segunda-feira, 6 de julho de 2015

Aula 02 – O EVANGELHO DA GRAÇA


3º Trimestre/2015

Texto Base: 1Timoteo 1:3-10

 

 “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24).

 

INTRODUÇÃO

A graça de Deus traduz a bondade do Senhor e o seu desejo de favorecer o homem, de ser misericordioso com o ser humano, ainda que o homem não mereça esta benevolência divina, vez que pecou e se rebelou contra o seu Criador. Entretanto, apesar do pecado, Deus mostra seu amor em relação ao homem, por intermédio da sua graça. Assim, sem que o homem mereça coisa alguma, Deus providenciou um meio pelo qual o homem pudesse retornar a conviver com o Senhor. Quando ainda éramos pecadores, enviou seu Filho para que morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça divina. Em seguida, a todos quantos crerem na obra do Filho, Deus permite que venha a novamente ter comunhão com Ele, ainda que imerecidamente. Como diz o apóstolo aos efésios, “...pela graça sois alvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”(Ef 1:8). É este favor imerecido que consiste na Graça de Deus.

I. AS FALSAS DOUTRINAS CORROMPEM O EVANGELHO DA GRAÇA

1. O evangelho da graça. É o evangelho libertador que Cristo trouxe ao mundo, por mercê de Deus, independentemente das obras humanas (Ef 2:8,9). Paulo se referiu a esse evangelho da graça de maneira muito eloquente em Atos 20:24 – “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. Nenhum título poderia expressar de maneira mais apropriada o evangelho que Paulo pregava do que “o evangelho da graça de Deus”. Esta é a mensagem que toca profundamente e trata do favor de Deus concedido aos pecadores culpados e ímpios que não mereciam outra coisa senão a eternidade no inferno. Este evangelho da graça conta como o Filho do amor de Deus se despiu da glória suprema do Céu para sofrer, derramar seu sangue e morrer no Calvário a fim de oferecer o perdão dos pecados e a vida eterna a todos os que creem nele. A grande paixão de Paulo era testemunhar este evangelho da graça de Deus. A pregação enchia o peito de entusiasmo deste bandeirante da fé cristã. Ele sabia que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Sabia que a mensagem do evangelho de Cristo é a única porta aberta por Deus para a salvação do pecador.

2. As falsas doutrinas (1Tm 1:3,4). Uma falsa doutrina pode ser a negação de uma verdade da fé cristã ou mesmo uma adição a ela. A igreja de Éfeso estava ameaçada por falsas doutrinas e corria sérios riscos em virtude da infiltração de perigosas heresias. A sã doutrina é absoluta e não admite que outro evangelho seja pregado. Nada é mais nocivo para a saúde espiritual da igreja do que as falsas doutrinas. Ninguém é mais perigoso para a igreja do que os falsos mestres. Por isso, Paulo foi enfático: “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina, nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora”.

 ...para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina”. Que doutrina seria essa que se infiltrava por intermédio de certas pessoas? O texto deixa claro que havia um pano de fundo judaico, pois Paulo menciona “fábulas e genealogias sem fim” (1:4) e acrescenta que esses falsos mestres pretendiam passar por “mestres da lei” (1Tm 1:7). Mas há fortes indícios de que Paulo também se referisse a uma heresia de cunho gnóstico, pois o texto menciona a “vãs contendas” (1Tm 1:6) e “o abandono da fé e da boa consciência” (1Tm 1:19).

O gnosticismo era na verdade uma mistura de elementos do judaísmo com a filosofia grega. O resultado dessa mistura produziu uma das mais avassaladoras heresias que atingiu a igreja no século II. Tal heresia, pelo menos de forma embrionária, foi combatida vigorosamente na Epístola de Paulo aos Colossenses. O problema do gnosticismo não era apenas intelectual, mas também ético. O movimento desembocou em duas posturas perigosas: (a) o ascetismo: se a matéria é má, o corpo também o é. Logo, o corpo deve ser subjugado, desprezado e oprimido. Os gnósticos criaram então leis austeras proibindo alimentos e até mesmo o casamento (1Tm 4:3); (b) a licenciosidade: se o corpo é mau, diziam os gnósticos, o que fazemos com ele não importa; o que importa é o espírito. Assim, é permitido que o homem sacie todos os seus impulsos e apetites. Desta forma, o gnosticismo desembocou na imoralidade (2Tm 3:6; Tt 1:16).

3. O “fim do mandamento” – “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1:5 - ARC).

Neste versículo, “mandamento” (ARC) não se refere à lei de Moisés nem aos Dez Mandamentos, mas à maneira de combater a falsa doutrina, referida nos versículos 3 e 4. Isso é claramente enfatizada na tradução Corrigida e Fiel: “Ora, o fim do mandamento é o amor...”. A tradução da Almeida Revista e Atualizada, também, nos dá uma visão bastante compreensível deste versículo: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1Tm 1:5 - ARA). Paulo diz que o alvo da missão que acaba de dar a Timóteo não é apenas produzir ortodoxia, mas “o amor que procede de um coração puro, e de uma boa consciência, e de fé não fingida” (Corrigida e Fiel –CF). Essas coisas sempre se evidenciam quando o evangelho da graça de Deus é pregado.

O amor, sem dúvida, inclui o amor para com Deus, para com os cristãos e para com o mundo em geral. Deve brotar de um coração puro. Se a vida interior é impura, dificilmente o verdadeiro amor cristão fluirá dela. Esse amor pode também ser o fruto da boa consciência, que é a consciência totalmente livre da ofensa a Deus e ao homem. Finalmente, esse amor deve ser resultado da fé sem hipocrisia (fé sincera), que é a fé sem máscaras.

Os falsos ensinamentos nunca poderiam produzir essas coisas que Paulo enumera e, certamente, nunca seriam resultado de fábulas e genealogias intermináveis! É o ensinamento da graça de Deus que produz um “coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” e que, portanto, resulta no amor.

