4° Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 01
Texto
Base: Gênesis 1:26-28; 2:7,18,21-23
“E o mesmo
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1Ts.5:23).
Gênesis 1:
26.E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea
os criou.
28.E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gênesis 2:
7.E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus
narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
18.E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
21.Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este
adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22.E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma
mulher; e trouxe-a a Adão.
23.E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha
carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos o estudo deste último trimestre de 2025, somos
conduzidos ao tema fundamental da constituição do ser humano. A Palavra de Deus
revela que o ser humano foi criado de forma tricotômica — corpo, alma e espírito
(1Ts.5:23) — refletindo, de maneira limitada, a natureza triúna do próprio
Deus: Pai, Filho e Espírito Santo (Gn.1:26).
Deus criou o ser humano de forma única e especial, como o ápice de
Sua criação (Gn.1:27,28). Diferente dos demais seres viventes, que surgiram a
partir da ordem “produza a terra” (Gn.1.24), o homem foi resultado de uma ação
direta, pessoal e plural do Criador (Gn.1.26). Sua formação revela tanto a
dimensão material — “do pó da terra” — quanto a espiritual, mediante o sopro
divino que lhe concedeu vida (Gn.2.7). Essa realidade confere ao homem uma
posição singular na criação, pois nenhum outro ser foi formado à imagem e
semelhança do Criador.
Veremos também a tragédia da Queda, a beleza da Redenção em Cristo
e a necessidade de viver de forma equilibrada, saudável e santa em todas as
dimensões do nosso ser. Tudo isso na esperança bendita de que, em breve,
seremos plenamente restaurados e nos encontraremos para sempre com o Senhor
(1Ts.4.15-17).
Nesta lição introdutória, estudaremos a distinção e a interação
entre corpo, alma e espírito, compreendendo que fomos formados para glorificar
a Deus em nossa totalidade. O propósito é reconhecer que a vida cristã não se
restringe a uma esfera isolada, mas envolve um equilíbrio integral, no qual
corpo, alma e espírito devem estar consagrados ao Senhor, em santidade e
comunhão.
1. Doutrina e teologia
A Doutrina
do Homem ocupa um lugar essencial na revelação bíblica. Desde o Gênesis até o
Apocalipse, as Escrituras mostram quem é o homem, sua origem, sua constituição
e, sobretudo, o propósito para o qual foi criado (Gn.1:26-29; Sl.8:3-9; Ef.1.3-6).
No campo da Teologia Sistemática, esse estudo é denominado Antropologia
Bíblica, que não apenas descreve a natureza do ser humano antes e depois da
Queda, mas também revela o plano redentor de Deus e a esperança da eternidade
com Cristo.
Esse
conhecimento não está isolado; ele relaciona-se com todas as demais doutrinas
da fé, pois compreender quem é o homem ajuda a entender melhor a salvação, a
graça, a santificação e até a glorificação futura. Além disso, responde às
perguntas mais profundas da existência humana: Quem sou? De onde vim? Para
onde vou?
Em nossos
dias, quando muitos procuram respostas nas filosofias humanistas, na psicologia
secular ou em espiritualidades contrárias às Escrituras, torna-se ainda mais
urgente retornar à fonte segura da Palavra de Deus. Somente ela é capaz de
discernir a verdadeira natureza do homem, revelar sua necessidade de redenção e
conduzi-lo à plenitude de vida em Cristo (1Co.2:1-16; 2Tm.3:16,17; Hb.4:12).
Assim,
estudar a doutrina bíblica do homem não é apenas um exercício acadêmico, mas um
ato devocional; é reconhecer nossa total dependência de Deus e reafirmar que
fomos criados para refletir a Sua glória em todas as dimensões do nosso ser.
