1º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 10
Texto
Base: Gênesis 3:1,6,7; Romanos 5:12-14
“ pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm.3:23).
Gênesis 3:
1.Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo
que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que
Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
6.E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou
do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com
ela.
7.Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram
que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais.
Romanos 5:
12.Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram.
13.Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é
imputado não havendo lei.
14.No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura
daquele que havia de vir.
O tema do
pecado e suas consequências na humanidade é central para a teologia bíblica.
Deus criou o ser humano à Sua imagem e semelhança, dotado de santidade, justiça
e uma relação perfeita com o Criador. Contudo, a entrada do pecado através da
desobediência de Adão e Eva distorceu profundamente essa imagem, resultando em
uma corrupção total da natureza humana.
Nesta
Lição, estudaremos como o pecado não apenas separou o ser humano de Deus, mas
também trouxe implicações devastadoras para a moralidade, os relacionamentos e
a criação como um todo. Analisaremos as raízes do pecado, seus efeitos
contínuos e como, ao longo da história, alguns movimentos dentro e fora da
igreja têm buscado minimizar ou negar essa realidade. Essa compreensão nos
levará a refletir sobre a necessidade da redenção em Cristo, o único que pode
restaurar a natureza humana à sua verdadeira identidade.
Assim,
investigaremos a doutrina do pecado em suas dimensões bíblicas, teológicas e
práticas, reconhecendo que a única solução para a corrupção da natureza humana
está na graça de Deus por meio de Jesus Cristo.
I. A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO
1. O autor do pecado (Gn.3:1,2)
A
narrativa bíblica de Gênesis 3 introduz a figura da serpente como agente do
pecado na humanidade. Contudo, ao analisarmos a revelação bíblica em sua
completude, entendemos que essa serpente não é um simples animal, mas a
personificação do próprio Satanás, conforme descrito em Apocalipse 12:9 e 20:2,
onde ele é identificado como "a antiga serpente".
Satanás,
originalmente o querubim ungido, foi criado por Deus em perfeição, como
descrito em Ezequiel 28:12-15. Ele gozava de posição elevada até que sua
soberba e desejo de exaltar-se acima de Deus levaram à sua queda, conforme
Isaías 14:12-15. Sua rebelião introduziu o pecado na criação celestial, levando
consigo anjos que aderiram à sua causa, que se tornaram demônios (2Pedro 2:4;
Judas 6).
No Éden,
Satanás utilizou a serpente como instrumento para enganar Eva e, por
consequência, introduzir o pecado no mundo humano (2Coríntios 11:3). Essa ação
demonstra que o pecado não teve sua origem no Jardim do Éden, mas no céu,
quando Lúcifer se rebelou contra Deus. A entrada do pecado na humanidade,
contudo, ocorreu por meio da desobediência de Adão e Eva à ordem divina de não
comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2:17;
Romanos 5:12).
Essa
doutrina reflete a seriedade do pecado, que não apenas corrompeu a natureza
humana, mas também afetou a criação inteira (Romanos 8:20-22). Ela nos ensina
que a origem do pecado está na rebelião contra Deus, e sua solução só pode ser
encontrada na obra redentora de Cristo, que destrói as obras do diabo (1João
3:8).
Sinopse: O pecado
não teve sua origem no Éden, mas em Satanás, quando ele, um anjo criado por
Deus, se rebelou por orgulho (Ez.28:12-15; Is.14:12-15). No Éden, ele usou a
serpente para enganar Eva, introduzindo o pecado na humanidade (Gn.3:1-7; 2Co.11:3).
Assim, o pecado é resultado da desobediência contra Deus, e sua única solução
está em Cristo, que veio para desfazer as obras do diabo (1Jo.3:8). |
2. “Foram abertos os olhos de ambos” (G.3:7)
A
expressão "foram abertos os olhos de ambos", em Gênesis 3:7, marca a
imediata consequência do pecado de Adão e Eva. Essa abertura de olhos não
trouxe iluminação espiritual, mas a dolorosa consciência da própria
vulnerabilidade e vergonha, simbolizada pela percepção da nudez. Essa nova percepção
revela a ruptura de sua inocência e a perda do estado de glória com o qual
haviam sido criados (Gênesis 2:25).
