domingo, 26 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA – Aula 10


DESCOBRINDO O NOVO TESTAMENTO

 
1 e 2 TIMOTEO, TITO E FILEMOM
 
Texto Básico:Tito 1:4-8
 
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”(2Tm 4:7).
 

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo panorâmico do Novo Testamento, estudaremos nesta Aula as denominadas cartas pastorais e Filemom.
As cartas pastorais(1e2Timoteo e Tito) são orientações práticas do veterano apóstolo aos seus filhos na fé, Timóteo e Tito, ensinando-lhes a maneira certa de agirem à frente da igreja de Deus, como representantes do apóstolo e pastores do rebanho. As cartas pastorais trazem princípios práticos que orientam a igreja acerca do modo correto de proceder diante dos perigos externos e dos conflitos interiores. Muitas igrejas são assediadas por falsos mestres e assaltadas por falsas doutrinas. Outras têm suas energias drenadas em intérminos conflitos internos, que tiram o foco da igreja de sua verdadeira missão, que é adorar a Deus e fazer a sua obra. A igreja evangélica brasileira cresce espantosamente. Esse fenômeno tem sido estudado pelos grandes especialistas de crescimento de igreja. Porém, a igreja tem extensão, mas não profundidade. Tem número, mas não credibilidade. Tem desempenho, mas não piedade. Cresce vertiginosamente o número de igrejas que abandonaram a sã doutrina e abraçaram o pragmatismo com o propósito de crescer numericamente. Muitas igrejas parecem mais um supermercado que disponibilizam seus produtos ao gosto da freguesia. Pregam o que o povo quer ouvir, e não o que precisa ouvir. Falam para entreter, e não para levar ao arrependimento. Pregam palavras de homens, e não a Palavra de Deus. Sem dúvida, essas Epístolas são absolutamente oportunas e contemporâneas. Elas são totalmente necessárias ainda hoje.
A Carta a Filemom é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina. É pequena no tamanho e imenso no conteúdo. Ela aborda temas profundos, que nem toda uma enciclopédia poderia esgotar. Ela é endereçada a um homem leigo, Filemom. Está completamente ocupada com um incidente da vida doméstica. Talvez tenha sido uma das inumeráveis cartas pessoais do apóstolo escritas a seus amigos e irmãos para resolver questões pessoais. Contudo, para nós, essa Carta foi preservada, dentre ampla variedade de outras cartas do apóstolo, como um tesouro precioso. Em nenhum lugar a influência social do Evangelho é vista com tanta eloquência. Em nenhum lugar a nobreza do caráter do apóstolo transparece com tanto vigor quanto nesse incidente do veterano apóstolo rogando a favor de um escravo fugitivo, Onésimo.

I. 1 TIMÓTEO, INSTRUÇÕES A UM HOMEM DE DEUS

1. Data. Quase todos os conservadores concordam que 1Timóteo é a primeira Carta pastoral escrita, seguida de Tito e de 2Timóteo pouco antes da morte de Paulo, indica-se uma data entre 64 e 66 d.C., com base na informação de que Paulo foi liberado da prisão domiciliar no ano 61 d.C, o que possibilitou suas viagens. A Epístola foi provavelmente escrita na Grécia.
1. Contexto e Tema. O Tema de 1Timóteo é claramente apresentado em 1Tm 3:14-15: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. Paulo simplesmente declara que há um padrão de comportamento para a igreja de Deus e escreve a Timóteo para informá-lo disso.
Não é suficiente dizer "comporte-se!" a uma criança mal comportada se ela não sabe o que se espera de um bom comportamento. Primeiro deve-se contar a ela o que é bom comportamento. A primeira carta a Timóteo faz isso para com a "criança" de Deus no que se refere à Igreja de Deus.
A igreja de Deus precisa ser zelosa da doutrina e também da vida. Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina..." (1Tm 4:16). A igreja de Éfeso era zelosa da doutrina e descuidada no amor (Ap 2:2-4). Precisamos subscrever a ortodoxia sem deixar de lado a ortopraxia. Precisamos de teologia boa e de vida santa.
2. Conteúdo. Nesta Epístola, Paulo transmite cuidados específicos que Timóteo deve proceder na Igreja de Éfeso. Um dos cuidados principais é que Timóteo lute com denodo pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do Evangelho (1Tm 1:3-7; 4:1-8; 6:3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja.
Entre outras coisas, Paulo ensina a Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (1Tm 2:15; 5:2), as viúvas (1Tm 5:3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (1Tm 5:1), os presbíteros (1Tm 5:17-25), os escravos (1Tm 6:1,2), os falsos mestres (1Tm 6:3-6) e os ricos (1Tm 6:7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (1Tm 1:18-20; 3:14-16; 4:11-16; 5:21-25; 6:20-21). Neta Epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja.

