domingo, 6 de maio de 2012

Aula 07 - SARDES, A IGREJA MORTA


Texto Básico:Ap 3:1-6


“Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá" (Ef 5:14).

INTRODUÇÃO

Conforme o texto sagrado (Ap 3:1-6), a Igreja em Sardes estava morta espiritualmente.  Aos olhos das pessoas apresentava um perfil ortodoxo, a sua aparência exterior era impecável. É possível uma igreja ser ortodoxa e, ao mesmo tempo, estar árida como um deserto. A ortodoxia morta mata. Externamente está tudo bem, mas a motivação está errada. Crentes ortodoxos, mas secos como um poste. Crentes que conhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes que conhecem teologia, mas a verdade já não mais os comove. A situação espiritual da igreja em Sardes podia muito bem se enquadrar naquilo que Jesus definiu aos escribas e fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caia­dos, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia" (Mt 23:27). Há igrejas, hoje, cuja aparência é bela e cujo desempenho aos olhos humanos é formidável, mas elas não passam no crivo de Jesus. Precisamos nos acautelar, pois nem tudo que é belo aos olhos dos homens é aceitável diante de Deus. Nem tudo que impressiona os homens é agradável a Deus. O homem vê a aparência; e Deus, o coração. O homem se contenta com o exterior, Deus requer a verdade no íntimo.

I. A IGREJA EM SARDES

1. A cidade de Sardes. O nome Sardes significa: os que estão escapando ou renovação. Segundo o Novo Dicionário da Bíblia – Edição Nova Vida -, Sardes foi “uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é a Turquia Asiática. Era capital do antigo reino da Lídia, o maior dos poderes estrangeiros que os gregos encontraram durante sua primitiva colonização da Ásia Menor. Sua antiga prosperidade, especialmente sob Croeso, tornou-se lendária por causa de sua riqueza; essa riqueza se derivava em parte do ouro de aluvião do Pactolos, um ribeiro que atravessava a cidade.
A cidade original era uma cidadela-fortaleza quase inexpugnável, elevando-se bem acima do largo vale do Hermo, e quase inteiramente cercada por penhascos cortados de precipícios compostos de rochas traiçoeiramente frouxas. Sua posição como centro da supremacia lídia, sob Croeso, terminou abruptamente quando Ciro, rei da Pérsia, cercou a cidade e conquistou a cidadela (549 a.C.), aparentemente escalando os penhascos e entrando em um ponto fracamente defendido sob proteção da escuridão. As mesmas táticas levaram novamente à queda da cidade em 214 a.C., quando foi capturada por Antíoco, o Grande. Embora a mesma ficasse numa importante rota comercial, no vale do Hermo, sob o domínio romano jamais recuperou a espetacular proeminência que havia tido em séculos anteriores. Em 26 d.C., seu pedido de ser-lhe dada a honra de servir de sede de um templo imperial foi rejeitado em favor de sua rival, Esmirna”.
Ainda segundo o Novo Dicionário da Bíblia, a carta ao anjo da igreja em Sardes(Ap 3:1-6) sugere que a primeira comunidade cristã ali existente estava embuída do mesmo espírito da cidade, repousando em sua reputação passada mas sem qualquer grande realização no presente, e falhando, conforme a cidade falhara por duas vezes, por não aprender do passado, e por não ter atitude de vigilância. O símbolo das ‘vestiduras’ pode em parte ser uma alusão ao comércio principal da cidade, que era o fabrico de vestes de lã e a tinturaria.
No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou. Atualmente existe apenas uma pequena vila (Sarte) perto do sítio da antiga cidade.
2. A igreja em Sardes. Provavelmente, assim como em Éfeso, a fundação da igreja em Sardes teve grande influência das viagens missionárias do apóstolo Paulo e, principalmente, de sua forte dedicação ao ensino da Palavra por espaço de dois anos, quando esteve em Éfeso, “de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a Palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”(At 19:10).
Sardes era uma igreja aparentemente ativa. Dona de um grande nome e famosa, mas não tinha vida. Tinha desempenho, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade. Tinha todas as características de um ministério dinâmico, mas estava morta (Ap 3:1). Além disso, havia gente no Centro de Terapia Intensiva (CTI), à beira da morte espiritual – “... o restante que estava para morrer...” (Ap 3.2). A vitalidade dessa igreja se fora. Sua pulsação espiritual cessara. Aos olhos dos homens, era uma igreja entusiasmada, mas, aos olhos de Cristo, estava em estado de coma espiritual. Aquilo que impressiona os homens não impressiona a Deus.
É nesse contexto que vemos Jesus enviando essa carta à igreja. Quando João entregou essa carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado, e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. A igreja não era nem perigosa nem desejável para a cidade de Sardes.
Conquanto a igreja em Sardes estivesse vivendo de aparência, havia uns poucos que não haviam contaminado suas vestiduras (Ap 3:4). Enquanto uns já estavam mortos e outros no centro de terapia intensiva, à beira da morte, alguns ainda mantinham-se íntegros, puros e incontaminados. No meio da igreja há sempre um remanescente fiel. Esses são os vencedores. São os que “não contaminaram suas vestes” e com Jesus “andarão de branco, porquanto são dignos disso”(Ap 3:4). Para esses Jesus Cristo faz uma promessa: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”(Ap 3:5).
Não é diferente o estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por Aquele que anda no meio dos candelabros, precisamos também tomar conhecimento de nossa necessidade imperativa de reavivamento hoje. O primeiro passo para o reavivamento é ter consciência de que há crentes mortos e outros dormindo, e todos eles precisam ser despertados.

II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA

Jesus é o Missivista. Para a igreja de Sardes que tinha a fama de ser uma igreja viva, mas estava morta, Jesus se revela como “Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas”(Ap 3:1). Ou seja, Ele controla as igrejas e seus mensageiros pelo poder do Espírito Santo. É o único que pode dar vida a uma igreja morta. Isaias assim descreve a sétupla ação do Espírito de Deus: “E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”(Is 11:2).
Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete lâmpadas, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4:5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5:6). Deus tudo sabe e vê tudo. “Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele...” (2Cr 16:9). Portanto, nada em Sardes seria escondido de Jesus.
1. “O que tem os sete Espíritos de Deus”(Ap 3:1). Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja. O problema da igreja de Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida.
A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos: "Filho do homem, esses ossos poderão reviver? Respondi: Senhor Deus, tu sabes" (Ez 37:3). Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo. Só Ele pode dar vida e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que o “vale de ossos secos” se transforme em um exército. Quando Ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se. Quando Ele sopra, nossa adoração formal passa a ter vida exuberante. Quando Ele sopra, os crentes têm deleite na oração. Quando Ele sopra, os crentes são tomados por uma alegria indizível. Quando Ele sopra, os crentes testemunham de Cristo com poder. Jesus é aquele que tem o Espírito e o derrama sobre sua igreja. É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo.
A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito(Gl 5:16). Uma igreja inerte só pode ser reavivada pelo Espírito Santo. Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por Ele. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por Ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente. Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Deus!
2. “O que tem as sete estrelas”. As “estrelas” são os líderes das igrejas, que estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus, Ele é a cabeça da Igreja. Ele controla a igreja, tanto local quanto universalmente. Tem autoridade e poder para restaurá-la. Ele disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja. Somente Ele pode levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos. Cristo é o dono da igreja. Tem cuidado dela. Ele a exorta, a consola, a cura e a restaura.

