segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Aula 02 - OSÉIAS - A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS


4º Trimestre/2012

Texto Básico:Oséias 1:1,2;2:14-17,19,20

INTRODUÇÃO


A relação de Deus com Israel era como uma aliança conjugal. Israel havia se “casado” com o Senhor no Sinai. Israel prometeu a Deus fidelidade. Porém, logo se desviou da aliança e começou a flertar com outros deuses. Não tardou para que Israel abandonasse a Deus, seu “marido”, para prostituir-se com outros deuses. A idolatria é infidelidade a Deus; é rompimento da aliança; é quebra dos votos de fidelidade. A idolatria é uma torpeza.
A profecia de Oséias foi a última tentativa de Deus em levar Israel a arrepender-se de sua idolatria e iniquidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação ao seu pleno juízo. A ideia central da mensagem de Oséias é que o amor poderoso e inextinguível do Senhor por Israel não descansará enquanto não reconciliar toda a nação consigo. Mas, consequências trágicas se seguem quando o povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar-lhe o seu amor redentor.

I.  O LIVRO DE OSÉIAS

1. Contexto histórico. O contexto histórico do ministério de Oséias é situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro reis de Judá (Usias, Jotão, Acaz e Ezequias; ver Oséias 1:1), isto é, entre 755 e 715 a.C. As datas revelam que o profeta não somente era um contemporâneo mais jovem de Amós, como também de Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa parte de seu ministério mediante uma referência a quatro reis em Judá, e não aos breves reinados dos últimos seus reis de Israel, pode indicar ter ele fugido do Reino do Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.). Ali, compilou suas profecias no livro que lhe leva o nome (fonte:Bíblia de Estudo Pentecostal).
Oséias, cujo nome significa “salvação”, é identificado como filho de Beeri (Os 1:1). Nada mais se sabe do profeta, a não ser os lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Oséias profetizou ao reino de Israel(reino do Norte – formado das 10 tribos). O ministério de Oséias, ao Reino do Norte, seguiu-se logo depois ao ministério de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são os únicos profetas do Antigo Testamento, cujos livros foram dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando-lhe a destruição iminente. Oséias é um dos dois únicos profetas do Reino do Norte a terem um livro profético no Antigo Testamento(o outro é Jonas).
Oséias foi vocacionado por Deus a profetizar ao Reino de Israel, que desmoronava espiritual e moralmente, durante os últimos quarenta anos de sua existência, assim como Jeremias seria chamado a fazer o mesmo em Judá. Quando Oséias iniciou o seu ministério, durante os últimos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma temporária prosperidade econômica e de paz política, que acabariam por produzir um falso senso de segurança. Porém, logo após a morte de Jeroboão II(753 a.C.), a nação começa a deteriorar-se, e caminha velozmente à destruição em 722 a.C. Passados quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais quinze anos, Samaria seria incendiada, e os israelitas deportados à Assíria e, posteriormente, dispersados entre as nações.
Foi nesse cenário de luxo e de lixo, de glória humana e opróbrio espiritual, de ascendência econômica e decadência moral, que Deus levantou Oséias para confrontar os pecados da nação e chamá-la ao arrependimento. A riqueza sem Deus é pior do que a pobreza. A riqueza sem Deus afasta o homem da santidade mais do que a escassez.
Deus ordenou a Oséias que tomasse “uma mulher de prostituições”(Os 1:2) a fim de ilustrar a infidelidade espiritual de Israel. Embora há os que interpretem o casamento do profeta como alegoria, os eruditos conservadores consideram-no literal.
Nesse declínio moral de Israel, todas as classes da sociedade se desmoralizaram. Os príncipes, amantes da riqueza e do luxo, viviam desenfreados no pecado. Os sacerdotes, que deveriam ensinar a verdade ao povo, tornaram-se bandidos truculentos e cheios de avareza.
As coisas foram de mal a pior, até que o profeta exclamou: "não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios" (Os 4:1,2).
A religião de Israel tornou-se sincrética, e o povo misturou o culto a Deus com o culto a Baal. A idolatria sensual desembocou na mais repugnante imoralidade. A vida Familiar caiu no abismo da dissolução. Não resta dúvida de que Oséias viveu durante os tempos mais turbulentos e inquietos pelos quais a nação jamais passara. Os séculos passaram, e hoje ainda assistimos a esse mesmo desvio religioso denunciado por Oséias.
2. Estrutura. O Livro de Oséias é o primeiro dos Profetas Menores e o mais extenso deles. Como nenhum outro, este Livro aborda de forma eloquente o amor perseverante de Deus a um povo rebelde e recalcitrante. Ele contém cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que mais da metade deles relaciona-se à idolatria. Mais do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento, Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e fiel em seu amor para com eles.
O Livro pode ser dividido em duas partes principais: A primeira parte, composta dos capítulos 1-3, descreve o casamento entre Oséias e Gômer. Os nomes dos três filhos são sinais proféticos a Israel: Jezreel (“Deus-espalha”), Lo-Ruama (“Não-compaixão”) e Lo-Ami (“Não-meu-povo”). A infidelidade da esposa de Oséias é registrada como ilustração da infidelidade de Israel. O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera simboliza o amor inabalável de Deus por Israel. Se o casamento de Oséias com Gômer retratava o amor de Deus a um povo ingrato e infiel, os filhos de representavam o juízo de Deus a esse povo.
A segunda parte, composta dos capítulos 4-14, contém uma série de profecias que mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel e a da esposa de Oseías. Quando Gômer abandona Oséias, e vai à procura de outros amantes(cap. 1), está representando o papel de Israel ao desviar-se de Deus (caps. 4-7). A degradação de Gomer (cap. 2) representa a vergonha e o juízo de Israel (caps. 8-10). Gomer vai atrás de outros homens, ao passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer comete prostituição física; Israel, prostituição espiritual. Ao resgatar Gomer do mercado de escravos (cap. 3), Oséias demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no futuro (caps. 11-14).
O Livro de Oséias enfatiza este fato: por ter Israel desprezado o amor de Deus e sua chamada ao arrependimento, o juízo  já não poderá ser adiado.
3. Mensagem. O Livro de Oséias fala de julgamento e esperança. Cada uma das três partes principais do livro começa com a ameaça de juízo divino sobre Israel (Os 1:2-2:13; 4:1-10:15; 12:1-13:16) e termina com a promessa de restauração divina (Os 2:14-3:5; 11:1-11; 14:1-9).
O teor da profecia de Oséias é um testemunho dinâmico e severo contra o Reino do Norte por ter se apostatado do concerto firmado. Todos conheciam bem a corrupção que campeava pela nação no âmbito das questões públicas e particulares. O propósito de Oséias era o de convencer seus compatriotas sobre a necessidade de se arrependerem, restabelecerem a relação de concerto e dependerem do Deus paciente, compassivo e perdoador.
O próprio Deus chama o povo a voltar-se para ele: "Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus; porque pelos teus pecados estás caído. Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor" (Os 14:1,2). Deus promete curar a infidelidade do povo (Os 14:3) e ser para ele o bálsamo restaurador (Os 14:5-7).