II. 2 TIMOTEO, A DESPEDIDA DE PAULO

1. Data. Esta epístola foi escrita na prisão (o famoso Cárcere Mamertino em Roma, exibido até hoje aos turistas). Como cidadão romano, Paulo não poderia ser lançado aos leões nem crucificado, mas "honrosamente" decapitado com uma espada. Uma vez que ele foi morto quando Nero era imperador, falecido em 8 de junho do ano 68 d.C, é provável que a redação de 2Tímóteo tenha ocorrido entre o outono de 67 e a primavera de 68.
2. Contexto e Tema. O Tema de 2Timóteo é expresso com exatidão em 2:15: ”Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Em contraste com 1Timóteo, na qual se enfatiza a conduta coletiva e da congregação, nesta epístola é proeminente a responsabilidade e o comportamento individual. Pode-se definir esse tema como "responsabilidade individual na hora do fracasso coletivo".
Nesta Epístola, há muita falha coletiva na chamada Igreja de Deus. Era grande o abandono da fé e da verdade. Como isso afeta o cristão individualmente? Ele está dispensado de tentar manter a verdade e de viver uma vida santa? A resposta de 2Timóteo é um decidido Não! "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado...". A situação do jovem Daniel na corte da Babilônia (Dn 1) ilustra isso. Em razão da prolongada perversidade dos israelitas, ele e muitos outros foram levados cativos a Babilônia por Nabucodonosor e privados de todas as manifestações exteriores da religião judaica: sacrifícios, ministério sacerdotal, adoração no templo etc. De fato, tudo isso foi logo suspenso quando, poucos anos depois, Jerusalém foi destruída e a nação inteira levada cativa. Teria Daniel, então, dito a si mesmo: "Também eu devo esquecer a lei e os profetas e me acomodar às práticas, aos padrões e à moral da Babilônia?". A história registra sua brilhante e entusiasmada resposta na notável vida de fé em circunstâncias aparentemente tão adversas.
Assim, a mensagem de 2Timóteo também é dirigida a cada filho de Deus que encontra hoje o testemunho da igreja coletiva muito diferente da simplicidade e da santidade do Novo Testamento, no qual teve sua origem. O filho de Deus ainda tem a responsabilidade de "viver piedosamente em Cristo Jesus" (2Tm 3:12).
3. Conteúdo. No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na fidelidade ao Evangelho, a guardar com diligencia a verdade e a seguir o seu exemplo.
No capitulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2Tm 2:2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2Tm 2:3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a Palavra da verdade (2Tm 2:15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2Tm 2:18-21), a manter-se puro (2Tm 2:22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2:23-26).
Na capítulo 3, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2Tm 3:1-9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (2Tm 3:10-17).
No capítulo 4, Paulo incumbe Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4:1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm 4:6-21).

