segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aula 09 - A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO

Texto Básico: Neemias 12:27-43
"E sacrificaram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram, porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe" (Ne 12:43).

INTRODUÇÃO
Após a reforma estrutural da cidade de Jerusalém; após a reforma econômica e social; após a reforma espiritual do povo e do compromisso público de servir ao Senhor Deus de Israel e cumprir os seus mandamentos; agora, Neemias dedica-se à organização dos serviços religiosos (levíticos), determinados na Lei de Deus. Foi um momento especial, marcado pela alegria, louvor e cânticos em ações de graças ao Senhor (Ne 12:24,27). Em sua infinita misericórdia, Deus transformou em regozijo o lamento de seu povo.
I. OS SACERDOTES QUE VIERAM PARA JERUSALÉM COM ZOROBABEL
1. Os que vieram com Zorobabel.
Só relembrando, o povo judeu voltou do cativeiro babilônico em três levas: (a) Sob a liderança de Zorobabel, com a autorização do imperador Ciro, para reconstruir o Templo; (b) Sob a liderança de Esdras para ensinar a Lei; (c) Sob a liderança de Neemias para reconstruir os muros. Tanto Esdras como Neemias voltaram sob o governo de Artaxerxes I (465-424 a.C). Os judeus que voltaram para Jerusalém foram profundamente influenciados pela fé dos seus pais mesmo no cativeiro. A criação das sinagogas no exílio para o estudo da lei e dos profetas exerceu uma grande influência na inspiração da fé religiosa daqueles que retornaram à Jerusalém. O cativeiro babilónico foi decisivo para os judeus deixarem a idolatria.
O texto de Neemias 12:1-7 registra os sacerdotes que retornaram com Zorobabel. Os levitas são listados nos versículos 8-9. Os versículos 10-11 apresentam o nome dos sumos sacerdotes desde Jesua(na época de Zorobabel, 12:1) até Jadua. Os versículos 12-21 relacionam o nome dos sacerdotes que serviram nos dias de Joiaquim, cujo filho, Eliasibe, era sumo sacerdote na época de Neemias(Ne 3:1). A maioria desses homens provavelmente ainda estava viva na época de Neemias. O texto traz o nome dos levitas que serviram desde o tempo do sumo sacerdote Eliasibe até o sumo sacerdote Jadua. Os homens mencionados nos versículos 24-26 serviam antes e durante a administração de Neemias.
Nota-se que só foram admitidos como ministros do altar os que puderam comprovar a sua ascendência levítica. Isso nos ensina que o ministério cristão deve ser exercido por aqueles que realmente foram chamados por Deus.
2. O Ministério Sacerdotal. O ministério sacerdotal surgiu como uma necessidade para que houvesse o devido relacionamento entre Deus e os homens, ante a entrada do pecado no mundo.
O sacerdote era um mediador que ensinava a lei, mas principalmente oficiava os cultos religiosos dos israelitas. Os sacerdotes só podiam vir da tribo de Levi. No entanto, o simples fato de alguém ser levita não fazia dele um sacerdote. Para atuar como sacerdote, era necessário o chamado de Deus - “Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão” (Hb 5:4). Então, ser sacerdote era uma honra especial, e os que desempenhavam essa função eram diretamente chamados por Deus. Embora os demais levitas desempenhassem trabalhos importantes na vida religiosa de Israel, não eram sacerdotes.
Os sacerdotes da ordem levítica eram consagrados ou separados por Deus para esse trabalho especial (Êx 28:1-4). Isso significa que eram santos, não devendo ser considerados comuns. Deus até mesmo mandou que usassem “vestes santas” quando estivessem ocupados com as funções sacerdotais, e, antes de servirem a Deus no santuário, tinham de fazer purificação cerimonial, ofertas, unção e aspersão do sangue.
Além disso, para que alguém fosse sacerdote, essa pessoa precisava não só ser da tribo de Levi, ser chamada por Deus para o trabalho e ser consagrada, mas tinha de estar isenta de deformidades físicas e de outras contaminações (veja Levítico 21). Ainda que uma pessoa preenchesse alguns dos outros requisitos, se fosse cega, coxa ou de algum modo deformada, não podia atuar como sacerdote. Então, vemos que os que eram sacerdotes no sistema do Antigo Testamento eram especiais, santos e sem deficiências. Somente com a ordem de Deus eles intervinham na oferta de sangue de animais sacrificados pelos pecados do povo.
O sacerdote deveria dar o exemplo, honrando o nome do Senhor, guardando a lei e fazendo com que o povo servisse a Deus, sem fazer acepção de pessoas (Ml 2:7,8). Era, pois, alguém que, além de pedir em favor do povo, deveria ter uma vida de comunhão e de santidade que incentivasse e estimulasse o povo a guardar os mandamentos e a servir ao Senhor. Não foi por outro motivo que Deus fulminou a Nadabe e a Abiú, filhos de Arão, quando entraram com fogo estranho na presença do Senhor, mostrando, claramente, que os sacerdotes, como ninguém, deveriam viver em santidade diante de Deus (Lv 10:1-3).