Observe a sequência de resultados neste texto: coração, consciência, fé e amor. Hendriksen diz “que, quando um pecador é levado a Cristo, o primeiro a ser regenerado é o coração. O resultado é que a consciência do homem começa a importuná-lo de tal modo que, dominado pela convicção, ele sente-se feliz em abraçar o Redentor por meio de uma fé viva e consciente. Daí ser plenamente natural a sequência: coração, consciência, fé. Além do mais, é claramente evidente por que o apóstolo declara que esses três – e nesta ordem – dão origem ao amor. Quando o Deus de amor implanta sua nova vida no coração do homem, este chega de forma natural a ter um coração amoroso. Uma consciência isenta de culpa e obediente aos mandamentos de Deus começará aprovar somente aqueles pensamentos, palavras e ações, que estejam em harmonia com o propósito único que resume a lei, a saber: o amor. Uma fé genuína, que abraça a Cristo e todos os seus benefícios, dará como resultado o amor genuíno para com o benfeitor e para com todos os que se acham incluídos em seu amor. Por isso, Paulo fala de “um amor (que procede) de um coração puro, uma sã consciência e uma fé sem hipocrisia”” (William Hendriksen.1 2 Timoteo e Tito. p.81).

4. A finalidade da Lei.Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina” (1Tm 1:9,10).

Uma das maiores finalidades da lei é levar os pecadores ao ponto em que eles se sintam completamente quebrantados sob o peso esmagador de seus pecados. A finalidade da lei é revelar o pecador, e não tirá-lo. Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, “a lei é como uma lanterna: mostra o obstáculo no caminho, mas não tira o obstáculo. É como uma tomografia computadorizada: mostra o tumor interno, mas não o remove. É como o prumo de um construtor civil: mostra a sinuosidade da parede, mas não a corrige. É como um espelho que revela a sujeira do nosso rosto, mas não a elimina” (Rm 3:20; Gl 3:24).

O homem justo não precisa da lei. Essa é a verdade do cristão. Quando ele é salvo pela graça de Deus, não precisa ser colocado sob a lei para viver uma vida santa. Não é o temor da punição que faz o cristão viver de maneira santificada, mas o amor pelo Salvador que morreu no Calvário.

O apóstolo Paulo descreve o tipo de pessoa para quem a lei foi concedida. Muitos comentaristas bíblicos ressaltam que há íntima ligação entre essa descrição e os Dez Mandamentos. Paulo traz aqui um catálogo com quinze pecados terríveis semelhantes aos mencionados em Romanos 1:24-32, Gálatas 5:19-21 e 2Timóteo 3:1-9. Essa lista é um desdobramento das proibições divinas contidas nas tábuas da lei. Os Dez Mandamentos estão divididos em duas seções: os quatro primeiros se referem ao dever do homem em relação a Deus (santidade), enquanto os outros seis dizem respeito ao seu dever em relação ao próximo (justiça).

II. A GRAÇA SUPERABUNDOU COM A FÉ E O AMOR

Paulo combate os falsos mestres que entravam sorrateiramente nas igrejas, ressaltando seu chamado para o apostolado. Os falsos mestres falavam de sua própria parte, mas Paulo ensinava da parte de Deus. Eles eram falsos obreiros; Paulo era o ministro autorizado de Deus. Destacamos aqui alguns pontos com relação ao chamado de Paulo:

1. Gratidão a Deus – “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério” (1Tm 1:12- ARA). Paulo dá graças não por aquilo que ele fez para Jesus, mas por aquilo que Jesus fez por ele. Paulo menciona aqui três bênçãos e por elas dá graças: (a) o Senhor o fortaleceu; (b) o Senhor o considerou fiel; (c) o Senhor o designou para o ministério. Paulo reconhece que “[...] a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo” (1Tm 1:14).

2. O testemunho da conversão – “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus” (1Tm 1:13,14).

Paulo faz uma digressão para registrar seu passado inglório como implacável perseguidor da igreja. Aqui, Paulo usa três palavras para descrever a si mesmo nesse período de incredulidade. A primeira palavra é “blasfemo”. Ele falava mal dos cristãos e de seu Senhor, Jesus Cristo. A segunda palavra é “perseguidor”. Ele prendeu os cristãos, açoitou-os, forçou-os a blasfemar e deu voto para mata-los ao perceber que a religião do Caminho era uma ameaça ao judaísmo (cf. At 8:3; 9:1; 9:21; 22:4; 26:9,10,11,14). A terceira palavra é “insolente”. Para levar a cabo seu plano opressor, ele sentia um prazer mórbido em afligir de forma violenta os cristãos. Como blasfemo, afligiu os cristãos apenas com palavras insultuosas. Como perseguidor, infligiu sofrimento físico. Como insolente, atacou os cristãos com crueldade e abuso.

Para com esse homem bárbaro a graça de Deus superabundou (1Tm 1:14). Ele foi plenamente alcançado pela misericórdia. A graça transbordou sobre ele como um rio numa enchente: que não pode ser detido, que extravasa pelas margens e carrega tudo o que vê pela frente, que nada existe que lhe possa resistir. Mas o que o rio da graça trouxe consigo, entretanto, não foi uma devastação; foram bênçãos.

3. Humildade – “Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15).

O Espírito Santo leva Paulo a uma posição em que ele admite ser o principal dos pecadores, ou como alguns traduzem: “o principal entre os pecadores”. Se ele não era o líder dos pecadores, certamente estava na primeira fila. Perceba que o título “principal entre os pecadores” não é dado a um homem imerso na idolatria ou na imoralidade, mas a um homem profundamente religioso, criado em um lar judeu ortodoxo. O pecado dele era doutrinal; não aceitou a palavra de Deus em relação à pessoa e à obra do Senhor Jesus Cristo. A rejeição do Filho de Deus é o maior dos pecados.