Essa
experiência de vergonha levou o casal a tentar cobrir sua nudez com folhas de
figueira, um ato que simboliza os esforços humanos inadequados para lidar com
as consequências do pecado. Ao perceberem sua incapacidade de resolver seu
estado decaído, eles buscaram esconder-se de Deus, evidenciando o
distanciamento espiritual e emocional que o pecado causou entre a humanidade e
o Criador (Isaías 59:2).
Deus, em
sua graça, não deixou a humanidade sem esperança. Ainda no Éden, Ele anunciou a
redenção ao declarar a inimizade entre a descendência da mulher e a da serpente,
prometendo a vinda do Redentor que pisaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15).
Este é o primeiro vislumbre do evangelho na Bíblia, conhecido como protoevangelium,
ou "primeiro evangelho".
A queda de
Adão e Eva resultou na entrada do pecado e da morte no mundo (Romanos 5:12),
impactando não apenas o casal, mas toda a criação e seus descendentes (Gênesis
3:16-19). Contudo, mesmo diante da sentença divina, a provisão de peles para
cobrir a nudez do casal (Gênesis 3:21) aponta para o sacrifício substitutivo
que seria plenamente realizado em Cristo (João 1:29).
Essa
narrativa ensina que o pecado rompe a comunhão com Deus, gera vergonha e
separação, mas a graça de Deus manifesta-se mesmo em meio ao juízo, oferecendo
um caminho de redenção. A humanidade decaída precisa reconhecer sua
incapacidade de lidar com o pecado e confiar na provisão divina para
restauração e reconciliação com Deus.
Sinopse: Após caírem
na tentação de Satanás, Adão e Eva perceberam sua nudez, simbolizando a perda
da inocência e da comunhão com Deus. Eles tentaram cobrir sua vergonha com
folhas de figueira (Gn.3:7), representando o esforço humano para lidar com o
pecado. No entanto, Deus mostrou a necessidade de um sacrifício ao vesti-los
com peles (Gn.3:21), apontando para o sacrifício de Cristo. A promessa do
Redentor aparece já em Gênesis 3:15, indicando a vitória de Cristo sobre o
pecado e Satanás. |
3. A consequência da Queda no Éden
A Queda no
Éden marcou um divisor de águas na história da humanidade, introduzindo o
pecado e a morte no mundo por meio da desobediência de Adão. A transmissão do
pecado para toda a humanidade é descrita de forma clara em Romanos 5:12, que
revela que, "por um só homem", tanto o pecado quanto a morte entraram
no mundo, afetando todos os seres humanos. Essa passagem enfatiza que, assim
como Adão pecou, todos os seus descendentes herdaram uma natureza pecaminosa e
estão sujeitos à morte física e espiritual.
Embora a
Bíblia não explique detalhadamente o mecanismo dessa transmissão, os teólogos
têm proposto diferentes teorias. A interpretação mais comum é a "doutrina
da solidariedade" ou "pecado imputado", que afirma que Adão,
como representante da humanidade, transmitiu seu pecado e sua culpa a toda a
sua descendência. Essa ideia é reforçada em Romanos 5:19: "Porque, como
pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores". Essa
doutrina também é conhecida como "pecado original", um conceito
fundamental na teologia cristã.
A
consequência imediata da Queda foi a separação de Deus, simbolizada pela
expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden (Gênesis 3:23,24). No entanto, a
consequência mais abrangente foi a propagação do pecado em todas as esferas da
vida humana, resultando em sofrimento, degradação moral e morte. Paulo ecoa
essa realidade em 1Coríntios 15:49, onde afirma que os descendentes de Adão
carregam sua imagem terrena, marcada pela corrupção.
