2º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 06
Texto Base: João 10:1-16
“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e
das minhas sou conhecido” (João 10:14).
João 10:
1.Na
verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral
das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2.Aquele,
porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3.A
este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas
ovelhas e as traz para fora.
4.E,
quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o
seguem, porque conhecem a sua voz.
5.Mas,
de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a
voz dos estranhos.
6.Jesus
disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
7.Tornou,
pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das
ovelhas.
8.Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os
ouviram.
9.Eu sou
a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará
pastagens.
10.O
ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham
vida e a tenham com abundância.
11.Eu sou
o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12.Mas
o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o
lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
13.Ora,
o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.
14.Eu
sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
15.Assim como
o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas
ovelhas.
16.Ainda
tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar
estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um
Pastor.
INTRODUÇÃO
O ensino de Jesus
nesta passagem apresenta três aspectos fundamentais: (1) Ele é a Porta, o único
meio de acesso à salvação e à segurança espiritual; (2) o Aprisco das ovelhas,
que simboliza o ambiente de proteção e comunhão para aqueles que fazem parte do
Seu rebanho; e (3) a distinção entre o Bom Pastor e o mercenário, destacando o
contraste entre aquele que dá a vida pelas ovelhas e aqueles que, por interesses
próprios, as deixam vulneráveis ao perigo.
Além de revelar o
caráter amoroso e sacrificial de Cristo, esta lição também ressalta a
responsabilidade das ovelhas: reconhecer a voz do verdadeiro Pastor, segui-lo
fielmente e não se deixar enganar por estranhos. Portanto, este estudo nos
ajudará a compreender a importância da liderança de Cristo em nossas vidas, a
necessidade de permanecer sob Seu cuidado e o privilégio de fazer parte do Seu
redil.
I. JESUS, A PORTA DAS OVELHAS
1. O Contexto
O discurso de Jesus em
João 10 está diretamente ligado aos eventos do capítulo 9, onde Ele cura um
cego de nascença, provocando forte reação entre os fariseus. Em vez de
reconhecerem o milagre como um sinal da presença messiânica de Cristo, os
líderes religiosos rejeitaram tanto o milagre quanto o testemunho do homem
curado, expulsando-o da sinagoga (João 9:34).
Essa expulsão revela a
postura dos fariseus como falsos pastores, que não cuidavam verdadeiramente do
povo, mas estavam mais preocupados com sua posição e influência. Jesus, por sua
vez, ao encontrar novamente o homem curado, não apenas o acolhe, mas também se
revela a ele como o Filho de Deus (João 9:35-38). Em seguida, declara que veio
ao mundo para juízo, trazendo luz aos que reconhecem sua cegueira espiritual e
expondo aqueles que, apesar de terem conhecimento da Lei, permaneciam
endurecidos em sua incredulidade (João 9:39-41).
É nesse cenário que
Jesus introduz a metáfora do Bom Pastor e das ovelhas, contrastando o Seu papel
de verdadeiro Pastor e guia espiritual com o comportamento dos fariseus, que
agiam como mercenários. Essa crítica ecoa as palavras do profeta Ezequiel (cf. Ez.34:1-10),
onde Deus denuncia os líderes espirituais de Israel por sua negligência e exploração
do povo:
¹ A palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
² — Filho do homem, profetize contra os pastores de
Israel; profetize e diga-lhes: Assim diz o Senhor Deus: "Ai dos pastores
de Israel que apascentam a si mesmos! Será que os pastores não deveriam
apascentar as ovelhas?
³ Vocês comem a gordura, vestem-se da lã e matam as
melhores ovelhas para comer, mas não apascentam o rebanho.
⁴ Vocês não fortaleceram as fracas, não curaram as
doentes, não enfaixaram as quebradas, não trouxeram de volta as desgarradas e
não buscaram as perdidas, mas dominam sobre elas com força e tirania.
⁵ Assim, elas se espalharam, por não haver pastor, e se
tornaram pasto para todos os animais selvagens.
