segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aula 11 - A ORAÇÃO QUE CONDUZ AO PERDÃO

Leitura Bíblica: Salmo 51.1-13
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto”(Sl 51.10).
INTRODUÇÃO
Desvincular quaisquer procedimentos das regras de conduta que a Palavra de Deus estabelece para o nosso viver é realmente perigoso. Ao perceber que o crente está se conduzindo inconvenientemente, fora dos padrões bíblicos, Satanás usa os seus ardis para conduzir aquela pessoa à ruína espiritual, moral, e até mesmo material. Render-se a Deus em oração de forma contrita e pedir perdão pelo pecado cometido é a maneira propícia para corrigir o erro(ver 1João 1:9). Como homem, Davi errou e quase veio a sucumbir, no entanto, ao contrário de Saul, não tentou se justificar, mas reconheceu o seu pecado, arrependeu-se profundamente e pediu perdão a Deus (2Sm 12:13a; Sl 51:4). Davi é o retrato mais claro do que significa arrepender-se do pecado. O Salmo 51 mostra a profundidade da contrição de Davi. Ele assumiu plena responsabilidade pelo pecado, e pediu a ajuda de Deus para renovar seu coração. É este arrependimento que Deus quer. O pecador que volta para Deus precisa reconhecer seu erro, seu pecado. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”(Sl 32:1). Reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante. Disse Davi: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”(Sl 32:5).
I. O PECADO NOS AFASTA DE DEUS
1. O pecado afronta a Deus.
Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de” transgredir “e” transgredir “, por sua vez, é ”passar de uma parte a outra“, ”violar“, ”infringir”. “Transgredir” é a quebra de um dever e de uma ordem(Rm 2:23). Eis o motivo por que a Bíblia diz que, ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2:14), o mesmo se dando com relação a Adão (Rm 5:14).
A Bíblia diz que a transgressão receberá de Deus a justa retribuição (Hb 2:2). Com efeito, sendo a transgressão um afastamento da vontade de Deus, uma quebra de uma ordem divina, o ser moral que a toma assume a responsabilidade pelos seus atos e deverá, pois, prestar contas ao Criador e Senhor de todas as coisas(ler: Hb 4:13; Ap 20:6-15). Quando transgredimos a Deus, estamos condenados à rejeição por Ele e à morte, como ocorreu com Saul (1Cr 10:13).
A maneira correta de lidarmos com nosso pecado é nos arrependermos dele e, com toda a sinceridade, buscarmos em Deus o perdão, a graça e a misericórdia(Sl 51; Hb 4:16; 7:25), e nos dispormos a aceitar, sem amargura nem rebelião, o castigo divino pelo nosso pecado. Davi tanto reconheceu quanto confessou seus pecados terríveis, voltou-se para Deus, e aceitou a repreensão de Deus, com humildade(2Sm 12:9-13,20;24:10-25;Sl 51).
2. As consequências do pecado. Qualquer pecado contra a santidade de Deus é propenso ao perdão, desde que haja deliberação sincera ao arrependimento por parte do transgressor, como aconteceu com Davi, por exemplo. Porém, as consequencias são inevitáveis e implacáveis.
O relacionamento pecaminoso de Davi com Bate-Seba foi rápido, mas as suas consequências foram duradouras. A mão de Deus pesava sobre ele dia e noite, e o seu vigor se tornou em sequidão de estio. Depois, Davi perdeu sua reputação. Os ímpios blasfemaram do nome de Deus por causa de sua loucura. Perdeu o filho do adultério; a criança morreu a despeito da insistente petição de Davi. Este teve ainda outras perdas: sua filha Tamar foi desonrada pelo próprio irmão Amnon; Absalão irmão de Tamar, mandou matar seu próprio irmão Amnon para vingar o que este havia feito com ela. Depois, Absalão rebelou-se e conspirou contra Davi, seu pai, para tirar-lhe a vida e tomar-lhe o reino. E nessa empreitada, Absalão é assassinado por Joabe, comandante do exército de Davi. Tragédias e mais tragédias desabaram sobre a vida de Davi. Jamais ele podia imaginar que o pecado fosse ter um preço tão alto. Cuidado com o pecado, pois ele vai lhe custar mais caro do que você quer pagar.
Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida. Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir. Quer viver uma vida de acordo com a vontade de Deus? Então persevere em oração e no estudo devocional da Palavra de Deus. A única maneira de o crente manter comunhão com Deus, por meio do seu Espírito Santo, é andar segundo a sua vontade (Rm 8.1,2,8,9,13,14).
O pecado é uma fraude. Promete prazer e paga com o desgosto. Levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte. Tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado. O pecado é maligníssimo. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir sua alma nem afastar você de Deus, mas o pecado arruína seu corpo, sua alma e afasta você eternamente de Deus. O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma as consequencias do pecado.
3. Consciência do pecado.Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades”(Sl 51:7-9).
As expressões usadas por Davi nestes trechos demonstram a plena consciência do pecado praticado contra a santidade de Deus e à sua Lei. Esta percepção leva a uma oração renovada por purificação. “Hissopo” era o ramo do arbusto do deserto usado para borrifar o sangue sobre um leproso para sua purificação e cura(Lv 14:4; cf Hb 9:13-14; 1João 1:7). Ao pedir a Deus que o limpasse com “hissopo” (Sl 51:7), ele revela que se havia contaminado tal qual um leproso ou alguém que havia tocado em um morto; símbolos de impureza máxima em sua época (Lv 14; Nm 19: 16-19).
A consciência do pecado era tão profunda, que era semelhante à dor de ossos quebrados (51:8). Os ossos constituem a força e estrutura do corpo. Por isso o esmagar dos ossos é uma figura muito forte, que denota uma prostração completa, tanto mental como corporal. A intervenção e a ação de Deus foram a única esperança de Davi (51:9).
O pecado destrói a paz com Deus, e a falta dessa paz, como decorrência do pecado, é como um sinal vermelho, a fim de que o crente pare imediatamente e volte-se para Deus em oração. É preciso que se arrependa, confesse o seu pecado e abandone-o, e pela fé em Cristo, e por Ele, receba o perdão de Deus (leia 1Jo 1.7-9).
II. CONFISSÃO E PERDÃO
1. Reconhecer e confessar o pecado.
Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras”(2Sm 12:13). Depois de cair em si, Davi reconheceu o seu pecado: “Pequei contra o Senhor”. E imediatamente após a confissão, foi absolvido da culpa: “O Senhor perdoou o seu pecado”. Observe que a confissão e o perdão estão no mesmo versículo (2Sm 12:13). Davi não dividiu a sua culpa com ninguém. A sua confissão é limpa, tal qual a do publicano: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13). Ele não disse que pecou porque suas mulheres e concubinas não o satisfaziam sexualmente. Não pôs culpa no pecado original herdado de Adão (Sl 51:5). Em nenhum momento responsabilizou Bate-Seba pela sua lascívia. Ele colocou o verbo pecar na primeira pessoa do singular, tanto no caso do adultério (2Sm 12:13; Sl 51:4) como no caso do recenseamento (1Cr 21:8, 17).
Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com a misericórdia. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13). Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mais exige que pautemos uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que reconheçamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça’ (1João 1:9).
Portanto, reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante. Disse Davi: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”(Sl 32:5).
2. Conhecendo o caráter de Deus (Sl 51:6,16). Davi sabia o que era ter intimidade, comunhão com o Senhor. Ainda jovem nos campos era pastor de ovelhas, e o seu tempo era dividido em contemplar as belezas de Deus e o seu trabalho de pastoreio. Desde cedo Davi aprendera a confiar no Senhor. Durante toda a sua vida quando se via em meio às dificuldades, adversidades e desafios lá estava ele buscando refúgio com a pessoa certa e fazendo declarações como vemos neste Salmo: “A ti Senhor, elevo a minha alma. Deus meu, em ti confio. Tu és a minha salvação e por ti espero o dia todo. Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois Ele tirará os meus pés da rede”(25:2,5,15). Com certeza estas declarações faziam derreter o coração de Deus. Davi conhecia de perto o caráter de seu Deus e mesmo em meio às lutas, sofrimentos, decepções, depressões, nada absolutamente nada, o fazia desistir de confiar no Senhor. Havia temor no seu coração, por isso ele diz o seguinte: “Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher. A sua alma repousará na prosperidade e a sua descendência herdará a terra. O segredo do Senhor é para os que o temem. Ele fará saber a sua aliança”(Sl 25:12-14).
