quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Aula 01 – ADÃO, O PRIMEIRO HOMEM – Subsídio


1º Trimestre/2020

Texto Base: Gênesis 2:1-8

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn.1:26).
Gênesis 2:
1.Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados.
2.E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
3.E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que
Deus criara e fizera.
4.Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus.
5.Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.
6.Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra.
7.E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
8.E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.

INTRODUÇÃO

É com muito prazer que damos início a mais um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical. Estudaremos a respeito da doutrina bíblica do homem. Nesta primeira Aula, trataremos de Adão, o primeiro homem criado por Deus. Na verdade, o primeiro homem não foi criado, mas, sim, formado (Gn.2:7). Toda a criação de Deus teve como matéria prima o “nada”, mas para formar o homem, Deus usou de algo já existente: o pó da superfície da Terra (Gn.2:7). Essa criatura é diferente de tudo que Deus criou - Ele foi formado à imagem de Deus, conforme a Sua semelhança (Gn.1:26), tendo similitude geral com Ele, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcariam exclusivamente como ser superior aos animais. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Enfim, Deus criou o homem para que tivesse autoconsciência, autodeterminação e santidade interior (Ec.7:29; Ef.4:24; Cl.3:10).
“Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Ec.7:29).
A CAPA DA REVISTA
Conforme argumento do Dr. Caramuru Afonso Francisco, no PortalEBD, a Capa do trimestre apresenta uma ilustração do cego Bartimeu no momento em que era curado pelo Senhor Jesus, o qual teria imposto suas mãos e feito aquele habitante de Jericó tornar a ver (Mt.20:29-34; Mc.10:46-52; Lc.18:35-43). Com a utilização desta ilustração, quer-se mostrar que, a exemplo daquele cego, o ser humano estava espiritualmente cego depois da queda, e que somente Jesus pode fazer com que este homem volte a ter a visão espiritual. Como afirmou o apóstolo Paulo, é o resplandecer da luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus, que faz com que todo o homem possa contemplar a manifestação da verdade (2Co.4:1-5).

O TRIMESTRE PODE SER DIVIDIDO EM QUATRO BLOCOS
-O primeiro bloco – Lições 01 e 02. Fala-nos da origem do homem, abordando o primeiro homem e a primeira mulher.
-O segundo bloco – Lições 03 a 06. Cuida da humanidade, abordando a natureza, os atributos, a unidade da raça humana e a sexualidade.
-O terceiro bloco – Lições 07 a 09. Trata da queda do homem e de suas consequências.
-O quarto bloco – Lições 10 a 13. Fala da redenção da humanidade segundo o projeto divino da salvação, inclusive fazendo a análise tanto do homem do pecado, o Anticristo, protótipo dos ímpios, como de Jesus Cristo, que não só é o Redentor, mas o exemplo a ser seguido, mostrando, ainda, como o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

I. A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM

Quem é o homem? De onde ele veio? Para onde ele vai? Estas são perguntas que inquietam aqueles que se debruçam sobre a realidade à sua volta. Os filósofos, em sua maioria absoluta, formada por materialistas, ateístas ou pretensos agnósticos, respondem que o homem é apenas um “animal que pensa”, ou fruto da evolução aleatória das espécies. Eles atribuem a existência do ser humano ao acaso, como se fosse descendente de um animal irracional, que teria evoluído de um microrganismo unicelular que povoara as águas dos mares. Todavia, a Bíblia Sagrada é clara e contundente: o ser humano teve sua origem em Deus (Gn.1:26; 2:7). Num tempo que não podemos determinar, a Trindade Santa se reuniu e decidiu formar o homem: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn.1:26).

1. Doutrina Bíblia do Homem

A Doutrina Bíblica do Homem é chamada de Antropologia, do grego antropos que significa homem e logia, que significa estudo, portanto, estudo do homem. A estudar essa doutrina, temos que refletir sobre a origem do homem, sua constituição, sua finalidade, seu destino final e como ele se relaciona com outros homens e com Deus.
A Antropologia humana exalta a teoria da evolução das espécies, por meio do acaso e da chamada “seleção natural”. A Antropologia bíblica fundamenta-se na Palavra de Deus, que afirma categoricamente: “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.1:26; 2:7). Esse é o ponto de partida, diante do qual o cristão, que crê na revelação divina, jamais se renderá diante de teorias humanas, evasivas, materialistas, contrárias às Escrituras Sagradas.