O que
aprendemos neste item 1 Aprendemos
que o estudo bíblico sobre o homem (Antropologia Bíblica) é essencial para
compreendermos nossa identidade, origem e propósito diante de Deus. A Bíblia
não trata o ser humano de forma superficial, mas revela sua constituição, sua
condição antes e depois da Queda, sua necessidade de redenção e sua esperança
eterna em Cristo. Percebemos
que a doutrina do homem não pode ser vista isoladamente, pois se conecta com
todas as demais doutrinas da fé cristã: sem entender quem é o homem, não se
entende plenamente a salvação, a graça, a santificação ou a glorificação. Além
disso, aprendemos que, em um mundo marcado por filosofias, psicologias e
espiritualidades que distorcem a visão bíblica do ser humano, somente a
Palavra de Deus é a fonte segura que mostra quem realmente somos, por que
existimos e para onde vamos. Por fim,
compreendemos que estudar essa doutrina não é apenas um exercício teológico,
mas também um ato de devoção: ao conhecer nossa natureza e propósito,
reconhecemos nossa dependência de Deus e renovamos o compromisso de viver
para refletir a Sua glória em todas as áreas da vida. |
Segundo as
Escrituras, o ser humano foi criado de forma singular, composto de corpo, alma
e espírito (Gn.1.26; 2:7; 1Ts.5:23). Essa constituição revela sua dupla
dimensão: material - representada pelo corpo, e imaterial -
formada pela alma e pelo espírito.
- O corpo é a parte física, responsável pelo
contato com o mundo visível, por meio dos cinco sentidos: ver, ouvir,
cheirar, saborear e tocar.
- A alma é o centro da personalidade, onde
residem a razão, a vontade, as emoções e os sentimentos, sendo a sede das
decisões.
- O espírito é a dimensão mais profunda do ser
humano, responsável pela comunhão com Deus, pela compreensão das coisas
espirituais e pela ligação com o Céu.
A criação
do homem foi um ato pessoal e singular de Deus - “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme à nossa semelhança” (Gn.1:26). Diferente dos animais, que
foram chamados à existência pela palavra criadora, o homem foi modelado do pó
da terra e recebeu o sopro divino, tornando-se alma vivente (Gn.2:7). Esse
sopro conferiu ao ser humano a dignidade de portar a imagem de Deus, tanto no
aspecto espiritual e moral, quanto no relacional, por ser pessoa criada à
semelhança do Criador.
Esse
fôlego de vida também concedeu ao homem a marca da eternidade. A alma e o
espírito humano não podem ser destruídos, porque procedem de Deus, que é eterno
(Sl.90:2). Diferentemente de Deus, o homem não é eterno em essência — pois teve
princípio na criação —, mas recebeu a eternidade como dádiva divina. Por isso,
não há base bíblica para a ideia de que os ímpios serão aniquilados. Criados
com alma imortal, todos prestarão contas diante do justo Juiz.
Assim, a
natureza humana aponta para sua sublime vocação: viver em comunhão com Deus. O
corpo deve ser consagrado como templo do Espírito Santo, a alma deve refletir
santidade em seus desejos e emoções, e o espírito deve manter-se em permanente
ligação com o Criador, pois fomos criados para glorificá-Lo integralmente.
O que
aprendemos neste item 2 Aprendemos
que o ser humano foi criado por Deus de forma única e especial, composto de
corpo, alma e espírito, refletindo a imagem e semelhança do Criador. Essa
constituição revela nossa singularidade em relação a todos os demais seres
criados: enquanto os animais têm apenas vida física, o homem recebeu o sopro
divino, que lhe concedeu dignidade, consciência moral e a capacidade de se
relacionar com Deus. Aprendemos
também que cada dimensão do nosso ser tem uma função específica:
Além
disso, vemos que a marca da eternidade foi impressa no homem. Embora não
sejamos eternos em essência (porque fomos criados), recebemos de Deus a
dádiva da imortalidade da alma e do espírito. Isso nos lembra da
responsabilidade de viver à luz da eternidade, pois todos, justos e ímpios,
prestarão contas diante de Deus. Por fim,
compreendemos que a tríplice natureza humana aponta para nossa vocação sublime:
glorificar a Deus em todas as áreas da vida. O corpo deve ser apresentado
como templo do Espírito Santo, a alma deve ser purificada e guiada pela
vontade divina, e o espírito deve permanecer em constante comunhão com o
Senhor. |
A criação
do homem revela uma singularidade que o distingue de todos os demais seres
criados. Deus, que é Espírito (João 4:24), formou o homem a partir de uma
combinação única: o corpo físico - moldado do pó da terra, e o fôlego
divino - que lhe conferiu vida (Gn.2:7). Essa união fez do ser humano uma
criatura integral, chamada na Escritura de “alma vivente”.
A
comparação com outras criaturas ajuda a compreender essa distinção:
- Os anjos são seres espirituais criados por Deus,
dotados de inteligência e vontade, mas não possuem corpo físico (Sl.33:6;
Hb.1:13,14).
