domingo, 14 de agosto de 2016

Aula 08 - A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS RELIGIOSOS


3º Trimestre/2016

Texto Base: João 3:1-16

 "Jesus respondeu: Na verdade, na verda­de te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" (João 3.5)

INTRODUÇÃO

Você acha que evangelizar o orbe acadêmico e político é um desafio sobremodo grande? Você acha que evangelizar grupos desafiadores - como as prostitutas, os que vivem nas drogas e os homossexuais - exigem estratégias bastante engenhosas e muita oração e jejum? Então, deve-se engendrar mais esforços e muito mais dependência do Espírito Santo para enfrentar o maiúsculo desafio de evangelizar os religiosos, ou seja, aqueles que tem a religião como um meio para se chegar a Deus ou uma recompensa após a morte. É certo que ninguém será salvo por pertencer a uma igreja ou grupo religioso. Por isso, essas pessoas precisam conhecer realmente o Caminho certo, o Salvador, Cristo Jesus, o Senhor. A salvação é obtida pela graça de Deus (cf. Ef 2:8). É um Dom gratuito de Deus que o pecador recebe pela fé no sacrifício vicário de Jesus Cristo. Nicodemos era um homem religioso, um fariseu, e ao se encontrar com Jesus, o Salvador lhe falou a respeito da necessidade de ser transformado e de “nascer de novo” - “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3). Jesus Cristo é o único que pode levar o ser humano ao Céu, Ele morreu para este fim. Ele disse a Tomé: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Portanto, falar de Cristo aos religiosos é urgente e essencial.

I. OS MITOS DA RELIGIÃO

O homem ao afastar-se de Deus, endeusou-se e pôs-se a inventar as mais absurdas seitas e as mais esdrúxulas religiões. Alguns mitos foram criados em torno da religião. Tais mitos, na verdade, não passam de subterfúgios, que levam o ser humano a esconder-se da face de Deus. Veja, a seguir, alguns mitos que têm ludibriado inúmeras pessoas em todo o mundo e bloqueado suas mentes para não conhecer o verdadeiro caminho que leva o ser humano a Deus.

1. Mito um: todas as religiões são boas. Ao longo da história existiram, e ainda existem, religiões terríveis, que pregavam e pregam o terrorismo, o ódio, o sacrifício humano. Vejamos, por exemplo, o caso de Moloque. Em sua adoração, os amonitas queimavam suas criancinhas (Lv 18:21; Jr 32:35). E, no culto a Baal-Peor, divindade venerada pelos midianitas e moabitas, os desregramentos sexuais não tinham limites (Oséias 9:10). A prática de tais abominações levou o Senhor a castigar severamente a Israel (Nm 25). Portanto, historicamente a afirmação de que todas as religiões são boas não prevalece. Também de forma lógica não se pode fazer tal afirmação. Para os cristãos autênticos, Jesus Cristo é o filho de Deus que se fez homem. Assim, o Cristianismo tem algo que nenhuma outra religião tem. Aliás, o Cristianismo não é uma religião é um relacionamento. Religião trata de homens e mulheres tentando abrir caminhos até Deus por meio de boas ações e rituais religiosos; o Cristianismo é Deus vindo a nós por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo nos oferecendo um relacionamento.
2. Mito dois: todas as religiões le­vam a Deus. Muitas pessoas acham que todas as religiões apresentam caminhos válidos para se encontrar Deus e entender o sentido da vida. Você já ouviu alguém dizer: “não importa a que religião você pertence, todas elas levam ao mesmo Deus”? Na sociedade pós-moderna, tolerante ou pluralista, em que vivemos, essas ideias são populares. Quem pensa de outra maneira é encarado como alguém de mente fechada, até mesmo intolerante. Ora, se toda religião, seja qual for o modo de suas práticas, leva o ser humano a Deus, então a morte vicária de Jesus em favor da humanidade perdida foi debalde, haja vista que quando Jesus veio já existia inúmeras religiões, inclusive o budismo, o hinduísmo, o judaísmo, etc. A Bíblia diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Isto quer dizer que sem Jesus Cristo ninguém será salvo, em qualquer que seja a religião, inclusive no cristianismo. Nem todos aqueles que se dizem pertencer à “religião cristã”, são cristãos verdadeiros (cf. Mt 7:21). Ser cristão autêntico é ser parecido com Cristo. Ser parecido com Cristo é andar como Jesus andou, falar como Jesus falou, agir como Jesus agiu, sentir como Jesus sentiu.

