1º Trimestre/2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 05
Texto
Base: Joao 1:1-4,9-14
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João
1:1).
João 1:
1.No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus.
2.Ele estava no princípio com Deus.
3.Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que
foi feito se fez.
4.A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
9.a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina toda a
humanidade.
10.O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o
mundo não o conheceu.
11.Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12.Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome,
13.os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem
da vontade do homem, mas de Deus.
14.E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
INTRODUÇÃO
A afirmação da divindade de Jesus Cristo é uma das verdades
centrais da fé cristã e está revelada de forma clara nas Escrituras, tanto no
Antigo como no Novo Testamento. Desde as profecias messiânicas de Isaías, que
anunciou o nascimento do Emanuel, “Deus conosco” (Is.7:14), até as declarações
contundentes do apóstolo João, que apresenta Jesus como o Verbo eterno que “se
fez carne” (João 1:1,14), a Bíblia proclama que Jesus não é apenas um homem
extraordinário, mas o próprio Deus encarnado.
Nesta lição, exploraremos como as Escrituras testificam da
divindade de Cristo e como essa verdade é fundamental para a nossa salvação e
compreensão de quem Deus é. Examinaremos evidências bíblicas, refutaremos
equívocos históricos sobre Sua natureza divina e reafirmaremos a gloriosa
verdade de que Jesus é, de fato, Deus.
I. A DOUTRINA BÍBLICA DA
DIVINDADE DE JESUS
1. Jesus é Deus
A doutrina
da divindade de Jesus Cristo está firmemente fundamentada nas Escrituras do
Novo Testamento. Desde os Evangelhos até as epístolas, a natureza divina de
Cristo é proclamada com clareza, mostrando que Ele é o Deus eterno que se
revelou em carne.
João começa seu Evangelho com uma declaração poderosa: “No princípio
era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Aqui, o
termo “Verbo” (do grego Logos) identifica Jesus como a manifestação
plena e eterna de Deus. Ele não é apenas divino, mas é Deus em sua essência,
coexistindo com o Pai desde a eternidade.
Apóstolo Tomé, após a ressurreição, reconhece Jesus como
“Senhor meu e Deus meu” (João 20:28). Essa afirmação é um testemunho direto da
divindade de Cristo. Jesus não apenas aceita essa adoração, mas confirma que a
fé de Tomé é legítima, reforçando Sua identidade divina.
Paulo descreve Jesus como existindo “na forma de Deus” (morphē theou)
(Fp.2:6), o que significa que Ele possui a mesma essência divina. Sua escolha
de não se apegar à igualdade com Deus, mas de esvaziar-se, mostra Seu amor e
humildade, mas não nega Sua divindade.
Paulo também afirma que Cristo é o “mistério de Deus” (Cl.2:2). Ele é a
revelação suprema e completa do Deus invisível (Cl.1:15), sendo plenamente Deus
em essência (Cl.2:9).
Em Tito 2:13, a expressão “nosso grande Deus e Salvador
Jesus Cristo” une os títulos de Deus e Salvador em uma única Pessoa, Jesus
Cristo. Ele é apresentado como o foco da esperança dos cristãos, reafirmando
Sua natureza divina.
Pedro reafirma a divindade de Cristo, descrevendo-O como “nosso Deus e
Salvador” (2Pd.1:1). Essa passagem também conecta a obra salvadora de Cristo
diretamente à Sua divindade, evidenciando que Ele é tanto o justo quanto o
justificador (Rm.3:26).
João conclui sua primeira epístola com uma declaração categórica:
“Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20). Jesus é identificado
não apenas como Aquele que concede a vida eterna, mas como o próprio Deus
verdadeiro.
Essas
passagens não deixam dúvidas sobre a identidade divina de Jesus. Ele é o Deus
eterno, Criador, Salvador e Redentor. Reconhecer Jesus como Deus não é apenas
uma questão teológica, mas o fundamento da fé cristã e da nossa esperança de
salvação.
2. Seus
atributos absolutos
Os atributos absolutos ou incomunicáveis são características
exclusivas de Deus, que revelam Sua essência e natureza incomparáveis. No caso
de Jesus Cristo, esses atributos não apenas O identificam como divino, mas
também O colocam no mesmo patamar de igualdade com o Pai e o Espírito Santo.
a) Onipotência: “Todo-poderoso”
A onipotência refere-se à capacidade infinita de realizar tudo o
que é compatível com a Sua natureza. Jesus, como Deus, é descrito como
onipotente:
- Ele
afirma ter “todo o poder no céu e na terra” (Mt.28:18), deixando claro que
Sua autoridade não conhece limites.