- Os animais, por sua vez, têm vida biológica, mas
não possuem a dimensão espiritual do homem. Sua “alma” (vida) está
restrita ao corpo, de modo que cessa com a morte (Lv.17:12-14).
No caso do
homem, porém, o texto hebraico de Gênesis 2:7 usa a palavra “chayim”
(plural de “vida”), permitindo a tradução “fôlego das vidas”. Essa expressão
indica a plenitude da vida recebida por Adão: vida física, vida da alma
(psíquica) e vida do espírito (espiritual). Em outras palavras, o homem foi
criado como um ser integral, com dimensões que se relacionam com a terra,
consigo mesmo e com o próprio Deus.
Esse
“fôlego das vidas” aponta, portanto, para a dignidade e responsabilidade do ser
humano. Diferente dos anjos e distinto dos animais, ele é chamado a viver em
equilíbrio entre sua dimensão física e espiritual, reconhecendo que sua
verdadeira essência e propósito estão no relacionamento com o Criador.
O que
aprendemos neste item 3 Aprendemos
que o homem é uma criatura única, formada por Deus a partir do corpo
físico (pó da terra) e do sopro divino (vida espiritual),
tornando-o uma “alma vivente” (Gn.2:7). Essa composição o diferencia de todas
as demais criaturas:
O termo
hebraico “chayim”, usado em Gênesis 2:7, sugere “fôlego das vidas”,
indicando que o homem recebeu uma vida completa: física, psíquica (alma) e
espiritual (espírito). Isso revela que o ser humano não é apenas corpo ou
alma, mas um ser integral, capaz de se relacionar com a terra, consigo mesmo
e com Deus. Portanto,
aprendemos que o homem tem dignidade e responsabilidade únicas, sendo chamado
a viver equilibrando suas dimensões físicas e espirituais, com sua verdadeira
essência e propósito encontrados no relacionamento com o Criador. |
II – A DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO
1. A Alma
A palavra “alma”
(hebraico nephesh, grego psyché) é uma das mais polissêmicas da
Bíblia, possuindo vários significados conforme o contexto, o idioma e a época
em que os textos foram escritos. Por isso, nem sempre o termo “alma” tem o
mesmo sentido. No uso cotidiano, percebemos essa variação: quando dizemos “a
propaganda é a alma do negócio”, ou “minha alma tem sede de Deus”, claramente
não falamos do mesmo conceito bíblico.
Na Bíblia,
podemos identificar três principais sentidos da alma:
a)
Alma como respiração da vida – A alma é associada à vida que se manifesta
na respiração. Assim, o “último suspiro” simboliza a morte, quando a alma se
retira do corpo (Gn.35:18; 1Rs.17:21,22). Embora a alma não seja literalmente a
respiração, ela habita em um corpo que respira, dependendo da ação de Deus para
a vida (Is.42:5; Atos 17:25; Jó 34:14,15).
b)
Alma como sangue – A vida da carne está no sangue, e a alma
depende dele para continuar no corpo (Lv.17:11; Dt.12:23). Aqui, a alma não é o
sangue, mas se manifesta através dele.
c)
Alma como indivíduo – A palavra também pode significar a pessoa
como um todo, distinguindo-a de outros indivíduos (Rm.13:1).
No Antigo
Testamento, alma aparece 755 vezes, sendo seu sentido original “ser vivo” (Gn.1:20).
Nesse uso, aplica-se também aos animais (Gn.1:24), significando vida.
A
distinção mais profunda entre a alma humana e a dos animais está no sopro de
Deus que deu origem à alma do homem (Gn.2:7). Assim, a alma humana é uma
substância espiritual, incorpórea, invisível e imortal (Dn.12:2; Mt.25:46; Lc.16:22-25;
Ap.20:4), dotada de razão, sentimento e vontade, atributos essenciais para
cumprir sua missão (Gn.1:28) e para se relacionar com Deus e com o próximo (Gn.2:15-24;
3:8).
Isso
reflete a singularidade do homem como ser pessoal, criado à imagem de Deus (Gn.1:26),
chamado a viver em harmonia com sua dimensão física, psíquica e espiritual,
exercendo sua vocação relacional e refletindo a glória do Criador.
O que aprendemos neste item 1 A aprendemos que: 1.
A palavra alma tem vários
significados na Bíblia (respiração da vida, sangue, ou o próprio indivíduo),
por isso é preciso atenção ao contexto. 2.