II. O MATRIMÔNIO

O matrimônio é uma feliz celebração do amor. É o santo mistério de duas pessoas que se tornam uma, o início de uma vida em comum e de compromissos. O casamento é um mandamento de Deus e ilustra seu relacionamento com seu povo. Portanto, não pode existir tragédia maior do que a violação desses votos sagrados.
Deus ordenou a Oséias que buscasse uma esposa e revelou-lhe antecipadamente que ela lhe seria infiel. Embora desse à luz muitos filhos, alguns deles seriam de outros pais. Em obediência a Deus, Oséias casou-se com Gômer e seu relacionamento com ela, a infidelidade dela e seus filhos tornaram-se exemplos vivos e proféticos de Israel.
Esse casamento é certamente um símbolo do adultério espiritual de Israel.  A sua profanação por parte de Gômer, fez o profeta compreender o verdadeiro significado do pecado de Israel: adultério espiritual e até prostituição. O pecado do adultério tem sido definido como "busca de satisfação em relações ilícitas”. A prostituição é ainda pior, é o pecado de "prostituir bens superiores por causa de dinheiro e de lucro”. A prostituição é tanto física quanto religiosa. O povo de Israel era culpado de ambas.
O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “Oséias”(o amor de Deus em ação), destaca duas interpretações principais acerca do casamento do profeta Oséias:
- Em primeiro lugar, Gômer era uma mulher casta antes do casamento, mas tornou-se infiel depois do matrimonio. Vários eruditos entendem que Gômer era uma mulher casta antes do casamento e só se prostituiu depois que contraiu matrimonio com Oséias. A razão principal para essa interpretação é que seria incompatível com o caráter santo de Deus ordenar a seu profeta algo moralmente reprovável e expor seu mensageiro a tal opróbrio.
Embora essa interpretação nos seja mais aceitável, não é isso que o texto diz. Vejamos: "Quando pela primeira vez falou o Senhor por intermédio de Oséias, então lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor" (Os 1:2, ARA). Como Gômer, Israel começou como idólatra, "casou-se" com Jeová e acabou voltando à idolatria. Se Oséias tivesse se casado com uma mulher casta que mais tarde tornou-se infiel, a expressão "mulher de prostituições" em Oséias 1:2 deveria significar, então, "uma mulher com tendência ao meretrício que viria a prostituir-se posteriormente", o que parece uma interpretação forçada desse versículo.
- Em segundo lugar, Gômer já era uma mulher prostituta antes do profeta se casar com ela. Embora esse fato ofereça algumas dificuldades e nos cause certo constrangimento, é exatamente isso que o texto afirma. Vários eruditos subscrevem essa posição. Oséias amava Gômer não com base em suas virtudes, mas apesar de seus pecados. É importante ressaltar que Oséias está representando o amor incompreensível de Deus a um povo infiel. Quando Deus chamou Abrão para formar por meio dele uma grande nação, tirou-o do meio de um povo idólatra. Israel continuou ao longo dos anos sendo infiel a Deus, quebrando sua aliança e indo após outros deuses. Ao se envolver com outros deuses, Israel adulterou, e o esposo podia receitá-lo. A insistência de Israel na idolatria, com várias divindades, configurava mais que adultério; era prostituição. O casamento estava terminado; havia motivo mais que justificado.
É importante destacar, ainda, que Oséias não desobedece, não questiona nem protela a ordem de Deus. O Senhor lhe disse: "Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição..." (Os 1:2). A resposta de Oséias é imediata: "Foi-se, pois, e tomou a Gômer..." (Os 1:3). Nada se diz a respeito dos sentimentos de Oséias nem sobre o processo pelo qual ele cumpriu a ordem. A palavra eficaz de Deus Jeová estava em ação. A desobediência seria inconcebível.