Se todas as religiões levam ao mesmo Deus, com certeza veríamos cada uma delas usando sua influência para trazer paz e união à humanidade. Mas não é isto que tem acontecido. A história indica que em vez de unir a humanidade, a religião é motivo de divisão e conflitos mortais. Vejamos alguns exemplos:

·    Do século 11 ao 13, a cristandade, ou seja, as nações que professam ser cristãs, foram à guerra contra forças islâmicas numa série de Cruzadas.

·    Na Europa do século 17, católicos e protestantes se enfrentaram na Guerra dos Trinta Anos.

·    Em 1947, assim que o subcontinente indiano se tornou independente da Grã-Bretanha, hindus e muçulmanos entraram em conflito.

·    Mais recentemente, católicos e protestantes lutaram durante anos na Irlanda do Norte.

·    No Oriente Médio, ainda não existe paz entre judeus e muçulmanos.

·    E no topo da lista está a Segunda Guerra Mundial, que envolveu pessoas das cinco religiões principais, até mesmo colocando membros da mesma religião em lados opostos do conflito.

A conclusão que se tem disso tudo é óbvia: as religiões do mundo não trouxeram paz e união, nem têm levado ao mesmo Deus. Pelo contrário, elas têm dividido a humanidade e criado uma imagem confusa de quem é Deus e de como adorá-lo. Assim, quem quiser se achegar ao verdadeiro Deus precisa escolher cuidadosamente o caminho: Jesus Cristo (João 14:6). Receber a Jesus como Único e Suficiente Salvador não faz da pessoa um religioso, mas sim alguém que foi transformado, uma nova criatura, pela misericórdia divina.

3. Mito três: nenhuma religião é verdadeira. A religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos. Hoje há um grande abismo entre o que professamos e o que vivemos; entre o que dizemos e o que fazemos; entre a nossa profissão de fé e a nossa prática de vida; entre o cristianismo teórico e o cristianismo prático. Esse distanciamento entre verdades inseparáveis, essa falta de consistência e coerência, dá à luz uma religião esquizofrênica e farisaica.

Tiago afirma que “a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27). Aqui, Tiago afirma o seguinte:

ü A verdadeira religião é amar o próximo. Tiago associa, dentro da comunidade cristã, a verdadeira religião com práticas adequadas, e mostrando que a fé verdadeira está associada não apenas à fé, mas com o que fazemos para espelhar nossa fé. O amor ao próximo não é o conteúdo do cristianismo, mas sua expressão. A preocupação prática da religião de uma pessoa é o cuidado pelos outros. A religião é a prática da fé, é a fé em ação. Palavras não substituem obras (Tg 2:14-18; 1João 3:11-18).

ü A verdadeira religião é amar a Deus e viver uma vida separada da corrupção do mundo. A religião verdadeira não é um simples ritual, não é misticismo ou encenação, mas é ter uma vida separada para Deus; é guardar-se incontaminado do mundo, ou seja, do sistema de valores pervertidos, corruptos, sujos, imorais e inconsequentes. A religião que agrada ao Senhor é rechaçar o mal ainda que mascarado de bem. O mundo é atraente, ele arma um cenário encantador para nos atrair. Contudo, o mundo jaz no maligno (1João 5:19). Para nos protegermos da corrupção do mundo, precisamos nos comprometer com o sistema ético e moral de Cristo, e não com o do mundo. Não devemos nos adaptar ao sistema de valores do mundo, baseado no dinheiro, no poder e no hedonismo. A verdadeira fé não significa nada se estivermos contaminados com estes valores. Não podemos amar o mundo nem ser amigo dele. Não podemos nos conformar com o mundo para não sermos condenados com ele (Rm 12:2). Observe a exortação de João: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1João 2:15-17).

