domingo, 31 de julho de 2011

Aula 06 - A EFICÁCIA DO TESTEMUNHO CRISTÃO

Texto Básico: Mateus 5:13-16; Romanos 12:1,2

"Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo" (Fp 2.15).

INTRODUÇÃO
A vida cristã deve ser o modelo e o referencial para a sociedade. Por isso, o Testemunho Cristão não deve ser visto como uma opção, e sim, como um imperativo. Para que a missão integral da igreja seja eficaz é preciso ter como base a vivência na Palavra de Deus. Não se trata de uma experiência apenas intelectual, envolve também a prática. Precisamos viver o que pregamos, ou pregar o que vivemos. Não há uma dualidade entre o que o crente diz e faz, do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. O testemunho é feito principalmente por meio de nossa vida. Ele fala aos nossos ouvintes mais alto até que nossas palavras. Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”. É dever de todo cristão, ter uma vida íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna. Como disse o Senhor, por intermédio do profeta Malaquias: "Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve" (Ml 3.18); demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós (2Rs 4.9; 1Tm 4.12).
Para ilustrar a importância do testemunho cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz(Mt 5:13,14). A ilustração do sal fala do nosso caráter; a luz fala do nosso testemunho. Observe que Cristo falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo. Assim, o caráter precede o testemunho.
A importância vital desses dois símbolos pode ser observada pelos efeitos que exercem. Se o sal for insípido, perderá totalmente o seu valor (Mt 5:13). Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum benefício trará ao ambiente (Mt 5:14).
I. O CRISTÃO COMO SAL DA TERRA
“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens”(Mt 5:14). Quando proferiu estas palavras, Jesus achava-se em Cafarnaum, cercado por grande multidão, num lugar que hoje é apontado como o Monte das Bem-aventuranças. Elas falam sobre a influência e a responsabilidade do cristão neste mundo. Estas palavras serviram para os ouvintes daquele tempo e é ainda útil para os cristãos hoje, pois através delas aprendemos que devemos ser exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, devemos militar contra o mal e a corrupção da sociedade.
Ao dizer que somos o “sal da terra”, o Senhor nos identificou a Ele, já que o sal era o elemento presente em todas as ofertas de manjares apresentadas ao Senhor (Lv 2:13) – “E toda a oferta dos teus manjares salgarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de manjares o sal da aliança do teu Deus; em toda a tua oferta oferecerás sal”. Nota-se que o sal era SINAL da aliança entre Deus e Israel. Por isso era chamado sal da aliança, mostrando que a aliança era inviolável. Também simbolizava a permanência no fato de que dava imunidade contra a corrupção. Também indicava comunhão e fidelidade, visto que as alianças eram seladas com uma refeição comum, na qual o sal era ingrediente importante. Conheça outras “alianças de sal” em Números 18:19, 3Crônicas 13:5 e Ezequiel 43:24.
1. Ser “sal da terra” é dar sabor ao ambiente onde vivemos. O sal dá sabor, faz com que o alimento se torne gostoso, temperado e agradável. Como crentes, devemos tornar o lugar onde estamos agradável, apetitoso, equilibrado. Como as pessoas se sentem quando estão conosco? Será que irradiamos paz, tranqüilidade, confiança, pureza, equilíbrio e moderação? Será que, com exceção daqueles que estão sob possessão maligna, nossa presença é um lenitivo espiritual para as pessoas que nos cercam? Ou será que nós, ao invés de sermos “sal da terra”, temos sido “vinagre”, azedando o ambiente, tornando-o ácido e de difícil convivência? Somos pacificadores ou, pelo contrário, por nosso intermédio é que se produzem as contendas e porfias nos relacionamentos?
Devemos ter muito cuidado para que o sal da nossa vida espiritual e do nosso testemunho não venha a perder o sabor: “O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor?”(Lc 14:34). Se ele perde o sabor, não servirá para mais nada, só para ser pisado pelos homens. "Se o sal for insípido, não mais presta senão para ser lançado fora e pisado pelos homens"(Mt 5.13b). Assim é o mau crente que perdeu o temor de Deus e procede desonestamente no seio da comunidade em que vive.
2. Ser “sal da terra” significa, também, trazer “calor humano”, solidariedade e amor ao lugar onde estamos. Com efeito, nos países temperados e frios, o sal é utilizado para impedir que o gelo e a neve se produzam nas estradas e ruas no rigor do inverno. O sal, portanto, impede que se consolide a frieza, que predomine o gelo. Temos sido instrumento para o aumento da amizade e do companheirismo entre as pessoas? Temos levado as pessoas a reavaliar a sua relação com Deus, ou somos os principais “refrigeradores” do ambiente onde estamos, levando as pessoas a se distanciar cada vez mais do “Sol da justiça” e do “fervor espiritual”?
