3º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 08
Texto Base: Atos 6:1-7
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio” (Atos 6:3).
Atos 6:
1.Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas
no ministério cotidiano.
2.E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3.Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este
importante negócio.
4.Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5.E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão,
e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6.e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes
impuseram as mãos.
7.E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito
o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
INTRODUÇÃO
O crescimento da Igreja Primitiva,
embora fosse um sinal evidente da ação do Espírito Santo na pregação do
Evangelho, também trouxe consigo desafios e tensões internas. Afinal, onde há
pessoas, há necessidades, diferenças e, consequentemente, surgem conflitos. Foi
o que ocorreu na igreja de Jerusalém, quando um problema relacionado à
assistência social gerou queixas e descontentamento entre os irmãos.
Contudo, o que se destaca nesse
episódio não é o problema em si, mas a maneira sábia, espiritual e organizada
com que a igreja lidou com a situação. Guiados pelo Espírito Santo, os
apóstolos não ignoraram a dificuldade, nem permitiram que ela se transformasse
em divisão. Pelo contrário, encontraram uma solução prática e bíblica,
instituindo o ministério diaconal, que passou a ser fundamental para atender às
demandas sociais, permitindo que eles se dedicassem à oração e à pregação da
Palavra.
Nesta lição, aprenderemos que uma
igreja saudável não é aquela que está livre de problemas, mas sim aquela que
enfrenta seus desafios com sabedoria, unidade, oração e foco na missão. Veremos
que a harmonia entre o serviço espiritual e social é essencial para o
crescimento equilibrado da igreja e para a edificação do Corpo de Cristo.
I. A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
1. Conflito de natureza cultural
“Ora,
naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano” (Atos 6:1).
O texto de
Atos 6:1 revela um conflito que surgiu na Igreja Primitiva em Jerusalém, não de
ordem doutrinária, mas de natureza cultural e social. O crescimento da
comunidade cristã trouxe consigo desafios relacionados à diversidade dos seus
membros. De um lado, estavam os “hebreus”, judeus nascidos no território de
Israel, que falavam principalmente o aramaico (uma forma popular do hebraico) e
seguiam as tradições culturais judaicas com mais rigor. Do outro lado, estavam
os “gregos”, ou judeus helenistas — aqueles que haviam vivido na diáspora, fora
de Israel, e tinham como idioma principal o grego, além de incorporarem alguns
elementos culturais do mundo grego.
Essa
diferença linguística e cultural, somada ao crescimento da comunidade, gerou um
sentimento de desvantagem por parte dos helenistas. Eles perceberam que as suas
viúvas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária dos alimentos, o que
acendeu murmurações e tensões internas.
O
conflito, portanto, não era apenas sobre comida, mas sobre pertencimento,
valorização e cuidado dentro da comunidade cristã. Isso mostra que, mesmo em uma
igreja cheia do Espírito Santo, desafios humanos e relacionais podem surgir —
especialmente quando envolvem diferenças culturais, sociais e linguísticas.
O grande
ensinamento desse episódio é que a unidade da Igreja não pode ser ameaçada por
barreiras culturais ou conflitos interpessoais. A liderança espiritual precisa
estar atenta a esses desafios, tratando-os com sabedoria, empatia e prontidão,
sem permitir que pequenos focos de descontentamento se tornem rachaduras no
Corpo de Cristo.
2. Conflito de natureza social
“...porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano”.
Além da
barreira cultural, o problema descrito em Atos 6:1 também possui um evidente
aspecto social. A negligência ocorria no que Lucas chama de “ministério
cotidiano”, que se refere à distribuição diária de mantimentos e auxílio às
viúvas, um dos grupos mais vulneráveis na sociedade judaica da época (cf.
Tg.1:27).
O fato de
que as viúvas dos helenistas estavam sendo desprezadas revela um desequilíbrio
no cuidado social da igreja. Isso não parece ter sido fruto de má intenção, mas
sim do próprio desafio logístico e estrutural gerado pelo rápido crescimento da
comunidade cristã, que passou de dezenas a milhares de membros em pouco tempo
(Atos 2:41; 4:4).
Esse
episódio evidencia que, embora a igreja seja, acima de tudo, um organismo
espiritual, ela também possui uma dimensão organizacional e social, que não
pode ser ignorada. A missão da igreja é integral: ela cuida da alma, mas também
das necessidades práticas dos seus membros.