2. Fundamento

O principal fundamento da doutrina bíblica do homem encontra-se nas Escrituras Sagradas, que é a fidedigna Constituição e infalível regra de fé e prática do povo de Deus nesta Terra. Qualquer outro documento é considerado apenas um tratado ordinário, passível de alteração ao longo do tempo, e que deve estar estritamente balizado na Palavra de Deus.
-A Criação do Homem difere das outras criações. Quando Deus criou os animas, os peixes as estrelas, o sol e a lua, Deus utilizou o verbo, a palavra, para criar tudo no universo infinito e na terra; exemplo: “E disse Deus haja luz. E disse Deus haja um firmamento no meio das águas. E Disse Deus haja luminares no firmamento do céu (Gn.1:3,7,14); mas, na criação do homem Deus utilizou de material já existente para fazer o corpo físico – o pó da terra -, e, na parte espiritual, soprou em suas narinas, e o homem tornou-se alma vivente (Gn.2:7).
-O Homem foi criado superior aos outros seres vivos. Quando Deus criou o homem, ele já havia criado todos os outros seres vivos, as plantas, os peixes, os animais, e por isso Deus fez o homem superior a tudo o que existia até então, e os deu ao homem, e disse: “dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves do céu, e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Gn.1:28). O homem desde a sua criação é superior a tudo na terra; entre o homem e as demais criaturas existem uma grande diferença: o homem possui um nível muito elevado intelectual, moral e espiritual (Gn.1:31, 2:19,20, Salmo 8:4-8).

3. Objetivos

Por que o estudo do homem é importante? Porque nos ajuda a entender como Deus planejou se relacionar conosco e o que Ele espera de nós. Um outro fato importante é o discernimento que essa doutrina nos dá quando a compreensão bíblica do homem é confrontada pela opinião e exposição das outras ciências afins como a psicologia e a sociologia.
A Lição Bíblica do Mestre apresenta 04(quatro) objetivos, que exponho:
ü  Responder às perguntas do ser humano: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a minha missão? E para onde vou?
ü  Mostrar a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e o Mantenedor de toda as coisas.
ü  Levar o homem a reatar a sua comunhão com Deus através de Jesus Cristo, o Homem Perfeito.
ü  Consolar-nos quanto ao nosso destino eterno por meio do sacrifício de Jesus no Calvário – Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.

II. A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA

A criação dos Céus e da Terra é um fato histórico que aconteceu exatamente como está escrito no Livro de Gênesis. Por que Deus criou tudo isto? Simplesmente porque Ele é livre para criar, e seu propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele manifesta para sua criação. Ao criar o universo, não significa que Deus precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24:1). Ele criou todas as coisas para manifestação da sua glória (Sl.19:1-5; Is.6:3; 43:7). A criação da Terra foi aplaudida pelos anjos, os quais foram criados antes da criação do mundo material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? ... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38:4,7).

