domingo, 26 de janeiro de 2025

JESUS É DEUS

        1º Trimestre/2025

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 05

Texto Base: Joao 1:1-4,9-14

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).

João 1:

1.No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2.Ele estava no princípio com Deus.

3.Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.

4.A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.

9.a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina toda a humanidade.

10.O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu.

11.Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12.Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome,

13.os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

14.E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

INTRODUÇÃO

A afirmação da divindade de Jesus Cristo é uma das verdades centrais da fé cristã e está revelada de forma clara nas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Desde as profecias messiânicas de Isaías, que anunciou o nascimento do Emanuel, “Deus conosco” (Is.7:14), até as declarações contundentes do apóstolo João, que apresenta Jesus como o Verbo eterno que “se fez carne” (João 1:1,14), a Bíblia proclama que Jesus não é apenas um homem extraordinário, mas o próprio Deus encarnado.

Nesta lição, exploraremos como as Escrituras testificam da divindade de Cristo e como essa verdade é fundamental para a nossa salvação e compreensão de quem Deus é. Examinaremos evidências bíblicas, refutaremos equívocos históricos sobre Sua natureza divina e reafirmaremos a gloriosa verdade de que Jesus é, de fato, Deus.

I.  A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS

1. Jesus é Deus

A doutrina da divindade de Jesus Cristo está firmemente fundamentada nas Escrituras do Novo Testamento. Desde os Evangelhos até as epístolas, a natureza divina de Cristo é proclamada com clareza, mostrando que Ele é o Deus eterno que se revelou em carne.

João começa seu Evangelho com uma declaração poderosa: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Aqui, o termo “Verbo” (do grego Logos) identifica Jesus como a manifestação plena e eterna de Deus. Ele não é apenas divino, mas é Deus em sua essência, coexistindo com o Pai desde a eternidade.

Apóstolo Tomé, após a ressurreição, reconhece Jesus como “Senhor meu e Deus meu” (João 20:28). Essa afirmação é um testemunho direto da divindade de Cristo. Jesus não apenas aceita essa adoração, mas confirma que a fé de Tomé é legítima, reforçando Sua identidade divina.

Paulo descreve Jesus como existindo “na forma de Deus” (morphē theou) (Fp.2:6), o que significa que Ele possui a mesma essência divina. Sua escolha de não se apegar à igualdade com Deus, mas de esvaziar-se, mostra Seu amor e humildade, mas não nega Sua divindade.

Paulo também afirma que Cristo é o “mistério de Deus” (Cl.2:2). Ele é a revelação suprema e completa do Deus invisível (Cl.1:15), sendo plenamente Deus em essência (Cl.2:9).

Em Tito 2:13, a expressão “nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” une os títulos de Deus e Salvador em uma única Pessoa, Jesus Cristo. Ele é apresentado como o foco da esperança dos cristãos, reafirmando Sua natureza divina.

Pedro reafirma a divindade de Cristo, descrevendo-O como “nosso Deus e Salvador” (2Pd.1:1). Essa passagem também conecta a obra salvadora de Cristo diretamente à Sua divindade, evidenciando que Ele é tanto o justo quanto o justificador (Rm.3:26).

João conclui sua primeira epístola com uma declaração categórica: “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20). Jesus é identificado não apenas como Aquele que concede a vida eterna, mas como o próprio Deus verdadeiro.

Essas passagens não deixam dúvidas sobre a identidade divina de Jesus. Ele é o Deus eterno, Criador, Salvador e Redentor. Reconhecer Jesus como Deus não é apenas uma questão teológica, mas o fundamento da fé cristã e da nossa esperança de salvação.

2. Seus atributos absolutos

Os atributos absolutos ou incomunicáveis são características exclusivas de Deus, que revelam Sua essência e natureza incomparáveis. No caso de Jesus Cristo, esses atributos não apenas O identificam como divino, mas também O colocam no mesmo patamar de igualdade com o Pai e o Espírito Santo.

a) Onipotência: “Todo-poderoso”

A onipotência refere-se à capacidade infinita de realizar tudo o que é compatível com a Sua natureza. Jesus, como Deus, é descrito como onipotente:

  • Ele afirma ter “todo o poder no céu e na terra” (Mt.28:18), deixando claro que Sua autoridade não conhece limites.
  • Paulo ressalta que Cristo está acima de todo governo, poder e domínio, indicando Seu senhorio universal (Ef.1:21).
  • Em Apocalipse 1:8, Jesus é identificado como “o Todo-Poderoso,” reforçando Seu status divino e soberano sobre todas as coisas.

b) Eternidade: “Deus sempre existente”

A eternidade de Jesus significa que Ele não tem começo nem fim, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb.13:8).