III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA

O problema que existia na igreja em Sardes não era heresia, mas morte espiritual. Apesar de sua reputação de ser uma cidade muito ativa, Sardes estava infestada pelo pecado. Suas obras eram más e suas “vestes” estavam contaminadas. Exteriormente parecia muito boa, mas interiormente era extremamente corrupta. Nem ela própria tinha consciência de seu estado espiritual.
Não nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta. Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Parecia estar viva, mas, na verdade, estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Todos a reputavam como igreja viva, florescente; todos, com exceção de Cristo. Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse: "Porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus" (Ap 3:2).
A fé exercida pela igreja de Sardes era apenas nominal. O seu cristianismo era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, mas não de coração. Tinham fama de vivos; mas, na realidade, estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos. Alguém disse que “há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto”.
Conta-se que certo pastor, ao ver a igreja que pastoreava em um profundo estado de torpor espiritual, negligenciando a Palavra, desobecendo aos preceitos de Deus, chocou a congregação dizendo que, no domingo seguinte, faria a cerimônia de sepultamento da igreja. Convocou todos os crentes para virem para a cerimônia fúnebre. No domingo seguinte, até os faltosos estavam presentes. O pastor começou o culto e, bem defronte do púlpito, estava um caixão. O clima, de fato, era sombrio. Havia uma tristeza no ambiente. A curiosidade misturada com temor assaltou a todos. Depois do sermão, o pastor orientou os crentes a fazer uma fila para ver o defunto que deveria ser enterrado. Cada pessoa que passava e olhava  para dentro do caixão ficava comovida. Algumas pessoas saíram quebrantadas, em lágrimas. A congregação inteira prorrompeu em copioso choro. No fundo daquele caixão, não estava um corpo morto, mas um espelho. Cada crente daquela congregação contemplava seu próprio rosto. Todos entenderam a mensagem. Eles estavam dormindo o sono da morte e precisavam ser despertados para a vida em Cristo Jesus.
1. Fatores que levam à morte espiritual de uma igreja local. O que faz uma igreja morrer? Quais são os fatores da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje? Eis alguns:
a) Apartar-se da pureza da Palavra de Deus -  “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te...”(Ap 3:3). O que é que os crentes de Sardes ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso? A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. Quando uma igreja abandona a Palavra de Deus ela fica despojada do antídoto para resistir a apostasia e a morte espiritual. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade. Hoje vemos muito ajuntamento e pouco quebrantamento; muito do homem e pouco de Deus. Muitas igrejas locais, ditas evangélicas, têm se desviado pelos atalhos da heterodoxia e seguido doutrinas de homens em vez de firmar-se na Palavra de Deus. Estamos precisando voltar às Escrituras e obedecer-lhas.
Muitos têm se iludido achando que Deus se agrada se cumprirmos tão somente os deveres litúrgicos, ou seja, se rendermos a Deus um culto formal em alguma igreja. Deus quer de nós, fundamentalmente, sinceridade e obediência à Sua Palavra, pois o “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1Sm 15:22). O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não têm valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão(cf Is 1:11-20;59:2).
b) Conformar-se com o mundo. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Não sede conformados com este mundo...”(Rm 12:2). "Mundo" aqui não significa o universo, a Terra e nem mesmo seus habitantes, mas o sistema que impera em nossa sociedade e que é contrário a Deus. É nesse sentido que o Novo Testamento fala que antes de nos convertermos nós andávamos "segundo o curso deste mundo", que "o mundo jaz no maligno" e que o diabo é "o príncipe deste mundo". Estes versos nos ensinam que quem não segue a Jesus segue o mundo e seu príncipe e que tudo que ele pensa não está moldado por Deus e Sua Palavra (Rm 12:12; 1João 2:15-17; Ef 2:2). Por isso é que Paulo nos ensina que quem se converteu está crucificado para o mundo e mundo para ele. Em outras palavras, não dá para viver nos dois barcos. Não dá para ser cidadão de dois reinos. No reino de Deus não é permitida dupla cidadania. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.
c) Falta de discernimento espiritual. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
d) Falta de integridade na Obra de Deus – “Não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus”(Ap 3:2b,ARA). O problema na igreja de Sardes não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade. Aqueles crentes promoviam seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscavam sua própria glória e não a de Cristo. Honravam a Deus com os lábios, mas o coração estava longe do Senhor (Is 29:13). Os cultos eram solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A vida de seus membros estava manchada pelo pecado. Esses crentes eram como os hipócritas: davam esmolas, oravam, jejuavam, entregavam o dízimo, com o fim da ganhar a reputação de serem bons religiosos. Eles eram como sepulcros caiados. Ostentavam aparência de piedade, mas negavam seu poder (2Tm 3:5). Isso é formalidade sem poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna, demonstração sem vida. Esses crentes viviam um disfarce da fé, uma religião do faz de conta. Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Pregavam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura.
É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2:2-4); é possível obedecer a mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25:2); é possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também. Deus quer obediência, integridade, verdade no íntimo.
e) Falta de Vigilância – “Sê vigilante...” (Ap 3:2). A cidade de Sardes era uma acrópole inexpugnável que nunca fora conquistada em ataque direto; mas, duas vezes na história da cidade, ela foi tomada de surpresa por falta de vigilância da parte dos defensores. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, Ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente.
A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado. Os crentes devem fugir de lugares, situações e pessoas que podem ser um laço para seus pés. Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo. O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6:18; Cl 4:2).
3. A solução para a igreja em Sardes: o reavivamento. Foi o próprio Jesus quem apontou a solução: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te”(Ap 3:3). O reavivamento é resultado da lembrança dos tempos do primeiro amor e da volta à Verdade, à Palavra de Deus. Quando uma igreja experimenta um reavivamento, ela passa a ter fome de Deus e de sua Palavra; Começa a se dedicar ao estudo das Escrituras; Abandona o descaso e a negligência com a Palavra; A Palavra torna-se doce como o mel; As antigas veredas se fazem novas e atraentes; A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora.
Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, de seu fervor, de seu entusiasmo, de sua devoção ao Senhor Jesus. Assim como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja precisava lembrar as grandes bênçãos recebidas e voltar a valorizar a sua comunhão especial com Deus. Se esquecermos da Palavra de Deus, facilmente cairemos no pecado (veja 2Pedro 1:8-9). Para nos firmar na fé, temos que lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a Ceia do Senhor foi dada como a celebração central das reuniões dos cristãos. Quando lembramos da morte de Jesus, do sacrifício que ele fez por nós, ficamos mais firmes em nossos passos rumo ao Céu (1Co 11:24-26). Mas não é suficiente lembrar das coisas que ouvimos; precisamos, também, guardar as palavras do Senhor. O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido (2Tess 1:8; 1Pedro 4:17). No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrepender e voltar às boas obras de obediência.
É bom ressaltar que avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. Tem, sim, a ver com mudança de caráter, com mudança de direção, com o guardar os mandamentos do Senhor, com o voltar às boas obras de obediência.
4. As bênçãos do reavivamento – “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida; e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anos”(Ap 3:5).
a) “Será vestido de vestes brancas”. A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado. Porém, o vencedor receberia vestes brancas - símbolo de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade, não há salvação. Sem santificação, ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no Céu. A santidade é garantia de glória no futuro.
b) “De maneira nenhuma riscarei o seu nome do Livro da Vida”. O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (veja Ap 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27; Fp 4:3). Na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (Ap 21:27).
Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que nosso nome esteja no Livro da Vida a fim de que seja proclamado por Cristo no Céu (Mt 10:32).
c) “Confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus anjos”. A confissão de Cristo a nosso favor e a concessão da impecabilidade, ou seja, a santidade perpétua, é outra promessa que está reservada aos fiéis servos de Deus. O vitorioso atingirá um estágio semelhante ao dos anjos: o estado de impecabilidade, não mais podendo pecar. Estará totalmente livre do pecado e com seu ingresso eterno na glória divina garantido e confirmado pelo Cordeiro de Deus que o perdoou e o fez entrar na cidade pelas portas.