⁶ As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes
e por todas as colinas. As minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra,
sem haver quem as procure ou quem as busque."
⁷ — Por isso, pastores, ouçam a palavra do Senhor:
⁸ Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, visto que as
minhas ovelhas foram entregues à rapina e se tornaram pasto para todos os
animais selvagens, por não haver pastor, e que os meus pastores não procuram as
minhas ovelhas, pois apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas,
⁹ por isso, pastores, ouçam a palavra do Senhor:
¹⁰ Assim diz o Senhor Deus: Eis que estou contra os
pastores e lhes pedirei contas das minhas ovelhas. Farei com que deixem de
apascentar ovelhas, e não apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas
ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de comida.
Jesus, ao contrário
desses falsos pastores, apresenta-se como a verdadeira Porta das Ovelhas, o
único meio legítimo pelo qual as ovelhas podem entrar no aprisco e encontrar
segurança, provisão e salvação.
2. A Porta das ovelhas
Após apresentar a
parábola do Bom Pastor e das ovelhas (João 10:1-6), Jesus aprofunda seu
ensinamento, agora estabelecendo um contraste direto entre Ele, a Porta das
Ovelhas, e os ladrões e salteadores (João 10:7-10). Essa afirmação é crucial
porque define que o único acesso legítimo ao aprisco de Deus é por meio de
Cristo. Qualquer outra tentativa de salvação fora dEle é fraude, pois não há
outro caminho, outro mediador ou outro Salvador além de Jesus (João 14:6; 1Tm
2:5).
Quatro verdades sobre
Jesus como a Porta das ovelhas:
a)
Jesus é a Porta da Salvação (João 10:9) - “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será
salvo”. Aqui, Jesus estabelece que Ele é o único acesso à salvação.
Diferente da porta larga que conduz à perdição (Mt.7:13,14), Cristo é a única
entrada para a bem-aventurança eterna. Nenhum esforço humano, sistema religioso
ou filosofia pode substituir essa verdade: a salvação está exclusivamente em
Jesus (Atos 4:12).
b)
Jesus é a Porta da libertação (João 10:9) - “Entrará e sairá”. Essa expressão simboliza
liberdade e segurança. Diferente dos falsos líderes que impõem um jugo pesado
(Mt.23:4), Cristo concede verdadeira libertação. Quem entra pela Porta, que é
Jesus, não vive sob escravidão espiritual, mas desfruta da liberdade que só Ele
pode oferecer (João 8:36; Gl.5:1).
c)
Jesus é a Porta da provisão (João 10:9) - “[...] e achará pastagem”. Essa afirmação
reforça que Jesus é suficiente para suprir todas as necessidades espirituais de
suas ovelhas. Ele é o Pão da Vida (João 6:35) e a Água Viva (João 4:14),
garantindo sustento, direção e proteção. Enquanto os fariseus impunham um legalismo
que sufocava o povo, Cristo oferece uma vida plena, repleta de graça e provisão
divina.
d)
Jesus é a Porta da vida abundante (João 10:10) - “Eu vim para que tenham vida e a tenham com
abundância”. A missão de Cristo é restaurar a vida que o pecado roubou.
Essa vida abundante não se limita a aspectos materiais, mas refere-se a uma
comunhão profunda com Deus, paz, alegria e, acima de tudo, a vida eterna.
Enfim, ao afirmar que
Ele mesmo é a Porta, Jesus descarta qualquer possibilidade de salvação fora
dEle. Não é uma religião, doutrina ou mérito humano que conduz ao Pai, mas
única e exclusivamente Jesus. Quem entra por Ele experimenta salvação,
liberdade, provisão e vida abundante – benefícios que nenhuma outra porta pode
oferecer.
3. A mensagem da Porta
A declaração de Jesus -
"Eu sou a Porta" (João 10:7) - não deixa margem para interpretações
alternativas: o acesso ao Reino de Deus é único e exclusivo por meio dEle. Não
há múltiplos caminhos para a salvação; não é uma questão de boas obras, esforço
humano ou religiosidade, mas da fé genuína em Cristo (Ef.2:8,9).
