho, seja
através do legalismo religioso (exigências humanas que Deus não impôs), seja
através de uma graça barata (um evangelho sem arrependimento e
transformação). A lição nos ensina que:
👉 Em resumo:
a salvação não é Cristo + Lei, Cristo + obras, Cristo + tradições humanas. É
somente Cristo, e isso é suficiente! |
2. A experiência do Pentecostes na fé dos gentios
No concílio de
Jerusalém, Pedro relembra a todos o que Deus havia feito na casa de Cornélio
(Atos 10), onde gentios, ao ouvirem a mensagem do Evangelho, creram em Cristo e
receberam o Espírito Santo de forma visível e incontestável — falaram em
línguas e glorificaram a Deus (Atos 10:44-46). Pedro usa essa experiência como
evidência irrefutável de que Deus havia aceitado os gentios exatamente como
aceitara os judeus no Pentecostes (Atos 2:4), sem exigir a observância da Lei
mosaica ou a circuncisão.
Esse argumento é
teológico e empírico: o recebimento do Espírito não é uma abstração espiritual,
mas uma realidade percebida com clareza pelos que presenciaram o evento. Pedro
destaca que Deus não fez distinção entre judeus e gentios, pois purificou os
corações de ambos pela fé (Atos 15:9).
Paulo também recorre
a essa mesma linha de raciocínio em sua carta aos Gálatas, ao relembrar que os
crentes da Galácia haviam recebido o Espírito não pelas obras da Lei, mas pela
fé na pregação do Evangelho (Gl.3:2,5). A experiência do Espírito Santo,
portanto, tornou-se uma marca visível da aceitação divina. Essa evidência
espiritual ajudou a consolidar o entendimento de que a salvação é um dom
gratuito, oferecido a todos os que creem, independentemente de origem étnica ou
práticas religiosas judaicas.
Assim, o Pentecostes
na casa de Cornélio não foi um episódio isolado, mas um sinal profético da nova
realidade do povo de Deus: uma comunidade formada por todos os que, pela fé em
Cristo, são habitados pelo mesmo Espírito Santo.
O que aprendemos neste item 2 A experiência do Pentecostes na casa de Cornélio mostrou que Deus não
faz acepção de pessoas. Assim como os judeus receberam o Espírito no
Pentecostes, os gentios também foram cheios do Espírito Santo ao crerem em
Cristo, sem necessidade de guardar a Lei ou praticar ritos judaicos. O sinal
do Espírito foi a prova irrefutável de que a salvação é pela fé, e não por
obras da Lei. 📌 Aplicação para a
Igreja de hoje:
👉 Em resumo:
aprendemos que a marca da verdadeira fé é a presença do Espírito Santo na
vida do crente, e isso nos desafia, como igreja hoje, a viver uma fé centrada
na graça, aberta a todos, sem preconceito e sem barreiras humanas. |
3. A fundamentação profética da fé gentílica
Na Assembleia de
Jerusalém, após os relatos de Pedro, Paulo e Barnabé sobre a conversão dos
gentios, Tiago — líder influente da igreja e irmão do Senhor Jesus — toma a
palavra para oferecer um argumento conclusivo, mas agora de natureza
escriturística. Ele não contesta as experiências relatadas, mas reforça que
esses acontecimentos estavam profetizados no Antigo Testamento, especialmente
no texto de Amós 9:11,12, citado em Atos 15:16,17.
Tiago interpreta o
texto profético à luz do cumprimento em Cristo. Ele compreende que a
“restauração do tabernáculo caído de Davi” representa o estabelecimento do
Reino messiânico e a expansão do povo de Deus para além de Israel. A profecia
indica que os gentios seriam chamados pelo nome do Senhor, ou seja,
incorporados ao povo de Deus sem que precisassem tornar-se judeus.
Esse posicionamento
de Tiago é teologicamente decisivo. Ele mostra que a aceitação dos gentios não
era uma inovação ou uma concessão pragmática diante da expansão missionária,
mas parte do plano eterno de Deus revelado nas Escrituras. A salvação dos
gentios era uma promessa e um desdobramento natural da aliança de Deus com
Israel, agora plenamente revelada na nova aliança em Cristo.
Portanto, o argumento
profético de Tiago dá legitimidade bíblica à experiência relatada pelos
apóstolos. Ele une a experiência espiritual ao testemunho das Escrituras,
evidenciando que a fé gentílica estava alicerçada tanto na ação do Espírito
como na Palavra de Deus. Essa combinação fortaleceu a unidade da Igreja e
preservou a doutrina da salvação pela graça, sem as exigências da Lei mosaica.
