3º Trimestre/2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 11
Texto Base: Atos
10:1-8,21-23,44-48.
“Respondeu, então,
Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados
estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?” (Atos 10:47).
Atos 10:
1.E havia em Cesareia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte
chamada Italiana,
2.piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas
esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus.
3.Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de
Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio!
4.Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E
o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória
diante de Deus.
5.Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por
sobrenome Pedro.
6.Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar.
Ele te dirá o que deves fazer.
7.E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a
um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço.
8.E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope.
21.E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por
Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui?
22.E eles disseram: Cornélio, o centurião, varão justo e temente a Deus e
que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo
anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras.
23.Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi
Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope.
44.E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos
os que ouviam a palavra.
45.E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com
Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também
sobre os gentios.
46.Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.
47.Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para
que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?
48.E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que
ficasse com eles por alguns dias.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, refletiremos sobre um divisor de águas na história da
igreja primitiva: a entrada oficial dos gentios no Reino de Deus, representada
pela visita do apóstolo Pedro à casa de Cornélio, um centurião romano. O relato
de Atos 10 não é apenas uma narrativa missionária, mas uma profunda declaração
do caráter inclusivo do Evangelho e da soberania do Espírito Santo na condução
da missão da igreja.
Até esse ponto, a igreja era majoritariamente composta por judeus. Havia
uma resistência cultural, histórica e religiosa em relação aos gentios.
Contudo, Deus, por meio de visões, intervenções sobrenaturais e da ação
poderosa do Espírito Santo, deixou claro que a salvação em Cristo rompe todas
as barreiras étnicas, culturais e sociais, e que Ele não faz acepção de pessoas
(Atos 10:34,35).
O episódio na casa de Cornélio demonstra que o plano redentivo de Deus
abrange toda a humanidade. Ali, a igreja de Jerusalém, formada essencialmente
por hebreus, presencia o derramamento do Espírito Santo sobre os gentios da
mesma forma que ocorreu no Pentecostes (Atos 2), mostrando que o Evangelho não
é um privilégio de um povo, mas uma dádiva universal.
Nesta Lição, compreenderemos que a missão da Igreja transcende
fronteiras, preconceitos e tradições. Somos desafiados, assim como Pedro, a
superar nossas limitações culturais e a sermos instrumentos do Reino,
anunciando que em Cristo, todos podem ser reconciliados com Deus.
Objetivos da Lição
🔹 Objetivo geral:
- Compreender
que o Evangelho de Cristo rompe barreiras culturais, étnicas e sociais, e
que Deus não faz acepção de pessoas.
🔸 Objetivos específicos:
- Explicar
o contexto histórico e cultural da resistência dos judeus em relação aos
gentios;
- Demonstrar
como Deus conduziu, sobrenaturalmente, Pedro até a casa de Cornélio,
quebrando paradigmas religiosos;
- Ressaltar
que o plano de salvação é universal e acessível a todos os que creem, sem
distinção;
- Evidenciar
o papel fundamental do Espírito Santo na expansão do Evangelho aos
gentios;
- Aplicar
os princípios desse episódio na vida da Igreja hoje, incentivando a
superação de preconceitos e a prática de uma missão inclusiva, segundo os
padrões do Reino de Deus.
I. A REVELAÇÃO DE
DEUS AOS GENTIOS
1. A visão de Cornélio
Cornélio era um homem
com muitas virtudes - Soldado graduado, centurião da coorte chamada Italiana, chefe
de família exemplar, cidadão abençoado e abençoador, tinha sede de Deus e era temente
ao Senhor, mas ainda não estava salvo.
É válido destacar a
seguinte verdade essencial: ser religiosamente sincero não é suficiente para alguém
ser salvo (Atos 10:4). Cornélio era piedoso, temente a Deus, dava
esmolas ao povo, orava de contínuo a Deus, era um sacerdote do lar, um influenciador
no seu trabalho e gozava de bom testemunho em toda a nação. Era um homem
conhecido na terra e no céu, porém ainda não conhecia o evangelho, e o anjo lhe
ordenou que chamasse Pedro para que este lhe pregasse o evangelho da salvação (Atos
10:36).
