2º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 01
Texto Base: João
1.1-14
“E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).
João 1:
1.No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2.Ele
estava no princípio com Deus.
3.Todas
as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
4.Nele,
estava a vida e a vida era a luz dos homens.
5.E
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6.Houve
um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7.Este
veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por
ele.
8.Não
era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9.Ali
estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10.a
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11.Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam.
12.Mas
a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de
Deus: aos que creem no seu nome,
13.Os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão,
mas de Deus.
14.E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Neste 2º trimestre de
2025 estudaremos o Evangelho de João, que se destaca especialmente por
centrar-se no ministério de Jesus. O tema geral do trimestre é: “E O VERBO
SE FEZ CARNE - Jesus sob o olhar do Apóstolo do amor”.
Dentre os vários
tópicos a serem estudados, discutiremos a divindade de Jesus, a obra
transformadora do Espírito Santo, os milagres realizados pelo Mestre,
crucificação, morte e ressurreição do Senhor.
Nesta primeira lição
estudaremos sobre o seguinte tema: “o Verbo que se tornou em carne”. O
Evangelho de João se inicia com uma das declarações mais sublimes das
Escrituras: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus” (João 1:1). Esta afirmação enfatiza a divindade e eternidade de
Cristo, revelando que Ele não apenas estava presente na criação, mas também é o
próprio Criador. João utiliza o termo grego “Logos”
(Verbo) para descrever Jesus como a plena expressão de Deus ao mundo, Aquele
que traz vida e luz à humanidade.
Nesta lição
introdutória, exploraremos a estrutura do Evangelho de João, seu contexto
teológico e suas ênfases principais, destacando como ele difere dos evangelhos
sinóticos. Também analisaremos o impacto dessa revelação extraordinária: Deus
se fez homem, habitou entre nós e nos revelou sua glória, cheia de graça e
verdade (João 1:14).
I. O EVANGELHO DE JOÃO
1. Autoria e data
O
Evangelho de João tem sido amplamente atribuído ao apóstolo João, um dos doze
discípulos de Jesus e identificado como “o discípulo a quem Jesus amava” (João
21:20). A tradição cristã, desde os primeiros séculos, sustenta essa autoria,
sendo corroborada por testemunhos dos Pais da Igreja, como Irineu de Lião
(século II) e Clemente de Alexandria. Além disso, há forte evidência interna no
próprio texto, especialmente no capítulo 21, onde o autor se refere a si mesmo
de maneira indireta, indicando sua proximidade com Cristo e sua participação
nos eventos narrados (João 21:24).
Quanto
à data da escrita, a maioria dos estudiosos sugere um período entre 80 e 90
d.C. Diferente dos evangelhos sinóticos, que foram escritos anteriormente, João
escreveu seu relato com uma abordagem mais reflexiva e teológica, destacando
aspectos profundos da identidade divina de Jesus.
2. O propósito do Evangelho
O
propósito do Evangelho de João não é apenas relatar os feitos de Cristo, mas
estabelecer de maneira clara e inquestionável sua divindade. Isso se evidencia
nos primeiros versículos, onde Jesus é descrito como o “Verbo Divino” (Logos),
um conceito que aponta para sua existência eterna e sua função como a revelação
suprema de Deus ao mundo (João 1:1). A afirmação “a Palavra que se fez carne”
(João 1:14) é central para a cristologia joanina, pois destaca a encarnação de
Cristo, demonstrando que o Deus eterno assumiu a natureza humana para redimir a
humanidade.
Dessa
forma, o Evangelho de João se distingue por sua profundidade teológica e seu
propósito evangelístico, sendo um testemunho poderoso da divindade de Jesus e
da salvação oferecida a todos os que nele creem.
“Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31).
O Evangelho de João
apresenta uma das mais ricas exposições sobre a dupla natureza de Cristo – sua
plena divindade e plena humanidade. Desde o primeiro versículo, João enfatiza a
pré-existência e divindade de Jesus ao identificá-lo como o Verbo que estava
com Deus e era Deus (João 1:1). No entanto, esse mesmo Verbo se fez carne e
habitou entre nós (João 1:14), revelando de forma inequívoca que Cristo assumiu
a condição humana sem deixar de ser Deus.