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

1. O casamento restaurado. Na ira, Deus se lembra da sua misericórdia e faz promessas de restauração ao seu povo. Os três oráculos desastrosos são totalmente alterados. O nome de cada filho é transformado, passando de sinal de juízo para sinal de graça.
De modo repentino, Oséias passa da tragédia para a promessa. Ele reúne palavras de muito conforto às suas sombrias predições. Nos textos de 1:10 a 2:1, o profeta prediz cinco grandes bênçãos a Israel: (a) crescimento nacional (Os 1:10a); (b) conversão nacional (Os 1:10b); (c) reunião nacional (Os 1:11a); (d) direção nacional (Os 1:11b); (e) restauração nacional (Os 2:1). Portanto, a restauração é maior do que a queda.
Por não ter ouvido a voz de Deus, Israel precisou receber a disciplina de Deus. O cativeiro tornou-se o amargo remédio da cura. O fracasso de Israel, porém, não destruiu os planos de Deus. Onde abundou o pecado do povo, superabundou a graça divina. O amor de Deus prevaleceu sobre a sua ira; seu povo foi restaurado, e sua infidelidade curada. Da noite escura do pecado brotou a luz da esperança.
Embora Deus castigue seu povo pelos pecados cometidos, Ele encoraja e restaura os que se arrependem. O verdadeiro arrependimento abre o caminho para um recomeço. O Deus de toda a graça ainda restaura o caído. Deus ainda cura a infidelidade do seu povo. Ele ainda se apresenta como orvalho para aqueles que vivem a aridez de um deserto. A mensagem de Oséias ecoa em nossos ouvidos. A palavra de Deus é sempre atual.
Ainda existe esperança para os que se voltam para Deus. Nenhuma lealdade, realização ou honra pode se comparar ao amor a Ele. Volte-se para o Senhor enquanto o convite ainda está de pé. Não importa o quanto você tenha se desviado, Deus sempre está disposto a perdoá-lo. É tempo de nos voltarmos para o Senhor!
2. O vale de Acor e a porta de esperança. Deus rejeita Israel: é este o vale de Acor. Deus reivindica Israel: esta é a porta da esperança. Deus transforma desespero em esperança - "E lhe darei, dali, as suas vinhas, e o vale de Acor por porta de esperança; será ela obsequiosa corno nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito”(Os 2:15,ARA). Deus descreveu seu argumento contra a nação de Israel; isto é, seus pecados a levariam à destruição (caps. 4, 6, 7 e 12), provocariam sua ira e resultariam em castigo (caps. 5; 8 a 10 ; 12 a 13). Mas, mesmo em meio à imoralidade de seu povo, Deus se mostra misericordioso, oferece-lhe a esperança como a expressão de seu infinito amor por Israel (cap. 11), e mostra-lhe que o arrependimento traria as suas bênçãos (cap. 14).
O vale de Acor foi o lugar na entrada da terra prometida onde Israel foi derrotado por Ai, em virtude do pecado de Acã (Js 7:24-26). Agora, Deus transforma o cenário de desespero, tribulação e derrota, o vale da inquietação, em porta de esperança. O vale de Acor é batizado por outro nome; em lugar de derrota e fracasso, despontam a esperança e a vitória. Assim Deus afugenta os fantasmas do passado de Israel.
3. A reconciliação. Deus transforma separação amarga em casamento permanente. A sentença de divórcio (Os 2:2) será anulada: "desposar-te-ei comigo para sempre" (Os 2:19). Essa aliança é eterna. Não haverá divórcio nesse casamento. É evidente que o tom deste texto é escatológico. Essa reconciliação terá seu ápice quando Cristo (o Messias) for reconhecido e aceito pela nação de Israel no Dia de sua vinda (Os 3:5).
O propósito divino era e é a recuperação de Israel, e seu elemento motivador era e é o seu amor. Deus queria o povo de volta, perdoaria, refaria o casamento, passaria uma borracha em tudo o que houve e se dispunha a amar com mais intensidade uma esposa que não valia a pena. Nessa nova aliança, a esposa conhece ao seu marido, o Senhor. "[ . . . ] e conhecerás ao Senhor" (Os 2:20b). Conhecer, neste caso, não significa a percepção de um objeto por um sujeito ou observador, mas, antes, o contato intimo e a comunhão que dois associados experimentam quando entre eles existe o verdadeiro amor. Esta é uma das promessas supremas da nova aliança com Israel – “Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam” (Jr 31:34). Esse conhecimento não será apenas teórico, mas experimental. Haverá intimidade, comunhão, lealdade e amor. Israel se deleitará em Deus, e Deus se deleitará em seu povo, Israel.

IV. O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

1. Meu marido, e não meu Baal. Deus transforma infidelidade em fidelidade - "E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamará: Meu marido; e não me chamará mais: Meu Baal" (Os 2:16). Temos aqui um nítido tom escatológico. “Naquele dia”, aponta para o grande dia, o Dia do Senhor. Para nós, esse dia raiou no primeiro advento, embora só vá alcançar o seu pleno fulgor no segundo. Quando esse Dia chegar, em vez de Israel dirigir-se a Baal chamando-o de Baali, "meu senhor, meu mestre", se dirigirá ao Senhor, chamando-o de ishi, "meu marido''. Nesse tempo, a infidelidade cessará, e a fidelidade a Deus será declarada. Esse será o tempo da restauração. É importante esclarecer que Baal não é propriamente o nome de uma divindade; é um termo genérico, significando "dono, senhor, possuidor, marido, mestre".
Israel deixará o amante Baal, com quem vivia, e voltará para o esposo que a espera, Jeová. Baal era um título padrão para divindades, desde o litoral da Filístia até o vale da Mesopotâmia. Entretanto, foi Acabe quem, incentivado por sua ímpia esposa Jezabel, de Tiro, na Fenícia, tentou combinar o culto a Baal com a adoração a Deus, de forma que o primeiro veio a suplantar o segundo.
2. O fim do baalismo.E da sua boca tirarei os nomes de baalins, e os seus nomes não virão mais em memória”(Os 2:17). A idolatria cega as pessoas. Israel chegou a consultar um pedaço de pau (Os 4:12). Aqueles que se entregam à idolatria, Deus os entrega ao engano de seus corações. Eles ouvem a resposta de seus ídolos mortos (Os 4:12b) para a sua própria destruição. Israel correu atrás dos ídolos, seus amantes, e atribuiu a eles as dádivas que vinham das mãos de Deus. Mas, no devido tempo, Deus restaurará Israel. Inteiramente purificado do culto a Baal, o povo se esquecerá dos “nomes dos baalins”.
Após a primeira diáspora o povo judeu já não mais pratica idolatria a ídolos, a ponto de serem dezenas, senão centenas os casos de martírios e genocídios de judeus, ao longo dos séculos, precisamente pela recusa terminante de adoração a outros deuses. Aliás, esta é a principal razão pela qual os judeus afirmam rejeitar a Jesus e ao Cristianismo, por entenderem que há, entre os cristãos, indevida divinização de Jesus e do Espírito Santo.
O “baalismo” praticado pelos israelitas desprezava a religião espiritual que o Senhor dos céus e da terra, o Redentor de Israel, exigia do seu povo. Essa religiosidade focada no material, na prosperidade financeira mais do que nas coisas espirituais, está de volta em nossos dias com outras roupagens. Nossa geração corre atrás da bênçãos, mas não quer o abençoador. Nossa geração anda atrás de coisas, e não de Deus. Ela está interessada no que Deus pode dar, e não em quem Deus é. Mas chegará o Dia em que, conforme Jeremias 10:11 e Zacarias 13:2, os ídolos desaparecerão da Terra .
3. A conversão de Israel. Após o período de provação, de perda das instituições políticas e religiosas (Os 3:4), Israel (entendido aqui não o reino do norte, mas o remanescente fiel das doze tribos), finalmente, converter-se-á ao Senhor e ao Seu Ungido, aqui chamado de Davi, na verdade, o Messias (Os 3:5). Israel ressurgiu enquanto nação politicamente organizada mas ainda tem de ressurgir espiritualmente, como reino sacerdotal peculiar de Deus (cf. Ex 19:5,6), o que somente se dará por ocasião da vinda gloriosa de Jesus ao término da Grande Tribulação (Zc 12:1-3; Ap 1:7;19:11-21).
A conversão de Israel é fato que ocorrerá somente no término da septuagésima semana de Daniel(Dn 9:24). Somente com esta conversão é que haverá a extinção da transgressão na nação israelita, em que Israel, enquanto povo escolhido de Deus, será libertado do pecado (cf. Rm 11:25-32;Is 59:20; Sl 14:7; Zc 13:1).

