segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O QUE SIGNIFICA O NATAL DE JESUS CRISTO?


Prezados companheiros desta lida, pela graça de Deus, mais um ano foi vencido. Rompemos em fé as dificuldades, os problemas, os conflitos, os momentos tribulosos, e chegamos até aqui. Isto significa que mais um capítulo do livro da história da nossa vida foi escrito.

A nossa vida é uma obra literária ou dramática. Vários capítulos são escritos neste livro: o capítulo da concepção, do nascimento (somos a jóia esperada, o bem-querer dos nossos pais); o capítulo da vida de infância, da puberdade, da adolescência, da juvenialidade, das expectativas profissionais, do namoro, da vida a dois, da realização profissional, da vida adulta...

Espero que epílogo deste livro tão cedo seja escrito. Mas quando isso acontecer, almejo que ele seja escrito de forma desejosa e com alegria pela pessoa que assim o fizer. Que jamais tenhamos um epílogo semelhante de um rei de Israel, chamado Jeorão (2Cr 21:29). Alguém que escreveu o epílogo da história da sua vida assim o fez: “e se foi sem deixar de si saudade”. Ele foi uma pessoa muito má, por isso não deixou saudade a ninguém.

Também, espero que neste Natal, o principal homenageado, ou seja, o verdadeiro aniversariante, seja realmente lembrado. Seu nome é: “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). Ele é Aquele que: sendo Deus se fez homem; sendo Senhor se fez Servo; sendo Eterno, criador dos céus e da terra, vestiu pele humana, se encarnou e entrou em nossa história cheio de graça e de verdade; Aquele que sendo rico se fez pobre; nasceu como uma criança pobre; deitou num berço pobre; pertenceu uma família pobre; viveu numa cidade pobre; viveu, cresceu e trabalhou como um homem pobre, numa carpintaria; não tinha um barco para fazer dele um púlpito, precisou emprestá-lo; não tinha um jumento para entrar em Jerusalém, precisou emprestá-lo; não tinha aonde reclinar a sua cabeça.

Mas diz a Bíblia, que sendo rico se fez pobre para nos enriquecer. E esta riqueza não é material; esta riqueza é espiritual. A Bíblia diz que agora somos abençoados com toda sorte de bênçãos em Cristo Jesus nas regiões celestes.

Como você tem reagido a esse Natal? O que significa o Natal de Jesus Cristo para você? Para mim é o maior presente de Deus.

Normalmente quando se fala em Natal vem logo à tona um velho intruso, usurpador, que engana e ludibria os inocentes com suas promessas falsas: o “papai Noel”, o príncipe do consumismo mercantilista desta época.

Infelizmente a celebração do Natal está sendo esvaziada, destorcida pelo comércio guloso. Pelo mercantilismo consumista. Nós precisamos nos acautelar para não entrarmos nesse processo rápido de secularização.

Normalmente, hoje, quando se fala em Natal pensa-se apenas em ruas enfeitadas, nas luzes multicoloridas, nas músicas alusivas que tocam nas praças, nas igrejas. Pensa-se nas lojas decoradas, nos grandes centros do comércio enfeitados, nas agitações febril das compras, nas trocas de presentes, nas confraternizações, nas ceias regadas de comidas e bebidas gostosas, em cardápios requintados.

Embora essas coisas sejam boas em si mesmas e promovam comunhão, confraternização, congraçamento, estreitamentos dos laços fraternais e familiares, todavia, este na verdade não é o centro principal do Natal de Jesus Cristo.

O Natal é muito mais do que festa. É muito mais do que gastronomia. É muito mais do que trocas de presentes. É muito mais do que uma arvore de Natal enfeitada e circulada por pacotes de presentes. É muito mais do que um cartão de Natal que se envia para outra pessoa. É muito mais do que a compra de presentes ou até mesmo uma celebração festiva dentro dos órgãos públicos ou até mesmo nas igrejas evangélicas. O Natal deveria estar centralizado na pessoa preciosa e bendita de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Enfim, o âmago do Natal de Jesus é a graça salvadora de Deus.

Que possamos expressar como fez o salmista do salmo 118:24: “Este é o dia que fez o Senhor, regozijemo-nos e alegremo-nos nele”.

Feliz Natal.
Luciano de Paula Lourenço

domingo, 20 de dezembro de 2015

Aula 13 – JOSÉ, A REALIDADE DE UM SONHO


4º Trimestre/2015

Texto Base: Gênesis 45:1-8

“E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (Gn 41:38).

 

INTRODUÇÃO

Com esta Aula concluímos o estudo do livro de Gênesis, concernente aos temas e tópicos propostos. Na Aula de hoje estudaremos a respeito da vida de José. Veremos preciosas lições que este valoroso jovem deixou como legado para todas as pessoas que sonham os sonhos de Deus. De todos os filhos de Jacó, José é, de longe, o mais focalizado pelo texto sagrado, pois, além de ter sido o instrumento de Deus para que Israel viesse a se tornar uma nação, também é um vigoroso exemplo de como deve ser o caráter de um servo do Senhor neste mundo distanciado de Deus. O seu testemunho nos mostra a possibilidade de o homem manter-se, sob a graça divina, íntegro, independentemente da idade e das circunstâncias que o envolvam.

Ele foi o mais próximo tipo de Cristo na Bíblia: amado pelo pai e invejado pelos irmãos; vendido por vinte moedas de prata; desceu ao Egito em tempos de prova; perseguido injustamente; abandonado pelo amigo; exaltado depois da aflição; salvador de seu povo.

Milhões ao longo dos séculos foram salvos com a história desse jovem valoroso. Seus atos pregam com muita contundência e penetração como deve ser o comportamento de um verdadeiro homem de Deus, mesmo que tenha que passar por dolorosas provações. José teve como principal meta não perder a comunhão com seu Deus, pois sabia que no tempo certo Deus lhe daria a recompensa pela sua fidelidade. Ele foi um homem fiel a seus pais, a seus superiores e a Deus. Ele foi fiel na adversidade e na prosperidade. Sigamos, pois, o seu exemplo!

1. A HISTÓRIA DE JOSÉ

José, filho de Jacó e de Raquel, ocupa a posição central na narrativa do livro do Gênesis, a partir do capítulo 37, parte conhecida pelos estudiosos das Escrituras como “o ciclo de José”.