Portanto,
o conflito social que surgiu em Jerusalém serve como um alerta e um ensinamento
para a igreja de todos os tempos: não basta ter uma vida espiritual fervorosa;
é preciso também uma estrutura saudável, justa e funcional no cuidado com as
pessoas, especialmente com os mais vulneráveis.
Esse
incidente não revela fraqueza da igreja, mas sim a sua humanidade e a
necessidade constante de ajustes, organização e administração dos recursos e do
cuidado mútuo. A maturidade espiritual se reflete também na forma como lidamos
com as demandas práticas da comunidade cristã.
3. Qual é a prioridade?
O texto de
Atos 6 evidencia que a igreja de Cristo não pode ser reduzida a uma instituição
que cuida exclusivamente da esfera espiritual, negligenciando as demandas sociais.
O desequilíbrio entre essas duas dimensões gera uma espiritualidade distorcida,
desconectada do ensino bíblico.
É um
equívoco pensar que adoração, oração, louvor ou ensino da Palavra sejam
suficientes quando se ignora o sofrimento dos necessitados. Na verdade, tanto
no Antigo quanto no Novo Testamento, Deus reprova duramente uma religiosidade
que despreza a justiça social, a misericórdia e o cuidado com os vulneráveis.
Isso é claramente expresso em Isaías 58:6,7, onde Deus rejeita jejuns vazios de
compaixão, e nas palavras de Jesus em Mateus 25:35-40, quando Ele se identifica
com os famintos, sedentos, nus e enfermos.
Por outro
lado, Atos 6 também deixa claro que a igreja não poderia comprometer sua missão
espiritual. Por isso, os apóstolos disseram: “Não é razoável que deixemos a
palavra de Deus e sirvamos às mesas” (Atos 6:2). Isso não significa desprezo
pelo serviço social, mas sim a percepção de que cada área deve ser desempenhada
por pessoas vocacionadas e capacitadas para ela. Assim, a igreja permanece
equilibrada, forte na Palavra, na oração e no serviço ao próximo.
Portanto,
a prioridade da igreja é dupla e inseparável: cuidar das almas e cuidar das
pessoas em suas necessidades físicas, emocionais e sociais. A verdadeira
adoração a Deus inclui amar e servir o próximo de forma prática e tangível.
O QUE APRENDEMOS NESTE TÓPICO I
- “A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS” Este tópico nos ensina que, mesmo em uma igreja cheia do
Espírito Santo, conflitos podem surgir — especialmente quando há
diversidade cultural, desafios sociais e crescimento rápido. O segredo não
está em evitar os conflitos a qualquer custo, mas em identificá-los com
sabedoria e tratá-los com maturidade espiritual e sensibilidade pastoral. 1. Conflito de natureza
cultural. O surgimento de tensões entre hebreus e helenistas mostra
que diferenças culturais podem gerar sentimentos de exclusão e injustiça,
mesmo dentro da comunidade cristã. Aprendemos que:
Esse ponto nos lembra que a inclusão verdadeira exige
escuta, sensibilidade e ação prática. 2. Conflito de natureza
social. A negligência das viúvas helenistas revela que a dimensão
social da igreja é tão importante quanto a espiritual. Aprendemos que:
A missão da igreja é integral: ela cuida da alma e do
corpo, da fé e da dignidade. 3. Qual é a prioridade? A
resposta dos apóstolos mostra que a igreja precisa manter equilíbrio
entre o ministério da Palavra e o serviço social. Aprendemos que:
Esse ponto nos ensina que adoração sem compaixão é vazia, e
serviço sem Palavra é incompleto. Aplicações práticas
|
1. O ministério da oração e da Palavra
“Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (Atos
6:4).
Diante do
conflito surgido na igreja, os apóstolos demonstraram grande discernimento ao
compreenderem que, embora as demandas sociais fossem legítimas e urgentes, não
poderiam ser tratadas em detrimento do ministério espiritual. Eles entenderam
que o cuidado com os necessitados fazia parte da missão da igreja, mas sem
comprometer sua principal vocação: a oração e a ministração da Palavra (Atos
6:4).