III. TITO, A PRÁTICA DA FÉ

A Epístola a Tito enfatiza tanto a sã doutrina (Tt 2:1) quanto a prática da piedade (Tt 1:1) e das boas obras (Tt 2:14;3:14). John Stott alerta para o fato de estarmos vivendo sob a avassaladora influência da pós-modernidade, com seu subjetivismo e pluralismo, em que as pessoas têm aversão pela verdade e rejeitam peremptoriamente a concepção e até mesmo a possibilidade de existir verdade absoluta. Nesse contexto de relativismo doutrinário e moral, é maravilhoso entender que Paulo ordena a Timóteo e a Tito nada menos que dez vezes para ensinar às igrejas a sã doutrina, ou seja, a verdade absoluta (cf 1Tm 3:4; 4:6,11,15; 5:7,21; 6:2,17; Tt 2:15; 3:8).
1. Data. Devido à semelhança dos temas e da linguagem, os conservadores crêem que Tito foi escrito por volta do mesmo período ou um pouco depois de 1 Timóteo. De qualquer modo, o livro foi escrito entre 1 e 2Timóteo, e não depois de 2Tímóteo. Embora seja impossível fixar uma data exata, é provável que tenha sido entre 64 e 66 d.C. O lugar possível de origem é a Macedônia.
O livro de Atos termina dizendo que Paulo havia sido autorizado a alugar uma casa onde cumpria prisão domiciliar, junto à guarda pretoriana, em Roma. Essa prisão durou dois anos (At 28:30). Colocado em liberdade, Paulo visitou a igreja de Éfeso, onde deixou Timóteo incumbido de supervisionar as igrejas da Ásia Menor, seguindo em direção à Macedônia. Após alcançar o norte da Grécia, possivelmente escreveu sua primeira carta a Timóteo (1Tm 1:3). Quando chegou à ilha de Creta, lá deixou Tito para encorajar e orientar a liderança dos cristãos cretenses (Tt 1:5), partindo em seguida para Acaia, região sul da Grécia (Tt 3:12).
Na Macedônia, pouco antes de chegar a Nicópolis, Paulo possivelmente decidiu escrever essa carta de encorajamento a Tito. Quando, finalmente, alcançou Trôade (2Tm 4:13), é provável que tenha sido inesperadamente preso e novamente levado a Roma, jogado num frio e isolado calabouço e, pouco tempo mais tarde, logo após ter escrito sua segunda carta a Timóteo, terminou decapitado sob as ordens de Nero.
2. As principais ênfases da Carta. A carta de Paulo a Tito trata de vários temas fundamentais para a igreja. Dentre elas destacamos:
a)  A organização das igrejas (Tt 1:5). Muitas coisas estavam fora de lugar nas igrejas de Creta. Tito foi deixado lá para colocá-las em ordem. Essas coisas incluíam o ensino da sã doutrina, a aplicação da disciplina, o combate aos falsos mestres e a instrução da sã doutrina aos crentes.
b) A liderança das igrejas (Tt 1:5-9). Paulo tinha uma solene preocupação com o governo da igreja. Uma igreja bíblica precisa ter líderes sãos na fé e na conduta. Paulo deixa claro que o objetivo supremo do governo da igreja é a preservação da verdade revelada.
c) O combate aos falsos mestres e às falsas doutrinas (Tt 1:10-16). A liderança da igreja precisa vigiar para que os lobos que estão do lado de fora não entrem; nem os lobos vestidos de peles de ovelha, disfarçados dentro da igreja, arrastem após si os discípulos (At 20:29-31). Esses falsos mestres podiam ser identificados por intelectualismo especulativo (Tt 3:9), espírito de exclusividade (Tt 2:11), ascetismo (Tt 1:15), licenciosidade (Tt 1:16), ganância (Tt 1:11), mitos e fábulas (Tt 1:14) e legalismo judeu, que exigia a circuncisão e promovia fábulas judias e mandamentos de homens (Tt 1:14) .
d) O ensino da sã doutrina (Tt 2:1). A igreja não deveria ficar apenas na defensiva, combatendo os falsos mestres, mas deveria sobretudo engajar-se no ensino da sã doutrina. Esta palavra "sã" é um termo médico e indica a doutrina que está livre de corrupção e enfermidade. É evidente que a falsa doutrina e o falso ensino ameaçavam a igreja cretense.
e) A  promoção da ética cristã (Tt  2:2-10). Paulo dá orientações claras para os líderes e para os liderados. As prescrições apostólicas contemplam os idosos, os recém casados, os jovens e os servos. Não é suficiente ter doutrina sã, é preciso também ter vida santa. A doutrina sempre deve converter-se em vida. Quanto mais conhecemos a verdade, tanto mais deveríamos viver em santidade.
f) A  prática das boas obras (Tt 2:11-14; 3:8,14). Não somos salvos pelas boas obras, mas demonstramos nossa salvação por meio delas. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca vem só; ela é acompanhada das boas obras. A fé é a causa; as boas obras são o resultado da salvação. As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nos acompanham para o céu (Ap 14:13).
g) A submissão às autoridades (Tt 3:1-11). A igreja de Deus é um lugar de ordem, e não de anarquia; de obediência, e não de insubmissão. Insurgir-se contra as autoridades instituídas por Deus é desafiar o próprio Deus que as instituiu. Assim, a fonte da autoridade não está nela mesma, mas em Deus.

