domingo, 19 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA – Aula 09


DESCOBRINDO O NOVO TESTAMENTO

FILIPENSES, COLOSSENSES, 1 e 2 TESSALONICENSES

Texto Básico: Cl 2:13-17




“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3)

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo panorâmico do Novo Testamento vamos estudar nesta Aula as Epístolas aos Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses.
Filipenses é a mais bela Epístola de Paulo, repleta de ternura, gratidão, calor e afeição. Seu estilo é espontâneo, pessoal e informal. Ela foi escrita em circunstâncias difíceis, enquanto o grande apóstolo estava prisioneiro.
Colossenses contém uma exposição maravilhosa da divindade absoluta de nosso Senhor Jesus Cristo. Encontramos também nela rica instrução sobre os relacionamentos, a religião dos falsos cultos e a vida cristã.
1Tessalonicenses oferece uma visão única do estado de uma igreja zelosa, mas imatura, no começo da década de 50 d.C. e das características do ministério de Paulo como pioneiro do evangelho. Todos os cinco capítulos desta Carta fazem referência à volta de Cristo e à relevância deste evento para os salvos.
2Tessalonicenses foi escrita apenas poucos meses depois de 1Tessalonicenses. O apóstolo Paulo foi levado a escrever esta segunda Epístola porque percebeu, certamente por notícias trazidas por crentes daquela cidade, que havia pessoas que, muito provavelmente aproveitando-se da primeira Epístola, trouxeram falsos conceitos e ensinos àquela igreja. O apóstolo Paulo refuta ensinamentos errôneos a respeito da volta de Cristo, dizendo àquela igreja que a volta do Senhor não dispensaria a ocorrência de certos fatos, que ainda eram futuros. Esta Carta contém um dos trechos mais completos do Novo Testamento a respeito da iniquidade e da impostura desenfreadas, no final dos tempos(2Ts 2:3-12.
Vejamos a seguir, em resumo, o contexto e temas a respeito das referidas Epístolas.

I. FILIPENSES, O TESTEMUNHO DE PAULO

A Epístola à igreja de Filipos é considerada a mais bela do Novo Testamento. Ela transborda de alegria, generosidade e entusiasmo. Destacamos alguns pontos:
1) O autor da curta. O apóstolo Paulo, corajoso missionário, ilustrado mestre, articulado apologista, estadista cristão e fundador da igreja de Filipos, é o remetente da carta.
Há abundantes evidências internas e externas que provam conclusivamente que Paulo foi o autor desta carta. Os pais da Igreja primitiva Policarpo, Irineu, Clemente de Alexandria, Eusébio e outros afirmam a autoria paulina desta carta.
Paulo recebeu uma refinada educação secular e religiosa (At 22:3). Ele era um líder do judaísmo na cidade de Jerusalém. Era um fariseu, ilustre membro do Sinédrio, que deu seu voto para matar alguns seguidores de Cristo (At 26:5,10). Convertido a Cristo, foi destinado como apóstolo aos gentios. Foi enviado pela igreja de Antioquia como missionário transcultural, e, na sua segunda viagem missionária, esteve em Filipos, onde plantou a igreja. Dez anos depois, quando preso em Roma, escreveu a carta à igreja de Filipos.
2) Onde e quando a carta foi escrita. Essa é uma carta da prisão. Paulo esteve preso três vezes: em Filipos (At 16:23), em Jerusalém e Cesaréia (At 21:27-23.3.1) e finalmente em Roma (At 28:30,31), nesta última em duas etapas.
Há evidências abundantes de que Paulo escreveu de Roma essa carta, no final da sua primeira prisão. Três fatores parecem provar essa tese: Primeiro, as demais cartas da prisão foram escritas de Roma (Efésios, Colossenses, Filemom), onde Paulo passou mais tempo em cativeiro. Segundo, em Filipenses 1:13 Paulo menciona a guarda pretoriana (o pretório). Terceiro, em Filipenses 4:22 Paulo
envia saudações dos "da casa de César", todos os que faziam parte das lides domésticas do imperador.
Essa carta foi escrita no final da primeira prisão em Roma, e não durante a segunda prisão, visto que Paulo tem vívida esperança de rever os filipenses (1:19,25) e ainda desfrutava certa liberdade a ponto de receber livremente seus visitantes (At 28:17-30). Paulo ficou preso em Roma, nessa primeira reclusão, cerca de dois anos, aproximadamente nos anos 60 a 62 d.C. Ele escreveu a Carta aos Filipenses já no final de 61 d.C. Evidentemente essa foi a última carta escrita no período dessa primeira prisão. Na segunda prisão em Roma, entretanto, de onde escreveu sua última carta, 2Timóteo, Paulo estava sofrendo cadeias como um criminoso (2Tm 2:9). Ele foi abandonado (2Tm 4:10,16), sentia frio (2Tm 4:13) e esperava o martírio (2Tm 4:6,7,18).
3) Por que Paulo escreveu esta carta? Paulo escreveu a Carta aos Filipenses com dois propósitos em mente:
a) Para agradecer a igreja de Filipos sua generosidade. Essa é uma carta de gratidão à igreja pelo seu envolvimento com o velho apóstolo em suas necessidades. Essa igreja foi a única que se associou a Paulo desde o início para sustentá-lo (Fp 4:15). Enquanto Paulo esteve em Tessalônica, eles enviaram sustento para ele duas vezes (4:16). Enquanto Paulo esteve em Corinto, a igreja de Filipos o socorreu financeiramente (2Co 11:8,9). Quando Paulo foi para Jerusalém depois da sua terceira viagem missionária, aquela igreja levantou ofertas generosas e sacrificais para atender os pobres da Judéia (2Co 8:1-5). Quando Paulo esteve preso em Roma, a igreja de Filipos enviou a ele Epafrodito com donativos e para lhe prestar assistência na prisão (4:18).
b) Para alertar a igreja sobre os perigos que estava enfrentando. A igreja de Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro externo.
·   Primeiro, a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um pecado que atacava o coração da igreja. Era uma arma destruidora que estava roubando a eficácia da igreja diante do mundo. Percebe-se que a igreja filipense sofria com problemas de presunção (Fp 2:3), de vaidosa superioridade (Fp 2:3), que induziam ao egoísmo (Fp 2:4), quebrando a koinonia, espírito de boa vontade para com a comunidade. Isso gerava pequenas disputas (Fp 4:2) e espírito de reclamação (Fp 2:14).
·   Segundo, a heresia doutrinária. A igreja estava sob ataque também pelo perigo dos falsos mestres (Fp 3:2). O judaísmo e o perfeccionismo atacavam a igreja. Paulo os chama de adversários (Fp 1:28), inimigos da cruz de Cristo (Fp 3:17).
Paulo tem de lidar também com os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu "conhecimento" (Fp 3:8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já experimentada, dentre os mortos (Fp 3:10). Esses gnósticos são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (Fp 3:18), libertinos e condenados (Fp 3:19).
4) As principais ênfases da carta. A Carta aos Filipenses não é um tratado teológico como Romanos, Efésios e Colossenses. É uma Carta pessoal, que trata de assuntos pessoais, mas esses temas são abordados teologicamente. Vamos destacar aqui alguns pontos principais:
a) A alegria. Filipenses é a carta da alegria. Transborda de seu texto uma alegria indizível e cheia de glóría. O tom da alegria no Senhor perpassa toda a Carta. O conceito de "regozijai-vos” e "alegria" aparece dezesseis vezes nela (Fp 1:4; 1:18; 1:25; 2:2; 2:28; 3:1; 4:1; 4:4; 4:11). Ainda que preso, oprimido por circunstâncias adversas, Paulo irrompe em brados de alegria, revelando que a alegria verdadeira é imperativa, ultracircunstancial e cristocêntrica (Fp 4:4).
b) A unidade cristã. Depois de dar primazia a Cristo no capítulo 1, Paulo revela que o outro deve vir antes do eu. O amor não é egocentralizado, mas outrocentralizado. O segredo da unidade é sempre pôr o interesse dos outros na frente do nosso. No capítulo 2, Paulo cita quatro exemplos daqueles que pensam no outro antes de pensar no eu: Cristo, ele próprio, Timóteo e Epafrodito.
c) A Pessoa de Cristo. Cristo é a figura central desta Carta. Ele é o elo de união entre todas as outras partes. É o Senhor plenamente divino (Fp 2:6), exaltado (Fp 2:9-11). É o Jesus da cruz (Fp 2:8; 3:18), mas, também, Aquele que virá em glória para nos transformar (Fp 3:21; 1:11).
d) A segunda vinda de Cristo. Há seis referências à segunda vinda de Cristo nesta Carta (Fp 1:6,10; 2:16; 2:9-11; 3:20,21; 4:5). Para esse Dia, Deus Pai está trabalhando, a fim de que toda criatura, sem exceção, se dobre aos pés do Senhor Jesus (Fp 2:9-11) e todo aquele em quem Ele começou a Sua obra esteja pronto para aquele grande Dia (Fp 1:6). Para aquele Dia, os cristãos também devem trabalhar. Precisamos viver como Ele viveu (Fp 1:10), produzindo frutos de justiça (Fp 1:11), esforçando-nos para trazer outros à fé para que nos alegremos juntos ante o Seu trono (Fp 2:16,17; 4:5). Para esse Dia, também, o próprio Cristo está trabalhando. Quando Ele manifestar a Sua glória, todo inimigo irá se curvar (Fp 2:9-11). Então seremos transformados à Sua semelhança (Fp 3:20,21). A alegria e a unidade cristã têm como fundamento Cristo e a expectativa da Sua vinda gloriosa.