A resposta dos apóstolos revela um princípio
fundamental: a igreja precisa manter equilíbrio entre suas funções espirituais
e sociais. Não é uma questão de escolher uma em detrimento da outra, mas de
compreender que ambas são expressões do mesmo Evangelho. A oração conecta a igreja a Deus, enquanto a Palavra a
alimenta espiritualmente e a direciona. Por outro lado, o cuidado com os
necessitados manifesta o amor prático, a compaixão e a justiça do Reino.
A decisão
dos apóstolos demonstra que não se pode abandonar o ministério da Palavra nem
tratar a oração como algo secundário. Eles não estavam delegando o “menos
importante”, mas organizando a igreja de forma que cada área fosse devidamente
assistida por pessoas capacitadas e vocacionadas. Assim, o modelo apostólico
ensina que uma igreja saudável não é aquela que se volta exclusivamente para o
espiritual, nem apenas para o social, mas que serve a Deus em oração, na
proclamação e no serviço ao próximo com excelência e equilíbrio.
2. Não há conflito entre tarefas
O texto de
Atos 6 deixa claro que não existe conflito ou hierarquia que coloque o
ministério da oração e da pregação como mais importante do que o ministério do
serviço, da assistência e da diaconia. Na verdade, ambos são complementares e
essenciais à missão integral da Igreja. A dicotomia entre “espiritual” e
“social” não encontra respaldo nas Escrituras. A mesma fé que nos leva a buscar
a Deus em oração e a proclamar o Evangelho é a que nos impulsiona a amar e
cuidar do próximo de forma prática e concreta.
O erro de
algumas igrejas, ao longo da história, foi espiritualizar demais, a ponto de
negligenciar os necessitados, ou, no extremo oposto, focar apenas nas questões
sociais, esquecendo-se da centralidade da Palavra, da oração e da proclamação
do Evangelho. Ambas as posturas estão equivocadas.
A Igreja
de Cristo não é chamada para ser apenas um centro espiritual, tampouco um mero
organismo assistencial. Ela é o corpo de Cristo na Terra, e, como tal, deve
refletir o equilíbrio perfeito que havia no ministério do próprio Jesus, que
tanto ensinava as multidões quanto curava, alimentava e socorria os aflitos.
Portanto, a oração, a Palavra e o serviço caminham juntos como expressões da
mesma fé viva e operante.
3. A Diaconia
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio” (Atos 6:3).
O termo
“diaconia” significa “serviço” ou “ministério”, e sua essência não se limita ao
Novo Testamento nem começou em Atos 6. Na verdade, a diaconia é um princípio
que atravessa toda a revelação bíblica, desde o Antigo Testamento, onde Deus
ordena cuidado, justiça e misericórdia aos órfãos, viúvas e necessitados
(Sl.41:1-3; Is.58:6,7; Dt.15:11).
No
ministério de Jesus, vemos a manifestação suprema da diaconia. Ele, sendo
Senhor, assumiu a forma de servo (Fp.2:7) e fez do serviço ao próximo um dos
pilares centrais do Reino de Deus. Sua diaconia não era apenas espiritual, mas
integral: curava, alimentava, libertava e acolhia os marginalizados
(Lc.4:18-19; Mt.11:5).
Em Atos 6,
quando surgem desafios na administração das necessidades da comunidade cristã,
os apóstolos não menosprezam o trabalho de assistência. Pelo contrário,
reconhecem-no como “este importante negócio” (Atos 6:3), deixando claro que a diaconia não é uma atividade menor na igreja, mas
uma expressão visível do amor de Cristo.
O texto de
Atos revela que a função do diácono é mais relevante pela natureza do serviço
prestado do que simplesmente pelo título. Infelizmente, alguns, hoje,
subestimam o papel do diácono, vendo-o como auxiliar de funções administrativas
ou operacionais, quando, na verdade, a Bíblia apresenta a diaconia como uma
missão nobre, exigindo pessoas cheias do Espírito Santo, de sabedoria e de bom
testemunho (Atos 6:3).
Portanto,
a diaconia é tão espiritual quanto qualquer outro ministério da igreja. Ela
expressa, na prática, a compaixão, a justiça e o amor do Evangelho. Servir, na perspectiva bíblica, não é estar em
posição inferior, mas é agir segundo o exemplo do próprio Cristo, o Diácono por
excelência (Mc.10:45).