1. A criação dos Céus e dos anjos

“Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca” (Sl.33:6).
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1).
a) A criação dos Céus (Gn.1:1; Sl.33:6)
É através dos céus que nós podemos entender a grandeza de Deus, ver o Seu grande poder e como Ele é maravilhoso. Vemos que Deus fez os céus e o céu dos céus, porque Ele é o único Criador, criou tudo para a Sua glória, e para mostrar a todos os incrédulos e também aos seus inimigos (Satanás e os seus demônios) que Ele é o único, e que tudo foi feito por Ele e para Ele.
A Palavra de Deus mostra que não existe apenas um céu; o texto sagrado fala em “céus”, no plural:
“Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt.10:14).
“Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados” (Gn.1:1).
“Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus...” (Sl.33:6).
O apóstolo Paulo narra uma experiência que teve em sua vida, em que ele foi arrebatado até o terceiro Céu; isto nos faz entender que não existe apenas um céu, mas sim três céus.
“Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu” (2Co.12:1,2).
a.1) O Primeiro Céu: o Firmamento. É onde se encontram os planetas e as estrelas agrupadas em constelações, e estas em galáxias (Gn.1:16,17). Segundo os estudiosos deste assunto, existem, no mínimo, 2 trilhões de galáxias espalhados pelo universo observável, contendo mais estrelas do que grão de areia no planeta Terra. Os planetas giram em torno do sol, e junto com as demais estrelas, giram em torno de um ponto comum no meio da galáxia. Todos os planetas e estrelas têm o seu percurso perfeitamente traçado, onde se revolvem em perfeita simetria. Assim como os planetas, também, as galáxias têm o seu percurso, onde giram em torno de um ponto central do universo. Os cientistas não sabem o que é este centro do universo que mantém as galáxias ligadas a ele por uma força imaginavelmente poderosa; contudo, a Bíblia nos afirma que Deus é quem comanda todas estas estrelas, planetas e galáxias, girando harmoniosamente em volta do Seu trono.
a.2) O Segundo Céu: as Regiões Celestes (Ef.6:2) “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Estas regiões celestes ou celestiais não podem ser vistas com olhos carnais. É um céu onde se encontram tudo o que é espiritual. É também onde os anjos de Deus travam as batalhas espirituais com Satanás e seus demônios (Dn.10:1-13; Ap.12:7). É o lugar onde se encontram os anjos e os demônios os quais não podemos ver com olhos humanos. É onde Satanás e seus demônios planejam as suas estratégias, para derrubar os crentes e destruir igrejas inteiras. Mas também é o lugar onde os anjos de Deus estão a todo o momento preparado para nos defender (Sl.34:7,8; Hb.1:14; 1Pd.5:8;).
“Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb.1:14).
a.3) O Terceiro Céu: A morada de Deus – O Céu dos céus (Dt.10:14). Este é o lugar que Deus escolheu para estabelecer o seu Trono, a Sua habitação (Dt.26:15; Is.66:1; Is.63:15; Sl.47:8; Sl.103:19). Embora a Bíblia diga que Deus é Onipresente, e Ele enche toda a Terra, e está em todo lugar, o Céu dos Céus é o lugar de Sua habitação (Dt.26:15).
“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono...(Is.66:1).
“Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo...” (Dt.26:15).
“Deus reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl.47:8).
“O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl.103:19).
Neste lugar encontra-se o Paraiso (2Co.12:3,4). O apóstolo Paulo narra a experiência que teve, quando foi arrebatado até este maravilhoso lugar (2Co.12:3,4); lugar este aonde estaremos brevemente a esperar a ressurreição por ocasião da vinda do Senhor Jesus (1Ts.4:16,17):