Deve-se notar também que ele diz: “dos quais eu sou o principal” – não “era”, mas sou. Os homens mais santificados são normalmente os mais conscientes dos próprios pecados. Em 1Corintios 15:9, Paulo se autodenomina “o menor dos apóstolos”. Em Efésios 3:8, ele se intitula “o mínimo de todos os santos”. Agora em 1Timóteo 1:15, ele se denomina “o principal” dos “pecadores”. Aqui temos uma síntese do progresso de Paulo na humildade cristã.

III. UM CONVITE A COMBATER O BOM COMBATE (1Tm 1:18-20)

Paulo tratou até aqui sobre os falsos mestres que pregavam um falso evangelho; falou sobre sua conversão e seu apostolado para proclamar o verdadeiro evangelho. Agora cabe a Timóteo realizar o ministério. Timóteo permaneceu em Éfeso para pastorear a igreja e combater os falsos mestres.

Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem”.

1. O bom combate. “Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate” (1:18). O dever mencionado neste versículo é, sem dúvida, a missão que Paulo confiou a Timóteo nos versículos 3 e 4: repreender os falsos mestres.

A vida cristã é um combate, uma guerra sem trégua, uma luta sem pausa. Não podemos, porém, entrar nessa peleja trajando armas carnais. Precisamos usar armas poderosas em Deus para anular sofismas e destruir fortalezas. As armas de combate na luta contra a heresia são a fé e a boa consciência. Quem não sabe preservar o que lhe foi confiado também não é capaz de conquistar algo novo. Quem não preserva a boa consciência é como um capitão que solta o leme do navio, passando a vagar sem rumo pelas ondas até que o navio se despedace em rochedos.

2. O combate às falsas doutrinas exige cautela – “mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1:19).

Neste combate, Timóteo deveria conservar a fé e a boa consciência. Não é suficiente ser diligente na doutrina da fé cristã. Pode-se ser muito ortodoxo e ainda não ter boa consciência.

A fé e a boa consciência são como uma armadura para os cristãos. Elas nos impedem de ceder às tentações e de cair em caminhos espiritualmente e moralmente enfraquecedores. Rejeitar a fé e recusar-se a ouvir a própria consciência resultará em um naufrágio na fé. Esta ação deliberada reflete heresia, e não apenas um retrocesso. Conforme diz Calvino, a má consciência é a mãe de todas as heresias. Alguns contemporâneos de Paulo abriram mão da boa consciência e naufragaram na fé. Geralmente são comparados ao todo navegador que joga a bússola fora.

Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, “a consciência é a intuição moral do homem, seu ser moral no ato de julgar seu próprio estado, suas emoções e pensamentos, e também suas palavras e ações, sejam estas passadas, presentes ou futuras. Ela é positiva ou negativa: aprova e condena (Rm 2:14,15). A boa consciência é a voz interior do homem no ato de repetir a voz de Deus, seu juízo pessoal que apoia o juízo de Deus, seu espírito que dá testemunho juntamente com o Espírito de Deus. O aspecto positivo de uma boa consciência é a fé, porque uma boa consciência não somente aborrece o mal, mas também adota o que é certo. Por isso, essa fé é verdadeira e genuína” (Hernandes Dias Lopes. 1Timoteo. p.40/41).

3. A rejeição da fé e suas consequências – “E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem” (1Tm 1:20).

Quem rejeita a fé e a boa consciência cristã colhe os resultados de sua má escolha. O resultado é o “naufrágio na fé” (1Tm 1:19). Paulo toma como exemplo Himeneu e Alexandre. Aparentemente, estes dois homens tinham sido membros da igreja (porque Paulo os tinha expulsado da igreja). Não sabemos quem foi Alexandre – ele pode ter sido um colega de Himeneu, ou o latoeiro mencionado em 2Timóteo 4:14 que magoou Paulo. Mas ele não é o Alexandre mencionado na revolta em Éfeso (At 19:33). O erro de Himeneu está explicado em 2Timóteo 2:17,18. Ele enfraquecia a fé das pessoas, ensinando que a ressurreição dos mortos já tinha ocorrido. Estes dois apóstatas estavam à frente do movimento herético, surgido no seio da igreja de Éfeso, com o objetivo de promover dissensão e divisão naquela igreja. 

A expressão “entreguei a Satanás” significa que Paulo removeu estes dois homens da comunhão da igreja e os devolveu ao mundo – o domínio de Satanás. Paulo fez isto para que eles pudessem ver o seu erro e se arrependessem. O objetivo final desta punição era a correção, para que estes homens “aprendessem a não blasfemar” contra Deus.

Uma das marcas da igreja verdadeira é o uso correto da disciplina. O juízo precisa começar pela Casa de Deus. Se a igreja não julgar a si mesma, será condenada com o mundo. Mas, quando julga a si mesma, é disciplinada pelo Senhor.

A igreja em nossos dias mostra-se frequentemente frouxa quando se trata de disciplinar os cristãos que pecam deliberadamente. A desobediência deliberada deve receber uma resposta rápida e firme, para evitar que toda a congregação seja afetada. Mas a disciplina deve ser ministrada de uma maneira que vise trazer o transgressor de volta a Cristo e ao abraço amoroso da igreja.

A definição de disciplina inclui as seguintes palavras: fortalecimento, purificação, treinamento, correção e aperfeiçoamento. Condenação, retenção de perdão ou exílio permanente não devem fazer parte da disciplina de uma igreja. A pessoa disciplinada deve ser salva da perdição definitiva e reconduzida à vida cristã saudável.

CONCLUSÃO

“O cristianismo não nasceu em “berço esplêndido” de condições favoráveis à sua expansão pelo mundo. Pelo contrário. Nasceu debaixo de perseguição e confronto com heresias e ensinos desvirtuados. Na consolidação de igrejas abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que oferecer resistência e ação decidida contra os “lobos vorazes” que haveriam de surgir, até mesmo no seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. Com a graça de Deus e o apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo fez frente aos falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado e desenvolvido em muitas igrejas. Na primeira epístola a Timóteo, Paulo designou o jovem obreiro para pastorear a igreja em Éfeso, para conter a maré de heresias diversas, dentre as quais o gnosticismo e o judaísmo. Nos dias atuais, há muitas heresias infiltrando-se nas igrejas, ou surgindo no seio delas. Os líderes do povo de Deus precisam agir com sabedoria, graça e firmeza contra essas ameaças reais” (Elinaldo Renovato de Lima. As ordenanças de cristo nas cartas pastorais. CPAD).