José enfrentou terríveis provações: foi desprezado e abandonado pelos seus irmãos, vendido como escravo, exposto à tentação sexual e punido por fazer a coisa certa; suportou um longo período de encarceramento e foi esquecido por aqueles a quem ajudou. Mas José não passava muito tempo tentando saber os motivos de suas provas. Sua atitude era: “o que devo fazer agora?”. Os que conheceram José logo perceberam que Deus estava com ele em qualquer coisa que fizesse ou onde quer que fosse.

Quando você estiver enfrentado um contratempo, o primeiro passo para uma atitude semelhante a de José é reconhecer que Deus está no controle de tudo e que Ele está com você. Não há nada como a presença dEle para derramar nova luz sobre a situação escura. Ao ler a história de José, note o que ele fez e cada situação. Sua atitude positiva transformou todo contratempo em progresso.

1. Filho da afeição (Gn 37:3). José é mencionado, pela vez primeira, nas Escrituras Sagradas, em Gn 30:24, quando se noticia o seu nascimento miraculoso em Padã-Arã (Gn 28:2; 30:22-24). Raquel, sua mãe e a mulher predileta de Jacó, por quem o velho patriarca havia trabalhado para Labão durante quatorze anos, era estéril. Entretanto, Deus lhe abriu a madre e José nasceu, revelando, desde logo, que se tratava de uma pessoa com uma missão especial no plano divino para a salvação do homem. Seu nome, em hebraico, significa “Deus acrescenta” ou “aquele que acrescenta”, nome dado por Raquel para expressar ao Senhor seu desejo de ter mais um filho, desejo que foi atendido, embora Raquel tenha morrido neste seu segundo parto (Gn 35:16-19).

A vida de José é narrada nos capítulos 37 a 50 de Gênesis. Jacó amava mais a José do que a todos os seus filhos (Gn 37:3), porque era filho da sua velhice, razão pela qual fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiavam-no e não lhe podiam falar pacificamente(Gn 37:4).

2. Filho dos sonhos (Gn 37:5-11). José, aos dezessete anos de idade, teve um sonho e contou a seus irmãos. Ele lhes disse: "Estávamos nós atando molhos no campo e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho". Responderam-lhe seus irmãos: "Tu, pois, reinarás sobre nós e deveras terás domínio sobre nós?". Por causa dos seus sonhos e das suas palavras o odiavam ainda mais.

Neste primeiro sonho, temos que José se dirige apenas a seus irmãos, até porque o sonho envolve tão somente ele e seus irmãos. Aqui, José revela imaturidade, o que é próprio para quem tinha a sua idade. José deveria ter guardado o sonho para si ou, quem sabe, pedir a seu pai, que, certamente, já lhe dissera a respeito das experiências que tivera com o Senhor, inclusive a visão em Betel, alguma orientação. Entretanto, José quis, com o sonho, alterar a sua posição diante de seus irmãos; não tinha percebido que não é desta maneira que alguém se impõe. Não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito Santo que uma liderança escolhida por Deus se impõe aos demais (cf. Zc 4:6). Esta experiência José ainda não possuía e deveria aprendê-la nas diversas fases de sua vida.

Teve José outro sonho e o contou diante de seus irmãos, dizendo: "Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim”. Os irmãos o odiaram por causa do sonho e seu pai repreendeu-o porque entendeu que, segundo o sonho, todos eles viriam a inclinar-se com o rosto em terra diante dele. Jacó repreendendo a José, não porque não cresse nos sonhos, mas pela própria inexperiência do filho, tanto que o velho patriarca guardou estas coisas em seu coração (Gn 37:11). Entretanto, os sonhos apenas aguçaram a beligerância entre José e seus irmãos, cuja inveja já era, então, notória e explícita.

Apesar da imprudência de José no tocante às revelações recebidas da parte de Deus, verdade é que era necessário, no plano divino, que ele contasse os sonhos a seus irmãos, para que se tivesse a situação que o levou ao Egito como escravo; mas isto nos serve de lição para que tenhamos muita prudência e cuidado no que toca à divulgação de nosso relacionamento com o Senhor. Há um espaço de intimidade entre o crente e o Senhor (Mt 6:6; Ap 2:17), espaço este que não deve ser divulgado a ninguém, a menos que haja uma determinação neste sentido da parte do Senhor. Não podemos nos esquecer que vivemos num mundo mau e que nem todos são nossos amigos, bem como que o nosso inimigo sempre está ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar (1Pedro 5:8).

Os sonhos de José eram os sonhos de Deus, mas, inicialmente, seus sonhos não o levaram ao pódio, mas à cisterna; seus sonhos não o fizeram um vencedor, mas um escravo; seus sonhos não o levaram de imediato ao trono, mas à prisão. Porém, José soube esperar pacientemente o tempo de Deus. Ele compreendia que Deus era o Senhor de seus sonhos, por isso aguardou com paciência o cumprimento da promessa.

Depois do choro, vem a alegria; depois das lágrimas, vem o consolo; depois do deserto, vem a Terra Prometida; depois da humilhação, vem a exaltação; depois da cruz, vem a coroa; depois da prisão, vem o trono. José confiou em Deus, e seus sonhos foram realizados.

3. José sofreu a dor do desprezo e do abandono (Gn 37:24,25). José era o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro de Raquel, sua amada (Gn 49:22). Benjamim era o mais jovem de todos (Gn 49:27). Rubens, o primogênito, era instável, imoral e intempestivo (Gn 35:22; 49:4). Simeão e Levi eram violentos, cruéis e vingativos (Gn 34:25-29; 49:5,7). Porém, uma coisa eles tinham em comum: todos invejavam José e procuravam ocasião para matá-lo (Gn 37:11,18,20). Totalmente envolvidos pela inveja, decidiram matar José (Gn 37:18) e o teriam feito se Ruben, o primogênito, não lhes tivesse demovido o intento (Gn 37:18-21). José é, então, lançado numa cova até que se resolvesse o que se faria com ele. Ele foi desprezado e abandonado por aqueles que deveriam protegê-lo.

José perdeu, de um momento para outro, toda a sua posição privilegiada que tinha na casa de seu pai. Perdeu a “túnica de várias cores” e é posto numa cova no deserto, uma cova vazia e sem água (Gn 37:24). Seus irmãos, insensíveis e cegos pelo ódio e pela inveja, comiam pão enquanto seu irmão estava a sofrer terrivelmente naquela cova. José estava só, abandonado pelos seus próprios irmãos.

A despeito de tudo isso, aprendemos uma lição importante: um líder precisa aprender a ficar só e a depender única e exclusivamente de Deus. Era esta a primeira lição que Deus dava a José e uma lição que dá a cada um de Seus servos que tem chamado para fazer parte de Sua Igreja. Nos dias em que vivemos, muitos pregam a respeito das promessas de Deus e da sua fidelidade, mas omitem o preço que deve ser pago para se apropriar de tais promessas.