- Paulo
ressalta que Cristo está acima de todo governo, poder e domínio, indicando
Seu senhorio universal (Ef.1:21).
- Em
Apocalipse 1:8, Jesus é identificado como “o Todo-Poderoso,” reforçando
Seu status divino e soberano sobre todas as coisas.
b) Eternidade: “Deus sempre
existente”
A eternidade de Jesus significa que Ele não tem começo nem fim,
sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb.13:8).
- Isaías
O chama de “Pai da Eternidade” (Is.9:6), um título que sublinha Sua
existência eterna.
- Miquéias
5:2 descreve Suas origens como sendo “desde os tempos eternos”, indicando
que Ele precede toda a criação.
- Em
João 1:1, a expressão “No princípio era o Verbo” mostra que Ele já existia
antes de o mundo ser criado, coexistindo com o Pai desde a eternidade (cf.
Gn.1:1).
c) Onipresença: “Presente em todos
os lugares”
A onipresença é a capacidade de estar em todos os lugares
simultaneamente, atributo exclusivo de Deus.
- Jesus
promete estar presente onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome
(Mt.18:20), demonstrando que Sua presença não está limitada pelo espaço.
- Sua
promessa de estar conosco “todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt.28:20)
reflete uma presença constante e universal em todos os lugares e tempos.
d) Onisciência: “Conhecimento
absoluto”
A onisciência de Jesus é evidenciada por Seu conhecimento perfeito
de todas as coisas, incluindo pensamentos e eventos futuros.
- Ele
revelou a Pedro onde encontrar uma moeda na boca de um peixe (Mt.17:27),
demonstrando controle absoluto sobre a criação.
- Em
João 1:47,48, Jesus identificou Natanael à distância e descreveu sua
experiência anterior sem jamais tê-lo visto fisicamente.
- Nos
diálogos com a mulher samaritana (João 4:17,18) e com Pedro (João 21:17),
Jesus demonstrou um conhecimento profundo de suas vidas pessoais.
- Seus
discípulos reconheceram: “Agora sabemos que sabes todas as coisas” (João
16:30), confirmando Sua onisciência divina.
Enfim, os atributos absolutos de Jesus Cristo, como a onipotência,
eternidade, onipresença e onisciência, revelam que Ele é verdadeiramente Deus.
Essas perfeições divinas não apenas sustentam Sua identidade como o Filho de
Deus, mas também são a base da fé cristã, pois garantem Sua capacidade de
salvar, guiar e sustentar o Seu povo em todas as circunstâncias.
II. A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS
1. Arianismo
O arianismo é uma das heresias mais conhecidas da história do
cristianismo e teve origem no início do século IV, em 318 d.C., com Ário, um
presbítero de Alexandria. Ário negava a divindade plena de Jesus Cristo,
afirmando que Ele era uma criatura, ainda que superior às demais, criada por
Deus em algum ponto do tempo antes da criação do mundo. Ele sustentava que
Jesus não era eterno como o Pai, mas subordinado a Ele em essência e natureza.
O arianismo foi combatido pela Igreja no Concílio de Niceia (325
d.C.), onde a divindade de Cristo foi formalmente reafirmada. A expressão
“consubstancial ao Pai” (homoousios) foi inserida no Credo Niceno, indicando
que Jesus e o Pai possuem a mesma essência divina. Apesar disso, o arianismo
persistiu e influenciou grupos até os dias atuais, como os Testemunhas de
Jeová, que negam a plena divindade de Cristo.
O arianismo subverte a verdade bíblica sobre a natureza de Jesus
Cristo e compromete a essência do Evangelho. A rejeição da divindade plena de
Cristo enfraquece a doutrina da Trindade e a obra da redenção, pois somente um
Deus eterno e perfeito poderia ser o Salvador do mundo. Por isso, é essencial
reafirmar continuamente as verdades bíblicas sobre Jesus como Deus verdadeiro e
homem verdadeiro, eternamente igual ao Pai e ao Espírito Santo.
2. Suas
explicações
Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em
busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças.