O SUMO SACERDOTE

Dentre os sacerdotes, destaque tinha o sumo sacerdote, descendente de Arão, o primeiro sumo sacerdote, cuja função era, primordialmente, a de interceder a Deus por todo o povo, notadamente no dia da expiação(cf Levitico cap. 16), quando ingressava no lugar santíssimo e ali, depois de ter feito sacrifício antes por si mesmo, oferecia um sacrifício em nome de todo o povo, ocasião em que Deus aplacava a Sua ira e diferia, por mais um ano, a punição pelos pecados cometidos. Era o sumo sacerdote quem aspergia sangue sobre o propiciatório, como era chamada a tampa de ouro da arca do concerto, que ficava dentro do lugar santíssimo, e este sangue trazia favor ao povo de Israel, pois, por causa deste sangue, o pecado do povo era coberto e Deus Se mostrava favorável (isto é, propício), não castigando o povo pelo pecado cometido.
Tratava-se, portanto, de uma posição honrosa, de muita responsabilidade, a ponto de o sumo sacerdote ser cercado de uma série de restrições, muito superiores a todo e qualquer outro israelita. Assim, por exemplo, não podia descobrir a sua cabeça, nem tampouco rasgar os seus vestidos (Lv 21:10), como também não poderia se chegar a qualquer cadáver, nem mesmo de seus pais (Lv 21:11), tendo de casar com mulher virgem, sendo-lhe vedado casar com mulher repudiada ou, mesmo, viúva (Lv 21:13,14). Era um cargo hereditário (Ex 28.43), dado ao primogênito do vigente sumo sacerdote, com exceção dos casos de enfermidade ou mutilação previstos pela Lei (Nm 3.1-13; Lv 21.16-23).
3. O ministério dos Levitas. Neemias, também, estabeleceu os levitas(descendentes de Levi, filho de Jacó), que eram auxiliares dos sacerdotes no serviço do Templo. Aliás, somente os levitas estavam autorizados por Deus para trabalhar no Templo. Em Números 3:6-10 acham-se estabelecidas as duas classes dos levitas: (a) Arão e seus descendentes, a quem Deus selecionou para o sacerdócio de Israel, e (b) os que serviam de auxiliares aos sacerdotes, e desempenhavam diversos ofícios menores do santuário.
Muito do trabalho dos levitas era ensinar a Palavra de Deus e ensinar o povo como adorar a Deus(Dt 33:10). Em fim, eles cuidavam de todos os aspectos da Casa de Deus. Eles recolhiam os dízimos e os repartiam. Eles eram os diáconos do Templo. Aqueles que cuidam do sustento da obra de Deus são tão importantes e necessários quanto aqueles que estão na linha de frente, através da oração e do ministério da Palavra (At 6:4). Ainda hoje a obra missionária é feita com a participação efetiva de toda a igreja. Uns oram, outros contribuem, e outros saem a pregar aqui, ali e além fronteira.
II. A DEDICAÇÃO DOS MUROS
A dedicação espiritual do povo tinha acabado de acontecer no reavivamento levado a efeito por Esdras, e isso representava a primeira restauração de Jerusalém e do “remanescente” de Israel(Is 1:9), ao pleno favor de Deus desde os dias de Ezequias e Isaias. Havia, realmente, muitos motivos para se alegrarem. Certamente, se o povo pudesse ter tido, nesse momento, uma breve visão do Céu, teria visto anjos jubilosos em torno do trono de Deus. Pois, agora, havia sido feito um caminho para o Redentor, o Filho de Deus, por onde Ele seria trazido ao mundo para consumar o plano divino, a redenção.
1. A participação dos levitas. "E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas" (Ne 12:27). Era imprescindível a presença dos levitas na realização dos sacrifícios e na condução do culto ao Senhor. Eles eram encarregados de celebrar. Dentre eles havia os cantores, os instrumentistas, os compositores, bem como o regente. Eles eram os poetas, os compositores. Eles tinham uma grande contribuição na restauração do perfeito louvor na casa de Deus.
Observemos que, ao contrário do que se costuma dizer hoje em dia, “levita” não se confunde com o músico. Os filhos de Arão eram sacerdotes e todos os demais levitas foram encarregados dos mais diversos e variados serviços no tabernáculo e, posteriormente, no Templo, inclusive a parte musical. Portanto, não confundamos “levita” com “músico”.