  • Isaías O chama de “Pai da Eternidade” (Is.9:6), um título que sublinha Sua existência eterna.
  • Miquéias 5:2 descreve Suas origens como sendo “desde os tempos eternos”, indicando que Ele precede toda a criação.
  • Em João 1:1, a expressão “No princípio era o Verbo” mostra que Ele já existia antes de o mundo ser criado, coexistindo com o Pai desde a eternidade (cf. Gn.1:1).

c) Onipresença: “Presente em todos os lugares”

A onipresença é a capacidade de estar em todos os lugares simultaneamente, atributo exclusivo de Deus.

  • Jesus promete estar presente onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome (Mt.18:20), demonstrando que Sua presença não está limitada pelo espaço.
  • Sua promessa de estar conosco “todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt.28:20) reflete uma presença constante e universal em todos os lugares e tempos.

d) Onisciência: “Conhecimento absoluto”

A onisciência de Jesus é evidenciada por Seu conhecimento perfeito de todas as coisas, incluindo pensamentos e eventos futuros.

  • Ele revelou a Pedro onde encontrar uma moeda na boca de um peixe (Mt.17:27), demonstrando controle absoluto sobre a criação.
  • Em João 1:47,48, Jesus identificou Natanael à distância e descreveu sua experiência anterior sem jamais tê-lo visto fisicamente.
  • Nos diálogos com a mulher samaritana (João 4:17,18) e com Pedro (João 21:17), Jesus demonstrou um conhecimento profundo de suas vidas pessoais.
  • Seus discípulos reconheceram: “Agora sabemos que sabes todas as coisas” (João 16:30), confirmando Sua onisciência divina.

Enfim, os atributos absolutos de Jesus Cristo, como a onipotência, eternidade, onipresença e onisciência, revelam que Ele é verdadeiramente Deus. Essas perfeições divinas não apenas sustentam Sua identidade como o Filho de Deus, mas também são a base da fé cristã, pois garantem Sua capacidade de salvar, guiar e sustentar o Seu povo em todas as circunstâncias.

II. A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS

1. Arianismo

O arianismo é uma das heresias mais conhecidas da história do cristianismo e teve origem no início do século IV, em 318 d.C., com Ário, um presbítero de Alexandria. Ário negava a divindade plena de Jesus Cristo, afirmando que Ele era uma criatura, ainda que superior às demais, criada por Deus em algum ponto do tempo antes da criação do mundo. Ele sustentava que Jesus não era eterno como o Pai, mas subordinado a Ele em essência e natureza.

O arianismo foi combatido pela Igreja no Concílio de Niceia (325 d.C.), onde a divindade de Cristo foi formalmente reafirmada. A expressão “consubstancial ao Pai” (homoousios) foi inserida no Credo Niceno, indicando que Jesus e o Pai possuem a mesma essência divina. Apesar disso, o arianismo persistiu e influenciou grupos até os dias atuais, como os Testemunhas de Jeová, que negam a plena divindade de Cristo.

O arianismo subverte a verdade bíblica sobre a natureza de Jesus Cristo e compromete a essência do Evangelho. A rejeição da divindade plena de Cristo enfraquece a doutrina da Trindade e a obra da redenção, pois somente um Deus eterno e perfeito poderia ser o Salvador do mundo. Por isso, é essencial reafirmar continuamente as verdades bíblicas sobre Jesus como Deus verdadeiro e homem verdadeiro, eternamente igual ao Pai e ao Espírito Santo.

2. Suas explicações

Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças.