Os principais pontos do arianismo:
- Jesus
como uma criatura. Ário ensinava que Jesus foi criado por Deus e,
portanto, não poderia ser coeterno nem consubstancial (da mesma essência)
com o Pai. Eles gostam de citar estes versículos: “O Senhor me criou o
princípio dos seus caminhos” (Pv.8:22 – LXX); “O qual ´imagem do Deus
invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl.1:15). Baseado nestes
versículos, tirados do seu contexto, eles diziam que “houve um tempo em
que o filho não existia”. Isso contradiz João 1:1, que declara: “No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
- Subordinação
essencial.
Para os arianos, Jesus possuía uma natureza divina inferior à de Deus Pai,
uma ideia contrária às afirmações bíblicas de que Jesus é igual ao Pai em
essência e poder (Fp.2:6).
- Outra
passagem favorita do arianismo: “E a vida eterna é esta: que conheçam a
ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João
17:3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a
eternidade e a deidade de Cristo (João 1:1-3).
3. Como
solucionar a controvérsia de Ário e seus seguidores?
As passagens utilizadas por Ário e seus seguidores foram tiradas
de seu contexto para sustentar uma doutrina contrária à Bíblia. Portanto, a
refutação às interpretações de Ário e seus seguidores deve ser feita
considerando o contexto pleno das Escrituras, especialmente as passagens que
afirmam claramente a eternidade e divindade de Cristo. Veja a seguir a
refutação dos principais textos pinçados pelo arianismo:
a) Provérbios 8:22 – “O Senhor me criou no princípio
dos seus caminhos” (LXX).
Ário interpretava esta passagem como uma prova de que Cristo foi
criado. Contudo, o contexto de Provérbios 8 não fala sobre o Cristo histórico,
mas sobre a personificação da sabedoria divina. A palavra hebraica traduzida
como "criou" na LXX é “qanah”, que no hebraico original pode
significar “possuir”, “adquirir” ou até “originar”. Assim, esta passagem não
implica que Cristo foi criado, mas sim que a sabedoria, da qual Cristo é a
plena manifestação (1Co.1:24), sempre esteve com Deus.
Além disso, as Escrituras afirmam repetidamente a eternidade de
Cristo:
- João
1:1-3 – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus”.
- Hebreus
1:8 – O Pai declara sobre o Filho: “O teu trono, ó Deus, é para todo o
sempre”.
Esses textos confirmam que Cristo não é uma criatura, mas eterno e
consubstancial com o Pai.
b) Colossenses 1:15 – “O
primogênito de toda a criação”
Ário interpretava “primogênito” como “primeiro a ser criado”.
Porém, a palavra grega usada, “prototokos”, não se refere à criação no sentido
temporal, mas à supremacia e preeminência. No contexto judaico, “primogênito”
era um título de honra, indicando posição e autoridade, e não necessariamente o
primeiro a ser nascido. Exemplos:
- Salmos
89:27 – Deus chama Davi de “primogênito”, embora ele fosse o caçula em sua
família.
- Em
Colossenses 1:16, Paulo esclarece que Cristo “criou todas as coisas”, o
que seria impossível se Ele mesmo fosse criado.
Além disso, a sequência do texto (Cl.1:17) afirma que “Ele é antes
de todas as coisas”, reforçando Sua eternidade.
c) João 17:3 – “Que conheçam
a ti só por único Deus verdadeiro”
Ário usava este versículo para negar a divindade de Cristo,
destacando o Pai como único Deus verdadeiro. Contudo, o contexto mais amplo de
João refuta essa interpretação:
- João
1:1-3 afirma a plena divindade do Filho: “O Verbo era Deus”.
- João
10:30 – Jesus declara: “Eu e o Pai somos um”.
- João
20:28 – Tomé, ao ver Jesus ressuscitado, exclama: “Senhor meu e Deus meu!”.
João 17:3, portanto, enfatiza o papel único do Pai como fonte de
toda divindade, mas isso não nega a coeternidade e divindade de Cristo.
d) outras evidências bíblicas da divindade de Jesus Cristo, que
contradizem o arianismo:
- A
eternidade de Jesus. Textos como João 1:1-3 e Miquéias 5:2 mostram que
Cristo existia desde a eternidade e não foi criado.
- A
igualdade com o Pai. Filipenses 2:6 afirma que Jesus, “existindo em forma
de Deus”, não considerou o ser igual a Deus algo a que devia se apegar,
indicando Sua essência divina e igualdade com o Pai.
- Adoração
a Cristo.
A Escritura ensina que apenas Deus deve ser adorado (Êx.34:14). No
entanto, Jesus aceitou adoração em várias ocasiões (Mt.14:33; João 9:38),
evidência de Sua divindade.
