sexta-feira, 16 de março de 2012

CUIDADO COM O DINHEIRO MAL ADQUIRIDO

Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte (Pv 10.2).
Estamos vivendo uma crise sem precedentes em nossa sociedade. A crise que mais nos assola é a de integridade. Os valores morais estão sendo tripudiados.
A lei do levar vantagem em tudo parece governar nossa gente. Políticos inescrupulosos vendem a alma da nação para serem eleitos. Esquemas de corrupção escondem quadrilhas de colarinho branco, que trafegam pelos corredores do poder amealhando os tesouros da impiedade.
As riquezas que deveriam socorrer os aflitos e levantar as colunas de uma sociedade justa são desviadas para contas bancárias de grã-finos que fazem as leis, delas escarnecem e no final escapam do tribunal humano.
Aqueles, porém, que acumulam os tesouros da impiedade, vivem no fausto e no luxo e ajuntam para si riquezas mal adquiridas verão que seus bens serão combustível para a própria destruição.
A riqueza injusta produz morte, mas a justiça livra da morte.
É melhor ser um pobre íntegro do que um rico desonesto.
É melhor comer um prato de hortaliças onde há paz do que viver na casa dos banquetes com a alma atribulada.
É melhor ser um pobre rico do que um rico pobre.
***
Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte: Gotas da Sabedoria da Alma

quarta-feira, 14 de março de 2012

O PERIGO DA RIQUEZA ILÍCITA

A riqueza é uma bênção quando vem de Deus como resultado do trabalho honesto. Contudo, a riqueza acumulada com desonestidade é pura ilusão e uma armadilha mortal.
Aqueles que mentem, corrompem, roubam, oprimem e até matam o próximo para ajuntar tesouros e mais tesouros em sua casa, esses descobrem que tal riqueza maldita não traz paz ao coração, não dá descanso à alma nem promove a verdadeira felicidade.
Aqueles que seguem por esse caminho da ganância, da avareza idolátrica e da língua falsa para enriquecer não usufruirão as benesses dessa riqueza. Vestirão, mas não se aquecerão. Beberão, mas não se saciarão. Comerão, mas não se fartarão.
Não vale a pena adquirir tesouro com língua falsa. A fortuna obtida com língua mentirosa é ilusão fugidia e laço mortal.
De que adianta ser rico e não ter paz? De que adianta viver com o corpo cercado de luxo e a alma mergulhada no lixo? De que adianta ser honrado diante dos homens e ser reprovado por Deus? De que adianta adquirir muitos bens, mas para isso ter de vender a alma ao diabo? De que adianta ter todo conforto na terra e perecer eternamente no inferno?
Melhor do que a riqueza ilícita é a pobreza com integridade, é a paz de consciência, é a certeza do sorriso aprovador de Deus.

Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: Gotas de Sabedoria para a alma -

domingo, 11 de março de 2012

Aula 12 - O PROPÓSITO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

                  Texto Básico:Rm 10:8-14

“[...] o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará”(2Co 9:6).


INTRODUÇÃO


A Palavra de Deus garante a cada ser humano a possibilidade de auferir bens materiais e de deles usufruir para a satisfação de suas necessidades. Todavia, estabelece que o objetivo do homem e da mulher não deve ser o acúmulo de riquezas para si ou para sua exaltação por causa dos bens que tenha a seu dispor, mas que tudo isto seja um instrumento para que a glória de Deus se manifeste na administração destes bens que lhe forem confiados por Deus, o único e verdadeiro dono de todas as coisas. Não façamos dos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra(Cl 3:5) e, assim, está fora do reino dos céus(Ap 22:15).

Não se está aqui afirmando que o cristão não deve procurar uma melhoria de vida, um melhor emprego, capacitar-se para obter melhores posições, ou seja, em absoluto se nega ao servo de Deus a busca de melhores oportunidades, um progresso maior, mas se está afirmando, isto sim, que não devemos colocar como alvos únicos e exclusivos de nossas vidas uma prosperidade material, que é efêmera(Pv 27:24). Nunca nos esqueçamos que, se cremos em Cristo só para esta vida, seremos os mais miseráveis de todos os homens!(1Co 15:19).

Quando o homem tenta progredir na vida material tendo consciência de que existe uma dimensão eterna, de que é mero administrador do que Deus lhe confiou, ele jamais se comporta de forma nociva ao seu semelhante, jamais busca usar de todos os métodos, lícitos ou não, visando à acumulação de riquezas, pois tem pleno conhecimento de que nu saiu do ventre de sua mãe e de que nu terminará a sua existência(Jó 1:21; 1Tm 6:7). Como dizem as Escrituras, aqueles que se envolvem na ilusão das riquezas, trazem para si somente males e problemas, já nesta vida, que dirá quando se encontrar com o reto e supremo Juiz de toda a Terra(Pv 28:22; 1Tm 6:9; Hb 9:27).

Dentro desta perspectiva, o cristão deve, consciente de que o que tem amealhado de bens materiais, é para ser um instrumento de satisfação da vontade divina. Deve administrar o seu patrimônio de forma a obter o agrado de Deus, fazendo-o conforme a Sua Palavra.

I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA


Quando falamos em prosperidade, falamos de uma mensagem que se tem repetido, às escâncaras, nos púlpitos das igrejas evangélicas de nossos dias. O “evangelho da prosperidade” é proclamado de norte a sul, de leste a oeste, passando pelo centro, como sendo a maior prova do amor de Deus para os nossos corações. Não resta dúvida de que a Bíblia Sagrada contém promessas de prosperidade material para o homem, mas esta prosperidade, como já temos visto neste trimestre, é secundária diante da prosperidade espiritual, que é a efetivamente prometida pelo Senhor.

O que estes propagadores da “Teologia da Prosperidade” esquecem de dizer aos seus ouvintes é que, em vindo a prosperidade material solicitada, o "novo rico" não será um senhor de riquezas, não será sequer o proprietário dos bens que o Senhor lhe conceder.

A mensagem do “evangelho da prosperidade” faz questão de alardear que Deus tem obrigação de nos dar bens e uma vida regalada, pois "Deus é o dono de toda prata e de todo o ouro" e que nós somos "filhos do rei", o que, em parte, é uma realidade e uma verdade constante das Escrituras, mas não dizem que, quando ganharmos toda esta prosperidade, o Senhor continua sendo Senhor, continua sendo o "dono de todo o ouro e de toda a prata", assim como, também, continua sendo o "Rei dos reis" e "Senhor dos senhores", ou seja, ao contrário do que querem fazer crer os evangelistas da prosperidade, ser rico, ser próspero materialmente não é um privilégio ou um direito do cristão, mas, muito mais do que isto, é uma obrigação a mais que o servo do Senhor assume diante do seu Deus. Quem tem riquezas, passa a ser mordomo destas mesmas riquezas diante do Senhor e, como tal, assume muitas outras obrigações.

1. Deus, a Fonte de todo bem. Num mundo dominado pela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se como alguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar.

Deus é a fonte de todo bem, é o Criador de todas as coisas, razão porque todas as coisas lhe pertencem – “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam”(Sal 24:1). Ninguém é dono de nada; tudo pertence a Deus, incluindo nossa vida e nosso corpo(cf 1Co 6:19). Portanto, Deus é o Senhor de todo bem e que o homem é mordomo de seus bens. O mordomo tem que administrar de acordo com a vontade de seu Senhor, caso contrário dará conta do mau uso que fizer dos bens que lhe foram confiados.
Infelizmente, nestes tempos pós-modermos em que vivemos, o homem tem transformado a sua vida numa constante e frenética busca pelos bens materiais, como se a sua vida terrena fosse perene. A Teologia da Prosperidade inverteu os pólos e colocou o objeto no lugar do sujeito. E o que é pior: acabou por transformar o sujeito em objeto. Deus foi transformado em um objeto e o ser humano em mercadoria. O homem foi "coisificado" para se transformar em uma mercadoria vendável. A busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se no principal objetivo desta geração perdida.
Muitas pessoas pensam: “Ah! Se eu morasse naquele bairro, em um apartamento duplex; se eu trabalhasse na empresa que gosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz!”. Pensam que a felicidade está nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupam com o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira, os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência prova o contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tencionados pelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o que acumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadas financeiramente.
O dinheiro não produz contentamento. O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração e não do dinheiro na mão. O contentamento nunca provém da posse de objetos externos, mas de uma atitude interna para com a vida. Alguém disse acertadamente que o contentamento não ocorre quando todos os nossos desejos e caprichos são satisfeitos, mas quando restringimos nossos desejos às coisas essenciais. O contentamento significa uma suficiência interior que nos mantém em paz apesar das circunstancias. O apóstolo Paulo disse: “[...] aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”(Fp 4:11).

