domingo, 28 de abril de 2019

Aula 05 – A PIA DE BRONZE, LUGAR DE PURIFICAÇÃO - Subsídio


2º Trimestre/2019

Texto Base: Êxodo 30:18-21; 40:30-32; 1Coríntios 6:11; Efésios 5:26,27

“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (João15:3).

Êxodo 30
18-Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela.
19-E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés.
20-Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao Senhor.
21-Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo, a ele e à sua semente nas suas gerações.
Êxodo 40
30-Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar e derramou água nela, para lavar.
31-E Moisés, e Arão, e seus filhos, lavaram nela as mãos e os pés.
32-Quando entravam na tenda da congregação e quando chegavam ao altar, lavaram-se, como o Senhor ordenara a Moisés.
1Coríntios 6
11-E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus.
Efésios 5
26-para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 - para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

INTRODUÇÃO

Dando continuidade à nossa jornada no interior do Tabernáculo pararemos hoje na Pia de Bronze, o local da purificação.
Na Aula passada estivemos no Altar do Holocausto, o lugar de sacrifício, o lugar onde os pecados eram confessados e purificados pelo sangue dos animais que ali eram sacrificados no lugar do pecador; isto apontava para a cruz de Cristo, o Cordeiro imaculado, que uma vez para sempre foi sacrificado em nosso lugar.
Após passar pelo Altar do sacrifício chegamos na Pia de bronze. Este local era de uso exclusivo dos sacerdotes, um simbolismo que trata da necessidade de purificação para servir a Deus (Is.52:11). Os sacerdotes se lavavam por inteiro uma única vez antes de ministrarem (Lv.8:6); depois disso, precisavam lavar constantemente as mãos e os pés; ou seja, um único banho e depois muitas purificações.
Hoje, todos os cristãos são sacerdotes (1Pd.2:5,9). Recebemos um único banho de regeneração (João 3:5; 13:10; Tt.3:5), porém, precisamos lavar constantemente as mãos - para servir - e os pés - para viver piedosamente (João 13:10). Esse ato de lavar é realizado com a água da Palavra de Deus (Sl.119:9-11; João 15:3; Ef.5:26).
“... Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Ef.5:26).

I. A PIA DE BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE

Entre o Altar do Holocausto e a Tenda estava a Pia de bronze. Ela servia para acúmulo de água para a lavagem cerimonial dos sacerdotes que ministravam no Altar de bronze e na Tenda da Congregação (Ex.30:19,20). Lá, os sacerdotes tinham de lavar as mãos e os pés antes de exercer o seu ministério sacerdotal, quer seja no Altar dos sacrifícios quer seja na Tenda da congregação.
1. A Pia de bronze e a Água (Êx.30:18,19).
Deus ordenou a Moisés que fizesse uma Pia de bronze e colocasse entre o Altar do Holocausto e a Tenda da congregação.
“Farás também uma pia de bronze com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela. E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés”.
O objetivo era que antes de entrar na Tenda da congregação (Êx.30:20), ou quando se chegassem ao Altar de Bronze (Êx.30:20) para ministrar, para acender a oferta queimada ao Senhor, os sacerdotes lavassem as mãos e os pés. Se assim não fosse feito, eles seriam mortos.
“Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao SENHOR” (Ex.30:20).
A Bíblia não diz que forma e que tamanho tinha a Pia. Naturalmente, quando em viagem pelo deserto, ela teria de ser de um tamanho que pudesse ser transportado de um lugar para outro com facilidade; porém, sua capacidade deveria ser tal que contivesse água o bastante para seu devido uso.
Mais tarde, quando o rei Salomão construiu o Templo, a Pia não era mais removível, era fixa e muito grande. A Pia era tão grande que era chamada de mar (cf. 1Rs.7:23). Seu diâmetro era de dez côvados - aproximadamente cinco metros, e cinco côvados de profundidade - aproximadamente 2 metros e meio; sua circunferência era de trinta côvados - aproximadamente 15 metros. Ela era sustentada por doze touros de bronze, e sua capacidade era de dois mil batos (1Rs.7:26); 01(um) bato equivalia, aproximadamente, 21,5 litros de água.
Isto equivale a dizer que a Pia, à época de Salomão, equivalia, aproximadamente, a 43.000 (quarenta e três mil) litros de água. De fato, era uma grande Pia. Sua mensagem ao adorador seria: “Há limpeza bastante para teus maiores fracassos e pecados”. Ela diria ainda mais: “Deus pode manter-te limpo”.
A Pia era lembrança constante da santidade que Deus exigia dos israelitas e ressaltava que a limpeza está de mãos dadas com a piedade. A água que estava na Pia era o meio de purificação da carne e tipo do Espírito Santo que limpa a alma.