- Jesus
é chamado de Deus. Passagens como Tito 2:13 e João 20:28 confirmam que
Jesus é reconhecido como Deus pelos apóstolos e pelos primeiros cristãos.
e) Refutação Geral
A ideia de Ário de que “houve um tempo em que o Filho não existia”
contradiz diretamente passagens como:
- Hebreus
13:8 – “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre”.
- Apocalipse
22:13 – Jesus declara: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o
Fim”.
Essas e outras passagens afirmam a eternidade do Filho de Deus.
A doutrina da Trindade é o fundamento para compreender essas
verdades. O Pai, o Filho e o Espírito Santo compartilham a mesma essência
divina, sendo distintos em pessoas, mas inseparáveis em Sua divindade.
Portanto, a interpretação de Ário falha em reconhecer o contexto
das Escrituras e a plenitude da revelação bíblica sobre Cristo. Ele não é uma
criatura, mas o Deus eterno, Criador de todas as coisas e Salvador de todos os
que creem n’Ele.
III.
IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE
1. A
Tradução do Novo Mundo
A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia
fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de
Tradução do Novo Mundo (TNM). Essa tradução, utilizada pelas Testemunhas de
Jeová, é amplamente reconhecida por estudiosos como uma versão tendenciosa, com
alterações deliberadas para sustentar suas crenças doutrinárias. Essas
adulterações refletem uma tentativa de negar a divindade de Cristo e a
Trindade, conceitos centrais da fé cristã histórica. Abaixo estão algumas das
alterações citadas, analisadas à luz do texto original das Escrituras:
a) João 1:1 – “E a Palavra era um Deus”. Na TNM, a
última frase de João 1:1 é traduzida como “e a Palavra era um deus” (com
"d" minúsculo), em vez de “e a Palavra era Deus”.
- A
frase em grego, “kai theos ēn ho logos”, traduz-se literalmente
como “e Deus era a Palavra”. O artigo definido está ausente antes de theos
para indicar que o foco está na natureza divina da Palavra, não para
sugerir um deus inferior.
- A
tradução da TNM reduz Jesus a uma entidade subordinada, contrariando a
teologia bíblica que afirma sua igualdade com o Pai (João 10:30; Hebreus
1:3).
- Especialistas
em grego, como Bruce Metzger e Daniel Wallace, rejeitam essa tradução como
injustificável.
b) Tito 2:13 – “Do grande Deus e do nosso Salvador Jesus
Cristo”. A TNM adiciona “do” na tradução de Tito 2:13,
separando “Deus” de “Salvador Jesus Cristo”. O texto original diz: “tou megalou
theou kai sōtēros hēmōn Iēsou Christou”, traduzido corretamente como “do
nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo”.
Segundo a gramática grega, quando dois substantivos são unidos por
“e” (kai) e compartilham o mesmo artigo definido (tou), eles referem-se à mesma
pessoa. Aqui, o texto claramente identifica Jesus como “Deus e Salvador”. A
adição de “do” na TNM quebra essa regra gramatical para negar que Jesus é
chamado de Deus diretamente.
c) 2Pedro 1:1 – “Do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”.
Assim como em Tito 2:13, a TNM insere um “do” onde não
existe no texto original.
- “tou theou hēmōn
kai sōtēros Iēsou Christou”, traduzido corretamente como “do nosso Deus e
Salvador Jesus Cristo”. A mesma regra gramatical de Tito 2:13 se aplica
aqui, identificando Jesus como Deus e Salvador. A alteração na TNM busca
separar Deus Pai de Jesus Cristo, indo contra o ensino bíblico da plena
divindade de Cristo.
Problemas gerais da TNM
a)
Alterações sistemáticas. A TNM não
segue a tradução literal do texto grego, mas altera passagens-chave que
sustentam a doutrina da divindade de Cristo e a Trindade.
b)
Uso seletivo de fontes. Os
tradutores da TNM não eram especialistas em grego ou hebraico. Eles se basearam
em interpretações convenientes e isoladas para justificar suas alterações.
c)
Desvio doutrinário. Ao
manipular o texto bíblico, a TNM conduz seus leitores a uma visão distorcida de
Deus e de Cristo, afastando-os da verdade revelada nas Escrituras.
Refutação bíblica
As Escrituras, corretamente traduzidas, confirmam que Jesus é
Deus:
- João
1:1 apresenta Jesus como o Verbo eterno e divino.