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

1 Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Aula 01 – UMA MENSAGEM À IGREJA LOCAL E À LIDERANÇA


3º Trimestre/2015


Texto Base:1Tm 1:1,2; Tito 1: 1-4

 
“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1Tm 4:12).

 

INTRODUÇÃO

Mais um trimestre se inicia. Estudaremos agora sobre as Epístolas Pastorais: 1º e 2º Timóteo e Tito. Estas Epístolas são as últimas que o apóstolo Paulo escreveu. Elas foram destinadas, originalmente, aos seus amigos e cooperadores Timóteo, que mandara pastorear a igreja em Éfeso (1Tm 1:3) e Tito, em Creta (Tt 1:5). A função primordial delas foi orientar estes obreiros no exercício das funções que lhes foram confiadas como pastores cristãos.

O problema comum entre as igrejas de Éfeso e Creta era as falsas doutrinas. Surgiram falsos mestres ensinando uma mistura de doutrinas e práticas judaicas e pagãs: proibição do casamento, abstinência de alimentos (1Tm 4:3); alguns afirmavam que a ressurreição dos mortos já havia ocorrido (2Tm 2:18). Havia, ainda, muitas contendas e discussões nas igrejas (Tt 3:9-11). Para combater estas e outras falsas doutrinas, Paulo recomenda a nomeação de oficiais qualificados, em cada igreja (1Tm 3:1-13, Tt 1:5-9).

Enfim, o conteúdo destas Epístolas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida da igreja. Esses conselhos são atemporais e gerais, por isso devem ser seguidos pela igreja hodierna (1Tm 3:14,15).

I. AS EPÍSTOLAS PASTORAIS

1. Datas em que foram escritas.

a) 1º Timóteo. Quase todos os conservadores concordam que 1Timóteo é a primeira Carta pastoral escrita, seguida de Tito e de 2Timóteo pouco antes da morte de Paulo. Indica-se uma data entre 64 e 67 d.C., com base na informação de que Paulo foi liberado da prisão domiciliar no ano 61 d.C, o que possibilitou suas viagens. A Epístola foi provavelmente escrita na Grécia.

b) 2º Timóteo. Esta epístola foi escrita por ocasião de sua 2ª prisão em Roma. Como cidadão romano, Paulo não poderia ser lançado aos leões nem crucificado, mas "honrosamente" decapitado com uma espada. Uma vez que ele foi morto quando Nero era imperador, falecido em 8 de junho do ano 68 d.C, é provável que a redação de 2Tímóteo tenha ocorrido entre o outono de 67 e a primavera de 68.

c) Tito. Devido à semelhança dos temas e da linguagem, os conservadores creem que Tito foi escrito por volta do mesmo período ou um pouco depois de 1Timóteo. De qualquer modo, o livro foi escrito entre 1 e 2Timóteo, e não depois de 2Timóteo. Embora seja impossível fixar uma data exata, é provável que tenha sido entre 64 e 66 d.C. O lugar possível de origem é a Macedônia.

2. Conteúdo. O conteúdo de cada epístola pode ser resumido da seguinte maneira:

a) 1Timóteo. Nesta Epístola, Paulo transmite cuidados específicos que Timóteo deve proceder na Igreja de Éfeso. Um dos cuidados principais é que Timóteo lute com denodo pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do Evangelho (1Tm 1:3-7; 4:1-8; 6:3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja. Entre outras coisas, Paulo ensina a Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (1Tm 2:15; 5:2), as viúvas (1Tm 5:3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (1Tm 5:1), os presbíteros (1Tm 5:17-25), os escravos (1Tm 6:1,2), os falsos mestres (1Tm 6:3-6) e os ricos (1Tm 6:7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (1Tm 1:18-20; 3:14-16; 4:11-16; 5:21-25; 6:20-21). Neta Epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja.

b) 2Timóteo. É a Epístola de despedida de Paulo. No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na fidelidade ao Evangelho, a guardar com diligencia a verdade e a seguir o seu exemplo.

No capitulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2Tm 2:2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2Tm 2:3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a Palavra da verdade (2Tm 2:15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2Tm 2:18-21), a manter-se puro (2Tm 2:22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2:23-26).

No capítulo 3, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (2Tm 3:1-9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (2Tm 3:10-17).

No capítulo 4, Paulo incumbe Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4:1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm 4:6-21).

c) Tito. A carta de Paulo a Tito trata de vários temas fundamentais para a igreja. Dentre elas destacamos:

a) A organização das igrejas (Tt 1:5). Muitas coisas estavam fora de lugar nas igrejas de Creta. Tito foi deixado lá para colocá-las em ordem. Essas coisas incluíam o ensino da sã doutrina, a aplicação da disciplina, o combate aos falsos mestres e a instrução da sã doutrina aos crentes.

b) A liderança das igrejas (Tt 1:5-9). Paulo tinha uma solene preocupação com o governo da igreja. Uma igreja bíblica precisa ter líderes sãos na fé e na conduta. Paulo deixa claro que o objetivo supremo do governo da igreja é a preservação da verdade revelada.

c) O combate aos falsos mestres e às falsas doutrinas (Tt 1:10-16). A liderança da igreja precisa vigiar para que os lobos que estão do lado de fora não entrem; nem os lobos vestidos de peles de ovelha, disfarçados dentro da igreja, arrastem após si os discípulos (At 20:29-31).

d) O ensino da sã doutrina (Tt 2:1). A igreja não deveria ficar apenas na defensiva, combatendo os falsos mestres, mas deveria, sobretudo, engajar-se no ensino da sã doutrina.