CONCLUSÃO

Assim como Gômer, corremos o risco de procurar outros amores — amor ao poder, ao prazer, ao dinheiro ou à fama. As tentações deste mundo podem ser muito sedutoras. Será que somos leais a Deus e permanecemos completamente fiéis a Ele, ou outros “amores” vieram ocupar seu legitimo lugar? Não deixe que os costumes mundanos diminuam seu amor por Deus, ou o sucesso cegá-lo para a necessidade de seu amor divino.
Lembre se, Deus não quer que o nosso relacionamento com ele seja constituído de palavras bonitas e de rituais vazios, de corações que se enchem de entusiasmo num dia e no dia seguinte estão frios. Um ritual superficial jamais pode substituir o amor sincero e a obediência fiel (l Sm 15:22,23; Am 5:21-23; Mq 6:6-8; Mt 9:13; 12:7).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.

A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.

Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.

O Grande Amor de Jeová  Dr. Caramuru Afonso Francisco.

Oséias (o amor de Deus em ação) – Rev.Hernandes Dias Lopes.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Aula 01 - A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES


4º Trimestre/2012

Texto Básico: 2Pedro 1:16-21


“Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé”(Rm 16:26).


INTRODUÇÃO

O ministério profético é uma das peculiaridades que Deus destinou a Seu povo, Israel. Nenhuma outra nação teve este privilégio. No Antigo Testamento o Profeta era uma figura de Jesus - era o intermediário entre Deus e os homens. Era o porta-voz de Deus. Hoje, aquela função de intermediário não é mais atribuição dos Profetas, pois “... há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Tm 2:5).
Neste 4º Trimestre de 2012 estudaremos sobre os “Doze Profetas Menores”. Esses profetas são absolutamente relevantes para a nossa época. Sua mensagem é contundente, oportuna e urgente. São chamados de profetas menores não porque são menos importantes do que os profetas maiores, mas porque escreveram mensagens mais resumidas.
Os Profetas Menores são absolutamente atuais. Eles são nossos contemporâneos. Embora tenham vivido há mais de 2.500 anos, abordam temas que ainda estão na agenda das famílias, das igrejas e das nações. Eles são atemporais. São mais atuais do que os periódicos semanais mais lidos dos nossos dias.
Os Profetas Menores são desesperadamente necessários. A mensagem deles não é periférica, mas toca no cerne dos problemas que ainda hoje afligem a alma humana. Lamentavelmente esses profetas têm sido esquecidos pela nossa geração. Poucos cristãos leem com a devida atenção esses preciosos compêndios proféticos. Poucos pregadores expõem com clareza, fidelidade e sistematicidade esses livros no púlpito.
No atual momento histórico da igreja evangélica brasileira, com a comprovação do seu crescimento numérico de forma surpreendente na última década, em especial a ala pentecostal, e mais especialmente a Assembleia de Deus, o estudo da mensagem dos Doze Profetas Menores é importantíssimo para que possamos avaliar nossa ação e testemunho como igreja pela ótica divina por eles expressa.
Precisamos resgatar a atualidade desses arautos de Deus. Devemos tomar consciência de que o inimigo das nossas almas tenta hoje, da mesma forma como tentou fazer com o povo de Israel, destruir nossa comunhão com o Senhor.