II. COMO EVANGELIZAR OS RELIGIOSOS

Evangelizar os religiosos é um grande desafio. Precisamos de algumas habilidades para partilharmos nossos conhecimentos com as pessoas religiosas, seja qual for a religião. Tendo como exemplo a ação evangelística de Jesus, vejamos como expor o Evangelho aos religiosos.

1. Ame-os.  Se o motivo pelo qual você pretende contatá-los não é porque os ama, desista. Todo evangelizador precisa amar profundamente os seus evangelizandos. Só um grande amor pode nos preparar para suportarmos pacientemente as incompreensões, os insultos, as calúnias, os deboches e até agressões físicas de alguns religiosos.

2. Ore por eles. Se você quer mesmo falar de Jesus aos espíritas, católicos, muçulmanos, ateus, etc., então, primeiramente, fale deles para Jesus. Ou seja, primeiramente ore por eles, pedindo ao Senhor para abrir os olhos do entendimento deles, a fim de que enxerguem os erros dos quais são vítimas.

3. Saiba como começar e quando parar. Ore ao Senhor pedindo-lhe para pôr na sua boca a palavra certa, no momento certo (Pv 25:11). Não permita que o diálogo com a pessoa religiosa perca o controle. Sempre que o diálogo esquentar, está na hora de parar - “Ao servo do Senhor não convém contender” (2Tm 2:24). A nossa guerra não é contra os religiosos, mas sim, contra Satanás e seus demônios. Em vez de contender com os reli­giosos, fale que Cristo é a única solução para a humanidade caída e carente da glória de Deus.

4. Trate a religião do outro com o devido respeito. Nosso senhor não tratou a mulher samaritana de maneira grosseira, nem deixou de atender o clamor da mulher sírio-fenícia. Ambas as mulheres, por certos, adoravam outros deuses e praticavam uma religião que, do ponto de vista das Escrituras, não dignificavam o ser humano. Mas com todo carinho e amor, Cristo Jesus se pôs a falar com essas mulheres de maneira respeitosa e amorosa.

5. Não detrate a religião alheia. Não é fazendo "guerra santa" que pessoas crerão no Senhor. É constrangedor quando sabemos de casos de completa falta de sabedoria e bom senso, em que o anunciante da Palavra põe-se a agredir a religião alheia. É importante ressaltar que, da mesma forma que nos sentiríamos ultrajados se alguém entrasse em nosso templo e quebrasse o púlpito à machadadas, igualmente o mesmo sentimento se passa na mente e no coração do adepto de determinada religião em que vê o seu símbolo sendo maltratado. A atitude de "guerra" e agressividade nada tem a ver com o nosso Senhor e o seu método de propagar o Evangelho e o Reino de Deus.

Portanto, “sem ofender a religiosidade de seus ouvintes, mostre, em Jesus Cristo, a verdadeira religião. Foi o que Paulo fez em Atenas. Tendo como ponto de partida o altar ao Deus desconhecido, anunciou-lhes Cristo como o único Caminho que salva o pobre e miserável pecador (At 17:26-34). Se agirmos assim teremos êxito na evangelização dos católicos, espíritas, judeus, muçulmanos, ateus e desviados”. Se detratarmos a religião alheia, não teremos tempo para falar de Cris­to, pois a evangelização exige ações rápidas e efetivas.

III. RELIGIOSOS QUE REPRESENTAM DESAFIOS

Os seguimentos religiosos, a seguir, são bastante desafiadores. Por isso, são necessárias estratégias adequadas e bem definidas, sob o auspício do Espírito Santo, a fim de que o Evangelho de nosso Senhor possa alcançá-los.