“E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar”.
Como o relato deixa claro, o lugar visitado por Paulo é o mesmo para o qual o Senhor Jesus levou o ladrão arrependido depois da morte deste último, ou seja, o lugar onde Deus habita. Paulo ouviu a língua do Paraíso e entendeu as palavras, mas foi proibido de repeti-las aqui na Terra. As palavras eram inefáveis no sentido de que eram sagradas demais para serem proferidas e, portanto, não deviam ser anunciadas.
Um Dia todos nós, os remidos pelo sangue de Jesus Cristo, estaremos com o Senhor neste Terceiro Céu, onde bem de perto ouviremos e participaremos destas palavras inefáveis, juntamente com todos os santos de todos os tempos e com os anjos de Deus. Neste lugar estaremos livres do poder e da presença do pecado; lá não sofreremos mais as acusações de Satanás; lá não haverá mais dor, tristeza e morte, e juntos com os anjos e nossos irmãos em Cristo, teremos felicidade plena e indelével, e estaremos glorificando o Senhor Jesus Cristo e o nosso Deus Pai para sempre.
“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap.21:4).
b) A criação dos anjos (Sl.33:6)
Após criar os Céus, Deus criou os seres espirituais, os anjos. Os anjos são, assim como os homens, criaturas de Deus. Gênesis 1:1 e Colossenses 1:16 são incisivos ao mostrar que Deus foi o criador dos anjos, de forma que os anjos são criaturas, ou seja, seres inferiores a Deus, embora sejam superiores aos homens. Isto é muito importante, pois não temos como confundir os anjos com o próprio Deus, nem podemos atribuir a anjos quaisquer atributos divinos, pois Deus é o criador, enquanto os anjos são apenas criaturas.
Por serem espirituais, ou seja, ao contrário do homem que é formado de uma parte material (corpo) e de outra parte imaterial (alma e espírito), os anjos são puro espírito. O escritor da carta aos hebreus diz que os anjos são “espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb.1:14).
Por serem espirituais, os anjos não estão sujeitos às leis da física, podendo aparecer e desaparecer (Jz.6:21; Lc.1:11; 2:13), contrariar a lei da gravidade (Jz.13:20), ter poder de ferir milhares de pessoas ao mesmo tempo (2Sm.24:16,17; 2Rs.19:35; 1Cr.21:16; 2Cr.32:21; Is.37:36), fechar a boca de leões famintos (Dn.6:22), remover grandes pedras (Mt.28:2), fazer emudecer (Lc.1:20), entrar e sair de lugares que estavam e continuaram fechados (At.5:19; 12:7-11), ferir uma pessoa em particular de modo fulminante e fatal (At.12:23), entre outros poderes, a mostrar que as leis vigentes para o mundo físico e material não atingem estes seres, já que são puramente imateriais.
Por não possuírem limitações físicas, a "lei da gravidade" não exerce qualquer influência sobre os anjos. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez.
Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. A Bíblia registra várias aparições de anjos; exemplos: feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro, Paulo (Gn.18:1-10; 28:10-22; Js.5:13-15; Atos 12:7,8; 27:23).
Por serem plenamente espirituais, os anjos também são assexuados, ou seja, não são nem do sexo masculino, muito menos do sexo feminino. Assim, a sexualidade é uma característica exclusiva da dimensão terrena, sendo algo que não tem correspondência na dimensão celestial, como, a propósito, bem nos ensinou o Senhor Jesus em Seu diálogo com os saduceus (Mt.22:29,30; 12:25). Não há, portanto, “anjos do sexo masculino” nem tampouco “anjas”.