II. UM ESCRAVO CHAMADO JOSÉ

José, de filho predileto, torna-se uma mercadoria, um escravo. Mas, a Bíblia diz que Deus era com ele (At 7:9).

1. O preço de um jovem (Gn 39:28) – “Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito”.

Judá livra José da morte, convencendo seus irmãos a vendê-lo a mercadores do deserto, ismaelitas e/ou midianitas (Gn.37:27,28). José foi vendido por vinte moedas de prata, abaixo da cotação do mercado para aquisição de um escravo (cf. Êx 21:32). José foi tratado como uma mercadoria, um objeto descartável, “mas Deus era com Ele” (At 7:9).

José foi levado para o Egito, a potência política da época, onde foi vendido a Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda (Gn 37:36). No Egito, inicia-se a segunda fase da vida de José. Não era mais agora o filho predileto na casa de seu pai, mas um escravo em terra estrangeira. Deus já mostra a Sua presença ao fazer com que José seja comprado por um alto funcionário da corte de Faraó. Potifar era o capitão da guarda, o encarregado da segurança de Faraó e de seus palácios, de modo que José é introduzido, ainda que na condição de escravo, num ambiente privilegiado.

Apesar de ter perdido a condição de filho predileto na casa de seu pai e de, agora, ser um escravo em terra estrangeira, José não havia perdido a companhia do Senhor. O texto sagrado é enfático ao afirmar que “o Senhor estava com José” (Gn 39:2). E por que Deus estava com ele? Porque José se manteve fiel ao Senhor. Como disse o salmista: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”(Sl.145:18). José servia verdadeiramente a Deus, adorava a Deus pelo que Ele é, não pelo que Ele fazia ou deixava de fazer e, por isso, o Senhor estava com ele.

José decidira servir a Deus, mesmo em uma situação tão difícil, em terra estranha, longe de sua família, traído pelos seus irmãos. Apesar disso, ele mantém a mesma posição diante de Deus: integridade e lealdade. Continuou a servi-lo, a amá-lo, pois amar a Deus é fazer o que Ele manda (João 14:5; 15:14).

Temos sido íntegros em nosso viver? Servimos a Deus tanto na alegria como na tristeza, tanto quando estamos em uma situação privilegiada, como José na casa de Jacó, quanto quando estamos como escravos em terra estrangeira, completamente sós e desamparados? Temos o mesmo sentimento que teve o patriarca Jó: “… receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2:10). Isto é ser íntegro; isto é ter o coração inteiramente dedicado a Deus, render-lhe exclusiva adoração, não importando com nada que esteja à nossa volta, as chamadas “circunstâncias”. É esta a ordem divina para os Seus servos: “… andai no temor do Senhor com fidelidade e com coração inteiro” (2Cr.19:9). Israel teve um rei por nome Amazias, que não serviu ao Senhor de coração inteiro (2Cr.25:2), motivo pelo qual teve grandes fracassos em sua vida.

2. José prospera, a despeito das adversidades (Gn 39:2) – “E o SENHOR estava com José, e foi varão próspero...”.

Em virtude de sua fidelidade a Deus em uma situação tão adversa, José foi um varão próspero (Gn 39:2,3). Ele não abandonou a Deus apesar de toda a adversidade e, por este motivo, Deus começou a trazer bênçãos materiais para a casa de Potifar, a fim de que o próprio capitão da guarda, pessoa ignorante das coisas de Deus, pudesse exaltar a pessoa de José em sua casa - “Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão, José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39:3,4).

José conquistou uma posição de liderança na casa de Potifar graças ao seu trabalho, ao seu esforço. Quando aliamos esforço, dedicação e excelência de serviço a uma vida de comunhão com o Senhor, certamente seremos abençoados por Deus. Não se trata de um “toma-lá-dá-cá”, de uma barganha, como se ouve na atualidade, mas, sim, do resultado do poder de Deus em nossas vidas. As nossas boas obras fazem com que o nome do Senhor seja glorificado (Mt.5:16) e um bom testemunho nos traz reconhecimento na sociedade, no ambiente onde estamos.

3. A pureza de um jovem (Gn 39:7-12). Mas, quando tudo parecia estar bem na vida de José, surge a tentação. A mulher de Potifar quis deitar-se com José, pois ele era formoso de parecer e formoso à vista (Gn 39:6). José resistiu a esta oferta, não aceitando deitar-se com a mulher de seu senhor. Em primeiro lugar, porque era fiel a Deus e sabia que uma relação sexual fora do casamento estava fora da vontade divina. Em segundo lugar, José sabia o seu lugar: “estava na casa do seu senhor” e, por isso, bem sabia que a mulher de Potifar não se encontrava entre os bens que lhe haviam sido confiados (Gn 39:9). Em terceiro lugar, porque o adultério é um grande mal e um terrível pecado contra Deus (Gn 39:9). Vemos, assim, mais um sinal de integridade na vida de José.

Humanamente pensando, José nada teria a perder em aceitar esta oferta. Era rapaz jovem vigoroso e a mulher de seu senhor não devia ser feia. A tentação era realmente forte e, além do mais, Potifar lhe tinha absoluta confiança. No dia em que sofreu o ataque mais decidido da mulher de Potifar, não havia sequer uma testemunha que o pudesse incriminar. Entretanto, José não tinha a dimensão humana em vista, mas tão somente a dimensão divina.

José podia usar outro argumento para justificar a sua queda moral: ele era escravo. Ele podia pensar que não tinha nada a perder e, ainda, um escravo só tem que obedecer. Entretanto, José entendeu que Potifar lhe havia confiado tudo em sua casa, menos sua mulher. José sabia que a traição conjugal é uma facada nas costas, uma deslealdade que abre feridas incuráveis. Ele estava pronto a perder sua liberdade, mas não a sua consciência pura. Estava pronto a morrer, mas não a pecar. José preferiu estar na prisão, com a consciência limpa, a estar em liberdade na cama da mulher com a consciência culpada. Ele perdeu a liberdade, mas não a dignidade.

José manteve-se firme: por entender a presença de Deus em sua vida (Gn 39:2,3); por entender a bênção de Deus em sua vida (Gn 39:5); por entender que o adultério é maldade contra o cônjuge traído (Gn 39:9) e um grave pecado contra Deus (Gn 39:9).