Apesar do
desastre causado pela Queda, o apóstolo Paulo apresenta uma mensagem de
esperança. Assim como o pecado entrou no mundo por meio de um só homem, a
salvação e a reconciliação com Deus também vêm por meio de um só homem, Jesus Cristo
(Romanos 5:18,19). A graça de Deus, manifestada em Cristo, é a solução para o
problema do pecado e da morte, oferecendo a todos os que creem a possibilidade
de uma nova vida. Essa verdade aponta para a profundidade do plano redentor de
Deus e sua disposição de restaurar aquilo que foi perdido no Éden.
Sinopse: A
desobediência trouxe três grandes consequências: a)
Separação de Deus – Adão e Eva
foram expulsos do Jardim (Gn.3:23,24). b)
Morte física e espiritual – O
pecado trouxe a morte para toda a humanidade (Rm.5:12). c)
Corrupção da natureza humana –
Todos nascem com uma inclinação para o pecado (Sl.51:5; Rm.3:23). Mas a
Bíblia também apresenta a solução: Jesus, o "segundo Adão", veio
para restaurar o que foi perdido (Rm.5:18-19). |
A extensão
do pecado na natureza humana é abrangente e profunda, afetando todas as
dimensões do ser: corpo, alma, espírito, intelecto, vontade, consciência e
razão. Essa corrupção universal não implica que todas as pessoas sejam
igualmente más em intensidade, mas revela que nenhuma área da existência humana
está imune à contaminação do pecado. Passagens como Isaías 1:5,6 demonstram a
extensão dessa corrupção, ao descrever o ser humano como doente “da planta do
pé até a cabeça”.
O apóstolo
Paulo enfatiza que o pecado tornou o ser humano incapaz de, por seus próprios
esforços, conhecer ou se aproximar de Deus (Romanos 3:10-12). No entanto, a
Bíblia também ressalta que a imagem de Deus no ser humano não foi completamente
destruída pela Queda. Apesar de desfigurada, a imagem divina permanece,
conferindo dignidade ao ser humano e sustentando a sua capacidade de responder
ao chamado de Deus (Gênesis 9:6; Tiago 3:9).
A doutrina
do livre-arbítrio também é importante neste contexto. Embora o pecado tenha
limitado a liberdade do ser humano, este ainda possui a capacidade de escolha,
especialmente em resposta à graça divina. Textos como Josué 24:15 e Apocalipse
22:17 mostram que Deus oferece a oportunidade de decisão ao ser humano, mesmo
em sua condição caída.
Esse
equilíbrio entre a corrupção total e a preservação da imagem de Deus sustenta a
necessidade de redenção e a centralidade da obra de Cristo. É somente pela
graça divina que o ser humano pode superar a alienação causada pelo pecado e
ser restaurado à comunhão com o Criador. Essa perspectiva realça tanto a
gravidade da condição humana quanto a profundidade do amor redentor de Deus.
Sinopse: O pecado
afeta todas as áreas do ser humano: corpo, mente, emoções e vontade (Is.1:5,6;
Rm.3:10-12). Isso significa que, sem a graça de Deus, ninguém pode buscar ou
agradar a Deus por conta própria. No entanto, a imagem de Deus no homem não
foi completamente destruída, permitindo que ele responda ao chamado divino
(Gn.9:6; Tg.3:9). Apesar
da depravação humana, Deus oferece salvação e restauração por meio de Cristo.
A única forma de vencer o pecado é pela fé em Jesus, que nos reconcilia com
Deus e nos dá uma nova vida (Jo.3:16; Ef.2:8,9). |
II. A
HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO
1. O
Pelagianismo
O Pelagianismo, surgido no contexto do cristianismo do século V,
representou um desvio significativo da doutrina bíblica sobre o pecado.
