sábado, 30 de março de 2019

LIÇÕES BÍBLICAS – 2º TRIMESTRE/2019


No 2º Trimestre letivo de 2019, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o seguinte tema: “O Tabernáculo – Símbolos da Obra Redentora de Cristo. O comentarista das lições é o pastor Elienai Cabral. As Lições estão distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - Tabernáculo - Um lugar da Habitação de Deus.
Lição 2 - Os Artesãos do Tabernáculo.
Lição 3 - Entrando no Tabernáculo: o Pátio.
Lição 4 - O Altar do Holocausto.
Lição 5 - A Pia de Bronze: Lugar de Purificação.
Lição 6 - As Cortinas do Tabernáculo.
Lição 7 - O Lugar Santo.
Lição 8 - O Lugar Santíssimo.
Lição 9 - A Arca da Aliança. 
Lição 10 - O Sistema de Sacrifícios.
Lição 11 - O Sacerdócio de Cristo e o Levítico.
Lição 12 - A Nuvem de Glória.
Lição 13 - O Sacerdócio Celestial.
Desde a criação Deus estabeleceu com os homens um relacionamento íntimo e de comunhão (Gn.3:8), para que lhe fosse prestado culto de louvor e adoração. Noé e seus descentes, assim como os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó mantinham viva essa relação cultual por meio de sacrifícios prestados em altares de pedra (Gn.8:20; Gn.12:7; 26:25; 35:1,2).
Após o Êxodo, Deus desejava habitar no meio de Israel, por isso Ele ordenou e orientou a Moisés que, juntamente com o povo recém-liberto da escravidão do Egito, estabelecesse um local e um ritual para o culto que deveriam prestar a Ele (Êx.25-30). Esse lugar seria o “Tabernáculo” (hebraico mikadesh, santuário), um lugar de adoração ao único Deus verdadeiro.
O Tabernáculo é descrito na Bíblia com várias acepções e uma delas é a de "Tenda", que se podia armar e desarmar. A sua função principal era a de servir como o lugar de encontro entre Deus e o homem.
O Tabernáculo é também chamado de "Tenda do Testemunho" (Nm.9:15). Era neste recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu povo - "...à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali" (Êx.29:42). Este lugar era santo e consagrado ao culto de Jeová, o Deus vivo e eterno.
Como é grande o contraste entre este Santuário e os santuários ou templos encontrados no Egito, Babilônia e Grécia, nos quais eram entronizados os ídolos mudos e mortos das religiões falsas; no culto a estas divindades prevalecia a mais vergonhosa imoralidade. Mas, no Santuário do Deus santo de Israel encontramos a santidade, a pureza e a reverência.
O Tabernáculo, bem como o Templo de Salomão simbolizavam a Igreja edificada "para morada de Deus em Espírito" (Ef.2:22). Simbolizavam também o próprio crente cujo corpo "é o templo do Espírito Santo" (1Co.6:19). Ademais, o Tabernáculo representava, por tipos, a realidade suprema do Céu, onde agora mesmo, Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, comparece "por nós, perante a face de Deus" (Hb.9:24).
O Tabernáculo foi, durante os anos de peregrinação pelo deserto, o lugar de encontro de Deus com o seu povo; ali, o Todo-poderoso revelou-se e recebeu adoração (Êx.40:34,35). Esse santuário simbolizava a verdade de que lugares secos e áridos se enchem de vida com a presença de Deus entre o Seu povo.
“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo” (Êx.40:34,35).
A ideia central do Tabernáculo era que Deus habitava entre o seu povo; sua plena realização encontra-se na encarnação de Cristo:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (literalmente, fez tabernáculo entre nós, João 1:14).
Daí que se chama Emanuel, “Deus conosco” (Mt.1:23). Em nossos dias a presença de Deus se manifesta na Igreja por meio do Espírito Santo que habita nos cristãos (Ef.2:21,22).
“no qual [Jesus Cristo] todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”.
O Tabernáculo chamava-se, em regra geral:
Ø  "tenda" ou "tabernáculo", porque a sua cobertura exterior asseme­lhava a uma tenda.
Ø  "tenda da congregação", porque ali Deus se reunia com o seu povo (Êx.29:42-44).
Ø  "tabernáculo do testemunho" (Êx.38:21), porque continha a Arca e as Tábuas da Lei - testificava da santidade de Deus e da pecaminosidade do homem.
Ø  "santuário" (Êx.25:8), porque era um lugar de culto ao Senhor e de sua santa presença.