Os principais pontos do arianismo:

  • Jesus como uma criatura. Ário ensinava que Jesus foi criado por Deus e, portanto, não poderia ser coeterno nem consubstancial (da mesma essência) com o Pai. Eles gostam de citar estes versículos: “O Senhor me criou o princípio dos seus caminhos” (Pv.8:22 – LXX); “O qual ´imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl.1:15). Baseado nestes versículos, tirados do seu contexto, eles diziam que “houve um tempo em que o filho não existia”. Isso contradiz João 1:1, que declara: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
  • Subordinação essencial. Para os arianos, Jesus possuía uma natureza divina inferior à de Deus Pai, uma ideia contrária às afirmações bíblicas de que Jesus é igual ao Pai em essência e poder (Fp.2:6).
  • Outra passagem favorita do arianismo: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (João 1:1-3).

3. Como solucionar a controvérsia de Ário e seus seguidores?

As passagens utilizadas por Ário e seus seguidores foram tiradas de seu contexto para sustentar uma doutrina contrária à Bíblia. Portanto, a refutação às interpretações de Ário e seus seguidores deve ser feita considerando o contexto pleno das Escrituras, especialmente as passagens que afirmam claramente a eternidade e divindade de Cristo. Veja a seguir a refutação dos principais textos pinçados pelo arianismo:

a) Provérbios 8:22 – “O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (LXX).

Ário interpretava esta passagem como uma prova de que Cristo foi criado. Contudo, o contexto de Provérbios 8 não fala sobre o Cristo histórico, mas sobre a personificação da sabedoria divina. A palavra hebraica traduzida como "criou" na LXX é “qanah”, que no hebraico original pode significar “possuir”, “adquirir” ou até “originar”. Assim, esta passagem não implica que Cristo foi criado, mas sim que a sabedoria, da qual Cristo é a plena manifestação (1Co.1:24), sempre esteve com Deus.

Além disso, as Escrituras afirmam repetidamente a eternidade de Cristo:

  • João 1:1-3 – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
  • Hebreus 1:8 – O Pai declara sobre o Filho: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”.

Esses textos confirmam que Cristo não é uma criatura, mas eterno e consubstancial com o Pai.

b) Colossenses 1:15 – “O primogênito de toda a criação”

Ário interpretava “primogênito” como “primeiro a ser criado”. Porém, a palavra grega usada, “prototokos”, não se refere à criação no sentido temporal, mas à supremacia e preeminência. No contexto judaico, “primogênito” era um título de honra, indicando posição e autoridade, e não necessariamente o primeiro a ser nascido. Exemplos:

  • Salmos 89:27 – Deus chama Davi de “primogênito”, embora ele fosse o caçula em sua família.
  • Em Colossenses 1:16, Paulo esclarece que Cristo “criou todas as coisas”, o que seria impossível se Ele mesmo fosse criado.

Além disso, a sequência do texto (Cl.1:17) afirma que “Ele é antes de todas as coisas”, reforçando Sua eternidade.

c) João 17:3 – “Que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro

Ário usava este versículo para negar a divindade de Cristo, destacando o Pai como único Deus verdadeiro. Contudo, o contexto mais amplo de João refuta essa interpretação:

  • João 1:1-3 afirma a plena divindade do Filho: “O Verbo era Deus”.
  • João 10:30 – Jesus declara: “Eu e o Pai somos um”.
  • João 20:28 – Tomé, ao ver Jesus ressuscitado, exclama: “Senhor meu e Deus meu!”.

João 17:3, portanto, enfatiza o papel único do Pai como fonte de toda divindade, mas isso não nega a coeternidade e divindade de Cristo.

d) outras evidências bíblicas da divindade de Jesus Cristo, que contradizem o arianismo:

  • A eternidade de Jesus. Textos como João 1:1-3 e Miquéias 5:2 mostram que Cristo existia desde a eternidade e não foi criado.
  • A igualdade com o Pai. Filipenses 2:6 afirma que Jesus, “existindo em forma de Deus”, não considerou o ser igual a Deus algo a que devia se apegar, indicando Sua essência divina e igualdade com o Pai.
  • Adoração a Cristo. A Escritura ensina que apenas Deus deve ser adorado (Êx.34:14). No entanto, Jesus aceitou adoração em várias ocasiões (Mt.14:33; João 9:38), evidência de Sua divindade.
  • Jesus é chamado de Deus. Passagens como Tito 2:13 e João 20:28 confirmam que Jesus é reconhecido como Deus pelos apóstolos e pelos primeiros cristãos.

e) Refutação Geral

A ideia de Ário de que “houve um tempo em que o Filho não existia” contradiz diretamente passagens como:

  • Hebreus 13:8 – “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre”.
  • Apocalipse 22:13 – Jesus declara: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”.