Pode-se aplicar esse procedimento dos levitas aos obreiros da igreja de Jesus Cristo. Aqueles que estão encarregados de celebrar o culto ao Senhor devem levar o povo a adorar a Deus na beleza de sua santidade. O Culto ao Senhor precisa ser organizado e santo, não se pode fazer dele um espetáculo, cujos líderes ou dirigentes se portem como "animadores de auditório". Tomemos, pois, o exemplo de Neemias e Esdras, homens que serviam e cultuavam a Deus com santidade e reverencia, e instavam o povo de Deus assim proceder.
2. a participação dos cantores. A dedicação do muro da cidade caracterizou-se pela alegria, louvor, e cânticos (Ne 12:24,27-29,35,36,40,43). O louvor faz parte da restauração do povo de Deus. Ele é praticado não porque é bonito e nos faz bem; nem porque ocupa um lugar no culto a Deus, ou porque serve para atrair as pessoas. O louvor é fruto de vidas consagradas. É a expressão viva do próprio Espírito de Deus pelos lábios de seu povo.
Os cantores faziam parte dos levitas (Ne 7:44); eles tinham dedicação exclusiva nesse ministério. Tinham um bom ouvido e uma boa voz. Eles eram escolhidos para conduzir os salmos. Eram os condutores do culto, pessoas especializadas.
A música sempre foi muito valorizada pelo povo de Deus. A música na Bíblia tem lugar fundamental (Sl 40:3; Ef 5:19,20). Ela é um instrumento de comunicação do homem com Deus e de Deus com o homem. O homem fala a Deus através dos cânticos e Deus fala ao homem por intermédio da música. A música é veículo de mão dupla. Por ela, louvamos a Deus e também proclamamos a mensagem de Deus aos homens. Alguém, sabiamente, disse que a música é a linguagem da alma... A música exerceu um papel fundamental na Reforma do século 16, nos grandes reavivamentos históricos. Ainda hoje, ela exerce um papel de alto valor na evangelização, ensino e edificação do povo de Deus.
Que importância damos à verdadeira música sacra no culto divino? O louvor deve acompanhar a adoração ao Senhor. Não pode o povo de Deus, edificado e salvo pela graça e misericórdia de Deus, calar-se e deixar de louvar ao Senhor. É com tristeza que vemos, nos dias hodiernos, muitos que cristãos se dizem ser desprezarem, por completo, o cântico e o louvor, tanto que chegam atrasados aos cultos, depois do momento litúrgico do louvor. Aprendamos com Neemias e não permitamos que deixem de haver em nossas vidas espirituais os cantores que completam a obra de nossa edificação espiritual.
3. A purificação dos Sacerdotes e do povo.E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo...”(Ne 12:30).
Os sacerdotes se purificam. A Bíblia deixa claro que por ocasião daquela festa, os sacerdotes se purificaram. Curiosamente falando, os sacerdotes são citados primeiro na ordem de purificação. Isto não é de se estranhar, pois aqueles que ministram no santuário devem ser realmente os primeiros a estarem purificados diante de Deus. Ser um ministro não significa ter isenção de falhas. Por isso, é necessário que aqueles que estão à frente ao rebanho sejam sempre os primeiros a estarem diante de Deus puros, sem mácula, a fim de que, com seu exemplo de vida, possam ter autoridade para exortar o rebanho. Lembremo-nos de que há líderes que tem autoridade e a utilizam por força da função que possuem, mas seu exemplo de vida deixa a desejar; e há aqueles que possuem autoridade e a utilizam de forma correta porque sua vida tornou-se um referencial com base no exemplo que transmitem.
O povo se purifica. Além dos sacerdotes, o povo também se purificou para festejar ao Senhor. A liderança deu o exemplo de sujeição a Deus e o povo fez também a sua parte. Se por um lado os sacerdotes fizeram os rituais prescritos na Lei de Moisés para se purificarem, o povo entendeu que a purificação não deveria estar circunscrita ao campo sacerdotal, mas que individualmente, cada um dos habitantes de Jerusalém era responsável por sua própria purificação, para apresentarem-se diante do Senhor. Até as mulheres e crianças, que não eram contadas entre os homens, participaram da celebração (Ne 12:43). Deus não fez distinção entre quem era contado pelos homens e quem não era. Ele derramou a alegria em todos, pois todos estavam participando daquela celebração em nome dEle.[1]
