domingo, 16 de junho de 2019

Aula 12 – A NUVEM DE GLÓRIA – Subsídio


2º Trimestre/2019

Texto Base: Êxodo 40:34-38; Números 9:15,16
 “Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra” (Sl.57:5).
Êxodo 40
34-Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo,
35-de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
36-Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.
37-Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
38-porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
Números 9
15-E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã.
16-Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, estudaremos a respeito da experiência de Israel com a glória de Deus. Ao construir o Tabernáculo estritamente conforme às ordenanças de Deus, os israeli­tas foram recompensados com a glória de Deus, pois ela encheu a Tenda e a Nuvem do Senhor permaneceu sobre ela. Igualmente conosco, se desejamos a presença e a bênção de Deus, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.
Assim como a Nuvem de glória nunca se separou do povo de Israel enquanto ele caminhava rumo à Terra Prometida, o Espírito Santo, desde o dia em que Ele foi derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, nunca nos desamparou.
Assim como a Nuvem era o selo que indicava o povo de Israel como propriedade peculiar de Deus, o Espírito Santo é o selo que nos indica que somos propriedade de Cristo Jesus (2Co.1:22). O selo é a marca de identificação e de segurança. É a marca de legitimidade, propriedade, inviolabilidade e garantia. Somos propriedade exclusiva de Deus, e ninguém pode nos arrancar de seus braços. Quando Deus nos sela, Ele deixa gravada a própria imagem do seu Filho em nós (Rm.8:20). Esse selo de Deus garante a autenticidade do nosso relacionamento com Ele (Ef.1:13; 4:30).
Assim como a Nuvem era o passaporte do povo de Deus da Antiga Aliança, o selo do Espírito Santo é nosso passaporte para o Céu, nossa verdadeira e definitiva “Pátria” (Fp.3:20). Vivamos, pois, e desfrutemos da glória de Jesus Cristo, que nos é revelado pela presença constante do Espírito Santo.

I. A COLUNA DE NUVEM: A GLÓRIA DIVINA SOBRE ISRAEL (Êx.40:34)

“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo”.

1. “A Nuvem cobriu a tenda da congregação”

Quando o Tabernáculo ficou pronto, a glória do Senhor cobriu e encheu a Tenda. Que amor e delicadeza do Senhor em lhes dar a Nuvem e a coluna de fogo. Eram um sinal, dia e noite, de que Deus se preocupava e tomava conta de seu povo.
Quando a Nuvem se elevava acima do Tabernáculo, então os filhos de Israel reiniciavam sua jornada (cf. Êx.40:34-38). Deve ter sido uma experiência maravilhosa para eles. Aquele povo escravo que fora desprezado, agora desfrutava da divina presença. A escravidão durou 400 anos, o que nos alerta para o fato de que várias gerações dos hebreus não conheceram coisa alguma além de trabalho pesado e a pressão dos senhores. Suas tarefas ficavam cada vez mais árduas e as punições mais cruéis com o passar dos anos. Agora, veem de perto a presença gloriosa do Todo-Poderoso protegendo-os e provendo para eles.
Anos mais tarde, à época do Rei Salomão, na dedicação do Templo, esta "nuvem de glória" chama-nos a atenção.
Os sacerdotes trouxeram a Arca da Aliança do Senhor para seu lugar no santuário interno do Templo, o Santo das Santos. Quando os sacerdotes saíram do santuário, a Nuvem encheu o Templo - "E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor" (1Rs.8:11). Deus testificara outra vez que era com eles. Quer seja no deserto, quer seja em Canaã, Deus estava presente junto ao seu povo querido.
Quando terminarmos a nossa peregrinação, contemplaremos bem de perto, e para sempre, na Sião Celeste, a presença inefável de nosso Deus. O apóstolo Paulo afirmou que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co.2:9).

2. A Glória de sua presença

A Nuvem de Glória cobria toda a Tenda da Congregação, e isto revelava que o Altíssimo se encontrava de modo especial no Santuário; era o sinal visível e glorioso da presença do Todo-poderoso.
Foi muito bom para o povo de Israel saber que tinha a constante presença do Senhor em seu meio. Tal presença os acompanharia por sua jornada até chegarem à Terra Prometida.
Onde quer que estivessem os filhos de Israel, certos estavam de que o Senhor era com eles. Para seguir adiante, tudo o que tinham a fazer era olhar para o alto e ver a Nuvem que pairava sobre a Arca. Desta maneira o Senhor sempre lhes provia um lugar de descanso (cf. Nm.10:33-36).
Assim também é hoje! Em nossa jornada pelo deserto da vida podemos ter descanso em Jesus, porque o Seu Espírito vai adiante de nós. Ele está sempre presente com o povo de Deus da Nova Aliança até chegar à Terra Prometida (João 14:1-3).

