sexta-feira, 20 de maio de 2011

MARCAR DATA DA VINDA DE CRISTO, UM TREMENDO ERRO










Em toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações relativas a data da volta do Senhor Jesus. Há muito tempo que falsos cristãos tentam usurpar atributos incomunicáveis de Deus. Só Deus é Onisciente. Só Ele conhece o futuro. Nem mesmo aos discípulos, concernente ao futuro de Israel, Jesus foi solícito com relação à revelação da independência do Reino de Israel – “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”(Atos 1:6,7).
O QUE JESUS ENSINOU SOBRE A DATA DE SUA SEGUNDA VINDA?
Ele foi bem enfático sobre isso. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas), Jesus advertiu os discípulos e todos os cristãos contra marcar a data de sua vinda. Sua volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações dos videntes:
· Mateus 24:36: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. Marcos 13:32 é uma passagem paralela idêntica.
· Mateus 24:42: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.
· Mateus 24:44: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”.
· Mateus 25:13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. Marcos 13.33-37 é uma passagem paralela.
· Atos 1:7: E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”.
Estas passagens são proibições absolutas de marcar a data da volta de Cristo. A data da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mateus 24:36). Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”.
O ensinamento de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em 1Tessalonicenses 5:1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite”.
Portanto, a data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29:29).
JÁ QUE A BÍBLIA PROÍBE MARCAR DATAS, O QUE ELA ENSINA?
Muitas das mesmas passagens que proíbem marcar datas nos instruem sobre o que fazer até que o Senhor volte. Por exemplo, Mateus 24:42 não só adverte: “porque não sabeis em que dia vem o nosso Senhor”, mas também exorta os crentes a “vigiar”. Mateus 24:44 manda os crentes “ficarem apercebidos”, “porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”. E também Mateus 25:13 nos exorta a vigiar “porque não sabeis o dia nem a hora”.
O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador (já que não sabemos quando Jesus voltará). Devemos ficar alertas, ao contrário dos descrentes que ficam dormindo, em relação às coisas de Deus. Devemos ficar alertas a fim de vivermos piedosamente até o Senhor voltar porque estamos na noite escura desta era maligna, que exige uma vigilância ativa contra o mal.
CRISTO PODERÁ VIR HOJE OU NESTE EXATO MOMENTO OU INSTANTE
Se a Igreja soubesse o dia ou a hora do arrebatamento, a iminência, a posição que os crentes pré-tribulacionistas têm em relação ao arrebatamento, seria destruída. A iminência bíblica ensina que Cristo pode vir a qualquer momento. Isso também significa que não há sinais que precisam ser cumpridos para o arrebatamento acontecer. Então, Cristo poderia literalmente vir hoje ou neste exato momento. Todas as tentativas de marcar datas destroem essa iminência.
Se alguém ensinasse que o arrebatamento aconteceria num dia, mês, ou ano específico, então isso significaria que Cristo não poderia vir antes dessa data. E, assim, o arrebatamento não poderia ser iminente, já que Cristo não viria até essa data específica.
A iminência é importante porque geralmente está relacionada a mandamentos de vida santa. Por isso, marcar datas também tem um impacto negativo no comportamento espiritual e moral das pessoas.
O ARREBATAMENTO É UM EVENTO SEM SINAIS
Se o arrebatamento é um evento sem sinais, então é impossível identificar sinais específicos que indiquem sua proximidade. É por isso que todas as tentativas de datar o arrebatamento aplicaram erroneamente à Igreja passagens relacionadas ao plano de Deus para Israel. Um exemplo deste erro seria dizer que as festas de Israel estão relacionadas com a marcação da data do arrebatamento. Mas, já que a Bíblia descreve os participantes, os eventos, e as nações envolvidas na tribulação final, podemos ver a preparação de Deus para os últimos sete anos das setenta semanas de Daniel para Israel.
Por exemplo, o fato de que Israel foi restabelecido como nação e agora controla Jerusalém é uma indicação forte de que a era da Igreja está chegando ao fim (Isaías 11:11-12.6; Ezequiel 20:33-44; 22:17-22; 38:1-23). Mas isso só pode ser uma indicação geral.

Portanto, não há base bíblica para marcar datas para a volta do Senhor nem para o fim do mundo. Certamente, Jesus Cristo voltará! Isso é uma realidade inexorável! Assim sendo, é nossa responsabilidade estarmos preparados para essa volta e para proclamar a salvação que Ele oferece, a fim de que outros também estejam preparados.
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Luciano de Paula Lourenço

domingo, 15 de maio de 2011

Aula 08 - O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL

Texto Base:1Corintios 14:26-33,39,40


Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”(1Co 14:26).