e) A promoção da ética cristã (Tt  2:2-10). Paulo dá orientações claras para os líderes e para os liderados. As prescrições apostólicas contemplam os idosos, os recém-casados, os jovens e os servos. Não é suficiente ter doutrina sã, é preciso também ter vida santa. A doutrina sempre deve converter-se em vida. Quanto mais conhecemos a verdade, tanto mais deveríamos viver em santidade.

f) A prática das boas obras (Tt 2:11-14; 3:8,14). Não somos salvos pelas boas obras, mas demonstramos nossa salvação por meio delas. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca vem só; ela é acompanhada das boas obras. A fé é a causa; as boas obras são o resultado da salvação. As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nos acompanham para o céu (Ap 14:13).

g) A submissão às autoridades (Tt 3:1-11). A igreja de Deus é um lugar de ordem, e não de anarquia; de obediência, e não de insubmissão. Insurgir-se contra as autoridades instituídas por Deus é desafiar o próprio Deus que as instituiu. Assim, a fonte da autoridade não está nela mesma, mas em Deus.

II. PROPÓSITO E MENSAGEM

As Epístolas pastorais remetidas a Timóteo e Tito têm o propósito precípuo de orientar esses dois ministros a lidarem corretamente com as diferentes demandas da vida eclesiástica. Aqui, destacamos dois itens comuns importantes:

1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Veja este texto remetido a Timóteo: “[...] Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4:16). Perceba a ordem. Timóteo é primeiro aconselhado a cuidar de si mesmo e, então, da doutrina. Isso enfatiza a importância da vida pessoal para qualquer servo de Cristo. Se sua vida é torta, por mais ortodoxa que seja a doutrina, ela é inútil.

Paulo escreveu que pela leitura, exortação e ensino Timóteo salvaria tanto a si mesmo como os seus ouvintes. A palavra salvar não se refere à salvação da alma. O capítulo 4 começa com a descrição dos falsos mestres que causavam dano ao povo de Deus. Paulo conta a Timóteo que, se ele aderir fielmente à apalavra de Deus e a uma vida de piedade, se salvará dos falsos ensinamentos e também poupará seus ouvintes.

2. Combater as heresias. Uma heresia é uma negação da verdade ou uma distorção dela. Na época de Paulo, havia diversas heresias, que ameaçavam solapar as bases e as estruturas das igrejas locais, como parte do edifício maior da igreja do Senhor Jesus Cristo. O desafio de manter a unidade da igreja, com fundamento em Cristo e seus ensinos, emanados dos evangelhos, era enorme. As Epístolas eram o único meio de que se valiam os lideres ou supervisores da obra para transmitirem ensinamentos, advertências e doutrinas, mas elas demoravam meses para chegar até aos destinatários, devido a vários fatores, dentre eles a precariedade dos transportes. Enquanto isso, as heresias grassavam com muita penetração nas igrejas locais, causando enorme prejuízo espiritual ao povo de Deus, principalmente aos neoconversos e os crentes mais antigos, que dependiam da orientação de seus lideres, de presbíteros, que os reuniam para lhes transmitir o ensino cristão sadio.

Segundo o pr. Elinaldo Renovato, dentre as heresias que Paulo tinha em mente, duas se destacavam por sua influência cultural e filosófica: (a) o judaísmo, que se manifestava de forma insidiosa, visando destruir os ensinos de Cristo, por meio da observância dos rituais estabelecidos na Lei de Moisés; (b) o gnosticismo, que se propõe a explicar todas as coisas por meio da gnosis (gr. conhecimento). Os seguidores desta filosofia herética praticavam “culto aos anjos”, a quem chamavam de “tronos”, “denominações”, “principados” e “potestades”. Além desse ensino estranho ao cristianismo, negavam a supremacia de Cristo, negando sua encarnação, pois consideravam o corpo humano mau; este, sendo matéria, contaminaria a Cristo, visto que a matéria é má e somente o espírito é bom. Por considerarem a matéria essencialmente má, negavam a criação, a encarnação e a ressurreição.

Como se vê, era enorme a luta de Paulo e dos líderes designados por ele para manter os cristãos nos retos caminhos do Senhor, seguindo a sã doutrina. Contudo, o ministro do evangelho deve pregar a verdade e também combater a mentira. Deve anunciar a sã doutrina e também reprovar as falsas doutrinas. Deve eleger verdadeiros obreiros para cuidarem da igreja de Cristo, e também combater os falsos mestres.

III. UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE

Como falamos no item 2 acima, duas heresias se destacavam e atormentavam a igreja do primeiro século: o judaísmo e o gnosticismo. Mas, na atualidade, duas heresias têm grassado nas igrejas locais em todo o mundo, mormente aqui no Brasil: a falaciosa “teoria da prosperidade” e a apostasia fatal. As igrejas precisam mais do que nunca serem alertadas sobre essas pragas que assolam o orbe cristão.

1. O “evangelho” da prosperidade. O “evangelho” da prosperidade é um falso evangelho. Paulo disse: “Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1:9).

A teoria da prosperidade é uma das inovações mais influentes nos últimos tempos. Ela tem invadido as igrejas com a devida anuência dos seus líderes. Segundo os pregadores dessa falsa doutrina, todo crente tem que ser rico, não morar em casa alugada, ganhar bem, além de ter saúde plena, sem nunca adoecer. Caso não seja assim, é porque está em pecado ou não tem fé. Paulo contradiz isso em 1Tm 6:9,10 – “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

Dizem mais os defensores dessa falsa doutrina: cada crente é um deus, cada crente é uma encarnação de Deus como Jesus Cristo o foi; assim sendo, dizem eles, cada crente tem autoridade suprema para decretar, determinar, exigir e reivindicar as promessas e bênçãos de Deus. À luz da Bíblia, tal comportamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Isso é doutrina de demônios. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para “[advertir] alguns que não ensinem outra doutrina” (1Tm 1:3). Sem dúvida, essa advertência é prá hoje!