3. “Icabô” – foi-se a Nuvem de glória de Israel

Mais tarde, já em Canaã, infelizmente, a Nuvem de glória, que havia entre os querubins no Santo dos Santos, foi-se embora, por causa da iniquidade do povo de Israel.
À época de Jeremias, Deus enviou o profeta Ezequiel para avisar ao povo de Israel e a seus líderes espirituais do desagrado do Senhor por causa das abominações do seu povo. Ezequiel viu que Israel havia se apartado do Senhor a ponto de desonrar o Templo com adoração ao sol e outras abominações (cf. Ez.8:16,17).
No capítulo 10 de Ezequiel, ele vê como a Nuvem de glória abandona o Templo. Em Ezequiel 10:3, a nuvem ainda enche o Átrio Interior, mas se eleva dos querubins e vai para a entrada do Templo. A casa estava ainda cheia da glória do Senhor.
Em Ezequiel 10:18, porém, lemos o seguinte: "Então, saiu a glória do Senhor da entrada da casa e parou sobre os querubins". Estes não eram os querubins de ouro do Propiciatório, porém criaturas viventes, na visão de Ezequiel. Assim, a nuvem de glória juntou-se aos querubins que saíam do Templo.
Em Ezequiel 11:22, a atenção do profeta volta-se de novo para os querubins e a Nuvem de glória. No versículo 23, ele narra como a glória do Senhor subiu do meio de Jerusalém e se pôs sobre o Monte das oliveiras, a leste da cidade. A glória de Deus foi-se e o povo ficou desamparado e vulnerável aos ataques impiedosos do seus ferozes inimigos. Israel foi expulso de sua Terra Prometida.
A tragédia do exílio não pode ser interpretada como apenas a deportação de um povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu santuário central. Na verdade, Deus havia se retirado do meio de seu povo, uma ausência simbolizada por uma das visões de Ezequiel, na qual a Shekinah movia-se do Templo (Ezequiel – cap.1).
De certa forma, portanto, o fim do cativeiro dos judeus em 539/538 não pode ser sinônimo do fim do exílio, porque Jeová não retornou na ocasião para habitar no Templo. Pelo contrário, os profetas predisseram que seu retorno aconteceria apenas na era escatológica, quando o próprio Messias seria a glória de Deus (Ag.2:7-9). Deus não terminou ainda de lidar com Israel, cujo Dia mais grandioso está por vir.

II. A SHEKINAH QUE ESTEVE PRESENTE NAS PEREGRINAÇÕES DE ISRAEL

“Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava; porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas” (Êx.40:36-38).
“Shekinah” é um termo que, segundo o sentido aramaico, descreve a manifestação visível da glória de Deus.
Conquanto o termo não se encontre no texto original do Antigo Testamento é uma palavra adotada pela tradição judaica. O termo “Santíssima Trindade”, também, não aparece no Novo Testamento, mas ela retrata com perfeição o que os textos apostólicos ensinam sobre essa doutrina. Portanto, proferir o termo Shekinah para referir-se à glória de Deus, é plenamente válido.
A Nuvem da glória de Deus acompanhou o povo de Deus durante toda a sua peregrinação no deserto. Sempre que ela se movia, o povo a seguia; se não se movia, o povo permanecia onde estava.
Durante toda a sua peregrinação no deserto rumo à Canaã, o povo de Deus foi beneficiado com a proteção, orientação e descanso à sombra da Nuvem da glória de Deus.
Não sabemos como era essa Nuvem, mas com certeza abrigava a presença de Deus. Ela era a sombra do próprio Deus, que protegia o Seu povo do sol escaldante e da gélida escuridão.