3. Ser “sal da terra” é conservar o ambiente onde se encontra, é preservar a sua qualidade. Nos tempos antigos, e até mais recentes, este era o recurso para evitar a deterioração dos alimentos perecíveis, de modo que podiam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de seus valores nutricionais. Se o mundo ainda não apodreceu de vez, se tudo ainda não “degringolou” definitivamente, é porque ainda existe um povo que é o “sal da terra”: a Igreja. Em Apocalipse estão descritas uma série de pragas e destruição que serão desencadeadas com a nossa partida durante o arrebatamento, então de certa forma, estamos preservando também este mundo da sua iminente destruição.
4. Ser “sal da terra” é ser instrumento de resistência. O cristão, onde quer que se encontre, precisa ser um instrumento da resistência do Espírito Santo contra a corrupção, contra a degeneração total deste mundo (2Ts 2:7). Como se comportam as pessoas que conosco convivem quando vão encetar conversas imorais, chocarrices e outras más conversações? Será que se incomodam com a nossa presença? Será que nos respeitam? Ou será que somos os primeiros a nos assentar na roda dos escarnecedores? O ambiente aumenta de padrão moral com a nossa presença, ou não fazemos a menor diferença? Se somos “sal da terra”, evidentemente que somos um instrumento de resistência e, embora não possamos “consertar o mundo”, pelo menos um pouco de moralidade, pureza e santidade levaremos ao ambiente, pois, se somos “sal da terra”, não permitiremos a deterioração total do ambiente.
5. Ser “sal da terra” é estimular sede espiritual nos outros. Na falta de água doce o náufrago, na ânsia de matar a sede, pode chegar a ingerir a água do mar, e isto vai fazer com que sinta mais sede ainda, pois a água salgada aumentará a sudorese e, consequentemente, o náufrago irá desidratar-se mais rápido, aumentando assim a sua sede. Logo, está biologicamente comprovado que o sal produz sede. O cristão como o sal precisa produzir sede espiritual nos outros, como fez Jesus no 8º dia da festa dos tabernáculos (João 7:37b).
Como está a sua vida nessa área? Você tem salgado o seu ambiente? Através do seu testemunho cristão você tem se posicionado contra a corrupção? Esse é o desafio para o verdadeiro discípulo de Cristo.
II. O CRISTÃO COMO LUZ DO MUNDO
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”(Mt 5:14). Como LUZ, o cristão, conduz as pessoas àquele que é a fonte da salvação.
1. O que é “ser luz do mundo”. Diferente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida. A ausência da luz permite que a escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem.
a) Ser “luz do mundo” é iluminar o mundo. Isto significa fazer resplandecer a luz do Evangelho de Cristo (2Co 4:4), o que somente se faz quando praticamos a verdade, quando temos um comportamento de total submissão às Escrituras (2Co 4:2). Quando vivemos conforme a Palavra de Deus, os homens veem que estamos na luz e identificam que somos filhos de Deus e, por isso, glorificam ao nosso Pai que está nos céus, pois sabem que nossas obras são boas (Mt 5:16).
b) Ser “luz do mundo” é ter comunhão com Deus. Isto significa viver sem pecar e, se pecarmos por acidente, pedirmos imediatamente perdão a Deus e a quem ofendermos, como também termos comunhão uns com os outros, com a “família de Deus”(Ef 2:19), pois só assim teremos condição de estar debaixo do poder purificador do sangue de Cristo (1João 1:5-7).
c) Ser “luz do mundo” é amarmos o próximo como a nós mesmos. Não é apenas dizer que amamos, mas tomarmos atitudes reais que demonstram o nosso amor pelo outro (1João 3:17-19), guardando, assim, os mandamentos do Senhor (1João 3:24).
d) Ser “luz do mundo” é também trazer não só iluminação, mas também calor para o mundo. A luz também produz calor e é necessário que o cristão traga, ao mundo, fervor espiritual (Rm 12:11). Para termos fervor espiritual, faz-se mister que vivamos uma vida de santificação, de oração e de jejum, para que sejamos vasos de honra na casa do Senhor e nossas palavras possam “ferver”, atingindo os corações (Sl 45:1). Uma vida de separação do pecado é indispensável para que tenhamos “fervor”, que não se confunde com “barulho” nem tampouco com “emocionalismo” ou “movimentos carnais”.
e) Ser “luz do mundo” é produzir energia. O cristão verdadeiro traz ânimo e estimula os demais a buscar a Deus, a temer a Deus. Quando o cristão vive uma vida de sinceridade, todos que estão à sua volta percebem a sua condição de santo homem de Deus (2Rs 4:9) e, por isso, passam a desejar a sua companhia, ainda que inconscientemente, pois todo homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus. Muitas vidas têm se rendido a Cristo por causa dos testemunhos destas “luzes do mundo” que estão a brilhar por este mundo afora (Fp 2:15). O verdadeiro cristão é um dínamo, uma testemunha de Cristo que, revestida de poder, leva multidões aos pés do Senhor com o seu exemplo (1Pe 2:21).
f) Ser “luz do mundo” é manter-se anônimo. Quando brilhamos, não fazemos aparecer a nossa imagem, pois somos apenas espelhos(2Co 3:18), luzeiros(Fp 2:15 ARA), que estão a refletir a imagem de Cristo, o único que deve aparecer e ser glorificado.
2. Algumas características de grande valor.
a) A luz não tem preconceitos.