2. A criação da Terra (Gn.1:1; Sl.33:6) - Deus a criou com inigualável sabedoria

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1).
Observe que a Bíblia não diz que no princípio começou Deus a criar a Terra, e que após milhões, bilhões de anos, em sucessivas eras geológicas, a Terra ficou pronta para ser habitada. Não. A Bíblia diz que “no princípio criou Deus os céus e a Terra” (Gn.1:1). Deus não precisa de tempo para criar, para fazer, para aperfeiçoar alguma obra Sua. Sendo um Deus perfeito e Todo Poderoso, num só ato Ele cria ou faz uma obra perfeita, sem necessidade de acabamentos ou retoques.
A Terra que Deus criou era acabada, perfeita e bela
A Palavra de Deus afirma que Deus é perfeito e que não há imperfeição naquilo que Ele faz.
“Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são. Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é” (Dt.32:4).
Deus jamais chamaria de “céus e terra” um número infinito de átomos isolados e que se aglutinariam num tempo indeterminado, uma quantidade quase infinita de poeira cósmica jogada no espaço de forma aleatória. Não. De maneira alguma isso foi considerado “céus e terra” pelo Espírito Santo de Deus, no princípio. No princípio, a Terra que Deus criou era uma Terra acabada, perfeita e bela.
Os anjos foram os primeiros seres vivos a contemplarem a Terra tal como Deus a criou. Certamente, o que eles viram não foi uma Terra “sem forma e vazia”, coberta pelas águas (Gn.1:2). Na expressão do próprio Criador, os anjos, chamados de “estrelas da alva” e “filhos de Deus”, ao contemplarem a Terra recém-criada, rejubilaram e alegremente louvaram a Deus. Veja este depoimento dado pelo próprio Deus, falando a Jó:
“Onde estavas tu, quando eu fundava a Terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38:4-7).
Deus criou a Terra para ser habitada
Pela informação que nos dá a Palavra de Deus e de forma clara narrada pelo profeta Isaías, Deus criou a Terra para ser habitada.
 “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a Terra, e a fez, ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada. Eu sou o Senhor e não há outro” (Is.45:18).
-Num primeiro momento, segundo tudo indica, ao criar a Terra Deus entregou o seu governo a um Querubim ungido (Ez.28:14). Esse Querubim falhou, pecou, e, em consequência, a Terra se tornou “sem forma e vazia” (Gn.1:2).
-Num segundo momento, Deus restaurou a Terra, devolvendo-lhe suas características originais. E para cuidar dela, Deus criou o homem, um ser diferente de todas as demais criaturas que já havia criado. O homem permanece cuidando da Terra e o fará até que o Senhor Jesus Cristo venha para implantar o Seu Reino milenar sobre ela.
No princípio, Deus constituiu um Querubim para cuidar da Terra original
Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas” (Ez.28:14).
A Terra era como um Paraíso, reconhecida como sendo o Monte santo. É claro que não se pode afirmar com verdade matemática, mas, por inferência de várias passagens bíblicas, podemos entender que Deus entregou o governo da Terra original a um Querubim ungido e a seus anjos. É claro que respeitamos as opiniões contrárias. Esse “Querubim ungido” era como estrela radiante, ou “estrela da manhã, filha da alva!” (Is.14:12), razão porque convencionou-se chamá-lo de Lúcifer. Não há como determinar, nem mesmo imaginar, por quanto tempo a Terra original permaneceu tal como fora feita pelas mãos de Deus.
A Terra Original foi subvertida, transformada em caos, como consequência do pecado de Lúcifer
“E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono ... Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is.14:13,14).
Em consequência deste ato tresloucado de Lúcifer querendo destronar o Criador, o juízo de Deus foi tão grande contra ele que alcançou também a própria Terra, a qual passou a ser vista tal como descrita em Gênesis 1:2 - “E a terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Neste estado, a Terra é conhecida como Terra caótica. A Terra que Deus criara, perfeita e bela, foi transtornada.
A Terra foi submersa pelas águas e envolta na escuridão. Porém, com muita propriedade, a Palavra de Deus afirma que “o Espírito de Deus se movia sobre a face da água”. Isto pode significar que a presença de Deus ali estava para garantir o seu direito de propriedade sobre a Terra. Satanás nunca se tornou senhor, ou proprietário dela. A Terra sempre foi propriedade exclusiva de Deus.
“Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt.10:14).
“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1).
Não se pode quantificar em números – em séculos ou milênios, em milhões, talvez bilhões de anos -, o tempo em que a Terra permaneceu neste estado caótico - “sem forma e vazia”. Porém é certo que ela permaneceu o tempo suficiente para cobrir todas as eras geológicas defendidas pela ciência. Afirma a maioria dos comentaristas que a Terra original era povoada por animais, mas, não pelo homem. Isto justificaria o encontro de fósseis com milhões ou bilhões de anos.
A Terra foi restaurada em seis dias
Após o estado caótico, Deus não criou novos céus e nem uma nova Terra. A expressão “criar”, do verbo hebraico, “barah” - no sentido de trazer à existência algo que antes não existia, ou trazer do nada, ou fazer existir aquilo que não é material -, somente é usada três vezes no capítulo 1 de Gênesis - versículos 1,21 e 27.
Em relação à Terra, no terceiro dia, não há qualquer menção do verbo criar ou “barah”. Isto significa que Deus não criou uma nova Terra, mas, restaurou aquela que ele havia criado “no princípio”, e que tinha sido transtornada como consequência do pecado de Lúcifer, sendo envolta em escuridão e coberta pelas águas. Em razão disto, Deus ordenou:
“... ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi” (Gn.1:9).
Portanto, a Terra já existia, apenas estava encoberta pelas águas.
“E chamou Deus a porção seca Terra, e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era muito bom” (Gn.1:10).
A Terra foi coberta pelo verde da vegetação
Mais uma vez, em Gênesis 1:11, não aparece o verbo criar, ou “barah”. Isto significa que Deus não criou novas plantas, mas, que ordenou às sementes de todas as plantas que antes existiam na Terra original, e que permaneceram em estado latente para que germinassem.
“E disse Deus: produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã o dia terceiro” (Gn.1:11-13).
Assim, a antiga Terra, criada por Deus, “no princípio”, após permanecer em estado caótico por um tempo que só Deus conhece sua duração, está finalmente renovada e pronta para ser habitada outra vez.
Após tudo isto, ou seja, a restauração da Terra, Deus formou o homem para cuidar de tudo aquilo que Deus criou e que estava sobre a Terra
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).

