domingo, 16 de agosto de 2015

Aula 08 – APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS


3º Trimestre/2015

 
Texto Base: 2Timpteo 2:1-18

 
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).

 

INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos o capítulo 2 de 2Timóteo. Discorreremos prioritariamente sobre dois contrastes ali descritos pelo apóstolo Paulo: obreiro aprovado versus falsos mestres; vaso de honra versus vaso de desonra. Estes dois aspectos de personalidade existiam na igreja de Éfeso, sobreviveu toda a história da igreja, e permeiam com grande intensidade as igrejas locais dos dias hodiernos. O objetivo de Paulo é orientar todos os cristãos, em todas as épocas, em como se portarem diante desta realidade.

I. OBREIROS APROVADOS POR DEUS

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).

A palavra grega parastesai, traduzida por “apresentar-te”, significa apresentar-se para o serviço. Dá a ideia de utilidade para e no serviço. Já a palavra dokimos, traduzida por “aprovado”, era usada para indicar o ouro e a prata purificados de toda a escória. Fazia referência ao dinheiro genuíno e não adulterado. Também era empregada para aludir a uma pedra lavrada, cortada e provada a fim de ser usada adequadamente na construção de um edifício.

O obreiro precisa apresentar-se primeiro a Deus como aprovado, para depois apresentar-se diante dos homens com eficácia. Seu papel não é torcer as Escrituras, mas manejá-la bem. Precisa expô-la integralmente, fielmente, corretamente. Enquanto os falsos mestres desvirtuam as Escrituras (1Tm 1:6; 6:21; 2Tm 2:18), o obreiro fiel deve manejá-la bem, ou seja, pregá-la com fidelidade.

Não podemos fazer a obra de Deus relaxadamente. Aquele que ensina deve esmerar-se no fazê-lo. Quem prega a Palavra precisa ser um mestre da Palavra. Aquele que cessa de aprender cessa de ensinar. Quem não abastece sua própria alma com a Palavra não pode alimentar os outros com a Palavra. Não podemos ensinar os outros a partir da plenitude das nossas emoções e do vazio da nossa mente.

Os Obreiros aprovados por Deus:

1. Pregam e ensinam sem engano. “Paulo nunca usou de engano em suas pregações. Diferente de alguns falsos mestres de sua época que pregavam e ensinavam com argumentos falsos e logro. É preciso ter muito cuidado com os “lobos” vestidos de ovelhas, que andam a enganar os crentes incautos”.

2. Pregam com pureza. Paulo pregava por amor a Cristo. Jesus era o seu alvo. Atualmente, há muitos falsos obreiros que só visam lucro e bens financeiros. O falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos ensinos, falsos mestres, falsas profecias e falsos profetas. As igrejas locais estão proliferadas de obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus (Mt 24:11-24), e o crente precisa estar informado sobre este fato.

Jesus adverte que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser. Muitos desses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens”(Mt 23:28). Aparecem “vestidos como ovelhas”(Mt 7:15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar serem grandes ministros de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7:21-23; 2Co 11:13-15). Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13:3; 1Rs 18:40; Ne 6:12; Jr 14:14; Oséias 4:15), e aos fariseus do Novo Testamento, cujas vidas eram “cheias de iniquidade e de hipocrisia”(Mt 23:28).

Na época de Jeremias, o reino de Judá foi destruído por causa de falsos profetas que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado. A mesma coisa acontece hoje. Na sua falsidade eles ensinam rebelião contra a palavra verdadeira de Deus. Na sua interpretação errada da Palavra de Deus eles caminham para a condenação, levando juntos aqueles que acreditam nos seus falsos ensinamentos. Portanto, tenhamos cautela e não sejamos ignorantes! Os nossos olhos podem ver o pregador mais poderoso do mundo, mas isto não significa nada.

No tempo de Jeremias havia falsos profetas, que pregavam mensagens “bonitas”, que vendiam ilusões, que enganavam o povo. Mas o profeta de Deus os advertiu dizendo: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: não deis ouvidos às palavras dos falsos profetas, que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”(Jr 23:16). Esses falsos profetas, esses profissionais da religião, enganavam o povo, para tirar proveito pessoal. Não foram chamados, não tinham compromisso com Deus, não conheciam Sua Palavra. Falavam aquilo que o povo queria ouvir, e eram aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos materiais para um povo afundado no pecado e na idolatria (Jr 5:12;8:11;14:13,15).

Não devemos ficar impressionados quando o pregador só fala o que o povo quer ouvir: promessas de paz, promessas de prosperidade, promessas de milagres e curas. Numa época de crise e desemprego, muitos se aproveitam, pregando prosperidade e bênçãos, enganando até multidões. Que o povo de Deus não se engane! Que o povo de Deus não seja ignorante, mas conheça as Escrituras Sagradas! Importa ouvirmos a pura e verdadeira Palavra de Deus, a qual nos orienta sobre os nossos pecados e sobre as nossas transgressões. Sejamos como os crentes de Beréia: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (Atos 17:11).

3. Não buscam a glória de homens. “E, não buscamos glória dos homens…” (1Ts 2:6). Paulo não pregava para alcançar glória e prestígio humano, não andava atrás de lisonja humanas. Ele não buscava prestígio pessoal nem glória de homens. Ele não dependia desse reprovável expediente, pois sabia quem era e o que devia fazer. Ele não precisava bajular nem receber bajulação. Sua realização pessoal não procedia da opinião das pessoas, mas da aprovação de Deus. É digno observar que em 1Tessalonicenses 1:5 Paulo não tenha dito: “Eu cheguei até vós”, mas disse: “O nosso evangelho chegou até vós”. O foco não estava no homem, mas no evangelho. Paulo procurava a aprovação exclusivamente de Deus. O culto à personalidade é um pecado. Toda a glória que não é dada a Deus é vanglória, é glória vazia.

II. OS DOIS TIPOS DE VASOS (2Tm 2:20,21)

Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra”.

Segundo Hendriksen, aqui, Paulo está comparando os crentes fiéis com os hipócritas dentro da igreja. A igreja visível abriga tanto os verdadeiros crentes (alguns muito fiéis, comparáveis ao ouro; outros menos fiéis, comparados à prata) quanto os hipócritas (Mt 13:24-30), estes os vasos de desonra.

Algumas frases merecem esclarecimento:

- “grande casa” – se refere ao cristianismo em geral. No sentido amplo, cristianismo inclui os cristãos verdadeiros e os que assim se declaram, ou seja, aqueles que são realmente nascidos de novo e os que são apenas chamados cristãos.

- “vasos de ouro e de prata”se refere aos cristãos de fato.

- “vasos de madeira e de barro” – não se refere aos não-cristãos em geral, mas àqueles em particular que eram obreiros perversos e que ensinaram falsas doutrinas, como Himineu e Fileto (2Tm 2:17).