Embora João tenha como
ênfase principal a divindade de Cristo, ele também deixa claro que Jesus viveu
como um verdadeiro ser humano. Em João 8:39,40, Jesus se refere a si mesmo como
um homem que lhes dizia a verdade de Deus, mostrando sua identidade dentro da
história humana. Além disso, João registra episódios que revelam aspectos
genuinamente humanos de Jesus, como sua fadiga (João 4:6), sede (João 19:28),
emoções (João 11:35), compaixão (João 6:5) e até sua morte física (João 19:30).
No entanto, a
humanidade de Cristo não diminui sua divindade, mas a complementa no
cumprimento do plano redentor. A morte expiatória de Jesus é um dos pontos
centrais do Evangelho de João. João Batista já o apresenta como “o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29), antecipando seu sacrifício na
cruz. A morte de Cristo não é um evento acidental ou apenas consequência da
perseguição humana, mas parte essencial do plano divino para a salvação da
humanidade. Como afirma João, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito” (João 3:16), demonstrando que o sacrifício de Jesus é um ato
voluntário de amor redentor.
Portanto, o Evangelho
de João apresenta uma cristologia equilibrada, afirmando que Jesus é
verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A sua divindade garante que Ele
tem poder para salvar, enquanto a sua humanidade assegura que Ele pode se
compadecer de nossas fraquezas e ser o mediador perfeito entre Deus e os homens
(Hb.4:15; 1Tm.2:5). Essa compreensão é essencial para uma fé cristã sólida e
bíblica.
Sinopse I – O EVANGELHO DE JOÃO O Evangelho de João foi escrito pelo
apóstolo João, conforme evidenciado no próprio texto (João 21:20,24) e nos
testemunhos dos Pais da Igreja. Acredita-se que tenha sido redigido entre 80
e 90 d.C., com o objetivo de apresentar uma doutrina genuína sobre a
divindade de Jesus Cristo. João utiliza expressões como “Verbo Divino” e “a
Palavra que se fez carne” para destacar a identidade eterna e divina de
Cristo. Diferente dos evangelhos sinóticos,
João tem uma abordagem mais teológica e evangelística, estruturando sua
narrativa em torno de sinais miraculosos e discursos profundos de Jesus. O
apóstolo destaca que sua intenção ao escrever é levar os leitores a crerem
que Jesus é o Filho de Deus e, assim, receberem a vida eterna (João 20:31). Embora o Evangelho de João enfatize
fortemente a divindade de Cristo, ele também apresenta sua humanidade. Jesus
é mostrado como um verdadeiro homem, que sentiu sede, cansaço, emoção e dor
(João 4:6; 11:35; 19:28,30). Essa dupla natureza é essencial para a
compreensão do plano da redenção, pois sua divindade lhe confere poder para
salvar, enquanto sua humanidade o torna o sacrifício perfeito pelos pecados
da humanidade. Assim, João revela um Cristo plenamente Deus e plenamente
homem, que veio ao mundo para cumprir a obra da salvação. |
II. JESUS, O VERBO DE
DEUS
1. A revelação que
ultrapassa o passado
O
Evangelho de João se inicia com uma declaração grandiosa e profundamente
teológica: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (João 1:1). Ao redigir essa introdução, João provavelmente fez uma alusão
intencional a Gênesis 1:1, onde está escrito: “No princípio criou Deus os céus
e a terra”. No entanto, enquanto Gênesis relata o início da criação do mundo,
João aponta para a eternidade do Verbo (Logos), destacando que Ele já existia
antes mesmo de todas as coisas serem criadas.