2. Apostasia dos últimos dias. O Espírito Santo revelou ao apóstolo Paulo “que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1Tm 4:1). Também, em Tito, o apóstolo Paulo faz advertência semelhante sobre falsos lideres, contradizentes e de torpe ganância (Tt 1:9-13). A apostasia é o principal resultado que as falsas doutrinas promovem.

A apostasia corresponde a um período em que a pessoa peca cada vez mais e obedece cada vez menos. É o abandono deliberado e consciente da verdade e da fé cristã. Por influência dos falsos mestres, muitas pessoas que outrora professaram a fé cristã abandonaram ou abandonam essa confissão. Pessoas que fizeram parte da igreja visível e assumiram um compromisso público deixarão as fileiras da fé cristã. Os falsos mestres que promovem a apostasia engrossam as fileiras das seitas, e muitos estão infiltrados nas igrejas, lecionando nas cátedras dos seminários e subindo aos púlpitos para destilar seu veneno letal.

Concordo com o rev. Hernandes Dias Lopes quando diz que “a igreja evangélica brasileira tem crescido espantosamente. Tem crescido em extensão, mas não em profundidade. Tem número, mas não credibilidade. Tem desempenho, mas não piedade. Cresce vertiginosamente o número de igrejas que abandonaram a sã doutrina e abraçaram o pragmatismo com o propósito de crescer numericamente. Muitas igrejas parecem mais um supermercado que disponibilizam seus produtos ao gosto da freguesia. Pregam o que o povo quer ouvir, e não o que precisa ouvir. Falam para entreter, e não para levar ao arrependimento. Pregam palavras de homens, e não a Palavra de Deus. A igreja brasileira precisa desesperadamente voltar às Escrituras. Precisamos de púlpitos comprometidos com o evangelho. Precisamos de igrejas bíblicas. Precisamos de pregadores que alimentem o povo de Deus com o Pão do Céu”.

A liderança da igreja precisa ser firme na sã doutrina, zelosa na disciplina. Deve se posicionar em relação aos falsos mestres e seus ensinos perigosos. Precisa advertir o povo de Deus do perigo das falsas doutrinas e da apostasia. Hoje há muitos pastores que não gostam de combater as heresias. Outros não têm apreço pelo estudo das doutrinas da graça. Alguns dizem que a doutrina divide e que só deveríamos falar sobre aquilo que nos une. Mas o pastor precisa alertar a igreja sobre o perigo das heresias e sobre a influência perigosa dos falsos mestres. Expondo e alertando os irmãos sobre esses perigos é que ele se torna um bom ministro de Cristo.

IV. MENSAGEM PARA A LIDERANÇA

1. Administração eclesiástica. Em 1Timóteo 3:1-12 e em Tito 1:5-9, o apóstolo Paulo apresenta um conjunto de características que um pretendente ao ministério eclesiástico ou à liderança de uma igreja deve ter. Essas características têm mais a ver com a vida da pessoa do que com o seu desempenho. A vida precede o ministério e é a sua base. A vida do líder é a vida da sua liderança.

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (1Tm 3:1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (1Tm 3:1-10; 4:12) e pela igreja (1Tm 3:10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Por isto, aquele que deseja trabalhar na obra de Deus, deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 1Tm 3:1-13; 4:12; Tt 1:5-9. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada ou ainda, por conveniência. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são obedecidas. Por causa dessa inobservância, a igreja tem sofrido grandes reveses em sua administração eclesiástica e estrutura espiritual.

O rev. Hernandes Dias Lopes, quando analisa 1Tm 3:2-7, diz que das quinze qualificações exigidas para um homem ocupar o presbiteriato da igreja, apenas uma se refere à habilidade de ensino. A maioria são qualificações morais e apenas uma está relacionada à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos para ocupar uma posição de liderança na igreja exigem excelência moral mais que intelectual. A qualificações estão relacionadas com a personalidade, o caráter e o temperamento da pessoa.

2. Ética ministerial. A ética é o conjunto de padrões, de condutas, de atitudes que devem ser observados pelos indivíduos. Toda atividade humana tem um padrão a ser observado, tem a sua ética. Isso se aplica ardentemente na liderança ministerial. Na Segunda Epístola de Timóteo 2:15, Paulo exorta o ministro a respeito de como deve se apresentar a Deus – “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Aqueles que são vocacionados por Deus para liderar o Seu rebanho em alguma igreja local, deve ser um líder autêntico, aprovado por Deus, cônscio de sua responsabilidade, irrepreensível (1Tm 3:2), que tenha um bom testemunho dos de fora (1Tm 3:7). Como bem disse o pr. Elinaldo Renovato, “a verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local”.

Como tem sido o nosso comportamento no meio das pessoas? Será que nossa conduta revela que somos sal da terra e luz do mundo, ou já estamos irremediavelmente comprometidos com os princípios, valores, crenças e comportamentos mundanos? Será que nossa conduta tem servido para a glória de Deus, ou temos sido motivo de escândalo na igreja ou entre os não crentes? Será que poderemos dizer que nossa conduta é a esperada por Deus? Que Deus nos abençoe e nos faça melhorar os nossos caminhos, para que, a cada dia, possamos nos santificar ainda mais (Ap 22:11), pois Jesus está às portas e, no arrebatamento, somente levará para Si aqueles que forem achados fiéis(Mt 24:45-47).

CONCLUSÃO

“As Epístolas pastorais – escritas por Paulo e enviadas às igrejas de Éfeso e de Creta por mãos de Timóteo e de Tito, respectivamente – são verdadeiros manuais de Administração Eclesiástica. Elas contêm doutrina, ensino, exortações, quanto a assuntos práticos, mas, também, diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e morais do ministério, o relacionamento com Deus, com os líderes e as relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino preciso para edificação das igrejas locais, no tempo presente” (Elinaldo Renovato de Lima).