O que aprendemos neste item 3 Aprendemos que a fundamentação da fé dos gentios não se apoia apenas
em experiências espirituais, mas também no testemunho das Escrituras. Tiago,
ao recorrer à profecia de Amós, mostra que a inclusão dos gentios já fazia
parte do plano eterno de Deus, revelado muito antes da Igreja nascer. Isso dá
legitimidade e segurança à fé cristã: ela não é fruto de improviso ou de
circunstâncias, mas cumpre um desígnio divino estabelecido desde a Antiga
Aliança e plenamente revelado em Cristo. 👉 Resumo didático e
aplicável à igreja de hoje:
📌Aplicação: Hoje, a igreja é
chamada a manter a mesma postura equilibrada: acolher a obra viva do
Espírito, mas sempre fundamentada na Palavra, evitando tanto o formalismo sem
vida quanto o misticismo sem base bíblica. |
III. A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM
1. O Espírito na Assembleia
“Na verdade, pareceu bem ao Espírito
Santo...” (Atos 15:28).
A declaração “Na
verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…” (Atos 15:28) revela o papel
fundamental do Espírito Santo na condução das decisões eclesiásticas da Igreja
Primitiva. Isso demonstra que a resolução da Assembleia de Jerusalém não foi
fruto apenas de um consenso humano ou de uma habilidade diplomática dos
líderes, mas resultado da direção soberana do Espírito Santo.
Essa expressão mostra
que os apóstolos e presbíteros não tomaram decisões arbitrárias ou baseadas em
preferências pessoais, mas estavam sensíveis à orientação divina, confirmada
pela Palavra e pelos sinais já evidenciados anteriormente — como o derramamento
do Espírito entre os gentios. A Igreja discernia que o Espírito Santo estava
presente e ativo no processo deliberativo, confirmando os princípios do
Evangelho: a salvação pela graça, mediante a fé, sem imposições legalistas.
Esse episódio é uma
poderosa lição para a Igreja em todos os tempos: decisões espirituais devem ser
tomadas com base nas Escrituras, na ação do Espírito e no discernimento da
liderança comprometida com a verdade do Evangelho. O Espírito Santo é o agente
da unidade, da clareza e da fidelidade à vontade de Deus.
O que aprendemos neste item 1 Aprendemos que a Igreja Primitiva não decidia apenas com base em
argumentos humanos ou acordos diplomáticos, mas sob a direção do Espírito
Santo. A expressão “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” revela que a
liderança da Igreja buscava e reconhecia a orientação divina, confirmada
tanto pela Palavra quanto pelas evidências da ação do próprio Espírito entre
os gentios. Isso garantiu que a decisão fosse fiel ao Evangelho da graça e
preservasse a unidade da Igreja. 👉 Resumo didático
e aplicável à Igreja de hoje:
📌 Aplicação:
A igreja de hoje é chamada a manter suas decisões fundamentadas na Palavra e
guiadas pelo Espírito Santo. Isso significa cultivar uma liderança submissa a
Deus, uma comunidade aberta à direção do Espírito e uma fé que preserve o
Evangelho puro da graça, sem acréscimos humanos. |
2. A orientação do Espírito na Assembleia
A expressão de Atos
15:28 revela mais do que mera aprovação humana — aponta para uma orientação
espiritual clara e inconfundível. Embora o texto não detalhe como o
Espírito Santo comunicava essa direção, o contexto oferece indicações
importantes. Lucas menciona que Judas e Silas, enviados como mensageiros da
decisão conciliar, “eram também profetas” (Atos 15:32). Isso sugere que o
Espírito Santo guiava a Igreja por meio dos dons espirituais, particularmente
os dons proféticos, como já ocorrera em Antioquia (Atos 13:1-4).
Essa atuação do
Espírito não era subjetiva, mas compatível com as Escrituras e com a unidade da
fé. A presença de profetas e a liderança apostólica contribuíam para que a
Igreja discernisse com clareza a vontade de Deus. O modelo que emerge é o de
uma Igreja sensível à voz do Espírito, aberta à manifestação dos dons e
submissa à Palavra.
Portanto, a
orientação do Espírito era vivencial, coletiva e funcional. Não se limitava a
experiências místicas individuais, mas ocorria no contexto da comunhão, da
oração, da busca sincera pela verdade e da escuta atenta dos dons espirituais.
Esse padrão da Igreja Primitiva continua sendo um referencial indispensável
para a Igreja contemporânea, que, ao buscar a direção do Espírito, deve fazê-lo
em obediência à Palavra e em comunhão com o Corpo de Cristo.
O que aprendemos neste item 2 Aprendemos que a decisão da Assembleia de Jerusalém não se baseou
apenas em consenso humano, mas na orientação clara do Espírito Santo, que
atuava por meio dos dons espirituais — especialmente o dom profético — em
harmonia com a liderança apostólica e as Escrituras. Essa orientação não era
individualista ou mística isolada, mas vivida no contexto da comunhão da
Igreja, na oração e no compromisso com a verdade. 👉 Resumo didático
e aplicável à Igreja de hoje:
📌Aplicação: A Igreja de hoje
precisa aprender a discernir a vontade de Deus em comunidade, valorizando os
dons espirituais, mas sempre em submissão à Palavra e em espírito de unidade.