No Antigo Testamento, aparece 755 vezes,
inicialmente como “ser vivo”, aplicando-se tanto a homens como a animais. 3.
A diferença essencial entre a alma do homem e
a dos animais está no sopro de Deus que originou a vida humana (Gn.2:7). 4.
A alma humana é uma substância
espiritual, incorpórea, invisível e imortal, dotada de razão,
sentimento e vontade. 5.
Esses atributos permitem ao homem cumprir
sua missão no mundo, se relacionar com o próximo e, sobretudo, viver em
comunhão com o Criador. 6.
Isso revela a singularidade do ser humano,
criado à imagem e semelhança de Deus, chamado a refletir Sua glória em todas
as dimensões da existência. |
A palavra
“espírito” (hebraico ruah, grego pneuma) designa a parte
imaterial mais elevada do homem, que, unida à alma, compõe o chamado “homem
interior”. É através do espírito que o ser humano mantém comunhão direta com o
Criador, o “Pai dos espíritos” (Hb.12:9), e o adora em espírito e em verdade
(João 4:23,24).
Paulo
descreveu essa realidade ao afirmar: “Segundo o homem interior, tenho prazer
na lei de Deus” (Rm.7:22). Esse “homem interior” contrasta com a natureza
carnal, que milita contra o espírito. Enquanto a carne busca satisfazer os
desejos terrenos, o espírito inclina-se à vontade de Deus.
O espírito
é, portanto, o elemento de ligação entre Deus e o homem, permitindo que o ser
humano:
- Seja iluminado
pelo Espírito Santo;
- Viva em reverência
ao Senhor;
- Exerça a
verdadeira adoração;
- E se mantenha em
plena comunhão com o Pai.
Assim, o
espírito é o ponto mais profundo do nosso ser, criado para responder à presença
divina e nos orientar na vida espiritual.
O que
aprendemos neste item 2 Aprendemos
que:
Assim, viver segundo o espírito é o caminho
para agradar a Deus e experimentar uma vida espiritual plena. |
3. A alma e o espírito são inseparáveis
Como já
foi dito, a alma e o espírito constituem, juntos, a natureza espiritual do ser
humano — o “homem interior”. Ambos procedem do sopro de Deus no ato da criação
e são inseparáveis em sua existência. Isso significa que, após a morte, não
seguem destinos diferentes: se a alma vai para o inferno, o espírito também
irá; se o espírito é recebido no Céu, a alma o acompanha.
Eclesiastes
12:7 afirma: “... e o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus,
que o deu”. Aqui, entende-se que, após a morte, o espírito (juntamente com a
alma) retorna à disposição de Deus, que determinará seu destino eterno. Esse
destino é duplo e definido pela relação do ser humano com Cristo:
- Os salvos - o espírito e a alma vão para o Paraíso,
lugar de descanso, consolação e bem-aventurança (Lc.16:23,25; Ap.14:13).
Por isso, a morte dos justos é preciosa aos olhos do Senhor (Sl.116:15).
- Os perdidos - o espírito e a alma seguem para o Hades,
lugar de tormento, onde permanecerão até a ressurreição e o juízo final
diante do trono de Deus (Lc.16:22,23; Ap.20:11,12).
Assim,
alma e espírito não apenas formam a essência espiritual do homem, mas também
compartilham juntos a eternidade, seja no gozo da presença divina ou na
condenação eterna.
O que
este item 3 nos ensina Ensina-nos:
|
III – A
INTERAÇÃO DAS TRÊS DIMENSÕES
1. Corpo,
afetos e somatização
O corpo humano (gr. soma) é a dimensão visível e material
do ser humano, criado para ser templo do Espírito Santo (1Co.6:19,20). Ele é o
instrumento por meio do qual a alma e o espírito se manifestam no mundo,
expressando razão, sentimentos e vontade. A alma, como princípio vital e
racional, utiliza o corpo e seus sentidos como canais para interagir com a
realidade física e se comunicar com os outros.
Na linguagem bíblica, o termo “coração” (hb. leb;
gr. kardia) aparece frequentemente como sinônimo da vida interior
— sede dos sentimentos, pensamentos e decisões. Essa conexão entre o interior e
o exterior foi registrada pela sabedoria bíblica:
- O
coração alegre reflete no semblante (Pv.15:13).
- A
saúde da alma promove vigor físico (Pv.14:30).
