domingo, 8 de dezembro de 2024

A PROMESSA DE PROVISÃO

         4º Trimestre de 2024

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 11

Texto Base: Mateus 6:25-31

“Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir” (Mt.6:25a).

Mateus 6:

25.Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?

26.Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

27.E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

28.E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam.

29.E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

30.Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?

31.Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?

INTRODUÇÃO

Nesta lição, abordaremos a Promessa de Provisão Divina, essencial para a vida do crente. A Bíblia revela que o ser humano é um ser integral, composto de corpo, alma e espírito, com necessidades que se estendem a todas essas áreas. Ao analisar as palavras de Jesus em Mateus 6, compreendemos que Deus se preocupa profundamente com cada aspecto da nossa existência—seja físico, emocional ou espiritual. Assim, nesta lição, estudaremos as instruções e promessas que o Senhor oferece para lidar com as inquietações e preocupações cotidianas, assegurando-nos de que Ele cuida de cada uma de nossas necessidades.

I. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS

1. Não fiqueis ansiosos!

No Sermão do Monte, Jesus abordou diretamente uma das maiores preocupações humanas: a ansiedade em relação às necessidades básicas, como alimentação, vestuário e sustento. Ao dizer "não andeis cuidadosos" (Mt.6:25), Ele chamou seus discípulos a viverem uma vida livre da ansiedade constante, confiando na provisão de Deus. Jesus usa exemplos da criação, como as aves e os lírios, para ilustrar que se Deus cuida tão bem desses elementos, quanto mais não cuidaria de seus filhos?

Essa exortação nos lembra que a ansiedade surge, muitas vezes, da falta de confiança na bondade e na soberania divina. Jesus nos convida a um relacionamento profundo de fé, em que nossas necessidades são supridas por um Pai amoroso e conhecedor de todas as coisas. Isso não significa passividade ou negligência, mas uma postura de confiança, onde o cristão deposita suas preocupações nas mãos de Deus, certo de que Ele proverá o necessário para cada área da vida, no tempo certo. Assim, a ansiedade, que muitas vezes consome nossas forças, deve ser substituída pela certeza de que Deus está no controle de todas as circunstâncias, cuidando de suas criaturas com graça e fidelidade.

2. Provisão do alimento diário

“Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt.6:26).

Neste texto, Jesus usa a figura das "aves do céu" para transmitir uma lição profunda sobre a confiança na provisão divina. As aves não se envolvem em atividades como semear ou colher, e tampouco armazenam alimentos, mas ainda assim, o Pai Celestial as alimenta diariamente. Através dessa ilustração, Jesus nos lembra que, se Deus cuida com tanta atenção das aves, que possuem um papel inferior na criação, quanto mais Ele não cuidará de nós, que somos seus filhos amados e criados à sua imagem.

Essa confiança na provisão de Deus deve abranger não apenas a necessidade física de alimento, mas também as necessidades emocionais e espirituais. A ansiedade pelo sustento diário muitas vezes reflete uma falta de compreensão da graça de Deus e de sua constante presença em nossas vidas. Contudo, o chamado de Cristo é para que aprendamos a descansar na certeza de que o Senhor provê aquilo de que necessitamos, no tempo certo.

Além do corpo, a alma também precisa ser nutrida e cuidada. Assim como Deus provê para o corpo físico, Ele também se preocupa com as necessidades mais profundas do coração humano. Devemos nos esforçar para viver de maneira irrepreensível, buscando saúde espiritual por meio da oração, da leitura da Palavra e do cuidado com nossas emoções. Esse cuidado interior transborda em nossas ações e relacionamentos, impactando positivamente a maneira como tratamos os outros. Quando estamos em paz com Deus, confiando em sua provisão, temos a capacidade de estender essa paz e confiança às pessoas ao nosso redor, vivendo uma vida de amor e generosidade.

3. Provisão da vestimenta

“E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?” (Mt.6:28-30).

Nestes textos, Jesus usa a imagem dos "lírios dos campos" para nos ensinar sobre a provisão de Deus em relação à vestimenta. Os lírios, que não trabalham, nem tecem suas próprias roupas, são adornados de maneira esplêndida pelo Pai Celestial. Essa figura aponta para o cuidado detalhado e pessoal de Deus não apenas com a natureza, mas principalmente com o ser humano, sua criação especial. Jesus destaca que, se Deus veste com tanta beleza algo passageiro como a vegetação, quanto mais Ele não proverá vestimentas adequadas para nós, que somos permanentes em sua presença. Aqui, a lição central é sobre confiança. Jesus nos chama a confiar em Deus até mesmo nas necessidades mais básicas da vida, como o vestir.

A ansiedade sobre o que vamos comer ou vestir revela uma falta de fé na provisão divina e no cuidado que Deus tem conosco. Embora devamos ser diligentes e responsáveis, como indicado em 2Tessalonicenses 3:10,11, onde Paulo nos lembra da importância do trabalho e da dedicação, não devemos permitir que a busca pelas necessidades materiais gere preocupação excessiva ou roube nossa paz interior.