Jesus, como a Porta,
atua como o mediador perfeito entre Deus e os homens (1Tm.2:5). Por meio dEle,
temos acesso direto ao Pai (Hb.4:14,15), sem a necessidade de intermediários
humanos ou sistemas religiosos. Essa verdade nos concede o privilégio de nos
aproximarmos de Deus com confiança e ousadia (Hb.4:16), pois o sacrifício de
Cristo abriu o caminho para uma comunhão plena e restaurada com o Criador (Ef.2:18;
Cl.1:20).
No entanto, a Porta
exige uma resposta: precisamos entrar por ela. Isso significa crer em Jesus,
obedecer aos seus ensinamentos e segui-lo fielmente (João 14:15,21). A fé
genuína em Cristo não se limita a um reconhecimento intelectual, mas envolve
uma transformação de vida, marcada pela obediência e compromisso (Tg.2:17).
Portanto, Jesus é a
única Porta pela qual todos os pecadores devem entrar para encontrar salvação,
segurança e vida eterna. Rejeitar essa Porta significa permanecer fora do Reino
de Deus, mas aqueles que passam por ela encontram redenção, graça e um
relacionamento eterno com o Pai.
Sinopse I – JESUS, A
PORTA DAS OVELHAS Neste tópico,
aprendemos que a declaração de Jesus como “a Porta das Ovelhas” é apresentada
em um contexto de confronto com os falsos líderes religiosos que, ao invés de
cuidarem do povo, oprimiam-no. Em contraste com
esses maus pastores, Jesus se revela como o único acesso legítimo ao aprisco
de Deus. Ele é a Porta da salvação, da libertação, da provisão e da vida
abundante. Como única entrada
para o Reino, Sua mensagem é clara: não há outro caminho para a reconciliação
com Deus senão por meio dEle. Entrar por essa Porta significa experimentar
transformação, comunhão e segurança eternas. |
II. O APRISCO DAS OVELHAS
1. Parábola? Uma alegoria?
-O que é uma Parábola? É uma história curta e simbólica, usada frequentemente
por Jesus, para ensinar lições espirituais e morais. Nos Evangelhos, estão
registradas aproximadamente 40 parábolas proferidas por Jesus. Essas
parábolas são encontradas principalmente nos livros de Mateus, Marcos e Lucas,
e cada uma delas transmite lições espirituais e morais importantes. Essas
narrativas simples e acessíveis frequentemente utilizavam situações cotidianas
e personagens comuns para transmitir verdades profundas sobre o Reino de Deus,
a fé, o amor, a misericórdia e outros aspectos da vida cristã. Por exemplo, a
parábola do Bom Samaritano ensina sobre a importância de amar e ajudar o
próximo, independentemente de sua origem ou condição. As parábolas são uma
forma eficaz de comunicação porque permitem que os ouvintes reflitam sobre os
ensinamentos e os apliquem em suas próprias vidas.
- O que é uma
Alegoria? No contexto dos
Evangelhos, uma alegoria é uma narrativa que utiliza símbolos e figuras para
representar verdades espirituais e morais. Diferente de uma Parábola, que é uma
história curta com uma lição específica, uma Alegoria pode ser mais complexa e
abrangente.
O Evangelho de João,
capítulo 10, versículo 6, menciona que Jesus usou uma "parábola" para
falar sobre o bom pastor e suas ovelhas. Embora o termo "parábola" seja
usado, a passagem pode ser interpretada como uma alegoria, pois Jesus utiliza a
figura do pastor, das ovelhas e do ladrão para transmitir ensinamentos
profundos sobre sua relação com os seguidores e a proteção divina. Aliás,
o Evangelho de João frequentemente apresenta alegorias, ou seja, narrativas
simbólicas nas quais cada elemento possui um significado representativo.
Na passagem de João 10, Jesus não conta uma história com
começo, meio e fim, como ocorre em parábolas tradicionais (por exemplo, o Filho
Pródigo ou o Semeador). Em vez disso, Ele desenvolve uma alegoria, onde cada
personagem desempenha um papel específico:
- O pastor representa Jesus, que cuida e
protege suas ovelhas.