O QUE APRENDEMOS NESTE TÓPICO II
- “A DELEGAÇÃO DE TAREFAS” Este tópico nos ensina que uma igreja saudável e eficaz precisa
de organização, discernimento e equilíbrio entre os diversos
ministérios. A delegação de tarefas não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria
espiritual e administrativa, que permite à Igreja cumprir sua missão de forma
plena e ordenada. 1. O ministério da oração
e da Palavra. Os apóstolos reconheceram que, embora o cuidado social fosse
essencial, não poderiam negligenciar a oração e a pregação da Palavra. Aprendemos
que:
Este item nos mostra que a espiritualidade e o serviço
social não competem entre si, mas se complementam. 2. Não há conflito entre
tarefas. O texto de Atos 6 nos ensina que não existe hierarquia
entre os ministérios espirituais e os sociais. Ambos são expressões legítimas
da fé cristã. Aprendemos que:
Este item reforça que a missão da Igreja é holística, e
cada ministério tem seu valor e dignidade diante de Deus. 3. A Diaconia. A
escolha dos sete diáconos mostra que o serviço prático na Igreja exige
maturidade espiritual. Aprendemos que:
Este item nos ensina que o serviço é uma forma elevada de
adoração, e que a diaconia é essencial para o bom funcionamento da Igreja. Aplicações práticas
|
III. SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
1. Privilegiando o caráter
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação...”.
O texto de
Atos 6:3 revela que, ao escolher os primeiros diáconos, a prioridade da Igreja
não estava na capacidade técnica, mas no caráter dos candidatos. A recomendação
apostólica foi clara: deveriam ser homens de "boa reputação, cheios do
Espírito Santo e de sabedoria". A expressão grega usada para "boa
reputação" (martyreo) carrega a ideia de alguém que possui testemunho irrepreensível,
uma vida pública coerente com sua fé, e que transmite confiança tanto para a
comunidade cristã quanto para os de fora.
O cuidado
dos apóstolos demonstra que, na perspectiva bíblica, o serviço na casa de Deus
não é uma função meramente operacional, mas um ministério sagrado, que exige
integridade, maturidade espiritual e conduta ilibada. A exigência de serem
cheios do Espírito Santo aponta para a dependência do sobrenatural de Deus no
exercício até das tarefas aparentemente mais simples. Isso derruba a falsa
ideia de que existem funções “menores” na Igreja; todo serviço é, antes de
tudo, espiritual e deve ser feito para a glória de Deus.
Se tal
padrão era exigido daqueles que cuidariam do serviço às mesas, quanto mais dos
que lideram, ensinam e pastoreiam o rebanho. Isso mostra que Deus valoriza mais
quem somos do que aquilo que fazemos. Caráter cristão, portanto, não é uma
opção, mas um requisito indispensável para qualquer função ministerial na
Igreja, seja no primeiro século ou nos dias atuais.
2. Exercitando os dons
“...cheios do Espírito Santo e de sabedoria...”.
Ao
selecionar os primeiros diáconos, a Igreja Primitiva deixou claro que o serviço
cristão não se limita a habilidades naturais ou disposição pessoal, mas exige
capacitação espiritual. A recomendação apostólica foi que esses homens fossem
“cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (Atos 6:3), o que aponta para uma
combinação indispensável: fervor espiritual e discernimento prático.
Ter apenas
ortodoxia — conhecimento correto da doutrina — não é suficiente se não houver
comunhão com Deus, sensibilidade espiritual e uma vida cheia do Espírito. Da
mesma forma, operar dons espirituais sem
sabedoria pode gerar confusão, imaturidade e até escândalos no meio da igreja.
É possível encontrar pessoas com zelo espiritual, mas sem equilíbrio, assim
como é possível encontrar pessoas corretas, éticas e firmes na doutrina, mas
secas, frias e insensíveis à direção do Espírito.
O modelo
bíblico une as duas dimensões: vida cheia do Espírito e sabedoria prática. Isso
significa que quem serve na diaconia, ou em qualquer outro ministério, deve
exercer os dons espirituais — como amor, discernimento, serviço, ensino e ajuda
— guiado pela sabedoria que vem do alto (Tg.3:17). Assim, o serviço cristão se
torna frutífero, abençoa a igreja e glorifica a Deus.