1. A Glória permanente de Deus

A glória de Deus esteve presente durante toda a peregrinação de Israel no deserto, porque Ele cuida do Seu povo. Está escrito que Deus “nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Êx.13:22).
Obstáculos assustadores, inimigos impiedosos e tempestades repentinas e destruidoras surgiam ao longo da peregrinação, mas Deus, por meio da Nuvem e do fogo, esteve sempre presente. O apóstolo Paulo fez menção da fidelidade de Deus para com o seu povo:
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (1Co.10:1,2).
As colunas da Nuvem e de fogo constituem exemplos de teofania (uma manifestação física de Deus). Desse modo, Deus iluminou o caminho de Israel, o guiou e o protegeu ao longo de sua jornada no deserto. Quando os inimigos impiedosos chegaram para destruir o povo de Deus, Ele os protegeu com sua Nuvem e com o seu fogo (Êx.14:19,20).
Deus providenciou segurança e controlou os movimentos do seu povo, inspirando o ardente zelo que este deveria ter pelo seu Deus. Também Deus lhes proveu de alimento durante os quarenta anos da jornada pelo deserto.
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não” (Êx.16:4).
O Senhor não mudou e nem mudará (Hb.13:8). Ele cuidou do seu povo na travessia do deserto e também cuida de nós, o povo da Nova Aliança, porque, também, o “deserto” faz parte de nossa jornada rumo à “Terra Prometida”, o Céu. Portanto, não nos desesperemos, pois o Espírito Santo conduz sua Igreja. Ele é o nosso Paracleto.

2. A Nuvem de Deus no Monte Sinai e nos desertos

Quando Moisés subiu ao Monte Sinai para receber de Deus o Decálogo e as instruções para construção do Tabernáculo, ele entrou no meio da Nuvem da glória de Deus. Foram 40 dias e 40 noites sob a Shekiná de Deus (Êx.24:15-18). No deserto, enquanto o povo marchava, a Nuvem guiava o povo de Deus (Ex.13:21,22; 40:36-38). Que momentos gloriosos e ímpares!
“E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Êx 13:21,22).
Deus colocou a Nuvem e o fogo como evidências da sua presença, do seu amor e do seu cuidado por Israel (cf.Êx.40:38; Nm.9:15-23; 14:14; Dt.1:33; 1Co.10:1). Segundo comentário no rodapé da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Deus concedeu aos hebreus as colunas de nuvem e de fogo para que eles soubessem que a presença de Deus os acompanharia dia e noite durante sua peregrinação rumo à Terra Prometida.
Hoje, o que Deus nos tem oferecido para que possamos ter esta mesma certeza? A Bíblia Sagrada; Ela é algo que o povo de Deus da Antiga Aliança não possuía.
Devemos ler e estudar a Palavra de Deus para assegurarmos da presença de Deus junto a nós. Assim como os hebreus olhavam para aquelas colunas de Nuvem e fogo, também podemos ler a Palavra de Deus de dia e de noite para sentirmos que Ele está conosco e nos ajuda em nossa peregrinação rumo ao Céu.

3. A Nuvem se manifestou sobre o Propiciatório (Lv.16:2)

Sobre o Propiciatório (tampa da Arca) se manifestava a Shekinah, o fogo ou glória de Deus, que representava sua própria presença. Deus ordenou a Moisés que lembrasse Arão que ele só podia entrar na presença de Deus conforme a ordem dEle e da maneira prescrita. Se não estivesse devidamente preparado, morreria (Lv.16:2,13).
“E porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra” (Lv.16:13).
Nesse momento, Deus se encontrava com Arão no Propiciatório (Lv.16:2).
“Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque eu apareço na nuvem sobre o propiciatório”.
O sumo sacerdote Arão, ao entrar no Lugar Santíssimo, primeiramente tinha de oferecer “incenso”, de tal maneira que fossasse uma “nuvem de fumaça” espessa que cobrisse totalmente o Propiciatório (Lv.16:13). Ali, Deus se manifestava por meio da Nuvem de Sua glória (Lv.16:1,2; Nm.7:89).
“E, quando Moisés entrava na tenda da congregação para falar com o SENHOR, então, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a arca do Testemunho entre os dois querubins; assim com ele falava”.
Na Antiga Aliança, a glória de Deus habitava no Santo dos Santos do Tabernáculo. Na Nova Aliança, a glória de Deus habita nos crentes (1Co.6:19).
A Igreja glorificada, a Noiva do Cordeiro, tem sobre si a plenitude do esplendor de Deus. A Shekiná de Deus brilhará sobre a Sua Igreja eternamente. Assim como a lua reflete a luz do sol, a Igreja glorificada vai refletir a glória do Senhor. Essa glória é indescritível (Ap.21:11), como indescritível é Deus (Ap.4:3).