INTRODUÇÃO
O genuíno culto pentecostal deve ser ordeiro e decente, de acordo com as Escrituras. Deus não aceita no momento do culto procedimentos desorganizados e comportamentos irreverentes. Deus não é Deus de confusão, e não deseja que o momento em que é adorado sirva de escárnio nem para crentes não pentecostais nem para ímpios.
Deve-se aceitar certa liberdade no modo de adoração ao Senhor, vez que não há padrões rígidos e fixos após a vinda do Senhor a este mundo, daí porque as Escrituras dizerem que onde há o Espírito de Deus, aí há liberdade (2Co 3:17). Contudo, a liberdade na adoração a Deus não significa, em absoluto, que não haja quaisquer regras ou parâmetros na devoção coletiva, na liturgia, que é o nome que os teólogos dão a esta ordem de culto a Deus na igreja local. Liberdade, biblicamente falando, é algo que é feito debaixo da submissão da autoridade divina, algo que tem responsabilidade, não uma autonomia diante de Deus, muito menos uma libertinagem. Nosso Deus é um Deus de ordem e de decência e, como tal, a devoção coletiva deve observar estes parâmetros de nosso Senhor (1Co 14:40).
I. ADORAÇÃO E CULTO
1. O verdadeiro significado de culto.
O culto cristão é um ato de adoração, ou seja, ato pelo qual o homem reconhece que Deus é o Senhor de todas as coisas. É uma resposta ao imenso amor de Deus, dada pelo cristão remido e regenerado, mediante expressões de louvor e adoração. É a resultante de nossa reconciliação com Deus promovida por Jesus Cristo: “Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Ef 2:13).
“Culto”, por fim, significa “honra, veneração e respeito”. Não se pode falar em culto se não houver um reconhecimento da superioridade de quem é cultuado em relação a quem cultua. O culto é uma demonstração do reconhecimento da nossa inferioridade diante de Deus, de que Ele é o Senhor e digno de toda a adoração, de todo o louvor (Ap 5:12-14).
Para muitos cristãos, ir ao culto é uma questão de hábito. Todavia, cultuar a Deus não é um hábito, é a expressão máxima de nossa devoção ao Senhor, de nossa dependência à sua palavra e de nossa necessidade de prestar-lhe serviço.
Muitos têm se iludido achando que Deus se agrada se cumprirmos tão somente os deveres litúrgicos, ou seja, se rendermos a Deus um culto formal em alguma igreja. Deus quer de nós, fundamentalmente, sinceridade e obediência à Sua Palavra, pois o obedecer é melhor do que o sacrificar (1Sm 15:22).
Há aqueles que, induzidos por certos pregadores (pregadores?), que desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado. Isto é falta de reverencia e temor a Deus. Nós não temos direito a nada. A própria expressão bíblica exarada em Romanos 3:23 já diz tudo: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”Rm 3:23). O salário do pecado é a morte(Rm 6:23). Somos salvos pela graça (Ef 2:8). Tudo que temos é por causa da graça de Deus. Exigir de Deus algo que não merecemos é uma tremenda vergonha.
2. A essência do culto a Deus é a adoração. A adoração a Deus é o gesto concreto de nosso reconhecimento de que Deus é o Senhor de todas as coisas, inclusive de nosso ser. É através da adoração que Deus é reconhecido como Senhor e o homem, como seu servo. Quando adoramos ao Senhor, em espírito e em verdade(João 4:23,24), trazemos o Senhor até ao local de adoração de uma forma especial. O Senhor Jesus disse que Deus procura a estes adoradores e disse que estaria onde estivessem dois ou três reunidos em seu nome (Mt.18:20). Assim sendo, quando nos reunimos em nome do Senhor, quando realmente O adoramos, Ele se faz presente de uma forma toda especial, ou seja, como companheiro, como intercessor, como Salvador.
De acordo com a Bíblia, a adoração está associada com a idéia de culto, reverência, veneração, por aquilo que Deus é: Santo, Justo, Amoroso, Soberano, Misericordioso, etc. Quando lemos na Palavra de Deus, observamos que o Senhor sempre exigiu reverência, respeito e consideração nas reuniões coletivas de adoração.
Quando Deus se manifestou a Moisés, imediatamente mandou que ele não se aproximasse da sarça ardente e, ainda, descalçasse seus pés, pois o lugar onde se encontrava era terra santa, em virtude da presença do Senhor (Ex.3:5), algo que, anos mais tarde, seria repetido em relação ao sucessor de Moisés, Josué (Js.5:15), passagem que prova que a adoração não se desprende da reverência.
A reverência, o respeito, a consideração traduzem, aliás, o que a Bíblia chama de “temor do Senhor”, ou seja, o reconhecimento da soberania e do senhorio de Deus sobre cada ser humano, o que nos leva a respeitá-lo, ou seja, “olhá-lo com atenção”, “levá-lo em consideração”, “prestar-Lhe atenção”, “dar-Lhe ouvidos”. O respeito leva-nos, portanto, a ter algumas regras e normas no culto a Deus, normas estas que devem ser observadas e que revelam o próprio ato de adoração que está presente em cada culto coletivo a Deus. “Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra”(Sl 96:9).
03. Adoração completa e incondicional. “Adoração” não é um ritual, não é uma celebração externa, mas o resultado de uma obediência a Deus, de uma submissão ao Senhor, de uma vida sincera de devoção e de prática da vontade de Deus.
Nas línguas bíblicas, o sentido do termo “adoração” é chegar-se a Deus de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-lo. Sem que sejamos verdadeiramente submissos a Deus, sem que sigamos a sua vontade, que está na sua Palavra, não teremos adoração, mas um mero formalismo que é abominável a Deus, que é algo que gera no Senhor repugnância e nojo, verdadeiro aborrecimento. É por este motivo que Deus não aceitava os rituais, cerimônias e celebrações do povo de Israel quando este se encontrava em pecado, distante do Senhor. Todos os sacrifícios, todos os rituais e todo o formalismo praticado pelo povo eram considerados nada mais nada menos do que abominação para o Senhor (Is 1:11-15; Jr 6:20; 7:21-26; Am 5:21-27; Mq 6:6-8; Zc 7; Ml 1:6-14).
Aliás, a vida de um crente a partir da consumação de obra de Cristo, passou a ser um altar, uma vida de adoração. A adoração está presente em todos os atos da vida do crente, tanto que, por verem as obras de um cristão, os homens acabam por glorificar o nome de Deus(Mt 5:46), algo que, no passado, na antiga aliança, somente ocorria quando o povo se dirigia até o templo de Jerusalém. Devemos ter esta consciência de que a nossa vida é a base de toda a nossa adoração. Adorar a Deus significa servi-lo a todo instante, a todo momento.
II. COMPOSIÇÃO DO CULTO PENTECOSTAL
1. Liturgia do culto pentecostal.
Liturgia (grego leitourgeion - serviço) é o conjunto dos elementos que compõem o culto cristão (cf. At 2:42-47; 1Co 14:26-40; Cl 3:16). A liturgia tem por finalidade servir ao Senhor e trazer um ordenamento no culto, de forma que haja tempo para a oração inicial, os cânticos e louvores, testemunhos e a pregação da Palavra. Sem uma liturgia, o culto pentecostal não teria ordem, trazendo confusão ao santuário.
“Atos 13 é um bom exemplo de uma igreja pentecostal que prestava um culto racional e com uma liturgia que agradava a Deus. Lucas retrata a primeira comunidade cristã mista da história, a Igreja em Antioquia. Lá havia profetas e mestres adorando ao Senhor de forma tão agradável que o Espírito Santo ordenou que separassem Paulo e Barnabé para uma obra específica. O verso 2 apresenta a seguinte expressão: ‘E, servindo eles ao Senhor e jejuando... ’. A palavra servindo, no grego leitourgeion, representa não só a adoração do culto, mas também a ordem como ela se manifesta. Foi nesse ambiente que o Senhor ordenou que Paulo e Barnabé fossem separados para a obra missionária. Isso coloca por terra a teoria de que a liturgia atrapalha a operação do Espírito Santo de Deus. Como vemos, Ele fala – tanto por sua palavra como por meio de profetas - em ambientes onde seu nome é cultuado de forma ordeira, mas seu Espírito reprova ambientes, como da Igreja em Corinto onde o culto era desordeiro, sob o falso pretexto de espiritualidade”(Ensinador Cristão nº 46).
A Liturgia no culto é necessária, mas deve-se ter cuidado com o formalismo. Se há necessidade de haver uma determinada ordem no culto coletivo a Deus e que esta ordem se manifeste por meio de algumas regras e normas, há o grande risco de, em nome da organização, estabelecermos um formalismo, um legalismo que prevaleça sobre a própria adoração a Deus, que foi, precisamente, o mal que tomou conta do povo de Israel que passou a cultuar a Deus de modo exclusivamente externo e aparente, prendendo-se aos rituais e às cerimônias, o que levou, inclusive, o Senhor a abominar as solenidades e festividades que se passaram a realizar. Através dos profetas, Deus mostrou ao Seu povo que não tinha prazer em rituais, cerimônias e solenidades, se elas não viessem acompanhadas de um verdadeiro espírito de adoração, se elas não traduzissem um real e sincero reconhecimento da soberania divina da parte dos participantes das cerimônias religiosas (Is 1:10-19; 58:1-8; Zc 7:4-7; Ml 1:7-14).
A liturgia compreende diversas partes do culto: oração (At 12:12; 16:16); cânticos (1Co 14:26; Cl 3:16); leitura e exposição da Palavra de Deus (Rm 10:17; Hb 13:7); ofertas (1Co 16:1,2); manifestações e operações do Espírito Santo (1Co 14:26-32); e bênção apostólica (2Co 13:13; Nm 6:23-27).
2. Elementos do genuíno culto pentecostal. A Bíblia afirma que, quando a igreja se reúne, deve haver, na devoção coletiva, salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação, tudo com o propósito de edificação (1Co 14:26). Vejamos, pois, cada um destes componentes ou momentos que deve haver na devoção coletiva a Deus.
a) Salmo, ou seja, o louvor. Quando Paulo se refere a salmo, está se referindo ao louvor, pois o salmo era a forma pela qual os judeus louvavam ao Senhor, já que os Salmos eram o hinário oficial de Israel. Desde os tempos do Antigo Testamento, nas cerimônias e celebrações coletivas de adoração a Deus, estava presente um momento de louvor e de cântico.