1. Vasos de honra (2Tm 2:21).De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra”.

O vaso de honra é alguém que se aparta do erro doutrinário e moral dos falsos mestres. Ou seja, devemos evitar não apenas os falsos mestres, mas também seus erros e maldades, expurgando da nossa mente a falsidade de seus ensinos e do nosso coração suas perversidades morais. Os vasos de honra precisam buscar a pureza doutrinária, bem como a pureza moral. Aqueles que assim procedem são santificados para toda boa obra.

Não existe honra mais elevada do que ser um instrumento na mão de Jesus Cristo, estar à disposição dEle para o cumprimento de seus propósitos, achar-se pronto para seu serviço sempre que solicitado. Que possamos dizer como Isaías: “... eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8), ou como Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1:38).

2. Vaso de desonra. Quem são estes? São os réprobos que se misturam com os salvos na igreja. Podemos igualmente afirmar que são os crentes infiéis, que causam problemas e escândalos na igreja. São o “joio” a que se referiu Jesus na parábola de Mateus 13:24-30.

Veja a expressão em 2Tm 2:21:“se purificar destas coisas”. A expressão “destas coisas” se refere aos vasos de desonra. Timóteo é instruído a se separar dos homens pecaminosos, especialmente dos mestres perversos, como Himineu e Fileto, que Paulo menciona em 2Tm 2:17.

Timóteo não é instruído a deixar a igreja, nem a deixar o cristianismo. Seria impossível para ele fazer tal coisa sem desistir também de sua confissão de fé, uma vez que o cristianismo inclui todos os que professam ser cristãos. Ele deveria se separar dos malfeitores e evitar a contaminação por doutrinas pervertidas. Se um homem se mantém livre de más associações, será vaso para honra. Deus usa apenas os vasos limpos para o santo serviço: “...purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR” (Is 52:11)..

III. REJEITANDO AS DISSENSÕES E QUSTÕES LOUCAS

1. Rejeitando “questões loucas”. “E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas” (2Tm 2:23).

Após ensinar sobre o que Timóteo deveria cultivar e obedecer, e também rejeitar, Paulo acrescenta que ele deve rejeitar questionamentos que não produzem nem agregam valor espiritual ou moral, e nem valoriza o conhecimento e a vida cristã. As questões loucas eram as questões e proposições levantadas pelos falsos mestres ou hereges, que assediavam os irmãos na igreja de Éfeso. Os hereges, julgando-se "doutores da lei", não entendiam o que diziam ou afirmavam, mas produziam enormes contendas, lançando uns contra outros, provocando desunião e intrigas entre os próprios crentes.

“... sabendo que produzem contendas”. Certamente, os irmãos deveriam viver unidos, em harmonia, mas muitas vezes eles vivem em guerra. Os próprios discípulos geraram tensões entre si, perguntando para Jesus quem era o maior entre eles. Às vezes, os membros da igreja de Corinto entravam em contendas e levavam essas guerras para os tribunais do mundo (1Co 6:1-8). Na igreja da Galácia, os crentes estavam se mordendo e se devorando (Gl 5:15). Paulo escreveu aos crentes de Éfeso, exortando-os a preservarem a unidade no vínculo da paz (Ef 4:3). Na igreja de Filipos, duas mulheres, colaboradoras do apóstolo Paulo, estavam em desacordo (Fp 4:1-3).

Que sentimentos são estes? Mundano, claro! O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas, dentro das famílias, e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Como podemos estar em guerra uns contra os outros se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo Salvador, se somos habitados pelo mesmo Espírito? Tiago responde que temos uma guerra dentro de nós (Tg 4:1). O nosso coração é o laboratório onde as guerras são criadas, a estufa onde elas germinam e crescem, o campo onde elas dão o seu fruto maldito.

2. Não entrando em contenda.E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor”.

Paulo exorta a Timóteo a fim de que ele não contendesse com os falsos mestres, pois isso levaria somente a escandalizar e envergonhar o evangelho e a igreja do Senhor. O servo de Deus é um indivíduo que edifica vidas, em vez de destruir relacionamentos. A contenda abre fendas, em vez de cicatrizá-las. Mas, é válido ressaltar que Paulo não está aqui proibindo todo tipo de controvérsia. Quando a verdade do evangelho estava sendo cruelmente atacada, o próprio Paulo se tornou um ardoroso apologista (2Tm 4:7; Cl 2:11-14) e ordenou que Timóteo fizesse o mesmo (1Tm 6:12). Porém, a combinação de especulações não bíblicas com polêmicas despidas de amor tem causado grandes danos à causa de Cristo.

“... ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor”. O ministro do evangelho deve instruir com brandura o povo, orientando todos com paciência e mansidão. O ministro não pode ser arrogante. Uma coisa é amar a pregação; outra coisa é amar as pessoas a quem se prega. O ministro cuida não apenas de um conceito doutrinário; cuida de vidas. Por isso, precisa falar a verdade em amor. Ele deve ser apto para ensinar. Ao mesmo tempo em que condena o erro, promove a verdade; na mesma medida em que denuncia as falsas doutrinas, transmite a sã doutrina. Esse ensino da verdade, tanto no aspecto negativo quanto no aspecto positivo, deve ser feito da forma certa, com a motivação adequada. “Pregamos e ensinamos, mas só o Espírito Santo pode convencer a pessoa de seus erros”.

CONCLUSÃO

Na administração de muitas igrejas locais, surgem conflitos de ordem espiritual, doutrinária ou humana. Daí por que há necessidade de preparo e capacitação de líderes, que saibam não só ministrar o ensino, mas, com o uso adequado dos princípios bíblicos, resolver questões diversas que podem desestabilizar o ministério e a própria liderança.

Faz parte do ministério não apenas instruir, mas também disciplinar os faltosos. A disciplina, porém, não pode ser feita com arrogância e dureza, mas com espírito de brandura (Gl 6:1). A disciplina tem dois propósitos: preventivo e curativo. Ela previne a igreja e restaura o faltoso. Aqueles que tropeçam e caem precisam se arrepender, uma vez que o pecado priva as pessoas da verdade e as desvia da sensatez. Paulo é categórico ao dizer que tanto o erro doutrinário quanto o mal moral são laços do diabo, dos quais as pessoas precisam ser libertadas. Por outro lado, tanto o arrependimento, que leva as pessoas de volta à sensatez, quanto a libertação do poder de Satanás são obra de Deus.

“Disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2Tm 2:25,26).

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

1 Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

2 Timóteo – O testamento de Paulo à Igreja. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.

 

 

domingo, 9 de agosto de 2015

Aula 07 – EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO


3º Trimestre/2015

Texto Base: 2Tm 1:3-8; 2:1-4

 
“[...] porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1:12).