IV. FELEMOM, A PRÁTICA DO PERDÃO CRISTÃO

Esta Carta é um manual de relacionamento. Trata de amor, perdão, restituição e reconciliação. Embora essa tenha sido escrita há quase vinte séculos, seus ensinos continuam vivos, atuais e absolutamente oportunos.
Essa breve carta está repleta de sabedoria. A abordagem de Paulo é cheia de ternura e sensibilidade. Ele não ordena, roga. Ele não critica, elogia. Ele não prevalece pela força da autoridade, mas pela eloquência da brandura.
1. Data. A carta foi enviada juntamente com a Epístola aos Colossenses (por volta de 60 d.C), ou seja, cerca de trinta anos após a ascensão de nosso Senhor.
2. O propósito da Carta. Paulo escreve essa carta para enviar Onésimo, o escravo fugitivo, agora convertido a Cristo, de volta ao seu senhor, Filemom. O Evangelho o havia libertado espiritualmente, mas não o dispensava de seus deveres sociais. O Evangelho não alforriou os escravos de seus deveres, mas  quebrou suas algemas espirituais e os libertou para uma nova vida em Cristo. Não bastava a Onésimo estar arrependido de seu delito. A restituição era o passo seguinte a ser dado. E ambos, Paulo e Onésimo, decidiram por isso.
Possivelmente, Onésimo, além de fugir da casa de seu senhor, também havia subtraído alguns pertences de Filemom. Era duplamente culpado. Segundo a lei romana, ele podia ser preso, torturado e morto. Contudo, Onésimo fugindo da escravidão, encontra sua verdadeira liberdade em Cristo. Torna-se um novo homem. Agora, mesmo sob o jugo da escravidão, está verdadeiramente livre. Mesmo sendo útil a Paulo em Roma, o velho apóstolo resolve devolvê-lo ao seu dono. Antes, porém, roga em nome do amor, para que Filemom receba o escravo como a um irmão. Se antes Onésimo lhe parecia inútil, agora seria útil. Se antes ele era alvo de severa disciplina, agora deveria ser recebido como se fosse o próprio apóstolo Paulo em pessoa.
A tônica dessa carta é o perdão. Filemom deveria perdoar aquele a quem Deus já havia perdoado. Filemom não deveria punir aquele por quem Cristo já havia sido castigado na cruz. Filemom deveria receber como a um filho o escravo que o havia desonrado.
3. As principais ênfases de Filemom. A carta de Paulo a Filemom é uma jóia de raro valor. Há tesouros inestimáveis que devem ser explorados nessa pequena Epístola. Vamos destacar algumas de suas ênfases.
a) O poder do Evangelho. O Evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Ele transforma o rico e o pobre; o escravo e o livre; o patrão e o empregado; o rei e o vassalo. O Evangelho rompe todas as barreiras, quebra todos os preconceitos, alcança todas as estratificações sociais e transforma o homem do palácio e também o da choupana, o da casa grande e também o da senzala.
O mundo ergue muralhas entre as pessoas, mas Jesus  destrói esses muros. O mundo hoje divide e separa as pessoas pela cor de sua pele, pelo seu status social, econômico, cultural e religioso. Jesus veio ao mundo para derrubar a parede de separação. Ele abraçou aqueles que todos escorraçavam. Ele acolheu aqueles que todos expulsavam. Ele amou aqueles que todos repudiavam. Jesus tocou os leprosos, conversou com as mulheres, abençoou as crianças, recebeu os publícanos e pecadores e abriu a porta do reino até mesmo para as prostitutas. Jesus estendeu sua graça aos odiados samaritanos e trouxe esperança para os gentios.
O apóstolo Paulo mostra nessa Epístola, seguindo os passos do Mestre, que um rico senhor de escravos e um escravo fugitivo, convertidos a Cristo, são rigorosamente iguais perante os olhos de Deus. São membros da mesma família. Devem ser vistos como irmãos e amar-se como tal.