I. SOBRE OS PROFETAS MENORES

1. Autoridade. O valor e a autoridade dos escritos dos Profetas Menores em nada diferem dos Profetas Maiores. Esses homens de Deus eram, sobretudo, pregadores morais e éticos, vigias, sentinelas levantados por Deus para despertar e exortar suas respectivas gerações. Eles não falaram sobre Deus em termos abstratos de filosofia ou teologia. Falaram dEle como alguém ativamente envolvido no mundo que Ele criou e intimamente interessado no povo do concerto. Durante as dominações assíria, babilônica e persa, Deus levantou esses homens para conclamar o povo de Israel ao arrependimento e reanimá-los. Em suas exortações proféticas, eles denunciaram e combateram contundentemente a corrupção, o abuso de autoridade, a injustiça social, a idolatria e o arrefecimento espiritual e a frouxidão moral do povo, o que atesta a atualidade premente dessas exortações para os nossos dias, ou melhor, para todas as épocas.
2. Origem do termo. A expressão "Profetas Menores" foi cunhada por Agostinho, grande teólogo da Igreja, que viveu entre 354 e 430 d.C., levando em conta o fato de que os escritos destes profetas são diminutos em relação aos dos Profetas Maiores. Assim, não têm qualquer relação com a importância destes profetas ou com sua espiritualidade. A designação deve-se ao pequeno volume dos seus respectivos livros em comparação aos dos Profetas Maiores, e não quanto à qualidade da inspiração divina.
Espiritualmente só Deus pode avaliar a importância que cada um de seus Profetas representa no Reino de Deus. Moisés exerceu um Ministério, no deserto, por 40 anos; escreveu, certamente, cinco Livros, totalizando 187 Capítulos. Isaías exerceu um Ministério Profético por cerca de sessenta anos; escreveu um Livro com 66 Capítulos. Todavia, João Batista exerceu um curtíssimo ministério, não deixou nada escrito, porém, o Senhor Jesus, disse: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista ...”(Mt 11: 11).
João Batista foi o único que viu o que todos os profetas desejaram ver: ele viu o Filho de Deus, encarnado. Não apenas viu, mas, tocou-o. Não apenas tocou-o, mas, batizou-o. João Batista foi escolhido por Deus para apresentar Seu Filho ao mundo - “... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”(João 1:29).
O nosso julgamento pessoal a respeito de um homem e a nossa avaliação sobre o trabalho desenvolvido por cada um, pode não corresponder ao pensamento e a avaliação feita por Deus. Só Deus pode mensurar a importância do nosso trabalho, para o Seu Reino. Portanto, não subestimemos os Profetas Menores.
3. Cânon e cenário dos Doze. Dentre os profetas, houve aqueles que escreveram as suas mensagens, os chamados profetas escritos. Dentre os profetas escritos, há aqueles cujos livros são bem volumosos, os chamados Profetas Maiores - quatro profetas compõem este grupo: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Os demais livros proféticos, cujos volumes são curtos, constituídos de doze livros, que leva o nome dos respectivos profetas, são considerados Profetas Menores. Estes dezesseis profetas exerceram seus Ministérios num período de cerca de 450 anos. Depois de cerca de 400 anos de silêncio profético, aparece João Batista, o último dos profetas do Antigo Testamento, que encerra a sucessão profética iniciada por Moisés e Arão, e recebe a nobre incumbência de preparar o povo para receber o Messias e, também, apresentá-lo à nação de Israel(Lc 16:16; Mc 1:2; João 1:31). Era o fim de uma Era e o início de outra para Israel e para todas as nações.
Afora os profetas escritores há, também, os considerados profetas “não canônicos”, também chamados de “Profetas Oradores” - são aqueles que profetizaram verbalmente e que não deixaram suas mensagens escritas. O primeiro que a Bíblia menciona é Enoque - “E destes profetizou também Enoque...” (Judas 14); dentre estes a Bíblia cita Abraão (Gn 20: 7), Natã, Gade, Elias, Elizeu, Micaias, etc.
O cânon judaico classifica os profetas do Antigo Testamento em Anteriores e Posteriores, sendo: a) Anteriores: Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Posteriores: Isaias, Jeremias, Ezequiel e os Doze. Portanto, no cânon hebraico do Velho Testamento, os doze profetas menores formam um livro, ou coleção de escritos sacros denominada “Os Doze”. Portanto, a classificação e o arranjo do cânon hebraico diferem sistematicamente do nosso.
Na versão grega da Septuaginta, a mesma coletânea tem como título “Os Doze Profetas”. Nos séculos que precedem o nascimento de Jesus Cristo, os judeus piedosos se alimentavam das gloriosas promessas messiânicas contidas no livro “Os Doze”. Assim, o Velho Testamento termina com “Os Doze” e sua refulgente esperança num Messias Todo-Poderoso.
Os doze livros que compõem os Profetas Menores variam em data entre os séculos 8 a 5 a.C., tendo alguns deles sido contemporâneos. O período abrangeu o domínio de três impérios mundiais: Assírio, Babilônico e Persa.
Na Bíblia Sagrada, os seis primeiros Profetas Menores não estão colocados em ordem cronológica. Sabemos que nove exerceram o Ministério Profético antes do Cativeiro. Três - Ageu, Zacarias e Malaquias -, profetizaram depois da volta do Cativeiro.
A seguir, um quadro-resumo dos propósitos, o período de atuação destes profetas e o rei contemporâneo.

PROFETA
SIGNIFICADO
ANO E REINADO
PROPÓSITO
OSÉIAS
Salvação
793-753 a.C.; reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias; rei do norte: Jeroboão.
Mostrar o amor de Deus por seu povo pecador.
JOEL
O Senhor é Deus
835-830 a.C.; Os reis não são mencionados no livro.
Prevenir Judá a respeito do iminente castigo do Deus como conseqüência de seus pecados e insistir pura que o povo se volte para o Senhor.
AMÓS
Carga
760-755 a.C.; rei de Judá: Uzias; rei do norte: Jeroboão II.
Anunciar o juízo de Deus sobre Israel, o Reino do Norte, por sua complacência, idolatria e opressão aos pobres.
OBADIAS
Servo de Jeová
Cerca de 585 a.C.; Não é mencionado rei algum.
Mostrar que Deus castiga aqueles que afligem o seu povo.
JONAS
pombo
760 a.C.; rei do norte:Jeroboão II.
Mostrar a extensão da graça de Deus — a mensagem da salvação é para toda a humanidade.
MIQUÉIAS
Quem é semelhante a Jeová?
735-710 a.C.; reis de Judá: Jotão, Acaz e Ezequias.
Prevenir o povo ele Deus de que o juízo está próximo e oferecer perdão a todos aqueles que se arrependerem.
Miquéias predisse com exatidão a queda de Israel e de Judá. Também profetizou a cidade onde o Messias iria nascer (Mq 5:2).
NAUM
consolo
Cerca de 630-620 a.C.; os reis de Judá e do norte não são mencionados.
Pronunciar o juízo de Deus sobre a Assíria e confortar Judá com esta verdade.
HABACUQUE
Abraço ardente
Cerca de 606 a.C.; rei de Judá: Jeoaquim.
Mostrar que Deus ainda está no controle do mundo, apesar do aparente triunfo do mal.
Adverte o povo que “o justo viverá pela fé” (Hc 2:4) e não pela razão ou entendimento humano.
SOFONIAS
O Senhor esconde
Cerca de 630 a.C.; rei de Judá: Josias.
Despertar o povo de Judá quanto à sua complacência e exortá-lo a retornarem para Deus.
Profetiza acerca do Juízo divino — “o Grande Dia do Senhor” (Sf 1:14), ou ainda “o Dia da Ira” (Sf 1:15).
AGEU
festivo
520 a.C.; primeiras décadas do pós-exílio.
Exortar o povo, o governador Zorobabel e o sumo-sacerdote Josué para a reconstrução do Templo, e priorizarem a obra de Deus nas suas vidas (Ag 2:18).
ZACARIAS
Jeová se lembrou
520-470 a.C.; período do pós-exílio.
Dar esperança ao povo de Deus, mediante a revelação da futura libertação que o Todo-Poderoso concederá através do Messias.
MALAQUIAS
mensageiro de Jeová
Cerca de 430-420 a.C.; período pós-exílio.
Confrontar o povo com seus pecados e restaurar seu relacionamento com Deus.