1. Católicos romanos.  Ao evangelizar um católico, fale do grande amor de Jesus, bem como do poder do Seu sangue remidor. Dê prioridade a isso, porque se ele conseguir entender isso e decidir confiar só no Senhor, o Espírito Santo lhe abrirá os olhos do entendimento para que enxergue quão profundo abismo é o catolicismo romano. Nesse momento, as algemas de Satanás serão quebradas e ele será posto em liberdade. É o Evangelho que liberta. Ajude o católico a entender que crer na igreja católica, crer no purgatório, crer nos sete sacramentos, crer nas indulgências, etc., não é crer no Evangelho. Não ofenda Maria, nem os “santos” gerados por eles. Evite apontar a igreja evangélica como superior à católica. Antes, exponha-lhes Jesus como o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Certamente, ao convidar a sair do catolicismo e aceitar a Jesus Cristo como único Salvador e Senhor a pessoa vai dizer que “não pode trair a tradição que recebeu de seus pais, de seus avós e de todos os seus antepassados que, segundo ela, eram todos católicos”. Porém, veja o que diz a Palavra de Deus: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo” (1Pd 1:18,19). Tradição é prática criada pelo ser humano. Jesus reprovou veementemente os judeus que substituíam a Lei de Deus pela tradição (Mt 5:1-6). Disse Jesus: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (Mt 15:6). Portanto, a tradição é pecaminosa, quando ela entra em conflito com a Palavra de Deus ou quando ela é colocada em proeminência em detrimento das Escrituras Sagradas.

2. Espíritas. A comunicação com os mortos, o esforço de um estreito relacionamento com os espíritos desencarnados, e a possibilidade de as almas retornaram à vida corpórea em corpos diferentes, são os baluartes da doutrina espírita. O espiritismo está sob condenação divina porque consulta os mortos, tenta manter diálogo com eles, recebe mensagens de seres espirituais que dizem ser espíritos desencarnados, e, além disso, distorce a Palavra de Deus e nega as principais doutrinas bíblicas. Não podemos nos esquecer de que os “espíritos” que se manifestam nas sessões kardecistas nada mais são que demônios, espíritos malignos, que iludem as pessoas e que são seres que têm conhecimento acurado das circunstâncias em que estão envolvidas as pessoas que os consultam, muitos deles pessoas que já se encontram escravizadas por estes mesmos espíritos.

Deus é enfático quando diz: "Não haja no teu meio quem faça passar pelo fogo o filho ou a filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos. O Senhor abomina todo aquele que faz essas coisas..."(Dt 18:10-12). Necromante era o nome dado ao espírita de hoje, isto é, pessoa que invoca os mortos.

A Bíblia diz em 1Samuel 28:7 que Saul procurou uma necromante, isto é, uma mulher que consultava os mortos, porque ele estava ansioso por uma “palavra do Senhor”, que viesse por intermédio do profeta Samuel, já falecido. Os espíritas têm usado esta passagem para justificar que houve a comunicação com o espírito de Samuel. Enganam-se, pelos seguintes motivos: (a) Deus não iria favorecer uma prática por Ele próprio condenada, em função da qual condenou Saul, conforme Deuteronômio 18:10-12 e 1Crônicas 10:13-14; (b) Se Samuel fora enviado por Deus - o espiritismo ensina que Deus só se comunica com os homens através dos bons espíritos - teria cumprido com prazer sua missão, e não teria dito a Saul: "Por que me inquietaste, fazendo-me subir"? (c) O espírito maligno que se incorporou na pitonisa (médium) mentiu ao profetizar que no dia seguinte Saul e seus filhos morreriam (1Sm 28:19). A morte de Saul não ocorreu no dia seguinte, e somente três de seus filhos morreram (1Sm 31:2,6; 1Cr 10:2,6). Os outros filhos, Is-Bosete (2Sm 4:7), Armoni e Mefibosefe (2Sm 21:8) não foram mortos na batalha contra os filisteus. E mais, Deus puniu Saul por causa do seu ato abominável: "Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar"(1Cr 10:13).