Essa
afirmação revela três verdades fundamentais sobre o Verbo:
a)
Sua eternidade. O uso da expressão "no princípio"
não significa um momento específico no tempo, mas sim a ideia de que o Verbo
sempre existiu. Ele não foi criado, mas é eterno, sem começo nem fim, assim
como Deus.
b)
Sua distinção dentro da Trindade. João declara que o
Verbo estava “com Deus”, o que indica uma relação íntima e pessoal dentro da
divindade. Isso aponta para a coexistência do Filho com o Pai desde a
eternidade, revelando o mistério da Trindade.
c)
Sua divindade absoluta. A terceira afirmação, “o Verbo era
Deus”, remove qualquer dúvida sobre a natureza do Verbo: Ele é da mesma
essência de Deus. João não diz apenas que o Verbo estava com Deus, mas que Ele
é Deus. Essa é uma das declarações mais poderosas sobre a divindade de Cristo
em toda a Escritura.
O
apóstolo João, ao descrever Jesus como o “Logos”, utiliza um termo que tinha
grande significado tanto para os judeus quanto para os gregos. Para os judeus,
o "Verbo" remetia à Palavra de Deus que criava e revelava (Sl.33:6; Is.55:11).
Para os gregos, o Logos era o princípio racional que sustentava o universo.
João revela que esse Verbo não é um conceito abstrato, mas uma pessoa real –
Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Dessa
forma, João apresenta Jesus como a revelação suprema de Deus, existente desde a
eternidade e plenamente divino. Ele não apenas estava no princípio, mas
transcende o tempo e a história, sendo o Criador de todas as coisas (João 1:3).
Essa verdade central do Evangelho de João fundamenta a fé cristã e nos convida a
reconhecer Jesus como o Deus eterno que veio ao mundo para trazer luz e vida à
humanidade.
2. A natureza
fundamental do Verbo
O
apóstolo João, ao apresentar Jesus como o Verbo (Logos) de Deus, enfatiza sua
eternidade e divindade. Assim como Deus é eterno, o Verbo também o é, pois Ele
não teve princípio e jamais terá fim. Essa verdade é reforçada em Apocalipse 1:8,
onde Jesus é descrito como “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim”, um título
que pertence exclusivamente a Deus. A sequência “que é, que era e que há de
vir, o Todo-Poderoso” reafirma que Cristo não apenas existia no passado, mas
continua existindo no presente e para toda a eternidade.
No
Evangelho de João, essa natureza divina do Verbo é central. O evangelista faz
questão de mostrar que Jesus não é meramente um mestre ou profeta, mas a
Palavra Encarnada de Deus. Ao dizer que “o Verbo se fez carne e habitou entre
nós” (João 1:14), João utiliza o termo grego (skenóō), que significa
"armar tabernáculo" ou "habitar temporariamente", remetendo
à presença de Deus no tabernáculo no Antigo Testamento. Isso revela que, em
Cristo, Deus veio habitar de forma plena entre os homens.
A
encarnação do Verbo é um dos maiores mistérios e fundamentos da fé cristã. Deus
não apenas se revelou por meio de palavras ou sinais, mas se fez homem,
assumindo a nossa natureza para nos redimir (Fp.2:6-8). Essa verdade é
confirmada ao longo do Evangelho de João, onde Jesus é reconhecido como Deus
por aqueles que creram n’Ele. Após a ressurreição, Tomé, diante de Cristo,
exclama: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28), demonstrando o reconhecimento
pleno de sua divindade.
Assim,
João apresenta Jesus como o Verbo eterno e Todo-Poderoso, digno de adoração,
pois Ele é Deus manifestado em carne. Sua existência transcende o tempo, sua
natureza é divina, e sua missão é trazer salvação à humanidade. Reconhecê-lo
como tal é essencial para a fé cristã e para a adoração verdadeira.
3.
“No princípio era o Verbo” (João 1:1)
O primeiro versículo
do Evangelho de João, “No princípio era o Verbo”, contém uma das declarações
teológicas mais profundas sobre a identidade de Cristo. No original grego, a
palavra traduzida como “Verbo” é “Logos”, termo que possui uma riqueza de
significados tanto na cultura judaica quanto na filosofia grega.
Para os judeus, o
Logos estava associado à Palavra de Deus, que era viva, criadora e reveladora.
No Antigo Testamento, Deus criou todas as coisas por meio de sua Palavra: “Pela
palavra do Senhor foram feitos os céus” (Sl.33:6). Além disso, a Palavra de
Deus era instrumento de revelação e comunicação divina com seu povo (Is.55:11).