O louvor é importante, mas é apenas um instante de preparação para o momento principal da reunião, que é a exposição da Palavra de Deus. A Bíblia mostra-nos que Jesus dedicou apenas uma pequena parte do culto de instituição da ceia para o louvor(Mt 26:30), hino, aliás, que, entendem muitos estudiosos da Bíblia Sagrada, seja o salmo 116 (ou seja, Jesus cantou um cântico selecionado, um cântico sacro, um cântico do hinário oficial de Israel).
b) Oração. Este momento é denominado por Paulo em 1Corintios 14:26 de” revelação, de língua e de interpretação”. É indispensável que a igreja, reunida, busque a Deus em oração, para que tenhamos uma verdadeira adoração e a presença de Deus se faça sentir no meio dos crentes. Cada crente deve, assim que chegar à igreja, buscar a face do Senhor, orar para que o nome do Senhor seja glorificado na reunião.
O culto na igreja começa quando ali chegamos e devemos aproveitar o nosso tempo para orar e buscar a presença de Deus. As reuniões não têm sido mais proveitosas espiritualmente para os crentes exatamente porque não há este propósito de orarmos ao Senhor desde o instante de nossa chegada à igreja local.
c) Contribuições para o Trabalho da Igreja. Este momento deve ser encarado como item da liturgia no culto, pois faz parte, também, da adoração ao Senhor. Contribuir para o sustento da obra do Senhor é um dever de cada crente, indistintamente, dentro da possibilidade de cada um. E deve ser feita com alegria, como diz o texto sagrado: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”(2Co 9:7).
d) Exposição da Palavra de Deus. Considera-se o componente mais importante do culto ao Senhor. A explanação da Palavra é uma necessidade imensa do povo de Deus e um dos principais motivos para a sua reunião coletiva. Se existe a igreja local, se existe este grupo com o devido governo constituído pelo Senhor, é, precisamente, para que haja o ensino da Palavra de Deus, tarefa primordial do ministério na casa do Senhor (ler At 6:2,4).
Estes componentes da liturgia do culto cristão são os recomendados na Bíblia Sagrada e, sinceramente, são os suficientes para nos deleitarmos com a presença de Deus. Quando feitos com decência e ordem e dirigidos pelo Espírito Santo, certamente a reunião coletiva da Igreja ensejará num verdadeiro culto ao Senhor.
III. MODISMOS LITÚRGICOS
Atualmente vê-se nas Igrejas em todo o Brasil inovações que têm intrigado muitos cristãos nos nossos dias, práticas e costumes que têm sido introduzidos nos últimos tempos nas igrejas locais. Acredito que essas inovações e modismos litúrgicos não condizem com os princípios doutrinários praticados na Igreja Primitiva e até meados do século passado nas Igrejas Pentecostais, principalmente nas Assembléias de Deus. Senão vejamos:
1. Uso de palmas nas reuniões devocionais coletivas. O uso de palmas não era desconhecido dos israelitas, como podemos verificar do Sl 47:1, passagem bíblica que tem sido utilizada por tantos quantos são favoráveis a esta prática na devoção coletiva. Entretanto este texto é uma expressão poética, ou seja, temos ali uma linguagem figurada, não literal, de modo que não se pode aceitar que o texto permita inferir que as palmas tenham sido uma conduta observada pelos israelitas na sua devoção a Deus.
O excesso de palmas é tal que muitas vezes chega a irritar, quanto mais a Deus. É difícil um glória a Deus e Aleluia, é só palmas. Quando alguém canta uma música ou hino é dito: “vamos dar uma salva de palmas, mais forte, mais forte”. Isso não é coisa que se faça. Isso é procedimento fútil e desagradável, isso é fogo estranho no altar.
2. O uso de coreografia, ou seja, a existência de grupos de danças. Muitos utilizam como gancho para justificar essa prática os textos bíblicos de Ex 15:20 e 32:19 ou em Jz 11:24 e 21:21. São danças praticadas pelo povo de Israel em ocasiões especiais, em celebrações populares, resultantes da cultura profana do povo israelita, sem qualquer conexão com o cerimonial levítico. A verdade é que a prática da dança não estava relacionada com o culto formalmente estabelecido por Deus conforme a lei de Moisés. Mesmo quando vemos Davi dançando, quando levava a arca para Jerusalém, isto se deu durante a subida da arca para Jerusalém, no caminho, não havendo registro de dança durante a realização dos sacrifícios, após a chegada da arca (2Sm 6:17,18). A dança, pelo contrário, estava presente nas festividades em honra ao bezerro de ouro (Êx 32:19). Vê-se, portanto, que não se trata de uma conduta que esteja, na Bíblia, relacionada ao culto devocional coletivo a Deus, motivo por que não deve ser adotado. Aliás, em muitos lugares onde houve a adoção de tal prática, houve a instalação de uma perigosa irreverência e de uma sensualidade que, em tudo, são avessos ao propósito que deve estar presente no genuíno culto cristão.
3. A prática de "shows" na Igreja. Torna-se cada vez mais comum o emprego de elementos característicos dos shows em cultos “evangélicos”. Em um artigo intitulado “Show não é culto”, publicado no Mensageiro da Paz (CPAD), em agosto de 2006, o pastor Martim Alves da Silva, da Assembléia de Deus em Mossoró, Rio Grande do Norte, afirmou:
"No culto, a pessoa mais importante é Deus; no show, é o artista. No culto a Deus ninguém paga, no show a entrada é mediante pagamento. No culto, Deus está presente; no show, Deus se faz ausente, pois sua glória não dá a outrem. No culto, o ministro de Deus soleniza as celebrações; no show, o apresentador é condescendente à desenfreada desordem. No culto, o povo glorifica a Deus; no show, só gritos e assobios para o artista. No culto, o povo reverencia a Deus em adoração; no show, só há bagunça incontrolável".
Tenhamos, pois, temor e tremor na casa do Senhor (Sl 2:11). Deus quer de nós o “culto do coração”, e não o “culto da carne em ação” (Is 29:13). O templo não é um lugar para desfiles de celebridades, danças, “trenzinhos”, luzes coloridas, som “pesado”, assobios, etc.. Precisamos ter reverência na casa de Deus (Mt 21:1-13). E, quando eu falo em casa de Deus, refiro-me a qualquer local onde nos reunimos para cultuar ao Senhor.
4. Excesso de Louvores. O louvor é importante, mas é apenas um instante de preparação para o momento principal da reunião, que é a exposição da Palavra de Deus. Hoje em dia, infelizmente, devido ao grande número de grupos musicais na igreja, sem se falar naqueles que preferem cantar individualmente, não raras vezes, três quartos do tempo da reunião são dedicados ao louvor, o que tem causado grande prejuízo espiritual ao povo de Deus. O alimento do homem é a Palavra de Deus e o excesso de louvores tem contribuído para o raquitismo espiritual da igreja nos nossos dias. Precisamos voltar aos tempos passados, onde se ouviam até três mensagens numa reunião. Vivemos o tempo do “louvorzão” e da “palavrinha”.
5. Modismos e práticas exageradas – extrabíblicas. Alguns líderes, infelizmente, não incentivam os crentes a freqüentar a Escola Dominical e a tomar parte nos cultos de ensino. Em decorrência disso, estão aparecendo expressões esquisitas em nosso meio como: “Segura a bola de fogo que Jeová vai mandar”, “Contempla o varão de branco com a espada na mão” e outras mais conhecidas: “Queima ele”, “Fica no mistério”, “Tá amarrado”, etc.
Em Romanos 12:1, Paulo ensina que o culto agradável a Deus é racional. Isto significa que, apesar de haver liberdade para a multiforme operação do Espírito Santo na vida dos salvos (1Co 12:6-7), o culto cristão não deve ter exageros ou modismos. Se deixarmos de fazer uso da razão, ignorando os princípios bíblicos, poderemos cair no erro de inventar práticas e atribuí-las ao Espírito de Deus.
Vivemos uma época de muitos modismos. Fala-se em rir, rugir, cair, pular, dançar de poder, "nova unção", "risada santa", " vômito santo", "o dom de lagartixa", " o cair pelo Espírito", " o sopro santo", "o aviãozinho", "adoração a anjos", " coreografia a anjos", "o paletó ungido", " unção de lenços, carteiras de trabalho e outros objetos", " sessão de descarrego", " rosa ungida", " túnel de luz", "o corredor dos trezentos", "corrente dos setenta", "sal grosso", "a ingestão das ervas amargas", "sono santo" e outras inúmeras neobesteiras que têm aparecido nos últimos tempos. Tudo isso são práticas que misturam feitiçaria, meninice, despreparo espiritual e, o que é primordial, ausência de exposição da Palavra de Deus. Tais procedimentos são defendidos, muitas vezes, por pessoas que dizem ter uma nova unção do Espírito. Esta, porém, não existe, visto que a unção do Espírito de Deus é uma só, como ensina o apóstolo João: “E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo”(1João 2:20).
Tomemos cuidado, queridos irmãos, rejeitemos estes modismos e não abandonemos a simplicidade que há em Cristo Jesus (2Co 11:3). Deus não quer espetáculo, nem precisa de espetáculos para se manifestar, mas atuará e se manifestará sempre que tiver corações contritos e espíritos quebrantados dispostos a servi-lo e adorá-lo(Sl 51:17), dispostos a se arrepender de seus pecados e buscar uma vida de santificação(Hb 12:14; Ap 22:11).
CONCLUSÃO
Tenhamos cuidado para não distanciarmos dos ideais de Deus para a celebração do culto. Se não estivermos atentos para um grande número de modismos, que por vezes se introduzem em nossos cultos, correremos o risco de estarmos trazendo fogo estranho no “altar” do Senhor. Temos cultuado a Deus conforme recomenda a Bíblia Sagrada? Ela nos revela, bem como a experiência fundamentada em seus preceitos, que é possível conciliar no culto cristão espiritualidade e ordem, liberdade e reverência, alegria e temor. Nossa oração é que o Senhor nos conceda discernimento para que tenhamos muita prudência, para continuarmos desfrutando de tão nobre privilégio concedido pelo Único, Verdadeiro, Eterno e Soberano Deus!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 46.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem.
Claudionor de Andrade – A sublimidade do culto cristão
Caramuru Afonso Francisco - Decência e ordem no culto ao Senhor