É altamente sugestivo que, após o longo silêncio do período intertestamentário, o Novo Testamento se abre com Jesus Cristo e a escolha dos Doze Apóstolos como pregoeiros da boa nova da Salvação. Esta relação histórica, entre as promessas dos Doze no fim do Velho Testamento, e a sua realização através da missão dos Doze no início do Novo Testamento, deve despertar no povo de Deus o afã de conhecer mais profundamente os escritos inspirados dos doze Profetas Menores, que ainda nos falam hoje. Os escritos destes Profetas são mensagens de justiça e esperança para hoje, para o homem do século vinte e um.

II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES

No Antigo Testamento, um profeta era alguém chamado por Deus para cumprir uma ou várias tarefas, especialmente a de entregar uma mensagem dEle. Tinha como objetivo tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante: Instrução, Correção e Advertência. Todos os profetas trataram do mesmo assunto: denunciaram a maldade dos maus, chamaram os pecadores ao arrependimento, anunciaram castigos e destruições, bênçãos e restaurações, e apontaram para a vinda do Messias. O desafio dos profetas como porta-vozes de Deus e interpretes da Lei era conscientizar o povo do compromisso assumido no Sinai, para que cada um pusesse em prática a justiça social. Esses mensageiros de Deus viveram num período de desmando e apostasia generalizada e receberam a incumbência de comunicar a vontade de Deus ao povo chamando-o ao arrependimento.
O povo de Deus, no Antigo Testamento, aprendeu a ouvir e crer nos profetas. O conselho era: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20). Este era o grande segredo: crer em Deus e nos seus profetas. Estes se tornaram tão importantes entre os judeus, que eram consultados pelo povo e pela classe dominante. Deus os considerava tanto que disse que não faria coisa alguma sem antes revelar aos seus servos, os profetas Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas(Am 3:7).
A mensagem deles não era apenas preditiva. Os profetas, inspirados por Deus, olharam para o futuro, mas também para os seus próprios dias. Eles denunciaram os pecados do povo quando esse se desviava dos caminhos do Senhor. A seguir, apresentamos o esboço de suas mensagens.
- OSÉIAS  e seus filhos eram literalmente a mensagem de Deus ao reino de Israel(reino do norte), o qual tratava a Palavra de Deus levianamente.
Oséias profetizou num tempo de prosperidade financeira e decadência espiritual de Israel. Depois do morte de Salomão, em 931 a.C., dez tribos cismáticas romperam com a dinastia de Davi e seguiram Jeroboão I, formando o Reino do Norte. Esse reino foi levado cativo pela Assíria em 722 a.C. Nesses 209 anos, eles tiveram dezenove reis e oito diferentes dinastias, e nenhum desses reis andou com Deus. Todos eles se desviaram à semelhança de Jeroboão I, que induziu o povo a adorar um bezerro de ouro em lugar de servir ao Deus vivo.
Embora o bezerro de Betel devesse em princípio representar o Senhor, o ídolo em si cada vez mais se tornava objeto de adoração. Isso abriu espaço para outras formas de idolatria, e as alianças feitas pelos reis de Israel com potências estrangeiras introduziram as idolatrias imorais da Síria e da Fenícia.
O caminho foi assim aberto para a grosseira e cruel adoração da natureza associada aos nomes de Baal e de Astarote, com todas as suas consequentes abominações, dentre as quais os sacrifícios de crianças e a licenciosidade revoltante.
Israel atribuiu aos baalins aquilo que são dádivas de Deus Jeová, o único que tem poder para gerar a fertilidade (Os 2:5,8.9). Oséias condenou seus sacrifícios, dizendo que eram fúteis, oferecidos a deuses errados, em lugares errados, por motivos errados (Os 4:19; 5:7). Rejeitou seus meios de revelação, considerando-os instrumentos inertes, incapazes de discernir a vontade de Deus (Os 4:12). Deplorou seus atos sexuais, misturas descaradas de sensualidade e magia (Os 4:13,14). Denunciou seus líderes - sacerdote, profeta e rei (Os 4:4,5; 5:1). Zombou de sua superficialidade - pessoas beijando bezerros (Os 13:2), adorando produtos de seus próprios artesãos (Os 8:6). Condenou finalmente sua selvageria - o sacrifício perverso de criancinhas (Os 5:2).
Foi nesse cenário de luxo e de lixo, de glória humana e opróbrio espiritual, de ascendência econômica e decadência moral, que Deus levantou Oséias para confrontar os pecados da nação e chamá-la ao arrependimento.
- JOEL profetiza acerca do juízo divino que viria sobre o povo de Israel, que foi identificado como sendo o cativeiro da Babilônia. Mas a mensagem de Joel também fala do futuro, menciona o derramamento do Espírito Santo e o "Dia do Senhor", o acerto de contas que Deus fará com a humanidade impiedosa (Joel 3). Em Joel, vemos a revelação de Deus como um Ser que quer viver em cada ser humano através do Seu Espírito, mas que, apesar de Seu grande amor, é também um Deus justo, que fará, a seu tempo, o juízo sobre os impenitentes.
- AMÓS denuncia as pessoas ricas de sua época, que de forma injusta, tomavam terras dos mais pobres, deixando-os não apenas sem abrigo, mas também sem condições de ter trabalho cotidiano.
A maioria do povo de Israel gozava de paz e prosperidade, mas oprimiam os pobres, a ponto de vendê-los como escravos. Amós denuncia com total franqueza esse pecado. Enfrentou os falsos lideres religiosos de sua época e não se deixou intimidar por sacerdotes ou reis. Continuou, corajosamente, a transmitir sua mensagem. Deus exige a verdade e a bondade, a justiça e a retidão de todas as pessoas e de todas as nações.
Muitas das circunstâncias existentes em Israel, na época de Amós, ainda estão presentes e são evidentes na sociedade atual. Precisamos da coragem de Amós para ignorar o perigo e nos posicionar contra o pecado.
- OBADIAS transmitiu a mensagem de Deus aos edomitas. Ele predisse que Deus destruiria Edom como castigo por ter se mantido indiferente enquanto a Babilônia invadia Judá. Por causa de sua indiferença em relação a Deus, por terem-no desafiado, e também pelo orgulho, covardia e traição aos seus irmãos de Judá, foram condenados e seriam destruídos.
Deus julgará e punirá com rigor a lodos os que maltratarem seu povo. Podemos confiar em sua vitória final. Ele é nosso Defensor e podemos ter a certeza de que Ele fará com que a verdadeira justiça prevaleça. Todos os que são orgulhosos um dia ficarão perplexos ao descobrirem que ninguém está isento da justiça divina.
- JONAS foi mandado a pregar aos ninivitas, e aquela geração se arrependeu. A mensagem divina de amor e perdão não se destinava apenas aos judeus. Deus ama a todos os povos do mundo. Os assírios não mereciam esse amor, mas Deus os poupou quando se arrependeram. Em sua misericórdia, Deus não rejeitou Jonas por ter fugido de sua missão. Ele tem grande amor, paciência e perdão. Deus ama cada um de nós, mesmo quando fracassamos.
- MIQUÉIAS clamou para que o ritualismo não fosse superior à obediência, e para que seu povo não pensasse que poderia manter os rituais e serem desobedientes a Deus. Miquéias pregou que o maior desejo de Deus não eram os sacrifícios oferecidos no Templo. O Senhor se agrada da fé que produz justiça, amor pelos semelhantes e obediência a Ele.