Ela tanto brilha sobre um criminoso como sobre uma criança inocente. Ela tanto brilha sobre um lamaçal, como sobre uma imaculada flor. Assim deve ser o crente no desempenho de sua missão de luz no mundo, esparzindo a luz do Evangelho de Cristo sobre todos os povos e indivíduos, independente de idade, sexo, cor, religião, profissão e posição.
b) A luz precisa ser alimentada (ver Mt 5:15,16). A luz que iluminava as casas nos tempos de Jesus era de lamparina, alimentada através de um pavio mergulhado em azeite. O tipo de material da lâmpada variava, mas o combustível era um só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro cristão. Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para difundir a luz de Cristo e a luz do Evangelho.
c) A luz não se mistura. Mesmo que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina. Assim deve ser o crente: viver neste mundo tenebroso à difundir a luz de Cristo, sem se contaminar com o pecado e as obras infrutuosas das trevas. Os crentes primitivos tinham um testemunho tal que as pessoas não ousavam se aproximar e se misturar com eles (cf. At 5:13). Os crentes, pela sua vida de santidade, pela sua comunhão com o Senhor, geravam temor, respeito e estima entre os incrédulos. Isto também já presenciamos, décadas atrás, na nossa sociedade em relação à igreja evangélica brasileira. Entretanto, nos últimos tempos, não há mais isto em nosso meio. Pelo contrário, não são poucos os crentes que fazem questão de se parecer com os incrédulos, não são poucos os crentes que querem se envolver, se misturar com os incrédulos, de tal maneira que já não é tão fácil identificar uma pessoa que se diz crente da que não é. Não estamos aqui falando de aparência, de vestimenta ou de coisas semelhantes, mas de algo muito mais profundo: de uma espiritualidade diversa.
d) A luz resplandece. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”(Mt 5:16). Todos nós sabemos quão difícil é andar em lugares escuros; podemos tropeçar e cair. Resplandecer diante dos homens é dar condições a eles de verem o caminho certo e andar sem tropeçar. O importante é que devemos resplandecer diante deles, porque só assim a luz estará cumprindo a sua finalidade. Podemos resplandecer com a nossa fé e as nossas boas obras.
III. O TESTEMUNHO DO CRENTE
No antigo testamento, o “testemunho”
era algo que podia ser visto e observado, um sinal, uma prova de algo. Temos como exemplos o conteúdo da própria arca, a saber, as tábuas de pedra que reproduziam os dez mandamentos, escritos pelo dedo de Deus (Ex 31:18; 32:15; 34:29; 40:20; Lv 16:13; Nm 17:10). Encontramos, também, em algumas passagens na história de Israel, coisas que serviam de prova de fatos para o povo como o altar construído pelas tribos de Ruben, Gade e a meia tribo de Manassés (Js 22:34) ou a pedra que serviu de prova do pacto renovado por Israel na velhice de Josué (Js 24:27).
A importância do “Testemunho” era tanta que a própria arca foi chamada, por vezes, de “arca do testemunho” (Ex 25:22; 26:33,34; 30:6,26; 31:7; 39:35; 40:3,5,21; Nm 4:5; 7:89; Js 4:16). Também, foi chamado de “testemunho” a própria lei do Senhor (Dt 31:9; Sl 19;7; 78:5; 119:88). Uma demonstração, uma comprovação de que Deus havia dado Sua lei ao povo e que tal lei devia ser cumprida.
No período da Graça de Deus, o “testemunho” é mais forte do que as pedras das tábuas da lei. Neste novo pacto firmado na pessoa de Jesus Cristo, na nova aliança, a lei do Senhor não está mais gravada em tábuas de pedra, mas, sim, nos corações de cada pessoa salva (Jr 31:31-33; Hb 8:8-10). Este testemunho é superior ao anterior, porque é feito por intermédio de “pedras vivas” (1Pe 2:5), por pessoas que são verdadeiras cartas lidas e conhecidas por todos os homens (2Co 3:2). O poeta sacro Bruno Skolimovsky bem disse: “O povo de Deus aqui na Terra tem um sinal” (início da primeira estrofe do hino 455 da Harpa Cristã). Este sinal é o testemunho! Jesus Cristo disse que Seus discípulos seriam “testemunho” perante governadores e reis e perante os gentios (Mt 10:18; Mc 13:9; Lc 21:12,13), bem como que o próprio Evangelho seria “testemunho” para todos os povos (Mt 24:14).
Para ter o testemunho de Jesus é preciso crer em Jesus como o Filho de Deus (1João 5:10). É pela fé em Jesus que se inicia o testemunho do discípulo do Senhor, como, aliás, já ocorria com os antigos (Hb 11:2). Por isso, o testemunho cristão não vem do homem, mas, sim, de Deus (1João 5:9), porquanto a fé vem de Deus (Ef 2:8). Quem crê em Jesus começa a ter o testemunho, pois “…o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho” (1João 5:11).
1. O testemunho é algo que é reconhecido por todos os que o veem. O testemunho do crente, ou sua conduta, ou sua maneira de viver é o cartão de visita de sua Igreja. Um crente, sem dizer palavras, pode abrir ou fechar as portas para o Evangelho. Hoje, quando falamos de Jesus, ou de nossa Igreja, e alguém nos diz: “eu conheço um crente”, ou “eu tenho um parente que é crente”, nós já nos colocamos na defensiva, prontos para explicarmos sobre a existência das “virgens loucas e das prudentes”, dos “peixes bons e ruins”, do “joio e do trigo”.