terça-feira, 10 de maio de 2011

PARABÉNS, ISRAEL!















Hoje, dia 10/05/2011, Israel completa 63 anos de sua fundação, após sua expulsão da terra prometida, que ocorreu no ano 70 da Era Cristã. Israel foi expulso, sob a permissão de Deus, mas não para sempre! Deus havia dito que os traria de volta à sua terra e restabeleceria as suas cidades: "Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra" (Ez 36:24). Por quê? “... Não é por amor a vós que faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome... Lavrar-se-á a terra deserta, em vez de estar desolada aos olhos de todos os que passam. Então, as nações que tiverem restado ao redor de vós saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas e replantei o que estava abandonado. Eu, o Senhor, o disse e farei" (Ez 36:22,34,36).
O Senhor, em sua fidelidade, começou a cumprir estas palavras diante de nossos olhos! Hoje, Israel é uma potência econômica, científica e militar. Não existe nenhuma outra nação na terra que se possa orgulhar de feitos e desenvolvimentos tão rápidos e tão notáveis! E isto, estando rodeado de inimigos por todos os lados.
Desde que os judeus foram expulsos de Israel pelos romanos em 70 d.C, eles jamais regressaram até 1948. O Estado de Israel foi oficialmente idealizado depois que o cientista Chaim Weizmann durante a Primeira Guerra Mundial, inventou uma tecnologia para se produzir pólvora rapidamente para a Inglaterra. Isto foi a chave para a Inglaterra vencer seus inimigos. Como gratidão a Chaim, os ingleses decidiram recompensá-lo com o que ele quisesse pedir. Porém, Chaim pediu aos ingleses para negociarem com os outros países vencedores da Primeira Guerra a volta dos judeus à região da Palestina. Foi então criado o primeiro tratado da criação do Estado de Israel, chamado de Declaração de Balfour, que se concluiu em 1948, quando então David Ben-Gurion, judeu nascido na Polônia em 1886, fundou oficialmente o país Israel, sendo seu primeiro ministro. Hoje, o aeroporto internacional de Tel Aviv leva o nome de Ben-Gurion.
O profeta Ezequiel previu que o povo judeu iria restabelecer seu território no fim dos tempos. Vejamos Ezequiel 37:1-14:
Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; e me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssimos.
Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis.
E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor.
Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego.
Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.
Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados.
Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.
E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor.
E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor”.
A essência desta profecia foi justamente mostrar que o povo judeu retornaria dos países em que vivia para novamente formar sua nação.
Hoje, este povo é odiado no mundo inteiro e seus conflitos são motivos de grandes destaques. Por quê? Simplesmente, porque o profeta Zacarias já havia profetizado que isto aconteceria nos finais dos tempos: “Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém. Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra” (Zc 12:2-3). Portanto, Deus já havia dito, por intermédio de Zacarias, que Jerusalém seria uma “pedra pesada” para todas as nações. E mais, já era previsto que a maioria das nações seriam contra Israel. Os conflitos que vemos hoje entre os árabes (palestinos) e judeus são também fruto desta profecia.
Mas Deus diz: "Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo de Israel" (Is 41:14). Os inimigos, cegos de ódio, não poupam nenhum sacrifício, nem a própria vida para espezinhar o "vermezinho de Jacó" e provocar uma "solução final"(cic) para poder estabelecer o chamado Estado Palestino. E isso em a terra de Israel! O mundo sem Deus prefere crer numa mentira histórica, ao invés de crer na Palavra de Deus eternamente válida.
Desde 1948 Israel foi envolvido em cinco guerras, às quais sobreviveu vitoriosamente. Hoje um dos seus principais inimigos, que usa pedras, punhais e bombas, está bem no meio do seu território. Contra isso é difícil usar tanques, ou aviões. Por meio de guerras e atos terroristas morreram milhares de israelenses desde a fundação do Estado, e a desejada paz desvanece cada vez mais para o "vermezinho de Jacó". Altos dignitários da política vêm a Israel e se atrevem a dar "bons" conselhos e exortações, dizendo que os judeus deveriam ceder territórios. Mas nada nem ninguém anula as promessas que Deus deu a Jacó: "Disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó. Já não te chamarás Jacó, porém Israel será o teu nome. E lhe chamou Israel. Disse-lhe mais: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; sê fecundo e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti. A terra que dei a Abraão e a Isaque dar-te-ei a ti e, depois de ti, à tua descendência" (Gn 35:10-12). Mas nem o povo como um todo nem o governo se firma nessa promessa, e infelizmente segue o caminho da "angústia de Jacó", conforme Jeremias 30:7-10: "Ah! Que grande é aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela. Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei os teus canzis; e nunca mais estrangeiros farão escravo este povo, que servirá ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhe levantarei. Não temas, pois, meu servo, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei das terras de longe e à tua descendência, da terra do exílio; Jacó voltará e ficará tranqüilo e em sossego; e não haverá quem o atemorize".
Nosso coração anseia por isso! A nossa oração sempre deve ser que, sem demora, Israel seja conduzido ao encontro do destino que Deus planejou para ele! Para isso é preciso ter fé baseada nas Escrituras e perseverança, não se deixando determinar pelo mal e pelo que é atualmente visível, mas sim, firmando-se nas imutáveis promessas de Deus!


Amem!!

domingo, 8 de maio de 2011

Aula 07 - OS DONS DE PODER

Texto Base: Atos 8.5-8; 1Coríntios 12:4-10 Atos 8


“E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias” (Atos 19:11)

INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos a respeito dos dons espirituais de poder. Aqui, a palavra poder significa autoridade. Portanto, quando a Bíblia nos diz que o Senhor nos deu poder, significa que ele nos conferiu autoridade. Assim sendo, os dons de poder são aqueles que mostram a soberania de Deus, a sua onipotência, a sua autoridade sobre as forças da natureza, sobre o ser humano, sobre os demônios. Eles são concedidos pelo Espírito Santo à igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Também, através dos mesmos a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja são confirmadas. Jamais devem ser utilizados para a exaltação pessoal. Esses dons são: fé, dons de curar, operação de maravilhas.
I. O DOM DA FÉ
“A outro, no mesmo Espírito, a fé
” (1Co 12:9). O dom da fé trata de uma confiança extraordinária, especial, que faz com que pessoas tenham uma crença pontual além dos limites do imaginável e que, mediante esta confiança, realizem coisas que estão além do alcance da imaginação humana. Temos sempre ouvido ações e gestos de servos do Senhor que, tomados pelo Espírito com uma fé excepcional, agem de acordo com a vontade de Deus e servem para a sua glorificação. Esse dom só se manifesta quando surge uma necessidade. Assim, por exemplo, agiu Paulo no navio que o levava a Roma, ao usar de autoridade para impedir que algum mal se fizesse aos presos e, assim, sendo um simples prisioneiro, dirigir e comandar a própria salvação de todos os que ali estavam (At 27:30-36). Esta fé é apenas daqueles salvos que são aquinhoados pelo Espírito Santo com este dom e devem exercê-lo sempre em vista do consolo, admoestação e conforto da Igreja. Também, a sua manifestação objetiva o crescimento, desenvolvimento e expansão do Reino de Deus.
O dom da fé é visto na operação da cura do coxo na porta do Templo, registrada em Atos 3. Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que levantasse e andasse em nome de Jesus. O profeta Elias tinha o dom da fé segundo o relato de 2Reis 1:10-12(O fogo do céu consome 100 homens).