O apóstolo Paulo reforça em 1Timóteo 6:8 que, tendo sustento e com que nos cobrir, devemos estar satisfeitos. Isso nos ensina que a provisão divina para nossas necessidades cotidianas não se refere ao acúmulo de bens ou a uma vida luxuosa, mas ao suprimento daquilo que é essencial. Quando confiamos em Deus e não permitimos que a ansiedade domine nossos corações, somos capazes de viver com contentamento e gratidão, sabendo que Ele cuida de nós em todos os aspectos da vida.

II. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS

1. Somos seres integrais

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts.5:23).

O conceito de sermos "seres integrais" aborda a realidade de que, além de termos um corpo físico, somos dotados de uma alma, onde residem as nossas emoções, pensamentos e sentimentos. O texto citado nos ensina que Deus deseja santificar o ser humano por completo: corpo, alma e espírito. Portanto, as necessidades emocionais são tão reais e importantes quanto as físicas e espirituais. Cuidar das emoções é parte essencial do cuidado integral que devemos ter conosco.

A alma, como o centro das emoções e dos sentimentos, é influenciada pelas experiências da vida e reflete diretamente no bem-estar do corpo. A tristeza, o afeto, a alegria e o sofrimento emocional podem impactar nossa saúde física, demonstrando que somos uma unidade inseparável de corpo e alma. Como mencionado em Marcos 14:34, Jesus mesmo expressou profunda tristeza na alma, evidenciando que as emoções fazem parte da vida humana.

Por isso, a mordomia da alma, ou seja, o cuidado responsável e consciente das nossas emoções, é essencial para vivermos de maneira saudável e equilibrada. Cuidar da alma envolve reconhecer nossas emoções, lidar com elas de forma adequada e buscar equilíbrio. Quando negligenciamos o cuidado das nossas emoções, isso pode gerar consequências que afetam nosso comportamento e nossa relação com os outros.

Assim como somos chamados a preservar o corpo de maneira irrepreensível, também devemos tratar nossa alma com zelo e dedicação. Isso implica em buscar cura emocional, manter a paz interior e procurar em Deus o equilíbrio necessário. A forma como lidamos com nossas próprias emoções reflete diretamente na maneira como tratamos as outras pessoas, uma vez que uma alma saudável contribui para relacionamentos saudáveis e atitudes equilibradas.

2. A ansiedade no mundo

As palavras de Jesus em Mateus 6, especialmente sobre a ansiedade (Mt.6:26), são extremamente relevantes e aplicáveis à nossa realidade atual. Ele nos adverte sobre os perigos da ansiedade e como ela pode comprometer nossa qualidade de vida.

Vivemos em uma época em que as preocupações e pressões diárias são intensas, desde questões econômicas e familiares até a saúde e a incerteza sobre o futuro. Jesus nos ensina que a ansiedade nos distrai do cuidado de Deus, que já conhece e provê para todas as nossas necessidades.

O transtorno de ansiedade, que atinge cerca de 300 milhões de pessoas globalmente (segundo informações do Pr. Elinaldo Renovato), reflete a magnitude do desafio que enfrentamos. No Brasil, o quadro é ainda mais alarmante: o país lidera o ranking mundial de ansiedade, com 18,6 milhões de pessoas afetadas, o que corresponde a aproximadamente 9% da população. Especialmente entre os jovens de 18 a 24 anos [faixa etária em que os jovens enfrentam um desafio medonho para escolher a profissão acadêmica certa ao seu bem-estar pessoal ou da família; se errar, as consequências serão desastrosas], um terço já sofre de algum nível de ansiedade, evidenciando a inquietação constante que marca a vida das novas gerações.

Essa realidade é um reflexo da ausência de paz no mundo, onde as preocupações diárias, muitas vezes exageradas ou fora de nosso controle, sobrecarregam nossas mentes e corações. A ansiedade, conforme Jesus alertou, nos impede de confiar plenamente em Deus e em sua provisão. Ele nos chama a viver o presente sem nos preocuparmos excessivamente com o futuro, pois "basta a cada dia o seu mal" (Mt.6:34). Isso significa que a dependência de Deus e a busca pela sua paz devem ser parte essencial de nossas vidas.

A mensagem de Jesus sobre não andarmos ansiosos é um convite a entregarmos nossas preocupações a Deus, confiar em seu cuidado contínuo e vivermos com mais tranquilidade e equilíbrio em meio aos desafios que enfrentamos. Em tempos em que os transtornos de ansiedade estão em alta, essas palavras são um lembrete crucial de que a verdadeira paz só pode ser encontrada em Deus, que é o nosso sustento. Confesso que, diante de um mundo tão exigente como esse em que presenciamos, é um enorme desafio vivermos nestas palavras de Jesus; mas, com a ajuda e a presença do Espirito Santo em nossas vidas, conseguiremos. Devemos, então, ter muito cuidado para não perdermos a presença do Espirito Santo, pois, sem Ele, esses desafios não serão vencidos. Somente o pecado contumaz, praticado de forma consciente e deliberada, tira a presença do Espirito Santo em nossas vidas. Pense nisso!

3. A solução para a ansiedade

Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pd.5:6,7).