III. OS BENEFÍCIOS DE ESTAR DEBAIXO DA NUVEM DA GLÓRIA DE DEUS

“Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial. Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial” (Nm.9:16-18).
O apóstolo Paulo, em 1Coríntios 10:1,2, chamou o aspecto da Nuvem de Deus, no deserto, de batismo:
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar”.
Como o batismo simboliza a graça de Deus na vida da pessoa, a Nuvem simbolizava a graça protetora, provedora e orientadora de Deus na vida do povo de Deus.

1. Debaixo da Nuvem de Deus teremos Proteção de Deus (Nm.9:16)

“Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo”.
Quando andamos sob a Nuvem de Deus, contamos com a Sua proteção (Sl.121:5-8).
“O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite. O SENHOR te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”.
A Nuvem de Deus protegeu o povo no deserto: durante o dia, do sol escaldante e do calor impiedoso; durante a noite, do frio e da escuridão tenebrosa. O salmista diz que “aquele que habita no abrigo do Altíssimo descansa à sombra do Todo-Poderoso” (Sl.91:1).

2. Debaixo da Nuvem de Deus encontramos Orientação certa de Deus (Nm.9:17)

“Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial”.
Quando a Nuvem se erguia do Tabernáculo, o povo de Israel marchava. Aonde a Nuvem parava, o povo acampava. A Nuvem era, obviamente, símbolo da presença de Deus guiando seu povo.
Embora nos dias de hoje o Senhor não conduza seu povo de maneira visível, pois “andamos por fé e não pelo que vemos” (2Co.5:7), o princípio ainda é o mesmo: caminhamos quando o Senhor se move, nunca antes, já que a incerteza sobre partir representa um bom sinal para permanecer onde estamos. Não devemos nos mover sem ser da vontade de Deus.
Imagine aquelas centenas de milhares de pessoas - homens, mulheres e crianças - viajando através de um impiedoso e inóspito deserto onde não havia um referencial de rota. Sem nenhum equipamento por mais rústico que fosse.
Certamente que, sozinha, essa multidão de pessoas não podia fazer planos para o dia seguinte. Não sabia onde acampar. Não sabia quando deveria pôr-se em marcha, ou quando em marcha. Não sabia onde iria acampar. A única solução era olhar para cima a fim de receber a orientação de Deus. Todos os seus movimentos e decisões eram orientados por Deus. A Nuvem de Deus os orientava.
Nós, povo de Deus da Nova Aliança, enfrentamos um deserto impiedoso em nossa jornada rumo à Sião Celeste. Desta feita, não teremos êxito em nossa jornada sem a orientação do Espírito Santo, a nossa gloriosa Nuvem.
Devemos olhar sempre para Jesus. O texto sagrado é contundente: “olhando para Jesus, autor e consumador da fé...” (Hb.12:2).
Jesus é quem nos dá direção certa. Ele mesmo falou: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas; mas terá a luz da vida" (João 8:12).
Israel teve a direção gloriosa de Deus. Está escrito:
“E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite” (Êx.13:21).
Somente Deus conhece o caminho do deserto. O pastor não conhece, o padre não conhece, o papa não conhece, Maria não conhece, Paulo não conhece, Pedro não conhece, Tiago não conhece. Somente Deus conhece o caminho certo.
Israel tinha a coluna de Nuvem e coluna de fogo, símbolos da presença de Deus. Logo, sem a direção de Deus a nossa peregrinação é improfícua. Moisés disse ao Senhor: “se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui” (Êx.33:15).
Sem Jesus, não temos o rumo certo, logo, estaremos perdidos. Somente Ele é o Caminho. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6.).
Muitos ignoram a orientação de Deus para tomar suas próprias decisões; seguem suas próprias vontades ignorando a orientação da Nuvem de Deus, O Espírito Santo. O resultado disso é a frustração, a decepção e, em muitos casos, a morte no deserto da vida, a morte espiritual. Foi o que aconteceu com Jonas. Ele, a bel prazer, achou que a direção certa era Tarsis, enquanto a direção correta era Nínive. Jonas teve consequências nefastas por não estar debaixo da Nuvem de Deus: foi parar na barriga de um grande peixe, ou seja, no abismo. É isto que acontece quando se está fora da direção de Deus: o abismo.
Amados irmãos, qualquer decisão a tomar durante a nossa jornada neste deserto da vida, precisamos da orientação da Nuvem de Deus. Caso contrário, padeceremos. Deus tem a direção certa, o rumo certo para o seu povo. Devemos, pois, obedecê-lo, confiar nEle. Devemos seguir as suas pisadas.
Orienta-nos o apóstolo Pedro: “Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pd.2:21).
Que possamos nos firmar nas pisados do Senhor, como fez Jó, e não se desviar dos seus caminhos (Jó 23:11)
“Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele”.
“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que se não atirem a ti” (Sl.32:8,9).