II. COLOSENSES, A SUPREMACIA DE CRISTO

1. Generalidades. A Carta de Paulo aos colossenses é o maior tratado cristológico do Novo Testamento. A mensagem de Colossenses é desesperadoramente necessária para a Igreja contemporânea. Vivemos num tempo de tolerância com o erro e de intolerância com a verdade. Ao mesmo tempo em que as heresias se aninham confortavelmente na Igreja, embaladas nos braços da tolerância e do sincretismo religioso, a verdade é atacada com rigor excessivo.
Mais do que nunca, estudar Colossenses é oportuno e necessário, uma vez que testemunhamos um ressurgimento vigoroso de obras insolentes atacando o nosso bendito Deus e Salvador Jesus Cristo. Homens pervertidos, réprobos quanto à fé, com altivez e arrogância drapejam suas bandeiras e disparam suas armas de grosso calibre tentando desacreditar e até ridicularizar a concepção virginal de Cristo, Sua morte vicária, Sua ressurreição corporal e Sua santidade imaculada.
A doutrina de Cristo sempre agitou o inferno e muitos opositores têm se levantado contra ela. Porém, todo aquele que se levanta contra o Filho de Deus será reduzido a pó, pois ninguém pode lutar contra o Eterno e prevalecer. Esta carta é uma resposta a esses críticos de plantão.
A Igreja vive num mundo hostil. Muitas vezes, ela é influenciada e até seduzida pela cultura secular que a circunda. Filosofias anticristãs surgem todos os dias conspirando contra o cristianismo. Homens arrogantes, arrotando uma falaciosa sapiência, escarnecem das Sagradas Escrituras e rotulam os cristãos de pré-históricos. Constantemente, os inimigos da fé evangélica fazem troar sua voz arrogante, dizendo que agora descobriram um fato novo que irá desacreditar a Palavra de Deus. Ela, porém, marcha resoluta e sobranceira, vitoriosa e impávida, contra todos esses ataques. A Bíblia tem saído vitoriosa dos ataques mais perversos, das fogueiras mais intolerantes. A voz dos críticos se cala. Suas obras cobrem-se de poeira, mas a Palavra de Deus prospera gloriosamente. Na verdade, a Bíblia é a bigorna de Deus que tem quebrado todos os martelos dos críticos.
2. Alguns pontos sobre a Carta à igreja de Colossos
a) O autor da Carta. A maioria dos eruditos aceita a autoria paulina desta carta. A autoridade externa é ampla e satisfatória. Os testemunhos externos são unânimes a favor da origem paulina. Ditos testemunhos remontam até Justino, o Mártir, Policarpo e Inácio.
Depois de passar três anos em Éfeso, Paulo foi preso em Jerusalém e ficou mais dois anos detido em Cesaréia. De lá, navegou para Roma, onde ficou preso numa casa alugada, sob custódia do imperador Nero. Dessa primeira prisão em Roma, Paulo escreveu várias cartas como Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.
Nesse tempo, Aristarco, Onésimo e o evangelista Marcos também estavam presos com Paulo. Em Roma, encontrava-se nessa ocasião Lucas, o médico amado. Tíquico também estava com Paulo na prisão e era seu amanuense(escrevente, copista). Foi nesse tempo que Paulo recebeu a visita de Epafras, o evangelista que fundou as três igrejas do vale do Lico, relatando a ele a firmeza da igreja e ao mesmo tempo o surgimento da heresia judaico-gnóstíca que ameaçava a sua saúde espiritual da Igreja.
b) O destinatário da carta. Esta carta foi endereçada à igreja de Colossos. Essa igreja, mesmo não tendo sido fundada pelo apóstolo, mantinha uma profunda ligação com ele. Ela reconhecia a autoridade apostólica de Paulo e acolhia seus ensinos.
c) O portador da carta. Tíquico era um antigo e leal companheiro de Paulo, natural da Ásia Menor, mencionado várias vezes em todo o Novo Testamento (At 20:4; Ef 6:21; Cl 4:7; 2Tm 4:12; Tt 3:12). Tíquico foi incumbido pelo apóstolo de conduzir Onésimo até o lar de Filemom em Colossos (Cl 4:9) e também de levar esta carta aos cristãos de Colossos (Cl 4:7,8). Tíquico é comissionado para levar também as notícias da experiência do apóstolo na prisão e para trazer algum encorajamento à igreja de Colossos acerca da detenção do seu líder, Epafras.
d) A singularidade da carta. Segundo estudiosos, as cartas de Efésios e Colossenses foram escritas mais ou menos na mesma época, enquanto Paulo era prisioneiro em Roma. As duas cartas contêm grandes doutrinas do Evangelho e foram escritas para serem lidas em voz alta nas igrejas. São muito parecidas em seu estilo, mas bastante diferentes em sua ênfase. Efésios fala de todos os cristãos, chamando-os de o corpo de Cristo. Colossenses fala da "cabeça" do corpo, Jesus Cristo. Em Efésios, a Igreja de Cristo é o tema central; em Colossenses, salienta-se o Cristo da Igreja. Ambos os temas são necessários. Não pode haver corpo sem cabeça, nem cabeça sem corpo. Note que por todo o livro de Colossenses é Cristo, Cristo, Cristo.
e) O propósito da carta. A carta de Paulo aos colossenses tinha dois propósitos fundamentais:
e.1) Elogiar os cristãos pelo crescimento espiritual (Cl 1:3- 8). Paulo era um pastor com profunda sensibilidade. Ele conhecia a importância do encorajamento. Ele não desperdiçava oportunidades de elogiar as pessoas e encorajá-las a prosseguir firmes na fé.
e.2) Alertar os cristãos sobre o perigo das heresias (Cl 2:8-23). Paulo escreve para prevenir a Igreja sobre o perigo da heresia. O misticismo sincrético, o legalismo e o ascetismo estavam sendo introduzidos na Igreja e pervertendo a sã doutrina. Os falsos mestres diziam que apenas a fé em Cristo não era suficiente para a salvação. Essa heresia atacava a fé a partir de seus fundamentos. Ainda hoje, a suficiência da obra de Cristo e a das Escrituras é negada até mesmo em círculos chamados evangélicos.
A heresia de Colossos afetava seriamente tanto a doutrina como a ética cristã. A heresia sempre tem um poder mortal. Aonde ela chega, destrói a igreja.
f) Que doutrinas foram atingidas pela heresia de Colossos?
f.1) A doutrina da criação. Se Deus é espírito e eternamente bom, não poderia ter criado a matéria essencialmente má. Conseqüentemente, Deus não é o criador do mundo, diziam os gnósticos. As emanações de Deus é que criaram o mundo, segundo esses falsos mestres.
f.2) A doutrina da encarnação de Cristo. Se a matéria é essencialmente má e Jesus Cristo é o Filho de Deus, então este não teve um corpo de carne e ossos, diziam esses hereges. Para os gnósticos, Jesus Cristo era uma espécie de fantasma espiritual. Eles chegavam a afirmar que, quando Jesus caminhava por uma praia, não deixava rastro na areia. Desta forma, os gnósticos negavam tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo.
f.3) A doutrina da santificação. A teologia sempre desemboca na ética. Os que dizem: "Não me importo com o que você acredita, desde que viva corretamente" não raciocinam com lógica. As convicções determinam o comportamento. Doutrinas erradas geram um modo de vida errado. A heresia sempre leva à perversão. Os gnósticos diziam: Se a matéria é má, logo nosso corpo é mau. E se nosso corpo é mau, devemos adotar uma de duas atitudes: afligi-lo, caindo nas malhas do ascetismo, ou ignorá-lo, caindo na teia da licenciosidade.