A solução para a ansiedade, conforme ensinado pela Bíblia, está centrada em Cristo. Ele não só tem o poder de curar doenças físicas, mas também de tratar nossas enfermidades emocionais, incluindo a ansiedade. Em Mateus 12:15, vemos Jesus curando muitos, e essa cura inclui o alívio das angústias internas. Isso nos mostra que o cuidado de Jesus abrange todas as áreas da nossa vida, física e emocional.

O apóstolo Paulo, no Novo Testamento, nos orienta sobre como devemos lidar com nossas emoções e pensamentos. Ele nos ensina em Filipenses 4:8,9 a focar no que é verdadeiro, justo, puro e digno de louvor, sublinhando a importância de cultivar uma mente saudável, repleta de pensamentos positivos e alinhados com a verdade de Deus. Ele também nos lembra de não nos deixarmos consumir pela ansiedade, mas de apresentarmos nossas preocupações a Deus em oração (Filipenses 4:6,7). Essa prática resulta em uma paz que transcende todo entendimento, protegendo nossos corações e mentes em Cristo.

O apóstolo Pedro reforça essa verdade, convidando-nos a lançar todas as nossas ansiedades sobre Deus, confiando que Ele cuida de nós (1Pedro 5:6,7). Isso demonstra que não estamos sozinhos em nossas lutas internas; ao contrário, Deus nos chama a entregar nossas preocupações a Ele e a descansar em sua provisão e proteção.

As enfermidades emocionais, como a ansiedade, podem ter um impacto significativo em nossas vidas, afetando nossa saúde física, mental e espiritual. No entanto, a Bíblia nos oferece uma solução clara: cuidar da nossa alma por meio de uma relação íntima com Deus. Através da oração, meditação nas Escrituras e confiança na provisão divina, podemos experimentar cura e libertação emocional. O salmista nos encoraja, afirmando que devemos lançar nossas cargas sobre o Senhor, e Ele nos sustentará (Salmo 55:22). Isso nos assegura que, mesmo diante das aflições emocionais, Deus nos dá vitória sobre a ansiedade.

Portanto, a verdadeira solução para a ansiedade é confiar em Deus, manter um coração voltado para Ele e viver em paz com a certeza de que Ele cuida de todas as nossas necessidades, inclusive as emocionais.

III. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS

1. Necessidade de salvação

“pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm.3:23-26).

A necessidade de salvação é a maior e mais profunda carência espiritual do ser humano. Sendo criado à imagem e semelhança de Deus, o homem foi feito com um espírito que o conecta ao Criador. No entanto, essa conexão foi rompida pela entrada do pecado no mundo, como descrito em Romanos 5:12, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus, resultando na queda. Esse pecado original trouxe separação espiritual, gerando a necessidade universal de reconciliação com Deus.

Romanos 3:23 reforça que essa necessidade não é limitada a alguns, mas afeta toda a humanidade: "pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". O pecado afetou cada pessoa, e ninguém, por seus próprios méritos, é capaz de restaurar a comunhão com Deus. Portanto, a salvação se torna a necessidade mais urgente e essencial para todos os seres humanos.

A provisão dessa salvação é encontrada na obra redentora de Cristo na cruz. O sacrifício de Jesus, como descrito em João 3:16-18, foi o ato supremo do amor de Deus, oferecendo Seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar, para que a humanidade pudesse ser reconciliada com Ele. Jesus, ao morrer e ressuscitar, satisfez a justiça divina e abriu o caminho para que todos os que creem nEle tenham acesso à vida eterna. Essa provisão divina não apenas preenche a necessidade espiritual mais profunda, mas também oferece uma nova vida, renovada em espírito, e a promessa de uma eternidade com Deus.

Portanto, a salvação é o ápice da provisão divina para as necessidades espirituais do homem, sendo oferecida de graça através da fé em Cristo. É o dom que restaura nossa relação com Deus, transforma nossa vida e garante a eternidade ao Seu lado.

2. Necessidade da presença e direção de Deus

“Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia” (Salmo 25:5).

A necessidade da presença e direção de Deus é um aspecto essencial da vida espiritual do ser humano. Desde o início, vemos o desejo de Deus de estar próximo do Seu povo, como exemplificado em Êxodo 33:15, onde Moisés clama: "Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui". A presença de Deus não era apenas um sinal de conforto, mas também a garantia de segurança, orientação e sucesso em tudo o que o povo fazia. Assim, a presença divina continua sendo fundamental para o crente em todas as fases da vida.

Além da necessidade de sentir a proximidade de Deus, também precisamos de Sua direção. Vivemos em um mundo cheio de incertezas, e constantemente nos encontramos diante de decisões cruciais. A direção divina é indispensável para que possamos tomar decisões sábias e viver de acordo com a vontade de Deus. Em Atos 1:4,5, Jesus orienta os discípulos a aguardarem a promessa do Espírito Santo, que viria para guiá-los em toda a verdade, confirmando que a direção de Deus é sempre necessária antes de qualquer ação importante.

O Espírito Santo desempenha um papel vital na provisão dessa direção. Ele não apenas nos guia, mas também ilumina nosso entendimento da Palavra de Deus (João 16:13).

Romanos 8:14 afirma que "todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus", destacando a relação entre ser conduzido por Deus e viver como Seus filhos. Essa orientação é contínua e personalizada, preenchendo a necessidade espiritual de saber como agir, o que escolher e como proceder em nossa jornada de fé.