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

1 Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.

sábado, 27 de junho de 2015

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 3º TRIMESTRE DE 2015



 



 

No 3º Trimestre de 2015 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A Igreja e seu Testemunho – As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais”. As lições serão comentadas Pr. Elinaldo Renovato de Lima, e estão distribuídas sob os seguintes títulos:
 
 
 

Lição 1 – Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança.

Lição 2 – O Evangelho da Graça.

Lição 3 – Oração e Recomendação às Mulheres Cristãs.

Lição 4 – Pastores e Diáconos.

Lição 5 – Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério.

Lição 6 – Conselhos Gerais.

Lição 7 – Eu Sei em Quem Tenho Crido.

Lição 8 – Aprovados por Deus em Cristo Jesus.

Lição 9 – A Corrupção dos Últimos Dias.

Lição 10 – O Líder Diante da Chegada da Morte.

Lição 11 – A Organização de Uma Igreja Local.

Lição 12 – Exortações Gerais.

Lição 13 – A Manifestação da Graça da Salvação.

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POR QUE DEVEMOS ESTUDAR AS CARTAS PASTORAIS

INTRODUÇÃO

As cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito) são orientações práticas do veterano apóstolo aos seus filhos na fé, Timóteo e Tito, ensinando-lhes a maneira certa de agirem à frente da igreja de Deus, como representantes do apóstolo e pastores do rebanho.

O livro de Atos termina dizendo que Paulo havia sido autorizado a alugar uma casa onde cumpria prisão domiciliar, junto à guarda pretoriana, em Roma. Essa prisão durou dois anos (At 28:30). Colocado em liberdade, Paulo visitou a igreja de Éfeso, onde deixou Timóteo incumbido de supervisionar as igrejas da Ásia Menor, seguindo em direção à Macedônia. Após alcançar o norte da Grécia, possivelmente escreveu sua primeira carta a Timóteo (1Tm 1:3). Quando chegou à ilha de Creta, lá deixou Tito para encorajar e orientar a liderança dos cristãos cretenses (Tt 1:5), partindo em seguida para Acaia, região sul da Grécia (Tt 3:12). Na Macedônia, pouco antes de chegar a Nicópolis, Paulo possivelmente decidiu escrever a Epístola de Tito. Quando, finalmente, alcançou Trôade (2Tm 4:13), é provável que tenha sido inesperadamente preso e novamente levado a Roma, jogado num frio e isolado calabouço e, pouco tempo mais tarde, logo após ter escrito sua segunda carta a Timóteo, terminou decapitado sob as ordens de Nero.

As Epístolas Pastorais trazem princípios práticos que orientam a igreja acerca do modo correto de proceder diante dos perigos externos e dos conflitos interiores. Muitas igrejas são assediadas por falsos mestres e assaltadas por falsas doutrinas. Outras têm suas energias drenadas em intérminos conflitos internos, que tiram o foco da igreja de sua verdadeira missão, que é adorar a Deus e fazer a sua obra.

John Stott alerta para o fato de estarmos vivendo sob a avassaladora influência da pós-modernidade, com seu subjetivismo e pluralismo, em que as pessoas têm aversão pela verdade e rejeitam peremptoriamente a concepção e até mesmo a possibilidade de existir verdade absoluta. Nesse contexto de relativismo doutrinário e moral, é maravilhoso entender que Paulo ordena a Timóteo e a Tito nada menos que dez vezes para ensinar às igrejas a sã doutrina, ou seja, a verdade absoluta (cf 1Tm 3:4; 4:6,11,15; 5:7,21; 6:2,17; Tt 2:15; 3:8).

Sem dúvida, as Epístolas Pastorais são absolutamente oportunas e contemporâneas. Elas são totalmente necessárias ainda hoje.

I. A EPÍSTOLO DE 1 TIMÓTEO


O Tema de 1Timóteo é claramente apresentado em 1Tm 3:14-15: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. Paulo simplesmente declara que há um padrão de comportamento para a igreja de Deus e escreve a Timóteo para informá-lo disso.

Não é suficiente dizer "comporte-se!" a uma criança mal comportada se ela não sabe o que se espera de um bom comportamento. Primeiro deve-se contar a ela o que é bom comportamento. A primeira carta a Timóteo faz isso para com a "criança" de Deus no que se refere à Igreja de Deus.

A igreja de Deus precisa ser zelosa da doutrina e também da vida. Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina..." (1Tm 4:16). A igreja de Éfeso era zelosa da doutrina e descuidada no amor (Ap 2:2-4). Precisamos subscrever a ortodoxia sem deixar de lado a ortopraxia. Precisamos de teologia boa e de vida santa.

II. A EPÍSTOLA DE 2 TIMOTEO


O Tema de 2Timóteo é expresso com exatidão em 2:15: ”Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.

Em contraste com 1Timóteo, na qual se enfatiza a conduta coletiva e da congregação, nesta epístola é proeminente a responsabilidade e o comportamento individual. Pode-se definir esse tema como "responsabilidade individual na hora do fracasso coletivo".

Nesta Epístola, há muita falha coletiva na chamada Igreja de Deus. Era grande o abandono da fé e da verdade. Como isso afeta o cristão individualmente? Ele está dispensado de tentar manter a verdade e de viver uma vida santa? A resposta de 2Timóteo é um decidido não! "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado...". A situação do jovem Daniel na corte da Babilônia (Dn 1) ilustra isso. Em razão da prolongada perversidade dos israelitas, ele e muitos outros foram levados cativos a Babilônia por Nabucodonosor e privados de todas as manifestações exteriores da religião judaica: sacrifícios, ministério sacerdotal, adoração no templo etc. De fato, tudo isso foi logo suspenso quando, poucos anos depois, Jerusalém foi destruída e a nação inteira levada cativa. Teria Daniel, então, dito a si mesmo: "Também eu devo esquecer a lei e os profetas e me acomodar às práticas, aos padrões e à moral da Babilônia?". A história registra sua brilhante e entusiasmada resposta na notável vida de fé em circunstâncias aparentemente tão adversas.