Com tantas denominações ditas evangélicas, porém, sem ensino bíblico, com tanta gente mudando para a “religião evangélica”, sem mudança de vida, ou sem o Novo Nascimento, com os escândalos se multiplicando até mesmo entre os que são chamados de “obreiros”, o testemunho do crente está sendo desacreditado. Porém, ainda há crentes, homens de Deus, como Elizeu, que deixam um rastro de luz por onde passam, testificando das grandezas de Deus, mesmo sem dizer palavras. Falando de Elizeu, a Sunamita não disse ter ouvido o que ele falou, mas, “tenho observado”(cf 2Reis 4:8-9).
2. O Testemunho do cristão através do seu andar ou de seu modo de viver - “Andai com Sabedoria para com os que estão de fora...”. Aqui, a expressão de Paulo “os que estão de fora”, refere-se àqueles que não pertencem à Igreja, ou, que não são crentes, como nós. Desta forma, “os que estão de fora” podem estar dentro de nossa casa, ser nossos parentes; podem estar ao lado de nossa casa, ser nossos vizinhos; podem estar ao nosso lado, sendo nossos colegas de trabalho, ou de escola; podem estar nos caminhos por onde passarmos e nos locais onde convivemos.
Toda essa gente que nos cerca, que nos conhece, que convive conosco - pode não ler a Bíblia, mas, certamente, lê a nossa vida. Gostando do que leram em nós, poderão sentir desejo de ler, também, a Bíblia.
Fica claro que o crente não pode separar o que ele faz, daquilo que ele é. Não tendo uma maneira de andar conforme deve andar um seguidor de Jesus, então, também, não pode, ou não deve, falar que é um crente em Jesus. Conta-se que um “crente” estava falando de Jesus e de sua Palavra. Uma pessoa que o conhecia, disse-lhe: “O que você faz fala tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz”. Assim, para poder dizer que é um discípulo de Jesus, para poder dar o seu testemunho de crente, é preciso viver como um discípulo e ser um crente.
Portanto, “Andar com sabedoria para com os que estão de fora...”, pelo seu testemunho de crente, pode ser um ganhador de almas, mesmo sem dizer palavras.
3. O Testemunho do cristão confirmado pelo falar - “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal”(Cl 4:6). Esta é outra maneira do crente testemunhar, ou dar o seu testemunho do que o Senhor Jesus fez em sua vida. Para isto não precisa ser um eloqüente pregador, não precisa possuir nenhum diploma, não precisa ser uma pessoa influente - precisa ter o que falar de Jesus.
Uma palavra temperada com sal:
a) Traz equilíbrio.
O apóstolo Paulo, ao afirmar que a palavra do crente deve ser temperada com sal, mostra-nos que deve haver um equilíbrio, uma moderação nas nossas palavras. O crente deve saber avaliar os prós e os contras antes de abrir a sua boca. Deve controlar os seus sentimentos, as suas emoções, colocando todo o seu ser sob o controle do Espírito Santo. A temperança, o equilíbrio, a moderação, o autocontrole no falar é absolutamente necessário para que tenhamos um testemunho irrepreensível diante dos homens.
b) É agradável aos ouvintes. Uma palavra temperada com sal é uma palavra que traz agrado dos ouvintes, traz satisfação, emoções favoráveis. Paulo disse que a palavra deve ser sempre agradável, ou seja, causar simpatia, não repugnância; deve trazer alegria, não tristeza; deve trazer esperança, não desespero.
c) Proporciona edificação espiritual. Uma palavra temperada com sal é uma palavra que traz aos ouvintes edificação espiritual, que contribua para o seu progresso espiritual, para o próprio despertamento da espiritualidade na vida daqueles que não conhecem Jesus como Senhor e Salvador. Uma palavra que traz paz, equilíbrio, consolo, conforto; uma palavra que privilegia a vida, o respeito, a honra, enfim, os valores morais.
d) Traz cura para a alma. Uma palavra temperada com sal é uma palavra que traz cura para as feridas das pessoas, que é capaz de ser alívio e remédio para as dores das pessoas, não as dores físicas, mas de origem sentimental, emocional e espiritual. A palavra do cristão deve ser tal que produza conforto, consolo e alívio para os perdidos, de modo a levá-los ao conhecimento do Consolador, do Deus de toda a consolação.
Podemos dar nosso testemunho de crente? Se pudermos preencher as três condições acima, então demos nosso testemunho de cristão, vivendo como deve viver um crente em Jesus e contando a todos o que Ele fez em nós e por nós.
CONCLUSÃO
Para que o testemunho cristão seja eficaz é necessário que sejamos diferentes. Ser diferente é ser “pedra viva”, é ser testemunha de Jesus, e uma testemunha não pode ser comprometida com o mundo, alheia ao senhorio de Cristo, hipócrita, falsificadora da Palavra, interessada em coisas desta vida. Uma testemunha não pode estar presa às circunstâncias da vida, mas, como prova de Deus, tem de superar o tempo e todas as demais circunstâncias.
Temos sido testemunhas de Jesus? Há transformação à nossa volta por causa de nosso testemunho? O Senhor tem confirmado o nosso testemunho com demonstração de poder? Temos tido alguma relevância na sociedade em que vivemos? A ordem do Senhor é que sejamos Suas testemunhas onde estivermos.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Caramuru Afonso Francisco – A beleza do Testemunho cristão.