A Palavra de Deus também serve como uma bússola para a vida. O salmista declara: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" (Salmo 119:105). Combinados, o Espírito Santo e as Escrituras nos dão a direção que precisamos para enfrentar os desafios da vida, evitando decisões impulsivas e permitindo que sigamos a vontade de Deus.

Assim, a presença e direção de Deus são necessidades espirituais fundamentais, e Ele provê essas necessidades através do Espírito Santo e de Sua Palavra. Buscar continuamente essa presença e orientação é crucial para viver uma vida que agrada a Deus e que caminha em alinhamento com o Seu propósito.

3. Necessitados do Espírito Santo

“Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Salmo 51:11).

A presença e a atuação do Espírito Santo em nós são absolutamente indispensáveis para a vida espiritual e para o cumprimento da missão cristã. O clamor do salmista em Salmo 51:11, “Não retires de mim o teu Espírito Santo”, expressa a consciência profunda de que, sem a presença do Espírito, é impossível viver de acordo com a vontade de Deus. O Espírito Santo não é apenas uma força exterior, mas a própria presença de Deus em nós, capacitando-nos a fazer aquilo que, por nossas próprias forças, seria impossível.

Jesus, enquanto estava na Terra, foi ungido pelo Espírito Santo para cumprir Seu ministério (Atos 10:38), demonstrando que até mesmo o Filho de Deus atuava na plenitude do Espírito para realizar a obra do Pai. Se Jesus, sendo perfeito, dependia da unção do Espírito, quanto mais nós necessitamos dessa presença para cumprirmos nossa missão! O Espírito Santo é quem nos capacita a pregar o Evangelho com poder e eficácia, como prometido em Atos 1:8: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas... até os confins da terra”.

Além disso, a obra do Espírito Santo é vital para a conversão do ser humano. Sem a ação do Espírito, não há verdadeira convicção de pecado, justiça e juízo, como Jesus nos ensina em João 16:8. Isso significa que qualquer esforço humano para evangelizar, sem a operação do Espírito, é fútil, pois é Ele quem age no coração das pessoas, convencendo-as de sua necessidade de salvação.

O Espírito Santo também nos auxilia em nossas fraquezas, especialmente na oração. Romanos 8:26 destaca que não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis, mostrando que até em nossas intercessões dependemos dEle para nos conectar adequadamente com a vontade de Deus.

Sem a atuação do Espírito Santo, a Igreja não pode avançar em sua missão, pois é Ele quem nos guia, capacita e fortalece. Ele é a provisão divina que supre nossa necessidade espiritual mais profunda, nos enchendo de poder, nos guiando em sabedoria e nos transformando à imagem de Cristo. Assim, a presença do Espírito Santo é essencial para a vida cristã e o progresso do Reino de Deus na Terra.

CONCLUSÃO

A promessa de provisão divina abrange todas as esferas da vida humana: física, emocional e espiritual. Aprendemos que o Senhor, em Sua bondade, cuida das nossas necessidades básicas, como o alimento e a vestimenta, convidando-nos a confiar nEle e a não sermos dominados pela ansiedade. Vimos também que Ele se preocupa com as nossas emoções, oferecendo cura e paz em meio às aflições do mundo. Além disso, Deus, em Sua infinita graça, nos provê a salvação, a direção e a presença constante do Espírito Santo, que nos capacita a viver de acordo com a Sua vontade.

Concluímos que o Senhor é o provedor fiel de tudo o que necessitamos, seja material ou espiritualmente. Ao buscarmos primeiramente o Seu Reino e a Sua justiça, todas as coisas nos serão acrescentadas. Portanto, confiemos plenamente em Deus, que cuida de nós com amor e sustenta todas as áreas da nossa vida. Glórias sejam dadas ao nosso Deus!

 

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

Dicionário VINE.CPAD.

O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios. HAGNOS.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios. Igreja, a Noiva gloriosa de Cristo. HAGNOS.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Mateus. Jesus, o Rei dos reis. HAGNO.

domingo, 1 de dezembro de 2024

A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

         4° trimestre 2024

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 10

Texto Base: Efésios 6:10-17; Salmos 91:1-8

“Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos” (Sl.91:11).

Efésios 6:

10.No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

11.Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;

12.porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

13.Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.

14.Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,

15.e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;

16.tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

17.Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

Salmo 91:

1.Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

2.Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

3.Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

4.Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel.

5.Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia,

6.nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.

7.Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido.

8.Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, refletiremos sobre a “Promessa da Proteção Divina”, com base em passagens de Efésios 6 e do Salmo 91, que destacam o cuidado de Deus em meio às adversidades espirituais. A Palavra de Deus nos ensina que estamos em uma batalha que vai além do físico, travada contra forças espirituais malignas. Satanás e seus demônios tentam nos afastar da verdade, mas o Senhor, em sua infinita graça, nos promete proteção e nos equipa com armas espirituais poderosas para resistirmos aos ataques do Maligno. Aqueles que permanecem em um relacionamento íntimo e verdadeiro com Deus, por meio de Jesus Cristo, encontram segurança, refúgio e vitória. Assim, não precisamos temer, pois Deus é o nosso escudo e fortaleza, garantindo-nos sua presença e livramento em todas as circunstâncias.