Os sacerdotes e os levitas se purificaram e purificaram o povo. Isso nos dá uma lição: devemos chegar diante de Deus com vidas limpas e levantar mãos santas. Jamais poderá haver louvor e adoração se não houver dedicação de vidas ao Senhor. Somos uma nação de levitas e sacerdotes chamados para a adoração (IPe 2:9), por isso devemos ter uma vida purificada. O apóstolo Paulo assim nos exorta: "Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co 7:1).
A santificação é parte integrante da vida cristã, e o cristão que não deseja a santificação está perdendo o temor a Deus. Todo crente compromissado com o Senhor deseja viver em santidade. A Bíblia Sagrada deixa claro que ser santo é uma exigência de Deus para aqueles que querem servi-lo - “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...”(1Tes 4:3).
III - CELEBRANDO A DEUS PELA VITÓRIA
1. A festa de dedicação
. Jerusalém viveu mais de cem anos debaixo de escombros. Agora a cidade foi restaurada, os muros foram reconstruídos e o povo celebrou com grande e intenso júbilo essa vitória. Todos os sacerdotes, levitas e cantores, deveriam vir, de todos os lugares, para a grande celebração. A liderança unida trouxe alegria entre todo o povo (12:43). A união do povo de Deus é uma grande causa de alegria e um símbolo de vitória. Naquela festa os líderes e todo o povo celebraram ao Senhor. Onde há união entre o povo de Deus, ali o Senhor ordena a Sua bênção e a vida para sempre. Não há adoração vertical sem comunhão horizontal. Não podemos cultuar a Deus de forma sincera se não amarmos os irmãos de forma verdadeira. Onde falta comunhão, inexiste adoração.
A festa de celebração ocorreu com:
* Muita alegria (
Ne 12:43). A alegria é uma das marcas distintivas do povo de Deus. A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8:10). As celebrações do povo de Deus precisam ser festivas e cheias de grande júbilo. O evangelho que abraçamos é boa-nova de grande alegria. O Reino de Deus que está em nós é alegria. O fruto do Espírito Santo é alegria. A ordem de Deus para a Igreja é: "alegrai-vos!".
* Muito louvor (Ne 12:27). A música foi e é usada para celebrar os grandes eventos da História. Os anjos cantaram alegremente quando Deus lançou os fundamentos da terra (Jó 38:7). Os anjos cobriram o céu para celebrar majestosamente o nascimento de Jesus (Lc 2:14). A descida do Espírito Santo no Pentecostes foi com um som como de vento impetuoso (At 2:1-4). A segunda vinda de Cristo será acompanhada pelo soar da trombeta de Deus (lTs 4:16). A música será o próprio clima do céu (Ap 5:5-13). Precisamos celebrar com grande júbilo as nossas vitórias. A vida cristã deve parecer mais com uma festa de casamento do que com um enterro. A música marca as grandes celebrações e vitórias do povo de Deus: Miriam cantou depois da travessia do mar Vermelho; Davi cantou ao trazer a Arca da Aliança para Jerusalém. Tiago diz: "Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5:13).
É bom ressaltar aqui que o louvor que deve ser cantado na igreja deve ser baseado na Palavra de Deus, que é alimento para a alma da pessoa humana. Nessa base, a Palavra de Deus traz sua bênção à vida de louvor da igreja.
Um dos grandes problemas da música gospel é que muitos compositores são neófitos e rasos no conhecimento da teologia. Há uma profusão de músicas evangélicas extremamente pobres em conteúdo. Há outras músicas que chegam até mesmo a ferir os ensinos fundamentais da fé cristã. Precisamos ser mais criteriosos nessa questão. A música deve ser serva da mensagem. Ela é um veículo e não um fim em si mesmo. Há muita música no mercado evangélico que visa a mexer com as emoções e não proclamar a mensagem salvífica do evangelho. Precisamos reformar não apenas a teologia, mas também a música, pois esta deve ser um canal para o ensino da sã teologia. Cantar a Palavra ou cantar segundo a Palavra é que produz frutos dignos de Deus. Louvor é a Palavra fluindo na reunião da igreja. É a pregação cantada pelo povo de Deus. Cantar textos inspirados por Deus é levar a Palavra a multiplicar-se nas vidas. [2]