Por conhecer o caráter de Deus, Davi sabia que Sua Santidade não admite que os seus servos tenham uma vida desregrada diante dEle. Ele sabia que somente homens limpos de mãos e puros de coração entram no santuário (Sl 24:3,4).
Hoje, pode ser que você não entenda o porquê de algumas regras que Deus nos deu. Faz mal satisfazer algum determinado desejo da carne? Tem problema em tomar uma cervejinha de vez em quando? Prejudica alguém assistir filmes com cenas de sexo? Faz mal alugar fitas pornográficas ou comprar revistas pornográficas? Por que não furtar um pouquinho de dinheiro quando ninguém sentirá falta? Uma mentirinha de vez em quando vai causar problemas? Tais coisas, embora sejam frívolas aos olhos dos seres humanos, vão, porém, de encontro ao caráter de Deus. Logo, devemos respeitar as suas regras (ler 1João 3:3-10).
3. O afastamento de Deus. Está escrito: “Mas as vossas iniqüidades faz separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobre o seu rosto de vós, para que não vos ouça”(Is 59:1,2). Numa sociedade em que a maldade é explicada e justificada de diversas maneiras sociológicas e psicológicas, é fácil esquecer que o pecado é a transgressão da vontade de Deus (1João 3:4) que cria uma barreira entre Deus e os pecadores. A pessoa que quer voltar para Deus precisa identificar o problema de pecado na sua vida. Davi disse: “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51:3).
Não é suficiente reconhecer que o pecado nos afasta de Deus. É necessário assumir responsabilidade pessoal pelos pecados que temos cometido. Diferente de crianças que apontam os dedos para jogar a culpa nos outros, precisamos agir como adultos e assumir a responsabilidade pelas nossas próprias transgressões. Embora o pecado de Davi tenha atingido várias outras pessoas (Bate-Seba, Urias, Joabe, a família dele, etc.), Davi entendeu que o principal problema foi a ofensa contra Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51:4). O meu pecado não é culpa da família, da igreja, da sociedade, etc. É culpa minha!
O nosso coração pode cair em incredulidade, provocando afastamento de Deus. Ninguém deixa a igreja de uma hora para a outra, o que ocorre é um distanciamento gradativo, e quando a pessoa percebe já está longe de Deus. É por isso mesmo que cada crente deve procurar incentivar os outros na fé, pois os cuidados e caprichos deste mundo são coisas que querem a todo custo nos afastar dos valores celestiais.
III. A RESTAURAÇÃO DO PECADOR
A restauração, sob o ponto de vista humano, é a maneira de se colocar contritamente nas mãos do divino “Oleiro” para que ele refaça o “vaso quebrado” e lhe dê novamente a forma e a beleza anteriores, depois de qualquer escorregão e queda ou de qualquer escândalo e desastre de natureza moral e religiosa.
Depois de qualquer período de frieza espiritual e crise existencial, depois de qualquer escândalo e desastre de natureza espiritual, depois de qualquer ressentimento ou revolta contra Deus, é necessário que haja restauração para que se retorne ao estado original.
Davi, autor de 73 dos 150 salmos, e que possuía certos traços de caráter muito especiais (1Sm 24:6; 26:8-11; 2 Sm 23:13-17; 1Cr 21:18-27), teve o seu padrão espiritual e moral - tão elogiado por Deus(At 13:22) e pelos de fora(1Sm 16:18) - quebrado, destruído, porque desprezou a Palavra do Senhor(2Sm 12:9). Se quisesse voltar o que era antes (“o homem segundo o coração de Deus”), era necessário uma cabal restauração em sua estrutura espiritual; uma restauração sincera.