 
INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo das “Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais”, estudaremos a partir desta Aula a respeito da Segunda Epístola de Timóteo. Esta é a última carta de Paulo, escrita na penumbra do martírio. Era um tempo de graves ameaças à fé cristã. De um lado, o fogo da perseguição soprava com indomável violência. Por outro lado, o assédio dos falsos mestres era assaz audacioso. Muitos crentes estavam abandonando as fileiras do evangelho. Outros esquivavam-se de qualquer ligação com o apóstolo Paulo, o qual estava preso como um malfeitor, sob pesadas acusações, numa insalubre masmorra romana, na antessala do martírio. Apesar de estar velho e cheio de cicatrizes, tendo de suportar o rigor do inverno e o abandono de muitos amigos, Paulo não está, prioritariamente, preocupado consigo mesmo, mas em manter acesa a chama da fé e incontaminado o evangelho de Cristo para as gerações pósteras. O evangelho é maior que os obreiros. Estes passam; o evangelho permanece.

Diante de um mundo que marcha resoluto rumo à mais desavergonhada corrupção, Timóteo deve permanecer fiel às Escrituras, pois são inspiradas por Deus e úteis para levar o povo de Deus à maturidade. A igreja se alimenta da Palavra e cumpre sua missão por intermédio dela. Longe de ser levado pelas ondas revoltas da impiedade ou abraçar as sedutoras novidades, Timóteo deve manter-se firme nas mesmas verdades que aprendera desde sua infância. O evangelho é insubstituível. É sempre atual. Sempre vivo. Sempre poderoso. Sempre eficaz. Podemos, então, dizer como disse o apóstolo Paulo: “Eu sei em quem tenho crido” (2Tm 1:12)?

I. ORAÇÕES E AÇÃO DE GRAÇAS (2Tm 1:3-5)

1. “Ao amado filho” (2Tm1:2). Aqui, Paulo reafirma seu profundo amor por Timóteo. Apesar de Paulo se referir a Timóteo como “amado filho”, não se pode provar que Timóteo tenha se convertido por meio do ministério de Paulo. O primeiro encontro deles registrado está em Atos 16:1, em que Timóteo já é descrito como discípulo antes de Paulo chegar a Listra. De qualquer forma, o apóstolo o via como um “amado filho” na fé cristã. “Paulo sabia que logo morreria, talvez por isso, tenha demonstrado, de uma forma tão intensa e emotiva, sua afeição e amor por Timóteo. Isso nos mostra que o líder precisa ter afeição, amor e saber demonstrá-los por aqueles que estão ao sue lado, cooperando na obra do Senhor”.

Em 2Tm 1:3, Paulo fala das incessantes intercessões por Timóteo em suas orações de noite e de dia – “...porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia”. Sempre que se dirigia ao Senhor em oração, o grande apóstolo se lembrava de seu querido e jovem colega de trabalho e colocava o nome dele diante do trono de graça. Paulo sabia que seu tempo de serviço se esgotava rapidamente e que Timóteo seria deixado só, humanamente falando, para executar seu testemunho de Cristo. Ele sabia das dificuldades que esse jovem guerreiro da fé enfrentaria e, então, orava continuamente por ele. “Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho”.

2. A sensibilidade de Paulo (2Tm 1:4).Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria.

Estas palavras mostram que Paulo sentia uma nostálgica saudade de ver Timóteo. Isto é, sem dúvida, um sinal especial de amor e de estima e que traduz expressamente a graça, a ternura e a humildade de Paulo.

Paulo se lembrava das lágrimas de Timóteo quando da despedida deles. Suas lágrimas deixaram uma profunda impressão em seu velho colega de serviço. Alguns estudiosos sugerem que isso ocorreu quando Paulo fora apartado dele pela polícia ou pelos soldados romanos, provavelmente quando Paulo foi preso e levado a Roma para o seu segundo aprisionamento. Paulo não poderia se esquecer e desejava estar com Timóteo de novo para que ele pudesse transbordar de alegria. Ele desejava muito ver Timóteo outra vez, de modo que mais de duas vezes nesta carta ele pediu que Timóteo fizesse o possível para vir vê-lo logo (cf 2Tm 4:9,21). Hoje, infelizmente, os relacionamentos estão cada vez mais escassos e tímidos. Alguém disse: “corações sem lágrimas jamais podem ser mensageiros do amor. Quando nossa compaixão perde o calor, deixamos de ser servos do amor”.

3. A fé de Timóteo (2Tm 1:5). “Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti”.

Timóteo era um jovem obreiro de caráter exemplar. Sua fé era sincera, verdadeira e não usava máscaras. Era uma “fé sem fingimento”. Observe que é dito que a fé habitou em Lóide e Eunice. A fé não estava nelas como visitante ocasional, mas como moradora permanente. Paulo estava certo de que assim também era com Timóteo. Era a fé não fingida que Timóteo sustentaria, apesar de todas as lutas que teria de enfrentar por causa dela. A educação familiar de Timóteo serve de modelo para as famílias cristãs atuais.

II. A CONVICÇÃO EM DEUS (2Tm 1:6-14).

1. “Despertes o dom de Deus” (2Tm 1:6).Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos”.

Timóteo é incentivado a reativar o dom de Deus que há nele. Não nos é relatado que dom de Deus é esse. Alguns entendem ser uma habilidade especial conferida pelo Senhor para alguma forma de serviço cristão, como, por exemplo, o dom de evangelizar, pastorear ou de ensinar. Parece claro que Timóteo foi chamado para o serviço cristão e a ele foi concedida habilidade especial (vide 1Tm 4:14).

Em vez de pedir a Timóteo que reacendesse um fogo apagado, Paulo o estava estimulando a atiçar um fogo que já estava aceso, para mantê-lo ardendo em labareda viva. Timóteo não precisava de novas revelações ou novos dons; ele precisava apenas “atiçar” o dom que já tinha recebido, como também ter coragem e autodisciplina para se apegar à verdade nos dias vindouros (vide 2Tm 1:13,14). Ele não deveria desanimar com o fracasso geral ao seu redor (cf 2Tm 1:7). Nem se tornar profissional no serviço ao Senhor e cair em uma confortável rotina. Ao contrário, ele deveria se preocupar em usar cada vez mais seu dom à medida que os dias se tornassem cada vez mais sombrios (2Tm 1:8). Quando Timóteo usasse este dom, o Espirito Santo estaria com ele e lhe daria poder. Deus nunca nos dá uma tarefa sem nos capacitar para realizá-la.

Esse “dom” foi concedido a Timóteo “pela imposição das mãos” do apóstolo Paulo. Isso não deve ser confundido com o ritual de ordenação praticado hoje nas convenções de obreiros. O significado é exatamente o que as palavras expressam, isto é, que o “dom” foi concedido a Timóteo no momento em que Paulo impôs as mãos sobre ele. O apóstolo foi o canal pelo qual o dom foi outorgado.

2. “Espírito de fortaleza, e de amor, de moderação” (2Tm 1:7).Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”.