Em relação às paixões carnais, o segredo da vitória não é resistir, mas fugir. José fugiu (Gn 39:12). E, mesmo indo para a prisão, escapou da maior de todas as prisões: a prisão da culpa e do pecado.

O exemplo de José é extremamente elucidativo nos dias de imoralidade sexual que vivemos. Ensina-se abertamente, inclusive entre “evangélicos”, que a castidade, a pureza sexual, a virgindade antes do casamento são “princípios ultrapassados”, “costumes antigos”, “falso moralismo”, pois “Deus só quer o coração”. A vida de José mostra, bem ao contrário, que a verdadeira comunhão com Deus, a integridade, está na observância das regras éticas estabelecidas pelo Senhor na Sua Palavra, em especial as relativas à moral sexual, que impõem a atividade sexual no casamento e apenas com o cônjuge.

4. A intervenção de Deus por José (At 7:10) -“e livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa” (At 7:10). Deus não nos livra de sermos humilhados, mas nos exalta em tempo oportuno. Deus exaltou José depois da humilhação e do sofrimento. Podemos verificar essa ação de Deus na vida de José de três formas:

a) Deus livrou José de todas suas aflições (At 7:10a) – “e livrou-o de todas as suas tribulações...”. Vida cristã não é ausência de aflição, mas livramento nas aflições. Depois da tempestade, vem a bonança. Depois do choro, vem a alegria.  Depois do vale, vem o monte. Depois do deserto, vem a terra prometida. Assim como Deus livrou José de todas as suas aflições, Ele é poderoso: para enxugar nossas lágrimas; para aliviar nosso fardo; para acalmar as tempestades de nosso coração; para trazer bonança para nossa vida e nos dar um tempo de refrigério.

b) Deus deu a José graça e sabedoria (At 7:10b) – “...e lhe deu graça e sabedoria ante faraó, rei do Egito...”. Deus deu graça e sabedoria a José: para entender o que ninguém entendia; para ver o que ninguém via; para discernir o que ninguém compreendia; para trazer soluções a problemas que ninguém previa. O futuro do Egito e do mundo foi revelado a José por meio do sonho do Faraó. Em José, havia o Espírito de Deus. Por meio da palavra de José, o mundo não entrou em colapso. Por expediente de José, a crise que poderia desabar sobre o Egito e as nações vizinhas foi transformada em oportunidade para Deus cumprir seus gloriosos propósitos na vida de seu povo.

c) Deus galardoou José e o fez instrumento de bênção para os outros (At 7:10c) – “...que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa”. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, diz a palavra de Deus. Deus usou José para salvar a vida de sua família. José foi o instrumento que Deus levantou para salvar o mundo da fome e da morte.

III – LIÇÕES DA CONDUTA DE JOSÉ PARA AS NOSSAS VIDAS

1. Prioridade na Comunhão com Deus. José, em todos os momentos de sua vida, foi uma pessoa que se preocupou em agradar, sobretudo, a Deus, em ter como prioridade o seu relacionamento com Deus. José priorizou este relacionamento com o Senhor e não esmoreceu mesmo quando foi repreendido por seu pai, por causa de um sonho que teve da parte do Senhor ou quando foi para a prisão por ter se recusado a violar a lei do Senhor ante a oferta de adultério por parte da mulher de seu senhor. Esta dedicação extrema ao Senhor, devoção, piedade e integridade é, sem dúvida, uma das mais preciosas lições que extraímos da vida de José. Pensamos nas coisas que são de cima (Cl 3:1,2)? Estamos realmente mortos para o mundo (Rm 6:2; Cl 3:3)? Não mais vivemos, mas Cristo vive em nós (Gl 2:20)?

2. Fidelidade a Deus ante as circunstâncias adversas. José foi fiel a Deus, temeu ao Senhor, não importando o que lhe aconteceu ao longo da vida. Foi fiel a Deus na casa de seu pai, como escravo em terra estranha, na casa do cárcere como preso injustiçado e no palácio de Faraó, como governador do Egito. Esta firmeza e constância é algo que devemos reproduzir no nosso andar com Cristo até que o Senhor volte ou que nos chame para a sua glória. O Senhor é bem claro em sua carta à igreja de Esmirna: “… Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Ap 2:10).

3. Disposição para o perdão. José jamais se vingou daqueles que lhe prejudicaram: os seus irmãos e a mulher de Potifá. Deus não nos poupa de sofrermos injustiças, mas nos dá poder para triunfarmos sobre elas por meio do perdão. José decide perdoar seus irmãos, em vez de buscar a vingança. José resolveu pagar o mal com o bem - “agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim, os consolou e falou segundo o coração deles” (Gn 50:21).

Perdoar: é cancelar a dívida e não cobrar mais; é deixar o outro livre e ficar livre; é oferecer ao ofensor o seu melhor. O perdão oferece cura para os ofensores e ofendidos.

José deu várias provas de seu perdão:

- Primeiro, deu o nome de Manasses a seu primeiro filho (Gn 41:51) – "Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai". O nome Manasses significa "perdão". José estava apagando de sua memória todo o registro de mágoa e ressentimento. Ele queria celebrar o perdão.

- Segundo, deu a melhor terra do Egito a seus irmãos (Gn 45:18,20). O amor que perdoa é generoso. Ele paga o mal com o bem. Ele busca os meios e as formas para abençoar aqueles que um dia lhe abriram feridas na alma.

- Terceiro, sustentou seus irmãos e seu pai (Gn 47:11,12). Seu perdão não foi apenas uma decisão emocional regada de palavras piedosas, mas um ato deliberado e contínuo que desaguou em atitudes práticas. Ele não apenas zerou a conta do passado, mas fez novos investimentos para o futuro.

- Quarto, tendo poder para retaliar, usa esse poder para abençoar (Gn 50:19-21). Ele olhou para a vida com os olhos de Deus e percebeu que o ato injusto dos irmãos, embora tenha sido praticado com motivações erradas, foi usado por Deus para a salvação de sua família.

4. A prioridade das bênçãos espirituais. José era governador do Egito, o segundo homem do mais poderoso país daquele tempo, homem que desfrutava da plena confiança de Faraó. Seria natural, ainda mais diante da traição sofrida na casa de seu pai, que se apegasse às riquezas do Egito, à sua posição social, ao seu poder político. No entanto, José fez seus irmãos jurarem que levariam seus ossos para Canaã assim que eles retornassem para a Terra Prometida. José não se impressionou com as bênçãos terrenas que recebera, mas mantinha sua esperança na Terra Prometida, ou seja, nas promessas dadas por Deus a Abraão, Isaque e Jacó. O que temos buscado nesta vida? Uma posição social, riqueza, poder? Se esperarmos em Cristo somente nesta vida somos os mais miseráveis dos homens (1Co 15:19).