CONCLUSÃO

Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: “como será nossa igreja nas próximas gerações?”. “Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou morta?”.
É bom atentarmos que nem sempre uma grande multidão representa a legítima expressão de devoção espiritual. Nem toda expressão de entusiasmo religioso é resultado de avivamento espiritual. Não é suficiente ter o nome no rol de membros de uma igreja, por mais conceituada e santa que ela seja. Não basta ter o nome de crente, é preciso ser crente. Não basta aparência de santidade, é preciso ter santidade. Não basta parecer vivo, é preciso estar vivo. Não basta parecer salvo, é preciso estar salvo. Não basta ter nosso nome confessado diante dos homens, precisamos tê-lo confessado diante do Pai. Não basta ser conhecido na terra, precisamos ser conhecidos no céu. Não basta ter o nome registrado no rol de membros da igreja, é preciso ter o nome escrito no Livro da Vida.
Portanto, devemos olhar para essa carta à igreja de Sardes não como uma relíquia, mas como um espelho em que vemos a nós mesmos. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; 13:9).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.

domingo, 29 de abril de 2012

Aula 06 - TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE


Texto Básico:Apocalipse 2:18-25


"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (2Co 6:14,15).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos sobre a carta de Jesus Cristo enviada à igreja em Tiatira. Apesar de ser a menos importante das sete cidades, a carta dirigida a igreja foi a mais extensa. Tiatira, ao contrário de Éfeso, possuía a maior das virtudes - o amor, mas a doutrina praticada por ela não foi validada por Cristo; era operosa, mas não fiel. A igreja era marcada por fé - havia confiança em Deus. A igreja era marcada pela perseverança (ou paciência triunfadora) - ela passava pelas provas com firmeza. O seu progresso espiritual era bastante notório - suas últimas obras eram mais numerosas que as primeiras. John Stott comentando sobre os predicados espirituais da igreja em Tiatira diz: "Tiatira não apenas rivalizava com Éfeso nas atividades do serviço cristão, como também demonstrou o amor que faltava em Éfeso, preservou a fé que estava em perigo em Pérgamo e compartilhava com Esmirna a virtude da resistência paciente na tribulação” (STOTT, John. O que Cristo pensa da Igreja, p. 59). Todavia, Tiatira foi reprovada por Jesus pelo fato de tolerar os falsos mestres e a falsa doutrina.

I. A IGREJA EM TIATIRA

1. A cidade de Tiatira. “Uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é a Turquia Asiática. Ocupava uma importante posição em um ‘corredor’ baixo que ligava os vales do Hermo e do Caico. Abrigava uma guarnição de fronteira, principalmente sobre a fronteira ocidental do território de Seleuco I, da Síria (que a fundou, no século IV a.C.), e posteriormente, após haver mudado de mãos, na fronteira oriental do reino de Pérgamo. Com esse reino, passou para o domínio dos romanos, em 133 a.C. Porém, continuou sendo um ponto importante do sistema de estradas dos romanos, pois ficava na estrada vinda de Pérgamo até Laodicéia, e daí continuava para as províncias orientais. A descrição feita pelo Senhor Jesus em Ap 2:18 é apropriada para uma cidade famosa por seus trabalhos em bronze. As condições da promessa de Ap 2:26,27 podem refletir a longa história militar da cidade. Uma cidade bastante grande, por nome Akhisar, continua existindo no mesmo local” (O novo dicionário da Bíblia – Editora Vida).
Tiatira não era nenhum centro político ou religioso, sua importância era comercial. Era sede de várias associações importantes de comércio, tais como: lã, couro, linho, bronze, tintureiros, alfaiates, vendedores de púrpura. Uma dessas corporações vendia vestimentas de púrpura e é provável que Lídia, a primeira pessoa a ser convertida em Filipos, fosse uma representante dessa corporação em Filipos (At 16:14). Essas associações tinham fins tanto de mútua proteção e benefício como social e recreativo. Seria quase impossível ser comerciante em Tiatira sem fazer parte dessas associações. Não participar era uma espécie de suicídio comercial; era perder as esperanças de prosperidade. Cada associação tinha sua divindade tutelar. Em suas frequentes reuniões havia banquetes com comida sacrificada aos ídolos e que acabavam depois em festas cheias de licenciosidade.
O que os cristãos deviam fazer nessas circunstâncias: transigir ou progredir? Manter a consciência pura ou entrar no esquema para não perder dinheiro? Ser santo ou ser esperto? Qual é a posição do cristão? Se sair da associação, perde sua posição, reputação e lucro financeiro; se permanecer nessas festas, está negando Jesus. Alguém tinha que dar uma solução. E é nesse momento que o líder deve se apresentar como o anjo da igreja; isso não ocorreu em Tiatira. Então o inimigo se aproveitou da situação e ergueu a sua representante: “Jezabel”. Sua astúcia foi tão ebriático que logo se sobressaiu como profetiza e mestra na igreja. Ela insinuava que para vencer Satanás é preciso conhecer “as coisas profundas de Satanás”. O seu ensino enfatizava que não se pode vencer o pecado sem conhecer profundamente o pecado pela experiência. Faltou discernimento por parte do líder e de muitos membros da igreja para perceber que Jezabel era um instrumento usado por Satanás.
2. A igreja em Tiatira(Ap 2:18). A igreja em Tiatira foi a quarta(Ap 1:11) das sete igrejas da Ásia. Lídia, a vendedora de púrpura (lã tingida), a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira (Atos 16:14). É bem provável que o evangelho tenha chegado a essa cidade através dela. Também não se pode descartar a influência da obra missionária de Paulo na organização e formação da igreja em Tiatira(cf At 19:10).
Essa igreja se destacava em vários sentidos. Não lhe faltavam “boas obras, [...] amor, [...] fé, [...] serviço e perseverança paciente”. Porém, a congregação havia tolerado doutrinas impuras em seu meio, e o resultado foi a prática de prostituição e idolatria. A igreja havia permitido que uma “mulher” por nome “Jezabel”, que se dizia profetiza, conduzisse servos de Deus ao pecado. A igreja não era criteriosa acerca da verdade, pois cedia seu púlpito sem qualquer critério àqueles que se diziam crentes, mas apresentavam falsos ensinos. Possivelmente, enfatizando o amor a ponto de esquecer a pureza da doutrina, a igreja de Tiatira tolerava esta falsa mestra e cedia o púlpito para ela. Foi um grave erro. Devemos sempre lembrar que a sabedoria de Deus é mais importante do que a paz com pessoas (Tg 3:17; Mt 10:34-38). O povo de Deus deve repreender e rejeitar falsos mestres (Ef 5:11; Rm 16:17-18; Gl 1:6-9; Tito 3:10-11).
Segundo estudiosos, era esse o problema de Tiatira: não havia perseguição física; o perigo estava dentro da igreja. Essa é também uma dolorosa realidade na igreja contemporânea. Multiplicam-se os falsos mestres e muitas são as igrejas que abrem suas portas e franqueiam seus púlpitos a aventureiros descomprometidos com a sã doutrina. Há muitas crendices no meio evangélico introduzidas por falsos mestres. As pessoas que são libertas do paganismo e deixam para trás seu misticismo grosseiro tornam-se prisioneiras de outras crendices nos redutos chamados evangélicos. Mantemos as pessoas prisioneiras de práticas absolutamente estranhas às Escrituras. Somos uma igreja que avilta a eficácia do sacrifício perfeito e completo de Cristo. Assistimos ao florescimento da igreja do sal grosso, do óleo ungido, do copo de água em cima do rádio, da cura pelo suor do corpo do “apostolo”, etc. Vemos crescer a igreja das campanhas, das novenas; a igreja que busca sofregamente os milagres e a prosperidade, mas não se deleita na salvação em Cristo Jesus. Vemos uma igreja que desengaveta as indulgências da Idade Média e vende a graça por dinheiro. Vemos multiplicar no Brasil igrejas que parecem mais empresas particulares, que abrem franquias como se abre uma loja comercial. Igrejas que fazem do evangelho um produto lucrativo e transformam os crentes em consumidores vorazes para abastecer os cofres de pregadores inescrupulusos. Somos uma igreja analfabeta na Palavra. Temos extensão, mas não temos profundidade. Temos muitos espetáculos grandiosos, mas não temos a Palavra. Temos muitos atores no palco, mas poucos pregadores fiéis nos púlpitos. Estamos precisando de um genuíno avivamento na igreja, um avivamento que traga de volta o povo de Deus à Palavra.