- A
alegria interior funciona como um remédio para o corpo, ao passo que a
tristeza profunda adoece os ossos (Pv.17:22).
Essa interação entre corpo e alma é hoje reconhecida pela medicina
com o termo “doenças psicossomáticas”, que designa enfermidades físicas
originadas em distúrbios emocionais, espirituais ou psicológicos. A Bíblia já
antecipava essa realidade, mostrando que pecados não confessados, angústias
prolongadas e aflições espirituais podem gerar consequências físicas (Sl.31:9,10;
32:3-5).
Assim, aprendemos que o ser humano é integral: o que afeta a alma
e o espírito também repercute no corpo. Por isso, cuidar da vida espiritual e
emocional é tão essencial quanto cuidar do corpo. A verdadeira saúde só é
alcançada quando corpo, alma e espírito são entregues ao Senhor, que deseja
santificar-nos por completo (1Ts.5:23).
O que aprendemos neste item 1 do
tópico III Aprendemos:
|
O ser
humano é uma unidade integrada de corpo, alma e espírito. Quando uma dessas
dimensões sofre desequilíbrio, inevitavelmente as outras também são afetadas.
Assim como doenças da alma e do espírito podem gerar sintomas físicos,
problemas no corpo — naturais, emocionais ou espirituais — podem abalar a vida
interior.
A
Escritura chama atenção, por exemplo, para o poder da língua. Pequeno membro,
mas de enorme impacto, ela pode causar destruição emocional, espiritual e até
física (Pv.18:7,21; Tg.3:6). Um viver equilibrado exige vigilância sobre
palavras, atitudes e pensamentos, preservando todas as áreas do ser
(Ef.4:25-32).
Manter a
saúde integral requer cuidado em duas frentes:
- Dimensão física – zelo pelo corpo, que é templo do
Espírito Santo, buscando hábitos saudáveis e evitando vícios e excessos
(Cl.3:5).
- Dimensão
espiritual e moral – uma vida de
oração, santidade e comunhão com Deus, que fortalece contra as
enfermidades da alma e do espírito (Ef.6:18).
Quanto às
questões emocionais e mentais, a medicina e a psicologia têm seu papel legítimo
e necessário quando há diagnóstico clínico. Entretanto, é preciso discernir:
nem todo sofrimento é apenas físico ou emocional; muitas vezes, sua raiz é
espiritual. Pecados não confessados, ressentimentos ou distanciamento de Deus
geram crises profundas que nenhum remédio pode curar (Sl.32:3-5). Para esses
casos, a verdadeira restauração vem pelo arrependimento, confissão e
reconciliação com Deus (Tg.4:6-10; 2Cr.7:14).
Portanto,
a verdadeira saúde do homem resulta do equilíbrio entre corpo, alma e espírito,
sustentado pelo cuidado físico responsável e, sobretudo, por uma vida
santificada em Cristo, que é a fonte da cura integral (Is.53:4,5).
O que
aprendemos neste item 2 Aprendemos:
|
CONCLUSÃO
Esta Lição, sobre a constituição do ser humano, nos revela a
grandeza da criação de Deus. O homem não é fruto do acaso, mas resultado de um
ato divino e pessoal: formado do pó da terra e vivificado pelo sopro do
Todo-Poderoso. Por isso, é um ser singular, chamado a viver em harmonia em suas
três dimensões — corpo, alma e espírito.
Aprendemos que o corpo é o templo do Espírito Santo e deve ser
cuidado; a alma é o centro da razão, da vontade e das emoções, devendo ser
santificada; e o espírito é a parte mais profunda do ser, criada para manter
comunhão com Deus. Assim, qualquer desequilíbrio em uma dessas áreas afeta toda
a existência.
A saúde integral do homem depende de sua sujeição ao Criador.
Somente em Cristo encontramos restauração plena, pois Ele veio para salvar o
homem por inteiro: corpo, alma e espírito. Portanto, viver em obediência à
Palavra, em comunhão com Deus e no cuidado de si mesmo é o caminho para
refletirmos, de forma completa, a imagem e semelhança do nosso Criador.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Gênesis, a origem de todas as coisas.
Pr. Claudionor de Andrade. A Raça humana – Origem, Queda e Redenção.
CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Bruce K. Waltke. Gênesis. Editora Cultura Cristã.
Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. A tríplice mordomia cristã: corpo, alma e
espírito. PortalEBD_2003.
Louis Berkhof. Teologia Sistemática.