Essas e outras passagens afirmam a eternidade do Filho de Deus.

A doutrina da Trindade é o fundamento para compreender essas verdades. O Pai, o Filho e o Espírito Santo compartilham a mesma essência divina, sendo distintos em pessoas, mas inseparáveis em Sua divindade.

Portanto, a interpretação de Ário falha em reconhecer o contexto das Escrituras e a plenitude da revelação bíblica sobre Cristo. Ele não é uma criatura, mas o Deus eterno, Criador de todas as coisas e Salvador de todos os que creem n’Ele.

III. IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE

1. A Tradução do Novo Mundo

A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo (TNM). Essa tradução, utilizada pelas Testemunhas de Jeová, é amplamente reconhecida por estudiosos como uma versão tendenciosa, com alterações deliberadas para sustentar suas crenças doutrinárias. Essas adulterações refletem uma tentativa de negar a divindade de Cristo e a Trindade, conceitos centrais da fé cristã histórica. Abaixo estão algumas das alterações citadas, analisadas à luz do texto original das Escrituras:

a) João 1:1 – “E a Palavra era um Deus”. Na TNM, a última frase de João 1:1 é traduzida como “e a Palavra era um deus” (com "d" minúsculo), em vez de “e a Palavra era Deus”.

  • A frase em grego, “kai theos ēn ho logos”, traduz-se literalmente como “e Deus era a Palavra”. O artigo definido está ausente antes de theos para indicar que o foco está na natureza divina da Palavra, não para sugerir um deus inferior.
  • A tradução da TNM reduz Jesus a uma entidade subordinada, contrariando a teologia bíblica que afirma sua igualdade com o Pai (João 10:30; Hebreus 1:3).
  • Especialistas em grego, como Bruce Metzger e Daniel Wallace, rejeitam essa tradução como injustificável.

b) Tito 2:13 – “Do grande Deus e do nosso Salvador Jesus Cristo”. A TNM adiciona “do” na tradução de Tito 2:13, separando “Deus” de “Salvador Jesus Cristo”. O texto original diz: “tou megalou theou kai sōtēros hēmōn Iēsou Christou”, traduzido corretamente como “do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo”.

Segundo a gramática grega, quando dois substantivos são unidos por “e” (kai) e compartilham o mesmo artigo definido (tou), eles referem-se à mesma pessoa. Aqui, o texto claramente identifica Jesus como “Deus e Salvador”. A adição de “do” na TNM quebra essa regra gramatical para negar que Jesus é chamado de Deus diretamente.

c) 2Pedro 1:1 – “Do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Assim como em Tito 2:13, a TNM insere um “do” onde não existe no texto original.

  • “tou theou hēmōn kai sōtēros Iēsou Christou”, traduzido corretamente como “do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. A mesma regra gramatical de Tito 2:13 se aplica aqui, identificando Jesus como Deus e Salvador. A alteração na TNM busca separar Deus Pai de Jesus Cristo, indo contra o ensino bíblico da plena divindade de Cristo.

Problemas gerais da TNM

a)   Alterações sistemáticas. A TNM não segue a tradução literal do texto grego, mas altera passagens-chave que sustentam a doutrina da divindade de Cristo e a Trindade.

b)   Uso seletivo de fontes. Os tradutores da TNM não eram especialistas em grego ou hebraico. Eles se basearam em interpretações convenientes e isoladas para justificar suas alterações.

c)   Desvio doutrinário. Ao manipular o texto bíblico, a TNM conduz seus leitores a uma visão distorcida de Deus e de Cristo, afastando-os da verdade revelada nas Escrituras.

Refutação bíblica

As Escrituras, corretamente traduzidas, confirmam que Jesus é Deus:

  • João 1:1 apresenta Jesus como o Verbo eterno e divino.
  • Tito 2:13 e 2Pedro 1:1 identificam Jesus como “nosso Deus e Salvador”.
  • Hebreus 1:8 declara: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”.
  • Filipenses 2:6 afirma que Ele é “em forma de Deus”, igual ao Pai.