2. Uma liturgia santa e ordeira. Naquela ocasião festiva, Neemias pediu aos príncipes de Judá que subissem no muro e os dividiu em dois grandes coros com procissão. Cada grupo partiu em direções opostas. Os cantores seguiam à frente, e o povo acompanhava atrás dos líderes. Após rodearem o muro, encontraram-se novamente no Templo. Ali, finalmente, foi realizado o grande culto em ação de graças a Deus. Neemias e Esdras tiveram o cuidado de elaborar uma liturgia santo e ordeira, pois a Palavra de Deus ensina-nos que o Culto deve ser conduzido reverentemente. Não foi um espetáculo nem um culto de entretenimento; foi uma reunião de profunda reverência ao Senhor Jeová. Diferentemente de muitos cultos nos dias de hoje. Como bem diz o pr. Elinaldo Renovato, “não podemos transformar o culto divino num espetáculo deprimente”.
3. Os sacrifícios (Ne 12:43). Ao chegarem ao Templo, ofereceram “grandes sacrifícios” em meio a ruidosas manifestações de júbilo. O sistema sacrificial da Lei era apenas uma sombra do que Jesus iria realizar no futuro, através de Sua morte na cruz. Deus Pai enviou Seu Filho Jesus para ser o sacrifício pelo pecado. Obedecendo à vontade do Pai, Cristo entregou Seu corpo como uma oferta definitiva, permitindo que o pecado do homem fosse removido (Hb 10:5-10). Assim, Deus revogou o primeiro sacrifício, que dependia da morte de animais, para estabelecer o segundo sacrifício, que dependia da morte de Cristo.
Na Antiga Aliança, centenas de sacerdotes levitas ofereciam, continuamente, sacrifícios que “nunca jamais podem remover [apagar completamente] pecados” (Hb 10:11); mas o sacrifício de Cristo removeu os pecados, de uma vez por todas. Os sacerdotes araônicos ofereciam sacrifícios pelo pecado, dia após dia; Cristo sacrificou-se uma só vez. Os sacerdotes araônicos sacrificavam animais; Cristo ofereceu a si mesmo. Os sacrifícios dos levitas apenas cobriam o pecado; o sacrifício de Cristo removeu o pecado. Os sacrifícios dos levitas cessaram; o sacrifício de Cristo tem eficácia eterna. Assim, Cristo está agora assentado “à destra de Deus” (Hb 10:12; cf. Hb 1:3; 8:1; 12:2), o que demonstra que Ele completou Sua obra, obedientemente, e foi exaltado a uma posição de poder e honra.
Na Nova Aliança, não precisamos mais oferecer sacrifícios de animais ao Senhor. Todavia, devemos apresentar-nos a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável que é o nosso culto racional (Rm 12:1).
CONCLUSÃO
O líder sincero e autentico do povo de Deus sabe que para o povo estar na presença de Deus, em santo culto, é necessário estar com as suas vidas em perfeita comunhão com Ele. A unidade e a união do povo de Deus, a evidencia da justiça social, o arrependimento dos pecados e o compromisso sincero de servir a Deus foram fatores preponderantes, e ainda são, para que Deus se agrade e aceite o culto que fazemos a Ele. Todo aquele que deseja servir na Casa de Deus precisa ter uma vida santa e obedecer as Sagradas Escrituras.
Uma das mudanças significativas da cultura pós-moderna é a inversão que vem acontecendo na forma da celebração do culto. A razão de ser do culto é Deus. Reunimo-nos para adorá-lo; esta é nossa condição básica como seres criados por Deus e para Deus. Somos seres adoradores. É por isso que nenhum de nós comparece ao culto para “assistir” como se fosse espectador, como se estivesse num teatro ou cinema. Todos fomos chamados para adorar e oferecer a Deus um coração compungido, humilde, contrito e grato, que é o coração do adorador. Porém, é visível a natureza cada vez mais antropocêntrica dos cultos modernos. Daí a quebra da reverência. Não estamos mais diante de Deus para adorá-lo, mas diante de um programa, uma atividade religiosa, cujo fim somos nós e não Deus. Reverência é uma atitude de profundo respeito, amor, estima, honra e consideração para com Deus e que nos torna mais preparados para receber aquilo que sua graça nos tem reservado. Pense nisso!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
[1] Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
[2] Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma nação
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4 comentários:

  1. sou professora da ebd ha pouco tempo estou a cada aula me aperfeiçoando mais procuro estudar muito para transmitir a verdade pura da palavra de deus aos meus alunos.
    ameeeeeeei o seu blog1 como eu aprendi estudando por ele, que Deus te abençoe mais e mais seu blog sera meu referencial de estudo da biblia. assembleia de Deus ministerio abreu e lima em recife -pe

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  2. Caro Luciano, a paz do Senhor. Ministrei a aula 9 no domingo passado e usei o conteudo do seu blog como base. Quero lhe dar os parabéns, pois o conteudo foi tão importante e necessário, que me deram muitos elogios. Mas a honra é para Deus, que dá sabedoria ao homem para entender a sua palavra. Graça e Paz meu caro, por que a alegri do senhor é a nossa força.

    Gidel Silva- Paulínia -SP.

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  3. Amado irmão(ã) da assembleia de Deus minsterio Abreu Lima, muito grato por seguir este blog, e por utilizar estes subsidios nas suas aulas da EBD. Continue apreciando a geunina doutrina cristã.
    Deus esteja sempre contigo!
    Luciano

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  4. Amado irmão Gidel Silva, fico feliz em ter contribuido na edificação espiritual dos teus alunos. O Espírito Santo é o nosso supremo Mestre! É ele quem nos dá ânimo e o desejo de continuar esta tarefa. A Ele seja dada toda glória e honra.
    Que o Espírito Santo insta o teu coração em amar cada vez mais a Sua obra.
    Luciano

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