A ordem do processo de restauração é sempre essa: arrependimento, conscientização, confissão e abandono da prática pecaminosa. Mesmo tendo pecado e tentado ocultar o que fizera, Davi tinha um coração bom e voltado para Deus, pois era uma pessoa quebrantada. Ele podia, como rei, punir Natã, ou mesmo se escusar daquela acusação, mas se quebrantou diante do profeta e reconheceu seu pecado. Era isto que Deus esperava dele, e assim começou a recuperação de Davi.
Na cruz, Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a cruz, encontramos perdão, cura, restauração completa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”(1João 1:9).
Os versículos 1 e 2 do salmo 51 mostram o pavor de Davi pelo pecado cometido contra a Santidade de Deus, e clama com todo ímpeto de sua alma pela Sua misericórdia: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado”. Esse clamor mostra o desespero de Davi por perda de algo muito importante, e foi importante mesmo, vejamos então: a perda da comunhão de Deus; a perda da sua proteção; a perda do título do homem segundo o coração de Deus; a perda da tranquilidade diante dos inimigos; e consequências nefastas na área política, espiritual, familiar, etc. Para restaurar a sua posição original ele necessitava do favor e da compaixão do Senhor. Mas, para encontrar o caminho da restauração, Davi precisava:
a) Admitir o seu pecado(Sl 51:3) – “...eu conheço as minhas transgressões...”. Davi por um tempo escondeu o seu pecado, mas isso estava arruinando a sua vida (a alegria foi embora, a mão de Deus pesava sobre ele, etc). Até que ele viu seriamente sua situação e teve convicção do pecado. Não há esperança de perdão e restauração enquanto você não admitir o seu pecado. Não olhe para os outros. Não julgue e nem culpe os outros. Pare de se justificar. Diga como Davi: ” Eu reconheço as minhas transgressões”; “Pequei contra o Senhor”. Ou como o filho pródigo: “Pai, eu pequei contra os céus e diante de ti”. Davi reconheceu que o problema não estava fora dele (beleza de Bate-Seba), mas no seu coração sujo. O caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e abandono da prática do pecado. O arrependimento é o reconhecimento de que você não merece nada a não ser o juízo.
Você sabe qual a diferença entre Saul e Davi em relação ao pecado? Ao pecar, Saul tentou justificar-se transferindo a responsabilidade para o povo (1Sm 13.13,14; 15.1-3,9, 15-31); ao passo que Davi admitiu o seu pecado, e arrependeu-se profundamente (2Sm 12.13a; Sl 51.4). Se o crente não admitir os seus erros e rejeitar a disciplina do Senhor, poderá ter o mesmo destino de Saul.
b) Confessar o seu pecado(2Sm 12:13) – “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor”. Quando confessamos nossas faltas ao Senhor, damos o primeiro passo em direção à recuperação da comunhão com Ele - "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"(1João 1.9). O crente não pode se limitar apenas ao quebrantamento. É preciso confessar e deixar o pecado. Dizer a Deus o que fizemos não é confissão. A idéia de confissão exige da pessoa o desejo de abandonar o erro. Deus não quer que leiamos para ele a lista de nossos erros, e sim que os confessemos, admitindo nossas falhas e dependendo dEle para nossa restauração - “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”(Pv 28:13).
c) Buscar o perdão de Deus (Sl 51:1) - “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. Davi reconheceu sua culpa, mas foi além. Somente sentir o peso do pecado pode levar ao remorso e autodestruição (por exemplo: Judas). Davi não se suicidou, não fugiu de Deus, mas correu para ele. Precisava ser perdoado e purificado. “A confissão busca o perdão de Deus, não a anistia. Perdão presume culpa; anistia, derivada da mesma palavra grega para amnésia, 'esquece' a suposta ofensa sem imputar culpa" (LUCADO, Max. Nas Garras da Graça, RJ: CPAD, 1999, p.120).