A sinceridade não é
suficiente para levar as pessoas ao céu. A teoria de que toda a religião é boa
e de que todos os caminhos levam a Deus está em total desacordo com essa
passagem bíblica. Cornélio era um homem sincero e virtuoso. Possuía um
testemunho exemplar dentro e fora de casa, mas ainda não estava salvo. Orava,
dava esmolas e era respeitado por toda a nação, mas não estava salvo. John
Stott, citando Lenski, pergunta: “Se suas sinceras convicções pagãs fossem
suficientes para sua salvação, por que procuraria a sinagoga? Se a sinagoga
fosse suficiente, por que Pedro estava ali em sua casa? Pedro logo lhe
ensinaria que é necessário ter fé para se salvo (Atos 10:43). Esta é a mais
pura verdade!
Cornélio representava,
naquele momento, toda a classe dos gentios tementes a Deus, que buscavam
sinceramente a verdade, mas ainda estavam fora da aliança plena com Deus,
revelada em Cristo. Sua vida de piedade, temor a Deus, esmolas e orações (Atos
10:2) demonstra uma busca genuína pelo Senhor, embora ainda não possuísse a
revelação completa do Evangelho.
A visão que Cornélio
teve não foi fruto da religiosidade, mas resposta divina ao seu sincero desejo
de conhecer a Deus. Isso deixa evidente que, embora Deus acolha as orações e
obras de quem o busca sinceramente, essas práticas, por si só, não são
suficientes para garantir a salvação. Era necessário ouvir a mensagem do
Evangelho, centrada na obra redentora de Cristo.
A missão de pregar o
Evangelho, vale ressaltar, não foi dada aos anjos, mas confiada à Igreja (Atos
10:22; Mt.28:19,20). Por isso, o anjo não pregou, mas orientou Cornélio a
buscar Pedro, que lhe anunciaria as palavras de salvação. Este detalhe é
profundamente revelador: Deus age sobrenaturalmente para alcançar os perdidos,
mas a evangelização é uma tarefa irrenunciável da Igreja.
Além disso, essa
visão marca um divisor de águas na história da Igreja. Até então, o Evangelho
estava, predominantemente, entre os judeus e prosélitos. O que estava prestes a
acontecer seria a maior quebra de paradigmas até então: Deus estava abrindo, de
forma definitiva, a porta da graça aos gentios, sem que estes precisassem se
submeter previamente às práticas do judaísmo.
Portanto, a visão de
Cornélio não é apenas uma experiência pessoal, mas um evento de profunda
relevância teológica e missiológica. Ela demonstra que Deus não faz acepção de
pessoas e que o plano de salvação é universal, acessível a todos os que creem
em Jesus Cristo.
O que aprendemos com “a visão de Cornélio” Aprendemos que:
👉 Em resumo: Cornélio nos ensina que não basta ser religioso
ou praticar boas obras; é preciso ouvir, crer e aceitar o Evangelho de Jesus.
A Igreja tem a missão de levar essa mensagem a todos, porque a salvação é
universal e acessível a quem crer. |
2. A experiência
espiritual de Pedro
Deus, que já estava operando no coração de
Cornélio, também trabalha no coração de Pedro, pois sabia que, para que o
Evangelho chegasse aos gentios, era necessário desconstruir barreiras
culturais, religiosas e teológicas profundamente arraigadas na mente judaica.
A visão que Pedro teve (Atos 10:10-16) foi
profundamente impactante. Um grande lençol descia do céu contendo animais
considerados impuros segundo a Lei Mosaica. A ordem divina foi clara:
“Levanta-te, Pedro, mata e come” (Atos 10:13). Pedro, perplexo, recusou,
dizendo que jamais havia comido coisa imunda. A resposta divina foi contundente
e reveladora: “Não faças tu impuro ao que Deus purificou” (Atos 10:15).
O propósito dessa visão não era simplesmente uma
questão dietética, mas simbólica. Deus estava quebrando o preconceito religioso
e étnico, mostrando que o Evangelho não estava mais restrito aos judeus, mas
aberto a todas as nações. O que antes era considerado “imundo” (os gentios),
agora Deus purificava e aceitava por meio da fé em Cristo.