Assim, a mensagem de 2Timóteo também é dirigida a cada filho de Deus que encontra hoje o testemunho da igreja coletiva muito diferente da simplicidade e da santidade do Novo Testamento, no qual teve sua origem. O filho de Deus ainda tem a responsabilidade de "viver piedosamente em Cristo Jesus" (2Tm 3:12).

III. A EPÍSTOLA DE TITO


Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma Epístola pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de “Epístola Pastoral” porque trata de assuntos relacionados com a ordem e o ministério na igreja. Fornece uma longa lista de qualificações para o ofício de bispo e presbítero (Tt 1:6-9), bem como importante evidência de que os termos “bispo” e “presbítero” referem-se a um mesmo ofício, e não a dois distintos.

Como 1Timóteo, Tito mostra uma grande preocupação pela sã doutrina (Tt 1:9,13; 2:1,2). A preocupação de Paulo quanto a este assunto é contrabalançada por uma ênfase na conduta cristã adequada. Para Paulo, as duas claramente caminham de mãos dadas.

Tito também afirma a divindade de Cristo de uma maneira contundente – o título “Salvador” é aplicado livremente e nos mesmos contextos, tanto a Deus (Tt 1:3; 2:10; 3:4) quanto a Cristo (Tt 1:4; 2:13; 3:6). Tito 2:13 fala de “nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus”.

Nesta Epístola, segundo Donald C. Stamps, Paulo examina quatro assuntos principais:

1) Ensina Tito a respeito do caráter e das qualificações espirituais necessárias a todos os que são separados para o ministério na igreja. Os presbíteros devem ser homens piedosos, de caráter cristão comprovado e bem sucedidos na direção da sua família (Tt 1:5-9).

2) Paulo manda Tito ensinar a sã doutrina, repreender e silenciar falsos mestres (Tt 1:10-2:1). No decurso da Epístola, Paulo apresenta dois breves resumos da sã doutrina (Tt 2:11-14; 3:4-7).

3) Paulo descreve para Tito o devido papel dos presbíteros (Tt 2:1,2), das mulheres idosas (Tt 2:3,4), das mulheres jovens (Tt 2:4,5), dos homens jovens (Tt 2:6-8) e dos servos (Tt 2:9,10).

4) Finalmente, Paulo enfatiza que as boas obras e uma vida de retidão são o devido fruto da fé genuína (Tt 1:16; 2:7,14; 3:1,8,14).

IV. POR QUE DEVEMOS ESTUDAR AS CARTAS PASTORAIS


Segundo Rev. Hernandes Dias Lopes, é necessário estudar exaustivamente as Epístolas Pastorais peias seguintes razões:

1. Porque a classe pastoral está em crise. Há muitos pastores perdidos e confusos no ministério. Alguns estão cansados da obra e na obra (Gl 6.9), enquanto outros vivem na indolência sem se afadigar na Palavra (1Tm 5.17), sem vigiar o rebanho dos aleivosos perigos (At 20.29,30), sem apascentar com conhecimento e inteligência o povo de Deus (Jr 3.15).

2. Porque muitas igrejas estão em crise. As cartas pastorais trazem princípios práticos que orientam a igreja acerca do modo correto de proceder diante dos perigos externos e dos conflitos interiores. Muitas igrejas são assediadas por falsos mestres e assaltadas por falsas doutrinas. Outras têm suas energias drenadas em intérminos conflitos internos, que tiram o foco da igreja de sua verdadeira missão, que é adorar a Deus e fazer a sua obra. A crise espiritual da igreja reflete a crise espiritual de seus líderes. A igreja é um reflexo de sua liderança.

3. Porque há nas igrejas um descompasso entre teologia e vida. A igreja de Deus precisa ser zelosa da doutrina e também da vida. Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina..." (1Tm 4.16). A igreja de Éfeso era zelosa da doutrina e descuidada no amor (Ap 2.2-4). A igreja de Tiatira era zelosa quanto ao amor, mas desatenta quanto à doutrina (Ap 2.18-20). As duas igrejas foram solenemente exortadas e repreendidas por Cristo. Precisamos subscrever a ortodoxia sem deixar de lado a ortopraxia. Precisamos de teologia boa e de vida santa.

4. Porque as heresias sempre se vestem de nova roupagem para se infiltrar na igreja. As igrejas do primeiro século já estavam ameaçadas desde o seu nascimento pelo fermento da heresia. Os cristãos egressos do paganismo eram tentados a voltar a ele ou ter sua fé contaminada por ensinos enganosos, disseminados pelos falsos mestres itinerantes. Ainda hoje, há muitas heresias no mercado da fé. Muitas delas com sabor de alimento saudável e nutritivo, mas não passam de comida venenosa e mortífera. Essas heresias estão presentes nos seminários, nos púlpitos, nos livros, nas músicas. Uma heresia é uma negação da verdade ou uma distorção dela. Precisamos nos acautelar!

5. Porque a maneira errada de lidar com as pessoas dentro da igreja é a causa de muitas feridas. A carta de Paulo a Tito é um verdadeiro manual de relacionamento humano. Mostra como os líderes devem lidar com as pessoas mais jovens, mais velhas e as pessoas da sua idade. A liderança da igreja precisa ser firme na sã doutrina, zelosa na disciplina, mas sensível com as pessoas. Se não vivermos em harmonia internamente, não teremos autoridade para pregar a Palavra externamente.

CONCLUSÃO


O apóstolo Paulo foi um homem iluminado pelo Espírito Santo, e seus escritos devem ser considerados oráculos de Deus. A única função que os líderes da Igreja têm, hoje, é ensinar o que foi fornecido e selado nas Escrituras Sagradas.

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Ev. Luciano de Paula Lourenço.

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Tito e Filemom (doutrina e vida, um binômio inseparável) – Rev. Hernandes Dias Lopes.

Comentário do Novo Testamento (1 e 2 Timóteo e Tito) – William Hendriksen.