- NAUM profetizou a destruição do império Assírio e de consolo para o povo de Deus, sabendo que Ele é soberano e que preserva a justiça no mundo.
A Assíria era a nação mais poderosa na terra. Orgulhosa de sua auto-suficiência e poderio militar, saquearam, oprimiram e mataram suas vítimas. Cem anos antes, Jonas pregara nas ruas da grande cidade de Nínive; o povo ouvira a mensagem de Deus e convertera-se do mal. Porém, nas gerações seguinte, o mal reinava novamente, e o profeta Naum pronunciou o juízo sobre esta nação má. Nínive é chamada de cidade sanguinária (Naum 3:1) e cruel (3:19), e os assírios são julgados por sua arrogância (Naum 1:11), idolatria (1:14), assassinatos, mentiras, traições e injustiças sociais (Naum 3:1-19). Naum predisse que esta nação orgulhosa e poderosa seria totalmente destruída por causa dos seus pecados. O fim veio em 50 anos.
Qualquer pessoa que permaneça arrogante e resista a autoridade de Deus enfrentará sua ira. Nenhum governante ou nação escapará impunemente por rejeitá-lo. Nenhum individuo poderá se esconder de seu juízo. Contudo, aqueles que sempre confiarem no Senhor estarão seguros para sempre.
- HABACUQUE viu um mundo agonizante, e isto partiu seu coração. Por que existe o mal no mundo? Por que os ímpios parecem ser vitoriosos? O profeta, com grande confiança e coragem, levou suas reclamações diretamente a Deus. Habacuque declara que esperará para ouvir as respostas de Deus às suas reclamações. E o Senhor lhe respondeu com uma avalanche de provas e predições. O Senhor começa a falar e diz ao profeta que escreva sua resposta claramente para que todos tomem conhecimento e compreendam. Pode transparecer, Deus diz, que os ímpios triunfam, mas no final serão julgados, e a justiça prevalecerá. O juízo pode não surgir rapidamente, mas virá. As respostas de Deus preenchem o capitulo 2 de Habacuque. Com perguntas respondidas e uma nova compreensão do poder e do amor de Deus, ele se regozija em quem Deus é e naquilo que Ele fará - "Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas" (Hc 3:18,19).
O exemplo de Habacuque deve nos encorajar quando lutamos para passar da dúvida para a fé. Não devemos ter medo de formular nossas perguntas a Deus. O problema não está no Senhor ou em seus caminhos, mas em nossa limitada compreensão a seu respeito. Ele quer que venhamos à sua presença com nossas lutas e dúvidas, porém, suas respostas podem não ser o que esperamos.  Ele é a nossa força e o nosso refúgio. Podemos ter a confiança de que o Senhor nos amará e guardará para sempre  a comunhão que desfrutamos com Ele. Vivemos por meio de nossa confiança nEle, não pelos benefícios, felicidade ou sucesso que possamos experimentar nesta vida. Nossa esperança vem do Senhor.
- SOFONIAS advertiu o povo de Judá e disse-lhe que caso se recusasse a se arrepender, a nação inteira, inclusive a amada cidade de Jerusalém, seria destruída (ler Sf 1:3,14-16). O povo sabia que no final Deus o abençoaria, mas Sofonias deixou claro que primeiramente haveria juízo e, mediante o arrependimento, depois viria a bênção (ler Sf 3:14,15). Este julgamento não seria meramente o castigo pelo pecado, mas também um meio de purificar o povo. Embora vivamos em um mundo decaído e cercado pelo mal, podemos aguardar com esperança a vinda do Reino de Deus, e devemos permitir que qualquer castigo que nos sobrevenha no presente sirva para nos purificar de nossas transgressões.
-AGEU reanima o povo a reconstruir o templo e a não enveredar pelo perigosíssimo caminho do indiferentismo e do formalismo religioso.
Deus concedeu aos judeus a missão de reconstruírem o Templo em Jerusalém, quando retornaram do cativeiro. Após 15 anos, ainda não haviam concluído a obra. Estavam mais preocupados em construir suas próprias casas do que fazer a obra de Deus. Ageu os advertiu a ordenarem suas prioridades corretamente. É fácil tomar outras prioridades mais importantes do que fazer a obra de Deus. Mas o Senhor quer que prossigamos até o final sem fraquejar, e que cooperemos na construção de seu Reino. Não pare e nem dê desculpas. Coloque o seu coração naquilo que é correto, e faça-o. Ordene corretamente as suas prioridades.
- SACARIAS, como Ageu, encorajou o povo a concluir a reconstrução do Templo, mas sua mensagem foi muito além daqueles muros físicos e das questões daquela época. Suas visões descreveram o juízo dos inimigos de Israel, as bênçãos preparadas para Jerusalém e a necessidade de o povo de Deus permanecer puro - evitando a hipocrisia, a superficialidade e o pecado. As visões de Zacarias proveram esperança ao povo. Com uma espetacular imagem apocalíptica e os detalhes que mencionou, ele falou a respeito do Messias, aquele a quem Deus enviaria para salvar o seu povo e reinar sobre toda a terra.
Zacarias é um dos mais importantes livros proféticos, o qual registra referências messiânicas detalhadas que foram claramente cumpridas na vida de Jesus Cristo. A reconstrução do Templo, ele diz, foi apenas o primeiro ato no drama dos tempos do fim e a introdução da era messiânica. Zacarias proclamou uma mensagem comovente de esperança para estes ex-exilados — seu Rei chegaria logo. O Messias veio como um servo para morrer por nós. Ele voltará como um Rei vitorioso e governará o mundo todo em paz. Submeta-se à sua liderança agora, a fim de que você esteja pronto para o retorno triunfante do Rei Jesus.
- MALAQUIAS denuncia o grande problema que surgira no meio do povo de Deus depois do cativeiro da Babilônia. Curado da idolatria, cujo remédio fora o cativeiro(cfr. 2Cr 36:14-16), Israel passa a sofrer de um mal bastante perigoso: o indiferentismo, ou seja, a insensibilidade para com as coisas de Deus. Malaquias, então, censurou o povo e os sacerdotes por negligenciarem a adoração a Deus e por falharem em viver de acordo com a vontade do Senhor. Tão mau ou pior do que adorar a outros deuses, é não dar a Deus o devido louvor e adoração, é achar que as coisas de Deus são comuns e não devem ser tratadas com prioridade e dedicação.
Além disso, os sacerdotes eram corruptos; como podiam liderar a religião? Tornaram-se pedras de tropeço ao invés de lideres espirituais. Os homens divorciavam-se de suas esposas e casavam-se com mulheres pagãs; como poderiam ter filhos tementes ao Senhor? Seu relacionamento com Deus tornara-se irrelevante.
Estes males que afligiam o povo de Israel nos dias de Malaquias são, também, os que acometem a Igreja do Senhor. Assim como nos últimos dias antes do silêncio de Deus na antiga aliança - o povo estava despercebido e tratava as coisas do Senhor com desdém -, também, nos últimos dias de nossa dispensação, antes do terrível silêncio da grande tribulação, muitos estarão insensíveis ao Senhor e à Sua obra.
Portanto, os Profetas Menores impactaram o mundo com suas mensagens. Seus discursos atravessaram os séculos e ainda hoje instrui as nações. Eles são reconhecidos até os dias atuais por judeus e cristãos. O próprio Senhor Jesus e seus apóstolos admitiram a autoridade deles (Mt 5:17,18; 2Pe 1:19-21). Os “Profetas Menores” contribuíram sobremaneira para a formação moral e ética dos períodos que se seguiram e exerceram grande influência entre todos os povos da terra, até o dia de hoje. Eles nos mostram que o povo de Israel (e nós também) precisava se arrepender de seus pecados, para finalmente, serem aceitos por Deus.