Pedro, mesmo sendo um apóstolo, precisou ser
confrontado pela graça de Deus para entender que o plano de salvação
ultrapassava os limites étnicos de Israel. Isso demonstra que, muitas vezes,
até os líderes espirituais precisam ser realinhados com a vontade soberana de
Deus.
Com sabedoria e discernimento, Pedro percebeu o
caráter extraordinário daquela missão. Por isso, não foi sozinho; levou consigo
seis irmãos judeus (Atos 11:12) como testemunhas, o que, segundo a lei judaica,
garantiria validade jurídica e credibilidade ao que Deus estava prestes a fazer
na casa de Cornélio.
Esse episódio ensina à Igreja de todos os tempos
que, para cumprir sua missão, ela precisa estar aberta à direção do Espírito
Santo, disposta a romper paradigmas culturais, sociais e religiosos, entendendo
que o Evangelho é para todos, sem acepção de pessoas.
O que aprendemos neste item 2 Aprendemos que:
👉 Em resumo: A experiência de
Pedro nos ensina que evangelizar exige transformação interior, obediência ao
Espírito Santo e disposição para romper barreiras, reconhecendo que a
salvação em Cristo é para toda a humanidade. |
3. A urgência da
pregação do Evangelho
O episódio na casa de
Cornélio revela que, embora Deus possa se manifestar por meio de revelações
sobrenaturais, visões e até anjos, o método ordinário, estabelecido por Ele,
para a salvação dos perdidos é a pregação do Evangelho. O anjo que apareceu a
Cornélio não anunciou diretamente o plano de salvação, mas apenas indicou quem
o faria — o apóstolo Pedro (Atos 10:5,6). Isso reforça uma verdade fundamental:
Deus confiou à Igreja a proclamação da mensagem redentora.
A Escritura afirma
categoricamente que Deus “quer que todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade” (1Tm.2:4). E o meio que Deus escolheu para conduzir os
homens à salvação é a proclamação da Palavra. O apóstolo Paulo, inspirado pelo
Espírito, declara: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação”
(1Co.1:21). Isso nos leva a compreender que, mais do que um chamado, a
evangelização é uma responsabilidade intransferível da Igreja.
O texto de Marcos
16:15 é imperativo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
Isso significa que a missão não pode esperar eventos sobrenaturais
extraordinários. Deus já revelou sua vontade, já comissionou sua Igreja e já
capacitou seus servos com a Palavra e o poder do Espírito Santo.
Portanto, a urgência
da evangelização está fundamentada no próprio coração de Deus, que deseja
alcançar todos os povos, línguas e nações. A Igreja que entende sua missão não
espera por um anjo, mas reconhece que o céu inteiro já comissionou seus filhos
para anunciar Cristo crucificado, ressurreto e salvador.
Deixar de evangelizar
não é apenas negligenciar uma tarefa, mas ignorar o meio divinamente ordenado
para que os homens sejam reconciliados com Deus. Este é um chamado que não
admite adiamentos.
O que aprendemos sobre “a urgência da
pregação do Evangelho” Aprendemos que:
👉
Em resumo: A pregação do
Evangelho é o meio divino para a salvação, um dever da Igreja e uma urgência
que não pode ser adiada. |
1. Pregação aos gentios
A pregação de Pedro
na casa de Cornélio representa um marco na expansão do Evangelho, rompendo
definitivamente as barreiras entre judeus e gentios. A mensagem que ele entregou
foi profundamente cristocêntrica, centrada na obra, na pessoa e no senhorio de
Jesus Cristo.
O apóstolo começou
declarando uma verdade fundamental que até então não estava plenamente clara
para muitos judeus: Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34). Isso
significa que o amor e o plano salvífico de Deus não estão restritos a um único
povo, mas se estendem a todas as nações, culturas e etnias.