Também, Manassés, o décimo-quinto rei de Judá, cometeu este ato abominável de consulta aos mortos e feitiçarias - "Fez seus filhos passarem pelo fogo no vale do filho de Hinon, praticou feitiçaria, adivinhações e bruxaria, e consultou médiuns e adivinhos, fez muito mal aos olhos do Senhor, provocando-o à ira"(2Cr 33:6). Por causa disso, Deus o puniu severamente. Ele foi levado cativo para a Babilônia (2Cr 33:11).

Na parábola do rico e Lázaro (Lc 16:19-31), o Senhor Jesus confirma a impossibilidade de os mortos se comunicarem com os vivos. Em resposta ao rico, que estava em tormentos e lhe rogava que enviasse Lázaro aos seus irmãos na Terra, Abraão foi categórico: "Têm Moisés e os profetas. Ouçam-nos". Ou seja, seus irmãos possuem os cinco livros de Moisés (o Pentateuco) e os livros dos profetas. Devem eles buscar suas verdades, ler essas Escrituras para alcançarem a vida eterna. Mas o rico insistiu: "Não, pai Abraão, mas se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam". O rico estava aterrorizado diante do que estava vendo e sofrendo. Não desejava a mesma coisa para o seu pior inimigo. Acreditava o rico no testemunho de Lázaro. Pensava ele que a Lázaro seria permitido sair do seu lugar para levar a boa mensagem de salvação aos vivos. Mas Abraão fechou a questão, decisivamente: "Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos volte à vida". Os destinos desses dois homens, do rico e de Lázaro, eram irreversíveis. Vê-se que em nenhum momento Abraão acena com a possibilidade de o sofrimento do rico ser amenizado.

Em Isaías 8:19, lê-se: "Não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?”. Desde a formação do homem no Éden Deus estabeleceu o princípio da obediência. Se Deus proíbe qualquer prática ou ato que tenha por objetivo entrar em comunicação/comunhão com espíritos de pessoas mortas, devemos obedecer. Deus proíbe o ato de se tentar obter, através de adivinhos e necromantes, certas informações dos espíritos, ou até mesmo alívio para os males do corpo e da alma.

Diante do exposto, concluímos que se os espíritas não aceitarem a Cristo como único e suficiente Salvador estarão perdidos para sempre. Por isso, urge que os evangelizemos. Todavia, na evangelização dos espíritas, evite toda e qualquer discussão. Com amor e sabedoria, convença-os, pela Bíblia, de que aos homens está or­denado morrerem uma única vez, vindo depois disso o juízo, e que o sacrifício de Jesus Cristo é suficiente para levar-nos ao Pai (Hb 9:27; 1Pd 3.18).

3. Judeus e muçulmanos. Qualquer pessoa ou segmento religioso na face da Terra deve ser evangelizado. A Grande Comissão ordenada por Jesus Cristo (Mt 28:19,20) inclui todos os povos e religiões, sem exceção. Os judeus, embora considerados o povo da promessa, são tão carentes da Salvação em Cristo quanto os muçulmanos "jihadistas” (Rm 3:23). A “jihadi” ("empenho", "esforço) é o principal pilar da religião muçulmana. Através da “jihadi” os muçulmanos procuram atingir o seu objetivo principal: reordenar o governo e a sociedade de acordo com a lei islâmica, chamada de sharia. E para atingir esse objetivo eles perpetram atos violentos contra aqueles que não aceitam suas diretrizes. Os “jihadistas” entendem que a luta violenta é necessária para erradicar obstáculos para a restauração da lei de Alá (deus lua) na Terra e para defender a comunidade muçulmana contra “infiéis” (geralmente cristãos e judeus) e apóstatas (pessoas que deixaram a religião). Com raras exceções, todos os seus adeptos ficam calados quando ocorrem os diabólicos atos homicidas praticados em nome de “Alá”(deus lua). O objetivo final do Islamismo é subjugar o mundo e regê-lo pelas leis islâmicas, mesmo que para isso necessite matar e destruir os “infiéis ou incrédulos” da religião. Segundo eles, Alá deixou dois mandamentos importantes: o de subjugar o mundo militarmente e matar os inimigos do Islamismo: judeus e cristãos.