2. Os sacerdotes e a santidade (Êx.30:20).

Os sacerdotes para aproximar-se de Deus e preparar-se para ministrar as coisas sagradas era necessário se purificar na Pia de bronze. Ali, os sacerdotes se lavavam antes de oficiar as coisas sagradas.
Apresentar-se diante de Deus sem atentar para a exigência da purificação podia custar aos sacerdotes a vida – “para que não morram” (Êx.30:20). Isto demonstra que é necessário purificar-se para servir a Deus, pois “sem santificação, ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
Essa lavagem era mais do que o simples lavar de mãos e pés: significava “regeneração”, que implicava no primeiro passo para a consagração sacerdotal.
Na Nova Aliança é inaceitável que um obreiro na Casa do Senhor queira ministrar sem que antes tenha sido regenerado.
Quão triste é quando um ministro de valor, que é usado por Deus, por causa de grandes expectativas e pressões esquece a exigência de Deus de que ele "mantenha suas mãos e pés limpos".
As consequências são: uma vida e um ministério arruinados, o nome do Senhor levado a desrespeito, e aquele mensageiro outrora flamejante é abatido e esmagado.
O cristão precisa ser limpo “com a lavagem da água, pela Palavra” (Ef.5:26) e pela “regeneração”, e “renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5).
Peçamos ajuda a Deus para passar bastante tempo junto à Pia da Palavra de Deus para termos certeza, em primeiro lugar, se nossas mãos – que são os nossos atos de adoração - e nossos pés – que significa o nosso andar perante Deus - estão puros à sua vista.

3. A santidade para a vida toda (Êx.30:21).

O pacto de lavagem da purificação por parte dos sacerdotes era perenal, para a vida toda. Disso dependeria a vida deles.
“...isto lhes será por estatuto perpétuo...”.
O povo de Deus da Nova Aliança deve parar diariamente junto à “Pia” para manter-se limpo. Jesus ilustrou a exigência de contínua limpeza, quando lavou os pés de seus discípulos. Pedro levantou um problema quando Jesus preparava-se para lavar os pés de seus discípulos. Esta passagem nos é contada em João 13:6-10:
"Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não o necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo...".
"... se eu não te lavar, não tens parte comigo". Ainda hoje estas palavras de Jesus ecoam em nossa mente. Enquanto andarmos na luz, há constante purificação. A Palavra de Deus coloca a questão deste modo:
"Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração... Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação" (Sl.24:3-5).
"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1João 1:7).
“Embora nossos pecados tenham sido expiados (Hb.10:17), ainda temos de nos chegar a Deus, continuamente, para sermos limpos de tudo o que desagrada-o: pensamentos, palavras e ações. Infelizmente, acidentes ocorrem no caminho da jornada cristã, e precisamos nos quebrantar na presença de Deus. Busquemos a santidade em Jesus Cristo”.

II. A PIA DE BRONZE: LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA

A Pia não era apenas um objeto que atraía a atenção e na qual as pessoas se maravilhavam. Era, sim, um lugar de limpeza e purificação daqueles que ministravam no Tabernáculo do Senhor.
Assim como o sacerdote devia ir à Pia com água natural para purificar-se, devemos ir à Pia da Palavra de Deus diariamente para purificação de nossa mente e coração. Ali vemos como Deus nos vê, e com a aplicação prática de conformar nossas vidas de acordo com ela, para que não sejamos rejeitados após haver pregado para outros.
Tiago, sob a inspiração do Espírito Santo, usa essa mesma analogia:
"E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era" (Tiago 1:22-25).
Paulo, também, fala da regeneração quando escreve a Tito:  "... nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" (Tito 3:5).
Paulo, também, fala da santificação quando escreve aos efésios: "Para a santificar [a Igreja], purificando-a com a lavagem da água, pela palavra" (Ef.5:26).
Jesus assim orou ao Pai: “Santificai-vos na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17).