II. A IDENTIFICAÇÃO DO REMETENTE

“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido”(Ap 2:18).
1. Jesus é “o Filho de Deus”. Jesus escolhe aqui o título de Filho de Deus, que é superior ao título escolhido em Apocalipse 1:13 quando se denomina Filho do Homem. Jesus escolhe esse título ao falar com a Igreja de Tiatira por causa do paganismo deles, que pregavam Jesus como humano e desprezavam Sua natureza divina. O final dos tempos é marcado por vários falsos mestres que ensinam que Jesus Cristo seria apenas humano, negando sua natureza divina. Nessa carta, o Filho de Deus é retratado com os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido.
2. Jesus é Onisciente – “tem os olhos como chama de fogo”. Para a igreja de Tiatira que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo, que se referem à sua visão penetrante, que tudo sonda e conhece. Sim, o Senhor Jesus vê tudo, conhece tudo e sonda a todos. Nada escapa a seu conhecimento. Ele conhece as obras (Ap 2:19) e também as intenções (Ap 2:23). Cristo apresenta-se assim porque muitas práticas vis estavam sendo toleradas secretamente dentro da igreja. Mas ninguém pode esconder-se do olhar penetrante e onisciente de Jesus. Pedro não pôde apagar de sua memória o olhar penetrante de Jesus. Ele esquadrinha o coração e os pensamentos. No dia do juízo, ele julgará o segredo do coração dos homens.
3. Jesus é o Supremo Juiz – Ele tem “os pés semelhantes ao bronze polido”. Para a igreja de Tiatira que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus não apenas tem olhos como de fogo (Ap 2:19), não apenas sonda nossa mente e coração (Ap 2:23), mas, também, tem os “pés semelhantes ao bronze polido”(Ap 2.19), que se refere à iminência de julgamento. O bronze reluzente transmitia a ideia de força e estabilidade. Isso fala de sua onipotência para julgar seus inimigos.
O Noivo da Igreja tem todo poder e toda autoridade nos céus e na terra (Mt 28:18). Ele tem todas as coisas debaixo de seus pés. Todas as coisas lhe estão sujeitas. Ele tem poder sobre as forças da natureza, sobre os demônios, sobre a enfermidade e sobre a própria morte. Nada escapa ao seu controle e ao seu domínio.
No dia do juízo, Cristo colocará todos seus inimigos debaixo de seus pés (1Co 15:25). Naquele dia, o Cordeiro estará irado (Ap 6:17). O Juízo de Deus sobre os ímpios começará a ser executado logo que o Senhor Jesus retirar sua Igreja daqui da Terra. Todavia, o juízo de Deus terá seu ponto alto e final no Julgamento do Trono Branco que acontecerá depois do Milênio e antes do estabelecimento do Estado Eterno. Neste dia todos os ímpios de todos os tempos comparecerão diante do Supremo Juiz para o acerto de contas final.

III. UMA IGREJA RICA EM OBRAS

A igreja em Tiatira tinha todas as qualidades para ser, no mínimo, como a igreja de Esmirna. Ela tinha muito crédito diante de Deus. Suas qualidades eram exteriores e interiores. Foi o próprio Jesus quem reconheceu essas qualidades: “Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras” (Ap 2:19). Portanto, a igreja em Tiatira era:
1. Uma igreja amorosa, caridosa – “e o teu amor”. Faltava amor na igreja em Éfeso(Ap 2:4), mas Jesus viu esta qualidade boa em Tiatira.
2. Uma igreja trabalhadora, serviçal – “e o teu serviço”. A igreja de Tiatira estava trabalhando mais do que trabalhara no início de sua carreira, mas muito trabalho sem vigilância também não agrada a Jesus. Ação sem zelo doutrinário (em Tiatira) e zelo doutrinário sem ação (em Éfeso) não agradam a Jesus.
3. Uma igreja de fidelidade – “e a tua fé” . Jesus é Aquele que distingue dentro da igreja as pessoas fiéis e as infiéis (Ap 2:24). Na igreja em Tiatira havia três grupos: os que eram fiéis (Ap 2.24), os que estavam tolerando o pecado (Ap 2:20) e os que estavam vivendo no pecado (Ap 2:20-22). A igreja estava bem, estava em perigo e estava mal. Em uma mesma igreja há gente salva e gente perdida. Há joio e trigo. E Jesus sabe distinguir uns dos outros.
4. Uma igreja perseverante – “e a tua paciência”. A igreja era marcada pela perseverança ou paciência triunfadora; ela passava pelas provas com firmeza.
5. Uma igreja operante – “e que as tuas últimas obras são maiores do que as primeiras”. A igreja em Tiatira ao invés de esfriar tornou-se cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que se mostra pelas suas obras (Tiago 2:14-17). Os servos de Deus devem ser “sempre abundantes na obra do Senhor” (1Co 15:58), pois Deus nos criou para boas obras (Ef 2:10).
Por estas qualidades apresentadas poderíamos considerar a igreja em Tiatira completa, exemplar. Entretanto, sua falha estava no excesso de tolerância. Em sua disposição de amar, talvez tenha se confundido um pouco, chegando a aceitar o inaceitável - “Tenho contra ti que toleras Jezabel...” (Ap 2:20). Esta “mulher”, que se intitulava profetisa, não somente ensinava como também seduzia cristãos a praticarem a prostituição e comerem coisas sacrificadas aos ídolos – “...mulher que se diz profetiza, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria”(Ap 2:20). Amar não significa tudo aceitar. Ainda hoje, o amor tem sido usado como escudo para esconder o mal e permitir o pecado. Quantos casais caem no erro em nome do amor? Quantos falsos profetas e falsos mestres são tolerados em nome do amor?
Atualmente há algumas denominações evangélicas fazendo o que está em Ap 2:19, mas, também dentro delas existem falsos mestres e pastores fazendo o mesmo o que está descrito em Ap 2:20, ou seja, fazendo o mesmo que a falsa profetiza Jezabel fazia. Alguém poderá perguntar: “será que vemos isso nas igrejas evangélicas?”. Sim, infelizmente! E isto não é só de agora. Podemos inferir através do seguinte texto dirigido à igreja em Colossos: “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria” (Cl 3:5). Satanás sempre procurou destruir a igreja, mas parece que ele ainda não percebeu que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16:18).