Davi pecou contra Deus, mas o que ele mais desejava era ter Deus de volta. Muitos que pecam, abandonam a sua fé em Deus, abandonam a comunhão com os irmãos da Igreja, a Bíblia, a oração. Fogem de Deus, que é o caminho oposto ao arrependimento. Mas Davi sabia que só Deus podia restaurá-lo, e que Deus não rejeita um coração quebrantado.
Na cruz, Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a cruz, encontramos perdão, cura, restauração completa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”(1 João 1:9). O perdão e a restauração da comunhão que se fizeram necessários são efetuados mediante a confissão dos pecados (1João 1: 9) e o arrependimento (Lc 17: 3,4; 24: 47).
d) Mudar de atitude. O arrependimento é uma tristeza que opera uma mudança de atitude para com Deus, ou seja, só há arrependimento quando a pessoa muda a sua maneira de viver, ou seja, deixa de proceder em desobediência a Deus para passar a obedecer-Lhe. O arrependimento, portanto, é o atendimento ao chamado divino para a salvação, como deixou claro o apóstolo Pedro no seu sermão no dia de Pentecostes.
Quando o pecador se arrepende, deixa a sua vida de pecados e, por isso, muda de direção na sua vida, atitude que os estudiosos da Bíblia denominam de “conversão” e que implica no início da jornada no “caminho apertado que conduz à vida”, como o apóstolo Paulo deixa claro em 1Ts 1:9. Não há salvação sem que a pessoa mude de orientação na sua vida, passe a ter atitudes diferentes, modifique a sua anterior vã maneira de viver(1Pedro 1:18). A conversão, pois, é a concretização, a realização do arrependimento, quase que como seu complemento, que faz com que o homem arrependido passe a andar no caminho certo(João 14:6).
As pessoas precisam rever suas atitudes quando o coração fala mais alto que a razão. Quando nossos sentimentos nos fazem fracassar precisamos mudar e gerar novas atitudes. Vejamos quais as atitudes Davi diante do seu pecado:
Acatou a palavra do Senhor (2Sm 12:1a). "O Senhor enviou Natã a Davi....". Natã confrontou o pecado de Davi com a palavra do Senhor. Davi aceitou as palavras do profeta e não resistiu a elas.
Reconheceu os erros cometidos(2Sm 12:13). Davi disse: "...Pequei contra o Senhor". O reconhecimento de Davi foi o princípio de sua restauração espiritual.
Confessou o seu pecado e decidiu não pecar mais(Salmo 51:1,13,17).
A Escritura comprova que Davi foi totalmente restaurado diante de Deus, e suas poesias expostas nos Salmos confirmam essa restauração.
CONCLUSÃO
Devemos reconhecer os nossos pecados e buscar em Deus o perdão e a purificação deles. Quando acontece isso os resultados são: o perdão divino e a reconciliação com Deus; a purificação (isto é, remoção) da culpa e a destruição do poder do pecado, a fim de vivermos uma vida de santidade (Sl 32:1-5; Pv 28:13; Jr 31:34; Lc 15:18; Rm 6:2-14).
Devemos nos conscientizar de que a carne, ou a natureza humana pecaminosa é uma ameaça constante na nossa vida, e que devemos sempre estar mortificando as nossas más obras por meio do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8:13; Gl 5:16-25).
Mais que condenar Davi, precisamos estar atentos ao fato de que, em maior ou menor escala, somos parecidos com ele e estamos sujeitos a fazer coisas tão graves quanto as que ele fez. Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará à comunhão perdida. Glórias a Deus!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.

4 comentários:

  1. Olá Lu, apesar do texto ser enorme, ele é bastante esclarecedor e aprendemos muito com ele. Muito bom, Paz querido!

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  2. Grato pelas tuas palavras, querida Rô! Deus abençoe tua vida, sempre!

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  3. Ótimo subsídio professor... me ajuda muito nas minhas aulas. Fica na paz de Cristo!

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  4. Se poder acessa depois professor meu blog: http://universoebd.blogspot.com/

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