Parece que Timóteo estava enfrentando uma grande oposição à sua mensagem e à sua liderança (veja 1Tm 4:12). Talvez Timóteo se sentisse intimidado, irado e até mesmo desamparado, face à oposição dos falsos ensinadores. Qualquer que fosse o grau das suas dificuldades, Paulo incentivou a ousadia de Timóteo, lembrando-o do seu chamado e do seu dom (2Tm 1:6). O medo paralisa e acaba por neutralizar as nossas ações em favor da obra de Deus. O Espírito Santo nos ajuda a superar o medo e nos encoraja a prosseguir. Por isso, o líder precisa ser alguém cheio do Espirito Santo (Ef 5:18).

Paulo, a despeito de estar na antessala do martírio, lembra a Timóteo que:

- “Deus não nos deu espírito de temor, mas de fortaleza...”. Uma força ilimitada está à nossa disposição. Por meio da capacidade do Espírito Santo, o cristão pode servir bravamente, resistir pacientemente, sofrer vitoriosamente e, se necessário, morrer gloriosamente.

- “Que Deus não nos deu espírito de temor, mas de...amor...”. É o nosso amor por Deus que expulsa o medo e faz com que nos entreguemos voluntariamente a Cristo a qualquer preço. É o amor pelos nossos semelhantes que nos estimula a suportar todos os tipos de perseguições e retribuí-los com brandura.

- “Que Deus não nos tem dado espírito de temor, mas de…moderação” ou disciplina. Deus nos deu um espírito de autocontrole e de autodomínio. Devemos ser discretos e não agir sem refletir, de maneira precipitada ou tola. Independente das circunstâncias adversas, devemos cultivar um juízo equilibrado e comportarmos sobriamente.

Nós podemos ficar impressionados com um líder que exibe ousadia e poder, mas sem amor ou domínio próprio, esse líder não passa de um “valentão”.

3. Apóstolo dos gentios (2Tm 1:11).Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios”.

Para proclamar o evangelho glorioso, referido em 2Tm 2:8-10, Paulo sofreu prisão e solidão, mas não hesitou em declarar a verdade de Deus. Nenhum temor por sua segurança pessoal fechou-lhe a boca. Agora, mesmo aprisionado em uma cela insalubre, ele não se envergonhava, porque sabia em quem tinha crido e estava certo de que Cristo é poderoso para guardar o seu tesouro até àquele Dia (2Tm 1:12). E ele pede a Timóteo que “não se envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho [...] para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios” (2Tm 1:8-11).

Paulo diz que foi designado pregador, apóstolo e doutor (ou mestre) do evangelho. Pregador é o mensageiro que tem por função proclamar publicamente uma mensagem. Apóstolo é aquele que foi divinamente enviado, preparado e autorizado. Doutor (ou mestre) é quem tem como função doutrinar os outros, explicar a verdade de forma compreensível para que possam responder pela fé e obediência. A expressão “doutor dos gentios” enfatiza o seu ministério especial para as nações não-judaicas.

Concordo com o argumento de John Stott “de que hoje não temos mais apóstolos. A igreja apostólica é aquela que segue o ensinamento dos apóstolos. Hoje, temos pregadores e mestres, aqueles que proclamam e aqueles que ensinam o evangelho anunciado pelos apóstolos” (Stott, John. Tu, porém: a mensagem de 2Timóteo, p. 33).

III. UM CONVITE AO SOFRIMENTO POR CRISTO (2Tm 2:1-13)

1. O fortalecimento na graça (2Tm 2:1). “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”.

À época de Timóteo viver como cristão era um grande desafio. Havia uma crudelíssima perseguição política, uma invasora perturbação dos falsos mestres e uma debandada geral dos crentes. Num cenário tão cinzento, Timóteo, que era jovem, tímido e doente, não poderia permanecer firme sem uma capacitação da graça. A graça não está em Paulo nem na igreja, está em Cristo Jesus. Não há vida cristã vitoriosa sem poder sobrenatural. Esse poder não vem da terra, mas do céu; não vem dos talentos humanos, mas da graça de Cristo Jesus. Jesus já havia deixado isso claro: “Sem mim, nada podeis fazer” (João 15:5). Paulo também já havia escrito: “A nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3:5). Portanto, a capacitação do obreiro, não vem do conhecimento intelectual nem da influencia, vem da graça que está em Cristo Jesus. Os recursos para a realização do ministério não estão em nós mesmos, estão em Cristo. Dele emana todo o poder. Ele é a fonte de toda a capacitação.

2. Soldado de Cristo (2Tm 2:3).Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo”.

O apóstolo Paulo neste texto mostra o soldado como uma figura do cristão. Ele já havia ensinado que a vida cristã é uma luta sem trégua contra os principados e potestades e que, por essa razão, todo cristão deve estar revestido com a armadura de Deus, equipado com as armas espirituais.

“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo”. O serviço do Senhor é bastante duro; não é um papel indicado para qualquer pessoa. Pelos relatos exarados nas Escrituras Sagradas, parece que as pessoas que são mais usadas por Deus como instrumentos na obra dEle passam por grandes aflições. Não é de admirar então que Paulo exortasse Timóteo para que se fortalecesse a fim de passar por tribulações: " Sofre, pois, comigo, as aflições...”.

Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, a vida cristã não é um parque de diversões, mas um campo de batalha. O obreiro não é um turista, mas um soldado. Não vive buscando deleites e prazeres, mas está pronto a sofrer. Muitas vezes, o papel do soldado é colocar seu corpo como parede viva entre o inimigo e aqueles a quem ele ama. É sacrificar-se por aqueles a quem defende. Não há ministério indolor. Não há vida cristã sem sofrimento. Não há cristianismo genuíno sem dor. Sua fidelidade a Cristo certamente lhe acarretará oposição e escárnio.

A palavra de Deus desmente as doutrinas de ''parar de sofrer'', que são promulgadas por determinadas igrejas de nossa época. A realidade das duras provações na vida cristã tem assustado vários discípulos que ficam abalados ao ponto de deixar de trabalhar para o Senhor.

3. O lavrador (2Tm 2:6).O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”.

Somente o lavrador que trabalha irá gozar dos frutos do seu trabalho: uma boa colheita. O lavrador sabe que as sementes não se plantam sozinhas; a colheita não irá andando até o celeiro. O lavrador precisa ir ao campo para plantar as sementes, regá-las, protegê-las, arrancar as ervas daninhas, e, finalmente, fazer a colheita. O lavrador não apenas tem o direito aos frutos, mas lhe cabe o privilégio das primícias. Ele não apenas semeia com lágrimas, mas colhe com júbilo.

A que colheita Paulo se refere? Primeiro, pode ser à colheita da santidade. Se semearmos no Espírito, colhemos o fruto do Espírito e avida eterna (Gl 5:22; 6:8). Segundo, à colheita de conversões. Cabe ao agricultor semear e regar e compete ao Senhor dar o crescimento (1Co 3:6,7). Quando o semeador semeia com lágrimas, volta com júbilo, trazendo os seus feixes (Sl 126:5,6).