Pedro também destaca
que Deus quer salvar a todos os que, em qualquer lugar, o temem e praticam a
justiça (Atos 10:35). Essa prática não se refere a méritos humanos, mas a uma
disposição sincera do coração em buscar a Deus, reconhecendo a necessidade de
salvação, o que só é possível mediante a fé em Jesus.
No centro da
mensagem, Pedro afirma que Cristo é Senhor de todos (Atos 10:36). Essa declaração
derruba qualquer exclusivismo religioso ou étnico, colocando Jesus como único
mediador e Salvador de toda a humanidade (1Tm.2:5). A pregação deixa claro que
não há outro caminho para a salvação a não ser por meio da fé na pessoa e na
obra redentora de Cristo.
Portanto, o discurso
de Pedro não é apenas uma proclamação teológica, mas um rompimento de
paradigmas culturais e religiosos, estabelecendo que, no Reino de Deus, não há
distinção entre judeu e gentio — todos são chamados à salvação pela graça, mediante
a fé em Cristo Jesus.
O
que aprendemos neste item 1 Aprendemos que a
pregação de Pedro na casa de Cornélio foi um divisor de águas na história da
Igreja. Ali, Deus revelou de forma clara que a salvação em Cristo não está
limitada a um povo específico, mas é oferecida a todas as nações. Pedro
destacou três verdades centrais:
Assim, aprendemos
que o Evangelho é inclusivo e universal, derrubando barreiras culturais, sociais
e religiosas, chamando todos à reconciliação com Deus por meio de Jesus. 📌Aplicação prática para a Igreja hoje: A Igreja precisa
assumir sua identidade como comunidade missionária sem fronteiras. Isso
significa:
👉 Em resumo: a Igreja de Cristo é chamada a ser um espaço onde
todos têm lugar na graça de Deus, e a missão de anunciar Jesus deve ser
cumprida sem barreiras, sem adiamentos e sem parcialidade. |
A conversão dos gentios, evidenciada na casa de
Cornélio, demonstra de forma clara e incontestável que a salvação é fruto da
graça de Deus mediante a fé, e está disponível a todos os que se arrependem e
creem em Jesus Cristo (Atos 10:43). A pregação da cruz não faz acepção de
pessoas — tanto judeus quanto gentios estão igualmente debaixo do pecado e
igualmente carecem do arrependimento e da fé para serem reconciliados com Deus
(Rm.3:23; 10:12).
Pedro deixa claro que a remissão dos pecados não
vem pela prática da Lei nem pelos méritos humanos, mas pela fé no nome de Jesus
(At.10:43). Esse é um princípio central do Evangelho: salvação somente pela
graça, mediante a fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus (Ef.2:8,9).
A reação dos judeus convertidos que testemunharam
esse evento foi de surpresa e admiração, reconhecendo que Deus havia, de fato,
"concedido também aos gentios o arrependimento para a vida" (Atos
11:18). Esse reconhecimento marca uma virada teológica e missional na história
da igreja, quebrando as barreiras étnicas, culturais e religiosas, e abrindo
oficialmente as portas do Reino para todos os povos.
Portanto, a conversão dos gentios na casa de
Cornélio reafirma que o Evangelho é universal, e que a fé em Cristo é o único
meio de acesso à salvação, seja para judeus, seja para gentios, seja para
qualquer povo, raça ou nação. A cruz nivelou todos, pois todos pecaram, e todos
podem ser salvos, se crerem em Jesus e se arrependerem de seus pecados.
O que aprendemos
neste item 2 Aprendemos que a
conversão dos gentios, registrada na casa de Cornélio, confirma de forma
poderosa a universalidade do Evangelho: a salvação é dom da graça de Deus,
recebida somente mediante a fé em Jesus Cristo, sem depender de méritos
humanos ou da prática da Lei. A experiência mostrou que não há diferença
entre judeus e gentios — todos pecaram, todos precisam de arrependimento e
todos podem ser salvos. Esse episódio foi um divisor de águas, quebrando
preconceitos culturais e religiosos, e abrindo oficialmente a Igreja para
todos os povos, raças e nações. 📌Aplicação prática para a Igreja hoje: A Igreja atual é
chamada a viver essa mesma consciência: o Evangelho não tem fronteiras.