2. Despenseiros de Deus. Para que possamos entender o que a Bíblia diz a respeito da conduta do ser humano frente aos bens materiais é imperioso verificarmos a primeira declaração da revelação de Deus ao homem. Em Gn 1:1, a Bíblia deixa claro que Deus criou os céus e a terra, o que repete em Gn 1:31-2:3. Assim, tanto no início quanto no término do relato da criação, a Palavra não deixa qualquer dúvida de que Deus é o Senhor do Universo, ou seja, o dono de tudo. Assim, não deve causar espanto a declaração do salmista (Sl 24:1), segundo a qual “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”. Com efeito, por ter criado o mundo e tudo o que nele há, Deus é o legítimo dono de todas as coisas. Se isto é assim, o homem é apenas um administrador da criação. Com efeito, ao criar o homem e a mulher, Deus concedeu a eles o domínio sobre toda a criação(Gn 1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade, uma autorização para administrar a criação terrena (observemos que no mandato dado ao ser humano por Deus não se incluem as criações celestiais. É por isso que o salmista afirma que o homem foi feito pouco menor do que os anjos(Sl 8:5).

Partindo deste pressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra e deveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que é apenas um administrador daquilo que Deus lhe deu. É exatamente esta a consciência do cristão, a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (1Co 4:1,2; Tt 1:7; 1Pe 4:10).

II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL


Apenas os seres espirituais não precisam comer, vestir-se e ter onde se abrigar, como é o caso dos anjos. Mas nós, seres humanos, precisamos subsistir em um mundo que possui regras próprias. Precisamos de abrigo onde reclinar nossas cabeças, comida para manter ativo nossos corpos e vestimentas, para que estejamos protegidos das intempéries naturais, como frio e calor. Deus não despreza essa situação, e nos proporciona o sustento pessoal por meio do trabalho digno.

1. As carências humanas. Carência é algo que todos nós já experimentamos, e cada um respondeu a ela de maneira diferente. Ela não acontece apenas no âmbito material. As necessidades financeiras, as adversidades do dia a dia, a doença, a derrota profissional, as perdas, a solidão são apenas algumas das muitas facetas da carência que abatem o ser humano. Porém, por trás de todas está a pior manifestação desse problema: a carência emocional e espiritual.

A Bíblia nos fornece inúmeros exemplos de vidas que mergulharam em situação de carência extrema.

Abraão experimentou a carência de filhos. Tudo o que o velho Patriarca possuía era uma promessa do Senhor (ler Gn 17:1-6). Porém, Abraão decidiu confiar que ela se cumpriria, em vez de concentrar-se no problema, e viu sua carência se transformar em fartura.

Poderíamos falar da carência de Jó. Lemos na Bíblia que ele era um homem próspero, com filhos e filhas, justo e temente a Deus. Porém, seu império desmoronou, seus filhos foram mortos, e o que era um corpo saudável tornou-se enfermo. Jó não compreendia o motivo de tanto sofrimento, de tanta carência. Contudo, ele tinha plena convicção de sua fé em Deus. Ele confiava nEle de uma maneira superlativa; tanto que fez a seguinte declaração: “Ainda que ele[Deus] me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele”(Jó 13:15). E sabemos o resultado da sua fidelidade a Deus. O Senhor lhe concedeu tudo novamente: restaurou a saúde, os negócios, a família. E, mais importante do que essas bênçãos, foi o conhecimento que Jó obteve de Deus ao vivenciar toda aquela situação em que Ele converteu a carência em fartura; daí a declaração do patriarca: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos”(Jó 42:5 NTLH).

Em fim, poderíamos falar situação dramática do profeta Elias. Ele viveu um período de extrema carência por ele mesmo profetizado, em que não haveria chuva nem orvalho. Até mesmo o ribeiro de Querite já havia secado(1Reis 17:7). Sem chuvas, não havia mais água, produtos agrícolas nem rebanhos. Os mantimentos do povo tinham se esgotado, e a escassez se espalhava pela terra de Israel.

Deus vendo a carência dramática de Elias mandou-o à cidade de Sarepta e ali ficasse, a fim de ser sustentado por uma viúva (1Reis 17:9). Deus poderia ter encaminhado Elias ao homem mais rico do local, com uma profecia que anunciasse a Sua vontade e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. Mas Deus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa mais humilde – uma viúva sem eira nem beira. O texto bíblico diz que a situação daquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte (ler 1Rs 17:8-16).

Por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele? Deus não age com base naquilo que queremos, nos planos que fazemos e que consideramos os mais racionais e lógicos. A lógica de Deus não é, nem de longe, parecida com a nossa. Ela leva em conta nossa obediência e nossa fé, e também o fato de Deus ser onisciente, onipotente, onipresente, enquanto a nossa lógica considera apenas superficialmente as coisas, por meio de nossa visão limitada.

Por que Deus nos conduz a pessoas tão ou mais carentes, necessitadas e desprovidas que nós nos momentos de escassez, como fez com Elias? A lógica divina nos responde: para que possamos aprender a depender somente do Senhor, e de mais nada ou ninguém. Este é o milagre planejado por Ele.

Quando, em meio a uma gigantesca necessidade, Deus nos coloca diante de alguém com uma necessidade maior ainda e afirma que de tal pessoa virá a ajuda, é porque o milagre está sendo preparado, o milagre da dependência total do Senhor. E você sabe por que o Senhor age dessa maneira? Porque assim podemos servir como instrumento para solucionar o problema do outro e, ao mesmo tempo, resolver o nosso. Aconteceu dessa forma com Elias. Enviado a alguém que sofria com extrema carência, foi instrumento de Deus para resolver as dificuldades da viúva e do filho dela e, consequentemente, teve suas necessidades supridas.

2. O cuidado divino. O Eterno, o Guardador da nossa vida, é tão preocupado conosco que realmente não precisamos estar ansiosos por nada. É uma honra para Ele assumir todas as nossas preocupações. Por isso Pedro diz: "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5:7).

Quando Rute procurou ansiosamente um campo de cereal maduro para poder sobreviver com sua sogra, está escrito: "Por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz" (Rt 2:3). Isso foi mero acaso, ou foi o Senhor que a dirigiu? Quando Rute voltou para sua sogra Noemi com bastante cevada e lhe contou tudo, será que ela disse: "Oh, que coincidência!"? Não, ela sabia muito bem que isso fora o cuidado de Deus por elas e se regozijou, dizendo: "Bendito seja ele [Boaz] do Senhor, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos" (Rt 2:20). A graça e o fiel cuidado de Deus estavam por detrás da vida dessas duas mulheres. Portanto, não devemos andar ansiosos por nada desta vida, pois o Pai Celeste está atento a todas as nossas necessidades.

A Bíblia está cheia de exemplos da providência de Deus para com o Seu povo e para com os Seus filhos:

·       Israel esteve por 40 anos no deserto. Nunca faltou pão e água aos israelitas, e suas sandálias não se gastaram nos seus pés (Dt 29:5). Quando Josué e Calebe entraram na Terra Prometida, ainda tinham nos pés as mesmas sandálias que usavam quando saíram do Egito!

·      Nenhum pardal cairá no chão sem o consentimento do Pai. Alguém disse: "Deus participa do funeral de cada pardal". Quanto mais preciosos somos nós do que um pardal (Lc 12:6 e Mt 10:29)?!