Nenhum lavrador preguiçoso consegue resultados abundantes na lavoura. Dizem as Escrituras: “O preguiçoso não lavra por causa do inverno, pelo que, na sega, procura e nada encontra” (Pv 20:4). Ainda diz a Palavra de Deus “Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruinas” (Pv 24:30,31).

Há muitos obreiros que fazem a obra do Senhor relaxadamente. Aquele que exerce o ministério deve fazê-lo com excelência, e isto precisa ser demonstrado tanto no caráter pessoal quanto no exercício de sua função.

CONCLUSÃO

Não importa a dureza dos momentos aqui, são leves e momentâneos em comparação com a "glória eterna que pesa mais do que todos eles" (2Co 4:17). Que aprendamos com o apóstolo Paulo a suportar sofrimentos sem queixa, e que possamos expressar como ele: “por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1:12).

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

1 Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

2 Timóteo – O testamento de Paulo à Igreja. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.

 

RABINOS DIVULGAM MAQUETE VIRTUAL DO TERCEIRO TEMPLO EM JERUSALÉM E ISRAEL SE ARMA PARA GUERRA


No dia 26 de julho de 2015, os judeus relembraram o Tishá BeAv, nome dado ao dia do calendário judaico escolhido para chorar a destruição dos Templos Sagrados, o primeiro no ano 586 a.C., pelas mãos dos babilônios, e o segundo, no ano 70 d.C., pelos romanos. Para marcar a data, o Instituto do Templo divulgou um vídeo com uma projeção de como será o novo templo que pretendem erguer em Jerusalém.

Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel O projeto do Terceiro Templo já tem toda a questão de engenharia e arquitetura definida, como mostra o vídeo de computação gráfica divulgado, além de já ter, produzidos, a maior parte dos objetos ritualísticos produzidos e guardados, apenas esperando que o templo seja erguido.

Ao longo do vídeo, a caminhada virtual passa pelo portal de entrada, o santuário principal, o acesso ao Santo dos Santos e o véu que o protege. O cuidado com a Halakhic, que é a lei judaica, fica evidenciado pela atenção aos detalhes, que envolvem a dimensão dos espaços, materiais usados nas peças e o local onde o templo será erguido.

Segundo informações da imprensa israelita, assim que o vídeo foi divulgado, diversos sites religiosos compartilharam o material assinalando-o como um “grande sinal”. O rabino Chaim Richman, diretor e fundador do Instituto, lembrou que “um terço de todos os mandamentos da Torá dizem respeito à construção do serviço no Templo Sagrado”, e lamentou que, por conta da inexistência do templo, os ritos judaicos estão incompletos: “Hoje, não apenas lamentamos a destruição dos dois Templos Sagrados, mas também nossa incapacidade de cumprir um terço da Torá”.
 

Guerra

Na tradição cristã, muitos teólogos interpretam que algumas circunstâncias simbólicas seriam evidências do início do fim dos tempos, indicando a proximidade do arrebatamento da igreja, o início da Grande Tribulação e a consequente Batalha do Armagedom.

Um dos indícios apontados por teólogos seria a reconstrução do Templo em Jerusalém, que seria conduzida pelo anticristo, e mais para frente, segundo a profecia, causaria uma guerra mundial contra Israel.

Curiosamente, horas após o Tishá BeAv, a Força de Defesa de Israel convocou milhares de militares da reserva para o maior exercício militar da história do país, desde 1948.

O treinamento militar irá simular diferentes tipos de ataques, de inimigos do Líbano, Sìria e da Faixa de Gaza, e incluirá situações com supostas perdas civis, desabamento de prédios e evacuação de espaços públicos.

A Força Aérea israelense colocará suas bases aéreas em estado de emergência durante os exercícios, dado o grau de realismo da simulação, e a Marinha vai testar sua infraestrutura de combate, segundo informações do Jerusalém Post.

“Pela primeira vez, as defesas cibernéticas serão parte de um exercício de Estado-Maior”, disse uma fonte ouvida pelo jornal, expressando o tamanho da preocupação do governo.

Nos últimos tempos, as ameaças a Israel têm se tornado reiteradas e maiores. O Estado Islâmico é um dos inimigos públicos do país, e prega a morte aos judeus. O Irã, que também já manifestou seu desejo de “aniquilar” Israel, recentemente firmou acordo nuclear com uma coalizão internacional, incluindo os Estados Unidos.

 

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/rabinos-divulgam-maquete-terceiro-templo-jerusalem-78213.html

 

domingo, 2 de agosto de 2015

Aula 06 – CONSELHOS GERAIS


3º Trimestre/2015

 
Texto Base:1Timóteo 5:17-22;6:9-10

“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (Atos 20:28).

 

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos acerca dos conselhos gerais de Paulo a Timóteo em relação aos membros da família cristã com os quais trabalhava. Paulo o orienta a lidar de forma sábia com as diferentes pessoas e grupos dentro da igreja. O cristianismo não é apenas uma coletânea de dogmas, mas sobretudo o cultivo de relacionamentos saudáveis. A maioria dos pastores enfrenta tensões na igreja por falta de habilidade de relacionar-se com pessoas. Timóteo é instruído a agir de forma criteriosa com os diferentes membros da comunidade, a fim de que a igreja de Deus empregue todo o seu potencial na obra, em vez de desperdiçar suas energias em conflitos internos.

I. O CUIDADO COM O REBANHO

Uma das tarefas de um pastor é corrigir as faltas de alguns membros da igreja. Para um pastor lograr êxito na repreensão aos membros da igreja, ele necessita de duas coisas: o conteúdo bíblico e a forma amorosa. Não basta exortar de acordo com a verdade; é preciso também exortar com amor. O pastor precisa ter tato e sensibilidade para lidar com pessoas de diversas faixas etárias.

1. Cuidado com os anciãos (1Tm 5:1).Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos jovens, como a irmãos”. Aqui, Paulo ensina a Timóteo a maneira correta de lidar com as pessoas mais velhas. Sendo jovem e, talvez, mais dinâmico, Timóteo poderia ser tentado a se tornar impaciente e ressentido com alguns homens idosos. Por isso a admoestação para ele não repreender a um homem idoso asperamente, mas exortá-lo como a um pai. Seria impróprio a ele, jovem, criticar tal pessoa com ataques verbais. Se o respeito com as pessoas idosas faz parte da cultura de muitos povos, entre o povo de Deus essa distinção deve ser ainda mais observada.

“... aos jovens, como a irmãos”. Havia ainda o perigo de Timóteo manifestar uma atitude de opressão em relação aos mais moços. Paulo o alerta a tratar os moços como a irmãos. Ele deveria ser exatamente como um deles, sem lhes mostrar atitudes autoritárias. A igreja é a família de Deus, e devemos olhar para as pessoas da nossa idade como irmãos e irmãs.