Devemos rejeitar qualquer forma de acepção de pessoas — seja por etnia,
condição social, cultura ou passado — e anunciar com clareza que Jesus é o
único caminho de salvação para todos. Isso nos desafia a acolher com amor os
que chegam, sem barreiras ou julgamentos, e a pregar de forma inclusiva,
lembrando que a cruz nivelou a todos. Assim como Pedro e os primeiros
cristãos foram surpreendidos pela obra de Deus entre os gentios, precisamos
estar prontos para ver o Espírito agir em quem, muitas vezes, não
esperaríamos. 👉 Em outras palavras: a Igreja deve ser um espaço onde todos,
independentemente de sua origem, possam encontrar a graça transformadora de
Cristo. |
III. O ESPÍRITO
DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS
Um dos momentos mais
marcantes em Atos 10 é o derramamento do Espírito Santo sobre os gentios na
casa de Cornélio (Atos 10:44-46). Enquanto Pedro ainda falava, o Espírito Santo
desceu sobre todos os que ouviam a mensagem. Isso foi algo extraordinário, pois
demonstrou de maneira pública e inquestionável que Deus havia acolhido os
gentios, da mesma forma como fizera com os judeus no Pentecostes (Atos 2).
O derramamento do
Espírito confirmou três verdades fundamentais:
·
Primeiro, que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34). O Espírito Santo foi
derramado sobre judeus e gentios sem distinção.
·
Segundo, que a salvação vem mediante a fé e arrependimento, não pelas obras da
Lei. O selo do Espírito foi dado antes mesmo do batismo nas águas, evidenciando
que é a fé em Cristo que gera a salvação e não os ritos externos (Atos 10:47).
·
Terceiro, que a promessa do Espírito é para todos, como foi declarado por Pedro
em Atos 2:39: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos
filhos e a todos os que estão longe...” — uma referência profética aos
gentios.
Esse episódio selou
de vez a verdade de que o Espírito Santo não é um privilégio de um povo ou
grupo, mas é dado a todo aquele que crê. O próprio Pedro, maravilhado,
reconhece: “Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam
batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10:47).
Assim, o derramamento
do Espírito na casa de Cornélio é um marco que comprova que a Igreja de Cristo
é, de fato, universal — formada por todos os povos, línguas, tribos e nações —
unidos pela fé em Jesus, pelo arrependimento e selados pelo Espírito Santo.
1. O Espírito prometido
O derramamento do
Espírito Santo na casa de Cornélio (Atos 10:44-46) representa um dos marcos
mais significativos da expansão do Evangelho, quebrando definitivamente as
barreiras entre judeus e gentios. Este evento confirma que o batismo no
Espírito Santo não era uma bênção exclusiva dos judeus, mas uma promessa
universal, destinada a todos os que creem, conforme já havia sido anunciado
pelo profeta Joel (Jl.2:28) e reafirmado por Pedro no Pentecostes (Atos
2:17,39).
Anos depois, no
Concílio de Jerusalém (Atos 15), Pedro cita esse episódio como evidência de que
Deus não faz acepção de pessoas, e que tanto judeus quanto gentios são
igualmente agraciados com o dom do Espírito. Isso revela que a "bênção de
Abraão" (Gl.3:14) não se limitava a uma linhagem étnica, mas se estendia a
todos os povos, nações e culturas. Portanto, o batismo no Espírito Santo é uma
realidade acessível a todo cristão que, pela fé, se abre à ação sobrenatural do
Espírito de Deus.