- As ovelhas representam os crentes, que
ouvem a voz do verdadeiro Pastor e o seguem.
- Os ladrões e salteadores simbolizam os
falsos líderes espirituais, que não têm interesse genuíno no bem-estar das
ovelhas.
- O aprisco ilustra um lugar de segurança e
cuidado, onde as ovelhas são protegidas.
- A porta representa Jesus como o único
acesso legítimo à salvação.
Ao usar essa linguagem
figurada, Jesus expõe a diferença entre o verdadeiro pastoreio, baseado no amor
e no sacrifício, e a liderança falsa e interesseira dos líderes religiosos da
época. Assim, essa alegoria não apenas ensina sobre o papel de Cristo como Bom
Pastor, mas também alerta sobre a necessidade de discernimento espiritual, para
que as ovelhas reconheçam a voz do seu verdadeiro líder e não sigam estranhos
(João 10:5).
Portanto, essa passagem
de João 10 é mais do que uma simples parábola; trata-se de uma alegoria rica em
simbolismo, que revela o relacionamento íntimo entre Cristo e seus seguidores,
destacando a sua função como o verdadeiro Pastor e a única Porta para a vida
eterna.
2. O aprisco das ovelhas
Para entender a
analogia do aprisco utilizada por Jesus, é essencial considerar o contexto
cultural da época. Na Judeia, a geografia montanhosa e os vales estreitos
dificultavam a busca por pastagens e tornavam a proteção do rebanho uma prioridade
para os pastores. Durante a noite, os rebanhos precisavam ser conduzidos a
locais seguros para evitar ataques de predadores, como lobos e hienas.
Havia dois tipos de
aprisco naquela cultura:
a)
O aprisco comunitário (no inverno). Era um grande cercado de pedra onde vários pastores
deixavam seus rebanhos juntos. Ele possuía uma porta trancada, cuja chave era
confiada a um porteiro. Pela manhã, cada pastor chamava suas ovelhas pelo nome,
e elas o seguiam, ignorando vozes estranhas. Essa imagem se relaciona com João
10:1-3, onde Jesus menciona que os ladrões e salteadores tentam entrar pelas
laterais, e não pela porta legítima.
b)
O aprisco individual (no verão). Quando os pastores permaneciam nos campos, eles
construíam pequenos cercados de pedras para proteger o rebanho. Esse tipo de
aprisco não tinha uma porta física, pois o próprio pastor se deitava na
entrada, tornando-se a “porta” do aprisco. Isso significa que nenhuma ovelha
podia sair sem passar por ele, e nenhum predador podia entrar sem enfrentá-lo
primeiro. Foi nesse sentido que Jesus declarou: “Eu sou a Porta das ovelhas”
(João 10:7), enfatizando Seu papel exclusivo como protetor e mediador da
salvação.
A simbologia do
aprisco na narrativa de Jesus ilustra dois aspectos fundamentais:
- A relação do povo judeu com seus líderes
religiosos. Os fariseus e
mestres da Lei deveriam ser pastores fiéis, mas muitos agiam como
mercenários, explorando o rebanho e deixando-o vulnerável.
- A relação entre Cristo e a Igreja. Atualmente, essa imagem representa o
vínculo inquebrável entre Cristo e Seus seguidores. Como nosso Supremo
Pastor (1Pd.5:4), Ele nos protege, nos conduz e nos alimenta
espiritualmente, garantindo segurança eterna para aqueles que fazem parte
do Seu rebanho.
Portanto, o aprisco
não é apenas um local de segurança, mas um símbolo do cuidado de Jesus com Seu
povo. Assim como as ovelhas reconhecem a voz do seu pastor e o seguem, a Igreja
precisa ouvir e obedecer à voz de Cristo, confiando que Ele é a única Porta
para a salvação e para a verdadeira vida em abundância.