IV. JEZABEL, E AS PROFUNDEZAS DE SATANÁS

Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei” (Ap 2:24). Satanás estava presente e ativo na Ásia quando Jesus enviou as cartas às sete igrejas. Satanás tinha sinagogas em Esmirna (Ap 2:9) e em Filadélfia (Ap 3:9), e um trono em Pérgamo (Ap 2:13). Em Tiatira, ele tinha uma profetisa, por nome Jezabel, que incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás”. Para servir a Deus num ambiente cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar em Deus, na certeza da recompensa aos vencedores. Quando uma igreja cresce em qualidade Satanás fará de tudo para descontinuar o crescimento dessa igreja. Ele a persegue de todas as maneiras.
A igreja de Tiatira estava crescendo (Ap 2:19), por isso Satanás procurou corromper seu interior, em vez de atacá-la de fora para dentro. A perseguição não era física, mas camuflada. Essa é a pior perseguição, pois é sutil e quase imperceptível.
1. A Jezabel de Tiatira. Jezabel (esse nome é provavelmente simbólico) era evidentemente uma mulher que foi aceita dentro da comunhão da igreja (Ap 2:20). Seu ensino provavelmente advogava certa medida de transigência com alguma atividade que era implicitamente pagã. É possível que isso fosse associação com clubes sociais ou corporações em que os negócios diversos estavam organizados. Essas corporações cumpriam muitas funções admiráveis, e seguir alguma atividade comercial era quase impossível para quem não pertencesse a uma dessas corporações; não obstante, suas reuniões estavam inseparavelmente ligadas com atos de adoração e imoralidade pagãs.
Provavelmente Jesus tenha escolhido esse nome por representar toda a maldade da mulher do rei Acabe, rei de Israel. Foi Jezabel quem introduziu em Israel o culto pagão a Baal e misturou religião com prostituição (1Rs 6:31). Ela não só perseguiu os profetas de Deus(1Rs 18:4), mas também promoveu o paganismo. A Jezabel de Tiatira agiu de maneira semelhante, seduzindo os cristãos às práticas de idolatria e prostituição (ou imoralidade sexual literal, ou impureza espiritual).
Acredita-se que a Jezabel de Tiatira era uma devota da deusa Diana (ou Artemis, seu outro nome), e que, possuindo beleza e o dom da liderança, seguida de gente influente na cidade, e que, atraída à causa crescente do cristianismo, juntara-se à igreja, insistindo no privilégio de ensinar e praticar prazeres licenciosos, alegando que a sua doutrina era inspirada. Esse tipo de procedimento infame é o que o diabo tem usado para tentar destruir a igreja do Senhor Jesus. Sempre que a igreja começa a crescer e glorificar o Senhor com almas redimidas, o diabo contra-ataca, enviando pessoas dele para criarem divisões, intrigas, doutrinas falsas, adultérios, roubos, mentiras, enfim, toda a sorte de sujeira do seu reino para dentro da igreja, para tentar desmoralizá-la perante a opinião pública. Quando tudo isso não alcança o seu objetivo, ele providencia a perseguição por parte das próprias autoridades. Mas, a recomendação de Cristo é: “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tg 4:7).
2. O ministério de Jezabel. A Jezabel de Tiatira parecia ser usada pelo Espírito Santo, com dom de profecia. Entretanto, havia outro espírito agindo nela. Tinha aparência de espiritualidade, mas vivia na carnalidade. Suas palavras podiam ser agradáveis, mas suas obras eram malignas (Ap 2:20-22). Certamente Deus fala através de profecias, mas nem toda profecia vem de Deus. As mensagens proféticas devem ser julgadas à luz da bíblia (1Co 14:29). Precisamos rejeitar toda palavra que não esteja de acordo com as Sagradas Escrituras, principalmente aquela que nos induz ao pecado. É provável que essa “Jezabel” tenha profetizado na igreja, defendendo veladamente os alimentos sacrificados aos ídolos e a prostituição, mas o Senhor, zeloso por seus servos, levantou João, o verdadeiro profeta, para desmascarar aquele engano.
Além de “profetizar”, Jezabel ascendera à categoria de mestra na igreja(Ap 2:20), só que o seu ensino induzia os crentes a se desviarem da verdade. A igreja abriu as portas para essa mulher. Ela subia ao púlpito da igreja, exercia a docência na igreja e induzia os crentes ao pecado. A igreja não tinha pulso para desmascará-la e enfrentá-la. A proposta de Jezabel era oferecer uma nova versão do cristianismo, um cristianismo liberal, sem regras, sem proibições, sem legalismos. Ela queria modificar o cristianismo para se adaptar à moralidade do mundo. Ela ensinava uma prática ecumênica com o paganismo. Ela ensinava a igreja que a maneira de vencer o pecado era conhecer “as coisas profundas de Satanás” (Ap 2:24).
Assim como a Jezabel do Antigo Testamento havia corrompido o povo de Deus com imoralidade e idolatria, também a Jezabel de Tiaira ensinava que os cristãos podiam envolver-se com tais práticas sem pecar. É possível que incentivasse os cristãos a se afiliarem as associações de profissionais em Tiatira, um compromisso que envolvia o culto ao deus ou deusa da associação e a participação em festivais nos quais se consumiam coisas sacrificadas aos ídolos.
O ensino dela era que não há mérito em vencer um pecado sem antes experimentá-lo. O argumento dela é que, para vencer a Satanás, é preciso conhecê-lo e que o pecado jamais será vencido a menos que você tenha conhecido tudo por meio da experiência. O ensinamento perverso que estava por trás dessa falácia era: os pecados da carne podiam ser livremente tolerados sem prejuízo para o espírito. Mas a Bíblia diz que, nós os que para o pecado já morremos, não podemos viver no pecado (Rm 6:1,2).
Precisamos ficar atentos para esse tipo de pessoa dentro das igrejas. Não podemos nos iludir com aparência ou eloqüência dela, nem ficar impressionados com suas “profecias”, mas devemos observar seu modo de vida, pois seu exemplo pode influenciar muitos servos de Deus, levando-os ao pecado.
3. O tempo da misericórdia. O Senhor disse: “dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição, e não se arrependeu” (Ap 2:21). Tempo é oportunidade. Em todas as cartas temos a marca do amor de Cristo pela igreja e até pelos falsos. Até Jezabel teve sua oportunidade de arrependimento. Porém, não quis aproveitá-la. Enquanto o juízo não vem, pode-se pensar que Deus seja tolerante com o pecado, mas não é isso. Trata-se do tempo da misericórdia que antecede o julgamento e a sentença.
4. Consequências do pecado(Ap 2:21-23). Durante algum tempo, a falsa profetiza Jezabel esteve confortável na igreja de Tiatira, até que veio sobre ela o juízo de Deus e a consequência do seu pecado. Uma vez que Jezabel não queria arrepender-se, o Senhor lhe daria uma cama de tribulação em lugar de seu leito de lascívia. A Nova Versão Internacional diz que ela ficaria doente. Os que com ela cometeram adultério também seriam prostrados numa cama de grande tribulação, caso não se arrependessem das obras que a suposta profetiza incitava. Então, todas as igrejas saberiam que o Senhor está atento a todas as coisas e recompensa a cada um segundo as suas obras. A idolatria, a prostituição e o adultério não ficarão impunes, a não ser que haja arrependimento.
5. Purificação da igreja. Poderíamos perguntar: por que Deus permite a presença de pessoas assim na igreja? Mas, o Senhor está perguntando por que nós permitimos? Ele disse ao líder da igreja: “Tenho contra ti que toleras Jezabel...”. Era responsabilidade de o líder extirpar aquele mal do meio da congregação. Cabe ao líder zelar pela saúde doutrinária de sua comunidade eclesiástica e não confundir amor com omissão. Os crentes fracos devem ser ajudados, mas os que ensinam falsas doutrinas devem ser afastados do grupo. Não se pode tolerar a presença do lobo dentro do aprisco.
6. Perseverança dos salvos (Ap 2:24,25). Daqueles que não se contaminaram com os referidos pecados, o Senhor esperava perseverança. De nada adianta ser um cristão temporário, que se desvia diante da primeira tribulação. Precisamos ser perseverantes até a vinda do Senhor. O advérbio “até” nos dá idéia de continuidade, insistência, e fidelidade, a despeito das circunstâncias. Os que assim viverem, praticando a vontade do Pai, serão por Ele recompensados.
7. A recompensa dos vencedores (Ap 2:26-28). O vencedor em Tiatira era o cristão fiel que guardava firmemente as obras do cristianismo autêntico. Sua recompensa consistiria em reinar com Cristo no milênio. Teria “autoridade sobre as nações” e as regeria “com cetro de ferro”. A “brilhante Estrela da Manhã” é o Senhor Jesus(Ap 22:16). Assim como a “estrela da manhã” aparece no céu antes de o sol nascer, Cristo aparecerá como Estrela da manhã para arrebatar sua igreja ao Céu antes de vir como o Sol da justiça para reinar sobre a Terra(1Ts 4:13-18; Ml 4:2). O vencedor recebe, portanto, a promessa de que participará do arrebatamento. Amém!