2. O cuidado com as mulheres idosas e viúvas (1Tm 5:2,3). “Às mulheres idosas, como a mães... Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas”. Aqui, Paulo orienta Timóteo que as mulheres idosas devem ser consideradas como mães e tratadas com a dignidade, o amor e o respeito devidos. E Paulo também dá a Timóteo algumas orientações para que ele pudesse resolver as questões das viúvas na igreja (1Tm 5:3-8). A igreja não pode negligenciar a assistência aos domésticos da fé, quando estes são necessitados, e ao mesmo tempo não assumir o papel da família, quando esta pode socorrê-los. O sustento financeiro pela igreja deve limitar-se às viúvas que são realmente necessitadas (1Tm 5:3,5,16), ou seja, aquelas que não têm dotes nem parentes para mantê-las. Havia um grande número de viúvas na igreja de Éfeso.

Deus proíbe que seu povo aflija os órfãos e as viúvas (Êx 22:22). Um magistrado que oprime as viúvas está sob o juízo divino (Dt 27:19). Os agricultores eram instruídos a reservar um décimo da sua produção para as viúvas e os órfãos, deixando a eles ainda uma parte da colheita (Dt 14:28,29). Os profetas de Deus denunciaram a nação por defraudar as viúvas (Is 1:17,23; Jr 7:5; Ez 22:7; Zc 7:10). Jesus demonstrou compaixão com a viúva de Naim (Lc 7:11,12) e enalteceu a oferta da viúva pobre (Mc 12:41,42), ao mesmo tempo que denunciou os escribas que devoravam as casas das viúvas e se escondiam atrás de uma pecaminosa ostentação religiosa (Mc 12:40). A igreja de Jerusalém nomeou sete homens cheios de sabedoria, cheios de fé e cheios do Espírito Santo para supervisionar a distribuição diária às viúvas (At 6:1-6). Mais tarde, Tiago afirma que uma das evidências da verdadeira religião é visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações (Tg 1:27).

3. Tratar as pessoas do sexo oposto com honra e pureza (5:2). “... às moças, como a irmãs, em toda a pureza”. Aqui, Paulo orienta a Timóteo que “pureza” deveria caracterizar toda a atitude dele em relação às jovens moças. Ele deveria não apenas evitar o que é pecaminoso, mas também se desviar dos atos de indiscrição e de todo comportamento com aparência de pecado. O pastor precisa respeitar as jovens da igreja, tratando-as com honra e pureza. Um pastor que olha para as jovens da igreja com lascívia é um desastre. Um líder cujos olhos são cheios de adultério é como um lobo entre as ovelhas. Muitos pastores têm caído na área moral, por se entregarem a desejos lascivos. O conselho de Paulo nunca foi tão urgente, atual e oportuno!

4. O cuidado com os ministros fiéis (1Tm 5:17). “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”.

Os líderes que são fiéis ao Senhor e à igreja devem ser estimados e apoiados por todos os liderados. Paulo estabelece a regra de que os presbíteros que presidem bem devem ser merecedores de dobrados honorários. “Honorários” pode significar respeito, mas também inclui a ideia de reembolso financeiro (Mt 15:6). “Dobrados honorários” contêm as duas ideias. Antes de tudo, são merecedores de respeito do povo de Deus devido a seu trabalho, mas, se o seu tempo é integralmente dedicado a esse trabalho, também são merecedores de ajuda financeira. Os que se afadigam na palavra e no ensino são provavelmente aqueles que gastam tanto tempo na pregação e no ensino que não podem ter um emprego regular. Aos cristãos de Corinto ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros (1Co 9:6-10).

Os presbíteros fiéis em seu trabalho não deveriam ser apegados ao dinheiro - avarento (1Tm 3:3), mas eram dignos de receber honra e honorários. Com isso, Paulo considera que o pastorado é um ministério remunerado. Da mesma forma que nos dias do Antigo Testamento os sacerdotes eram sustentados a fim de se dedicarem à lei do Senhor (2Cr 31:4), também nos dias do Novo Testamento os pastores devem ser sustentados para que possam devotar-se à obra do evangelho.

II. O TRATO COM O PRESBITÉRIO

1. Acusação contra os presbíteros (1Tm 5:19). “Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas”. Por ocuparem uma posição de responsabilidade na igreja, os presbíteros se tornam o alvo principal de ataque de Satanás. Por essa razão, o Espírito Santo de Deus toma medidas para protegê-los de falsa acusação. É estabelecido o princípio de que nenhuma ação disciplinar ocorra contra um presbítero, a menos que a acusação seja confirmada por duas ou três testemunhas. Na realidade, esse mesmo princípio se aplica a uma ação disciplinar contra qualquer membro da igreja, mas é enfatizado aqui porque havia o risco de os presbíteros serem acusado injustamente. Mas, se o líder for realmente culpado precisa se arrepender, confessar, deixar os seus pecados e ser disciplinado (Pv 28:13). Encobrir os erros daqueles que pecaram não é solução, pois “Deus não tem o culpado por inocente” (Nm 14:18). Os presbíteros, ou pastores, estão sujeitos a pecar, por isso, precisam vigiar e orar ainda mais (Mt 26:41).

2. A repreensão aos presbíteros (1Tm 5:20).Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor”. Aqui, Paulo ensina a respeito da forma como aqueles que pecaram e tiveram suas faltas comprovadas por testemunhas, devem ser disciplinadas.

A lei já exigia que não se podia condenar ninguém com o testemunho de uma única pessoa (Dt 19:15). Porém, quando uma acusação contra um presbítero procedia de duas ou mais testemunhas e era verdadeira, e além disso o denunciado persistia no pecado, então o faltoso deveria ser corrigido na presença de todos.

Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, pecados públicos devem ser corrigidos publicamente para que haja temor, pois a disciplina visa não apenas a restaurar o faltoso, mas também a prevenir os demais membros do corpo a não caírem no mesmo laço. A igreja nunca pode dar ao mundo a ideia de que está tolerando o pecado. O pecado é maligníssimo. É como um fermento: um pouco leveda a massa toda. Um mau exemplo é devastador na igreja. É como uma laranja podre numa cesta de laranjas saudáveis. Contamina as demais!

Timóteo é exortado a não ter parcialidades na aplicação da disciplina (1Tm 5:21). A igreja de Deus não pode ter dois pesos e duas medidas. Não pode tratar alguns membros com rigor e outros com complacência. Não pode aplicar a uns o rigor da lei e a outros, regalias e privilégios.