III. 1 e 2 TESSALONICENSES, ESPERANÇA DA VINDA DE CRISTO

1. 1 TESSALONICENSES
a) Data em que foi escrita. A Primeira Carta aos Tessalonicenses foi escrita de Corinto, durante a estada de Paulo nessa cidade, que foi de 18 meses, não muito depois da chegada de Timóteo (1Ts 3:6; cf 2:17). Uma vez que Gálio (At 18) chegou a Corinto no verão de 51 d.C., conforme se acredita, Paulo deve ter visitado Tessalônica no início de 50 d.C., e escrito esta Carta logo depois de sua chegada. Quase todos os estudiosos da Bíblia concordam em que ela foi escrita pouco depois de 50 d.C e que podemos datá-la mais precisamente em 50 ou 51 d.C. – apenas vinte anos depois da ascensão de nosso Senhor Jesus.
b) Contexto e Tema. Foi durante a segunda viagem missionária de Paulo que a luz do Evangelho raiou nas trevas de Tessalônica (At 17:1-10).
Depois que foram soltos da prisão em Filipos, Paulo e Silas partiram para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. Na época, Tessalônica era uma cidade estratégica tanto para o comércio quanto para a política. Como era de costume, Paulo dirigiu-se à sinagoga e mostrou ao povo, por meio das Escrituras do Antigo Testamento, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos.
Em seguida, afirmou que Jesus de Nazaré era o Messias prometido. A discussão continuou por três semanas. Alguns dos judeus foram convencidos e tomaram a posição de cristãos confessos, ao lado de Paulo e Silas. Muitos dos prosélitos gregos e não poucas das mulheres mais respeitadas da cidade também foram convertida. A reação não demorou. Judeus descrentes incitaram alguns maus elementos da praça da cidade a cercarem a casa de Jason, onde Paulo e Silas estavam hospedados, e houve grande tumulto. Como não encontraram os pregadores em casa, levaram Jason e alguns crentes perante os magistrados da cidade, sob a acusão de haverem transtornado o mundo. Acusaram-nos de planejar uma revolta contra César, promovendo um rei chamado Jesus. Os chefes políticos ficaram assustados e obrigaram Jason e seus companheiros a pagar fiança. É provável que tenham acrescentado ordens expressas para que os convidados de Jason deixassem a cidade. Ele e seus companheiros foram libertados em seguida.
Os crentes de Tessalônica decidiram que seria melhor os pregadores deixarem a cidade e à noite partiram para Beréia.
É de admirar que, ao partir, Paulo e Silas tenham deixado uma congregação de crentes bem instruídos nas doutrinas da fé, a ponto de não cederem diante da perseguição. Pela leitura de Atos 17:2, seria fácil presumir que Paulo e seus companheiros ficaram apenas três semanas em Tessalônica. No entanto, esse pode ter sido apenas o tempo gasto com a ministração de ensinos na sinagoga. É possível que Paulo e sua equipe tenham ficado até três meses na cidade. As cartas do apóstolo dão a entender que os tessalonicenses tinham bom conhecimento da doutrina cristã, o que dificilmente seria possível em três ou quatro semanas.
De Beréia, Paulo foi para Atenas (At 17:15), onde soube que os crentes de Tessalônica estavam sendo perseguidos. Tentou visitá-los, porém Satanás o impediu (1Ts 2:17,18), por isso enviou-lhes Timóteo (1Ts 3:1,2), que retornou com notícias animadoras (1Ts 3:6-8). Foi isso que o motivou a escrever esta Carta. Nela, Paulo defende seu ministério contra os ataques maliciosos; apela para a separação da imoralidade que prevalecia naquela cultura; corrige as ideias errôneas quanto aos que morreram em Cristo; repreende os que abandonaram o trabalho por acreditar que Cristo viria em breve; exorta os santos a respeitar seus líderes espirituais.
Um dos temas mais importantes da Primeira Carta aos Tessalonicenses é a volta de Cristo Jesus a este mundo. Ela é mencionada pelo menos uma vez em cada um dos cinco capítulos.
2. 2 TESSALONICENSES
a) Data em que foi escrita. Paulo escreveu 2Tessalonicenses em resposta a mais problemas que surgiram na Igreja e a mal-entendidos gerados por 1Tessalonicenses. É possível que se tenham passado apenas alguns meses, ou mesmo semanas, entre a redação da primeira e da segunda epístolas. Paulo, Silvano e Timóteo ainda estavam juntos (2Ts 1:1) e temos registro de que permaneceram reunidos somente em Corinto (At 18:1,5). Daí ser possível datar a epístola da metade do século I, provavelmente 50 ou 51 d.C.
b) Contexto e Tema. Mesmo não tendo passado muito tempo depois da primeira Carta, Paulo encontrou três motivos importantes para escrever novamente aos tessalonicenses: Os santos de Tessalônica estavam sendo perseguidos e precisavam de encorajamento (2Ts 1); Continuavam equivocados acerca do Dia do Senhor e precisavam de esclarecimento (2Ts 2); Alguns estavam vivendo ociosos à espera da volta do Senhor e precisavam de correção (2Ts 3).
No tocante ao Dia do Senhor, os cristãos temiam já estar vivendo nesse período. Seus receios foram alimentados por rumores falsos de que o próprio Paulo estava ensinando que o Dia do Senhor já havia chegado. O apóstolo corrige esse erro.
O Dia do Senhor não deve ser confundido com a volta do Senhor para buscar seus santos, isto é, o arrebatamento. Os cristãos não temiam que o Senhor já houvesse voltado. Seu medo era que eles estivessem vivendo no período da tribulação, a primeira fase do Dia do Senhor.
Em nenhum momento, Paulo havia ensinado que determinados acontecimentos deviam ocorrer antes do arrebatamento. Agora, porém, o apóstolo ensina que, antes do início do Dia do Senhor, haverá grande apostasia, aquele que detém será removido e o homem da iniquidade se revelará.
O requisito mais importante para entender essa Epístola é a distinção clara entre o arrebatamento, o Dia do Senhor e a Vinda de Cristo para reinar.