Enfim, a adulteração do texto bíblico pela Tradução do Novo Mundo reflete uma tentativa deliberada de apoiar crenças heréticas, como a negação da divindade de Cristo. É essencial que os cristãos estejam bem fundamentados nas Escrituras, traduzidas com fidelidade e em harmonia com o contexto e a gramática original, para combater tais distorções e defender a verdade bíblica.

2. Os movimentos orientais e a negação da divindade de Jesus

Os movimentos religiosos orientais, especialmente aqueles com base no panteísmo monista, têm visões profundamente diferentes sobre a natureza de Deus, do homem e do universo, rejeitando tanto a doutrina da Trindade quanto a divindade de Jesus Cristo. Essa negação é especialmente evidente em grupos como o movimento Hare Krishna e outros que seguem tradições derivadas do hinduísmo ou do budismo.

a) A visão panteísta monista. No panteísmo monista, Deus e o universo são considerados uma única realidade impessoal. Não há distinção entre o Criador e a criação, o que contradiz a visão bíblica de um Deus transcendente e pessoal (Isaías 57:15). Nesse contexto:

  • Jesus Cristo não é reconhecido como Deus encarnado ou Salvador, mas muitas vezes visto como um guia espiritual ou uma manifestação de um “princípio divino”.
  • Trindade é negada, pois o conceito de três Pessoas em uma única essência divina não se alinha à ideia de um “todo universal impessoal”.

b) O caso específico do movimento Hare Krishna. O movimento Hare Krishna, originado da tradição Vaishnava do hinduísmo, considera Krishna como a suprema personalidade de Deus. Dentro dessa perspectiva:

  • Jesus é reduzido a um “avatar” ou “manifestação secundária” de Krishna. Ele é considerado um mestre espiritual, mas não Deus encarnado nem o Salvador da humanidade.
  • Salvação não é encontrada em Jesus Cristo, mas na devoção a Krishna, através de cânticos e práticas meditativas.

A Bíblia apresenta Jesus como único mediador entre Deus e os homens (1Timóteo 2:5), enquanto o movimento Hare Krishna nega esse papel exclusivo.

c) Diferença fundamental entre Cristianismo e movimentos orientais. A visão bíblica é diametralmente oposta às crenças orientais:

  • Jesus é Deus. O cristianismo afirma que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem; é a segunda Pessoa da Trindade (João 1:1,14; Hebreus 1:3).
  • Salvação pela graça. O cristianismo ensina que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido pela fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8,9). Em contraste, movimentos orientais frequentemente associam a “salvação” a práticas e méritos humanos, como meditação ou devoção ritualística.
  • Deus pessoal. A Bíblia revela um Deus pessoal e amoroso, que se relaciona com sua criação e oferece redenção por meio de Cristo (João 3:16), enquanto o panteísmo monista reduz Deus a uma energia ou força impessoal.

Enfim, a negação da divindade de Jesus pelos movimentos orientais reflete uma cosmovisão que contraria as Escrituras e minimiza o papel redentor de Cristo. Cabe aos cristãos apresentar, com clareza e amor, o evangelho de Jesus Cristo como a verdade suprema, destacando que Ele é o único caminho para Deus (João 14:6) e o Salvador de toda a humanidade.

3. Outros grupos

A visão de Jesus Cristo varia amplamente entre diferentes grupos religiosos e filosóficos, com muitos negando sua divindade e papel como Salvador da humanidade. Essas visões distorcidas contradizem a revelação bíblica, que declara que Jesus é Deus encarnado e o único mediador entre Deus e os homens (1Timóteo 2:5). A seguir, uma análise mais detalhada das crenças desses grupos e sua incompatibilidade com as Escrituras.

a) O Jesus do Alcorão. No Islã, Jesus (conhecido como Issa) é considerado um dos maiores profetas, mas não é Deus nem o Filho de Deus. As principais crenças islâmicas sobre Jesus incluem:

  • Negação da divindade. O Alcorão rejeita explicitamente que Jesus seja Deus ou que faça parte de uma Trindade (Surata 5:72,73).
  • Negação da filiação divina. Para os muçulmanos, Deus (Allah) não tem filhos, e a ideia de Jesus como Filho de Deus é considerada blasfema (Surata 19:35).
  • Negação da crucificação e ressurreição. O Alcorão afirma que Jesus não morreu na cruz, mas que foi levado ao céu por Deus (Surata 4:157,158).