1. A procedência do material para construção da Pia.

Em Êxodo 38:8, lemos que a Pia foi feita dos espelhos das mulheres. Elas haviam dado os seus espelhos para a confecção da Pia de bronze.
Naquele tempo não existia vidro, os espelhos eram feitos de bronze. As mulheres deram os seus espelhos a Deus e Ele ordenou que os derretessem, fazendo desse material um objeto precioso para o Tabernáculo do Senhor: a Pia de bronze.
“Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação”.
Aqueles espelhos de bronze necessitavam de polimento cuidadoso e rotineiro para que refletissem uma imagem verdadeira.
A Palavra de Deus, que é o nosso espelho dentro de nós, necessita ser polida pela sua leitura contínua e a constante comunhão com Jesus. Nesta Pia, segredos ocultos são trazidos à luz, mesmo as coisas que tememos ver.
Com água limpíssima e exposta à luz do sol, toda e qualquer sujeira era revelada no interior daquela Pia de bronze. A Palavra de Deus é o espelho que mostra quem somos e as obras que praticamos para que nos purifiquemos com a ajuda do Espírito Santo. A obra regeneradora do Espírito Santo torna-nos limpos.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2Co.3:18).
Ninguém entra na presença de Deus, no seu santuário, com as marcas das sujeiras do pecado. O rei Davi pensou que seu pecado com Bate-Seba estava bem escondido e até já se justificara por tê-lo feito. Natã, o profeta, contou-lhe uma história simbólica na qual um homem rico tomou uma cordeirinha de um pobre, abatendo-a para um banquete. Davi, queimando de raiva contra o homem, disse a Natã: "... Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu" (2Sm.12:5,6). E Natã revelou quem era o homem impiedoso: "Tu és este homem" (2Sm.12:7). Naquele momento, Davi viu, nitidamente, a sua própria imagem no espelho: a imagem do seu vil pecado.
Só a Palavra de Deus é eficaz para revelar o pecado do nosso coração, expô-lo e removê-lo.
A imagem dessa Pia nos rememora à santidade de Deus e a necessidade de se buscar uma vida de retidão, tanto na área espiritual quanto na moral. Somos de Deus, ovelhas de seu rebanho.

2. Limpeza e pureza: um ritual pedagógico.

A lavagem das mãos e pés dos sacerdotes era mais um ritual pedagógico de Deus para ensinar e preparar o Seu povo a compreender a realidade maior que se revelaria na manifestação histórica de Cristo.
Simbolicamente, a Pia apontava para a necessidade de se lavar para desfrutar da verdadeira comunhão com Deus. A ideia é que o homem não tem qualificações necessárias para comparecer diante do Senhor.
A mensagem é clara para todos: não pode haver verdadeira comunhão com Deus se a santidade pessoal não for diligentemente mantida. Como bem diz o Pr. Elienai Cabral: “Não podemos perder o senso de piedade e reverência diante de Deus. Por isso, nossos cultos, bem como nossas vidas, devem refletir a santidade de Deus”.
“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:15,16).

3. A Pia não era para todos, apenas para os consagrados.

“E Arão e seus filhos nela lavarão as mãos e os pés” (Êx.30:19).
Isto inclui a nós? Certamente! Está escrito: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pd.2:9). Portanto, para estarmos de pé diante do Senhor, precisamos ter o perdão dos pecados.
§  O perdão está no Altar de Bronze - “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1João 1:9). O nosso pecado foi expiado por Cristo no Calvário, o que significa que toda a nossa sujeira foi limpa para a glória de Deus.
§  A purificação ocorre na Pia de Bronze. Se alguém quer que sua vida reflita a Jesus para que Ele possa tornar-lhe a vida uma bênção para o Reino de Deus, este alguém precisa da constante e completa purificação. Paulo escreveu aos santos de Corinto: "... mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus" (1Co.6:11).
Fomos "lavados" com o sangue remidor de Jesus.

4. A Água da Pia de bronze (Êx.30:18).

”... e deitarás água nela”.
Qual o significado dessa Água?
a) Ilustra Cristo que limpa o pecado. Por Deus ser santo, e tendo em vista que os sacerdotes se contaminavam com frequência, havia uma ordem rigorosa ditando que os sacerdotes se lavassem na Pia de bronze antes de prestar o serviço a Deus. Do contrário, estariam impuros, não aptos para cumprir suas obrigações diante do Senhor, quer seja no Pátio externo quer seja na Tenda da Congregação.
Da mesma forma é hoje em dia com cada ser humano. O apóstolo diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm.3:23). Desta feita, necessitam ser lavados para poder se aproximar do Deus Santíssimo.
O autor de Hebreus usa a figura da água para evocar o ministério purificador de Jesus. Ele é aquele que pelo Seu sangue nos lavou dos nossos pecados. Aqueles, pois, que aceitam para si o sacrifício de Cristo estão limpos e estão incluídos no seguinte convite:
"aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura" (Hb.10:22).
b) Representa o poder purificador da Palavra de Deus. O relacionamento entre a “lavagem” e a Palavra de Deus está explícito em Efésios 5:26, o qual diz que Cristo purifica a Igreja “por meio da lavagem de água pela Palavra”. E em João 15:3 Jesus diz: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado”.
Assim vemos que a santidade pessoal só pode proceder da ação da Palavra de Deus (Sl.17.4; João 17:17). Desse modo, as Escrituras Sagradas ocupam papel central na santificação, porque nas suas páginas, "Deus falou na sua santidade" (Sl.60:6). A Bíblia é santa e só ela pode produzir homens e mulheres santos.
 “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" (Sl.119:11).
Este é um dos versículos que autentica nossa confiança na capacidade das Sagradas Escrituras na santificação de quem as lê.

