quarta-feira, 23 de setembro de 2020

LIÇÕES BÍBLICAS - 4º TRIMESTRE DE 2020

 


No 4º Trimestre letivo de 2020, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o seguinte tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina - Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó. O comentarista das Lições é o pastor José Gonçalves, e estão distribuídas sob os seguintes assuntos:

Lição 1 - O Livro de Jó.

Lição 2 - Quem Era Jó.

Lição 3 - Jó e a Realidade de Satanás.

Lição 4 - O Drama de Jó.

Lição 5 - O Lamento de Jó.

Lição 6 - A Teologia de Elifaz: Só os Pecadores Sofrem?

Lição 7 - A Teologia de Bildade: Se Há Sofrimento, Há Pecado Oculto?

Lição 8 - A Teologia de Zofar: O Justo não Passa por Tribulação?

Lição 9 - Jó e a Inescrutável Sabedoria de Deus.

Lição 10 - A Última Defesa de Jó.

Lição 11 - A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina?

Lição 12 - Quando Deus se Revela ao Homem.

Lição 13 - Quando Deus Restaura o Justo.

Neste trimestre estudaremos preciosas lições por ocasião da Escola Bíblica Dominical, e teremos como base o sofrimento e a restauração de Jó, cujo relato consta no livro que leva o seu nome.

Em Jó, enxergamos que a integridade e sinceridade no servir a Deus não depende das circunstâncias que cercam o homem na sua vida terrena, bem como de que Deus está, sempre, no controle de todas as coisas, de forma que não podemos, de forma alguma, pelas aparências julgarmos a espiritualidade de alguém; antes, pelos resultados de seus atos é que poderemos tirar alguma conclusão a respeito.

Está escrito que Jó era um homem grandemente próspero, cuja prosperidade material era consequência de uma vida de comunhão com Deus. Não que uma vida de comunhão com Deus vá trazer, necessariamente, prosperidade material, pois, se falarmos isto estaremos faltando com a verdade, pois há inúmeros exemplos de pessoas que foram e são virtuosas e verdadeiros instrumentos nas mãos de Deus, mas que não possuíam nem possuem qualquer patrimônio exuberante, tendo de viver às custas de seu trabalho, como foi o caso, por exemplo, dos apóstolos de Jesus. Entretanto, Jó tinha plena consciência de que todo aquele bem-estar econômico era fruto de seu relacionamento com Deus, relacionamento este que era o mais importante e o que deveria sempre perdurar, sendo a prosperidade material uma consequência, bem-vinda, que não lhe era, em absoluto, um estorvo, mas onde o patriarca não punha o seu coração. Ela existia, mas não estava nela a sua esperança, tanto que, quando tudo se foi, e em um só dia, mesmo assim, Jó ainda pôde adorar ao seu Deus, porque seu relacionamento com Ele independia de tudo isto (Jó 1:20,21).

“Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”.

Deus foi testemunha ocular da fidelidade de Jó. Certa feita, o adversário compareceu diante de Deus, juntamente com os demais "filhos de Deus", como que para prestar contas de suas andanças e vagueações ao redor da Terra. O texto sagrado afirma-nos que isto ocorreu, e é o que basta para crermos e admitirmos que isto assim se deu, não devendo nos meter em coisas que não vimos e tentar explicar porque o adversário pôde entrar na presença de Deus, porque ele assim o fez (ou faz) (Cl.2:18). O fato é que o adversário apresentou-se diante de Deus e o próprio Deus deu testemunho a respeito de Jó, dizendo ser ele sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1:8).

O testemunho de Deus a respeito de Jó ressalta que "não havia ninguém semelhante a ele" na face da Terra. Isto mostra que o servo de Deus deve sempre se sobressair pelo seu caráter diferenciado no meio de um mundo pecaminoso. É neste sentido que Jesus afirmou que o cristão é luz do mundo e, como tal, não pode ser escondido debaixo do alqueire (Mt.5:14,15).