Pelágio, seu idealizador, defendia que o ser humano nasce moralmente neutro,
sem a influência do pecado original. Essa perspectiva negava a herança da natureza
pecaminosa de Adão, sustentando que cada pessoa poderia alcançar a retidão
diante de Deus por meio de sua própria capacidade moral, sem a necessidade de graça
divina inicial. Essa visão teológica reduz a importância da obra redentora de
Cristo e contrasta com o ensinamento bíblico de que "não há justo, nem
sequer um" (Romanos 3:10).
a) Conteúdo doutrinário. Os
escritos de Pelágio, embora perdidos, são conhecidos pelas refutações de seus
oponentes, como Agostinho. Segundo o pr. Esequias Soares, “a princípio, a sua
doutrina teve acolhida popular e não era considerada herética porque parecia se
tratar de um assunto meramente ético e não teológico. A controvérsia não foi
desencadeada com o próprio Pelágio, mas com Celéstio, jurista romano de origem
britânica, um dos principais porta-vozes das ideias pelagianas”.
Entre os pontos centrais da doutrina de Pelágio estão:
- A
negação do pecado original.
- A
afirmação de que a transgressão de Adão não afetou diretamente sua
descendência.
- A
crença na capacidade humana de evitar o pecado por força própria.
Essas ideias, porém, foram formalmente rejeitadas pela Igreja no
Concílio de Éfeso (431), que reafirmou a necessidade da graça de Cristo para a
salvação.
b) Resposta bíblica. A doutrina
da Queda é amplamente fundamentada nas Escrituras. O apóstolo Paulo, em Romanos
5:12-14, ensina que o pecado entrou no mundo por meio de Adão e, com ele, a
morte, estendendo-se a todos os seres humanos. Essa corrupção é reforçada em
passagens como:
- Salmos
51:5 -
"Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe".
- Isaías
1:5,6.
Descreve a condição universal de corrupção espiritual.
- Romanos
3:10-12.
Afirma a incapacidade do ser humano de buscar a Deus sem Sua intervenção.
Além disso, a morte, tanto física quanto espiritual, é apresentada
como prova inequívoca da propagação do pecado original.
O Pelagianismo falha em reconhecer a profundidade da depravação
humana e a necessidade da graça soberana de Deus para a regeneração e a
salvação. Esse ponto é central à teologia cristã, pois Cristo veio para
resgatar o que estava perdido (Lucas 19:10), uma tarefa impossível sem a
intervenção divina devido à completa corrupção do gênero humano.
Sinopse: O Pelagianismo surgiu no século V com
Pelágio, que negava o pecado original. Ele ensinava que cada pessoa nasce
moralmente neutra e pode alcançar a salvação por mérito próprio, sem
necessidade da graça de Deus. Essa visão contradiz a Bíblia, que afirma que
todos pecaram e precisam da redenção de Cristo (Rm.3:10,23). a) Conteúdo doutrinário. Os ensinamentos de
Pelágio foram rejeitados pela Igreja no Concílio de Éfeso (431). Entre seus
principais erros estavam:
b) Resposta bíblica. A Bíblia ensina
claramente que o pecado entrou no mundo por Adão e contaminou toda a
humanidade (Rm.5:12-14). Além disso, passagens como Salmos 51:5 e Isaías 1:5,6
mostram a natureza pecaminosa do ser humano. Sem a graça de Deus, ninguém
pode buscar ou agradar a Deus (Rm.3:10-12). O Pelagianismo falha ao minimizar a
necessidade da redenção. Cristo veio exatamente porque a humanidade não
poderia se salvar sozinha (Lc.19:10). |
2. A morte de Jesus em favor dos pecadores
Por essa
razão, o Alcorão nega a crucificação e a morte de Jesus (Surata 4:157-158).
Essa negação reflete uma visão divergente da centralidade do sacrifício
redentor de Cristo, que é o fundamento da fé cristã. Segundo a teologia
islâmica, Jesus (Isa) é considerado um profeta, mas não o Filho de Deus, e sua
morte na cruz é substituída por uma interpretação que sugere que ele foi
elevado aos céus sem sofrer morte física.