EXPLICANDO O QUE É FÉ SALVADORA, FÉ NATURAL E FÉ ATIVA

A FÉ SALVADORA. É a crença de que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador de nossas vidas. Quando alguém dá crédito à pregação do Evangelho, considera-se um pecador e se arrepende dos pecados e crê que Jesus pode perdoá-lo e se submete à vontade de Deus, crendo que Jesus pode dar-lhe a vida eterna e levá-lo ao céu, age com a “fé salvadora” ou “fé salvífica”. Esta fé não nasce no homem, mas é dom de Deus (Ef 2:8). Através da Palavra de Deus(Rm 10:17), o Espírito Santo convence o homem do pecado, da morte e do juízo (João 16:8-11) e, deste modo, o homem crê e, mediante esta fé, é justificado (Rm 5:1), ou seja, posto numa posição de justo diante de Deus, o que lhe permite ter paz, isto é, comunhão com Deus, sendo vivificado em Cristo. Esta fé é a que concede salvação para o homem. Logo, não é bíblico orar pedindo fé. Ou o homem é nascido de novo e já recebeu a fé, ou não é nascido de novo, e não tem fé. Aquele que já tem, não precisa pedir; aquele que não tem, não adianta pedir – “... nós sabemos que Deus não ouve a pecadores...”(João 9:31). Segundo a Bíblia, a fé não vem pelo pedir, mas, pelo ouvir. Não adianta pedir porque não está escrito que a fé vem através da oração, ou pelo pedir, mas, sim “... pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus”(Rm 10:17). O que é bíblico é orar pelo crescimento da fé, como pediram os discípulos – “Disseram então os apóstolos ao Senhor: acrescenta-nos a fé”(Lc 17:5). Eles não disseram: “dá-nos fé”, mas, “acrescenta-nos a fé”. Acrescentar significa ajuntar alguma coisa à outra para torná-la maior.
A FÉ NATURAL. A Fé Natural é a chamada fé esperança, fé intelectual. Esta fé nasce com o homem, faz parte da natureza humana. É a fé que dá ao homem motivação para lutar, para progredir, para superar dificuldades. Quando o homem perde a fé natural, ele cai no desânimo, perde a vontade de viver, de lutar. É ela que faz com que o homem seja um ser religioso, faz com que ele creia sempre em algo, ou alguém superior a ele. Ouvindo falar de um Deus Criador, ele, com facilidade, crê na sua existência – “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem...”(Tg 2:19), ou seja, nisto não há nada de excepcional. E Tiago acrescenta: “... também os demônios o crêem e estremecem”. Não ouvindo falar de um Deus Criador, então o homem inventa os seus próprios “deuses”. Ele sente necessidade de crer. Porém, este crer, mesmo que seja no Deus Verdadeiro, através da fé natural, não muda nada em sua vida.
A fé natural não leva o homem a Deus e nem trás Deus ao homem. A Fé Natural não pode se transformar em Fé Espiritual, ela só atua na esfera material. Ela não pode ajudar o homem a compreender e a adquirir os bens espirituais.
Dentre os exemplos de Fé Natural podemos citar a do agricultor, ou lavrador. Se o agricultor não tiver fé natural, ele não semeia, conforme afirmou Salomão – “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará”(Ec 12:4). Isto significa que ele não pode ficar na dependência do tempo, se vai chover, se vai fazer sol! O tempo passa! Ele tem que acreditar, ter fé, lançar a semente, crer que haverá uma colheita abundante... e esperar! Mas, nada pode lhe garantir que haverá colheita. Uma praga, a falta ou excesso de chuva pode prejudicar, e até destruir toda colheita! Isto diferencia muita da Fé espiritual, que é “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”(Hn 11:1). A fé espiritual só pode ser recebida como dom de Deus, através de sua Palavra. Isto acontece no momento da Conversão, ou do Novo Nascimento. Somente o homem nascido de novo possui a fé espiritual.
A FÉ ATIVA. É a confiança absoluta em alguém ou em algo. É precisamente este o significado em que se deve entender fé enquanto “fé ativa”. Esta fé é exercida diariamente pelo salvo, após ter aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador. Trata-se da atitude de confiança em Deus, de crédito à sua Palavra, às suas promessas. Somente podemos dizer que temos fé se dermos crédito à Palavra de Deus e dar crédito à Palavra de Deus é fazer o que Ele manda ali. Esta fé é o combustível que nos leva a caminhar em direção a Jerusalém celestial. É o elemento que nos faz superar todos os obstáculos e a enxergar as circunstâncias sob o prisma espiritual. Foi esta fé que fez com que os antigos vencessem todas as dificuldades, como nos mostra o escritor aos Hebreus no “capítulo da fé” (o capítulo 11 da epístola aos Hebreus). É esta fé que nos faz vencer o mundo (1João 5:4).
Portanto, todos os salvos têm Fé Salvadora e Fé Ativa, mas nem todos são contemplados com o Dom da Fé. Este Dom é dado, conforme a vontade do Espírito Santo, para o desenvolvimento e expansão do Reino de Deus, para que seu nome seja glorificado.
II. OS DONS DE CURAR
E a outro, no mesmo Espírito, dons de curar” (1Co 12.9). Estes dons são conhecidos pela igreja para a cura das doenças do corpo, da alma e do espírito, dos crentes quanto dos incrédulos, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4:23-25;10:1; At 3:6-8;4:30). Nos primórdios da igreja, esta experiência era constante no ministério dos discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os dons de poder, que confirmaram e fortaleceram a vida cristã.
Não devemos confundir os Dons de curar com o sinal de cura de enfermos, que se trata de uma operação divina feita para a confirmação da pregação do Evangelho. Os Dons de curar são repartidos pelo Espírito Santo especificamente a alguns, enquanto que, na operação de cura, Deus se manifesta para confirmar a Sua Palavra.
Observe a expressão bíblica: “dons de curar”. Por está no plural, não deixa dúvidas de que se trata de “dons especiais para casos específicos”; indica diferentes atitudes de curar enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus.
Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (1Co 12:11,30); todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Jesus disse: “curai os enfermos”(Mt 10:8). Havendo fé, os enfermos são curados. Muitas vezes a cura das enfermidades na Igreja é impedida por causa do pecado escondido, não confessado; é o que Tiago nos diz em Tiago 5:16: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sarei”. Portanto, os crentes devem confessar seus pecados a Deus e a Igreja (quando esta for ofendida e escandalizada). O pecado na igreja estorva as orações dos crentes e impede a manifestação do poder sanador divino na congregação.
OS “DONS DE CURA” SÃO OPERADOS JUNTAMENTE COM A FÉ DO DOENTE?
Em certas ocasiões os doentes eram curados através da fé possuída pelo indivíduo que fazia a oração – veja o caso da cura do coxo no templo formosa; não houve nenhuma iniciativa de fé por parte do doente -, mas a fé por parte da pessoa aflita é importante e algumas vezes essencial. Veja uma situação que ocorreu com Paulo na cidade de Listra, por ocasião de sua primeira viagem missionária: “Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (At 14:9-10). Paulo estava exercendo o dom de cura, não obstante sua ordem para que o coxo levantasse foi dada depois de perceber que ele tinha fé para ser curado. Esse fato ocorrido com o apóstolo Paulo em Listra, nos ensina que a pregação da Palavra de Deus é uma forma de incutir fé nas pessoas que nos ouvem: “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus” (Rm 10:17).
Conforme Mateus 13:58, Cristo não curou todos os enfermos por causa da incredulidade do povo - “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles”. Desta feita, deduz-se que quem possui o Dom da cura não tem poder de curar a todos os enfermos; deve, portanto, ser dado lugar à vontade soberana de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo.
OS “DONS DE CURA” NÃO SÃO PROPRIEDADE DOS HOMENS
Os dons de curar manifestam-se como intervenção especial e direta de Deus em favor daquele que sofre, logo não são propriedades do ser humano. Eles são dados a Igreja para serem usados como instrumentos de trabalho na pregação do Evangelho. A cura está sujeita a vontade de Deus, bem como a manifestação dos dons de curar. É preciso ter o cuidado de não limitar o poder de Deus para operar conforme queira.
Infelizmente, “alguns pregadores usam os dons de curar para autopromover-se, não demonstrando nenhum respeito pelos que sofrem. Outros, fazendo comércio das coisas sagradas (At 8:17-21), esbulham as igrejas em campanhas que, de Deus, só têm o nome. Descompromissados e vaidosos, valem-se da simplicidade do povo e da omissão dos líderes, e, assim, vão ludibriando os incautos com técnicas psicológicas e hipnóticas como se estivessem sendo usados pelo Espírito Santo”.
Tenhamos cuidado, pois atualmente existem muitos falsos milagreiros, como no passado; que fazem “milagres” como Janes e Jambres fizeram no Egito (cf Ex 7:11,12 – 2Tm 3:8,9). Cuidado com os milagres forjados – exemplo: a “santa” – imagem de escultura - que chorou, etc...).
O PROPÓSITO DOS “DONS DE CURA”
A cura tem sido uma das marcas identificadoras da pregação pentecostal ao redor do mundo. É algo destinado aos que crêem, é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado, mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor (At 4:21), a confirmação da palavra da pregação(Mc 16:20; 1Ts 1:5) e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo(At 10:38; 1Co 2:4,5). Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos. Por isso é importante sabermos o por quê alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor nesta doença.
Portanto, aqueles que pregam a cura divina não podem esquecer que o maior milagre continua sendo o perdão dos pecados (Mc 2:10-12). Além disso, é bom saber que nem todos são curados. Há exemplo na Bíblia em que apenas uma pessoa, em meio a uma multidão, recebe essa dádiva, como é o caso do paralítico do tanque de Betesta(João 5:1-8). Isso porque a cura é um ato eminentemente divino e Deus cura a quem e quando lhe apraz.
A FÉ DO HOMEM É UMA CONDIÇÃO RELATIVA, NÃO ABSOLUTA PARA O RECEBIMENTO DA CURA DIVINA.
A fé, seja daquele que vai ser curado ou daquele que intercede por um outro, é a única condição para que a cura seja efetivada (Mt 9:22; At 3:6). Entretanto, a fé do homem é uma condição relativa, não absoluta para o recebimento da cura divina. Há momentos que a resposta de Deus, em relação à cura, é negativa, e, quando isso acontece, devemos aprender a lidar com a soberania divina. Mesmo homens de fé, como Moisés e Paulo, deixaram de ter suas orações atendidas (Dt 3:26; 2Co 12:8,9). Deus as ouviu, mas, no caso específico de Paulo, por motivos que estão além da compreensão humana, disse-lhe que sua graça seria suficiente. Paulo fora usado por Deus para que muitas pessoas fossem curadas, no entanto, ao dirigir-se a Timóteo, quanto a uma enfermidade estomacal, recomenda-lhe a ingestão de um pouco de vinho (1Tm 5:23). Fazemos uma ressalva de que essa é uma recomendação particular de Paulo a Timóteo, que não pode ser transformada em doutrina. Do mesmo modo, não podemos pensar que a busca do auxílio médico seja pecado, devido ao exemplo de Asa (2Cr 16:12) - Asa fora reprovado, nesse sentido, porque preferiu depositar sua confiança nos médicos, e não no Senhor. Há bons médicos que podem atuar como instrumentos de Deus para a obtenção da cura das doenças. A esse respeito disse Jesus: “Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9:12).
IMPEDIMENTOS À CURA
Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como: (1) pecado não confessado (Tg 5:16); (2) opressão ou domínio demoníaco(Lc 13:11-13); (3) insucessos no passado que debilitam a fé hoje(Mc 5:26; João 5:5-7); (4) o povo(Mc 10:48); (5) ensino antibíblico(Mc 3:1-5;7:13); (6) descuido da igreja em buscar e receber os dons de operações de milagres e de curas, segundo a provisão divina(At 4:29,30; 6:8;8:5,6; 1Co 12:9,10,29-31; Hb2:3,4); (7) incredulidade(Mc 6:3-6; 9:19,23,24); e (8) irreverência com as coisas santas do Senhor(1Co 11:29,30).
Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados(por exemplo Fl 4:13,14; 1Tm 5:23; 2Tm4:20).
III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS
e a outro, a operação de maravilhas” (1Co 12:10). O que são Sinais e Maravilhas? São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus. São fatos que fogem à explicação das leis naturais (exemplos: Moisés e o mar vermelho; Jesus acalmando a tempestade(Lc 8:24); a ressurreição de Lázaro). São ocorrências difíceis de explicar, que aparentemente contradizem a ordem natural das coisas. Por isso, os sinais e maravilhas são uma demonstração de que Deus criou o mundo, não se confunde com a sua criação e, além disso, participa desta criação, fazendo intervenções que modificam as leis por Ele mesmo estabelecidas, quando isto é da sua vontade e atende aos seus sublimes propósitos. Em fim, através deste dom Deus opera:
Algo sobrenatural (2Rs 4:1-7); Algo que vai contra todas as leis da natureza (2Rs 4:32-37); Algo que vai contra as leis da química e da física (2Rs 6:1-7); Algo que está acima da compreensão e raciocínio humano (capaz até mesmo de mudar toda a ordem universal - Josué 10:12-13).
Mais exemplos de operações de maravilhas: a vara de Moisés transformada (Ex 4:1-5); o azeite da viúva (1Rs 17:13-16); a transformação da água em vinho (João 2:7-11); ressurreição de Lázaro (João 11.39-44); a multiplicação dos pães(Mt 14:19-21). A ressurreição é um exemplo poderoso de maravilha, não se trata de cura, pois o corpo já está morto. O expelir demônios também é um exemplo de maravilha. Ver ainda Atos 8:6,13. A Bíblia ressalta que, pelas mãos de Paulo, maravilhas extraordinárias eram realizadas (Atos 19:11).
Existe uma diferença entre os dons de curar e o dom de operação de maravilhas. Enquanto o primeiro estará sempre relacionado com o restabelecimento da saúde, o segundo atinge a esfera da matéria em geral, sem estar ligado com a saúde de alguém. Embora algumas curas sejam chamadas de maravilhas ou milagres, como por exemplo, a perna de alguém crescer, este milagre manifestou os dons de curar.
OBJETIVOS DO MILAGRE
Glorificar o nome de Jesus
. Na luta diária contra as hostes espirituais da maldade (Ef 6:12), contra as portas do inferno (Mt 16:18), a Igreja não pode apenas viver dos registros constantes das Escrituras, mas tem de sentir a glorificação presente e atual de Jesus através da operação de poder pelo Espírito Santo, que foi derramado sobre a Igreja, entre outras coisas, precisamente para glorificar o nome de Jesus (João 16:14). Uma das formas de glorificação é a realização de sinais e maravilhas, quando o Pai é glorificado no Filho (João 14:13,14).
Autenticar a mensagem de Cristo. Após sua ressurreição e subida aos Céus, seus discípulos deram prosseguimento à proclamação do Reino de Deus e, sem dúvida, os milagres tiveram uma participação ativa nessa proclamação. Marcos, ao fim do seu Evangelho, conta que quando os discípulos pregavam, o Senhor cooperava com eles realizando milagres e dando validade à pregação, pois o poder de Deus era demonstrado junto com as palavras - “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém”(Mc 16:20). Lucas, narrando a história dos Atos dos Apóstolos, diz que os discípulos “detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios”(At 14:3).
O CUIDADO COM A SUPERVALORIZAÇÃO DOS MILAGRES
Conquanto Deus realize sinais e maravilhas através do seu povo santo, os mesmos não devem nortear a vida do crente. Sinais e maravilhas são feitos pelo Senhor, que utiliza a instrumentalidade humana para esse fim, mas isso não significa que eles são o indicativo para a orientação de Deus às nossas vidas. Há pessoas que se colocam como reféns de milagres, como se estes fossem o marco regulatório para a vida cristã, e não tomam nenhuma postura ou atitude na vida se não virem milagres à sua volta. Tais pessoas precisam aprender a crer que os milagres são parte do Evangelho, mas que a Palavra de Deus é que deve nortear a vida do crente. Os sinais seguem aqueles que seguem a Palavra de Deus, e não os que crêem seguem os milagres(Revista Ensinador Cristão – nº 45 – p.38).
CONCLUSÃO
Jesus quer continuar a confirmar a sua obra por meio de nós através dos dons espirituais de poder. Afinal, o cristão autêntico acredita na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (Mc 16:17-20). Estes dons não cessaram, continuam disponíveis à Igreja, pois a pregação do Evangelho só vai cessar quando o Senhor Jesus voltar. Basta que nos coloquemos diante do altar do Senhor, ou seja, apresentemos nosso corpo “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”; apresentemos uma vida de consagração a Deus, uma vida de santificação. O Senhor nosso Deus usa vasos limpos, ou purificados pelo sangue de Cristo, vasos que não estejam em conformidade com o mundo. Coloque-se na presença do Senhor e deixe que o Espírito de Deus o use. Amém!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 46.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem.
Antonio Gilberto – A doutrina do Espírito Santo – Teologia Sistemática.
Caramuru Afonso Francisco - a promessa da cura divina.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