III. A CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn.1:26).
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn.1:27).
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).
Há três palavras-chave para a atividade criadora de Deus nestes textos: criar, fazer e formar. Esses três verbos definem o caráter da obra criadora de Deus, que tanto criou do nada, como formou criaturas daquilo que criara anteriormente.
É bom enfatizar que o capítulo 2 não é um outro relato da criação nem uma continuação do capítulo 1; não é independente, mas dependente do primeiro, ampliando e explicando uma das atividades de Deus que apenas foi citada no relato anterior. É como se o ator de Gênesis desse um zoom no versículo 27 do capitulo 1, usando o versículo 7 do capitulo 2:
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).
Refletir sobre a formação do homem requer um estudo de Genesis 2:7. Vamos começar com o verbo que descreve a atividade de Deus: formar. A mesma palavra empregada para o oleiro que molda o vaso (cf. Is.29:16; Jr.18:4-6). A palavra descreve a ação de um Criador habilidoso que molda a coroa da Sua criação e sopra vida nela. O material usado é o mesmo que o oleiro usa para formar o vaso: o pó da superfície da terra que dá o barro, que pode ser moldado e mantém a forma do molde. Essa figura é tão importante que é usada no restante do Antigo Testamento ao mencionar aspectos específicos da natureza do homem e de seus relacionamentos. Vamos ver algumas passagens bíblicas:
ü  Deus é o oleiro que forma Israel (Jr.18:6).
ü  O pó é a origem e o destino final do homem (Gn.3:19).
ü  O homem é frágil por causa do material de que foi feito (Sl.103:14).
Se pararmos para refletir, o homem (em hebraico adam) e terra (em hebraico adamah) estão sempre em pares na sua história. Em Gênesis 2, o homem é formado da terra, depois recebe a ordem de cultivá-la, da terra virá também o seu alimento, e por fim, a terra é a sua casa depois da morte (Gn.3:19).

1. O concílio da Divindade sobre a criação do homem

A criação do ser humano foi uma decisão amorosa e soberana da Santistíssima Trindade: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn.1:26). O verbo “fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo criador dos demais seres. Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do planeta, no Oriente, Deus (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) se reuniram solenemente para fazer surgir o novo ser: o homem à imagem e semelhança de Deus, obra prima da criação, que haveria de revolucionar toda a criação. O fato de que os membros da Trindade falaram entre si indica que este foi um ato transcendental e a consumação da obra criadora.
“...o homem à nossa imagem...”. Que significa isto? Não se refere a aspecto físico, já que Deus é espírito, e não tem corpo. A imagem de Deus no homem tem quatro aspectos: (a) somente o homem recebeu o sopro de Deus, e, portanto, tem um espírito imortal, por meio do qual pode ter comunhão com Deus; (b) é um ser moral, não obrigado a obedecer a seus instintos, como os animais, porém possui livre-arbítrio e consciência; (c) é um ser racional, com capacida­de para pensar no abstrato e formar ideias; (d) é um ser que tem domínio sobre a natureza e sobre os seres vivos, à semelhança de Deus; é o representante de Deus, investido de autoridade e domínio (Gn.1:26), como visível monarca e cabeça do mundo.