A negação
da cruz no islamismo apresenta uma oportunidade para o diálogo inter-religioso.
Embora os muçulmanos rejeitem o sacrifício de Cristo, a própria historicidade
da crucificação é amplamente aceita por historiadores e documentos
não-cristãos, como os escritos de Tácito e Flávio Josefo. Além disso, a
mensagem cristã da cruz transcende o entendimento humano, apontando para a
graça de Deus que resgata os pecadores.
O
sacrifício de Jesus é a culminação do plano redentor de Deus. A Bíblia ensina
que "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hebreus 9:22). A
morte de Cristo é vista como necessária para a expiação dos pecados e a
reconciliação do ser humano com Deus (Romanos 5:8-10). A cruz representa tanto
a justiça quanto o amor de Deus, uma mensagem que o apóstolo Paulo descreve
como "escândalo para os judeus e loucura para os gentios" (1Coríntios
1:23).
Enfim, a
cruz de Cristo permanece como um ponto de tensão entre o cristianismo e o
islamismo. Contudo, para os cristãos, ela é a manifestação definitiva do amor
de Deus e a base da salvação. Em meio às diferenças, é essencial que os
cristãos continuem a proclamar a verdade de que "Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras" (1Coríntios 15:3), reafirmando a
centralidade do sacrifício de Jesus para a redenção da humanidade.
Sinopse: O
islamismo nega a crucificação e morte de Jesus, alegando que Ele foi elevado
aos céus sem morrer (Surata 4:157-158). No entanto, fontes históricas como os
escritos de Tácito e Flávio Josefo confirmam a crucificação de Cristo. A Bíblia
ensina que a morte de Jesus foi essencial para a salvação:
A cruz
representa o amor e a justiça de Deus, sendo o centro da fé cristã. Ainda que
o islamismo rejeite essa verdade, os cristãos devem continuar proclamando que
Cristo morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. |
III. O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO
CRENTE E DA IGREJA
1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias
O
pelagianismo, embora condenado como heresia no Concílio de Éfeso (431 d.C.),
continua a influenciar algumas correntes religiosas e filosóficas modernas. A
negação do pecado original e da queda no Éden, características centrais dessa
doutrina, reaparece em diferentes formas nos movimentos religiosos
contemporâneos.
a)
Correntes modernas com traços pelagianos:
Ø Religiões
reencarnacionistas. Doutrinas
como o espiritismo e outras correntes reencarnacionistas negam a queda do Éden,
promovendo a ideia de que o ser humano progride moralmente por meio de
múltiplas vidas. Essa visão rejeita a necessidade de um Salvador que remova o
pecado por meio de um sacrifício único e suficiente.
Ø Ciência
Cristã. Esse
movimento, fundado por Mary Baker Eddy, nega a existência objetiva do pecado,
considerando-o uma ilusão. Essa negação enfraquece a compreensão da necessidade
de redenção e do papel de Jesus como Salvador.
Ø Mormonismo. Embora reconheça Jesus como Salvador, o
Mormonismo ensina que a transgressão de Adão não trouxe a culpa do pecado para
seus descendentes, apenas a mortalidade física. Cada pessoa é responsável exclusivamente
por seus próprios pecados, rejeitando a doutrina do pecado original.
Essas
ideias podem levar à rejeição da graça divina e do sacrifício de Cristo como
elementos essenciais para a salvação. Elas promovem uma visão antropocêntrica,
em que o ser humano busca a perfeição espiritual por meio de seus próprios
esforços, desconsiderando a dependência de Deus para a redenção.
b) A
resposta bíblica
A Bíblia
afirma claramente a universalidade do pecado (Romanos 3:23) e a necessidade de
redenção por meio de Cristo (João 14:6; Romanos 5:12-21). Jesus é o único meio
de salvação, e o Espírito Santo capacita os crentes a proclamar essa verdade
(Lucas 12:12). Além disso, o ensino bíblico sobre o pecado original e sua
consequência, a morte espiritual, é reiterado em passagens como Salmos 51:5 e
Romanos 5:12.