5. A humildade de espírito. José, mesmo sendo governador do Egito, diante de seus irmãos, afirmou que era apenas um instrumento para a conservação do povo de Israel, uma peça no propósito divino. José sempre soube manter o seu lugar, seja na casa de Potifar, seja na casa do cárcere, seja no palácio de Faraó. Sempre vemos José se apresentando com lealdade e submissão aos seus superiores, consequência direta da vida de comunhão que tinha com Deus. Sabemos ocupar convenientemente o nosso lugar? Temos impedido que a vaidade e o orgulho nos dominem? Que o Senhor nos dê um caráter qual ao de José. Amém!

CONCLUSÃO

Em nossa vida, estamos sujeitos a passar por tentações, provações e adversidades, elas, de algum modo, servem para moldar o caráter cristão. Diante dos momentos difíceis da vida, precisamos agir com sabedoria e serenidade, sempre dependendo do auxílio divino. Se aprendermos a viver nessa dependência, poderemos confiar em Deus, certos de que Ele está no controle de tudo, sendo capaz de transformar as próprias adversidades em benção (Gn 50:20). Como bem expressa Paulo: “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”(Rm 8:28). Amém!

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

George Herbert Livingston - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

O Pentateuco. Paul Hoff.

Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.

Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.

O Começo de todas as coisas – Estudos sobre o Livro de Gênesis. Claudionor de Andrade. CPAD.

José um líder piedoso e temente a Deus. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Portal EBD.2007.

 

domingo, 13 de dezembro de 2015

Aula 12 - ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA


4º Trimestre/2015

Texto Base: Gênesis 21:1-8

“E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21:6).

INTRODUÇÃO

Ao ouvir a promessa de que Sara daria à luz um filho, Abraão riu-se; e o riso de Abraão seria secundado pelo riso de Sara (Gn 18:12). O riso de Abraão pôs em dúvida a capacidade geradora de si mesmo e de sua esposa.

Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? E disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rosto! E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque...” (Gn 17:17-19).

Parecia inacreditável que Abraão e Sara, em idade avançada (99 e 89 anos, respectivamente – Gn 17:1) - ainda mais: Sara era estéril (Gn 11:30) -, pudessem ter um filho. Mas, Deus disse a Abraão: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?" (Gn 18:14). Deus queria que eles soubessem que o cumprimento da promessa não seria o resultado de esforços humanos, mas da pura graça, um milagre.

I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO

1. O nascimento do “riso” (Gn 21:3,6). Quando finalmente nasceu o filho prometido, após os vinte e cinco anos de sua peregrinação em Canaã, Abraão e Sara lhe deram o nome de Isaque (“riso”), conforme ordenou o Senhor (Gn 17:19,21). Esse nome expressava o contentamento do casal idoso e de todos aqueles que ouviriam essa notícia. O nome Isaque, dado ao recém-nascido, que parecia uma censura ao riso incrédulo do velho casal, agora tem novo significado: era o riso de alegria por ter um filho. Quando Isaque nasceu, o riso incrédulo de Sara converteu-se em riso de gozo: "Deus me tem feito riso" (Gn 21:6). “Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn 21:7). O Senhor teve muita paciência com o velho casal, pois eles lutavam contra fortes dúvidas pela longa demora do advento do filho. Ao passar dez anos em Canaã sem ter filhos, Sara procurou ajudar a Deus a fim de que se cumprisse a promessa. Segundo a lei mesopotâmica daquela época, uma esposa estéril podia dar a seu marido uma serva como mulher e reconhecer como seus os filhos nascidos dessa união. Abraão, em um momento de incredulida­de, cedeu ao plano de Sara, porém as consequências foram tristes, dentre elas, conflitos no lar. Como Abraão e Sara se parecem com muitos crentes que desejam substituir o plano de Deus por seus planos e pelas obras da carne!

2. Isaque e Ismael (Gn 21:9-21). Isaque provavelmente tinha entre dois e cinco anos de idade quando foi desmamado. A essa altura, Ismael tinha entre treze e dezesseis anos de idade. Durante o jantar em comemoração ao fato de Isaque ter sido desmamado, Sara viu que Ismael caçoava de Isaque e, por causa disso, ordenou a Abraão que expulsasse Agar e seu filho. Sara percebeu que a natureza do rapaz não concordava com o espírito de fé prevalecente na família. As duas linhagens tinham de estar marcadamente separadas. Era penoso para Abraão expulsar Ismael, mas Deus o consolava dizendo-lhe que por meio de Isaque viria sua descendência. Além do mais, por amor a Abraão Deus cuidaria do jovem Ismael e sua descendência formaria uma grande nação.

Hagar e Ismael aprenderam que embora expulsos das tendas e sem a proteção de Abraão, não estavam alijados da solicitude de Deus. Ele estava com Ismael e cuidou dele em sua juventude, possibilitando assim o cumprimento da promessa que ele mesmo fizera de que por meio de Ismael faria uma grande nação. Não obstante, ao casar-se com uma egípcia e habitar em Parã (Gn 21:21), Ismael afastou-se da família de Abraão.

O apóstolo Paulo interpreta esse acontecimento como uma evidência da inimizade entre o que correspon­de ao esforço e ao que vem da graça ou da promessa. Hagar representa o sistema pelo qual os homens procuram salvar-se, pelas obras da lei, e Sara representa a graça de Deus. São incompatíveis entre si. Assim como era necessário que a escrava e seu filho fossem expulsos para dar lugar ao filho da mulher livre, é necessário abandonar o sistema das obras para herdar a graça (Gl 4:21-31).

II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO

A prova que Abraão passou, quando Deus pede a ele o seu único filho em sacrifício, é uma demonstração convincente de amor por Deus. Este episódio retrata uma das experiências mais tremendas registradas em Gênesis. Deus provou Abraão não para fazê-lo tropeçar e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos, Deus nos refina através de circunstâncias difíceis.

1. A provação das provações (Gn 22:1-19). Certa feita, provavelmente à noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22:2). “Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera” (Gn 22:3).

O pedido que o Senhor fez a Abraão foi a prova suprema da fé do patriarca. Deus prometera ao patriarca uma descendência incontável por meio de Isaque. A esse ponto, Isaque era muito jovem e ainda não possuía esposa. Ora, como a promessa poderia se cumprir se Abraão o matasse? De acordo com Hebreus 11:19, Abraão acreditava que Deus ressuscitaria Isaque. Isso representa uma notável demonstração de fé, pois até aquele momento não havia nenhum registro de ressurreição na história do mundo.