O que aprendemos
neste item 1 Aprendemos que o
derramamento do Espírito Santo na casa de Cornélio foi um marco que confirmou
de forma clara a universalidade da promessa de Deus. O batismo no Espírito
não é privilégio de um grupo étnico ou cultural, mas está disponível a todos
os que creem em Jesus, como já havia sido profetizado em Joel e reafirmado no
Pentecostes. Esse evento derrubou barreiras e mostrou que Deus não faz
acepção de pessoas: judeus e gentios, homens e mulheres, de todas as culturas
e nações, podem receber a plenitude do Espírito. A “bênção de Abraão” alcança
hoje todos aqueles que, pela fé, se abrem à ação sobrenatural do Espírito de
Deus. 📌Aplicação para a Igreja hoje: A Igreja precisa
valorizar e buscar com fé a promessa do batismo no Espírito Santo, entendendo
que esta bênção continua disponível. Devemos rejeitar qualquer barreira ou
preconceito que limite a ação do Espírito, e estar abertos para ver Deus agir
em todos os povos, classes sociais e culturas. O mesmo Espírito que foi
derramado em Jerusalém e na casa de Cornélio é o que atua hoje na Igreja,
fortalecendo-a para viver em unidade e cumprir a missão de testemunhar Cristo
até os confins da terra. 👉 Em outras palavras: o Espírito Santo é o grande unificador e
capacitador da Igreja, e precisamos depender d’Ele para viver e anunciar o
Evangelho sem fronteiras. |
“E os fiéis que eram
da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o
dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam
falar em línguas e magnificar a Deus” (Atos 10:45,46).
O texto de Atos 10:45,46 revela que, ao receberem a
Palavra de Deus e se converterem, os gentios da casa de Cornélio também foram
imediatamente selados e batizados com o Espírito Santo. Esse derramamento
surpreendeu os cristãos judeus que acompanharam Pedro, pois, até então, muitos
ainda pensavam que o batismo no Espírito era uma prerrogativa exclusiva dos
judeus convertidos.
A evidência desse batismo foi clara e
inquestionável: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (Atos
10:46). Assim como ocorreu no dia de Pentecostes (Atos 2) e mais tarde com os
discípulos em Éfeso (Atos 19), o falar em línguas apareceu como sinal externo e
audível da concessão do dom do Espírito. Isso demonstra que, no contexto da
Igreja Primitiva, o batismo no Espírito Santo não estava limitado a etnia,
cultura ou condição, mas era para todo aquele que recebesse a Cristo pela fé.
Este episódio solidificou uma verdade teológica
fundamental: não existe mais barreira espiritual entre judeus e gentios, pois
Deus concede o mesmo Espírito a todos os que creem, sem distinção (Atos 11:17).
Portanto, o derramamento do Espírito entre os gentios não foi um evento
isolado, mas parte integrante do plano redentivo de Deus, cuja promessa
permanece válida para a Igreja em todos os tempos (Atos 2:39).
O que aprendemos neste item 2 Aprendemos que, ao receberem a Palavra e se
converterem, os gentios da casa de Cornélio foram imediatamente selados e
batizados com o Espírito Santo, com a mesma evidência que no Pentecostes:
falaram em línguas e glorificaram a Deus. Isso surpreendeu os judeus
cristãos, que ainda pensavam que essa bênção era restrita a eles. O episódio
revelou uma verdade fundamental: o Espírito Santo é dado a todos os que creem
em Cristo, sem distinção de etnia, cultura ou posição social. O derramamento
do Espírito não foi um evento isolado, mas parte do plano eterno de Deus, que
continua válido para a Igreja em todos os tempos. 📌Aplicação para a
Igreja hoje: A Igreja precisa compreender que o batismo no
Espírito Santo é uma promessa viva e atual, disponível a todos que creem em
Jesus. Não se trata de um privilégio de poucos, mas de uma dádiva universal
para capacitar a Igreja em sua missão. Também aprendemos que não podemos
limitar a ação de Deus com preconceitos ou tradições humanas. O Espírito
sopra onde quer, derrama dons conforme sua vontade e age em todas as nações e
culturas. 👉 Para a Igreja
atual, isso significa que devemos buscar com fé a
plenitude do Espírito, celebrar a diversidade dentro do Corpo de Cristo e
reconhecer que a mesma graça que nos alcançou está disponível a todos, sem
exceção. |
3. Um pentecoste
“visto” e “ouvido”
O derramamento do Espírito Santo na casa de
Cornélio foi tão evidente, notório e sobrenatural quanto o ocorrido no dia de
Pentecostes, registrado em Atos 2. Ao ser posteriormente questionado pelos
cristãos judeus, Pedro defendeu sua conduta afirmando que aquilo que
testemunhou entre os gentios foi “o mesmo que aconteceu conosco no princípio”
(Atos 11:15), referindo-se explicitamente ao Pentecostes.