5. A Pia de bronze tinha um caráter de juízo sobre a vida do crente.

-No Altar de sacrifícios, o juízo era aplicado sobre o pecador com a oferta do sacrifício, dessa forma ele obtinha remissão dos pecados. A redenção do pecador apontava para Cristo, que ocuparia nosso lugar como substituto. Ele assumiu sobre si o juízo que merecíamos e assim o fez pela sua morte vicária (cf. 2Co.5:21; Gl.1:4).
-Na Pia, porém, as águas tinham como finalidade lavar aquele que já passou pelo Altar de sacrifícios, e agora, "as águas", que simbolizam a Palavra de Deus, têm o poder de limpar e disciplinar nossas obras para uma vida cristã santa e purificada.
Mesmo que nossos pecados tenham sido expiados (ver Hb.10:17), tudo quanto fazemos em nosso dia a dia precisa passar pela limpeza para que, quando chegar o juízo para recompensa, sejamos julgados pelas nossas obras.
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2Co.5:10).

III. A PIA DE BRONZE E A SUA APLICABILIDADE AO SACERDÓCIO DA NOVA ALIANÇA.

1. Todos somos sacerdotes.

A Pia de bronze para o israelita comum, na Antiga Aliança, não tinha muita importância, visto que não lhe era permitido passar além do Altar. Todavia, para nós, povo de Deus da Nova Aliança, para quem as promessas tipificadas no Tabernáculo já se cumpriram, a história é diferente. Aos que aceitaram o sacrifício de Cristo, Deus não só os lavou de seus pecados como também os fez sacerdotes.
Em Apocalipse 1:5,6, lemos que Jesus ama os Seus e fez deles sacerdotes para Deus, Seu Pai. Agora existe o sacerdócio universal de todos os crentes (1Pd.2:9).
Todo filho de Deus é também um sacerdote e como tal podemos acessar livremente o Santuário de Deus e deleitarmo-nos na comunhão com o nosso Deus.
Mas, para exercermos o sacerdócio e mantermos comunhão ininterrupta com Deus, devemos purificar "mãos e pés" pelo uso da verdadeira "Água", simbolizada pela água contida na Pia de bronze: a Palavra de Deus.
Aquele que recorre continuamente à Palavra de Deus e a deixa falar ao seu coração, e à sua consciência, está sendo purificado e mantido na atividade sacerdotal do Reino de Deus.

2. Exortações a uma vida de purificação.

Se alguém quer que sua vida reflita a Jesus para que Ele possa tornar-lhe uma benção para o Reino de Deus, esse alguém precisa da constante e completa purificação. Ou seja, esse alguém precisa:
§  Viver em constante santidade. Viver a santidade, conforme as Escrituras Sagradas, remonta a ideia de renúncia, mortificação dos desejos da carne e do anelo genuíno pela presença de Deus. Não é vier um estilo de vida criado por doutrinas humanas, mas pelo próprio Cristo.
§  Viver em constante purificação. Na Antiga Aliança, a limpeza diária exigida para ministrar no Tabernáculo era apenas das mãos e dos pés (Êx.30:19). Na Nova Aliança, porém, o “lavar-se” destaca o ato do Espírito Santo que opera em nós a santificação (Ef.5:26; 2Co.7:1). Nesse sentido, a consagração dos “sacerdotes” dar-se nos termos do compromisso de uma vida santificada. Esse compromisso é que deve permear a vida daquele que se acha vocacionado para realizar a obra do Senhor, para servir ao Senhor.

CONCLUSÃO

Não há como estar diante de Deus para ministrar adoração e serviço a Ele com as mãos e pés impuros. Não podemos ter parte na adoração verdadeira a Deus enquanto tentarmos esconder nossas mãos e pés sujos.
O rei Davi falava por experiência própria quando escrevei em Salmos 24:3,4:
“Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puros de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente”.
Jesus disse: “Bem-aventurados os limpos de coração; porque verão a Deus” (Mt.5:8).
O apóstolo João escreve sobre a importância de nos mantermos limpos:
"... mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro" (1João 3:2,3).
Judas nos diz que o Senhor manterá e susterá aqueles que permanecerem puros:
"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora, e para todo o sempre.  Amém!"(Jd.24,25).
Até o próximo compromisso, quando enfrentaremos maiores desafios em nossa caminhada dentro do Tabernáculo, rumo à presença gloriosa de Deus.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário  Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.

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