UMA MÃE EXTRAORDINÁRIA - MARIA, MÃE DE JESUS – UMA SERVA DE DEUS

“Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1:38).

No dia 08 de maio de 2011 o dia das mães será comemorado mais uma vez. Será a comemoração de número 103. Ou seja, há 103 anos se comemora esta data.
Segundo relato histórico que li, a responsável pela inclusão desta data comemorativa no calendário, chama-se Anna Jarrvis, nascida em 1864, em Webster, Estados Unidos. Ela era professora no Oeste do Estado da Virgínia, mudando-se, depois para a cidade de Filadélfia, com a mãe, viúva, e uma irmã cega. Anna era muito devotada à sua mãe, porém, esta veio a falecer em 1907. Após sua morte, Anna iniciou uma campanha para criar o dia nacional das mães. Durante os trabalhos de sua Igreja, ela persuadiu os freqüentadores a comemorar a data no aniversário da morte de sua mãe, no segundo domingo de maio. A primeira celebração pública do dia das mães ocorreu no dia 10 de maio de 1908.
Em 1912, no Oeste da Virgínia, a data foi decretada feriado em todo o Estado. Seguiram o exemplo Oklahoma, Washington, Pensilvânia e, finalmente, todos os Estados norte-americanos.
Em 09 de maio de 1914, o presidente Woodrow Wilson oficializou a data. Alguns paises celebram o dia das mães em outras épocas do ano, porém, muitos seguem a tradição iniciada por Anna Jarvis e homenageiam as mães no segundo domingo de maio.
No Brasil, a Associação Cristã de Moços introduziu a comemoração a partir de 1918. Em 5 de maio de 1932, Getulio Vargas instituiu oficialmente, o dia das mães no segundo domingo de maio. É claro que, como muitos afirmam, todo dia deve ser dia das mães. Porém, destacar-se um dia especial como sendo o dia das mães, talvez seja justo e meritório.
Temos por certo que aquele filho, ou filha, de qualquer idade, que durante todo o ano não dedica a sua mãe o devido respeito, carinho e obediência, também, não deve, no dia das mães, hipocritamente, pretender homenageá-la.
Estamos certos que a homenagem que toda mãe, bem como todo o pai deseja, é o amor de seus filhos. Em havendo amor os demais requisitos ficam fáceis de serem observados. Isto, não apenas um dia ao ano, mas, em todos os dias do ano.
Ninguém que se diz cristão pode tratar seus pais sem o devido respeito, pois, a Bíblia Sagrada diz: “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”(Ef 6:1-3). Às Mães de todo o mundo, as nossas homenagens neste dia, e sempre.
Quero, por ocasião desta data, falar de uma mãe que merece estar no pedestal. É claro que se ela estivesse viva ela diria: “longe de mim tal merecimento”. Mas para falar de Maria, mãe de Jesus, eu digo como Paulo: “Dai a cada um o que lhe é devido:.... a quem honra, honra”(Rm 13:7).
Maria é uma mulher digna de ser imitada não só pelas mães, mas por todos os cristãos de todos os tempos: por sua humildade, coragem, abnegação, fervor e fidelidade a Deus. Ela foi uma mulher que esteve pronta a correr todos os riscos para realizar a vontade de Deus. Vejamos a seguir algumas características importantes dessa mãe maravilhosa:
MARIA UMA MULHER ESCOLHIDA POR DEUS PARA SER A MÃE DO SENHOR JESUS
Ser a mãe do Messias era o desejo de qualquer mulher israelita. O povo esperava um Messias da linhagem de Davi, porém um Messias ditatorial, guerreiro, libertador, déspota, invencível, mas nunca jamais imaginaram vir o Messias de alguma cidade da Galiléia, a Galiléia dos Gentios (Mt 4:15), principalmente de uma família pobre de Nazaré. O povo de Jerusalém desdenhava os judeus da Galiléia e dizia que eles não eram puros em virtude do seu contato com os gentios. Eles especialmente desprezavam os habitantes de Nazaré (João 1:45,46), mas Deus, em sua graça, escolheu uma jovem pobre, da pequena cidade de Nazaré, na pobre região da Galiléia, para ser a mãe do Messias prometido. Essa escolha teve sua origem na graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas porque são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as chama.
Quando o anjo aparece a Maria, pela primeira vez, quando da escolha para ser a mãe do Salvador ele diz: “...Salve, agraciada; o Senhor é contigo”(Lc 1:28). Agraciada significa favorecida, não merecedora, pois graça significa favor não merecido. Observe, também, que a mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho seria grande, não ela(Lc 1:31-33). O nome da criança resumia o propósito do seu nascimento. Ele seria o Salvador do mundo(Lc 1:31; Mt 1:21). O anjo revela a Maria que a concepção seria um milagre. Disse-lhe o anjo: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”(Lc 1:35).
O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no ventre de Maria. O Deus infinito, o Criador do universo, tornou-se um pequeno embrião humano no ventre de Maria. Dentre muitas jovens ricas daquela época e de famílias que moravam em Jerusalém, escolheu uma humilde e simples jovens da mais humilde e desprezível cidade dos termos de Israel. Considero isso um privilégio! “...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”(1 Sm 16:7).
MARIA, UMA MULHER DISPONÍVEL PARA DEUS
Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1:38). O anjo chamou Maria de “favorecida”, porém, ela preferiu um termo bem mais humilde: serva. Não serva de Gabriel, de José ou de homem algum, mas do próprio Senhor. Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mãos de Deus para a realização dos propósitos de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega por completo, sem reservas ao Senhor. Ela está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor. Ela está disponível para Deus. Ela está pronta a sofrer riscos, a desistir dos seus anseios em favor dos propósitos de Deus. Ela está pronta a ser uma sócia de Deus, não uma igual com Deus, mas uma serva. Ela diz: “cumpra-se em mim conforme a tua palavra”. Estes termos mostram que ela estava disponível para Deus. De todos os úteros da terra, o seu útero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deus feito homem. A serva de Deus, Maria, se apresenta, bate continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca às suas ordens.
MARIA, UMA MULHER DISPOSTA A CORRER RISCOS PARA FAZER A VONTADE DE DEUS
“... cumpra-se em mim segundo a tua palavra
”(Lc 1:38). Para fazer a vontade de Deus há um preço a cumprir. Sempre foi assim ao longo da história da igreja àqueles que ergueram a bandeira de obediência ao Senhor Deus. Maria arriscou tremendo reveses em sua vida quando se propôs em fazer a vontade do Senhor: ser a Mãe do Salvador do mundo, o Messias.
Risco de censuras do povo
Ao aparecer grávida na cidade de Nazaré Maria estava exposta às mais aviltantes censuras, haja vista que o anjo apareceu somente a ela, e não ao povo de um modo geral. Imagine explicar uma gravidez, não explicável, para sua família! Maria passou um tempo da sua vida sob uma nuvem de suspeita por parte da família e dos vizinhos.
Risco de ser abandonada pelo seu noivo, José, por não acreditar em sua gravidez milagrosa
Já que assumiu o compromisso de obedecer a Deus, como enfrentar o homem que amava e lhe dizer que estava grávida e que ele não seria o pai? Certamente, não foi fácil! Mas ela estava disposta a sofrer o desprezo e a solidão. Na verdade, José não acreditou em Maria, pois resolveu abandoná-la(Mt 1:19). Mas, o anjo apareceu para ele e lhe contou a verdade e ele creu na mensagem do anjo e nas palavras de Maria(Mt 1:20). A Bíblia não registra nenhuma palavra direta de José. Ele simplesmente obedeceu.
Risco de ser apedrejada em público
O risco de Maria ser apedrejada era enorme, pois esse era o castigo para uma mulher adúltera. Como ela já estava comprometida com José(Mt 1:19), ele poderia, com base nos ditames da Lei Mosaica, mandar apedrejá-la. A Lei era enfática: “Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti”( Dt 22:23,24).
Percebe-se que Maria dispôs-se a pagar um alto preço por sua obediência ao projeto de Deus. Maria era uma jovem pobre, agora grávida, com o risco de ser abandonada pelo noivo e apedrejada pelo povo. Mas ela não abre mão de ir até o fim, de lutar até a morte, de sofrer todas as estigmatizações possíveis para cumprir o projeto de Deus.
MARIA, UMA MULHER QUE SUPORTOU TUDO POR AMOR A DEUS
Maria, uma serva de Deus que merece ser imitada e respeitada. Nada poderia abalar sua fé, nem mesmo as piores crises. Tudo suportou por amor a Deus.
Suportou a crise do desabrigo
Após andar 130 quilômetros a pé ou de jumento, de Nazaré até Belém, ela dar à luz uma linda criança, o seu primogênito, o Filho do Altíssimo, o Verbo que se fez carne. Bem, o Filho do Altíssimo deve ter nascido em berço de ouro, por ser também da linhagem do rei Davi! Não, todos sabemos que ele nasceu numa humilde manjedoura, rodeados de animais, e num local não muito cheiroso. Se ela duvidou de Deus? Não, claro que não! Maria, além de uma mãe exemplar, ela era uma serva do Senhor, plenamente submissa a Ele. Ela não duvidou de Deus, não lamentou, não murmurou, nem se exaltou. Não reivindicou seus direitos, nem exigiu tratamento especial. Ela dá à luz ao seu filho sem um lugar propício, sem um médico ou parteira. Ela está sozinha com o seu marido, sem luzes, sem holofotes, sem cuidados, sem proteção humana.
Suportou a crise do desterro
Por força de um intento maligno do rei Herodes em matar o seu filho, Maria foge para o Egito. A crise agora foi ainda mais cruenta: era a crise de se sentir sem lugar certo para morar. Maria está enfrentando a crise de sentir-se desterrada, perseguida, ameaçada. Vão para um lugar onde serão ninguém, onde todos os vínculos importantes estarão ausentes. Ela é humilde o bastante para fugir. Corajosa o suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Ela caminha sintonizada pelas mãos da Providencia Divina. Ser mãe do Messias em vez de trazer-lhe status, glória e honra traz-lhe solidão, perseguição, desterro. Ela obedece à voz do anjo que imperativamente disse: “...permanece lá até que eu te avise...”(Mt 2:13).
Suportou a crise da discriminação social
Após o retorno do Egito, Maria foi morar em Nazaré da Galiléia, juntamente com José e Jesus. Nazaré era considerada como subúrbio do fim do mundo. Era um dos maiores covis de ladrões e prostitutas da época. O comentário geral era que de Nazaré não saia nada de bom (João 1:46). Era uma região sem vez, sem voz, sem representatividade. Era um lugar de péssima reputação. Mas é lá nesse caldeirão de terríveis iniqüidades, nessa região da sombra da morte, que o Filho de Deus vai crescer para ser o Salvador do mundo. É como se Deus estivesse armando a sua barraca nas malocas mais perigosas da vida. O Filho de Deus, o Rei dos reis, deveria ser chamado não de cidadão da gloriosa Jerusalém, mas de Nazareno, termo pejorativo, sem prestigio.
MARIA, E O DIA DE SEU MAIOR SOFRIMENTO
Quando da apresentação de Jesus no Templo, em cumprimento aos ditames da Lei( Lc 2:27), Simeão, um ancião de Jerusalém, disse à Maria que “uma espada transpassará a tua alma”(Lc 2:35). É claro que Maria não entendeu nada do que se dizia de Jesus naquele momento, apenas se admirava do que se dizia de Jesus(Lc 2:33). Mas, trinta e três anos após cumpriu-se esta profecia, lá na cruz do calvário. Foi um dia negro da história da humanidade e, principalmente, na vida de Maria, contudo, um dia mais glorioso da história da humanidade. Era um dia de contrastes: Jesus morria, Jesus vencia; Jesus era humilhado, Jesus era glorificado; Ele era cercado de ódio por todos os lados, mas transbordando de amor por todos os poros.
Ao pé da cruz, está Maria sofrendo indescritivelmente ao ver seu filho primogênito morrendo sem sangue, exausto, sem forças. Ali, uma espada traspassou a sua alma. A espada era invisível, mas não o seu efeito. Na cruz, Jesus confia sua mãe a João, seu discípulo amado. Diz o trecho bíblico em João 19:26, 27: “ Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis ai teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa”. Ali na cruz, Jesus revelou seu amor cheio de cuidado por sua mãe. Ali, Jesus ensina que os filhos precisam cuidar dos pais. Jesus, o fez porque José já havia morrido e seus irmãos não acreditavam nEle(João 7:5), e além do mais, João era sobrinho de Maria.
MARIA, A DISCÍPULA DE JESUS
Maria só despertou-se para seguir realmente a Jesus, após a sua morte e ressurreição, mais precisamente após a sua ressurreição. Por seus irmãos não crerem em Jesus(João 7:5), apesar dos milagres que Ele operava na Galiléia(João 7:3), Maria, certamente, duvidava que Jesus fosse o Messias, é tanto que ela e seus outros filhos foram prender a Jesus, achando que Ele estava “fora de si”(Mc 3:20), por estar há muito tempo sem comer. Com as multidões sempre o pressionando, Jesus não tinha sequer tempo para alimentar-se. Maria e seus filhos estavam preocupados com Jesus, mas não entendiam o seu ministério. Mas, após a sua ressurreição toda a sua família, inclusive Maria, tornou-se discípulos de Jesus. Com certeza, eles estavam dentre os quinhentos que Jesus aparecera(1 Co 15:6). É tanto que Maria e os irmãos de Jesus estavam entre aqueles que aguardavam, em oração, a promessa do derramamento do Espírito Santo, no cenáculo(cf At 1:14). É a última vez que Maria aparece na Bíblia. Fechou sua passagem pela Bíblia com chave de ouro: recebeu o Batismo com o Espírito Santo e tornou-se uma discípula de Jesus revestida de poder. Observe bem que no cenáculo, Maria tomou o seu lugar com os outros cristãos que aguardavam a promessa do Batismo com o Espírito Santo. Ela não estava separada dos demais e nem acima deles. Ela estava na companhia daqueles que eram seguidores do Senhor Jesus. A Bíblia não diz que Maria recebeu uma porção especial do Espírito. Ela não foi mais cheia que os demais, não. Na verdade, seu lugar doravante foi discreto. Seus filhos, Tiago e Judas, são mencionados e escreveram livros da Bíblia, mas Maria não é citada mais, nem pelos apóstolos, nem pelos seus próprios filhos. O propósito dela não era estar no centro do palco, mas trazer ao mundo Aquele que é a Luz do mundo, o único digno de ser adorado e obedecido.
CONCLUSÃO
Maria foi uma mulher que iniciou sua carreira como humilde serva de Deus e termina a carreira como discípula de Jesus Cristo. Portanto, ela é uma mãe digna de ser imitada por todos os cristãos de todos os tempos: por sua humildade, coragem, abnegação e fervor a Deus; por abrir mão de seus sonhos, dos seus projetos para abraçar o propósito de Deus.
Ao longo da sua vida, por sua limitada humanidade, Maria não entendeu todos os aspectos do ministério do seu Filho, mas, sempre soube o seu papel e o desempenhou com discrição, jamais buscando ocupar um lugar central na vida e ministério de Jesus. Os evangelhos não denunciam nenhuma posição de destaque que coloque Maria acima de qualquer pessoa. Ela não foi, em momento algum, o centro das atenções. O realce maior que se dá a essa mulher é a posição de serva do Senhor, tomando como destaque o único mandamento que ela deixou: “Fazei tudo o que ele vos disser”(João 2:5).
Que Deus nos ajude a imitar a essa bem-aventurada mulher, e jamais colocá-la num pedestal que nunca Deus a colocou, nem ela jamais aceitaria, mas imitando seu exemplo como humilde serva de Deus. Amém!
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Luciano de Paula Lourenço
Em homenagem ao dia das mães.


domingo, 1 de maio de 2011

Aula 06 - DONS QUE MANIFESTAM A SABEDORIA DE DEUS

Texto Base: Atos 16:16-24

“Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;... a outro, o dom de discernir os espíritos...”(1Co 12:8,10).