O texto bíblico destaca que aquele Pentecostes
gentílico foi “visto” e “ouvido” (Atos 10:46; 11:17). O falar em outras línguas
e o magnificar a Deus foram sinais públicos e inegáveis da presença do
Espírito. Portanto, não era uma experiência subjetiva ou interna, mas um
acontecimento visível e audível, que serviu como autenticação divina de que os
gentios também eram plenamente aceitos no Reino de Deus, sem necessidade de
circuncisão ou da observância da lei cerimonial judaica.
Esse episódio consolidou a compreensão de que Deus
não faz acepção de pessoas (Atos 10:34) e que a salvação e a plenitude do
Espírito Santo estão disponíveis a todos os que creem, independente de etnia,
cultura ou tradição religiosa anterior. Assim, tanto no Pentecostes judaico (Atos
2) quanto no gentílico (Ato 10), a Igreja nasceu e cresceu sob o mesmo selo: a
promessa do Espírito Santo sendo derramada com poder, de forma visível e
audível, como sinal da nova aliança em Cristo.
O
que aprendemos neste item 3 Aprendemos que o derramamento
do Espírito na casa de Cornélio foi um Pentecostes gentílico, tão real e
poderoso quanto o Pentecostes em Jerusalém. Pedro confirmou que a experiência
foi “o mesmo que aconteceu conosco no princípio”, deixando claro que os
gentios receberam a mesma plenitude do Espírito sem necessidade de ritos
judaicos. O falar em línguas e a adoração a Deus foram sinais visíveis e
audíveis, prova inegável de que o Espírito Santo foi derramado sobre eles.
Esse fato consolidou a verdade de que Deus não faz acepção de pessoas, e que
tanto judeus como gentios participam igualmente da promessa da salvação e do
batismo no Espírito. 📌Aplicação para a Igreja hoje: A Igreja atual
aprende que a experiência com o Espírito Santo não é algo escondido ou apenas
interno, mas um agir de Deus que pode ser percebido e testemunhado pela
comunidade. O Espírito continua sendo derramado sobre todos que creem,
independentemente de cultura, cor, condição social ou tradição religiosa
anterior. Isso nos desafia a não limitar a ação de Deus nem criar barreiras
que Ele já derrubou. Enfim, para a
Igreja hoje, significa que precisamos valorizar as evidências do agir
do Espírito, reconhecer que Ele se manifesta de forma viva e real, e celebrar
que a mesma promessa feita no Pentecostes continua válida para todos nós. |
CONCLUSÃO
A visita de Pedro à casa de
Cornélio marcou um divisor de águas na história da Igreja. Deus, em sua
soberania, revelou que a salvação, o perdão dos pecados e a promessa do
Espírito Santo não são privilégios de um único povo, mas estão disponíveis a
todos que creem em Jesus, sem distinção. A Igreja, portanto, deve romper
qualquer barreira cultural, social ou étnica, compreendendo que o Evangelho é
uma boa notícia para todas as nações. Que sejamos uma igreja cheia do Espírito,
disposta a obedecer ao chamado de Deus para anunciar Cristo a todos, sem preconceitos,
sem limites e sem fronteiras.
📌Aplicações Práticas desta Lição 11
- Combater
qualquer tipo de preconceito dentro e fora da igreja, lembrando que Deus
não faz acepção de pessoas.
- Estar
atento às oportunidades missionárias, seja no contexto local, seja no contexto
global.
- Promover
uma igreja acolhedora e inclusiva, capaz de receber pessoas de diferentes
culturas, etnias, classes sociais ou históricos de vida.
- Valorizar
o batismo no Espírito Santo como uma bênção disponível para todos os que
creem, independente de origem ou nacionalidade.
- Ser
uma testemunha viva do Evangelho, levando a mensagem de Cristo a quem ainda
não O conhece, sem limites ou fronteiras.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
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Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
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O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da
Igreja. Hagnos.
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