Segundo Hernandes Dias Lopes, a vida do líder é a vida de sua liderança, mas os pecados do líder são os mestres do pecado. Os pecados do líder são mais graves, mais hipócritas e mais danosos que os pecados dos demais membros da igreja. São mais graves, porque o líder peca mesmo tendo maior conhecimento. São mais hipócritas, porque o líder convoca o povo a viver em santidade e, muitas vezes, pratica o pecado em secreto. E são mais danosos, porque, quando um líder cai, mais pessoas são atingidas. Daí, os líderes que têm práticas pecaminosas não devem ser ignorados. Na realidade, a posição que ocupam não é um atenuante, mas um agravante. Eles devem ser tratados com mais severidade, e na presença de toda a igreja (Mt 18:15-17), para que os demais presbíteros, ou pastores, também possam sentir-se cheios de temor piedoso de fazer o mal.

Todavia, ao tratar da disciplina na igreja local, há dois perigos a serem evitados. O primeiro é a prevenção ou preconceito, e o outro é a parcialidade ou o favoritismo. É fácil ter um preconceito contra alguém e assim prejulgar o caso com injustiça. Também é muito fácil mostrar parcialidade em relação a alguém por causa de sua riqueza, posição na comunidade ou personalidade. Assim, Paulo solenemente conjura Timóteo diante de Deus, e Cristo Jesus e também diante dos anjos eleitos, a obedecer a essas instruções sem julgar uma questão antes de todos os fatos serem conhecidos ou sem mostrar-se favorável a alguém simplesmente porque é amigo ou conhecido - “Conjuro-te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade” (1Tm 5:21). Portanto, cada caso deve ser julgado diante de Deus, e Cristo Jesus e também diante dos anjos. Os anjos são os observadores do mundo onde vivemos e eles devem ver justiça perfeita em questões de disciplina na igreja.

3. O cuidado com a saúde (1Tm 5:23). O apóstolo Paulo demonstra seu zelo pastoral ao preocupar-se com a saúde de Timóteo. O apóstolo escreve: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades. Não há dúvida de que este versículo se refere ao vinho de verdade, e não apenas ao suco de uva. Se não fosse vinho de verdade, não faria sentido o apóstolo enfatizar que se deve usar somente “um pouco”.

O conselho de Paulo - “não continues a beber somente água” - significa que Timóteo não deveria beber água sem “um pouco de vinho”. Paulo aconselha o uso de “um pouco de vinho por causa de seu “estômago” e de suas “frequentes enfermidades”. É claro que, aqui, Paulo refere-se apenas ao uso medicinal do vinho e jamais deve ser interpretado como desculpa a seu uso abusivo.

É muito comum o obreiro gastar todo o tempo cuidando do rebanho e esquecer-se de si mesmo. Timóteo era bastante cuidadoso com os outros, mas estava descuidando de si mesmo. Precisava dar atenção à sua saúde para poder cuidar da igreja. As pressões do ministério são enormes, e Timóteo estava no comando da maior igreja da época, a igreja de Éfeso. Éfeso era a capital da Ásia Menor, uma cidade complexa e com muitos desafios. Os falsos mestres perturbavam a igreja, e Timóteo precisava lidar com essas pressões que vinham de fora e também com as tensões que vinham de dentro da igreja. O desgaste emocional e os reflexos que esse desgaste tinham na saúde de Timóteo levaram Paulo a orientar o jovem pastor a cuidar de sua saúde.

Note que, embora Paulo, como apóstolo, sem dúvida tivesse o poder de curar todos os tipos de doenças, nem sempre o usava. Aqui, ele justifica o uso de remédios para doenças estomacais. Há momentos que a resposta de Deus, em relação à cura, é negativa, e, quando isso acontece, devemos aprender a lidar com a soberania divina. Mesmo homens de fé, como Moisés e Paulo, deixaram de ter suas orações atendidas (Dt 3:26; 2Co 12:8,9).

III. CONSELHOS GERAIS (1Tm 6:3-21)

No capítulo cinco, vimos como Paulo tratou a questão da ação social na igreja, especialmente no cuidado das viúvas que não tinham suporte financeiro da família. Também vimos como Paulo abordou a questão do sustento e disciplina. Agora veremos como Paulo orienta Timóteo a lidar com os falsos mestres e o cuidado que deve ter como pastor do rebanho. Também veremos os conselhos dados pelo apóstolo aos ricos.

1. Aos que não respeitam a sã doutrina (1Tm 6:3-5). “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro”.

Aqui, Paulo volta a atenção para aqueles que estariam dispostos a ensinar doutrinas novas e estranhas na igreja. São falsos mestres, aqueles que se desviam da sã doutrina, abandonam a verdade e desviam-se da fé, dividindo a igreja, motivados pela avareza. Eles trocam o evangelho por outro evangelho. Trocam o genuíno pelo espúrio, o verdadeiro pelo falso, o pão nutritivo da verdade pelo caldo mortífero da mentira (morte na panela: 2Rs 4:38-41). Por discordarem da sã doutrina, ensinam suas perniciosas heresias.

Os falsos mestres, por serem arrogantes e ignorantes, promovem divisões. Proclamam a si mesmos como os donos da verdade. Gostam de discutir. São obcecados por contendas de palavras. No entanto, são vazios, não entendem nada, são desprovidos da verdade e escravos da mentira.

Cinco resultados são apresentados: inveja (ressentir-se por causa dos dons dos outros); provocação (cultivar espírito de rivalidade e contenda); difamações (espalhar mentiras acerca de outras pessoas); suspeitas malignas (esquecer-se de que a comunhão se constrói com a confiança, e não com a suspeita); altercações sem fim (o fruto da irritação).

Esses falsos mestres são homens depravados e mentirosos. Além do mais, o vetor que governa sua vida é o lucro. Eles não estão interessados na salvação das pessoas, mas no dinheiro que elas possuem. Fazem da religião um negócio. Distorcem o evangelho e fazem dele um artigo comercial. Transformam o templo numa praça de negócio. Usam o púlpito ou a mídia como um balcão, e os crentes como consumidores. “Eles tornam a mais sagrada das vocações em um ofício de ganhar dinheiro”.

Esses falsos mestres nos lembra os pastores mercenários que posam como ministros cristãos, mas não tem amor real pela verdade. Também nos faz pensar no comércio que se tornou tão comum no cristianismo: a venda de indulgências, os bingos, os bazares beneficentes, as quermesses, etc. Há uma ordem clara de nos desviarmos de tais mestres ímpios: “Aparta-te dos tais” (1Tm 6:5 – ARC).

2. Aos que querem ser ricos (1Tm 6:9,10).Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

Ser rico não é pecado, mas confiar nas riquezas, preferi-las à vida eterna é fatal para a vida espiritual de alguém. Assim, lutar por uma vida regalada nesta Terra, estar à busca de obtenção de riquezas, erigir isto como uma prioridade na vida é praticamente assinar a sua sentença de perdição.

A riqueza como fruto do trabalho e da providência divina é uma bênção. É Deus quem nos dá força para adquirirmos riqueza. Há muitas pessoas ricas e piedosas. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, o problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas carregá-lo no coração.