b) A igualdade do Evangelho. O Evangelho de Cristo alcança senhores de escravos e também os escravos. Transforma homens de fina estirpe e também os que procedem das classes sociais mais humildes. Na família de Deus, o senhor de escravos não é melhor do que os escravos. No reino de Deus todos são iguais. Eles são membros da mesma família, são irmãos. Filemom deveria receber Onésimo não mais como um escravo, mas como um irmão amado.
O Evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima. Num tribunal secular, Filemom seria colocado de um lado e Onésimo do outro. De um lado estaria o patrão espoliado e do outro, o empregado ladrão. Porém, o Evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas só poderiam separar. Por meio da fé comum em Cristo Jesus,  Filemom e Onésimo são unidos. Deus ainda reconcilia pessoas apesar de suas diferenças e ofensas.
c) A providência do Evangelho. Onésimo fugia de seu patrão, mas não conseguiu fugir de Deus. Nessa fuga, ele é capturado por Deus e encontra o real sentido da vida. Nessa corrida rumo à liberdade, ele encontra o Evangelho de Cristo, que o liberta do pecado, sua escravidão mais opressiva.
d) A graça  do Evangelho. O Evangelho de Cristo é maravilhoso. Não há casos irrecuperáveis para Deus. Não há poço tão fundo que o Evangelho não seja mais profundo. A graça é maior do que o nosso pecado. Onésimo roubou, fugiu, escondeu-se, foi capturado e encarcerado, mas quando pensou que havia chegado ao fim da linha Deus lhe abriu a porta da esperança. Não há casos perdidos para Deus. Não há casos irrecuperáveis para o Deus de toda a graça. Deus ainda continua transformando escravos em livres. Deus ainda continua encontrando os fugitivos para lhes trazer de volta ao lar; não como cativos, mas, como livres, filhos e herdeiros.
e) O Perdão do Evangelho. A carta de Paulo a Filemom é um grande compêndio acerca do perdão. Aqueles que foram perdoados devem perdoar. Aqueles que foram libertados por Cristo devem despedaçar todo jugo. Aqueles que foram alvos da graça precisam ser canais dela. Aqueles que experimentaram o amor de Deus devem distribuir com generosidade esse amor. Filemom era amigo
de Paulo, mas também o senhor de Onésimo. Ele poderia punir Onésimo como um ladrão fugitivo. Porém, Paulo roga a Filemom que o receba não com punição, mas com perdão, como a um verdadeiro irmão na família da fé (v. 17).
f) A vitória do Evangelho. A carta a Filemom mostra de forma eloquente a vitória do Evangelho. O pecado afasta, o Evangelho aproxima. O pecado destrói relacionamentos, o Evangelho reconcilia. O pecado traz prejuízo, o Evangelho faz restituição. O pecado produz tristeza e decepção, o Evangelho promove alegria e contentamento. O pecado torna as pessoas prisioneiras, o Evangelho as faz livres.

CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo foi um homem iluminado pelo Espírito Santo, e seus escritos devem ser considerados oráculos de Deus. A única função que os líderes da Igreja tem, hoje, é ensinar o que foi fornecido e selado nas Escrituras Sagradas.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Panorama do Novo Testamento – ICI, São Paulo, 2008).

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom(doutrina e vida, um binômio inseparável) – Rev.Hernandes Dias Lopes.

Comentário do Novo Testamento (1 e 2 Timóteo e Tito) – William Hendriksen.

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