INTRODUÇÃO

Os dons que manifestam a sabedoria de Deus são: o Dom da Palavra da Ciência (pelo qual o Senhor habilita uma pessoa a saber de fatos que só pela revelação divina poderiam ser conhecidos, como foi o caso de Pedro, a quem Deus fez conhecer a fraude de Ananias e Safira); o Dom da Palavra da Sabedoria(pelo qual o Senhor concede sabedoria para a resolução de problemas vitais relacionados à vida na igreja, como foi no caso do Concílio em Jerusalém, acerca das práticas que os gentios recém-convertidos deveriam ter no dia a dia); e o Dom de Discernimento de espíritos(pelo qual o Senhor nos concede a capacitação de distinguir se determinada manifestação vem do Espírito de Deus, do espírito humano ou de Satanás).
Cremos que os dons que manifestam a sabedoria de Deus são de extrema importância em nossos dias, como sempre o foram desde a Igreja Primitiva, pois através desses dons a Igreja de Cristo passa a conhecer as coisas de forma sobrenatural. Em nossos dias, onde reinam a mentira e a falsidade também em relação a assuntos espirituais, Deus espera que a Igreja utilize os dons de sabedoria para que ela se mantenha pura e pronta para o retorno do Senhor.
I. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
1. Os dons espirituais.
Já dissemos na aula anterior que os dons espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo e que, por obediência, já alcançaram o batismo com o Espírito Santo. Eles decorrem do exercício da infinita misericórdia divina, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um dom espiritual. O dom espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (1Co 12:11). Quem recebe um dom espiritual deve estar consciente que, em razão deste dom, não foi feito melhor dos que os demais irmãos, mas, bem ao contrário, foi-lhe dada uma responsabilidade ainda maior, de forma que deverá sempre usá-lo conforme a vontade do Senhor e de acordo com as Escrituras, pois deve sempre exercer este dom para a glória do nome do Senhor.
2. Classificação dos dons. É comumente dito que os dons espirituais são nove, dizer este que se baseia na lista mais completa de dons espirituais que se encontra em 1Co 12:8-10. Mas Paulo não diz: ‘estes são os dons do Espírito’. Ele simplesmente apresenta a lista, dizendo: ‘Aqui está um dom dado pelo Espírito Santo, eis outro dom dado pelo mesmo Espírito’. Ele está enfatizando que todos os dons vêm do Espírito Santo. Ele é uma pessoa infinita e podemos ter absoluta certeza de que tem uma provisão infinita para atender a cada necessidade.
Além da relação exarada em 1Coríntios 12, que é a mais conhecida e a mais pormenorizada, temos, também, a relação constante de Rm 12:6-8, que não é uma relação tão completa quanto a primeira e que parece misturar dons espirituais com dons ministeriais (até porque o texto não é específico com relação aos dons espirituais como é o anteriormente mencionado). Mesmo se levarmos em consideração apenas a relação de 1Coríntios, não podemos nos esquecer de que um dos itens da relação fala dos "dons de curar" (1Co 12:9), dando a entender, portanto, que há mais de um dom de curar, o que torna, também, precário o entendimento de que os dons espirituais sejam apenas nove.
Assim, não podemos afirmar com respaldo bíblico que somente haja nove dons espirituais. Entretanto, tal posição bíblica não pode servir de base para que se adicionem outros dons de modo aleatório e sem qualquer respaldo escriturístico, manifestações que, no mais das vezes, não se coadunam com os propósitos e finalidades dos dons espirituais, cuja presença na igreja, inevitavelmente, trará confirmação da pregação do Evangelho, edificação espiritual, consolação, exortação e um maior envolvimento da igreja local com o Senhor e a Sua obra.
Para melhor compreensão, podemos dividir os dons espirituais, conforme 1Coríntios 12, em três categorias, a saber:
a) dons de poder: fé, dons de curar, operação de maravilhas - são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas efetuem demonstrações sobrenaturais do poder divino, com a realização de milagres, de maravilhas e de coisas extraordinárias, que confirmem a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja. São evidências da onipotência divina no meio do Seu povo.
b) dons de ciência (também chamados “dons de revelação”): palavra da sabedoria, palavra da ciência, dom de discernir os espíritos - são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos homens, com a tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada lhe fica oculto. São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo.
c) dons de elocução ou de fala: variedade de línguas, interpretação de línguas e profecia - são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas sejam instrumentos da voz do Senhor, para que o Espírito Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo. São evidências da onipresença divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz descansar e que nos traz edificação.
Observamos, portanto, que cada dom espiritual tem uma finalidade específica no meio do povo de Deus; tem um propósito, que é o de dar condições para que o crente prossiga a sua jornada em direção a Jerusalém celestial, desvencilhando-se, pela manifestação do poder divino na sua vida, de todo o embaraço que tão de perto o rodeia (Hb 12:1) e, assim, não venha a se envolver com as coisas desta vida, agradando, assim, ao Senhor (2Tm 2:4).
Observamos que, na relação dos dons espirituais, não há o chamado “dom de revelação” ou “dom de visão”, “dons” que são constantemente mencionados e considerados no meio de alguns integrantes do povo de Deus que não têm o costume de ler e meditar na Palavra de Deus. O “dom de revelação”, na verdade, é o dom da palavra da ciência, não podendo ser confundido com verdadeiras adivinhações que têm perturbado o povo de Deus nos nossos dias. Deus não tem qualquer propósito de fazer com que alguns de Seus servos sejam “adivinhos”, pois abomina a adivinhação, típica operação maligna. A revelação de fatos ocultos tem tão somente o propósito de edificar o povo de Deus, jamais de envergonhar quem quer que seja. Já o chamado “dom de visão” não tem qualquer respaldo bíblico. Verdade é que existe a operação de visão, uma operação divina em que Deus mostra algo para algum servo Seu, mas também com o propósito de proporcionar a edificação de quem vê ou da igreja, jamais para devassar a intimidade ou envergonhar alguém.
Tem-se, portanto, no exercício dos dons espirituais, uma inequívoca demonstração do poder de Deus (1Co 2:4), mas sem qualquer oportunidade de exibicionismo ou de glorificação humana, mas única e exclusivamente para a glória de Deus e para pregação do Cristo crucificado (1Co 2:2). É com base nesta peculiar circunstância que podemos identificar e repudiar todas as inovações que hoje contagiam muitas igrejas locais, em especial os “novos dons” e a tão desejada e nunca explicada “nova unção”.
3. A escassez dos dons espirituais. A posse dos dons espirituais é, sem dúvida, uma grande bênção que Deus nos dá, é mais uma ferramenta que é colocada à disposição da Igreja através de seus vasos escolhidos. Todavia, tem sido preocupante a negligência da esmagadora maioria dos crentes pentecostais na atualidade na busca dos dons espirituais; eles têm sido uma necessidade premente na Igreja, notadamente quando se aproxima o dia da volta de Cristo, o que faz com que vivamos dias trabalhosos, de aumento da iniqüidade e, portanto, de grande opressão maligna, a exigir, de cada um de nós, o máximo de poder de Deus que pudermos obter de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
II. A PALAVRA DA SABEDORIA
1. A sabedoria satânica.
Satanás e seus anjos não são sábios, são inteligentes; ou seja, Satanás é dotado de capacidade, penetração, agudeza, perspicácia, destreza mental, habilidade; sutileza. A sutileza é a marca registrada do diabo (João 8:44). As Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a ele. Usando a maior arma que tem, a sutileza, satanás nos primórdios enganou os anjos.
Satanás não apenas é hábil no emprego de sutilezas como, também, é o “pai da mentira”, segundo revelação feita por Jesus(ler João 8:44). Certamente que foi usando de sutilezas calcadas em mentiras e falsas promessas que ele conseguiu seduzir um terço dos anjos do Céu(Ap 12:4). O argumento foi muito forte e convincente. Pode ter sido o mesmo que ele usou com Eva: o “sereis como Deus”. Usando este raciocínio e com toda sua capacidade de convencimento levou os anjos ao orgulho e a soberba, ao pecado.
Como eu disse, os anjos são seres espirituais dotados de grande inteligência, inteligência superior ao mais inteligente dos homens. Porém, não são Oniscientes, podendo ser enganados. Sobre seu plano, diz o profeta Isaias: “E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono... subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao altíssimo”(Is 14:13-14). Dizer no coração tem o sentido de pensar. Esse era o seu plano, que guardava em “seu coração”: destronar Deus e ocupar o seu lugar. Portanto, a inteligência de satanás se caracteriza pela inveja, sentimentos facciosos, etc(Tg 3:14-16; Ez 28:12-17).
Se é verdade que cada salvo tem discernimento espiritual, também não é menos verdadeiro que a sutileza do nosso inimigo, a “mais astuta de todas as alimárias da terra” (Gn 3:1), é tal que não podemos ignorar os seus ardis (2Co 2:11). Observamos no relato da queda do primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em que a mulher não esperava e que, o texto nos leva a crer, estava solitária, sem a companhia de seu marido, diríamos que num instante de distração. O inimigo começa a sua operação sempre nos instantes de distração e de descuido dos servos de Deus. Os falsos ensinos e doutrinas ingressam no meio do povo do Senhor nos cochilos daqueles que o Senhor incumbiu para cuidar da Sua vinha, como se relata na parábola do joio e do trigo (cf. Mt 13:25). Por isso, a maior arma contra as heresias ou falsas doutrinas é a vigilância constante e ininterrupta, o que somente se dará mediante a meditação diuturna da Palavra de Deus e uma vida de oração e dedicação às coisas de Deus.
Embora o diabo, por sua própria natureza sutil, apresente-se em diversos disfarces, de forma quase imperceptível, em essência sempre é e será a “antiga serpente” (Ap 12:9), de modo que, ao verificarmos como agiu no Éden, teremos condição de nos acautelarmos quando de suas investidas no campo doutrinário, que é onde mais se apresenta a sua sutileza.
2. A sabedoria de Deus. Deus é onisciente, ou seja, sabe todas as coisas. Tendo em vista que Deus sabe todas as coisas, é Ele a fonte de toda a ciência, conhecimento e sabedoria, razão pela qual jamais as manifestações do conhecimento humano, quando verdadeiras, se chocarão com a Palavra de Deus, pois Deus é o próprio autor do conhecimento, da ciência e da sabedoria.
A sabedoria de Deus foi manifesta de diversas formas como, por exemplo, sua decisão em revelar seus desígnios e vontade de forma escrita, para que pudessem sempre ser consultados. Outra forma de manifestação de sua sabedoria é vista na forma como Deus agiu no tocante à criação do homem: Ele primeiro criou o ambiente em que o homem iria viver, para depois cria-lo. De outra forma, a subsistência da humanidade seria impossível em nosso planeta. Portanto, a Bíblia nos mostra que o Senhor é sábio em seus desígnios e decisões.
3. O dom da Palavra da Sabedoria.Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria”(1Co 12:8). Não se trata de habilidade intelectual ou acúmulo de conhecimento através de estudos e pesquisas. A Palavra da sabedoria é o poder sobrenatural de falar com discernimento divino, quer na resolução de problemas difíceis, quer na defesa da fé, na resolução de conflitos, em conselhos práticos ou ao pleitear uma causa perante autoridades hostis. Estevão manifestou de tal modo a palavra da sabedoria que seus adversários “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava”(Atos 6:10).
Tiago afirma que o Senhor concede “sabedoria” aos que lhe pedem (Tg 1:5). Todavia, esta sabedoria não deve ser confundida com o “Dom da Palavra da Sabedoria”. Aquela é a capacidade espiritual de ver e avaliar a nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a vontade de Deus e revelada na sua Palavra e na direção do Espírito Santo (Rm 8:417). É algo que está além da razão humana, vem diretamente de Deus e tem no temor ao Senhor o seu princípio (Sl 111:10a).
Como, nestes dias de desequilíbrio e de incontinência (2Tm 3:3), tem faltado sabedoria, mesmo no meio do povo do Senhor!
III. A PALAVRA DA CIENCIA E O DISCERNIMENTO DE ESPIRITOS
1. O Dom da palavra da ciência. “[...]
e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência”(1Co 12:8). O Dom da palavra da ciência é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que tenham conhecimento sobrenatural de coisas. Sem que haja qualquer comunicação natural a respeito de um fato, o Senhor permite ao servo portador deste dom que tenha acesso a fatos e as ocorrências que estavam ocultas, com o propósito único e exclusivo de edificar, exortar e promover o crescimento espiritual de alguém. Vemos, pois, que nada há, neste dom, que o nivele a um mero exercício de adivinhação, como, lamentavelmente, se tem disseminado em muitos lugares. A adivinhação não passa de uma imitação fajuta e irrazoável deste dom, no mais das vezes sendo pura operação maligna (At.16:16), vez que tal prática é abominável aos olhos do Senhor (Lv.20:27; Ez.12:24). Pela revelação divina (palavra da ciência), Deus fez conhecer a Pedro a fraude de Ananias e Safira (Atos 5:1-11)
2. O Discernimento de espíritos. “E a outro [...] o dom de discernir os espíritos”(1Co 12:10). Discernimento de espíritos descreve o poder de determinar se um profeta ou outra pessoa está falando pelo poder do Espírito Santo ou de Satanás. A pessoa que recebe esse dom tem a capacidade especial de discernir, por exemplo, se alguém é um impostor ou oportunista. Pedro desmascarou Simão e revelou que o mágico se encontrava amargurado e preso por laço de iniqüidade (Atos 8:20-23).
Sabendo, pois, de nossa vulnerabilidade, o Senhor quis dotar a igreja do dom de discernimento dos espíritos, para que alguns vasos por Ele escolhidos sejam usados para mostrar a toda a comunidade a procedência autêntica, ou não, de manifestações espirituais. Este dom é extremamente necessário neste último tempo e, lamentavelmente, ante a frieza espiritual de muitos, sua falta tem contribuído enormemente para a apostasia da fé de muitos.
É importante observar que o dom do discernimento é uma identificação súbita e momentânea, numa determinada situação, da operação espiritual, não se confundindo com o discernimento corriqueiro que todo cristão deve ter, por estar em comunhão com o Senhor e ter em si o Espírito Santo que o orienta a cada dia.
O texto base desta aula, Atos 16:16-24, mostra a forma como Paulo agiu em Filipos, quando estavam “indo [...] para um lugar de oração”. Paulo e seus companheiros depararam-se com uma jovem possessa de espírito adivinhador. A jovem saiu ao encontro dos missionários e, por muitos dias, seguia-os, dizendo: “estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação”. Sua proclamação era verdadeira, mas Paulo se recusou a aceitar o testemunho de demônios. Para um crente incauto, aquela mulher estava, de certa forma, ajudando a pregação de Paulo. Entretanto, devemos ter em mente que qualquer revelação que tenha por fonte o Diabo é uma revelação que, ainda que contenha uma parte de verdade, deve ser repreendida em nome do Senhor Jesus. Angustiado com a situação infeliz da jovem, o apóstolo ordenou no nome de Jesus Cristo que o demônio se retirasse dela. Na mesma hora, ela foi liberta daquela escravidão terrível e se tornou uma pessoa equilibrada e racional. Aqui, houve a manifestação do dom de discernimento de espíritos.
3. A importância do Dom do Discernimento. Recomenda-nos o apóstolo João: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”(1João 4:1).
Nos dias de tanto engano e de tanta atuação do “espírito do anticristo”, mais do que nunca, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio. Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap 2:2). Quantos problemas seriam evitados na igreja se funcionasse, correta e biblicamente, o dom do discernimento dos espíritos. A desonestidade do espírito humano, que leva comunidades inteiras a escândalos e desgraças, poderia ser evitada por alguém que tratasse desse espírito revelando por discernimento o problema antes de se agravar.
Busquemos, pois, o dom do discernimento dos espíritos, pois, conquanto seja o Espírito quem distribui os dons conforme o Seu querer (1Co 12:11), Ele necessita de pessoas bem dispostas para que efetue a Sua obra (Lc 1:17). Se todos nos pusermos à disposição do Senhor, certamente escolherá alguns para que todos nós sejamos ricamente abençoados e evitemos ser tragados pelo engano destes dias difíceis em que vivemos.
CONCLUSÃO
Conhecendo a Palavra, tendo o dom da palavra de ciência e da sabedoria, tendo o discernimento do homem espiritual e sendo complementados pela manifestação do dom do discernimento dos espíritos, certamente saberemos descobrir todas as ciladas do inimigo ao longo do caminho e, a exemplo de Esdras e daquele povo que o seguia, chegaremos sãos e salvos a Jerusalém (Ed 8:31,32), não a Jerusalém terrena, mas a celestial, “adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21:2).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 46.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem.
Antonio Gilberto – A doutrina do Espírito Santo – Teologia Sistemática.
Caramuru Afonso Francisco - Os Dons do Espírito Santo
Antonio Gilberto - O Fruto do Espírito.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