I. PROTEÇÃO ESPIRITUAL CONTRA O INIMIGO

1. Proteção contra o maior Inimigo

A batalha espiritual em que o cristão está inserido é uma realidade constante, e o maior inimigo que enfrentamos é o Diabo, descrito na Bíblia como o adversário de nossas almas. Ele não é apenas uma figura simbólica, mas um ser espiritual maligno que busca afastar as pessoas de Deus e destruir suas vidas. A Bíblia nos adverte que ele anda "em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pd.5:8). No entanto, o Senhor nos dá diretrizes claras para enfrentá-lo.

Primeiro, devemos estar sempre vigilantes e conscientes de suas artimanhas (2Co.2:11). A vigilância espiritual nos ajuda a não sermos surpreendidos ou enganados por suas mentiras. Além disso, a submissão a Deus é essencial para resistir ao Diabo. Como Tiago 4:7 nos ensina, devemos "sujeitar-nos a Deus" e "resistir ao Diabo", e ele fugirá de nós. O poder de Deus, manifestado em nossa vida por meio da obediência e da fé, é nossa principal defesa.

Em Efésios 6, somos instruídos a nos revestir da "armadura de Deus" para resistir às "astutas ciladas do Diabo" (Ef.6:11). Essa armadura inclui a verdade, a justiça, a fé, a salvação, e a Palavra de Deus, que são nossas armas espirituais para vencer as forças do mal. A proteção contra o inimigo não está em nossa própria força, mas na dependência de Deus e em usar os recursos espirituais que Ele nos oferece.

2. Os inimigos espirituais em Efésios

Em Efésios 6:10-12, o apóstolo Paulo revela a natureza da batalha espiritual que os crentes enfrentam, destacando que os inimigos contra os quais lutamos não são seres humanos, mas forças espirituais malignas. Ele utiliza uma linguagem poderosa e detalhada para descrever essas forças, classificando-as em diferentes hierarquias: principados, potestades, príncipes das trevas deste século, e hostes espirituais da maldade. Cada termo carrega um significado específico, indicando o grau de organização e poder dessas entidades malignas que se levantam contra a Igreja e o povo de Deus.

-Principados referem-se a governantes espirituais de alto escalão no reino das trevas, que têm autoridade sobre regiões e nações. São líderes invisíveis que comandam as forças malignas, buscando influenciar grandes estruturas sociais e políticas para promover o caos espiritual e moral.

-Potestades são outros níveis de poder no reino das trevas, focados em enfraquecer a fé dos crentes e atrapalhar suas vidas espirituais, através de opressões, tentações e perseguições.

-Os príncipes das trevas deste século são demônios que atuam neste mundo presente, operando nos sistemas corrompidos e influenciando o pensamento e comportamento das pessoas, particularmente contra a Igreja de Cristo. Eles trabalham para trazer escuridão espiritual à humanidade, lutando para manter as pessoas longe da luz do evangelho.

-As hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais, representam uma vasta legião de espíritos malignos cuja missão é destruir a vida espiritual dos crentes e desmantelar o ambiente de adoração e comunhão cristã.

Esses inimigos operam de maneira organizada e estratégica, buscando deter o avanço do Reino de Deus e atacar a Igreja. Por isso, Paulo nos exorta a nos revestirmos da armadura de Deus (Ef.6:13-17), usando as armas espirituais que Ele nos fornece, como a fé, a justiça, a verdade e a Palavra de Deus, para resistir a essas forças malignas. A batalha é espiritual, e somente com as armas espirituais e a dependência do poder de Deus podemos vencer.

3. As armas espirituais do crente

As armas espirituais mencionadas em Efésios 6:14-17 compõem a armadura providenciada por Deus para que o crente possa resistir às investidas das forças espirituais malignas. Cada parte dessa armadura tem um papel vital, mostrando que, na luta espiritual, o crente depende completamente da força e das provisões divinas, e não de suas próprias capacidades.

a) A Verdade. Paulo nos instrui a “cingir os lombos com a verdade”. A verdade é fundamental porque se contrapõe diretamente à principal arma de Satanás, que é a mentira (João 8:44). A verdade, tanto a verdade de Deus revelada nas Escrituras quanto a integridade pessoal, nos protegem do engano e das armadilhas que o Inimigo tenta plantar em nossas mentes e corações. Sem a verdade, estamos vulneráveis à confusão e ao erro.

b) A Couraça da Justiça. A justiça protege o coração, figurativamente falando, contra as investidas mortais das tentações e acusações de Satanás. Essa justiça não é nossa própria, mas a justiça de Cristo, que recebemos pela fé. Ao viver em retidão, resistimos às tentações e andamos em alinhamento com a vontade de Deus. A couraça nos guarda de nos desviarmos para o pecado.

c) O Evangelho da Paz. Ao calçar os pés com o Evangelho da paz, o crente é capacitado a avançar, mesmo em terrenos espiritualmente difíceis. O Evangelho de Cristo nos dá a base para viver em paz, mesmo em meio à guerra espiritual. Além disso, é o Evangelho que nos permite vencer as tentações, como Jesus o fez ao usar a Palavra contra Satanás no deserto (Mateus 4:1-10).