3. Debaixo da Nuvem de Deus Descansaremos à Sua sombra (Nm.9:18)

“Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial”.
Quando a Nuvem parava, o povo acampava para descansar debaixo da sombra do Senhor.  Podiam ficar despreocupados, descansados, porque a Nuvem de Deus estava li.
Quem está debaixo da Nuvem não tem o que temer, pois descansa à sombra do Onipotente Deus. Ele cuida de tudo para nós quando lhe entregamos a direção da nossa vida em todos os aspectos.
Está escrito em Deuteronômio 29:5 que tudo estava debaixo da providência de Deus.
“Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo deserto, nem as suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se gastaram”. 
O Salmista confirma isso (Sl.9:10,11).
 “Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos”.
Portanto, quem está debaixo da Nuvem, não deve se preocupar com nada, deve, sim, descansar à sombra da Nuvem de Deus.
  • O Apóstolo Pedro exorta desta maneira: “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1Pd.5:7).
  • O salmista, também, nos aconselha desta maneira: “Lança o teu cuidado [preocupação] sobre o SENHOR, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado” (Salmos 55:22).
Se você tem sido uma pessoa ansiosa, preocupada, saiba que debaixo da Nuvem de Deus há esperança. Há um Deus que tudo pode fazer quando estamos debaixo de seus cuidados.
“Bendito o varão que confia no SENHOR, e cuja esperança é o SENHOR” (Jr.17:7).
Quem confia no Senhor, quem caminha debaixo da Nuvem de Deus, mesmo que esteja em perigo, correndo riscos, fica em paz e descansa.
“O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no SENHOR, a misericórdia o cercará” (Sl.32:10).
“Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado” (Sl.37:3).

4. O perigo de não estar debaixo da Nuvem de Deus

Os israelitas foram alvos da graça de Deus no Êxodo:
ü  Foram libertos da escravidão do Egito de forma milagrosa (1Co.10:1).
ü  Foram protegidos e providos sob a Nuvem de Deus (Nm.9:16-18).
ü  Viram bem de perto, e de forma visível, o fogo da glória de Deus.
A despeito dessas bênçãos, abandonaram o Senhor Deus que os tirou da escravidão do Egito, e cometeram pecados terríveis de idolatria e abominações. Por causa disso, e de mais outros erros, a maior parte deles foi destruída no deserto (1Co.10:5). Eles perderam a sua eleição divina e, por conseguinte, não alcançaram a Terra Prometida (Nm.14:30).
“Não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num”.
Portanto, assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim também Ele não tolera o pecado do seu povo da Nova Aliança. Ficar fora do abrigo de Deus é perigo certo. Pense nisso!

CONCLUSÃO

Em nossa caminhada rumo à Sião Celeste, nós não passamos somente por desertos; na verdade, o deserto é a nossa trajetória rumo à Terra Prometida, o Céu.
Para sobrevivermos nessa jornada da vida é necessário nos abrigarmos sob a Nuvem de Deus. Caso contrário, a nossa trajetória não será segura e nem proveitosa.
Se você não quer morrer no deserto da vida, se você não quer ficar perdido nessa vida, se você quer uma caminhada segura e proveitosa para poder atingir o objetivo que você pretende alcançar, então, é imprescindível que você esteja debaixo da Nuvem de Deus. Ali encontramos proteção, encontramos orientação e descanso para nossas almas.
Assim como Israel teve a experiência da Nuvem de Glória, nós podemos ter uma experiência com a glória do Altíssimo por intermédio do seu bendito Espírito.
Ainda é possível viver uma vida cheia do Espírito Santo de Deus. É possível ter experiências gloriosas com o nosso Deus.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.

4 comentários:

  1. valeu Luciano pelo subsidio dessa liçao com certeza os ajudara muito esclarecera nossas duvidas como professora com certeza sempre vou acessar seu blog para ajuda valeu muito obrigada

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  2. Parabéns muito edificante Deus abençoe

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  3. Glória a Deus. Estou estudando esta preciosa lição. Com este precioso Esboço. Deus abençoe o irmão Luciano. Amém

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  4. Deus te abençoe por este estudo maravilhoso

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