Observe também a fé de Abraão em Gênesis 22:5: “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós”. Abraão foi justificado em primeiro lugar pela fé (Gn 15:6) e depois pelas obras (Tg 2:21). A salvação do patriarca ocorreu por meio de sua fé, ao passo que suas obras eram prova da fé que possuía.

Quando Isaque perguntou: “onde está o cordeiro para o holocausto?”, Abraão respondeu: “Deus proverá para si [...] o cordeiro”. Essa promessa se cumpriu em definitivo com a vinda do Cordeiro de Deus (João 1:29) e não apenas por meio do carneiro mencionado em Gn 22:13.

O propósito da prova era aumentar a fé que Abraão tinha, dar-lhe a oportunidade de alcançar uma vitória maior e receber uma revelação mais profunda ainda de Deus e de seu plano. Deus prova o homem para dar-lhe a oportunidade de demonstrar sua obediência e crescer espiri­tualmente.

"Não estendas a tua mão sobre o moço, porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único" (Gn 22:12). Tudo o que Deus queria era a rendição de Abraão, um sacrifício em espírito. Queria que Abraão mostrasse que amava mais a Deus que a seu próprio filho e as promessas feitas. Abraão teve sua fé grandemente recompensada. Recebeu o seu filho simboli­camente dentre os mortos e dali em diante esse filho lhe foi mais precioso que nunca. Da mesma forma, o que entregamos a Deus ele devolve a nós muito mais enriquecido e elevado que antes.

Abraão teve também uma revelação mais ampla de Deus e de seu plano. Chamou àquele lugar de “o Senhor Proverá” (Jeová-Jireh - Gn 22:14). O novo título de Deus chegaria à sua expressão plena quando outro Filho, também prometido, sofreria a morte nas proximi­dades do monte Moriá. Talvez Jesus se referisse a esta revelação ao dizer: "Abraão... exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se" (João 8:56).

Concordo com George Herbert Livingston ao dizer que Abraão enfrentou a ameaça devastadora da morte e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de Deus. Por outro lado, Deus demonstrou claramente que o sacrifício que Ele deseja é inteireza de coração, rendição às suas ordens.

2. Jesus, o bem mais precioso do Pai. Esse episódio é uma antecipação da expressão mais profunda do amor de Deus por nós: a entrega de seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar. Como nenhum outro episódio, este aponta para o amor do Pai e o sacrifício de Jesus na cruz.

A entrega de Isaque é um farol a apontar o amor eterno e sacrificial do Pai que deu seu Filho para morrer por nós, pecadores. Deus poupou Isaque, mas não poupou seu próprio Filho. A Bíblia diz que Deus não poupou seu próprio Filho, antes o entregou por todos nós (Rm 8:32). Diz ainda que Deus prova seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8).

Algumas semelhanças entre esse gesto de Abraão e o amor do Pai podem ser aqui identificadas:

- Em primeiro lugar, assim como Abraão, Deus não poupou seu próprio Filho (Hb 11:17; Rm 8:32). Abraão entregou seu filho a Deus, e Deus entregou seu Filho para morrer pelos pecadores.

- Em segundo lugar, Isaque foi o filho do coração como Jesus foi o Filho amado (Gn 22:2; João 3:16). Assim como Isaque, o filho amado de Abraão, era o filho da promessa, Jesus é o Filho amado, em quem Deus tem todo o prazer.

- Em terceiro lugar, Isaque foi a Moriá sem reclamar; Jesus, como ovelha muda, foi obediente até à morre, e morte de cruz. A atitude de Isaque, caminhando três dias para o monte Moriá, lança luz sobre a atitude de Jesus caminhando para o Calvário, sem abrir a boca e sem lançar maldição sobre seus exatores.

- Em quarto lugar, Isaque foi filho de promessas; Jesus é o Filho de profecias. Isaque foi prometido por Deus, seu nascimento foi profetizado, seu nascimento veio por uma intervenção miraculosa de Deus, no tempo oportuno de Deus. Assim, também, Jesus veio ao mundo para cumprir um propósito do Pai; sua vinda foi prometida, preparada. Ele nasceu para cumprir um plano perfeito do Pai.

- Em quinto lugar, Isaque teve seu sacrifício preparado (Gn 22:2,3); o sacrifício de Jesus foi planejado na eternidade (Ap 13:8). Assim como Deus estabeleceu os detalhes do sacrifício de Isaque, também planejou desde a eternidade a entrega, o sacrifício e a morte vicária de seu Filho na cruz.

- Em sexto lugar, Abraão e Isaque caminham sós para o Moriá. Jesus também bebeu o cálice sozinho, mas conversando com o Pai. Os servos de Abraão ficaram no sopé do monte Moriá. Os homens abandonaram Cristo, inclusive seus discípulos. Jesus, quando suou sangue no Getsêmani, estava só. Ele, só ele e o Pai travaram aquela batalha de sangrento suor. Jesus marchou para a cruz sob as vaias da multidão e tendo como único refúgio a intimidade com o Pai.

- Em sétimo lugar, Isaque carregou a madeira para o sacrifício. Jesus carregou a cruz. Assim como Isaque levou a lenha para o sacrifício no monte Moriá, Cristo carregou a cruz para o Gólgota, onde morreu por nossos pecados.

- Em oitavo lugar, Abraão e Isaque caminham sempre juntos. O Pai e o Filho fizeram na eternidade um pacto de sangue para salvar o homem e andaram sempre juntos. Sempre houve comunhão perfeita entre o Pai e o Filho. Sempre andaram juntos nesse glorioso propósito de remir-nos. Quando caminhamos pela fé, mostramos ao mundo não só nossa fidelidade a Deus, mas revelamos ao mundo o próprio coração de Deus.

Deus poupou Abraão e Isaque, mas não poupou seu Filho. Ele não providenciou um cordeiro substituto para Jesus. Ele viu seu clamor e não o amparou. No topo do calvário, há uma bandeira que tremula e proclama: "Deus proverá". Ele providenciou para nós perdão e salvação. Olhe para o Cordeiro de Deus. Olhe para Jesus, com fé, e seja um filho de Abraão, seja um filho de Deus.

III. O CASAMENTO DE ISAQUE (Gn 24:1-67)

Chegou a hora de Isaque se casar. Segundo os costumes daquele tempo, cabia a Abraão fazer os arranjos para o casamento de seu filho. Como herdeiro da promessa, era muito importante que Isaque se casasse com uma crente, uma mulher que valorizasse o pacto de Deus.