·         Ele veste os lírios no campo com glória e esplendor maiores que a glória de Salomão (Mt 6:28-30).

·         Ele que se preocupa com cada boi, quanto maior cuidado tem de nós (1Co 9:9-10)!

·         Ele conta os cabelos da nossa cabeça, e nossas lágrimas são recolhidas por Deus e inscritas no Seu livro (Mt 10:30 e Sl 56:8). Qual pai ou mãe já fez isso, alguma vez, com seus filhos?

·         Aquele que nos guarda não dormita nem dorme (Sl 121:3-4).

·         Ele nos compreende mesmo sem palavras, disse o rei Davi (Sl 139:2).

·         Ele é tão grande que entregou Sua vida por nós (João 10:11), e não cuidaria de nós todos os dias?

·         E em Hebreus 13:5 lemos: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei".

·       Não estamos expostos ao destino cruel, nem entregues ao acaso. Pelo contrário, está escrito que Ele – por amor do Seu nome – nos guia pelas veredas da justiça (Sl 23:3).

III. A PROSPERIDADE NA AJUDA DO PRÓXIMO


Deus quer que nós, além de sermos justos em tudo, amemos a beneficência. O Salmo 41:1,2 diz o seguinte: “ Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos”.
Provérbios 19:17 diz: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício”. Em outras palavras, quem ajuda o pobre está na verdade, emprestando a Deus; por isso, há bênçãos financeiras reservadas por Deus àqueles que se compadecem dos menos afortunados.
O texto de Efésios 6:8 enfatiza: “cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre”. Em Tiago 4:17 lemos: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comente pecado”.
Como você age quando vê um necessitado? Você compartilha o quê com ele? Jamais diga: “eu sou pobre; vou pedir esmola para dois?”. Jamais fale assim, porque senão você continuará sofrendo desse jeito. Certo pregador disse o seguinte: “Aquilo que você faz aos outros, Deus fará a você”. Então, quando você abençoar alguém, prepare-se, porque Deus irá abençoa-lo.  Se você pensa que pobre deveria apenas receber, observe o que Paulo disse da igreja da Macedônia: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente”(2Co 8:1-3). Observe neste texto que os cristãos pobres da Macedônia ajudaram os mais pobres da Judéia. Portanto, o fato de alguém ser pobre não o torna isento da responsabilidade de contribuir financeiramente com outros em pior situação.
1. Um mandamento divino. Na lei de Moisés foi bem especificado que o fundamento, a essência do relacionamento de Deus com o homem é o amor e que este amor não se limitava tão somente ao interior do homem que aceita Cristo, mas que se espraia aos semelhantes, tanto que Jesus fez questão de complementar a inquirição do doutor da lei com uma afirmação extremamente relevante: “...amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). O amor ao próximo é determinado pelo Senhor, é seu mandamento – “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”(João 15:12). Quando amamos o próximo da forma determinada na Palavra de Deus, melhoramos sensivelmente o ambiente em que vivemos.

Amar o próximo não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas, sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrio em todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais serão necessárias, como nos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessário que levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para que também ame o próximo, como nós o amamos.

Amar o próximo não é dizer a alguém que o ama, mas um amor que se mostra por atitudes concretas, por ações efetivas, por obras. Amor ao próximo não é amor de palavra nem de língua, mas amor por obras e em verdade (1João 3:18). Para Tiago, a fé sem as obras mantém-se no campo da teoria e para nada serve: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhe dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?”(Tg 2:15,16, ARA). O apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricos em boas obras(1Tm 6:18).

Amar o próximo é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como se fosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante, lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O individualismo e o egoísmo têm dificultado, e até impedido, gestos de amor ao próximo, até mesmo entre cristãos. Quem é o nosso próximo? É qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábola do bom samaritano (Lc 10:30-37), e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquer barreira, toda e qualquer tradição.

2. Quando contribuímos para ajudar o próximo, nossa oferta glorifica a Deus. A generosidade da igreja promove a glória de Deus, pois aqueles que são beneficiários do nosso socorro glorificam a Deus pela nossa obediência. O apóstolo Paulo escreve: “Visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão, quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos”(2Co 9:13, ARA). Paulo destaca dois pontos importantes nesse versículo:

a) Quando a teologia se transforma em ação, Deus é glorificado. Os judeus crentes glorificaram a Deus ao ver que os gentios não apenas confessavam a teologia ortodoxa, mas também agiam de maneira ortoprática(2Co 9:13a).

Jesus falou do sacerdote e do levita que passaram ao largo ao verem um homem ferido(Lc 10:31,32). Não basta ter boa doutrina, é preciso colocar essa doutrina em prática. Os crentes da Judéia glorificaram a Deus não apenas porque os gentios creram, mas, sobretudo, porque obedeceram.

Warrem Wiersbe relata o caso de um cristão rico que, em seu culto doméstico diário, orava pelas necessidades dos missionários que sua igreja sustentava. Certo dia, depois que o pai terminou de orar, o filho pequeno lhe disse: “Pai, se eu tivesse seu talão de cheques, poderia responder as suas orações”(Comentário bíblico expositivo, v. 5.2006:p.867).

b) Quando o amor deixa de ser apenas de palavras Deus é glorificado. Os gentios contribuíram com liberalidade não apenas para os crentes da Judéia, mas, também, para outros necessitados (2Co 9:13b). Eles não amaram apenas de palavras, mas de fato e de verdade (1João 3:17,18). O amor não é aquilo que se diz, mas o que se faz.

CONCLUSÃO


Nesta lição, aprendemos que não podemos perder o foco da verdadeira prosperidade. A questão não é somente prosperar, mas para quê prosperar. O nosso trabalho, dinheiro e bens não devem ser usados apenas para o nosso deleite pessoal, mas, prioritariamente, atender aos propósitos do Senhor. Enfim, a busca pelos bens materiais deve ser com vistas à satisfação de Deus e não a uma incessante corrida pelo prazer, pelo luxo e pela auto-suficiência. A ética cristã prega que não há que se buscar o lucro máximo, mas, bem ao contrário, deve-se buscar o suficiente para se ter uma vida digna, uma vida sossegada, mas sem a “febre do ouro” que tem dominado o mundo de hoje. Diz o sábio Salomão que devemos, sempre, buscar a “porção acostumada de cada dia”(Pv 30:8,9) e ninguém melhor do que Salomão para nos afirmar que a posse de riquezas em demasia não representa bem algum para a alma humana. Que Deus nos ajude.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Caramuru AFONSO Francisco – A mordomia cristã das finanças.

Rev.Hernandes Dias Lopes – Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus.

terça-feira, 6 de março de 2012

A SABEDORIA PRODUZ RIQUEZA

“Aos sábios a riqueza é coroa, mas a estultícia dos insensatos não passa de estultícia”(Pv. 14:24).

A riqueza não produz sabedoria, mas a sabedoria produz riqueza.
Nem todo rico é sábio, mas todo sábio é rico, pois riqueza não é tanto aquilo que possuímos, mas quem somos.
Riqueza não tem a ver apenas com o que carregamos no bolso, mas, sobretudo com o que levamos no coração.
Riqueza não é somente uma fina camada de verniz de ouro, mas a nobreza do caráter.
Há uns que se dizem ricos sendo muito pobres, mas há outros que mesmo sendo pobres são muito ricos.
O apóstolo Paulo fala daqueles que são pobres, mas enriquecem a muitos; daqueles que nada tem, mas possuem tudo.
A felicidade não mora na casa da riqueza, mas na casa da sabedoria.
A felicidade não está no ter, mas no ser. O dinheiro não nos pode dar felicidade, mas o contentamento com piedade é grande fonte de lucro, pois nos oferece tanto felicidade quanto segurança interior.
Quando o nosso contentamento está em Deus, podemos viver contentes em toda e qualquer situação, seja morando num palacete ou num casebre, pois nossa felicidade não vem das circunstancias, mas de Deus.

Rev. Hernandes Dias Lopes

Extraído do livreto: “GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA”


domingo, 4 de março de 2012

Aula 11 - COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE


Texto Básico: 1Crônicas 29:10-18

 “E riqueza e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo”(1Cr 29:12).