Portanto,
Deus espera que cada crente envolvido no serviço cristão desenvolva não apenas
a espiritualidade, mas também a sabedoria, o equilíbrio, o discernimento e a
maturidade. Isso é essencial para que a igreja continue cumprindo sua missão de
forma saudável, eficaz e poderosa.
3. O
modelo da liderança cristã
A escolha
dos sete homens para a diaconia nos revela um princípio fundamental da
liderança cristã: servir é mais
importante do que ser servido. A liderança na igreja não é baseada em
status, títulos ou reconhecimento humano, mas em caráter, espiritualidade e
disposição para servir.
Os
apóstolos destacaram que a liderança espiritual não pode estar dissociada da
comunhão com Deus e da prática da sabedoria. Assim, os escolhidos deveriam ser
não apenas homens de boa reputação, mas também cheios do Espírito Santo e de sabedoria (Atos 6:3). Isso demonstra
que a liderança cristã é essencialmente relacional e espiritual, refletindo o
caráter de Cristo, o maior exemplo de servo (Mc.10:45).
Esse
modelo contrasta radicalmente com os padrões mundanos, que priorizam o poder, a
influência e o prestígio. Na igreja, o líder é aquele que se dispõe a cuidar,
servir, ouvir, orientar e agir com amor, discernimento e dependência do
Espírito Santo.
Portanto,
tanto na função pastoral, quanto no diaconato ou em qualquer ministério da
igreja, o líder precisa ser alguém comprometido com Deus, sensível à voz do
Espírito, e que exerça sua função com sabedoria, humildade e integridade. Esse
é o padrão bíblico para uma liderança que edifica a igreja e glorifica a Deus.
O QUE
APRENDEMOS NESTE TÓPICO III - “SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS” Este tópico nos ensina que a Igreja de Cristo deve ser conduzida
por princípios espirituais sólidos, que priorizam o caráter, a
capacitação espiritual e o modelo de liderança servidora. A escolha dos
primeiros diáconos em Atos 6 é um exemplo claro de como a Igreja deve agir
com discernimento e fidelidade aos valores do Reino. 1. Privilegiando o
caráter. A exigência de que os diáconos
fossem homens de “boa reputação” mostra que o caráter é mais importante
do que a competência técnica. Aprendemos que:
Este ponto nos lembra que a base do ministério cristão é a
coerência entre fé e prática. 2. Exercitando os dons. A
exigência de que os escolhidos fossem “cheios do Espírito Santo e de
sabedoria” revela que o serviço cristão exige capacitação espiritual e
discernimento prático. Aprendemos que:
Este ponto reforça que os dons espirituais devem ser
exercidos com equilíbrio, maturidade e amor. 3. O modelo da liderança
cristã. A liderança na Igreja é fundamentada no exemplo de Cristo: servir,
e não ser servido. Aprendemos que:
Este ponto nos ensina que liderar na igreja é um chamado ao
serviço sacrificial, não à busca por status. Aplicações práticas
|
CONCLUSÃO
A Igreja Primitiva nos ensina, por meio do episódio registrado em
Atos 6, que conflitos e desafios fazem parte da caminhada cristã, especialmente
em contextos de crescimento e diversidade. Contudo, o diferencial de uma igreja
madura e saudável é sua capacidade de enfrentar os problemas com sabedoria,
espiritualidade e unidade.
Os apóstolos compreenderam que não poderiam negligenciar nem a
dimensão espiritual — centrada na oração e na Palavra — nem a dimensão social —
focada no cuidado e no serviço aos necessitados. A solução veio pela ação do
Espírito Santo, que orientou a delegação de tarefas e a escolha de líderes
comprometidos, íntegros e cheios de sabedoria.
Assim, aprendemos que a igreja de Cristo deve ser um lugar onde o
cuidado com as pessoas e a fidelidade à Palavra caminham juntos. O verdadeiro
cristianismo não é apenas espiritualidade, mas também serviço. Uma igreja que
enfrenta seus problemas de forma bíblica, espiritual e responsável se
fortalece, cresce e glorifica o nome do Senhor.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida
da Igreja. Hagnos.
Ralph Earle. Livro dos Atos do Apóstolos.
Myer Pearlman. Atos: Estudo do Livro de Atos e
o Crescimento da Igreja Primitiva.
John Stott. A Mensagem de Atos – Até os Confins da Terra. ABU.
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