d) O Escudo da Fé. O escudo tem a função de proteger contra os “dardos inflamados do Maligno”, que são os ataques e tentações que Satanás lança contra o crente. A fé, sendo confiança plena em Deus e em Suas promessas, apaga esses dardos, porque nos faz olhar para a fidelidade de Deus e não para as circunstâncias ou ameaças ao nosso redor. Sem fé, somos facilmente atingidos pelas dúvidas e medos que o Inimigo tenta provocar.

e) O Capacete da Salvação. O capacete protege a cabeça, ou seja, a mente, o centro de nossos pensamentos. A convicção da salvação em Cristo é o que mantém nossa mente firme e protegida contra as dúvidas e ataques à nossa identidade em Cristo. Satanás tenta nos fazer questionar nossa salvação e nosso relacionamento com Deus, mas o capacete da salvação nos faz lembrar de que somos selados por Cristo e seguros em Sua obra redentora.

f) A Espada do Espírito. A única arma de ataque mencionada é a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. A Palavra é poderosa para confrontar o mal, como vemos Jesus usando as Escrituras para derrotar as tentações de Satanás. Ela não apenas nos defende, mas também nos capacita a avançar no combate espiritual, demolindo fortalezas de engano e resistência ao Evangelho (2Coríntios 10:4,5).

Cada parte da armadura espiritual é essencial, e, juntas, elas nos capacitam a enfrentar as estratégias malignas do Diabo. Elas nos lembram de que a vitória não é nossa, mas vem de Deus, por meio de Sua provisão espiritual. Não podemos lutar com nossas próprias forças; é a força do Senhor que nos capacita a resistir e vencer.

4. O que significa o termo “regiões celestiais” ou “lugares celestiais”

O termo "regiões celestiais" (ou "lugares celestiais", conforme algumas traduções) aparece cinco vezes no livro de Efésios e não é mencionado em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Este termo faz referência a uma realidade espiritual mais elevada que transcende o mundo físico e material. Em Efésios, ele é usado para descrever uma dimensão onde tanto as bênçãos divinas quanto a batalha espiritual ocorrem. Segundo afirma o Pr. Esequias Soares, as “regiões celestiais” podem significar onde Deus está ou onde estão os poderes espirituais. O sentido dessas palavras depende do contexto em que elas aparecem.

Vamos explorar o seu significado com base nos versículos em que ele aparece:

a) Efésios 1:3"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo". Aqui, as "regiões celestiais" se referem ao local onde Deus derrama Suas bênçãos espirituais sobre os crentes. Embora estejamos vivendo na terra, há uma realidade espiritual em que já recebemos essas bênçãos em Cristo. As "regiões celestiais" são o lugar onde Deus age e abençoa espiritualmente Seus filhos.

b) Efésios 1:20"... que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nas regiões celestiais". Neste versículo, "regiões celestiais" se referem à posição exaltada de Cristo após Sua ressurreição. Ele está assentado à direita de Deus, indicando Sua soberania e domínio sobre todas as coisas. As "regiões celestiais" aqui apontam para o lugar da autoridade e poder de Cristo.

c) Efésios 2:6"... e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus". Este versículo fala de uma realidade espiritual já experimentada pelos crentes. Em Cristo, nós também estamos "assentados" nas regiões celestiais. Isso significa que, espiritualmente, compartilhamos da posição e da vitória de Cristo, mesmo enquanto estamos vivendo neste mundo físico.

d) Efésios 3:10"... para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nas regiões celestiais". Aqui, "regiões celestiais" se referem ao domínio espiritual onde os seres angélicos (tanto os bons quanto os maus) estão presentes. Deus está demonstrando Sua sabedoria por meio da Igreja, não apenas aos homens, mas também às potências espirituais que operam nessa esfera. As "regiões celestiais" são o lugar onde a realidade espiritual transcende a material.

e) Efésios 6:12"Porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais". Este é o contexto de batalha espiritual. As "regiões celestiais" aqui se referem ao domínio onde Satanás e seus demônios operam, tentando se opor aos planos de Deus e ao avanço da Igreja. Apesar de sua presença nessas regiões, Cristo já triunfou sobre eles, e os crentes, ao usarem a armadura de Deus, podem vencer.

II. A MARAVILHOSA PROTEÇÃO DE DEUS

1. A proteção de quem se relaciona com Deus

A proteção divina, descrita no Salmo 91, é destinada àqueles que cultivam um relacionamento profundo e contínuo com Deus, vivendo sob Sua direção e proteção. O salmo começa afirmando que “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” (v.1). Isso mostra que a verdadeira proteção de Deus está ligada à proximidade com Ele, ou seja, à vida de comunhão e intimidade que o crente mantém com o Senhor.