DISTINÇÃO ENTRE O ARRBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA DO SENHOR

Há quem pergunte como é possível determinar que o arrebatamento e a segunda vinda são dois acontecimentos separados. Podemos responder apontando para as formas como são distinguidos nas Escrituras Sagradas:
ARREBATAMENTO
SEGUNDA VINDA
1. Cristo vem nos ares (1Ts 4:17).
1. Cristo vem à Terra (Zc 14:4).
2. Vem para buscar seus santos (1Ts 4:16,17).
2. Vem com seus santos (1Ts 3:13; jd 14).
3. O arrebatamento é um mistério, ou seja, uma verdade desconhecida no tempo do Antigo Testamento(1Co 15:51).
3. A segunda vinda de Cristo não é um mistério; constitui o tema de várias profecias do Antigo Testamento (Sl 72; Is 11; Zc 14).
4. Em nenhum momento, as Escrituras dizem que a vinda de Cristo para buscar seus santos é precedida de portentos celestiais.
4. Sua vinda com seus santos será anunciada por vários sinais nos céus (Mt 24:29-30).
5. O arrebatamento é identificado com o Dia de Cristo (1Co 1:8; 2Co 1:14; Fp 1:6,10).
5. A segunda vinda é identificada com o Dia do Senhor (2Ts 2:1-12).
6. O arrebatamento é apresentado como um tempo de benção (1Ts 4:18).
6. A ênfase da segunda vinda é sobre o julgamento (2Ts 2:8-12).
7. O arrebatamento ocorre num piscar de olhos(1Co 15:52), uma clara indicação de que o mundo não testemunhará sua ocorrência.
7. O mundo inteiro verá a segunda vinda (Mt 24:27; Ap 1:7).
8. O arrebatamento aparece envolver principalmente a Igreja (João 14:1-4; 1Co 15:51-58; 1Ts 4:13-18).
8. A segunda vinda envolve principalmente Israel, mas também as nações gentias (Mt 24:1-25:46).
9. Cristo vem como a brilhante Estrela da Manhã (Ap 22:16).
9. Ele vem como sol da justiça (Ml 4:2).
10. O arrebatamento não é mencionado nos evangelhos sinópticos, mas João faz diversos alusões a ele.
10. A segunda vinda está presente nos evangelhos sinópticos, mas quase não é mencionado nada em João.
11. Os que forem levados serão abençoados (1Ts 4:13-18). Os que forem deixados serão julgados (1Ts 5:1-3).
11. Os que forem levados serão julgados. Os que forem deixados serão abençoados (Mt 24:37-41).
12. As Escrituras não fornecem um sistema de datação para acontecimento que precederão o arrebatamento.
12. As Escrituras fornecem um sistema de datação complexo para segunda vinda, como 1.260 dias, 42 meses, 3 anos e meio ( cf Dn 7:25; 12:7,11,12; Ap 11:2; 12:14; 13:5).
13. O título “Filho do homem” não é usado em nenhuma passagem que trata do arrebatamento.
13. A segunda vinda é descrita como a vinda do Filho do homem (Mt 16:28; 24:27,30,39; 26:24; Mc 13:26; Lc 21:27).
Uma vez definido que o arrebatamento e a segunda vinda são dois acontecimentos separados, também precisamos mostrar que eles não ocorrerão praticamente ao mesmo tempo, mas que haverá um intervalo entre os dois. Para isso, contamos com três evidências:
1.       A primeira evidência se baseia na profecia de Daniel acerca das setenta semanas (Dn 9:25-27). Estamos vivendo um parêntese chamado de ra da Igreja, entre 69ª e 70ª semana. Esta última corresponde ao período de sete anos de tribulação (Rm 5:9; 1Ts 1:10; 5:9; Ap 3:10). A vinda de Cristo para reinar ocorre depois da 70ª semana (Dn 9:24; Mt 24).
2.       A segunda evidência de um intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda se baseia na estrutura do livro de Apocalipse. Nos três primeiros capítulos, a Igreja aparece na Terra. Os capítulos 4 a 19:10 descrevem o período da grande tribulação, no qual Deus derramará sua ira sobre o mundo que rejeitou seu Filho. Não se faz menção à presença da Igreja na Terra durante esse período. Ao que parece, a Igreja é levada para o Céu no final do capítulo 3. Em Apocalipse 19:11, Cristo volta à Terra para subjugar seus inimigos e estabelecer seu reino, no final do período da tribulação.
3.       Uma terceira evidência considerada  aponta para um intervalo entre a vinda de Cristo para buscar seus santos e sua volta com seus santos. Na ocasião do arrebatamento, todos os cristãos serão levados do mundo e receberão um corpo glorificado. Quando Cristo voltar para reinar, porém, haverá cristãos na Terra que ainda não terão recebido um corpo glorificado e que se casarão e terão filhos durante o milênio (Is 11:6,8). De onde virão esses cristãos? É necessário haver um intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda, durante o qual serão convertidos.