CONCLUSÃO

O Senhor reconheceu realidades boas dentro da igreja em Tiatira: muito trabalho, amor pelos pobres, demonstrações de fé, obras assistenciais de grande tamanho, etc. Mas, também, Jesus viu problemas nela. Não basta a Igreja ter estas qualidades, tem que haver temor do Senhor, respeito pela sua Palavra, santificação dos seus membros, ensinamento de renuncia pelo mundo, busca do Reino dos céus, unidade do corpo de Cristo.
Um dos grandes enganos de Satanás é induzir os crentes a pensar que precisam buscar novidades para terem uma experiência mais profunda com Deus. Não precisamos buscar fora das Escrituras inovações, modismos. Tudo está feito. O banquete da salvação está preparado e completo. O que precisamos é tomar posse da vida eterna, reconhecer o que Deus já nos deu, apropriarmo-nos das insondáveis riquezas de Cristo. A provisão de Deus para nós é suficiente para uma vida plena até a volta de Jesus (Ap 2:25). Precisamos permanecer firmes e fiéis, conservando essa herança até o fim. Amém?

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 50.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.






















domingo, 22 de abril de 2012

Aula 05 - PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO


Texto Básico: Apocalipse 2:12-17

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”(1João 2:15,16)

INTRODUÇÃO

Nesta aula estudaremos a respeito da carta de Jesus enviada ao pastor da igreja em Pérgamo. Havia um perigo que estava assaltando a essa igreja: a linha divisória entre a verdade e a heresia. Manter-se fiel ao Senhor em meio à sociedade idólatra de Pérgamo não era nada fácil. Porém, mesmo passando por muitas perseguições, os crentes de Pérgamo eram fiéis e não negaram a fé em Jesus. A despeito de sua fé inabalável, faltava-lhes um dom indispensável na igreja: o dom do discernimento bíblico e espiritual para combater os falsos ensinos. Alguns membros da igreja toleravam os pseudomestres e práticas contrárias à Palavra de Deus. Sustentavam a “doutrina de Balaão” e defendiam a “doutrina dos nicolaítas” (Ap 2:14-15). A palavra para a igreja em Pérgamo é dura. Aqueles que seguirem as falsas doutrinas e, consequentemente, incorrerem em frouxidão cultual e moral, enfrentarão a espada da boca de Cristo (Ap 2:16). Essa espada está ligada ao derramamento do furor da ira de Deus sobre os ímpios, os não salvos.
A carta do Senhor Jesus endereçada à igreja em Pérgamo, também, é um alerta à igreja contemporânea sobre o perigo que ela corre caso se misture com o engano doutrinário e com a imoralidade do mundo, e esqueça-se de sua missão como agência do Reino de Deus. Essa carta é endereça a você, a mim, a nós. Não é uma mensagem diante de nós, mas a nós.
Como a igreja contemporânea pode permanecer na verdade sem se misturar com as heresias e com o mundanismo? Como uma igreja que é capaz de enfrentar o martírio pode permanecer fiel diante da tática da sedução? Manejando bem a Espada do Espírito – a Palavra de Deus – subjugaremos os ardis de Satanás.
I. PÉRGAMO, O TRONO DE SATANÁS.
Satanás não apenas habitava na cidade de Pérgamo, mas lá estava seu trono. O trono de Satanás é marcado pela pressão e pela sedução. Onde Satanás reina predomina a cegueira espiritual; floresce o misticismo; propaga-se o paganismo, a mentira religiosa, bem como a perseguição e a sedução ao povo de Deus. Em Pérgamo estava um panteão, onde vários deuses eram adorados; isso atentava contra o Deus criador. Em Pérgamo as pessoas buscavam a cura através do “poder” da serpente; isso atentava contra o Espírito Santo, de onde emana todo o poder. Em Pérgamo estava o culto ao imperador, onde as pessoas queimavam incenso e o adoravam como Senhor; e isso conspirava contra o Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
1. Pérgamo, a cidade dos livros e da ignorância espiritual. O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. A cidade de Pérgamo foi construída sobre uma colina, cuja altura chegava a 300 metros acida da região que a circundava, sendo, portanto, uma fortaleza natural. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Era uma cidade sofisticada, centro da cultura e da educação grega, com uma biblioteca de aproximadamente 200 mil volumes (era a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito). Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro.
Apesar se ser considerada a cidade dos livros era também o centro da ignorância espiritual. Nela existiam quatro seitas idólatras principais - a Zeus, Dionísio, Asclépio (figura de uma serpente) e Atenas. Por ser o centro dessas seitas malignas, Pérgamo tinha o nome de cidade “onde está o trono de Satanás”(Ap 2:13). O principal deus dessa cidade, Asclépio (o deus da cura e da medicina), tinha como símbolo uma serpente, que fora entronizada na cidade de Pérgamo por uma mulher chamada Nicágora, que era como uma espécie de bruxa, feiticeira. Como Asclépio (a serpente) era considerado o deus que curava as enfermidades, muitas pessoas, de todas as partes do mundo, iam procurar nele o alívio de seus males; então se adorava a serpente Asclépio; por isso o Senhor diz: “onde está o trono de Satanás”.
Até hoje em dia, médicos e farmacêuticos têm um símbolo de uma serpente enrolada; umas são com duas cabeças, outros com uma cabeça chegando a beber de uma taça; pode-se ver isso no escudo desses profissionais.
Hoje em dia, a cidade de Pérgamo já não existe, foi totalmente varrida. Abaixo do lugar onde ficava Pérgamo que era um planalto, há um vilarejo que recorda o nome de Pérgamo e que se chama Bérgama.
2. A igreja em Pérgamo. É provável que a igreja de Cristo em Pérgamo tenha sido implantada quando da estada de Paulo em Éfeso(At 20:31). Essa igreja encontrava-se inserida numa cidade marcada pela idolatria, onde o trono de Satanás estava estabelecido (Ap 2:12). Embora cercada pela adoração a Satanás, e tendo o imperador romano como um deus, a igreja em Pérgamo recusava-se a renunciar à sua fé, mesmo quando os adoradores de Satanás martirizaram o fiel Antipas, um de seus membros (Ap 2:13).
Não era fácil ser cristão em Pérgamo; os crentes estavam sujeitos a sofrer uma grande pressão a fim de transigir e abandonar a fé de Cristo. Nunca é fácil nos colocarmos com firmeza contra as intensas pressões e tentações da sociedade, mas a alternativa é a morte (Ap 2:11). Procure cooperar tanto quanto possível com as pessoas, mas evite qualquer aliança, sociedade ou participação que possa levar as práticas idolátricas e imorais. Saiba que Jesus Cristo está de olho no comportamento dos seus fiéis – “eu sei as tuas obras...”.
Pérgamo significa casado, portanto a igreja precisa lembrar-se que está comprometida com Cristo; é a noiva de Cristo e precisa se apresentar como uma esposa santa, pura e incontaminada.