É crucial
que os cristãos conheçam a teologia bíblica e compreendam as crenças das
pessoas ao seu redor. Essa abordagem permite um diálogo respeitoso e eficaz,
conduzindo as pessoas ao evangelho. Textos como João 3:16 e 1Coríntios 15:3
reforçam a mensagem da salvação universal por meio de Cristo.
Enfim, embora
pensamentos pelagianos ainda existam hoje, a verdade do evangelho continua
sendo a única resposta eficaz à realidade do pecado. A missão da Igreja é apresentar
essa verdade com amor, capacitada pelo Espírito Santo, e resgatar aqueles que
estão presos em enganos doutrinários.
Sinopse: Embora
tenha sido condenado no Concílio de Éfeso (431 d.C.), o pelagianismo ainda
influencia muitas religiões e filosofias modernas, especialmente ao minimizar
a necessidade da graça divina e do sacrifício de Cristo. a)
Correntes modernas com traços pelagianos
Essas
ideias colocam o ser humano como o agente central da salvação,
desconsiderando a total dependência de Deus para a redenção. b) A
resposta bíblica. A Bíblia ensina que todos pecaram (Rm.3:23) e necessitam da
graça de Cristo para serem salvos (Jo.14:6). O pecado original afetou toda a
humanidade (Sl.51:5; Rm.5:12), tornando essencial a redenção por meio do
sacrifício de Jesus (1Co.15:3). O
cristão deve conhecer e defender a verdade do evangelho, utilizando um
diálogo respeitoso e fundamentado nas Escrituras para alcançar aqueles que
seguem doutrinas equivocadas. |
2. O perigo
A
ignorância bíblica é um problema alarmante na atualidade, especialmente em um
contexto onde o acesso à informação é abundante, mas o tempo e a prioridade
para o estudo sistemático das Escrituras são escassos. Quando as pessoas
desconhecem os fundamentos da doutrina cristã e as práticas de sua igreja
local, tornam-se vulneráveis a ensinos distorcidos que podem parecer plausíveis
à primeira vista, mas que contradizem a verdade bíblica. Essa vulnerabilidade é
exacerbada pelo "analfabetismo bíblico", um termo que descreve a
falta de conhecimento básico das Escrituras.
a) Os
riscos da falta de discernimento
ü
Aparência de verdade. Muitas heresias utilizam terminologia bíblica
ou distorcem passagens das Escrituras, tornando-as atraentes para aqueles que
têm pouco ou nenhum entendimento teológico (2Coríntios 11:14). Foi o que
aconteceu com Eva no Éden, no bate papo com Satanás travestido de serpente. Ele
citou umas palavras, que pareciam palavras de Deus, e Eva caiu no laço do
passarinheiro.
ü
Falta de exame crítico. Textos como 1Tessalonicenses 5:21 (“Examinai
tudo. Retende o bem”) e 1João 4:1 (“Não creiais em todo espírito, mas provai se
os espíritos são de Deus”) nos orientam a analisar criticamente qualquer
ensinamento à luz das Escrituras.
b) O
analfabetismo bíblico no contexto atual
ü Fatores
contribuintes:
o Falta de
estudo bíblico consistente.
o Dependência
exclusiva de sermões e vídeos curtos, muitas vezes sem aprofundamento
exegético.
o Enfoque em
práticas ou experiências religiosas em detrimento do ensino sólido da Palavra.
ü Consequências
práticas:
o Adoção de
crenças não bíblicas.
o Divisão e
confusão dentro das Igrejas Locais.
o Desvio da
fé genuína, muitas vezes por falta de alicerce doutrinário (Efésios 4:14).
c)
Resposta bíblica ao analfabetismo bíblico
Ø
Priorizar o ensino e o discipulado. Pastores e líderes devem investir em educação
bíblica, proporcionando aos membros oportunidades de estudo regular e
aprofundado. A EBD é a melhor escola bíblica do mundo; o que precisa é colocar
o professor adequado para ministrar as aulas.