Para os gregos,
especialmente dentro da filosofia estoica, o Logos representava o princípio
racional que ordenava e sustentava o universo. Era visto como a "razão
suprema" ou o "princípio divino" que dava sentido ao cosmos.
João, ao iniciar seu
Evangelho, não apenas se apropria desse conceito, mas o ressignifica de maneira
singular e cristocêntrica: o Logos não é uma força abstrata ou um princípio
filosófico, mas uma pessoa real – Jesus Cristo. Ele não apenas expressa a
verdade de Deus, mas Ele é a própria manifestação de Deus na história humana.
O apóstolo explica que
esse “Verbo’ estava no princípio, revelando sua eternidade; estava com Deus,
demonstrando sua distinção dentro da Trindade; e era Deus, afirmando sua plena
divindade. João enfatiza que Jesus é a revelação suprema de Deus ao mundo:
“Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o
revelou” (João 1:18).
Assim, Jesus Cristo é
o Logos de Deus, a expressão visível do Deus invisível (Cl.1:15). Ele não
apenas comunica a verdade de Deus, mas é a própria Verdade (João 14:6). Em
Cristo, Deus se faz conhecido de maneira plena e acessível, trazendo luz e vida
à humanidade. O Evangelho de João, portanto, apresenta o Verbo como a revelação
definitiva do Pai, a encarnação da glória divina, e o meio pelo qual Deus se
relaciona com os homens.
Sinopse II – JESUS, O VERBO DE DEUS O apóstolo João
inicia seu Evangelho apresentando Jesus como o Verbo (Logos) de Deus,
destacando sua eternidade e divindade. Ao afirmar “No princípio era o Verbo”
(João 1:1), João remete a Gênesis 1:1, enfatizando que o Verbo já existia
antes da criação, sendo coeterno com Deus. Diferente da criação, que teve um
início, o Verbo é eterno, estava com Deus e era Deus. Essa revelação
ultrapassa o tempo e a história, pois Jesus não apenas esteve no princípio,
mas é o próprio Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim (Ap.1:8). João reforça que
Jesus é a Palavra Encarnada de Deus, aquele que veio ao mundo para manifestar
plenamente a glória divina e habitar entre os homens (João 1:14). Ele não é
apenas um mensageiro de Deus, mas o próprio Deus que se fez carne para
redimir a humanidade. O conceito de Logos,
presente no grego do Novo Testamento, carrega a ideia de expressão e
comunicação. Para os judeus, a Palavra de Deus era viva e poderosa, atuando
na criação e revelação divina. Para os gregos, o Logos representava o
princípio racional que sustentava o universo. João redefine esse conceito ao
afirmar que o Logos não é uma força impessoal, mas uma pessoa real – Jesus
Cristo, a suprema Revelação de Deus. Dessa forma, Jesus é
a expressão visível do Deus invisível (Cl.1:15), aquele por meio de quem
todas as coisas foram feitas e que se revelou ao mundo para trazer luz e
vida. Seu papel como o Verbo de Deus é central para a fé cristã, pois Ele é a
própria Verdade, a plena manifestação do Pai e o único caminho para a
salvação (João 14:6). |
III. A ENCARNAÇÃO DO
VERBO
1. A manifestação do
Verbo e a Luz do mundo
João,
ao introduzir Jesus como o Verbo Eterno, também o apresenta como o Criador de
todas as coisas, afirmando que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Essa declaração não apenas confirma a
divindade de Cristo, mas também sua participação ativa na criação. Assim como
Deus trouxe à existência o mundo por meio de sua Palavra (Gn.1:1-3), Jesus, o
Verbo, é aquele por meio de quem toda a criação foi formada.
Em
seguida, João estabelece um contraste fundamental entre luz e trevas. No
Evangelho, a luz representa a vida e a verdade de Deus, enquanto as trevas
simbolizam a obscuridade espiritual resultante do pecado e da alienação de
Deus. João declara que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam” (João 1:5), demonstrando que, embora Jesus tenha vindo para
iluminar o mundo, muitos rejeitaram sua mensagem.