INTRODUÇÃO

Já dissemos durante este trimestre que a verdadeira prosperidade não consiste em se acumular bens ou dinheiro, nem em depositar o coração nas incertezas das riquezas(ler 1Tm 6:17). Não consiste em conseguirmos tudo o que queremos, mas em estar onde Deus quer que estejamos, fazendo e conquistando tudo o que ele tem para nós. Quando Ló se separou de Abraão, escolheu as campinas do Jordão. Quem assistisse aquela cena, pensaria que Ló tinha ficado com a melhor parte, a melhor terra e, portanto, seria mais próspero. Sabemos o que lhe aconteceu depois e como sua família foi destruída quando Deus fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Abraão, porém, que foi para lugar inóspito, teve sua descendência preservada e prosperou. Os caminhos de Deus para nós passam por lugares perigosos e às vezes desconfortáveis, mas o seu fim é o mais próspero possível. Certamente passaremos pelo vale da sombra da morte; andaremos por caminhos apertados e entraremos por portas estreitas, mas chegaremos a um lugar aprazível. Para alguns, esse estado de plenitude não se dará nesta vida.

I. CONFIANDO NA SUFICIÊNCIA DE DEUS

Aprendemos a confiar na suficiência de Deus lançando sobre Ele todas as nossas ansiedades e preocupações. Está escrito: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”(Fp 4:6,7). “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7). Lançar nossas ansiedades sobre Deus exige ação, não passividade. Não devemos nos submeter às circunstancias, mas ao Senhor que controla as circunstancias.
1. Confie nas promessas de Deus. Deus cumpre os compromissos que assume. Todos os pactos constantes na Bíblia que foram firmados entre Deus e o homem sempre tiveram, da parte de Deus, seu cabal cumprimento. Menciono alguns:
A Abraão, homem sem filhos e já idoso, prometeu uma descendência como a areia do mar e que dele sairiam povos e reis. Deus tem cumprido este compromisso, como podem testemunhar os milhões de judeus e árabes que hoje existem.
A Israel, Deus prometeu que seria sua propriedade peculiar, seu reino sacerdotal e tem cumprido até aqui a sua parte no pacto, preservando a nação israelita, apesar da incredulidade dela, ao longo dos séculos, de forma evidentemente miraculosa, como foi a restauração do Estado de Israel na Palestina, como prova de mais um compromisso que Deus tem cumprido, a de entregar a Terra de Canaã a Israel.
A Davi, prometeu que sua descendência governaria eternamente sobre Israel e sabemos que a vinda de Cristo, que é descendente de Davi e vivo está, é a demonstração do cumprimento desta promessa, pois para sempre o Senhor reinará sobre Israel.
Aos homens, prometeu perdão dos pecados aos que crerem em Jesus Cristo e tem cumprido este compromisso, como nós mesmos somos testemunhas, pois fomos alcançados por este amor e por este perdão e hoje desfrutamos da comunhão com o Senhor.
À Igreja, prometeu o perdão dos pecados(Hb 8:12), a adoção(2Co 6:18), a vida eterna(1João 2:25), que voltaria novamente para levar a sua Igreja(João 14:3), uma cidade celestial(João 14:1-2) e um novo Céu e uma nova Terra(2Pe 3:13). Existem, porventura, promessas melhores do que estas para a Igreja? Certamente, não! Essas promessas revelam a suficiência de Deus em nos prover o melhor.
2. Não andeis ansiosos - "Não andeis ansiosos de coisa alguma...”. Esta exortação de Deus não é um conselho amoroso, um desejo ou um pedido, mas uma ordem! Nela somos chamados a assumir a tarefa mais pesada e difícil do cristão: não andar ansioso por nada. De fato existem muitas coisas que podem nos preocupar - Problemas familiares: “o que será dos nossos filhos? O que acontecerá se eu perder o emprego – o dinheiro ainda será suficiente para todos?”; Nos negócios: “no último ano as coisas correram bem, mas neste novo ano será que venceremos todos os obstáculos?”; Outras preocupações: “medo de assalto, medo de câncer, medo de infarto, de qualquer outra doença ou de um acidente. Medo de alimentos que prejudicam a saúde, da morte repentina, da guerra, da inflação... “.
Talvez sobre a prancheta com a lista das preocupações até existam coisas das quais poderíamos dizer: "Nesse caso, tenho razão em me preocupar". Todavia, simplesmente devemos concordar que esse procedimento é totalmente contrário à ordem de Deus: "Não andeis ansiosos de cousa alguma".
Devemos levar tudo a Deus em oração - “em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça”.Tudo”, significa tudo mesmo. Não há nada que seja pequeno demais ou grande demais para o amoroso cuidado de Deus. Talvez a palavra “oração” nesse versículo signifique a atitude total de nossa vida, enquanto súplica são as petições especificas que apresentamos ao Senhor. Devemos fazer acompanhar nossas “petições com ações de graças”. Alguém fez o seguinte resumo desse versículo: “Ansioso por nada, orando por tudo e agradecendo por qualquer coisa”.
3. Não andeis preocupados. É uma honra para Deus assumir todas as nossas preocupações. Por isso Pedro diz: "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5:7). Somente quando lançamos todas as nossas ansiedades sobre Deus Ele cuida de nós. Mas se arrastamos as nossas ansiedades junto conosco, então nós mesmos criamos muita aflição, muito sofrimento e muita inquietação. Além disso, toda preocupação não adianta nada, pois o próprio Senhor Jesus diz: "Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida... vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas" (Mt 6:27 e 32b). Quem assim mesmo tenta resolver sozinho seus próprios problemas mostra que não reconhece a grandeza de Deus, ou seja, torna o Senhor pequeno e rouba-lhe a sua honra!
Responda as seguintes perguntas:
Ø       Você crê que o Senhor Jesus ouve as orações?
Ø       Você crê que Deus cuida de nós?
Ø       Você crê que Deus zela pelos nossos interesses?
Ø       Você crê que Deus consegue resolver mesmo as nossas maiores dificuldades?
Ø       Você crê que nada em nossa vida passa despercebido para o Senhor Jesus?
Ø       Você crê que Deus é Todo-Poderoso?
Ø       Você crê que Deus nos dirige e faz com que tudo contribua para o nosso bem?
Se você pode responder a todas estas perguntas afirmativamente, então por que ainda se preocupa?
Racionalmente nos preocupamos de fato, mas o cuidado de Deus está acima do nosso entendimento. Está escrito a esse respeito: "Não andeis ansiosos... E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Fp 4:6-7). A Paz que Deus dá excede e vence qualquer dúvida da nossa mente e supera todas as ansiedades, pois está enraizada na pura confiança em Deus. Em todas as lutas da vida, quando Ele enche nosso coração com paz celestial, guarda-nos na comunhão com Cristo Jesus.
Essa Paz “excede todo o entendimento”. Os não-cristãos não a compreendem de forma alguma, e até os cristãos que a desfrutam encontram nela um elemento misterioso: ficam surpresos pela falta de ansiedade em face da tragédia ou de circunstancias adversas.
Essa Paz protege o coração e o pensar – “guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Que tônico maravilhoso para estes dias de neuroses, crises nervosas, tranqüilizantes e aflições mentais!