III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS

Os profetas do Antigo Testamento eram homens de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Eram considerados o "porta-voz" de Deus (Êx 7:1; 4:10-16). Eram pessoas que falavam em nome do Senhor: "Serás como a minha boca" (Jr 15:19). Deus escolheu, preparou e inspirou seus servos, os profetas, para admoestar seu povo. Eles se utilizavam de métodos variados para ensinar (cf Os 12:10; Hb 1:1). Eram educadores ungidos pelo Senhor para ensinar o povo a viver em santidade, tornando-lhe conhecida sua revelação e desvendando-lhe as coisas futuras (Nm 12:6; 1Rs 19:16; Jr 18:18).
Eles não hesitavam em enfrentar reis desobedientes, governadores, sacerdotes ou qualquer tipo de liderança que não seguisse a Palavra de Deus (1Rs 18:18). Tinham, ainda, como missão: lutar contra a idolatria, zelar pela pureza religiosa, justiça social e fidelidade a Deus. Suas mensagens deveriam ser recebidas integralmente por toda a nação como palavra de Deus (cf 2Cr 20:20).
Além de instruir o povo de Israel, os profetas do Antigo Testamento, também, vaticinaram a vinda do Profeta por Excelência, Jesus Cristo, o Messias prometido. O apóstolo Pedro assim se expressou: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer”(At 3:18). A obra Redentora de Cristo Jesus pode ser encontrada, tipológica e profeticamente, na Lei de Moisés e nos Profetas: "E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias"(Atos 3:24).
Pedro enfatiza que as Escrituras são provenientes de Deus, e não de seres humanos; são divinamente inspiradas. Os escritores bíblicos não redigiram uma combinação de suas próprias ideias; o texto resultante não é proveniente de imaginação, discernimento ou especulação humana.  O apóstolo Pedro, em sua Segunda Epístola assim afirmou: “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo(2Pe 1:21).
Na verdade, homens santos de Deus falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Apesar de não compreendermos plenamente como se deu o processo, Deus dirigiu cada palavra que esses homens escreveram. Ao mesmo tempo, contudo, Deus não destruiu a individualidade ou o estilo dos escritores. Em tempos como os nossos, nos quais tantas pessoas negam a autoridade das Escrituras, é importante termos convicção da inspiração verbal, plenária e inerrante das Escrituras Sagradas.
A inspiração verbal indica que as palavras redigidas por pelo menos quarenta escritores humanos foram inspiradas por Deus(cf 1Co 2:13). Deus não deu um esboço geral ou algumas ideias básicas e depois permitiu que os escritores as expressassem como lhes parecesse melhor. As próprias palavras que usaram foram dadas pelo Espírito Santo.
A inspiração plenária indica que a Bíblia toda foi igualmente inspirada por Deus, desde Gênesis até Apocalipse. É a palavra de Deus (cf 2Tm 3:16).
Dizemos também que a Bíblia é inerrante, porque não contém absolutamente nenhum erro no original, não apenas no tocante à doutrina, mas também à história, ciência, cronologia e todas as outras áreas.
Portanto, o profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo Espírito Santo (Ez 37:1,4). Pelo fato do Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do Antigo Testamento possuía estas três características, conforme Bíblia de Estudo Pentecostal:
1)      Conhecimentos divinamente revelados. O profeta recebia conhecimento da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito principal de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu Concerto. A característica distintiva da profecia, no Antigo Testamento, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer (exemplos: Ez caps. 37-39; Dn cap.12).
2)      Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
3)      Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidade cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
Os sacerdotes, juizes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar definitivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influencia na historia da redenção.

CONCLUSÃO


Diante do exposto, os “Profetas Menores”, como parte integrante das Escrituras inspiradas, não devem ficar em segundo plano. Estudá-los é um dever dos cristãos que desejam ter suas vidas alinhadas com a vontade de Deus no que tange à vida pessoal e às práticas diárias.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.

A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.

Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.

Os Profetas Menores -  Dr. Caramuru Afonso Francisco.