CONCLUSÃO

As Epístolas em epígrafe trouxeram grandes benefícios espirituais e morais aos cristãos no princípio da Igreja. Os seus efeitos têm atravessado os séculos, e continuam vivos e influenciando as pessoas nestes tempos pós-modernos. A mensagem que essas epístolas nos trazem são desesperadoramente necessária para a Igreja contemporânea.
Devemos ser bastantes cautelosos com as literaturas apresentadas, pois muitas delas estão enxertadas com doutrinas subliminares, cuja absorção pode ser fatal àqueles que não tem o hábito de estudar a Palavra de Deus. Não devemos, portanto, aceitar todo e qualquer escrito, toda e qualquer versão das Escrituras, todo e qualquer ensinamento falado ou escrito. Antes, devemos procurar nestes escritos a legitimidade, a autenticidade, o sinal de aprovação do Senhor, que não é um sinal físico, mas que é, sobretudo, a sua concordância com a sã doutrina. Temos tido o cuidado de examinar o que nos vem à mão como Palavra de Deus? Temos nos preocupado em verificar a legitimidade do ministério daqueles que vêm, em nossas igrejas locais, pregar, profetizar e ensinar? Temos sido criteriosos na análise da literatura que é publicada? Pense nisso!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Panorama do Novo Testamento – ICI, São Paulo, 2008).
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Filipenses(A alegria triunfante no meio das provas) – Hernandes Dias Lopes.
Colossenses(A Suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja) – Hernandes Dias Lopes.
1 e 2 Tessalonicenses ( Como se preparar para a segunda vinda de Cristo).

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Aula 08 – A REBELDIA DOS FILHOS


3º Trimestre/2012

Texto Base: 1Samuel 2:2-14,17,2-25


“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”(Pv 22:6).