O crente deve se sobressair não pelo seu dinheiro, não por sua posição, mas pela sua obediência ao Senhor. O importante é que o servo de Deus seja distinguido não pelos homens, mas por Deus. Jesus conta-nos a história de alguém que queria ser louvado pelos semelhantes e que, por isso, não foi justificado por Deus (Lc.18:9-14). Devemos, portanto, evitar querermos aparecer diante dos homens, mas que possamos ser relevantes diante do Senhor.

Além de fiel a Deus, em quaisquer circunstâncias, Jó também era um pai exemplar. Ele tinha um cuidado sobremodo exemplar para com os seus filhos. O cuidado de Jó para com seus filhos era, sobretudo, espiritual. Sendo um homem muito rico, Jó, naturalmente, cuidava das necessidades materiais de seus filhos e com grande opulência, a ponto de seus filhos terem, cada um, sua casa, servos a seu dispor e realizarem, costumeiramente, banquetes, vivendo, assim, regaladamente, como pessoas de grande poder aquisitivo que eram. No entanto, Jó não se limitava a providenciar a manutenção material de seus filhos, mas buscava santificá-los ao término do turno dos banquetes. Assim, buscava manter seus filhos em padrões de santidade. Será que temos tido esta preocupação de buscar a santificação de nossos filhos? Uma ordem vinda dos céus afirma-nos que, quem é justo, faça justiça ainda, e quem é santo, santifique-se ainda (Ap.22:11b).

Na verdade, a vida de Jó é emblemática; ela tem servido de inspiração para milhões de indivíduos que atravessam o vale escuro das provas. A sua história tem sido bálsamo para os que choram, conforto para os aflitos e esperança para os desesperançados.

Jó foi elevado às alturas excelsas e despencou de lá. Sofreu os golpes mais duros. Perdeu seus bens, seus filhos, sua saúde, o apoio de sua mulher e de seus amigos. Caiu não apenas ao chão, mas desceu aos vales mais tenebrosos. Foi nocauteado e jogado na lona sem nenhuma força para se levantar. Quando seu destino parecia irremediável, Deus o levantou das cinzas, ergueu-o do pó e restaurou sua sorte, cumulando-o com o dobro de tudo quanto possuíra. A restauração de Jó traz aos  corações quebrados pela dor uma réstia de esperança, um facho de luz, um sinal do favor de Deus.

Por pior que seja a situação, por mais sombria que seja a realidade, Deus é poderoso para reverter o quadro e trazer-nos à tona para respirar. Com Deus não tem causa perdida. Para ele
não há impossíveis. Com Deus, nossas noites escuras e frias podem converter-se em manhãs cheias de luz e calor.

Como bem diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, Deus ainda está escrevendo a nossa biografia. O último capítulo ainda não foi escrito. Aquilo que parecia ser nossa morte, pode converter-se em trampolim para a nossa mais expressiva vitória. Aquilo que foi motivo das nossas maiores lágrimas pode transformar-se na razão da nossa maior alegria. Aquilo que nos fez chorar e sangrar pode converter-se numa fonte de consolo para milhares de pessoas. O Deus soberano jamais permitirá que soframos sem um santo propósito. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Para cada lágrima que rola em nossa face, Deus tem um consolo. Para cada prova, uma providência libertadora. Se as provações têm diferentes tonalidades para nos afligir, também a graça de Deus tem diferentes tons para nos consolar.

Que, neste trimestre, possamos compreender os sublimes propósitos de Deus ao permitir o sofrimento dos justos, bem como busquemos ter uma vida diante de Deus que possa fazer com que o Senhor nos dê diante do universo o mesmo testemunho que deu de Jó e que seja esta a nossa finalidade e o nosso objetivo no servir a Deus, e não nos deixemos levar pela pregação da falaciosa "teologia da prosperidade", cabalmente desmentida nestas páginas inspiradas do livro de Jó.

Ev. Luciano de Paula Lourenço



 





 

Um comentário:

  1. Jó é um exemplo além do conhecido sofrimento pelo qual passou. Ele nos ensina a persistir e crer em inimagináveis soluções que o Senhor proporciona em meio à atmosfera de desesperança que nos cerca.

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