II. DEDICANDO-SE AO TRABALHO

A verdadeira prosperidade, isto é, a prosperidade bíblica, contempla necessidades supridas com a bênção de Deus, por intermédio do trabalho. A Bíblia afirma que o trabalho é uma das principais características humana que o fazem imagem e semelhança de Deus. A Bíblia inicia a história do universo pela narrativa da ação criativa de Deus, mostrando-nos um Deus Criador, um Deus que trabalha, trabalho este que persiste até hoje, segundo nos revelou o Senhor Jesus (João 5:17).
1. A necessidade do trabalho. A Bíblia nos mostra que a aquisição de bens materiais é uma necessidade para o homem depois da sua queda, pois deverá, do seu trabalho, obter o seu sustento(Gn 3:19). Deste modo, a obtenção dos meios necessários para a nossa sobrevivência deve vir do trabalho. É por isso que Paulo, numa afirmação dura, mas que é a verdade nua e crua, disse que “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2Ts 3:10), máxima que foi, inclusive, incorporada em várias Constituições de países comunistas no século XX, mas que traduz um princípio bíblico. Portanto, a primeira fonte de aquisição de bens materiais deve ser o trabalho, devendo, pois, o cristão valorizar o trabalho e buscá-lo como forma de sustento seu e de sua família.
O apóstolo Paulo, ao chegar a Tessalônica, tratou de trabalhar com as próprias mãos para obter seu sustento(1Ts 2:9), passando, então, a fazer tendas, que era o seu ofício (At 18:3), a fim de que pudesse dar o exemplo de que o trabalho é digno e que deve ser apreciado pelos servos de Deus. Assim, ainda em Tessalônica, enquanto trabalhava dia e noite, produzindo o seu próprio sustento, o apóstolo pôde ter autoridade moral para ensinar àqueles crentes o valor e a dignidade do trabalho, desfazendo os falsos conceitos da cultura greco-romana a respeito do assunto(os gregos tratavam o trabalho manual com desprezo). Por esta razão, Paulo admoestou os tessalonicenses a trabalharem arduamente e a viverem tranquilamente.
2. O trabalho torna o homem semelhante ao seu Criador. Quando Deus formou o primeiro casal, determinou que cuidasse do jardim do Éden bem como de toda a criação que estava sobre a face da Terra(Gn 1:26; 2:15). Assim, ao contrário do que muitos pensam e até ensinam, o trabalho não é consequência do pecado do homem, mas, sim, um fator que faz o homem semelhante a Deus, tanto que o homem, antes de pecar, já trabalhava. É por isso que se diz que o trabalho faz parte da dignidade da pessoa humana, pois é ele um dos elementos que ressalta a qualidade do homem de ser imagem e semelhança de Deus. Não é à toa, pois, que, no mundo em que vivemos, o trabalho seja tão aviltado e menosprezado no sistema maligno que nos governa, pois se trata de um elemento que o adversário de nossas almas se esforça por denegrir, dentro de seu propósito de destruição do plano divino para o homem.
3. O Trabalho produz riqueza – “O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta”(Pv 13:4). Diz o rev. Hernandes Dias Lopes que “o preguiçoso deseja muitas coisas, mas nada tem. Anseia pelos frutos do trabalho, mas não ama o trabalho. Prefere o sono e o conforto à fadiga da luta. O trabalho é uma bênção. Foi Deus quem o instituiu, e isso antes mesmo de o pecado entrar no mundo. O trabalho continuará na eternidade, mesmo depois que o pecado for banido da criação. O trabalho não apenas tonifica os músculos do nosso corpo, mas também fortalece a musculatura da nossa alma. O trabalho farta a alma dos diligentes, produz riquezas, promove progresso, multiplica os recursos naturais. Torna a vida mais deleitosa, a família mais segura e a sociedade mais justa. O trabalho engrandece a nação e traz glória ao nome de Deus. Fomos criados por Deus para o trabalho. Aquele que nos criou é nosso maior exemplo, pois ele trabalha até agora. Não se renda à preguiça; trabalhe com diligência!”.
4. Deus não chama ociosos para realizar a Sua Obra. Deus não chama ocioso, ou seja, pessoa que nada faz, que não tem qualquer atividade. Na Bíblia não encontramos uma só vez sequer que Deus tenha chamado alguém para uma tarefa que não fosse uma pessoa trabalhadora. Menciono alguns: Moisés foi chamado por Deus quando pastoreava o rebanho de seu sogro; Gedeão, quando malhava o trigo de seu pai no lagar; Samuel, quando cuidava zelosamente dos serviços do tabernáculo; Saul, quando procurava as jumentas de seu pai; Davi, quando estava pastoreando o rebanho de seu pai; Eliseu, quando lavrara as terras de seu pai com doze juntas de bois.
Jesus, apesar de ser o Filho de Deus, de ter vindo ao mundo para salvar a humanidade, jamais foi uma pessoa ociosa. Ele mesmo se tornou semelhante a nós em tudo, passando a maior parte dos anos da vida sobre a terra junto de um banco de carpinteiro, dedicando-se ao trabalho manual, na oficina de José (cf Mt 13:55; Mc 6:3), a quem estava submisso (cf. Lc 2:51). Ele descreve a Sua própria missão como um trabalho: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” (João 5:17).

III. USANDO O DINHEIRO CONSCIENTEMENTE

A questão do dinheiro é muito importante na vida do crente e revela seu caráter. O dinheiro é a pedra de toque que nos permite descobrir o quilate do cristão. A maneira de agirmos com respeito a ele, revela de modo saliente os traços essenciais da nossa personalidade. 
O dinheiro não é um mal em si(1Tm 6:10). Diz o rev. Hernandes Dias Lopes que “Ele é necessário. É um meio e não um fim. É um instrumento por intermédio do qual podemos fazer o bem. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas entesourá-lo no coração. O dinheiro deve ser granjeado com honestidade, investido com sabedoria e distribuído com generosidade. Deus nos dá mais do que necessitamos, não para o retermos em nossas mãos, mas para socorrermos os necessitados”.
“Não somos dono do dinheiro. Nada trouxemos ao mundo nem nada dele levaremos. Somos apenas mordomos. Devemos ser fiéis nessa administração. Se formos fiéis no pouco, Deus nos confiará os verdadeiros tesouros. Nosso coração deve estar em Deus e não no dinheiro. Nossa confiança deve estar no provedor e não na provisão. Nosso deleite deve estar nas coisas lá do alto e não nas coisas que o dinheiro nos proporciona”.
Devemos, sempre, buscar servir a Deus e lhe agradar. Esta deve ser a intenção do cristão. Se Deus nos conceder riqueza, que nós a usemos para agradar a Deus. Se nos der a pobreza, que nós a usemos para agradar a Deus. O importante é que não façamos do dinheiro o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função do dinheiro, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl 3:5) e, assim, está fora do reino dos céus(Ap 22:15).
1. Rejeite o consumismo. A prática desenfreada de aquisição de bens tem sido uma das marcas de nossa era materialista. Isso tem trazido diversos problemas, inclusive para os servos de Deus, que não conseguem resistir a determinadas “promoções imperdíveis” oferecidas pelo comércio e adentram por endividamentos e financiamentos, sem mesmo avaliar se sua situação financeira comportará tais compromissos. Estes cederam lugar ao consumismo.
É bom ter a capacidade de adquirir bens necessários à existência e, na medida do possível, ter também condição financeira para realizar objetivos planejados a médio e longo prazos. Mas quando esquecemos de planejar nossas finanças e cedemos às pressões “urgentes”, para adquirir coisas supérfluas, corremos o risco de manchar o nome do Senhor e o nosso diante dos homens. O consumismo nos faz comprar coisa que não precisamos, com um dinheiro que não temos, para impressionar pessoas de que não gostamos. Isso é perigoso. Portanto, evite o consumismo!
2. Use o Dinheiro com Responsabilidade. Não é fácil ganhar dinheiro de forma honesta. Creio, porém, que é ainda mais difícil usar com sabedoria aquilo que ganhamos. Paulo manda que Timóteo exorte aos ricos, da seguinte forma: "Não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis "(1Tm 6:17-19). Timóteo deveria exortar aos ricos a não serem orgulhosos. Essa é a tentação dos ricos. Eles são propensos a menosprezar os que não têm tanto dinheiro como rudes, sem cultura e não muito inteligente. É claro que isso não é necessariamente verdade. Grande riqueza não é sinal de bênção de Deus no Novo Testamento como era no Antigo Testamento.
O dinheiro tem o dom de soltar asas e voar. Embora a fortuna dê aparência de segurança, o fato é que a única certeza neste mundo é a Palavra de Deus. Assim, os ricos são exortados a confiar em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas usufruirmos. Uma das grandes ciladas da riqueza é que é difícil tê-la sem se confiar nela. E isso é uma forma de idolatria. É negar a verdade de que Deus é quem abundantemente nos dá todas as coisas para nossa satisfação.
Também, o cristão é lembrado de que o dinheiro que ele possui não é dele. Ele o recebe para ser administrado. Ele é responsável pelo uso do dinheiro para a glória de Deus e para o bem-estar de seu próximo. Ele deve usá-lo para as boas obras e ser generoso com os necessitados. A regra de vida de John Wesley era: “Faça todo o bem que puder, por todos os meios que puder, de todas as formas que puder, em todos os lugares que puder, em todas as ocasiões que puder, para todas as pessoas que puder, por mais tempo que puder”. Portanto, o cristão deve estar pronto para usar o dinheiro em qualquer lugar que Deus indicar. Deve saber administrá-lo, atribuindo-lhe o seu real valor.
3. Evite o desperdício e o supérfluo. É nossa tendência pensar que só entre os que têm muitos bens materiais há desperdiço de recursos. A verdade, porém, é que entre a classe pobre há tantos ou mais pessoas que desperdiçam seus recursos de forma dissoluta. Na parábola de Jesus, aquele que menos tinha, foi quem não soube administrar sua porção. Na experiência diária vemos que crentes sem recursos, que vivem do seu ordenado somente, são muitas vezes aqueles que não sabem distribuir o seu dinheiro. Os pobres podem, nesse caso, ser tão esbanjadores como os ricos, levando-se em conta as devidas proporções. 
Em João 6:12 Jesus ordenou que seus discípulos recolhessem os alimentos que sobrara para que nada se perdesse. Algumas vezes o orçamento acaba porque gastamos com insensatez, onde não se deve ou não se pode (Is 55:2; Lc 15:13,14).
4. Economize, poupe e fuja das dívidas. Se os membros das nossas igrejas fossem mais econômicos, seu dinheiro iria mais longe. O mal de muitos é não saberem distribuir, é não terem método no gastar. Se tem muito, gastam tudo; quando não tem bastante, tomam emprestado. Por isso a vida financeira de muitos evangélicos é uma pedra de tropeço diante dos incrédulos. Sejamos cuidadosos na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas vidas, para que ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue.  Economize comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com água, luz, telefone, etc. (ler Gn 41:35,36; Pv 21:20). Abra uma conta-poupança e guarde um pouco de dinheiro, por menor que seja a quantia. Fuja das dívidas!  
5. Seja equilibrado. Um bom hábito na vida financeira é ter um orçamento para as despesas mensais. Os jovens, pensando em estabelecer o seu lar, aprendam desde já a fazê-lo. Vivam dentro daquele orçamento e, se for possível, reservem um pouco para imprevistos, que sempre aparecem. 
6. Enfim, fuja do consumismo. Para fugir do consumismo é necessário: evitar o desperdício e o supérfluo, economizar, poupar e fugir das dívidas e, acima de tudo, investir no Reino de Deus. Não compre fiado! Não seja fiador! Não peça emprestado! Gaste somente o necessário, dentro da sua capacidade financeira! Liberte-se do consumo irresponsável! Jesus quer libertá-lo das garras do consumismo - "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:32,36).