II.  A ESPADA DE DOIS GUMES

A igreja em Pérgamo conservava o nome de Cristo, pois não havia renegado a fé (2:13). No entanto, o Senhor dirige-se a ela em termos de juízo fulminante. Ele é aquele que tem “a espada afiada de dois gumes” (2:12). Trata-se da Palavra de Deus(Hb 4:12), com a qual ele julgará os malfeitores na congregação(cf Ap 2:16).
1. A espada afiada de dois gumes. A espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. Cristo não apenas está no meio da igreja (Ap 1:13), mas ele está andando, em ação investigatória, no meio dela (Ap 2:1). Assim como os romanos usavam a espada para impor sua autoridade e seus juízos, a espada de Jesus, com dois gumes afiados, representa a suprema autoridade e o supremo juízo de Deus. Ela também pode representar a futura separação entre os crentes e os incrédulos. Os incrédulos jamais poderão experimentar a eterna recompensa de viver no Reino de Deus.
Há muitos males que atacam a igreja: esfriamento, perseguição, heresia, imoralidade, presunção e apatia. Mas Cristo se apresenta para cada igreja como o remédio para seu mal. Para a igreja de Pérgamo que estava se misturando com o mundo, que estava em conflito entre a verdade e o engano (Ap 2:14), Jesus se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes, que exerce juízo e separa a verdade do engano. A Palavra de Deus - que é a Espada do Espírito (Ef 6:17; Hb 4:12) -, é a única arma poderosa contra as heresias, modismos e apostasias.
2. Manejando bem a espada do Espírito. A “espada do Espírito” é a Palavra de Deus(Ef 6:17). Ela é a arma ofensiva do crente, para uso na guerra contra o poder do mal. Sem ela não há nenhuma possibilidade de vitória contra as mentiras, que chegam travestidas de verdades; as heresias, os misticismos e modismos que insistem brotar em nossas igrejas locais. Não é à toa que Satanás tem feito todos os esforços possíveis para subverter ou destruir a confiança do crente na Palavra. A recomendação do apóstolo Paulo a Timóteo foi que seus esforços teriam de estar concentrados em se tornar um obreiro que não tem de que se envergonhar, e fazer isso como alguém que “maneja bem a Palavra da verdade”(2Tm 2:15). Isso significa ministrar as Escrituras corretamente, seguir à risca.
Hoje em dia, infelizmente, três quartos do tempo do culto são dedicados ao louvor, o que tem causado grande prejuízo espiritual ao povo de Deus. Vivemos o tempo do “louvorzão” e da “palavrinha”. Desta feita, a maioria dos que cristãos dizem ser está sem habilidade de manejar a Espada do Espírito, ou seja, está despreparado para a guerra.
Enquanto soldados de Cristo, militando o bom combate aqui na terra, estamos sujeitos às tentações e males dentro e fora da igreja. Portanto, temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais disponíveis a nós, dentre elas, a Palavra de Deus - a espada do Espírito (ler Ef 6:11-18).
Esta é a única arma que Jesus usará em sua segunda vinda. Com ela, ele aniquilará o poder do anticristo e também destruirá os rebeldes e apóstatas. A mensagem da verdade se tornará a mensagem do julgamento. Deus nos fará responsáveis por nossa atitude em face da verdade que conhecemos. Jesus diz que sua própria palavra é que condenará o ímpio no dia do juízo (João 12:47,48). A palavra salvadora tornar-se-á juiz; a espada benfazeja transformar-se-á em carrasco.
III. O DESTINATÁRIO
A carta foi destinada ao anjo da igreja - “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo...”(Ap 2:12). Quem é esse anjo? Alguns intérpretes pensam que são seres celestiais enviados como mensageiros de Deus. Outros crêem que sejam anjos guardiões, um para cada congregação. Entretanto, a interpretação mais consistente, bíblica e historicamente, é que "anjo" aqui deve ser entendido como o pastor da igreja. Isso mostra que o líder é o responsável perante o Senhor, que estabeleceu uma hierarquia ministerial para a sua Igreja (1Co 12:28; At 15:6,22; Ne 8:5).
1. Um pastor numa cidade infernal. A igreja em Pérgamo se encontrava numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e davam honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino – “Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca”(Ap 2:16).
Cristo não apenas conhece as obras da igreja e suas tribulações, mas também conhece a tentação que assedia a igreja, conhece o ambiente em que ela vive. Cristo sabe que a igreja está rodeada por uma sociedade não cristã, com valores mundanos, com heresias bombardeando-a a todo instante.
Apesar de Pérgamo ser uma cidade infernal, o Senhor queria que o líder da igreja nessa cidade permanecesse ali e desse fiel testemunho de Cristo, mesmo que isso resultasse na mais cruenta morte como foi a de Antipas. O autêntico cristão é cônscio de que a perseguição faz parte da caminhada, já que Cristo nos advertiu nesse sentido (Mt 5:11,12; Lc 11:48,51; 21:12; Mc 4:17; João 15:20). Não devemos temê-la, cientes de que a venceremos pela fé em Cristo (1João 5:4). A Igreja sempre prevalecerá.
2. O testemunho e a perseverança de um pastor – “... reténs o meu nome e não negaste a minha fé...” (Ap 2:13). Jesus elogia a perseverança do pastor e dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis à fé de Jesus, mesmo sob perseguição intensa. Ser fiel a Deus no meio das bênçãos é muito fácil. Agora, Ele espera que sejamos fiéis também no momento da dificuldade. Nossa fidelidade deve ser incondicional. Se Deus nos abençoar, seremos fiéis; se ele não nos abençoar em determinada situação, devemos continuar sendo fiéis.
Devemos imitar a perseverança do pastor e dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Servimos um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo, logo, deve ser evitada.
Para aqueles que perseveram até o final receberão a recompensa. Na carta à igreja em Pérgamo, a bênção para o vencedor é descrita em três partes. Jesus disse que os vencedores:
a) Comerão do Maná escondido (Ap 2:17). O maná escondido refere-se ao banquete permanente que teremos no Céu. Aqueles que rejeitam o luxo das comidas idólatras nesta vida terão o banquete com as iguarias de Deus no Céu. No deserto, Israel recebeu o maná - o pão de Jeová (Êx 16:15); era alimento celestial (Sl 78:24). Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-58). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida. No tribunal de Cristo, receberemos o maná escondido, e Jesus será para nós nosso alimento e deleite por toda a eternidade.
b) Receberão uma pedrinha branca (Ap 2:17). A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Fp 3:20). Era usada também como bilhete de entrada em festivais públicos; a pedrinha branca é símbolo de nossa admissão no céu, na festa das bodas do Cordeiro (ler Ap 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalha; os fiéis são vencedores que receberão o prêmio (2Tm 4:7-8).
c) Receberão um novo nome (Ap 2.17). Um nome novo, frequentemente, sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: A Abrão, foi dado um novo nome: Abraão; Sarai, foi alterado para Sara; A Jacó, foi dado o nome de Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Assolada recebem nomes novos. “Desamparada” significa “meu prazer está nela”, e “Assolada” significa “desposada”, indicando que Deus tinha renovado seu concerto com Jerusalém. Veja, também, Ap 3:12.
Portanto, receberemos um novo nome, pois pertencemos à família de Deus, seremos herdeiros de Deus e entraremos na cidade santa pelas portas!
3. Antipas, a fiel testemunha – “... Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás abita”(Ap 2:13). Antipas significa contra todos. Ele se levantou contra todos e contra todas as falsas doutrinas que foram aparecendo. Acabou morrendo, assim como todos os que seguiram suas pisadas. Apesar de não termos informações adicionais sobre Antipas o mesmo é chamado de “minha testemunha”, sendo que a palavra grega é a mesma de Apocalipse 1:5 (mártir). É possível que tal homem tenha comprovado sua fidelidade ao colocar-se contrário à cultura pecaminosa de Pérgamo. Segundo Tertuliano, “Antipas foi colocado dentro de um boi de bronze, e este foi levado ao fogo até ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado." Ele resistiu à apostasia até a morte. Agora, caberia o atual pastor da igreja em Pérgamo dar continuidade a luta de Antipas. Sua missão era semelhantemente árdua, pois teria de confrontar os que detinham a doutrina de Balaão e sustentavam o ensino dos nicolaitas.
IV. AS HERESIAS DE PÉRGAMO
Ao estudar a Igreja de Esmirna, vimos que Satanás usou de sua primeira estratégia para banir os cristãos da face da terra: a perseguição física. Porém, Satanás aprendeu que, quanto mais perseguia os cristãos, mais a Igreja prosperava e permanecia. Portanto, perseguir não foi uma estratégia bem sucedida por parte do inimigo. Agora Satanás muda a estratégia, não mais violenta e ostensiva, e dá um golpe muito forte, e infelizmente de muita inteligência: Satanás passa a contaminar a Igreja para tentar extingui-la; sutilmente, provocava a união do paganismo com o cristianismo. Na igreja em Pérgamo, havia crentes que permaneciam fiéis, enquanto outros estavam se desviando da verdade.
Hoje, como aconteceu na igreja em Pérgamo, a perseguição é camuflada. Satanás, sutilmente, está usando pessoas de dentro da igreja (falsos mestres e falsos pastores) para persegui-la, com disseminação de falsas teologias, falsas doutrinas, falsos ensinos. A proposta agora não é substituição, mas mistura; não é apostasia aberta, mas ecumenismo. Alguns membros da igreja começaram a abrir a guarda e a ceder diante da sedução do engano religioso. Em uma mesma igreja há gente fiel às Escrituras, disposta a sofrer por Cristo e gente que transige com a sã doutrina, que se entrega às novidades do mercado da fé e que se desvia da verdade. Peçamos a Deus o dom de discernimento, ele é indispensável nestes últimos dias da Igreja.
A seguir, as duas figuras mostradas na carta à igreja em Pérgamo que provam a entrada do paganismo na igreja (Ap 2:14,15).
1. Doutrina de Balaão. Em Pérgamo, enquanto havia gente disposta a morrer por Cristo, alguns crentes estavam seguindo a doutrina de Balaão (Ap 2:14,15). O grande problema era que, enquanto uns sustentavam a doutrina de Balaão, os demais membros da igreja se calaram em um silêncio estranho. A infidelidade aninhou-se dentro da igreja com a adesão de uns, e o conformismo dos outros. A igreja tornou-se infiel.
A doutrina de Balaão sancionava o consumo de coisas sacrificadas a ídolos e a prostituição. A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento (Nm 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque, rei de Moabe, chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balaão desistiu de suas maldições, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel. Deu o conselho de convidá-los a participarem de uma festa idólatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade, e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas(Nm 25:9).
Balaão foi um falso profeta que prostituiu seus dons com o objetivo de ganhar dinheiro. Ele era do tipo de pessoa que prega em troca de lucro financeiro. O deus de Balaão era o dinheiro. Por ganância, aconselhou Balaque a enfrentar Israel não com um grande exército, mas com pequenas donzelas sedutoras. Aconselhou a mistura, o incitamento ao pecado. Aconselhou a infiltração, uma armadilha. Assim, os homens de Israel participariam de suas festas idólatras e se entregariam à prostituição. E o Deus santo se encheria de ira contra eles, e eles se tornariam fracos e vulneráveis. Assim está escrito: "Ora, Israel demorava-se em Sitim, e o povo começou a se prostituir com as filhas de Moabe, pois elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos seus deuses. Porquanto Israel se juntou a Baal Peor, a ira do Senhor se acendeu contra ele"(Nm25:1,3). Era o que acontecia em Pérgamo.
Portanto, a “doutrina de Balaão” refere-se a mestres e pregadores corruptos que, em Pérgamo, levavam suas congregações à transigência fatal com a imoralidade, a idolatria e o mundanismo; tudo por amor à promoção pessoal ou vantagem financeira. Segundo parece, a igreja em Pérgamo tinha mestres que ensinavam ser a fé salvífica em Cristo compatível com a prática da imoralidade.
O pecado enfraquece a igreja. A igreja só é forte quando é santa. Sempre que a igreja se mistura com o mundo e adota seu estilo de vida, ela perde seu poder e sua influência.
2. A doutrina dos nicolaitas. É impossível dizer ao certo qual era a doutrina dos nicolaítas. De acordo com vários estudiosos da Bíblia, os nicolaítas eram libertinos e ensinavam que quem estava debaixo da graça podia praticar a idolatria e cometer pecados sexuais. Os nicolaítas ensinavam que o crente não precisa ser diferente. Quanto mais ele pecar maior será a graça, diziam. Quanto mais ele se entregar aos apetites da carne, maior será a oportunidade do perdão. Eles faziam apologia ao pecado. Eles defendiam que os crentes precisam ser iguais aos pagãos. Eles deviam se conformar com o mundo. Por essa razão, Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos (Ap 2:6). Infelizmente, a igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres.
Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizam tanto a unidade entre pessoas (dentro de uma congregação ou até entre congregações diferentes) que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria, mas insistem na importância de manter uma “igreja unida”. Se persistir nesse erro, o próprio Jesus trará o castigo. A unidade entre discípulos é importante, mas a pureza da palavra é mais importante do que a paz entre homens (Tiago 3:17). Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.