3. O aprisco, um lugar de proteção
O aprisco das ovelhas,
conforme exposto anteriormente, representa um ambiente de segurança, no qual o
pastor assume a responsabilidade total pela proteção do rebanho. Na cultura
judaica, os pastores não apenas guiavam e alimentavam suas ovelhas, mas também
enfrentavam perigos para defendê-las, chegando, se necessário, a arriscar suas
próprias vidas.
Jesus, ao afirmar “Eu
sou a Porta” (João 10:7) e “Eu sou o bom pastor” (João 10:11), expressa duas
verdades complementares:
a)
Ele é o único acesso à
salvação e ao refúgio seguro em Deus.
Não há outro caminho para o aprisco senão através dEle.
b)
Ele está disposto a se
sacrificar para proteger Suas ovelhas.
Diferente dos mercenários, que fogem diante do perigo, Jesus entregou Sua
própria vida pelo rebanho na cruz do Calvário (João 19:30), garantindo nossa
redenção e segurança eterna.
A Bíblia mostra que
não há lugar mais seguro do que estar sob os cuidados do Supremo Pastor, Jesus
Cristo. Ele não abandona Suas ovelhas, mas as defende contra os ataques do
maligno, protege-as das ciladas do mundo e sustenta-as espiritualmente. Essa
realidade é confirmada em Colossenses 1:24, onde o apóstolo Paulo destaca que a
Igreja, como Corpo de Cristo, participa desse cuidado e proteção divinos.
Assim, o aprisco
simboliza a comunhão dos salvos em Cristo, vivendo sob Seu pastoreio, Sua
proteção e Seu amor sacrificial. Ele não apenas garante nossa salvação, mas
também nos guarda e sustenta, assegurando que nenhuma de Suas ovelhas se
perderá (João 10:28,29). Como ovelhas do Seu rebanho, nossa confiança
deve estar totalmente nEle, ouvindo Sua voz e permanecendo sob Sua direção,
pois somente em Cristo encontramos segurança absoluta.
Sinopse II – O APRISCO DAS OVELHAS Neste tópico, é apresentada
uma análise do discurso de Jesus em João 10, destacando a natureza alegórica
de Suas palavras ao se referir ao pastor, às ovelhas e ao aprisco. Ao contrário das
parábolas tradicionais, esta passagem se desenvolve como uma alegoria, na
qual cada elemento possui um significado espiritual específico. O aprisco
representa o lugar de segurança para o rebanho, ilustrando tanto a proteção
de Cristo sobre Seus seguidores quanto a relação entre o povo judeu e seus
líderes. Jesus se identifica como a Porta e o Bom Pastor, revelando-se como o
único acesso à salvação e o protetor fiel de Suas ovelhas. Historicamente, os
apriscos funcionavam como locais de abrigo e defesa contra predadores, imagem
que aponta para o cuidado amoroso e sacrificial de Cristo. O aprisco,
portanto, simboliza a comunhão dos salvos, protegidos e conduzidos por Jesus,
o Supremo Pastor, que dá a vida por Suas ovelhas e garante-lhes segurança
eterna. |
III. A DISTINÇÃO ENTRE O BOM PASTOR E O MERCENÁRIO
1. O Bom Pastor
Entre os muitos títulos
atribuídos a Jesus, “Bom Pastor”
se destaca por sua profunda implicação teológica e espiritual. A metáfora do
pastor e das ovelhas é rica em significado, pois as ovelhas são animais indefesos, frágeis e totalmente dependentes do
cuidado do pastor. Elas não
podem alimentar-se, proteger-se ou guiar-se sozinhas, o que ressalta a necessidade absoluta de um pastor que as
conduza e cuide delas.
Jesus se apresenta como o Bom Pastor que dá a vida por Suas
ovelhas (João 10:11). O termo grego "kalos", traduzido como "bom", também significa "maravilhoso",
indicando o caráter perfeito e
excelente de Cristo. Essa identidade de Jesus como Pastor é reafirmada
em Hebreus 13:20, onde Ele é
chamado de “o grande Pastor das
ovelhas”, e em 1Pedro 5:4,
onde Ele é descrito como o Supremo
Pastor, que recompensará Suas ovelhas com a coroa da glória eterna.