INTRODUÇÃO

Criar filhos não é uma tarefa fácil e exige muita determinação para que pais não acabem negligenciando suas responsabilidades. Muitos pais reclamam da rebeldia de seus filhos: crianças que não querem estudar; adolescentes que fogem da escola; jovens e adolescentes que se envolvem com as drogas. Some-se a isso, também, as facilidades para relacionamentos sexuais ilícitos; a influência nociva dos meios de comunicação de massa; dentre outras questões graves de nossos dias. Mas, devemos também olhar o outro lado da moeda, e lembrar do afrouxamento do controle do comportamento dos filhos por parte de pais que não querem provê-los de uma educação responsável. O fato é que filhos-problemas podem revelar a existência de pais-problemas. A psicologia tem mostrado que quando um filho se envereda pelo caminho das drogas, a família já ficou doente antes. Segundo o psicólogo Vicente Parizi, especialista em psicologia transpessoal, "numa família saudável ninguém usa drogas ou abusa do álcool" (Ultimato, nº 282, pág. 14).
A ausência de regras – disciplina – no lar, a falta de liderança paterna ou liderança dividida, a permissividade, a passividade, a cumplicidade, entre outros, incluem-se nas barreiras que contribuem para a desestruturação do lar e manifestação de rebeldia por parte dos filhos. Lares instáveis tendem a produzir filhos instáveis(irritados, rebeldes). É útil refletir, acuradamente, em 2Samuel 11-17, observando as consequências desastrosas dentro da casa e do reino de Davi, resultado do desequilíbrio familiar, ou seja, ausência da presença paterna, ausência de disciplina. Os filhos devem receber instrução espiritual adequada e progressiva para aprender a colocar sua fé em Deus e não se tornarem desobedientes, teimosos e rebeldes (ler Dt 6:6-9).
I. A DISCIPLINA EVITA A REBELDIA.
Em Efesios 6:4 Paulo inspirado pelo Espírito Santo adverte: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”. Provocar a ira aos filhos pode ser objetiva como: responder mal; não dar a atenção requerida; não respeitar o cônjuge e assim despertar a revolta; dentre outros casos, mas, pode ser também indireta como: ser irresponsável e não contribuir para a boa formação do caráter e do futuro do filho, ou mesmo prejudicar seus sonhos por meio de comportamentos inadequados.
Ser pai não é sinônimo de sisudez, endurecimento, dura cerviz, formalidade. Pode-se ser um bom pai e ainda assim ser amigo, leal, brincalhão, recreativo. Pode-se e deve-se exercer a disciplina com autoridade e nem por isso se perderá a simpatia e a amizade do filho. Toda criança sabe quando erra e quando está  a merecer um castigo. Saber aplicá-lo na dose certa, na hora certa e com amor, será muito benéfico para a formação de seu caráter. Como diz o provérbio: "O que retém a vara odeia a seu filho, mas o que o ama a seu tempo o disciplina" (Pv 13.24). E o filho sabe disso.
1. O que é disciplina? No Antigo Testamento, a palavra “disciplina” é “musar”, palavra que significa “correção”, “ensino”, “instrução”, “castigo”. As 03 primeiras referem-se a orientação para que não se cometa erros, e a última refere-se a correção pela infração cometida. Em Provérbios 23:13, está relacionada com uma vida regrada, que segue os parâmetros estabelecidos por alguém, neste caso pelos pais.
Em o Novo Testamento, a palavra “disciplina” aparece em Cl 2:23 traduzindo a palavra grega “apheidia”, cujo significado é “severidade”, “tratamento duro”, expressão que o apóstolo aplicara para as práticas ascéticas seguidas pelos gnósticos que estavam perturbando a igreja em Colossos. Já em Hb 12:8, a palavra “disciplina” traduz a palavra grega “paidéia”, palavra que corresponde ao hebraico “musar” e cujo significado é “instrução”, “disciplina”, “castigo”.
É bom ressaltar que disciplinar não é castigar o filho de forma irresponsável. Disciplinar é estabelecer limites, parâmetros, para as atitudes da criança. Pais sábios são aqueles que dizem que já está na hora de desligar a televisão, de desligar o videogame, que impõem limites a seus filhos quando eles ainda são pequenos. O amor jamais pode impedir a imposição de limites. Lemos na Bíblia que o bom pai corrige o filho a quem ama (Pv 13:24).
A maioria dos casos de crianças rebeldes é culpa dos pais que não sabem lidar com elas desde pequenas e as faz tornarem-se malcriadas. Isto é muito ruim, pois para tudo tem o seu tempo. Há crianças que assistem os desenhos animados (muitos deles altamente prejudiciais à formação do seu caráter, pois há neles mensagens subliminares) o dia inteiro, brincam de videogame o dia inteiro, com a devida permissão dos pais. Isso não poderá acontecer, pois é necessário estabelecer horários e limites. Para tudo há o tempo certo: para tomar café, para almoçar, assistir televisão, escovar os dentes, brincar, entre outros. É necessário regras e limites que sejam respeitadas desde crianças, pois quando crescerem eles continuarão a saber obedecer as autoridades e limites colocados pelos pais.
Sabe por que tem pais que chegam para o pastor dizendo que não aguentam mais o filho, que o filho não tem mais respeito por eles? É porque quando o filho tinha 4,5,6 ou 7 anos, eles não o ensinaram a respeitá-los, e, se essa falta de respeito começou quando o filho era ainda uma criança, é evidentemente que com 15 anos ele não vai respeitar e reconhecer a autoridade dos pais.
Certamente você já viu alguma mãe dizer: - “Menino, você me obedeça senão eu vou aí, heim? Vou lhe bater!”. O menino continua fazendo o que estava fazendo enquanto pensa: - “Ela não vem. Ela nunca me bateu, e não será agora que fará alguma coisa. Minha mãe não é de nada “. Pais ou mães assim batem mais com a boca, porém na verdade não fazem nada, nunca dão uma ”chineladinha” na criança. Só ficam na promessa.
Não se esqueçam de que as crianças percebem e tiram proveito desse tipo de situação. Se os pais continuarem agindo assim, suas crianças vão usar e abusar da ingenuidade e falta de pulso e determinações deles.
Se desde cedo não for estabelecido limites para a criança, quando ela crescer irá para o convívio social pensando que o mundo é a casa dela. Vai achar que não precisa respeitar ninguém, obedecer, até se desmoronar moralmente e socialmente um dia.
Portanto, ensine ao seu filho que o mundo não é nossa casa, e as pessoas não são tolerantes, pacientes e compreensivas como os pais costumam ser. No mundo, dependendo de quem a pessoa desrespeitar, pode até ser morta.
2. O porquê da disciplina. No item anterior já está subjacente o porquê da disciplina. Sem a disciplina adequada, sem a determinação de limites, parâmetros, a criança, o adolescente, o jovem, tenderão a serem filhos desobedientes, instáveis, rebeldes. Muitos pais receiam estabelecer regras ao comportamento de seus filhos. Pensam que trarão ressentimentos nos filhos, chegando até mesmo a odiá-los. Isso não é verdade, desde que os pais sejam sábios e equilibrados na aplicação da disciplina.
Paulo inspirado pelo Espírito Santo adverte: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”(Ef 6:4). Disciplina inclui correção tanto verbal quanto corporal. Admoestação tem o sentido de alertar, censurar e repreender. A educação das crianças deve ser “no Senhor”,ou seja, de acordo com a sua vontade conforme revelada nas Sagradas Escrituras.
Suzana Wesley, mãe de dezessete filhos, entre eles John e Charles Wesley, disse: “O pai que tenta subjugar a vontade do seu filho trabalha com Deus em prol da renovação e da salvação da sua alma. O pai que é indulgente diante dela faz o serviço do Diabo, torna a religião impraticável, põe a salvação fora do alcance da criança e faz o possível para a condenação do filho em corpo, alma e espírito”.
Sem a disciplina, necessidades não são satisfeitas. “O que retêm a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina”(Pv 13:24). A base de todo o relacionamento no lar é o amor – inegavelmente, a maior carência a ser suprida. Todavia, algumas outras necessidades como segurança, disciplina, limite, estímulo, quando não são atendidas, promovem  a desestruturação dos filhos e facilitam o surgimento de rebeldia.  É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo sua mãe passar vergonha”(Pv 29:15, NTLH).
3. Os pais devem disciplinar. Pondes, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma... e ensinai-as a vossos filhos...”(Dt 11:18-19). Este imperativo é de Deus para os Pais. Os avós, as tias, o professor da Escola Dominical, o pastor – todos podem ajudar, mas, a responsabilidade é dos pais, e será cobrada deles, por Deus, em caso de omissão ou negligência.
Toda criança precisa de regras, os pais precisam ser firmes e o sim tem que significar sim e o não tem que significar não. Ter dó da criança e não aplicar a disciplina devida, poderá influenciar no futuro dela ou do adolescente e fazer dele um rebelde e sem limites. Mas, os pais precisam aprender a aplicar e exercer uma autoridade com base nos princípios bíblicos. Há uma imposição divina para que os pais “intimem” seus filhos a respeito da Palavra de Deus(Dt 6:7), ou seja, que usem de sua autoridade para chamar seus filhos ao conhecimento da verdade,  para o conhecimento da vontade do Senhor para nossas vidas. As Escrituras Sagradas são proveitosas para muita coisa, inclusive para: ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (2Tm 3:16).
O que pode tornar um filho rebelde é muito mimo pelos pais, fazer tudo o que a criança pede, medo de dizer não a ela. Isto tudo não é uma boa educação, ou seja, os pais precisam saber educar os filhos corretamente, para que quando eles crescerem, os pais não ficarem nas mãos dos filhos.
Quando pequenos, os pais tem mais controle sobre as situações e atitudes e é neste momento que deverão educar bem os filhos, pois quando eles se tornam maiores e adolescentes, querem fazer o que vem à cabeça, seja por influências dos colegas ou até mesmo do modismo e fica mais difícil tentar educar quando grandes, portanto, os pais deverão educar mantendo o controle quando eles estão ainda pequenos e não achar tudo bonitinho.
Os seguintes fatores devem sem observados:
a) Demonstrar afetividade e empatia. Nada funcionará bem se as necessidades afetivas não forem satisfeitas. Na criação de filhos, tudo depende do relacionamento de amor existente entre o pai, a mãe e a criança. Somente a criança que se sente bem amada poderia ser feliz e ter um desenvolvimento normal equilibrada. Os pais precisam demonstrar amor ao filho e expressá-lo verbalmente. A criança, nessa idade, precisa do contato físico: colo, abraço, beijo, caricias. Jesus, conhecedor profundo do sentimento humano, tomou as criancinhas no colo, impôs-lhes as mãos e as abençoou (Mc 10:14-16).
b) Clarividência e firmeza na disciplina. A criança precisa de disciplina familiar, cujas normas devem ser colocadas de modo claro, simples, conciso, com objetividade, com ternura, mas com firmeza. É preciso que haja autoridade de quem corrige a criança e coerência nas normas disciplinares. A disciplina correta e coerente demonstra o amor dos pais. Há necessidades que a criança aprenda a obedecer agora, para obedecer sempre. Exigir obediência é prepará-la para a vida. É obedecendo aos homens que se aprende a obedecer a Deus.
c) Não descuidar do ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter inicio na mais tenra idade, com um acompanhamento contínuo durante todo o processo da evolução biológica, psicológica, social e espiritual. O escritor de Provérbios recomenda: “Instrui a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”(Pv 22:6). A criança tem a capacidade para entender e experimentar o amor de Deus. Ela aprende ouvindo, vendo e seguindo os passos dos mais velhos.
A Escola Bíblica Dominical é a e melhor formadora de caráter. Portanto, nunca deixe de levar a criança a EBD. Se na sua igreja não há EBD, procure uma igreja que tenha, e leve o seu filho, desde criancinha, na mais tenra idade, pois quando estiver grande dificilmente se desviará dos caminhos do Senhor, pois terá um caráter solidificado, que refletirá o caráter de Cristo (Gl 5:22).
d) Ter regras disciplinares bem definidas e explicadas. Na família deve haver normas, leis, limites, regras justas que precisam ser anunciadas, explicadas e cumpridas: o que pode, o que não pode; quando pode, quando não pode; por que pode, por que não pode. É preciso buscar um ponto de equilíbrio. A liberdade excessiva produz adulto sem noção de limite e responsabilidade. Os pais que dizem “sim” para tudo estão criando seu filho fora da realidade. Fora do lar não é assim que funciona. A forma mais prejudicial de relacionamento entre pais e filho é a permissividade exagerada que leva o adolescente à libertinagem. O filho corre a rédeas soltas: faz o que bem entende. Uma criança ou adolescente não tem capacidade de educar a si mesmo e preparar-se sozinho para os desafios da vida adulta.
e) Ser o exemplo para os filhos. Cabe aos pais criar os filhos e ensiná-los com seus exemplos de vida. O melhor exemplo para o filho não é o que o pai e a mãe falam, mas o testemunho que dão de respeito e, esse exemplo fará o filho(a) um vencedor ou um derrotado na vida.