Ø
Fortalecer a leitura pessoal das Escrituras. Incentivar os crentes a seguirem o exemplo
dos bereanos, que examinavam diariamente as Escrituras para conferir os
ensinamentos recebidos (Atos 17:11).
Ø
Utilizar ferramentas contemporâneas. Livros (de autores confiáveis), aplicativos e
cursos on-line (de autores que prezam pela ortodoxia gemina) são recursos
valiosos para disseminar o ensino bíblico.
A falta de
conhecimento bíblico é um perigo real que pode levar ao desvio doutrinário e à
perda da fé genuína. Contudo, a solução está na valorização da Palavra de Deus
como a base da vida cristã (Salmos 119:105). Um cristão bem fundamentado nas
Escrituras será capaz de discernir o erro e permanecer firme na verdade. Pense
nisso!
Sinopse: A falta
de conhecimento das Escrituras torna os crentes vulneráveis a ensinos
distorcidos, que muitas vezes parecem plausíveis, mas contradizem a verdade
bíblica. Esse problema, conhecido como "analfabetismo bíblico", é
agravado pela superficialidade no estudo da Palavra. a)
Riscos da falta de discernimento
b) O
analfabetismo bíblico no contexto atual
c)
Resposta bíblica ao analfabetismo bíblico
O
desconhecimento da Palavra de Deus enfraquece a fé e abre espaço para
heresias. A solução está em valorizar as Escrituras como base da vida cristã
(Sl.119:105), pois um crente bem fundamentado na Bíblia saberá discernir o
erro e permanecer firme na verdade. |
CONCLUSÃO
O estudo desta
Lição revelou a profundidade e as implicações do pecado na natureza humana.
Criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano experimentou uma transformação
radical com a entrada do pecado no mundo, resultando na separação de Deus e na
corrupção de sua natureza. A doutrina bíblica nos mostra que o pecado não
apenas afeta ações isoladas, mas está intrinsecamente ligado à condição
espiritual de toda a humanidade, transmitido desde a Queda no Éden.
Refletimos
sobre a extensão do pecado, que corrompeu corpo, alma, espírito, intelecto, e
vontade, desfigurando a imagem de Deus no homem. Entretanto, aprendemos que
essa imagem não foi erradicada, e o livre-arbítrio, ainda presente, nos convida
à escolha pela redenção em Cristo.
Também
exploramos heresias que tentam negar a realidade do pecado e suas
consequências, como o Pelagianismo e outras influências contemporâneas. Essas
ideias não apenas distorcem a verdade bíblica, mas colocam em risco a
compreensão da necessidade do sacrifício redentor de Cristo.
Por fim,
reafirmamos que, apesar da condição de corrupção, Deus, em sua graça,
providenciou um caminho de restauração por meio de Jesus Cristo. A mensagem da
cruz e a regeneração pelo Espírito Santo são o antídoto para o pecado e a
esperança para a humanidade. Assim, somos chamados a viver em obediência e
gratidão, conscientes da nossa dependência da graça de Deus.
Luciano de
Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de
Estudo Pentecostal.
Bíblia de
estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de
Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
O Novo
Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. João.
Bíblia de
Estudo Apologia Cristã. CPAD.
Raimundo
de Oliveira. Seitas e Heresias. CPAD.
Eurico
Bergstén. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD.
Myer
Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. CPAD.
Esequias
Soares. Heresias e Modismos. CPAD.
Stanley
Horton. O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. CPAD.
Pr.
Esequias Soares e outros. A Bíblia e o Islamismo. CPAD.
Franklin
Ferreira. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Silas
Daniel. Seitas e Heresias. CPAD.
Norman
Geisler. Teologia Sistemática, Vol. 2: Deus, Criação e Queda. CPAD.
Dicionário
VINE.CPAD.
Dicionário
Wycliffe. CPAD.
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