Entre as
características que diferenciam Jesus como o Bom Pastor, destacam-se três verdades fundamentais:
a) O Bom Pastor sacrifica-se pelas ovelhas (João
10:11,15b). Jesus não é apenas um
pastor qualquer, mas o Bom Pastor que
dá a vida pelas ovelhas. Diferente dos líderes religiosos da época, que
exploravam e oprimiam o povo, Jesus se
entrega voluntariamente para salvar Suas ovelhas. O contraste com os
fariseus, que expulsaram da sinagoga o
cego de nascença curado por Jesus (João 9:34), é evidente: enquanto eles
rejeitam e excluem, Cristo acolhe e resgata. Sua morte na cruz é a maior prova desse amor sacrificial (João
15:13).
b) O Bom Pastor conhece intimamente Suas ovelhas (João
10:14,15). O relacionamento entre
o Bom Pastor e Suas ovelhas não é superficial. Jesus conhece cada uma delas de forma pessoal e íntima, e elas também O
conhecem. Esse conhecimento não é
apenas intelectual, mas relacional e espiritual. Assim como o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai,
o vínculo entre Jesus e Seus seguidores é profundo e transformador. Essa intimidade define a vida eterna: viver em comunhão com Deus e com Cristo,
servi-lo, adorá-lo e desfrutar de Sua presença para sempre (João 17:3).
c) O Bom Pastor tem um só rebanho (João 10:16). Jesus destaca que, embora existam muitas igrejas locais e
denominações, o rebanho de Deus é único.
Todos os que creem em Cristo e O seguem fazem parte dessa Igreja invisível e universal – o
verdadeiro povo de Deus. Esse rebanho é
composto por judeus e gentios, de todas as nações, línguas e culturas.
Assim, a obra do Bom Pastor ultrapassa
barreiras e une todos os que são chamados pelo Seu nome.
Dessa forma, Jesus, o
Bom Pastor, não apenas guia, protege e
alimenta Suas ovelhas, mas também as conhece intimamente, sacrifica-se por elas
e as reúne em um só rebanho. Ele é o único e verdadeiro líder do Seu povo, e nele encontramos segurança, provisão e vida eterna.
2. O Mercenário
No Evangelho de João, Jesus contrapõe Sua
identidade de Bom Pastor com a figura do mercenário (João 10:12,13). Enquanto o Bom Pastor se sacrifica e protege as
ovelhas, o mercenário é um
empregado que age por interesse próprio,
sem verdadeiro compromisso com o rebanho. Sua conduta é marcada pela negligência,
egoísmo e abandono, principalmente
diante do perigo.
Jesus usa essa imagem para denunciar falsos
líderes religiosos, que não
pastoreiam por amor, mas por benefícios pessoais. O mercenário foge quando surge um lobo, deixando as ovelhas vulneráveis. Isso representa líderes que não
protegem espiritualmente o povo de Deus,
permitindo que heresias, falsas doutrinas e ataques espirituais levem muitos à perdição.
Podemos destacar três características
centrais do mercenário:
a) O mercenário não é pastor (João 10:12). O mercenário pode
até ocupar uma posição de liderança, mas não tem coração de pastor. Ele não conhece as ovelhas, não se
importa com elas e não tem um compromisso genuíno com seu bem-estar. Seu interesse não é o cuidado do rebanho, mas
o salário que recebe. Diferente
do Bom Pastor, que estabelece um relacionamento íntimo e amoroso com Suas
ovelhas, o mercenário vê as ovelhas apenas como um meio de obter lucro.