Todavia, a Bíblia revela Jesus como o próprio Deus encarnado (João 1:1,14), que morreu pelos pecados da humanidade e ressuscitou no terceiro dia (1Coríntios 15:3,4). Sua ressurreição é central para a fé cristã e confirma sua divindade e vitória sobre a morte (Romanos 1:4).

b) Religiões reencarnacionistas. Grupos que acreditam na reencarnação, como o espiritismo e algumas correntes do hinduísmo e budismo, têm uma visão reducionista de Jesus. Para eles:

  • Jesus não é Deus. Ele é visto como um espírito evoluído, um médium, ou um dos grandes mestres espirituais que atingiram um elevado grau de iluminação.
  • Negação da singularidade. Jesus é considerado um entre muitos líderes espirituais, perdendo sua posição única como o Salvador da humanidade.
  • Rejeição da ressurreição física. Esses grupos interpretam a ressurreição como um evento simbólico ou espiritual, não como um fato histórico literal.

Todavia, a Bíblia apresenta Jesus como singular e incomparável:

  • Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1Timóteo 2:5).
  • Sua ressurreição não foi apenas espiritual, mas física e histórica (Lucas 24:39; Atos 1:3).
  • Ele é exaltado acima de todo principado e poder (Efésios 1:21) e é perfeito em sua santidade e sacerdócio eterno (Hebreus 7:26).

c) A supremacia de Cristo segundo a Bíblia. Os grupos mencionados distorcem a identidade de Jesus, mas as Escrituras proclamam claramente sua divindade e supremacia:

  • Jesus é Deus em forma humana. "Deles são os patriarcas e também deles, quanto à carne, veio o Cristo, que é sobre todos, Deus bendito para sempre. Amém!" (Romanos 9:5).
  • Ele é único e incomparável. "Acima de todo principado e autoridade, e poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não só no presente século, mas também no vindouro" (Efésios 1:21).
  • Sua ressurreição é o fundamento da fé cristã: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé" (1Coríntios 15:14).

Finalmente, os grupos que negam a divindade de Jesus perdem de vista sua verdadeira identidade como Deus encarnado, Salvador e Senhor. Esses erros enfatizam a necessidade de proclamar fielmente a Cristo como revelado nas Escrituras, apresentando-o como o único caminho para Deus e a salvação (João 14:6).

CONCLUSÃO

O estudo desta Lição reforça a doutrina central da fé cristã: Jesus Cristo é Deus, plenamente divino e plenamente humano. As Escrituras são claras ao afirmar sua divindade, apresentando-o como o Verbo eterno que se fez carne (João 1:1,14), o Deus verdadeiro e a vida eterna (1João 5:20). Sua singularidade é revelada em seus atributos divinos, obras poderosas, e na adoração que recebe, algo reservado exclusivamente a Deus.

Apesar dos ataques históricos e contemporâneos à sua divindade, como o Arianismo e outros movimentos que negam sua natureza divina, a Bíblia permanece como a fonte inerrante e inabalável que testifica quem Jesus realmente é. Ele não é apenas um profeta, mestre ou guia espiritual, mas o Criador de todas as coisas, o Salvador da humanidade e o Senhor da glória.

Portanto, crer na divindade de Jesus não é opcional, mas essencial para a salvação (João 14:6; Romanos 10:9). Que possamos reconhecer Jesus como nosso Deus e Salvador, adorando-o em espírito e em verdade, e proclamando sua majestade ao mundo. A Ele, todo poder, honra e glória para sempre! Amém.

 

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

Dicionário VINE.CPAD.

O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1, 2 e 3João – como ter garantias da salvação.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Pedro – com os pés no vale e o coração no céu.

Pr. Hernandes Dias Lopes. João – As glórias do Filho de Deus.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios.

Raimundo de Oliveira. Seitas e Heresias. CPAD.

Eurico Bergstén. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD.

Myer Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. CPAD.

Esequias Soares. Heresias e Modismos. CPAD.

Silas Daniel. Seitas e Heresias. CPAD.

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