II. FILHOS REBELDES

A rebeldia dos filhos contra os pais é um pecado grave. A rebelião é como o pecado da feitiçaria(1Sm 15:23). Resistir a autoridade dos pais é resistir a autoridade de Deus. A autoridade dos pais sobre os filhos é uma autoridade delegada pelos céus e não uma lei imposta pela convenção ou conveniência da cultura humana. Deus espera que o coração dos filhos seja convertido ao coração dos pais. Deus espera que a família seja um lugar de vida abundante, de amor profundo, de diálogo respeitoso, de comunicação transparente, de companheirismo sincero e encorajamento recíproco.
1. Filhos que não ouviram seus pais. Não há nenhuma garantia de que pais que são fiéis nos caminhos do Senhor terão filhos que os imitarão. Por mais que se utilize princípios bíblicos na criação dos filhos, deve-se lembrar de que eles fazem suas próprias escolhas, e de que são responsáveis por elas. Encontramos na Palavra de Deus alguns casos de filhos que foram rebeldes, que foram desobedientes aos seus pais, mesmo sendo estes fiéis ao Senhor.
a) Caim. Caim era o filho primogênito de Adão e Eva, portanto deveria ser uma pessoa que tivesse um relacionamento especial com Deus, vez que toda a humanidade estaria sob sua influência e domínio. Contudo, a Bíblia nos mostra que Caim preferiu afastar-se de Deus e toda a civilização nascida deste homem acabou por perecer.
Caim foi recebido em seu lar como uma bênção de Deus e assim poderia ter sido se tivesse buscado servir a Deus. Todavia, a Bíblia relata que seu modo de vida não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a oferta apresentada por Caim. A rejeição da oferta de Caim não decorre do fato de ter sido feita de vegetais ou de ter sido uma oferta incruento, mas a Bíblia é clara ao afirmar que Caim era do maligno(1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não teve aceita a sua oferta. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1:2-20; Mt.5:21-26).
Caim possuía um caráter insubmisso à vontade de Deus, motivo pelo qual Deus não Se agradou da Sua oferta. Senão vejamos:
a) Caim era indiferente a Deus. A Bíblia nos relata que, enquanto Abel trouxe o que tinha de melhor para ofertar ao Senhor, ou seja, os "primogênitos de suas ovelhas e sua gordura"(Gn 4:4), Caim trouxe "uma oferta ao Senhor"(Gn 4:3). Isto demonstra que Caim não dava valor ao relacionamento com Deus, tratava-o como algo comum e sem importância. Deus requer um comportamento contrário a este (cf Dt 6:4-6; Mt 22:36-38,40).
b) Caim era egoísta. A Bíblia relata que Caim, ao ver que Sua oferta não foi aceita, teve seu semblante descaído e passou a ter ódio de seu irmão, ódio que não diminuiu nem mesmo quando Deus lhe prometeu aceitar sua oferta se não deixasse ser dominado pelo pecado. A inveja que teve de seu irmão é consequência de um pensamento em torno de si mesmo. Em momento algum, vemos Caim se preocupando com o próximo, mas unicamente consigo (Gn 4:13,14). Indagado sobre Abel, Caim diz ao próprio Deus: "sou eu guardador do meu irmão?". Deus requer um comportamento totalmente distinto (Lv 19:18; Mt 22:39,40; Rm 12:9,10).
c) Caim era incrédulo.  A Bíblia relata que Deus, ao perceber que o semblante de Caim havia caído, prometeu-lhe aceitação caso houvesse mudança de comportamento(Gn 4:7). Mas Caim preferiu matar Abel a crer nas palavras divinas. Sem fé não se pode agradar a Deus (Hb 3:18,19; 11:6).
d) Caim se achava auto-suficiente. Caim era mau (1João 3:12) e assim prosseguiu, mesmo tendo sido alertado por Deus. Mesmo depois de ter sido sentenciado pelo Senhor, mesmo recebendo Sua proteção pelo "sinal", afastou-se de Deus(Gn 4:16), passando a viver uma vida alheia a Deus, como demonstra a sua descendência. Esta auto-suficiência do homem, esta recusa em viver na dependência de Deus é o caminho para a destruição. É a demonstração da soberba, prenúncio do fracasso e da destruição (Gn 3:6; Is 14:14; 1João 2:16,17).
e) Caim era enganador. A Bíblia relata que Caim chamou a seu irmão Abel para que fossem ao campo, onde o matou, ou seja, Caim agiu de engano e foi traiçoeiro para com seu irmão. A mentira é algo próprio do maligno e quem a ama ou a comete, não tem parte alguma com Deus, que é a Verdade(ver João 8:44; Ap 21:8,27).
Portanto, “Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o 'paraíso' sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da auto-redenção da raça humana, na sua rebelião contra Deus..." (Bíblia de Estudo Pentecostal, Gn 4:16, p.39).
b) Hofni e Fineias. “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor”.Belial”, um termo hebraico que literalmente significa “sem valor, imprestável”, mas que é aplicada no sentido de iniquidade. Isso significa que os filhos de Eli eram homens maus, rebeldes, obreiros degenerados na casa de Deus, que se aproveitavam da sua posição para obter ganho ilícito e praticar imoralidade sexual(1Sm 2:13-17,22). O pai deles, Eli, sumo sacerdote e juiz, não os disciplinou, nem os destituiu do sacerdócio (ler 1Sm 2:29).
Eli teve dificuldades para educar seus filhos Hofni e Fineias. Aparentemente, ele não tomou qualquer atitude para discipliná-los, ao tomar conhecimento de seus erros. Mas Eli não era só um pai que tentava lidar com seus filhos rebeldes; ele era o sumo sacerdote que ignorava os pecados dos sacerdotes sob sua jurisdição. Como resultado, o Senhor executou a disciplina necessária no lugar de Eli (1Sm 2:29-34). Ele foi culpado por honrar seus filhos acima de Deus, ao permitir que eles continuassem com seus modos pecaminosos.
Observando o juízo que o próprio Deus fez do sumo sacerdote Eli com relação à falta de cuidado com suas obrigações de pai - “e ele os não repreendia”(1Sm 3:13) -, notamos a indignação do Senhor contra o pecado do relaxamento e da negligência dos pais que agem de igual modo diante de tão grande e sublime tarefa. A Bíblia inteira destaca a necessidade da santidade e do temor a Deus, como seu padrão para quem lida com o seu povo (cf 1Tm 3:1-10).
c) Absalão. Absalão se tornou inimigo do próprio pai. Durante anos, agiu como um filho rebelde, desrespeitando o pai, Davi, o rei de Israel, e pior ainda, desrespeitando o próprio Senhor. Davi desejava a comunhão eterna com Deus, e certamente queria a mesma salvação para os seus filhos. Mas Absalão não deu valor à palavra de Deus e não buscou as bênçãos espirituais que seu pai tanto ansiava. Absalão se mostrou um homem, rebelde, vão e carnal, e jogou fora a sua vida na busca por satisfação passageira. 
Quando Davi soube da morte de Absalão, toda a esperança por aquele filho rebelde morreu. Até aquele momento, ainda alimentava a esperança, como fazem todos os pais de filhos desobedientes, do arrependimento e volta de Absalão. Mas a morte é o fim. Não teria outra chance. Não existe a reencarnação, nem o purgatório, nem qualquer outra segunda chance após a morte: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9:27). A notícia da morte de Absalão sinalizou, para muitos em Israel, o fim do conflito e sofrimento que ele causou. Para Davi, trouxe as profundas emoções de um pai que perdeu, para sempre, um filho. 
É comum, especialmente diante da morte triste de um filho como Absalão, procurar explicações para justificar sua trajetória à destruição. Muitos culpam a sociedade, os pais ou o próprio Senhor. Sem dúvida, outros seres humanos, e até os próprios pais, frequentemente contribuem ao fracasso de um filho. Mas tais fatores não podem servir como desculpas ou justificativas. Apesar de qualquer circunstância de sua vida e independente das falhas dos outros, Absalão foi desobediente e rebelde. Ele tomou as decisões que o levaram ao fim trágico. Teve muitas oportunidades durante vários anos para arrepender-se e reconciliar-se com seu pai, mas não o fez. Poderia ter humilhado-se diante de Deus, diante Davi, e diante do povo de Israel, mas não venceu seu próprio orgulho e egoísmo. Absalão foi perdido porque ele foi rebelde. 
2. As consequências da rebeldia. São inevitáveis e penosas. Observe que todas as personagens mencionadas no item anterior foram punidas exemplarmente por causa dos seus atos de rebeldia.
a) Caim, não poderia mais lavrar a terra e que fugitivo e vagabundo seria na Terra(Gn 4:12). Deus o amaldiçoou em toda a Terra, retirou a sua habilidade para o cultivo da terra e o sentenciou a uma vida como fugitivo e errante (Gn 4:12). Toda a civilização nascida de Caim acabou por perecer.
b) Hofni e Fineias, foram mortos por causa de seus pecados de rebeldia e desleixo com o culto ao Senhor (1Sm 2:34; 4:11). A combinação do relaxamento de Eli com a rebeldia, a obstinação e a teimosia dos seus filhos atraiu o juízo de Deus contra o lar de Eli. Esta família sacerdotal foi excluída, para nunca mais exercer nenhuma espécie desse ofício. Eli e sua casa perderam, em caráter irrevogável, tal direito(1Sm 2:31-35; 3:12-14). Este fato denota a severidade de Deus e a consequência dos descontroles na criação de filhos.
c) Absalão, sua rebeldia causou terríveis resultados ao reino de Davi, seu pai. Seu egoísmo e sua rebeldia chegaram ao ponto de forçar uma guerra civil que custou a vida de 20.000 homens (2Sm 18:7). Nesta guerra, as forças do rei mataram Absalão(2Sm 18:14,15). Esse jovem que tinha tudo para ser feliz, pois não lhe faltava nada: poder, riqueza, posição social(era príncipe), era muito belo fisicamente. Todavia, era egoísta, vingador, assassino, rebelde, imoral, desonrou seu pai. Isso tudo causou-lhe a pior consequência: a morte prematura. Está escrito: “Honra  a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que te dar o Senhor”(Dt 5:16).