O propósito divino

Embora em sentido literal seja impossível que a presença de Deus se limite a um lugar (Atos 7:48,49), pois "o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos", o Tabernáculo tinha um propósito precípuo: lembrar ao povo que ele possuía o privilegio incomparável de ter o Senhor no meio de Israel.
No Tabernáculo, Deus se fazia presente como Rei do seu povo e recebia culto de louvor e adoração. Para além disso, o Tabernáculo também era o símbolo do relacionamento e da intimidade do ser humano com Cristo.
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração (…). Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”(Hb.10:19-23).
Entendendo melhor...

O Tabernáculo tinha os seguintes propósitos:

-Primeiro, proporcionar um lugar onde Deus se manifestasse entre seu povo (Êx.25:8; 29:42-46; Nm.7:89). Ali o Rei invisível podia encontrar-se com os representantes de seu povo e eles com o Rei. Até aquele momento, Deus já havia se manifestado várias vezes em favor de Israel, mas não fora visto ainda “no meio deles”. Quando Deus falava a Moisés no Monte Sinai, o povo assistia à distância, impactado pela visão dos raios projetados lá de cima. Agora, porém, Deus está dizendo que a sua presença, que os assistira até ali, estaria permanentemente no meio do arraial, representada por um santuário erguido sob Sua orientação. O Tabernáculo lembrava também aos israelitas que Deus os acompanhava em sua peregrina­ção.
-Segundo, ser o centro da vida religiosa, moral e social. O Tabernáculo sempre se situava no meio do acampamento das doze tribos (Nm.2:17), e era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas nacionais.
-Terceiro, representar grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente humana, tais como sua majestade e santidade, sua proximidade e a forma de aproximar-se de um Deus santo. Os objetos e ritos do Tabernáculo também prefiguravam as realidades cristãs (Hb.8:1,2, 8:11; 10:1). Desempenhavam um papel importante em preparar o povo de Israel para receber a obra sacerdotal de Jesus Cristo.
Observação: O Tabernáculo não é morada de Deus, mas dos homens, e seu principal objetivo é o de aperfeiçoar a condição humana à condição divina. Está escrito: “... e habitarei no meio deles” (Êx.25:8b), ou seja, entre eles, e não “nele”. Com isso se chega à absoluta negação do antropomorfismo, no sentido de morada de Deus.

A planta do Tabernáculo

Todos os detalhes foram feitos de acordo com o desenho que Deus mostrou a Moisés no Monte Sinai (Êx.25:9,40; 26:30;35:10). Isto nos ensina que foi o próprio Deus quem determinou os pormenores relacionados com o culto verdadeiro.



“Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis. Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx.25:9,40).
Podemos entender com isto que Deus não aceita as invenções religiosas humanas nem o culto prestado segundo prescrições de homens (Cl.2:20-23). Temos de adorar a Deus da forma indicada em sua Palavra.
Ao construir o Tabernáculo estritamente conforme às ordenanças de Deus, os israeli­tas foram recompensados, pois a glória do Senhor encheu a “tenda” e a nuvem do Senhor permaneceu sobre ela (Êx.40:34-38). Igualmente conosco, se desejamos a presença e bênção divinas, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.
34. Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo,
35. de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo.
36. Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.
37. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
38. porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
Divisão do Tabernáculo
O Tabernáculo, assim como o homem é composto de três partes principais: o Pátio, o Lugar santo e o Santo dos santos.
Uma curiosidade é que quando o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto, ele era montado de dentro para fora, ou seja, do Santo dos santos até o Pátio. Aprendemos aqui que o Eterno inicia seu tratamento conosco a partir de dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito.
As divisões citadas do Tabernáculo aludem ao corpo, alma e espírito do ser humano. E é justamente por causa disso que o Eterno inicia seu processo de redenção no homem a partir do espírito, pois o Espírito de Deus tem comunhão com o nosso espírito nos religando ao nosso Criador.
Diante do que foi exposto, de forma sucinta, concluímos que o estudo do Tabernáculo com seus materiais, ritos, cerimônias e sistema sacerdotal, expõe diante de nós um rico e vasto campo de lições espirituais que poderemos aproveitar durante os estudos deste trimestre letivo.
Ev. Luciano de Paula Lourenço


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