Isso significa não depender apenas de estratégias humanas, nem se perder em
experiências subjetivas, mas viver uma fé equilibrada, guiada pelo Espírito e
confirmada na comunhão da Igreja. |
3. O parecer final da Assembleia
“Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós
não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos
abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos
vá” (Atos 15:28,29).
O parecer da
Assembleia de Jerusalém, segundo a vontade do Espírito Santo, registrado em
Atos 15:29, apresenta um exemplo notável de sabedoria pastoral, equilíbrio
doutrinário e sensibilidade cultural. A exigência para que os gentios
convertidos se abstivessem “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da
carne sufocada e da fornicação” não tinha como objetivo condicionar a salvação,
mas preservar a comunhão entre crentes de origens culturais e religiosas
diferentes.
A decisão reafirma
que a salvação é exclusivamente pela graça, mediante a fé em Cristo, e não por
obras da Lei (Ef.2:8,9). Nesse sentido, os elementos da Lei Mosaica — como a
circuncisão e os rituais cerimoniais — não foram impostos aos gentios. Porém,
foram recomendadas algumas restrições de ordem ética e cultural, não como
pré-requisitos para a salvação, mas como orientações prudentes para manter a
paz e a unidade na convivência entre judeus e gentios na Igreja.
Essas recomendações
tinham dupla função: (1) preservar os princípios morais essenciais do
Evangelho, como a rejeição da imoralidade sexual (porneía), e (2) evitar
escândalos entre os irmãos judeus, especialmente em relação a práticas
alimentares profundamente ofensivas à consciência deles. Era um exercício de
amor cristão, que valorizava a liberdade, mas também a responsabilidade do
crente no uso dessa liberdade (Rm.14:13-21; 1Co.8:9).
Assim, o parecer
final da Assembleia não apenas solucionou uma crise doutrinária, mas também
estabeleceu um modelo bíblico e inspirador de como lidar com tensões dentro da igreja
local: sem comprometer a verdade do Evangelho, mas com empatia, sabedoria e
discernimento espiritual.
O que aprendemos neste item 3 Aprendemos que:
📌Aplicação para a
Igreja de hoje: A igreja contemporânea deve aprender a lidar com diferenças culturais,
geracionais e até de costumes da mesma forma:
👉 Em resumo: A
verdadeira maturidade cristã se manifesta quando defendemos a fé com firmeza,
mas tratamos os irmãos com amor, promovendo unidade na diversidade. |
CONCLUSÃO
A Assembleia de Jerusalém representa um
marco decisivo na história da Igreja Primitiva. Diante de uma crise doutrinária
que ameaçava a unidade do Corpo de Cristo, os líderes se reuniram, ouviram os
relatos missionários, debateram com firmeza e buscaram a direção do Espírito
Santo. O resultado foi uma decisão justa, bíblica e cheia de graça: os gentios
não precisavam se tornar judeus para serem salvos. A salvação é, e sempre será,
pela fé em Jesus Cristo. A forma como a Igreja lidou com esse impasse nos
ensina que conflitos teológicos devem ser tratados com oração, diálogo,
comunhão e submissão ao Espírito Santo, a fim de preservar a verdade do
Evangelho e a unidade da fé cristã.
📌Aplicação prática da
Lição 13:
A Lição 13 nos ensina que, diante de
conflitos doutrinários ou culturais, a Igreja deve buscar a direção do Espírito
Santo com humildade, diálogo e submissão às Escrituras. Assim como os apóstolos
e presbíteros se reuniram para discernir a vontade de Deus, também hoje
precisamos cultivar uma postura de oração, escuta mútua e compromisso com a
verdade do Evangelho.
Além disso, aprendemos que a graça de
Deus é suficiente para a salvação de todos, sem a imposição de fardos religiosos
ou tradições humanas. A verdadeira comunhão cristã respeita as diferenças, sem
comprometer a essência da fé. Precisamos, portanto, viver e ensinar que somos
salvos unicamente pela fé em Cristo, e que a liberdade cristã deve ser exercida
com responsabilidade e amor, preservando a unidade da Igreja.
Que esta lição nos motive a manter uma
fé firmada na graça, uma prática pautada pelo amor, e uma vida em constante
dependência da direção do Espírito Santo
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da
Igreja. Hagnos.
Ralph Earle. Livro dos Atos do Apóstolos.
Myer Pearlman. Atos: Estudo do Livro de Atos e o
Crescimento da Igreja Primitiva.
John Stott. A Mensagem de Atos – Até os Confins da Terra. ABU.
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