Paulo diz que o amor ao dinheiro é a fonte de todos os males. Nem todo o mal do universo surge do amor ao dinheiro, mas certamente é uma das grandes fontes de vários tipos de males. Por exemplo, o amor ao dinheiro produz inveja, briga, roubo, desonestidade, intemperança, esquecimento de Deus, egoísmo, desvios de conduta, etc.

É preciso destacar que o dinheiro não é raiz de todos os males. O dinheiro em si é uma bênção. Com ele suprimos nossas necessidades e servimos ao próximo. Com ele ajudamos os necessitados e cooperamos com a expansão do reino de Deus. O problema não é ter dinheiro no bolso, mas ter o dinheiro no coração. O problema não é possuirmos riquezas, mas as riquezas nos possuírem. O problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro.

3. Conselhos aos ricos (1Tm 6:17-19).Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”.

Nos versículos anteriores Paulo escreveu de forma detalhada sobre aqueles que desejam ser ricos. Aqui, ele se refere aos ricos. Veja alguns conselhos que Timóteo deveria dar aos ricos:

a) Os ricos não deveriam ser orgulhosos (1Tm 6:17a). Essa é a tentação dos ricos. A posse do dinheiro pode levá-los a serem orgulhosos. O indivíduo pode pensar que ser rico significa ser mais competente, mais inteligente, melhor que os outros ou até mesmo mais amado por Deus. A pessoa pode ficar soberba porque tem muitas propriedades, porque conseguiu construir um colossal patrimônio. A soberba, porém, é a antessala da ruína. Um rico soberbo não compreendeu nem a vulnerabilidade da vida nem a instabilidade das riquezas.

b) Os ricos não deveriam depositar a sua esperança, literalmente, na instabilidade da riqueza (1Tm 6:17b). Confiar na instabilidade da riqueza é a mesma coisa que edificar sua casa na areia. Hoje há muitas pessoas desesperadas. Até ontem estavam confiantes de terem feito os melhores investimentos; agora, seus investimentos deram para trás. Aquela aplicação antes tão sólida de repente se torna vulnerável. Muitas pessoas perderam seus bens do dia para a noite. A Bíblia diz: “Porventura fitarás os teus olhos naquilo que é nada? Pois certamente a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus” (Pv 23:5). Confiar no dinheiro é uma insanidade.

c) Os ricos deveriam confiar em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas usufruirmos (1Tm 17:c). Uma das grandes ciladas da riqueza é que é difícil tê-la sem confiar nela. E isso é uma forma de idolatria. É negar a verdade de que Deus é quem abundantemente nos dá todas as coisas para nossa satisfação. O dinheiro pode lhe dar roupas bonitas, mas não beleza. Pode lhe dar prazeres, mas não paz. Pode lhe dar aventuras, mas não felicidade. Pode lhe dar um carro blindado e segurança, mas não proteção real. Pode lhe dar uma casa, mas não uma família. Pode lhe dar remédios, mas não saúde. Pode lhe dar bajuladores, mas não amigos. Pode lhe dar satisfação sexual, mas não amor. Pode lhe dar um rico funeral, mas não vida eterna.

d) Os ricos devem dar daquilo que recebem de Deus (1Tm 6:18) – “que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis”. O rico é lembrado de que o dinheiro que ele possui não é dele. Ele o recebeu para ser administrado. Ele é responsável pelo uso do dinheiro para a glória de Deus e para o bem-estar de seu próximo. Ele deve usá-lo para as boas obras e ser generoso com os necessitados.

e) Os ricos devem fazer investimentos para a eternidade – “que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”. Jesus disse que devemos ajuntar tesouros lá no céu, onde os ladrões, a traça e a ferrugem não podem destruí-los. A bolsa de valores do Céu jamais entra em colapso. As riquezas espirituais jamais podem ser roubadas. A Bíblia diz que onde estiver o seu tesouro, aí estará o seu coração. Devemos buscar as coisas lá do alto. Devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. Devemos buscar tesouros que sejam um sólido fundamento. Devemos nos apoderar da verdadeira vida.

O homem que só pensava em seus banquetes e em suas vestes, e deixou Lázaro faminto e chagado à sua porta, morreu sem ajuntar tesouros no Céu. Morreu e foi para o inferno, onde acabou atormentado nas chamas e não recebeu nem mesmo o alívio de uma gota de água (Lc 16:19-31).

O homem que se preparou apenas para esta vida e não fez nenhuma provisão para a sua alma foi chamado de louco (cf Lc 12:20,21).

Portanto, aquele que ajunta tesouros apenas para esta vida descobrirá que, no dia em que sua casa cair, no dia em que estiver atravessando a ponte que liga o tempo à eternidade, o dinheiro não poderá ajudá-lo a se apoderar da verdadeira vida. O crente sábio não entesoura para esta vida, mas para a futura (Mt 6:19-21).

CONCLUSÃO

Paulo conclui os seus conselhos gerais admoestando a seu amigo e colaborador a guardar o objeto que lhe foi confiado: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado...” (1Tm 6:20a). O objeto entregue a Timóteo para ser protegido por ele é o santo Evangelho. Isto inclui, naturalmente, o que o apóstolo está escrevendo na carta de 1Timóteo: todas as ordens dadas a Timóteo e todo o ensino que esta epístola contém. Timóteo terá de dar conta a Deus quanto ao que fez com o “depósito”.

A fé cristã foi colocada nas mãos de Timóteo. Ele recebeu esse depósito e precisa transmiti-lo com fidelidade. Timóteo deve entregar o que recebeu, e não o que inventou. Deve transmitir o que recebeu, e não o que criou. Segundo Hernandes Dias Lopes, “o pregador não gera a mensagem, ele transmite a mensagem. Ele não é o dono da mensagem, é o servo da mensagem. O pregador é um despenseiro de Deus (Tt 1:7), e o que se requer do despenseiro é fidelidade. Ele não pode sonegar ao povo o evangelho que Deus a ele confiou nem acrescentar coisa alguma ao evangelho por ele recebido”.

Paulo finaliza sua admoestação dizendo: ”...tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém!” (1Tm 6:20b,21). Timóteo não deveria perder tempo com as futilidades dos falsos mestres. Não deveria envolver-se com falatórios inúteis e profanos e com as contradições do saber, pois os que assim procedem desviam-se da fé; antes, ele deveria manter-se firme e fiel na pregação do evangelho que lhe foi confiado. Da mesma forma que os hereges se afastam da verdade, o pastor deve afastar-se das heresias.

Concluo com as mesmas palavras de Paulo a Timóteo: A graça seja convosco” (1Tm 6:21b). É unicamente no poder dessa graça que Timóteo e a igreja são capazes de resistir os falsos mestres, afastar-se de sua influência. A graça é suficiente. Ela nos basta! Amém!

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Tito e Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

1 Timóteo – o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

2 Timóteo – O testamento de Paulo à Igreja. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.