b) O mercenário não é o dono das ovelhas (João 10:12). O mercenário não
sente responsabilidade pelo rebanho,
pois as ovelhas não pertencem a ele. Se uma ovelha se perder, ele não se esforçará para trazê-la de
volta. Se alguma adoecer, ele
não se dedicará para restaurá-la. Sua
atitude revela indiferença e frieza. Em contraste, Jesus é o verdadeiro dono das ovelhas. Ele nos comprou com Seu próprio
sangue (1Pedro 1:18,19), nos tornando Sua
propriedade exclusiva. Somos a
menina dos Seus olhos, Seu povo adquirido e Sua herança preciosa. Por isso, Ele nunca nos abandona e
jamais nos deixará desamparados.
c) O mercenário não se sacrifica pelas ovelhas (João 10:12,13). O mercenário não
está disposto a arriscar nada pelo rebanho. Quando surge o perigo, ele foge. Sua prioridade não é a segurança das ovelhas, mas a própria
sobrevivência. Ele não enfrenta
os lobos, não protege as ovelhas e não se importa com sua perda. Essa é a grande diferença entre Cristo
e os falsos pastores: enquanto Jesus
entrega Sua vida para salvar Suas ovelhas, os mercenários exploram, abandonam e usam o rebanho para seus
próprios interesses.
Enfim, o ensino de Jesus sobre o mercenário nos
alerta contra líderes espirituais que não têm compromisso com o rebanho
de Deus. Infelizmente, ainda
hoje há mercenários que usam o
evangelho para ganho pessoal, exploram as ovelhas e não protegem a igreja
contra ataques espirituais. Em contraste, Jesus é o nosso Bom
Pastor. Ele não nos abandona,
nos conhece pelo nome e cuida de nós com amor e fidelidade. Nele, encontramos proteção, provisão
e vida abundante.
3. Lobos vorazes x o Bom pastor
A metáfora dos lobos vorazes usada por Jesus e pelos
apóstolos é um alerta sobre a ação
destrutiva dos falsos mestres e da influência maligna que ameaça o
rebanho de Deus. Os lobos representam
forças espirituais e humanas que procuram desviar, enganar e dispersar as
ovelhas, enquanto o Bom Pastor,
Jesus Cristo, é aquele que protege, conduz e dá a vida por elas (João
10:11,12).
A vulnerabilidade das ovelhas e a ameaça dos lobos
As ovelhas são animais
indefesos, dependentes e frágeis,
o que as torna presas fáceis dos lobos quando não há um pastor vigilante para protegê-las. Na ausência do Bom Pastor, as ovelhas ficam
vulneráveis a falsos ensinamentos e doutrinas enganosas que as levam para longe
do aprisco seguro da verdade.
O apóstolo Paulo
alerta em Atos 20:29,30 sobre lobos vorazes que surgiriam entre os crentes
para distorcer o ensino verdadeiro e arrastar discípulos para si mesmos.
Esses lobos não apenas promovem
heresias, mas também dividem o
rebanho e geram confusão na fé dos crentes (Tito 3:10). O apóstolo João
reforça essa advertência ao afirmar que o
espírito do anticristo já está no mundo, espalhando falsas doutrinas
(1João 2:18,19; 4:1-3).
A indiferença do mercenário e a covardia diante do perigo
O mercenário, descrito
em João 10:12, não tem verdadeiro compromisso com as ovelhas.
Ele não luta contra os lobos e não
arrisca sua vida pelo rebanho, pois sua prioridade não é a segurança das ovelhas, mas o seu próprio bem-estar.
Assim, ao perceber o perigo, ele foge,
deixando as ovelhas expostas à destruição.
Essa atitude
representa líderes religiosos sem
compromisso genuíno com o Reino de Deus, que permitem que falsas doutrinas entrem na igreja e não defendem a sã
doutrina (2Co.2:17). Eles não
confrontam o erro, não corrigem os desviados e não protegem os crentes dos
enganos espirituais, agindo de forma irresponsável e negligente.
Jesus, o Bom Pastor e a Porta das ovelhas
Em oposição ao
mercenário, Jesus se apresenta como o
Bom Pastor e a Porta das Ovelhas. Isso significa que Ele é tanto aquele que protege as ovelhas
contra os lobos quanto o único meio seguro de acesso ao Reino de Deus
(Mateus 7:13,14; Lucas 13:24).