CONCLUSÃO

A verdadeira prosperidade faz parte dos desígnios de Deus para nós. Contudo, ela não é sinônimo de riqueza material. Não podemos ter em mente uma interpretação errada das Escrituras e do evangelho, como se a mensagem do Senhor Jesus tivesse como objetivo o nosso enriquecimento material e a satisfação dos nossos caprichos. Podemos ter pedidos negados. Podemos sofrer. Podemos passar por muitas tribulações e aflições, conforme o próprio Jesus nos advertiu (João 16:33). Essa ideia de um "cristianismo 5 estrelas", onde não existem adversidades, é uma perigosa heresia. Sabemos, pois, que Deus é um Pai amoroso e que a verdadeira prosperidade está fundamentada na sua providencia e graça. Se quisermos ter uma vida bem sucedida precisamos aprender a depender de Deus e nos submeter à sua vontade. Amém?

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Caramuru AFONSO Francisco – A mordomia cristã das finanças.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aula 10 - UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE PRÓSPERA

                  Texto Básico: Ap 3:7-22; Salmo 73

“A quem tenho eu no Céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti”(Sl 73:25)

 INTRODUÇÃO

A maioria dos que cristãos diz ser imagina que uma igreja verdadeiramente prospera é aquela repleta de bens materiais; aquela cujos membros estejam empapados de riquezas materiais; aquela que se vangloria de que no rol de seus membros não existe pessoas desprovidas de bens materiais suficientemente notáveis. Todavia, no Novo Testamento, a primazia do povo de Deus não está voltada para os bens materiais, mas predominantemente aos espirituais. Aliás, no Novo Testamento não há sequer um versículo de promessa de abundância material para os que esperam pela vinda de Cristo. Se observarmos com cuidado o Novo Testamento, no tocante à vida na Igreja, com suas práticas e desafios, veremos que há mais referências para que tomemos cuidados com as riquezas do que o incentivo à busca delas. Como estes: "Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína" (1Tm 6:9); "Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos" (1Tm 6:17); “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”(Mt 6:19); “...vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres...”(Mc 10:21). Portanto, a teologia da prosperidade jamais pode afincar parâmetros para avaliar uma igreja verdadeiramente próspera. A Bíblia Sagrada, essa sim, tem os parâmetros indicativos de uma igreja verdadeiramente próspera.

Nesta aula, vamos aprender o que é uma igreja verdadeiramente próspera tomando como exemplo paralelo a igreja apóstata dos nossos dias: a “igreja de Laodicéia”, referida em Ap 3:14-18. Nos nossos dias muitos crentes passaram a encarar a sua fé como um meio de enriquecimento, como um mecanismo de prosperidade material e, com isto, desviam-se dos objetivos traçados pelas Escrituras Sagradas. Muitos não querem saber de buscar a Deus para ter bens espirituais (a verdadeira prosperidade da igreja) - para serem instrumentos de salvação e de aperfeiçoamento de outros crentes -, mas querem enriquecer com campanhas, “sacrifícios”, fogueiras “santas”, etc. São pessoas que vivem como os gentios, que têm as mesmas preocupações e propósitos que os gentios e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o amor está esfriando pelo aumento da iniquidade e que, buscando a riqueza material, não vê que se comportam como “pobre, desgraçado e nu”, qual a igreja de Laodicéia.

I. O ESTADO ESPIRITUAL DA IGREJA MEDE SUA PROSPERIDADE

A verdadeira prosperidade não é sinônimo de riqueza material, como muitos pensam. Nem sempre uma igreja rica pode ser considerada como próspera e, da mesma maneira, não podemos dizer que uma igreja pobre materialmente não possa ser próspera. É o estado espiritual da igreja que mede se ela é verdadeiramente próspera. Vejamos alguns exemplos:

1. O Novo Testamento menciona que algumas igrejas eram pobres (2Co 8:2; Ap 2:9). Os cristãos da Judéia passaram por dificuldades financeiras e foram ajudados pelos coríntios e pelos macedônios (2Co 8 e 9; Rm 15:26). Os próprios irmãos macedônios viviam em “profunda pobreza” (2Co 8:2). No entanto, o médico Lucas diz, acerca destas igrejas: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At 9:31).

Algumas pessoas, dentre tantos outros exemplos bíblicos, que, apesar de serem pobres, foram prósperas e cumpriram os propósitos divinos:

2. Jesus é o maior exemplo, pois Ele veio a este mundo e viveu como pobre (Zc 9:9). O barco onde ele ensinava as multidões, não era seu (Lc 5:3); O jumentinho no qual ele entrou montado em Jerusalém, também não era seu (Lc 19:30-35) e Ele mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8:20). Quando precisou pagar o imposto, não tinha dinheiro algum, por isso mandou que Pedro fosse buscar a moeda na boca do peixe (Mt 17:27). Nem por isso, Ele deixou de ser próspero, pois cumpriu sua missão e foi exaltado por Deus (Ef 1:20,21; Fp 2:9).