Para
preparar o caminho do Messias, Deus enviou João Batista como testemunha da Luz
(João 1:6-8). João Batista não era a luz, mas foi o precursor de Cristo, aquele
que anunciava sua chegada e chamava as pessoas ao arrependimento. Sua missão
era conduzir os corações à verdadeira Luz, que é Jesus, o Salvador do mundo.
Entretanto,
a reação da humanidade à Luz foi marcada por rejeição. João afirma que Cristo
veio para o que era seu, mas os seus não o receberam (João 1:11). Os homens,
presos às trevas do pecado e endurecidos espiritualmente, preferiram rejeitar a
Luz em vez de aceitá-la. Essa rejeição não foi apenas um ato humano, mas a
consequência da cegueira espiritual que domina aqueles que estão afastados de
Deus.
Contudo,
aqueles que receberam a Luz de Cristo foram transformados. João destaca uma
promessa maravilhosa: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). Isso significa que a encarnação do
Verbo trouxe não apenas uma revelação divina, mas também a possibilidade de
salvação e adoção espiritual para todos os que crerem em seu nome.
Portanto,
Jesus não é apenas o Criador, mas também o Redentor, a Luz do mundo que veio
dissipar as trevas do pecado. Seu convite continua ecoando: “Eu sou a luz do
mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).
Aqueles que o recebem experimentam uma nova identidade como filhos de Deus,
sendo chamados das trevas para sua maravilhosa luz (1Pd.2:9).
2. O privilégio de nos
tornarmos filhos de Deus
A
declaração de João em João 1:12,13 é uma das mais sublimes promessas do
Evangelho: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que creem no seu nome”. Esse versículo revela um privilégio
extraordinário concedido àqueles que aceitam Jesus Cristo como Senhor e
Salvador.
No
Antigo Testamento, Israel era considerado o povo escolhido de Deus, mas com a
vinda de Cristo, a graça salvadora foi estendida a toda a humanidade. Enquanto
muitos judeus rejeitaram a salvação oferecida por meio do Messias, Deus, em seu
infinito amor, abriu as portas da redenção para todos, independentemente de
raça, etnia ou origem. Tanto judeus quanto gentios agora têm igual acesso à
filiação divina, não pelo nascimento físico ou herança cultural, mas pela fé em
Cristo Jesus.
João
enfatiza que essa nova filiação não ocorre por descendência natural, vontade
humana ou esforço próprio, mas é resultado da graça de Deus: “os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de
Deus” (João 1:13). Isso significa que não é pelo mérito, mas pela soberana obra
regeneradora de Deus que nos tornamos seus filhos.
Essa
verdade é reafirmada em 1João 3:1: “Vede quão grande amor nos tem concedido o
Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus”. Aqui, João exalta a imensidão do
amor divino, que transforma pecadores em filhos legítimos do Senhor. Essa adoção
espiritual confere uma nova identidade ao crente, garantindo acesso à presença
de Deus, herança celestial e relacionamento íntimo com o Pai.
Portanto,
ao crermos em Jesus, não apenas recebemos o perdão dos pecados e a salvação,
mas somos adotados na família de Deus. Esse é um dos maiores privilégios da
vida cristã: não somos apenas servos ou criaturas de Deus, mas seus filhos
amados, herdeiros das promessas e participantes de sua glória eterna (Rm.8:16,17).
Glórias sejam dadas a Deus pela Sua maravilhosa graça!
3. A manifestação e a
habitação do Verbo
A
declaração de João “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14) é
uma das mais profundas e reveladoras verdades do Evangelho. Aqui, a eternidade
toca o tempo, o transcendente se torna imanente, e Deus entra na história
humana de forma definitiva. O apóstolo João não apresenta apenas um conceito
teológico, mas uma realidade concreta: o Deus eterno se fez homem em Cristo
Jesus.
A
expressão “o Verbo se fez carne” significa que Deus não apenas se revelou, mas
assumiu plenamente a natureza humana. Essa verdade contrasta com a mentalidade
grega e filosófica da época, que considerava o mundo material inferior ou
impuro. No entanto, João proclama que o próprio Logos eterno se tornou um de
nós, assumindo um corpo físico, experimentando emoções, sofrimentos e
limitações humanas, sem jamais perder sua divindade.