A ÚLTIMA MENSAGEM DE UM GRANDE AMIGO DE ISRAEL








Milhões de cristãos e amigos pelo mundo fora lamentam a partida do Pastor David Wilkerson num trágico acidente de automóvel na quarta-feira passada, considerando-o um "homem de Deus", sempre fiel aos seus princípios. Além de fundador da organização de ajuda e recuperação de toxicómanos "Desafio Jovem", Wilkerson era também pastor senior da Times Square Church, no coração de Manhatan, Nova Iorque.
David Wilkerson era também um bom amigo e defensor de Israel, estando esta nação escolhida sempre no foco das orações da Times Square Church, na sua reunião semanal de oração.
No passado dia 27, poucas horas antes do trágico acidente que levou Wilkerson a ser promovido à Glória e que deixou ainda sua esposa em mau estado - oremos por ela - o Pastor David Wilkerson tinha deixado no seu blog uma poderosa mensagem de ânimo e encorajamento que passo a transcrever:
"Acreditar quando todos os meios falham é extremamente agradável e aceitável para Deus. Jesus disse a Tomé: 'Creste porque viste, mas bem-aventurados os que crêm e que não viram' (João 20:29).
Bem-aventurados são os que crêm quando não há nenhuma evidência de uma resposta à oração - que confiam para além da esperança e quando todos os meios têm falhado.
Quando alguém chegou ao lugar do desespero - o fim da esperança - o fim de todos os meios. Um ente querido que está enfrentando a morte e os médicos não dão nenhuma esperança. Quando a morte parece inevitável. Quando a esperança partiu. Quando o milagre pelo qual se orou não acontece.
É então que as hordas satânicas vêm atacar a tua mente com o medo, a raiva e aquelas avassaladoras questões: 'Onde é que está agora o teu Deus? Oraste até não restarem mais lágrimas. Jejuaste. Permaneceste nas promessas. Confiaste'.
Pensamentos blasfemos serão injectados na tua mente: 'A oração falhou. A fé falhou. Não desistas de Deus - apenas não confies mais n'Ele. Não funciona!'
Até questionar a existência de Deus será injectado na tua mente. Estes têm sido desde há séculos os estratagemas de Satanás. Alguns dos homens e mulheres mais santos que já viveram estiveram debaixo de tais ataques demoníacos.
Àqueles que estão atravessando o vale da sombra da morte, escutai esta palavra: O choro permanecerá ao longo de algumas tenebrosas e terríveis noites - e nessa escuridão escutareis em breve o Pai a sussurrar: 'Eu estou contigo. Não te posso explicar agora os porquês, mas um dia tudo fará sentido. Verás que tudo isso fazia parte do meu plano. Não foi por acidente. Não foi por falha da tua parte. Mantém-te firme. Deixa-me que te abrace nesta hora de dor.'
Amados: Deus nunca falhou em agir na base da bondade e do amor. Quando todos os meios falham - o Seu amor prevalece. Agarra-te à tua fé. Mantém-te firme na Sua Palavra, Não há nenhuma outra esperança neste mundo."








Wilkerson era um sério amigo e apoiante de Israel. Numa entrevista a uma revista cristã em 2003, ele expressou esse apoio e o da Igreja que pastoreou nestas palavras extraídas da sua entrevista:
"...avisei o nosso presidente (Bush) de que tudo gira à volta de Israel".
"Saddam (Hussein) planeou destruir Israel, com a ajuda de outras nações árabes. Saddam Hussein é uma pessoa teimosa, e estou grato que Deus deu ao nosso presidente esta forte convicção para salvar Israel."
"...é por isso que eu apelo aos cristãos...que orem contra o anti-semitismo que ainda existe na Igreja. Quando inicialmente estabeleci a Times Square Church, Deus avisou-me que devemos permanecer sempre fiéis a Israel. E assim tenho feito."
"Leio o Corão e estou certo que este livro é falso ensino. O Islão é uma religião de destruição. Acho tão estranho que haja pregadores do Evangelho que não compreendem que Deus não quebrou a Sua aliança com Israel. Deus deu a Terra a Israel, e toda a nação que quiser destruir Israel será punida."
Respondendo ao comentário feito pelo jornalista: "O sr. tem uma grande coragem em tomar uma tão forte posição pró-Israel...", David Wilkerson respondeu: "Sou muitas vezes criticado no mundo cristão por causa disto. Mas eu sinto as ricas bênçãos de Deus sobre isto, e isso é muito mais valioso para mim."
Wilkerson era uma verdadeiro profeta de Deus. Que muitas vezes incomodava. Mas incomodar é sinal de verdadeiro profeta. À pergunta que lhe foi colocada pelo jornalista: "Depois da guerra no Iraque, Israel está mais uma vez no topo da agenda mundial. Acha que o "roadmap" (acordo de paz proposto por George Bush) tem alguma chance de trazer a paz entre israelitas e palestinianos?", David Wilkerson respondeu profeticamente (note-se que estava-se em 2003, em pleno governo Bush e com o dólar forte):
"Não! Como é que pode o Bush, que conhece a Bíblia, não ter o temor de Deus e pressionar Israel a um compromisso territorial por amor ao "roadmap"? Deus irá puni-lo por isso. O dólar irá cair, o Bush vai cair em depressão..."
"Deus prometeu proteger o Seu povo. Ele fez uma aliança e deu-lhes a Terra Prometida. Ele estabeleceu as fronteiras da nação e irá protegê-las. Não vejo uma esperança realista para a paz (entre Israel e os árabes) porque não consigo imaginar Israel a ceder os aldeamentos judaicos, tal como os árabes exigem. Os árabes também dizem que não haverá paz a menos que Jerusalém oriental se torne a capital de um estado palestiniano. Mas isso é estritamente contra a vontade de Deus. Meu amigo: se o mundo forçar a que Jerusalém seja dividida, virá o caos. Por favor publique o meu aviso às nações que se colocam contra o povo de Deus e a Sua cidade de Jerusalém. Deus disse isto e vai cumpri-lo. Shalom e as bênçãos de Deus."
Obrigado, irmão Wilkerson!
Que este legado de fé, convicções e fidelidade que este homem de Deus nos deixou seja seguido por muitos!
Shalom, Israel!






Fonte: SHAOM ISRAEL - http://shalom-israel-shalom.blogspot.com/