3 comentários:

  1. Pastor Apaz do Senhor Jesus, gostaria se for possível que o senhor postasse um comentário sobre I Pedro 3. 19 no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
    tenho algumas dúvidas por favor me ajude.
    Meu Nome é Samuel da Silva
    meu Email: guitarrista.samuel@gmail.com
    Meu blog: blogdesamuelsilva.blogspot.com

    Deus Abençoe

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  2. Caro irmão Samuel da Silva, os versículos 19-20 de 1Pedro capítulo 3 constituem uma das passagens mais enigmáticas do Novo Testamento e foram usados como pretexto para doutrinas antibíblicas como o purgatório e a salvação universal. Os cristãos evangélicos, porém, costumam interpretá-los de duas maneiras:

    1. Que Cristo, depois da sua morte e ressurreição(1Perdro 3:18), foi ao Hades (o mundo dos mortos) em espírito entre sua morte e ressurreição, e proclamou o triunfo de sua obra momentosa na cruz. Não há consenso entre os comentaristas quanto aos espíritos em prisão, se são cristãos, incrédulos ou ambos. No entanto, em geral se concorda que o Senhor Jesus não pregou o evangelho aos espíritos, pois seria necessário aceitar, então, a doutrina da segunda chance, que não é ensinada em nenhum lugar na Bíblia.