Outro
aspecto relevante é a expressão “e habitou entre nós”. No original grego, a
palavra usada para “habitou” (skenoo) significa literalmente “armar sua
tenda” ou “tabernacular”. Essa linguagem remete ao Tabernáculo do Antigo
Testamento, onde Deus habitava no meio do seu povo (Êx.25:8,9). Antes, a
presença divina se manifestava em um santuário construído pelos israelitas;
agora, em Jesus, Deus habita pessoalmente entre os homens.
Além
disso, João enfatiza que nós contemplamos a sua glória (João 1:14), o que
remete à Shekinah, a glória visível de Deus que enchia o Tabernáculo no
deserto e, mais tarde, o Templo. Essa glória, agora, não é mais vista em uma
nuvem ou coluna de fogo, mas na pessoa de Jesus Cristo, cheio de graça e
verdade.
O
apóstolo conclui essa revelação destacando que, enquanto Moisés deu a Lei,
Jesus trouxe a graça e a verdade (João 1:17). A Lei revelava a justiça de Deus,
mas Cristo revelou sua plenitude graciosa e salvadora. Em Jesus, Deus não está
distante, mas acessível, visível e presente. Ele é a suprema revelação do Pai,
e, por meio dele, podemos conhecer a Deus de maneira pessoal e íntima (João 1:18).
Portanto,
a encarnação do Verbo não é apenas um evento histórico, mas o maior ato de amor
e redenção da humanidade. Deus não apenas falou ao homem; Ele veio até nós,
viveu entre nós e nos revelou plenamente sua glória e seu amor salvador.
Sinopse III – A ENCARNAÇÃO DO VERBO O
apóstolo João apresenta a encarnação do Verbo como o evento central da
revelação de Deus à humanidade. Primeiramente, destaca que Jesus é a Luz do
mundo, que veio dissipar as trevas do pecado, embora muitos tenham rejeitado
essa Luz (João 1:4-12). No entanto, àqueles que a receberam, foi concedido o
privilégio de se tornarem filhos de Deus, não por mérito próprio, mas pela fé
no nome de Jesus (João 1:12,13). Por
fim, João afirma que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14),
revelando que Deus não apenas visitou o mundo, mas escolheu viver entre os
homens. A expressão “habitou” remete ao Tabernáculo do Antigo Testamento,
onde Deus manifestava sua presença. Agora, em Cristo, essa presença divina é
plenamente revelada, trazendo graça, verdade e salvação a todos os que creem.
Assim, a encarnação do Verbo é a manifestação suprema do amor de Deus,
proporcionando ao ser humano acesso direto ao Pai. |
CONCLUSÃO
Nesta
primeira lição, estudamos a grandiosa verdade de que o Verbo se tornou em
carne. O Evangelho de João nos revela Jesus como o Logos eterno de Deus, que
estava com o Pai desde o princípio e que, no tempo determinado, se fez homem
para habitar entre nós. Ele não apenas veio ao mundo, mas manifestou a glória
divina, trazendo a plenitude da graça e da verdade.
Vimos
que João enfatiza tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo, mostrando
que Ele é o Criador, a Luz do mundo e o Redentor. Ao assumir a forma humana,
Jesus revelou plenamente o caráter e o amor do Pai, oferecendo a todos a
oportunidade de se tornarem filhos de Deus pela fé.
A
encarnação do Verbo não é apenas um evento teológico, mas a maior demonstração
do amor de Deus pela humanidade. Ele veio ao mundo para restaurar nossa
comunhão com o Pai, iluminando aqueles que estavam em trevas e trazendo
salvação e vida eterna.
Diante
dessa revelação, nossa resposta deve ser de fé, adoração e compromisso com
Cristo. Que possamos reconhecer a grandeza dessa verdade e permitir que a Luz
do Verbo transforme nossas vidas, conduzindo-nos a um relacionamento mais
profundo com Deus.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave –
Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Pr. Hernandes Dias Lopes. João. HAGNOS.