3. O apóstolo Paulo também sofreu muito e passou por muitas necessidades (2Co 11:24-33). Algumas vezes precisou de auxílio dos irmãos (Fp 4:10-19). Escrevendo aos filipenses ele disse que aprendeu a estar contente com o que tinha. Sabia ter abundância e sabia também padecer necessidade (Fp 4:12-13). Mesmo assim, ele foi um homem próspero. Mesmo sem dispor de Rádio, Televisão, Internet e meios de transportes modernos, pôde ganhar milhares de vidas para Cristo, fundar dezenas de igrejas, treinar obreiros e, através de suas epístolas, contribuir para a edificação das igrejas em todo o mundo.

II. CARACTERISTICAS DE UMA IGREJA QUE NÃO É PROSPERA

Percebe-se nestes últimos tempos que há duas igrejas intitulando-se seguidoras de Cristo: a de “Filadélfia” e a de “Laodicéia”. Independente de denominação religiosa, os cristãos dessas duas igrejas estão andando juntos.

A primeira – a Igreja de Filadélfia: perseverante, fiel, que guarda a Palavra de Deus e não a nega; que suporta a oposição do mundo, resistindo à conformação às tendências malignas da igreja apóstata e perseverando na lealdade a Cristo e na verdade do evangelho.

A segunda – a igreja de Laodicéia - a igreja apóstata: morna, miserável, pobre, cega e nua. Esta igreja quer ser salva, mas não quer viver como salva; quer ser cristã, mas não quer levar a cruz; quer ir para o céu, mas não admite andar pelo caminho estreito; prefere sermões requintados de palavras boas, menos doutrina; diz que tem o Espírito Santo, mas não permite alguém glorificar a Deus; abandona a idolatria, mas idolatra seus próprios bens; não aceita as músicas mundanas, mas traz música mundana para dentro da igreja; rejeita a doutrina dos nicolaítas, mas permite seus crentes viverem em fornicação, adultério, etc. Para esta igreja, que é rica materialmente, que tem como principal doutrina a “teologia da prosperidade”, Jesus diz que ela é: “... desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”(Ap 3:17).

Vejamos, a seguir, algumas características desta igreja:

1. “Mornidão” espiritual.Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”(Ap 3:15,16). Esta é a descrição da condição espiritual da igreja de Laodicéia, a igreja pobre espiritualmente. O resultado da mornidão era terrível: por causa desta mornidão, aquela igreja seria vomitada pelo Senhor, ou seja, lançada fora da presença de Deus.

Morno” significa “aquela temperatura que varia entre o quente e o frio”, “pouco aquecido”, “que demonstra pouca energia, pouca intensidade”, “desprovido de calor, de efervescência, de vida”. Também, a “mornidão espiritual” é o resultado da mistura que o homem provoca entre coisas que são de natureza completamente oposta. Assim como o quente e o frio são contrários e não podem ser misturados sem dano, também o santo e o profano, o puro e o impuro, o certo e o errado não podem ser misturados sem dano espiritual. A “mornidão espiritual” é, portanto, o resultado da mistura entre o puro e impuro, o limpo e o imundo, entre o santo e o pecaminoso, um comportamento que sempre foi abominável aos olhos do Senhor (Ez 22:26).

2. Fraqueza espiritual. A fraqueza espiritual apresenta-se sempre quando alguém se acha forte, quando diz para si e para todos quantos o cercam de que está bem, de que não precisa de coisa alguma que venha da parte de Deus. Quando alguém se considera forte é porque está fraco espiritualmente. A fraqueza espiritual não se demonstra por falta de vigor, mas se apresenta como arrogância, como soberba, como auto-suficiência diante de Deus.

A fraqueza espiritual da igreja de Laodicéia mostra-se logo no início de suas afirmações. Aquela igreja, a começar do seu anjo (isto é, do seu dirigente), enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca soberba: “Rico sou e de nada tenho falta” (cf. Ap 3:17). Ora, é nesta tola manifestação que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus. O servo de Deus que é espiritualmente forte, como Paulo, é forte porque reconhece que é fraco. O verdadeiro forte espiritual é aquele que se manifesta como o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim”(Sl 40:17a).

3. Sentimento de auto-suficiência.Rico sou e de nada tenho falta”. É a expressão que dá início à “mornidão espiritual”. É o primeiro fator que é apontado pelo Senhor Jesus na identificação da “mornidão” da igreja de Laodicéia, que resultaria no seu vômito da boca do Senhor.

“Querer ser igual a Deus” foi sempre o grande mal do ser humano. “Querer ser o dono do seu nariz”, “querer tomar conta da sua vida”, é a grande mentira que o diabo tem contado a milhões e milhões de seres humanos e que tem levado multidões para a perdição. Há um grande risco quando alguém, tendo conhecido a Cristo e O aceitado como seu único e suficiente Senhor e Salvador, começa a entender que pode servir a Deus “do seu jeito”, “à sua maneira”.

Rico sou e de nada tenho falta”, ou seja, “não preciso fazer isto ou aquilo para me salvar”, “tal e qual exigência da Bíblia não vale mais para o nosso tempo”, “isto era naquele tempo, agora não é necessário”, “isto não faz mal, é implicância da igreja (ou do pastor)”. Estes são sentimentos de auto-suficiência expostos por pessoas que pertencem a uma igreja “morna espiritualmente”, e que tem levado muitos, mas muitos mesmo, à perdição. A proliferação de movimentos religiosos nos dias em que vivemos, em especial de denominações ditas evangélicas, é, em grande parte, consequência deste sentimento de auto-suficiência.

II. CONSEQUÊNCIAS DA POBRESA ESPIRITUAL DA IGREJA APÓSTATA

Em Sua carta à igreja de Laodicéia, o Senhor Jesus mostra as tristes consequências da igreja apóstata, que busca as riquezas materiais em detrimento às espirituais. Ele afirma que, por causa da mornidão, vomitaria da Sua boca aquela igreja, ou seja, lançá-la-ia fora da Sua presença, um gesto extremo e drástico, mas que revela quão abominável para o Senhor é esta situação espiritual, situação em que, lamentavelmente, se encontram muitos, mas muitos mesmos, dos que cristãos se dizem ser.

1. A “desgraça”. Jesus disse que aquela igreja era desgraçada, ou seja, não tinha a graça de Deus. Quando se acha que é rico e que de nada se tem falta, a pessoa simplesmente rejeita a graça de Deus e que é o homem sem esta graça? Uma igreja sem a graça, uma igreja “desgraçada” é uma infeliz, é uma coitada, é um ser que somente merece a condenação eterna, ser lançada fora da presença do Senhor e habitar, para todo o sempre, pela sua petulância e atrevimento, nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes (Mt 8:12; 22:13; 25:30).

2. “Miséria espiritual”. O “morno” é um miserável, porque nada tem, não vale coisa alguma, é desprezível, tem falta de tudo. Por isso, aliás, os “mornos espirituais” estão a correr atrás de fama, posição social, dinheiro e emoções as mais variadas, entrando no círculo vicioso do hedonismo, da filosofia dos prazeres, que domina os nossos dias. Por que muitos crentes estão buscando, a todo custo, uma “alegria carnal”, emoções e “sentimentos fortes”, indo de um lado para outro para saciar a sua alma? Porque são miseráveis, não têm coisa alguma, estão vazios, desprovidos de qualquer espiritualidade.

3. “Pobreza espiritual”. Jesus diz ao dirigente da igreja de Laodicéia (que representa toda a igreja, até porque, nesta carta, o Senhor, ao contrário de outras cartas, não faz qualquer ressalva ou exceção, dando a entender que não havia ali qualquer remanescente fiel) que ele era pobre. Esta pobreza não deve ser confundida com a “pobreza de espírito”, que o Senhor aponta como sendo a primeira bem-aventurança (Mt 5:3) - pobreza esta que nada mais é que o sentimento de dependência de Deus, ou seja, exatamente o contrário da auto-suficiência, da arrogância apresentada pelos laodicenses.