Esse relacionamento de confiança é o alicerce da promessa de proteção. Deus se torna o refúgio e a fortaleza de quem Nele confia (v.2). Assim, a segurança e o descanso em meio às adversidades vêm da certeza de que o Altíssimo está no controle e que Ele guarda Seus filhos. A proteção de Deus abrange livramentos de perigos, ataques espirituais, e até das ciladas do Inimigo (Salmo 91:3,4). A metáfora usada no versículo 4, de que o Senhor cobre o crente com Suas asas, remete à imagem de um pássaro protegendo seus filhotes, representando o cuidado e a segurança proporcionados por Deus para aqueles que Nele confiam.

Nos momentos de provação e batalhas espirituais, a confiança em Deus é reforçada pela promessa de livramento e proteção, mesmo diante dos perigos mais ocultos. O relacionamento com Deus não só traz conforto e paz, mas é também a base da segurança espiritual contra os ataques do Maligno.

2. Deus, o nosso refúgio e fortaleza

No versículo 4 do Salmo 91, duas expressões chamam a atenção: “laço do passarinheiro” e “peste perniciosa.

- “Laço do passarinheiro”. Esta expressão simboliza os perigos ocultos e as armadilhas que o Inimigo prepara para tentar destruir ou desviar os servos de Deus. A figura do passarinheiro evoca a ideia de ciladas meticulosamente planejadas, das quais a vítima, muitas vezes, não tem consciência até ser capturada. O apóstolo Pedro reforça essa realidade ao descrever o Diabo como um inimigo astuto, sempre vigilante e pronto para atacar os desprevenidos (1Pd.5:8). A natureza estratégica de Satanás exige dos crentes constante vigilância e confiança em Deus, que é capaz de desfazer essas armadilhas e nos livrar delas.

- “Peste perniciosa”. Esta expressão refere-se às enfermidades devastadoras, frequentemente interpretadas como calamidades que trazem destruição em massa, especialmente em tempos de crise. Neste contexto, a "peste perniciosa" pode ser vista tanto de forma literal - enfermidades físicas - quanto simbólica, como uma referência a doenças espirituais que podem enfraquecer a fé e a esperança dos crentes. O Salmo, no entanto, assegura que mesmo diante de males que ameaçam a vida e o bem-estar, a proteção de Deus é certa e eficaz.

Essas duas ameaças - o laço do passarinheiro e a peste perniciosa - representam as diversas formas de adversidades e ataques que o ser humano pode enfrentar. Contudo, a mensagem central é que, em Deus, encontramos refúgio seguro e proteção invulnerável. Ele é a nossa fortaleza, um abrigo que nos guarda tanto dos ataques invisíveis de Satanás quanto das calamidades visíveis. Essa confiança no cuidado divino nos dá a segurança de que, mesmo em meio às maiores adversidades, não seremos abalados, pois o Senhor nos sustenta e protege.

3. A Onipotência de Deus

O Salmo 91 exalta a Onipotência de Deus ao descrevê-Lo como o "Altíssimo", o "Todo-Poderoso" (Sl.91:1), enfatizando sua autoridade e capacidade ilimitada de proteger e livrar aqueles que confiam nEle. Essa visão de Deus como o Ser Supremo, soberano sobre todas as circunstâncias, é a base doutrinária para a promessa de proteção divina. Ao longo das Escrituras, vemos Deus sendo descrito como o defensor de seu povo, que guarda, protege e livra das mais diversas formas de maldade e perigo. No Salmo 91:7, lemos que "mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido", uma clara expressão de que a proteção divina é imbatível, mesmo diante das maiores ameaças.

A referência a Deus como o "Altíssimo" não apenas exalta sua majestade, mas também destaca seu papel como o refúgio supremo contra as investidas do Maligno. Essa verdade é corroborada pelo profeta Isaías, que no capítulo 59, versículo 19, assegura que o Espírito do Senhor se levantará como uma bandeira contra os inimigos que surgem como uma enchente – “[...] vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira”. Aqui, a imagem é de Deus intervindo com poder, erguendo sua bandeira de vitória e proteção, impedindo que qualquer estratégia do inimigo prevaleça.

Portanto, a Onipotência de Deus é a garantia de que nenhuma força espiritual ou adversidade humana pode resistir à sua vontade. Aqueles que estão sob a sua proteção podem descansar com confiança, sabendo que, em sua soberania, Ele governa sobre todas as coisas e nos guarda de todo o mal. A nossa segurança não está nas circunstâncias ou nas nossas forças, mas no poder ilimitado de Deus, que zela por seus filhos e nos livra de toda cilada e perigo.

III. PROMESSAS E PROTEÇÃO

1. Os inimigos serão derrotados

Ao longo da história bíblica e da vida da Igreja, os inimigos de Deus têm constantemente se levantado para tentar frustrar seus planos. No entanto, a promessa de Deus de derrotar todos os inimigos do seu Reino é central na doutrina das Últimas Coisas. Em 1Coríntios 15:24-26, o apóstolo Paulo descreve o momento em que Cristo, após ter estabelecido o Reino de Deus em sua plenitude, entregará tudo ao Pai, após ter colocado “todos os inimigos debaixo de seus pés”. Esse processo culminará com a derrota final da morte, que é descrita como o último inimigo a ser destruído.