2. A matéria prima do homem

O corpo do homem foi formado do pó da terra, à semelhança do que se deu com os animais (Gn.2:7,19), o que nos ensina que ele se relaciona com as outras criaturas. Não obstante, não há elo biológico entre o homem e os animais.
A ciência tem demonstrado que a substância do corpo humano contém os mesmos elementos químicos do solo. Seu nome em hebraico "Adão" (homem), é semelhante a "Adama" (solo). Usa-se a palavra "bara" (criar algo sem precedentes) em Gn.1:27, que indica que sua criação foi algo especial.
Gênesis 2:7 diz: “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra…". A palavra "formou" dá, no original, a ideia de "manipulação", trabalho com as mãos.
Que o corpo do homem é feito do pó da terra não se pode negar, cientificamente. Eis a sua constituição segundo os estudiosos deste assunto:
Constituinte
% no Corpo Humano
Oxigênio
66,0
Carvão
17,5
Hidrogênio
10,2
Cálcio
1,6
Fósforo
0,9
Potássio
0,4
Sódio
0,9
Cloro
0,3
Magnésio
0,105
Ferro
0,005
Iodo
0,005
Flúor
0,005
Outros elementos
Idem

3. O sopro divino (Gn.2:7)

“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”.
O fôlego de vida soprado por Deus não é o ar que conhecemos, mas a própria vida dada ao homem, a própria imagem e semelhança de Deus. O homem é imagem e semelhança de Deus exatamente porque Deus lhe imprimiu algo de Sua essência, algo que veio diretamente dEle, ao contrário do restante da criação, que foi feito a partir da vontade divina expressa por Sua Palavra.
Este texto narra a criação da parte imaterial do homem, que é constituída da alma e do espírito. Deus soprou nos narizes do homem e ele foi feito "alma vivente", ou seja, surgiu desse sopro uma alma e essa alma tinha consciência de que vinha de Deus e estava ligada a Ele. Temos, então, as duas instâncias do homem interior: a alma e o espírito. Este é o aspecto totalmente diverso entre o homem e os demais seres vivos criados na Terra. Esta parte imaterial coloca o homem acima da natureza e que lhe permite dominar sobre ela. Esta parte imaterial, resultado do sopro de Deus, é o que Paulo denomina de "homem interior", porque é a parte do homem que não aparece aos nossos olhos, parte esta que as Escrituras identificam figurativamente como "mente" (Rm.7:25) e "coração" (Pv.4:23; Ap.2:23).
Ao se dizer que o homem foi feito "alma vivente”, está sendo dito que o homem é uma alma que tem vida, ou seja, é uma alma que está em comunhão com Deus, pois vida, aqui, não é uma mera existência, mas é uma demonstração de existência de uma comunhão entre Deus e a Sua criatura.
- A alma é a sede dos pensamentos e dos sentimentos do homem; a sede da sua personalidade, da sua individualidade; a parte do homem que tem consciência de si mesmo.
- O espírito é a parte do homem que faz a relação dele com Deus; é a sede da consciência, o instrumento que nos permite discernir o certo do errado; é o elo de ligação entre Deus e o homem, a instância em que tomamos consciência da existência e da soberania de Deus.
Alguém disse que o homem tem espírito para ter comunhão com Deus, vontade para obedecê-lo e corpo para servi-lo.

IV. A MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM

Por que Deus criou o homem? Não há apenas uma única resposta para esta pergunta. Através da Escrituras Sagradas, podemos notar várias razões que levaram o Senhor a criar o homem e mantê-lo no mundo criado como administrador de tudo. Veja a seguir três motivos:

1. Glorificar a Deus

Deus não precisava criar o homem, mas criou-o para a sua própria glória. Deus não precisa de nós nem do resto da criação para nada, porém, nós e o restante da criação o glorificamos e lhe damos alegria. Como por toda a eternidade sempre houve perfeito amor e comunhão entre os membros da Trindade (João 17:5,24), Deus não nos criou porque estava só ou porque precisasse da comunhão de outras pessoas – Deus não precisava de nós por motivo nenhum. No entanto, Deus nos criou para a sua própria glória.
O fato de Deus nos ter criado para a sua própria glória determina a resposta correta à pergunta: Qual o nosso propósito na vida? Nosso propósito dever ser sempre cumprir a meta para qual Deus nos criou: glorificá-lo.
A humanidade sofreu com a Queda do primeiro homem criado, mas Deus se glorificou providenciando Jesus Cristo que, através de Seu ministério e morte, redimiu os filhos do Senhor. O profeta Isaías afirma que Deus criou o homem para o louvor da Sua glória.
“Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR fez isso; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques e todas as árvores em vós; porque o SENHOR remiu a Jacó e glorificou-se em Israel” (Is.44:23).
O salmista, do Salmo 148, recomenda a toda ser humano a louvar ao Senhor:
11.reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra;
12.rapazes e donzelas, velhos e crianças.
13.Que louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu.
14.Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao SENHOR!

2. Propagar a espécie

“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn.1:28).
No momento em que Deus criou o homem, Ele o preparou fisicamente para obedecer à Sua vontade, tais como:
  • Multiplicar-se.
  • Povoar a terra.
  • Dominar os peixes, aves e animais.
O Perfeito Criador colocou no corpo humano tudo que seria necessário para cumprir os ideais divinos, pois o homem para se multiplicar, necessita primeiro possuir desejo sexual, e depois prazer sexual, e depois o esperma para fecundar o óvulo da mulher, para que enfim possa gerar o filho; tudo isto foi previsto pela Trindade santa, em nada o Criador falhou; não houve testes, não houve cobaia; o primeiro homem já era dotado de tudo aquilo que Deus planejou para sua existência e procriação.

3. Governar e administrar o planeta

Após decidir criar o homem à Sua imagem e semelhança, o Senhor anunciou que o homem teria domínio sobre o restante da criação. Essa decisão de Deus a respeito do homem foi tanto um privilégio como uma responsabilidade que o homem recebeu. Está assim escrito:
“E disse Deus: [...] domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra [...] dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn.1:26,28).
É importante observar que o homem devia dominar a terra, mas não como se fosse o dono dela, porque toda a terra pertence ao Senhor (Lv.25:23, Sl.24:1, 1Co.10:26). O homem é apenas o "mordomo de Deus", com a função de tomar conta das obras das Suas mãos.
Conforme bem explica o comentarista do Comentário Bíblico Beacon, esse direito dado por Deus ao homem dominar sobre tudo na Terra ressalta o fato de que Deus o equipou com aptidão para agir como governante.
-Aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e avaliar.
-Aptidão para governar implica em capacidade emocional adequada para desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom, verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a Deus que o criou.
-Aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de Deus indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a Deus em adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e Deus.
-Aptidão para governar ou exercer domínio sobre a Criação não significa que o homem pudesse fazer o que desejasse, que destruísse os animais (matança de forma indiscriminada) ou poluísse a Terra. Como um ser criado por Deus, o homem deveria usar de sabedoria na administração da Terra, usando-a para habitação, para seu prazer, tendo boa alimentação a seu dispor, preservando as obras criadas, tratando-as com equilíbrio. Sempre cônscio que a criação não pertence ao homem, mas ao Criador (cf.Sl.24:1). Infelizmente, atualmente, temos negligenciado essa responsabilidade quando ficamos passivos ante a destruição do mundo criado por Deus, e até quando nós mesmos, com atitudes irresponsáveis, colaboramos com essa devastação, quando, por exemplo: desperdiçamos água; quando colocamos lixo nas praias, nos rios; quando devastamos a natureza.

CONCLUSAO

Aprendemos aqui neste estudo que o Primeiro homem, Adão, foi criado por Deus, por um ato consensual da Santíssima Trindade (Gn.1:26,27); criado à imagem de Deus, conforme à Sua semelhança; macho e fêmea foram criados por Deus (Mc.10:6), e não formado no decurso de milhões de anos de processos macroevolucinonários.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Claudionor, de Andrade. A Raça humana – Origem, Queda e Redenção. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. O homem, coroa da Criação. PortalEBD.
Bruce K. Waltke. Gênesis. Editora Cultura Cristã.


Um comentário:

  1. Excelente lições como sempre, que Deus continue te abençoando meu irmão

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