1. Uma esposa para Isaque (Gn 24:1-9).O SENHOR, Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra, ele enviará o seu Anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho” (Gn 24:5).

Abraão queria que a futura esposa de Isaque fosse de sua parentela e não uma das cananeias pagãs. Abraão não enviou Isaque à Mesopotâmia provavelmente porque não quis que seu filho fosse tentado a ficar ali e abandonar a terra prometida. Portanto, enviou para lá seu servo mais antigo e fiel, que provavelmente era Eliézer (Gn 15:2). Nas palavras que Abraão diz a seu servo, nota-se a confiança implícita do patriarca em Deus:

"Ele enviará o seu anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho" (Gn 24:7).

E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito, mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque” (Gn 24:2-4).

“Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa...”. Esta é uma expressão idiomática peculiar para se referir às crianças como frutos da “coxa” ou “lombo” de seu pai (cf. Gn 46:26, ARC). Segundo estudiosos da Bíblia, colocar a mão por baixo da coxa implicaria que, caso o juramento fosse quebrado, a criança que havia nascido ou viria a nascer daquela “coxa” se encarregaria de vingar a traição cometida. A isto chamavam de “jurar pela posteridade” e tem uma aplicação muito especial aqui, pois a missão do servo é garantir a posteridade de Abraão por meio de Isaque.

2. O mordomo pede direção a Deus -Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, dá-me, hoje, bom encontro e faze beneficência ao meu senhor Abraão! Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água; seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque; e que eu conheça nisso que fizeste beneficência a meu senhor”  (Gn 24:12-14).

A oração do mordomo pedindo direção é muito instrutiva. Propôs um sinal que em si mesmo demonstraria que a jovem era uma pessoa digna. Era um sinal calculado para demonstrar o caráter e a disposição de uma mulher digna do filho de seu senhor Abraão. O plano do servo era pedir “um gole” de água para si mesmo. Porém, aquela que o Senhor escolhera para ser mãe de um grande povo e ancestral de Jesus Cristo deveria revelar sua natureza generosa e disposição para servir os outros, oferecendo não apenas “um gole”, mas água em abundância. Além disso, a moça também deveria se oferecer para dar de beber aos animais.

Foi a adorável Rebeca quem satisfez as condições da oração e, consequentemente, quem recebeu os presentes do servo Eliézer (cf. Gn 24:15-52). Enquanto Rebeca o levava para a casa de seu pai, o servo de Abraão soube que sua procura havia terminado. Depois que a moça explicou a situação para seu irmão Labão, este o recebeu de bom grado e ouviu a solicitação do servo para que Rebeca fosse oferecida como esposa de Isaque. A convergência espantosa de acontecimentos em resposta à oração do servo convenceu Labão e Betuel (pai de Rebeca) de que o Senhor planejara toda aquela situação. A oração deve ocupar um lugar importante ao combinar um matrimônio.

Rebeca era, em realidade, melhor do que o servo havia pedido. Não era somente hospitaleira e bondosa, mas extraordinariamente bela e pura. Além disso, era uma mulher de caráter, que não vacilou quanto a fazer a vontade de Deus (Gn 24:58). Creu e de boa vontade se ofereceu a ir para um país distante a fim de casar-se com um homem ao qual nunca tinha visto.

3. O casamento de Isaque (Gn 24:62-67). Quando Rebeca avistou o que seria seu futuro lar, Isaque encontrava-se no campo meditando (talvez orando para que Deus desse êxito a seu servo na missão encomendada). Ela aproximou-se de Isaque com humildade e respeito (Gn 24:65). Isaque recebeu-a com igual cortesia e respeito dando-lhe o lugar de honra na tenda de sua mãe. Casaram-se e Isaque amou-a no instante em que a viu e, ao contrário de outros patriarcas, nunca teve outras esposas. Foi um casamento planejado no Céu.

O texto sagrado não mencionava Isaque desde o episódio no monte Moriá. Agora ele reaparece saindo ao encontro de Rebeca. De modo semelhante, veremos pela primeira vez nosso Salvador quando Cristo retornar para buscar sua noiva (1Ts 4:13-18).

Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25:20), e foi pai aos sessenta anos (Gn 25:26). Rebeca era estéril. Isaque orou por vinte anos, até a sua oração ser respondida. Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó.

4. Paralelo entre a missão do servo de conseguir esposa para Isaque e a obra do Espírito em preparar uma noiva para Jesus Cristo. O servo Eliézer é um representante (símbolo) do Espírito Santo enviado pelo Pai a fim de conquistar uma esposa para o “Isaque celestial”, isto é o Senhor Jesus Cristo. À semelhança do servo que não falou por si mesmo, o Espírito não fala por sua própria conta, mas fala acerca do Filho da promessa (João 16:13-15); da mesma forma que o servo presenteou a Rebeca com coisas preciosas como uma antecipação das riquezas de Isaque, o Espírito concede dons e penhor do Espírito à Igreja (2Co 1:22); como Rebeca creu em Isaque e o amou sem havê-lo visto, o crente crê em Cristo sem vê-lo, ama-o e se alegra com alegria inefável e gloriosa (1Pedro 1:8). Finalmente, vê-se na longa viagem que Rebeca tinha de fazer, a imagem da jornada do cristão para seu lar celestial.

IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR (Gn 26:1-29)

“Que nos não faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora, tu és o bendito do SENHOR” (Gn 26:29).

O capítulo 26 de Gênesis registra três provações que Isaque teve de enfrentar: abandonar a terra prometida em um período de fome, simular que Rebeca não era sua esposa em um momento de perigo, e reagir violentamente à provoca­ção dos filisteus. Falhou em uma das provas (a segunda), porém saiu vitorioso nas outras duas. Por que Deus permitiu que ele fosse provado da mesma maneira em que o fora Abraão? Quis dar-lhe a oportunidade de demonstrar se dependia da fé que seu pai possuía ou estava disposto a confiar ele mesmo, implicitamente, em Deus. Tinha de aprender as lições de fé e consagração. Cada nova geração tem de aprender por experiência própria o que Deus pode fazer por ela.

1. Confiando em Deus em tempo de crise (Gn 26:1).E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso, foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar”.