- Tito
2:13 e 2Pedro 1:1 identificam Jesus como “nosso Deus e Salvador”.
- Hebreus
1:8 declara: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”.
- Filipenses
2:6 afirma que Ele é “em forma de Deus”, igual ao Pai.
Enfim, a adulteração do texto bíblico pela Tradução do Novo Mundo
reflete uma tentativa deliberada de apoiar crenças heréticas, como a negação da
divindade de Cristo. É essencial que os cristãos estejam bem fundamentados nas
Escrituras, traduzidas com fidelidade e em harmonia com o contexto e a
gramática original, para combater tais distorções e defender a verdade bíblica.
2. Os
movimentos orientais e a negação da divindade de Jesus
Os movimentos religiosos orientais, especialmente aqueles com base
no panteísmo monista, têm visões profundamente diferentes sobre a natureza de
Deus, do homem e do universo, rejeitando tanto a doutrina da Trindade quanto a
divindade de Jesus Cristo. Essa negação é especialmente evidente em grupos como
o movimento Hare Krishna e outros que seguem tradições derivadas do hinduísmo
ou do budismo.
a) A visão panteísta monista. No panteísmo monista, Deus
e o universo são considerados uma única realidade impessoal. Não há distinção
entre o Criador e a criação, o que contradiz a visão bíblica de um Deus
transcendente e pessoal (Isaías 57:15). Nesse contexto:
- Jesus
Cristo não é reconhecido
como Deus encarnado ou Salvador, mas muitas vezes visto como um guia
espiritual ou uma manifestação de um “princípio divino”.
- Trindade
é
negada, pois o conceito de três
Pessoas em uma única essência divina não se alinha à ideia de um “todo
universal impessoal”.
b) O caso específico do movimento Hare Krishna. O
movimento Hare Krishna, originado da tradição Vaishnava do hinduísmo, considera
Krishna como a suprema personalidade de Deus. Dentro dessa perspectiva:
- Jesus é reduzido a um “avatar” ou
“manifestação secundária” de Krishna. Ele é considerado um mestre
espiritual, mas não Deus encarnado nem o Salvador da humanidade.
- Salvação não é encontrada em Jesus Cristo,
mas na devoção a Krishna, através de cânticos e práticas meditativas.
A Bíblia apresenta Jesus como único mediador entre Deus e os
homens (1Timóteo 2:5), enquanto o movimento Hare Krishna nega esse papel
exclusivo.
c) Diferença fundamental entre Cristianismo e movimentos orientais.
A visão bíblica é diametralmente oposta às crenças orientais:
- Jesus
é Deus.
O cristianismo afirma que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem; é a
segunda Pessoa da Trindade (João 1:1,14; Hebreus 1:3).
- Salvação
pela graça.
O cristianismo ensina que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido
pela fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8,9). Em contraste, movimentos
orientais frequentemente associam a “salvação” a práticas e méritos
humanos, como meditação ou devoção ritualística.
- Deus
pessoal.
A Bíblia revela um Deus pessoal e amoroso, que se relaciona com sua
criação e oferece redenção por meio de Cristo (João 3:16), enquanto o
panteísmo monista reduz Deus a uma energia ou força impessoal.
Enfim, a negação da divindade de Jesus pelos movimentos orientais
reflete uma cosmovisão que contraria as Escrituras e minimiza o papel redentor
de Cristo. Cabe aos cristãos apresentar, com clareza e amor, o evangelho de
Jesus Cristo como a verdade suprema, destacando que Ele é o único caminho para
Deus (João 14:6) e o Salvador de toda a humanidade.
3. Outros
grupos
A visão de Jesus Cristo varia amplamente entre diferentes grupos
religiosos e filosóficos, com muitos negando sua divindade e papel como
Salvador da humanidade. Essas visões distorcidas contradizem a revelação
bíblica, que declara que Jesus é Deus encarnado e o único mediador entre Deus e
os homens (1Timóteo 2:5). A seguir, uma análise mais detalhada das crenças
desses grupos e sua incompatibilidade com as Escrituras.
a) O Jesus do Alcorão. No Islã, Jesus (conhecido como Issa)
é considerado um dos maiores profetas, mas não é Deus nem o Filho de Deus. As
principais crenças islâmicas sobre Jesus incluem:
- Negação
da divindade.
O Alcorão rejeita explicitamente que Jesus seja Deus ou que faça parte de
uma Trindade (Surata 5:72,73).