III. O QUE FAZER DIANTE DA REBELDIA DE UM FILHO

A rebeldia vem do ato de desobediência, filhos que fazem escândalos e alguns até mesmo chegam a ficarem agressivos com os pais ou familiares. Realmente esta situação acontece muito e é preciso saber lidar com este tipo de acontecimento de maneira inteligente e equilibrada.
Em primeiro lugar, não arrefeça a sua autoridade paterna. E para que essa autoridade deslize fluentemente pelo seu leito de realização é preciso que, primeiramente, os pais estejam desfrutando de um relacionamento sadio, ordeiro, dinâmico e frutífero. Esta harmonia entre marido e mulher será de grande valor para os filhos, pois estes aplicarão às suas vidas o exemplo prático dado pelos pais. Aliás, ser exemplo é questão sine qua non no lar. Sem o exemplo pessoal não formamos sadiamente o caráter de nossos filhos. Não podemos errar neste ponto sob risco de por a perder todo o futuro moral de nossos filhos. E, se isto ocorrer, já não mais adianta chorar o leite derramado, como aconteceu com Davi em relação a seu filho Absalão (ler 2Sm 18:33). Como diz o ditado: "É mais fácil construir um menino do que remendar um homem!". Então, enquanto há tempo e possibilidade, saibamos investir seriamente na formação do caráter dos filhos.
Em segundo lugar, não marginalize o seu filho, mesmo que você tenha feito tudo para criá-lo no caminho certo. Demonstre amor e carinho incondicional por ele. A oração e o amor são pilares fundamentais que os pais devem estear diante da rebeldia de um filho, que agora se tornou adulto. Vale lembrar que nem sempre os pais erram nas suas obrigações e, ainda assim, pode ocorrer que alguns de seus filhos não correspondam às suas expectativas. Foi ocaso dos pais de Sansão (Jz 14-16), jovem obstinado e desobediente que não seguiu a instrução de seus pais. Contudo, mesmo sofrendo consequências graves(seus olhos foram vazados e tornou-se escravo, de forma vigiada, dos seus inimigos), no final da sua vida ele voltou-se inteiramente ao Senhor, e suas forças sobrenaturais foram restauradas, a despeito de sua morte física.
Em terceiro lugar, mantenha uma comunicação clara e direta. Sem a menor sombra de dúvida, o diálogo é um dos pontos mais importantes no relacionamento com o adolescente ou o jovem que apresenta comportamento rebelde. Entre os pais e filhos tudo pode, e deve, ser conversado. Deve ser uma comunicação sem imposição de ideias, sem preconceitos, sem rancores. Os filhos precisam ter abertura e confiança para segredar aos pais seus conflitos, suas fraquezas e suas necessidades mais íntimas. Os pais precisam ter empatia e sabedoria, para ver as coisas como os filhos as vêem, ajudando-os a superar suas dificuldades na dependência do poder de Deus. Toda incomunicabilidade é um fracasso. A ausência do diálogo na família significa uma falta imperdoável na educação dos filhos. O diálogo aproxima o coração dos pais ao coração dos filhos. Dele “nasce a luz”.

CONCLUSÃO

Quando se perde as rédeas da disciplina familiar, seja porque a rebeldia dos filhos extrapolou os limites do aceitável, seja porque os próprios pais não são exemplos a serem seguidos, então fica difícil de se obter qualquer resultado positivo na vida de muitas crianças, adolescentes e jovens.
Os pais devem ensinar os filhos a honrarem-nos. Para que os filhos tenham longa vida na terra. Afinal a condição de ter vida longa na terra é se submeter ao seu pai e a sua mãe. Filhos rebeldes e desobedientes tem seus dias encurtados nesse mundo. O imperativo de Deus é: "Honra a teu pai e a tua mãe que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Ef 6:1).
Que o Senhor nos dê a graça de vermos uma geração de filhos que ousem obedecer e honrar a seus pais, para que vejamos tempos mais venturosos na família, na igreja e na sociedade.



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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 51 – CPAD.