Enquanto os lobos
querem destruir, dividir e dispersar,
Jesus veio para dar vida abundante ao
rebanho (João 10:10). Ele conhece
Suas ovelhas pelo nome, cuida delas pessoalmente e está disposto a morrer por
elas. Seu sacrifício na cruz é a maior prova desse compromisso
inabalável (João 10:11; 19:30).
Enfim, a presença de lobos vorazes, mercenários
negligentes e falsos mestres
é uma realidade espiritual que ameaça a Igreja ao longo dos séculos. No
entanto, aqueles que permanecem em
Cristo, ouvindo Sua voz e seguindo Seus passos, jamais serão arrebatados das
mãos do Bom Pastor (João 10:27,28).
Portanto, a Igreja
deve estar alerta contra doutrinas falsas,
permanecer firme na sã doutrina e confiar plenamente na proteção e provisão do
Senhor Jesus, que nos conduz com amor e fidelidade para a vida eterna.
Sinopse III – A DISTINÇÃO ENTRE O BOM
PASTOR E O MERCENÁRIO Neste tópico, é
apresentada a clara diferença entre Jesus, o Bom Pastor, e os líderes
espirituais mercenários. O Bom Pastor, título
que expressa a excelência e o amor sacrificial de Cristo, entrega Sua vida
pelas ovelhas, conhece-as intimamente e as une em um só rebanho. Em contraste, o
mercenário é movido por interesses pessoais, não possui vínculo real com as
ovelhas e as abandona diante do perigo. A figura dos lobos vorazes representa
as ameaças espirituais, como heresias e falsos mestres, que buscam destruir o
rebanho. Diferente do mercenário,
Jesus protege, conduz e dá vida em abundância às Suas ovelhas. A Igreja deve,
portanto, rejeitar os falsos líderes, permanecer firme na sã doutrina e
confiar na fidelidade do Bom Pastor, que jamais abandona Seu rebanho. |
CONCLUSÃO
A metáfora do Bom Pastor
e Suas Ovelhas nos revela a profunda relação entre Cristo e Seu povo. Jesus se
apresenta como a Porta e o Bom Pastor, destacando que Ele é o único meio de
acesso ao Pai e o único que verdadeiramente cuida das Suas ovelhas. Diferente
do mercenário, que foge diante do perigo, Cristo deu Sua vida pelo rebanho,
garantindo proteção, provisão e comunhão eterna com Deus.
O aprisco das ovelhas
simboliza a segurança e o cuidado divino. Nele, as ovelhas encontram refúgio
contra os lobos vorazes, que representam os falsos mestres e doutrinas
enganosas. O verdadeiro rebanho de Cristo ouve Sua voz, segue Seus passos e não
se deixa enganar pelas vozes estranhas que tentam desviá-lo do caminho da
verdade.
Além disso, a
distinção entre o Bom Pastor e o mercenário evidencia a necessidade de
discernimento espiritual. Enquanto Jesus se sacrifica por Suas ovelhas, os
falsos líderes exploram, dividem e abandonam o rebanho em tempos de crise. A
Igreja deve estar vigilante contra esses lobos espirituais e permanecer firme
na Palavra de Deus.
Diante disso, somos
chamados a confiar plenamente em Jesus, nosso Bom Pastor, que nos guia com amor
e fidelidade. Seguir a Sua voz significa obedecer à Sua Palavra, depender d’Ele
em todas as circunstâncias e permanecer em Seu aprisco, desfrutando da vida
abundante que Ele nos oferece. Que possamos, como Suas ovelhas, viver em
comunhão com Cristo, aguardando o dia em que Ele, como Supremo Pastor, nos
concederá a coroa da glória eterna (1Pd.5:4).
Luciano de Paula
Lourenço – EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo –
Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo
Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico
Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da
Bíblia. VIDA NOVA.
Wayne Grudem.
Teologia Sistemática Atual e exaustiva.
Rev. Hernandes Dias
Lopes. João, as glórias do Filho de Deus. Hagnos.
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