    2. Cristo, pelo Espírito Santo, proclamou através da pregação de Noé(cf 2Pedro 2:5), uma mensagem de advertência àquela geração desobediente, que agora está no Hades esperando o juízo final. De acordo com esta interpretação, Pedro está descrevendo o que aconteceu no tempo de Noé. O Espírito de Cristo pregou por intermédio de Noé à geração incrédula antes do dilúvio. Naquele tempo, não eram espíritos desencarnados, mas sim homens e mulheres que rejeitaram as advertências de Noé e foram destruídos pelo dilúvio. “Agora”, são “espíritos em prisão” no Hades.
    Esta segunda interpretação se encaixa no contexto e apresenta menos dificuldades. Examinemos cada uma das frases da passagem:

    a) “No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão”. O pronome relativo “qual” se refere, evidentemente ao “espírito” no final do versículo 18 que, a nosso ver, é o Espírito Santo. Em 1Pedro 1:11 diz-se que o Espírito Santo falou por intermédio dos profetas do Antigo Testamento. Em Gênesis 6:3, Deus avisa que seu Espírito, isto é, o Espírito Santo, está chegando ao limite da paciência com a população antediluviana.

    b) “Foi e pregou”. Como mencionamos anteriormente, foi Cristo quem pregou, mas o fez por intermédio de Noé. Em 2Pedro 2:5 Noé é descrito como “pregador da justiça”. O mesmo radical é usado aqui para a pregação de Cristo.

    c) “Aos espíritos” agora “em prisão”. São os homens e mulheres aos quais Noé pregou. Ouviram a advertência do dilúvio iminente e a promessa de salvação na arca, mas rejeitaram a mensagem e morreram afogados no dilúvio. Hoje, são espíritos desencarnados em prisão, à espera do julgamento final.

    d) O versículo pode ser expandido da seguinte forma: “No qual”(o Espírito Santo) “também”(Cristo) “foi e pregou”( por intermédio de Noé) “aos espíritos” agora “em prisão”(Hades).

    e) O que nos leva a supor que os “espíritos em prisão” eram pessoas do tempo de Noé? A resposta se encontra no versículo 20:
    “os quais em outro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas(isto é, oito) pessoas se salvaram pela água”.
    Aqui, “os espíritos” são claramente identificados. Quem eram eles? Eram aqueles que “noutro tempo, foram rebeldes”. Quando “foram rebeldes”? “Quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”. Qual foi o resultado final? Apenas “poucos, a saber, oito pessoas se salvaram pela água”.
    A meu ver, esta interpretação condiz melhor com o contexto bíblico, aludindo ao povo desobediente e perdido dos dias de Noé.

    3. É bom ressaltar, portanto, que nem o texto de 1Pedro 3:19,20, nem 1Pedro 4:6, ensina que os perdidos terão uma segunda oportunidade de salvação depois da morte. Depois da morte vem o juízo (ver Hb 9:27) e com ele o destino eterno da pessoa, sem qualquer mudança no seu estado(Lc 16:26).

    Amém?
    Em Cristo, Luciano Lourenço

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  3. Gloria a Deus, Apaz do Senhor, Pastor. Deus Abençoe, e muito obrigado foi muito esclarecedor e muito proveitoso, desse jeito aqui ficou melhor de entender:
    d) O versículo pode ser expandido da seguinte forma: “No qual”(o Espírito Santo) “também”(Cristo) “foi e pregou”( por intermédio de Noé) “aos espíritos” agora “em prisão”(Hades). é realmente essa interpretação fica melhor de entender, pois que sentindo teria viver uma vida de "renúncia"! o homem la fora teria razão quando diz: quando eu morrer Deus faça de mim o que quiser, Ele vai me dá outra chance mesmo!

    Samuel Silva.

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