A fome assola a terra onde está Isaque. É tempo de escassez, de desemprego, de contenção drástica de despesas, de recessão; por pouco não afligiu a Isaque e o tentou a seguir o exemplo de seu pai. Isaque quis fugir da crise (Gn 26:1). É uma tendência natural do ser humano no momento de crise. Mas o Senhor apareceu a Isaque e advertiu-o de que não se mudasse para o Egito. As promessas que lhe fez eram, mormente, uma repetição das já feitas a Abraão (26:2-5). Rejeitaria Isaque a perspectiva de beneficiar-se da abundância do Egito para alcançar as bênçãos invisíveis do futuro distante? Estaria disposto a perder as riquezas que seu pai havia acumulado?

Isaque demonstrou que tinha a mesma índole de fé que Abraão, morando como estrangeiro na Terra Prometida (Hb 11:9,10). Sem dúvida alguma, perdeu muitas riquezas, mas Deus empregou estas perdas para ensinar-lhe lições espirituais. Depois da prova, o Senhor o enriqueceu com uma colheita extraordinária e o abençoou (Gn 26:12,13). Como Salomão, Isaque podia dizer: "A bênção do Senhor é que enriquece" (Pv 10:22).

Muitas vezes procuramos socorro no mundo e nas pessoas. Por que isto? Não porque não cremos em Deus, mas porque não o conhecemos. Saber e crer que Deus existe não é vantagem nenhuma, até os demônios creem e tremem: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem" (Tg 2.19).

Não adianta dizermos que confiamos em Deus, se nossas atitudes têm sido de incredulidade. Se verdadeiramente cremos nEle, nossas atitudes vão ser de fé; e entre elas, a confiança em Deus. Do contrário, nossa fé não passa de meras palavras, de uma fé morta. A religião é feita de muita teoria, mas a vida cristã de conhecimento e prática - "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg 2.17-18). O texto sagrado recomenda: “Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado” (Sl 37:3).

2. Perdendo para ganhar, no Senhor (Gn 26:16-29). Deus manteve sua promessa de abençoar Isaque. Os vizinhos filisteus de Gerar ficaram enciumados porque tudo que Isaque fazia parecia dar certo, e assim tentaram livrar-se dele. A inveja é uma força divisória, potente o suficiente para despedaçar a pessoa a separar-se do que almejava a princípio.

O relato no qual se manifesta a inveja dos filisteus lança luz sobre o caráter de Isaque. Os filisteus consideravam-no um estranho e intruso. Reclamaram para si o território. Entupir os poços era um ato de grande provocação, já que a água era de vital importância por ser elemento escasso naquela parte da Palestina. Isaque poderia ter-se defendido porque era "muito mais poderoso" do que os filisteus (Gn 26:16), mas preferiu ceder a brigar, considerando que mais vale a paz com os homens e a bênção divina do que a água. Não obstante, chamou aos poços "contenção" e "inimizade" como uma suave repreensão. Por fim os filisteus se cansaram de persegui-lo.

A paciência de Isaque foi grandemente recompensada por Deus. Teve a paz que desejava. Deus apareceu-lhe, confirmando-lhe o pacto. Isaque enriqueceu sua vida espiritual edificando um altar e invocando o nome do Senhor. Seus velhos inimigos procedentes de Gerar viram que o Senhor o estava abençoando. Chegaram procurando fazer aliança com ele e deram um extraordinário testemunho deste pacifica­dor (Gn 26:28). O relato nos mostra, pois, que Deus permite que seus filhos sofram perdas para dar-lhes algo melhor e para que se destaque seu caráter no caráter deles.

3. Lições práticas que podemos tirar do exemplo de vida de Isaque.

a) Na crise não podemos buscar atalhos sedutores (Gn 26:2) – “Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser”.

Isaque foi tentado a descer ao Egito, lugar de fartura e riquezas fáceis. Queremos soluções rápidas, fáceis e sem dor. Mas Deus diz a ele: "Não desças ao Egito". Cuidado para não transigir com os valores de Deus na hora da crise. Cuidado para não tapar os ouvidos à voz de Deus na hora da crise. Desista das vantagens imediatas por bênçãos mais invisíveis (Gn 26:3) e remotas (Gn 26:4). Desista dos seus planos e siga o projeto de Deus, ainda que isso pareça estranho.

b) Na crise precisamos tirar os olhos das circunstâncias e pô-los nas promessas de Deus (Gn 26:3-5). Deus diz a Isaque: Não fuja, fique! Floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas; enfrente-os. Vença-os. Eu tomo conta de sua descendência. Seu futuro está nas minhas mãos, e não será destruído pelo terremoto das circunstâncias. Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo todo.

Seu futuro está nas mãos de Deus. Não deixe a ansiedade estrangular você: “Onde morar? Onde trabalhar? Onde meus filhos estudarão? Como eu pagarei meu plano de saúde? E se eu ficar doente?”. Saiba que Deus cuida de você. Você vale mais do que as aves do céu e as flores do campo. Certa feita, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (cf. Mt 6:25-34).

A causa de nossa vitória não é ausência de problemas, mas a presença de Deus nos garantindo a vitória. Moisés não se dispôs a atravessar o deserto sem a presença de Deus. Paulo perguntou: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31). Você e Deus são maioria absoluta. Com Deus a seu lado, você é mais do que vencedor.

c) Na crise precisamos obedecer sem racionalizações (Gn 26:6) – “Isaque, pois, ficou em Gerar”.

Deus determina duas ordens para Isaque: não desças ao Egito (Gn 26:2) e fica na terra de Gerar (Gn 26:2,6). Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Isaque obedece de imediato, pacientemente. Ele aprendeu com seu pai, Abraão. Deus diz a Abraão: "Sai-te da tua terra [...] para a terra que eu te mostrarei", e Abraão saiu. Deus diz a Abraão: "Toma agora teu filho, o teu único filho; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto", e Abraão foi e ofereceu seu filho. Deus diz a Abraão: "Não estendas a mão sobre o mancebo", e ele obedeceu. O caminho da obediência é o caminho da bênção. Na crise, não fuja de Deus; obedeça a Ele!

CONCLUSÃO

“A vida de Isaque inspira-nos a ter uma fé mais ativa nas providências divinas. Quando, pois, formos assaltados por dificuldades e provações, não caiamos no desespero, nem questionemos as intervenções do amoroso Deus. Humildes e humilhados, caiamos aos seus pés, pois ele nos provê o necessário para termos uma vida abundante e bem-aventurada em seus caminhos. Que o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó seja eternamente louvado!” (Claudionor de Andrade).

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.

Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

George Herbert Livingston - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

O Pentateuco. Paul Hoff.

Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.

Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.

O Começo de todas as coisas – Estudos sobre o Livro de Gênesis. Claudionor de Andrade. CPAD.