- Negação
da filiação divina. Para os muçulmanos, Deus (Allah) não tem
filhos, e a ideia de Jesus como Filho de Deus é considerada blasfema
(Surata 19:35).
- Negação
da crucificação e ressurreição. O Alcorão afirma que Jesus não morreu na
cruz, mas que foi levado ao céu por Deus (Surata 4:157,158).
Todavia, a Bíblia revela Jesus como o próprio Deus encarnado (João
1:1,14), que morreu pelos pecados da humanidade e ressuscitou no terceiro dia
(1Coríntios 15:3,4). Sua ressurreição é central para a fé cristã e confirma sua
divindade e vitória sobre a morte (Romanos 1:4).
b) Religiões reencarnacionistas. Grupos que
acreditam na reencarnação, como o espiritismo e algumas correntes do hinduísmo
e budismo, têm uma visão reducionista de Jesus. Para eles:
- Jesus
não é Deus.
Ele é visto como um espírito evoluído, um médium, ou um dos grandes
mestres espirituais que atingiram um elevado grau de iluminação.
- Negação
da singularidade. Jesus é considerado um entre muitos líderes
espirituais, perdendo sua posição única como o Salvador da humanidade.
- Rejeição
da ressurreição física. Esses grupos interpretam a ressurreição
como um evento simbólico ou espiritual, não como um fato histórico
literal.
Todavia, a Bíblia apresenta Jesus como singular e incomparável:
- Ele
é o único mediador entre Deus e os homens (1Timóteo 2:5).
- Sua
ressurreição não foi apenas espiritual, mas física e histórica (Lucas
24:39; Atos 1:3).
- Ele
é exaltado acima de todo principado e poder (Efésios 1:21) e é perfeito em
sua santidade e sacerdócio eterno (Hebreus 7:26).
c) A supremacia de Cristo segundo a Bíblia. Os grupos
mencionados distorcem a identidade de Jesus, mas as Escrituras proclamam
claramente sua divindade e supremacia:
- Jesus
é Deus em forma humana. "Deles são os patriarcas e também
deles, quanto à carne, veio o Cristo, que é sobre todos, Deus bendito para
sempre. Amém!" (Romanos 9:5).
- Ele
é único e incomparável. "Acima de todo principado e
autoridade, e poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não
só no presente século, mas também no vindouro" (Efésios 1:21).
- Sua
ressurreição é o fundamento da fé cristã: "E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé" (1Coríntios
15:14).
Finalmente, os grupos que negam a divindade de Jesus perdem de
vista sua verdadeira identidade como Deus encarnado, Salvador e Senhor. Esses
erros enfatizam a necessidade de proclamar fielmente a Cristo como revelado nas
Escrituras, apresentando-o como o único caminho para Deus e a salvação (João
14:6).
CONCLUSÃO
O estudo desta Lição reforça a doutrina central da fé cristã:
Jesus Cristo é Deus, plenamente divino e plenamente humano. As Escrituras são
claras ao afirmar sua divindade, apresentando-o como o Verbo eterno que se fez
carne (João 1:1,14), o Deus verdadeiro e a vida eterna (1João 5:20). Sua
singularidade é revelada em seus atributos divinos, obras poderosas, e na
adoração que recebe, algo reservado exclusivamente a Deus.
Apesar dos ataques históricos e contemporâneos à sua divindade,
como o Arianismo e outros movimentos que negam sua natureza divina, a Bíblia
permanece como a fonte inerrante e inabalável que testifica quem Jesus
realmente é. Ele não é apenas um profeta, mestre ou guia espiritual, mas o
Criador de todas as coisas, o Salvador da humanidade e o Senhor da glória.
Portanto, crer na divindade de Jesus não é opcional, mas essencial
para a salvação (João 14:6; Romanos 10:9). Que possamos reconhecer Jesus como
nosso Deus e Salvador, adorando-o em espírito e em verdade, e proclamando sua
majestade ao mundo. A Ele, todo poder, honra e glória para sempre! Amém.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave –
Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Pr. Hernandes Dias Lopes. 1, 2 e 3João
– como ter garantias da salvação.
Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Pedro – com
os pés no vale e o coração no céu.
Pr. Hernandes Dias Lopes. João – As
glórias do Filho de Deus.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios.
Raimundo de Oliveira. Seitas e Heresias. CPAD.
Eurico Bergstén. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD.
Myer Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. CPAD.
Esequias Soares. Heresias e Modismos. CPAD.
Silas Daniel. Seitas e Heresias. CPAD.
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