Essa visão escatológica garante à Igreja que o poder do mal, embora presente e atuante, tem seus dias contados. As forças espirituais da maldade, os sistemas injustos e toda obra do Maligno serão aniquilados, cumprindo a promessa de vitória total de Cristo. A expressão "colocar os inimigos debaixo dos seus pés" é uma imagem de completa subjugação, um símbolo de que o poder de Cristo prevalecerá sobre toda oposição.

Essa vitória é um reflexo do que Jesus prometeu em Mateus 16:18, quando disse que "as portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja". Aqui, Jesus assegura que, por mais que o inferno tente se opor ao avanço do Reino de Deus, a Igreja, edificada sobre a verdade de quem Ele é, triunfará. Esta promessa fortalece os cristãos em todas as épocas a permanecerem firmes, sabendo que, apesar das lutas e perseguições, o resultado final já foi decretado: a derrota total dos inimigos de Deus.

Portanto, a promessa de que os inimigos serão derrotados não é apenas um consolo para a Igreja, mas uma certeza fundamentada na soberania de Deus e na obra redentora de Cristo. Vivemos hoje à luz dessa vitória futura, com a confiança de que, no tempo certo, todo mal será vencido e o Reino de Deus triunfará eternamente.

2. Segurança e vitória para os que temem o Senhor

A segurança e a vitória para os que temem o Senhor são promessas divinas que sustentam a vida cristã. No Salmo 18:2, Davi expressa sua confiança em Deus, chamando-o de "minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador", reconhecendo que o Senhor é o refúgio seguro para aqueles que nele confiam. Esse princípio aplica-se ao nosso cotidiano, onde somos chamados a buscar a proteção divina antes de qualquer atividade – seja ao sair de casa, ao enfrentar desafios, ou ao tomar decisões importantes.

No entanto, a confiança em Deus não isenta o crente de ser prudente. Há um equilíbrio entre confiar na soberania de Deus e tomar medidas sábias e práticas para garantir a nossa segurança. Como diz o Salmo 127:1, “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. Esta passagem ressalta que, por mais que tomemos precauções humanas, a verdadeira segurança vem de Deus. Isso nos convida a depender do Senhor em todas as áreas da vida, sem negligenciar nossas responsabilidades.

A promessa de segurança em Deus não significa ausência de problemas ou desafios, mas garante que, mesmo nas dificuldades, temos a certeza de que Deus está conosco. Ele nos dá a vitória não apenas nas circunstâncias externas, mas também nas batalhas espirituais e internas. O temor do Senhor, que envolve respeito, reverência e submissão à sua vontade, traz consigo essa segurança espiritual. Aqueles que confiam em Deus podem viver com a certeza de que, independentemente das situações adversas, Ele é o nosso protetor fiel.

3. A abrangência da proteção de Deus

A abrangência da proteção de Deus, conforme revelada nas Escrituras, é vasta e completa. Ele é descrito como onipotente, tendo todo o poder em suas mãos, e como onipresente, estando em todos os lugares e momentos ao mesmo tempo. Essa compreensão da natureza divina nos assegura que a proteção de Deus não está limitada a circunstâncias, lugares ou momentos específicos. Ela cobre todas as áreas da nossa vida, como vemos em Efésios 6 e no Salmo 91, que descrevem Deus como o protetor soberano do seu povo.

O Salmo 33:6,9 nos lembra que o Senhor criou e sustenta o universo com o poder da sua palavra, o que nos dá a certeza de que Ele tem o controle absoluto sobre todas as coisas. Esse domínio total de Deus significa que sua proteção não é parcial ou limitada, mas abrange desde a nossa vida pessoal até a nossa família. Onde quer que estejamos, a presença protetora de Deus nos acompanha, como prometido no Salmo 46:1-5, que apresenta o Senhor como o “refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.”

Além disso, a proteção divina não se restringe apenas a perigos visíveis, mas também às batalhas espirituais e emocionais. Ele é poderoso para fazer cessar as guerras internas e externas, acalmar tempestades e trazer paz em meio a conflitos. O Salmo 33:10-12 descreve como Deus desfaz os planos dos inimigos e estabelece seu conselho para o bem do seu povo. Essa abrangência da proteção de Deus nos convida a confiar plenamente nele, sabendo que Ele está presente para nos guardar e conduzir em todas as áreas da vida.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos sobre a profundidade da promessa da proteção divina, revelada nas Escrituras. Ao compreender que nossa batalha é espiritual e que o inimigo que enfrentamos é Satanás e suas hostes malignas, somos levados a reconhecer a importância de estar equipados com as armas espirituais providas por Deus. Através de passagens como Efésios 6 e o Salmo 91, vimos que a proteção de Deus é constante, poderosa e abrangente, cobrindo cada aspecto da nossa vida.

A certeza de que Deus é onipotente e onipresente nos garante que Ele é um refúgio seguro em todas as situações. Ele cuida de nós em meio aos desafios espirituais, emocionais e físicos, e promete que os inimigos da nossa alma serão derrotados. Portanto, podemos viver com confiança e segurança, sabendo que estamos guardados pela proteção do Altíssimo, que vigia sobre nós e nossas famílias. Em todas as circunstâncias, é Ele quem nos dá a vitória. Amém?

 

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

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Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

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O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

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Pr. Elinaldo Renovato. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. CPAD.

Pr. Esequias Soares. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. CPAD.