A “pobreza espiritual” apontada pelo Senhor Jesus na igreja de Laodicéia é a situação de carência, de falta de tudo pela ausência de Deus na vida. Os laodicenses diziam que eram ricos, que não tinham falta de coisa alguma, ou seja, rejeitavam qualquer ajuda de Deus, não queriam pedir-lhe coisa alguma. Por causa disso, como não se submeteram ao Senhor, como não lhe pediram coisa alguma, nada tinham. Eram pobres, carentes, despidos de qualquer riqueza espiritual.

Hoje, a igreja paralela à Igreja Fiel, não mais se vê a operação do poder de Deus. Desapareceram os sinais e maravilhas. Não há mais batismo com o Espírito Santo nem a manifestação dos genuínos e autênticos dons espirituais. Em seu lugar, aparecem “inovações”, as “neobesteiras pentecostais”. O poder de Deus é trocado pelo misticismo barato e debalde, fruto de muito bem elaboradas técnicas de domínio das mentes, naturais e, não raras vezes, demoníacas. Não há mais pregações ungidas pelo Espírito de Deus e, como resultado, não se tem mais conversões nem crescimento espiritual dos crentes. O louvor que  aproximava de Deus, que fazia o povo chorar e glorificar a Deus, que quebrantava os corações, foi substituído pelos balanços carnais, pelas músicas exaltadoras dos intérpretes e instrumentistas, que animam as danças e coreografias, que transformam os cultos em shows e entretenimentos. O convite ao pecador para se arrepender dos seus pecados foi trocado pela oferta de sensações e de riqueza material, a renúncia de si mesmo deu lugar à auto-exaltação e auto-afirmação diante de Deus, a ponto de se “exigir direitos” e “fazer determinações” ao Senhor Todo-Poderoso. Que miséria!

4. “Cegueira espiritual”. A cada dia que passa multidões e multidões passam a praticar verdadeiras abominações em nome de Deus ou a pretexto de servi-lo. Um sem-número de inovações e modismos chegam, instalam-se e conquistam o coração e a mente de muitos crentes, vários deles com anos e anos de fé. Como explicar isto? É a cegueira que resulta da “mornidão espiritual” em que estes se encontram.

5. “Nudez espiritual”. A nudez representa a perda da santidade, a perda da separação do pecado. Não é por outro motivo que o Senhor, ao se referir ao remanescente fiel nas igrejas da Ásia Menor, sempre diz que estes servos usavam vestes brancas (Ap 3:5,18). Só podem estar diante de Deus aqueles cujas vestes estiverem brancas (Ap 4:4; 7:9,13). A nudez está vinculada à prática do pecado, à traição diante de Deus, à prostituição espiritual (cf Lm 1:8; Ez 16:36,37).

6. Perdição Eterna. Jesus disse que vomitaria da Sua boca essa igreja por causa do seu triste e lamentável estado espiritual. Por isso, a igreja de Laodicéia é o tipo da chamada “igreja apóstata” ou “igreja paralela”, a igreja que, por causa de seu desvio espiritual, não será arrebatada no glorioso Dia da vinda do Senhor Jesus Cristo. Como se costuma dizer, em meio a tantas denominações, convenções, ministérios e comunidades, só há, diante de Deus, duas igrejas: a que vai ser arrebatada (“a que vai subir”) e a que não será arrebatada (“a que vai ficar”). A igreja de Laodicéia representa esta igreja que vai ficar, que não será levada pelo Espírito Santo ao encontro do Senhor nos ares.

III - O QUE É A VERDADEIRA PROSPERIDADE

A verdadeira prosperidade não se limita a posse dos bens terrenos, mas principalmente no reconhecimento e na aquisição dos bens espirituais e eternos. No sermão do monte, dirigido à Igreja Fiel, Jesus faz questão de mostrar que o que levará os homens a glorificar a Deus por causa dos seus discípulos, não é, como ocorria com Israel, a prosperidade material, mas, sim, a presença de boas obras (Mt 5:16). Enquanto Israel engrandeceria o nome do Senhor por intermédio de bênçãos materiais (Dt 28:10), a Igreja levaria as nações a glorificarem a Deus pela sua conduta, pelo seu comportamento, por ser luz do mundo e sal da terra.

1. A verdadeira prosperidade é ter a Deus como Bem maior

·        O versículo 25 do Salmo 73 expressa a verdadeira prosperidade do homem: Deus como o seu Supremo Bem, assim como o seu mais sublime desejo – “A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti”. É o mesmo anseio de Davi (Sl 42:1,2) e de outros fiéis da história que se sentiram inquietos pela necessidade da presença do Deus vivo! Que outro bem maior pode o homem ter além de Deus?

·         Quando a multidão estava abandonando a Cristo, e não queria mais segui-lo, Ele perguntou aos discípulos: Quereis vós também retirar-vos? Ao que Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:67,68). A resposta de Pedro é digna de bastante atenção. Com efeito, ele disse: “Senhor, como podemos te deixar? Tu ensinas as doutrinas que conduzem à vida eterna. Se nós te deixarmos, não há mais ninguém a quem poderíamos seguir. Deixar-te seria selar nossa condenação”. Para Pedro, Deus era o seu bem maior.

·         O apóstolo Paulo disse: “O que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3:7,8). Paulo apresenta sua grande renúncia. Ele relaciona aqui seus “lucros e perdas”. De um lado, lista as coisas que acabou de mencionar, que para ele haviam sido vantajosas e podem ser consideradas lucro. Do outro lado, escreve apenas uma palavra: Cristo. Comparado com o grande tesouro que havia achado em Cristo, todo o resto é como nada. Ele até os considera “perda por causa de Cristo”. Todo o ganho financeiro, todo o ganho material, todo o ganho moral, todo o ganho religioso – tudo resulta em nada quando comparado com o seu grande ganho em Cristo. Para Paulo, Cristo era o seu bem maior. E pra você?

2. A verdadeira prosperidade é possuir riquezas espirituais

·         O apóstolo Paulo nos exorta a buscar e a pensar nas “coisas que são de cima” (Cl 3:1,2).

·         Pedro não tinha prata nem ouro, mas tinham autoridade para curar em nome de Jesus (At 3:1-6).

·         A igreja de Laodicéia era materialmente rica, mas vivia em miséria espiritual. Por isso, foi repreendida pelo Senhor Jesus (Ap 3:17-18). Enquanto que a igreja de Esmirna vivia em pobreza, e o Senhor Jesus disse que ela era rica (Ap 2:9).

3. A Verdadeira Prosperidade significa êxito, triunfo. A prosperidade verdadeira é o triunfo, o êxito em alcançar o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma (1Pe 1:9). Eis o motivo pelo qual Asafe, quando via apenas os bens materiais acumulados pelos ímpios, quase se desviou da fé (Sl 73:2), mas, ao entrar no santuário de Deus, pôde entender o fim (Sl 73:17), ou seja, o verdadeiro triunfo, o verdadeiro êxito, que é o de obter a salvação da vida na pessoa bendita de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Somente neste fim, diz o profeta Malaquias, veremos a diferença entre o justo e o ímpio (Ml 3:18), entenderemos quem, na verdade, é o exitoso, o triunfante, pois de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8:36).

O apóstolo Paulo disse: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (1Tm 6:7). E o escritor da Epístola aos Hebreus, disse: “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb 13:14).

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto, quero parafrasear Asafe, autor do salmo 73, com relação aos versículos 25 e 26: “Para mim, é suficiente saber que tenho a Ti no Céu; isso me torna um homem riquíssimo; já não tenho mais desejo de coisa nenhuma aqui na Terra. Que os perversos fiquem com suas riquezas! Quanto a mim, estou satisfeito com o Senhor. Ainda que meu corpo e meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza da minha vida e nele disponho de tudo que preciso e desejo eternidade afora”.

A verdadeira prosperidade da Igreja é Cristo. NEle repousa toda as riquezas de Deus (Ef  2:7). Com Ele, temos razões para estarmos sempre contentes, trabalhando sempre, com respeito e dignidade (Ef 4:28; 1Ts 2:9; 2Ts 3:8), mas confiando nEle que nos supre do que temos real necessidade (Mt 6:33).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Ev. Caramuru Afonso Francisco – A Mornidão espiritual.