CONCLUSÃO

Pérgamo é aqui! Muitas igrejas estão passando por uma grande crise doutrinária! Estão sofrendo forte influencias de modismos doutrinários, como, por exemplo, “a quebra de maldição hereditária”, a “teologia da prosperidade”, etc., sem falar dos modelos “mercadológicos” de algumas neoigrejas pentecostais. Na questão moral é bastante assustador o que está ocorrendo. Inúmeros divórcios, envolvendo pastores, e pior ainda, estão ocorrendo com os motivos fúteis e escandalosos. A consequência disso é a banalização do divórcio entre os membros da igreja. Se os pastores podem, podemos também, afirmam alguns. Se eles não são disciplinados, não podem também nos disciplinar, declaram outros. Além da questão do divórcio, há os escândalos sexuais, que envolvem do adultério à pedofilia. Portanto, Pérgamo é aqui no Brasil!
Diante destes fatos escabrosos, a única saída está no arrependimento e abandono de tais práticas: “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca” (Ap 2:16).
As Escrituras já previam que o mundo invadiria a igreja nos últimos dias. Por isso, o maligno tem alcançado tantos resultados no meio do povo que se diz crente. Entretanto, a mesma Bíblia que disse que isto aconteceria também afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja. Temos pouca força, mas o Senhor prometeu que estaria conosco. Isto nos dá uma esperança, não nos permite que desanimemos diante de tanto desvio espiritual, diante de tanta apostasia.
Jesus está voltando, e para aqueles que conseguem ouvir e atender ao seu alerta, em vez de se irritarem diante das verdades aqui expostas, fica a promessa: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Ap 2.17).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o que o Espírito diz às Igrejas.