Veja só uma parcial de alguns mandamentos do livro “sagrado” muçulmano – O Alcorão (Extraído do site oficial do Islã no Brasil):

·        Sura 2:191 – “Matai-os onde quer que os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos”.  

·        Sura 4:91 - “...capturai-os e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos concedemos autoridade absoluta”.

·        Sura 9:111 - “Alá cobrará dos fiéis o sacrifício de seus bens e pessoas, em troca do Paraíso. Combaterão pela causa de Alá, matarão e serão mortos. É uma promessa infalível, que está registrada no Alcorão. E quem é mais fiel à sua promessa do que Alá? Regozijai-vos, pois, a troca que haveis feito com ele. Tal é o magnífico benefício”.

·        Sura 9:5;29 – “Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os... Combatei aqueles que não creem em Deus e no Dia do Juízo Final, nem abstêm do que Deus e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião...”.

Como alguém pode aceitar como verdade absoluta isso que lemos acima e ainda não ser radical? (Pois todos os islâmicos aceitam o Alcorão como a única e verdadeira revelação de Alá).  Precisamos alertar a população dos "prós e contras" o que essa religião pode trazer à nossa sociedade. Não estamos lidando somente com religiosos, mas com pessoas que vivem uma religião/política de maneira fanática. É nesse aspecto que precisamos tomar os devidos cuidados.

A Bíblia Sagrada diz que a religião pura e imaculada é: Amar a Deus e ao próximo (Tiago 1:27). Desta feita, os muçulmanos precisam de Salvação na Pessoa de Cristo. Por isso, precisamos evangelizá-los. Mas, são necessárias estratégias adequadas para ganhá-los para Cristo. A advertência dada ao profeta Ezequiel ainda ecoa em nossos dias: “Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez 3:18).

Na evangelização dos muçulmanos, não ofenda Maomé, o “profeta" deles.

4. Ateus. Apesar de os ateus se apresentarem como não religiosos e descrentes da existência de Deus, são tão religiosos quanto os demais homens. Aliás, não existe ateu no seu stricto sensu. Embora não confesse, pois isso seria demonstração de fraqueza, todo ateu nutre dentro de si uma dualidade que o angustia. Ao mesmo tempo em que reluta crer em Deus, sente-se como que atraídos pela divindade. Isso porque o homem, por mais que procure fugir de Deus, mais dele se aproxima. Em seu coração existe um clamor oculto, um vazio tão imenso quanto o próprio Deus que ele nega. Sim, porque a crença num Ser superior, ainda que não seja propriamente no Deus da Bíblia, é uma das mais tangíveis realidades da existência humana. Prova disso é que nunca foi encontrada, em nenhum período da história, um povo que não acreditasse num Ser Eterno. Quando alguém, por livre iniciativa ou mesmo por iniciativa de outrem, resolve duvidar da existência de Deus, tal pessoa rompe com sua própria essência, portanto, com sua própria vida. Essencialmente, o homem sem Deus é como um carro sem combustível, existe, mas não funciona.

Ao evangelizar uma pessoa que se diz ateu é aconselhável não insistir que ele creia na existência de Deus, por mais tangível que isso possa parecer. O ateu é orgulhoso e ele não vai se render tão facilmente. Apenas deixe bem claro que Jesus salva e liberta o mais vil dos pecadores e que um Dia todo ser humano estará em sua presença, creia ele ou não.

5. Os desviados do Evangelho. A igreja jamais deve esquecer-se dos desviados. Eles são tão carentes de salvação como os que nunca ouviram o Evangelho, pois se eles não voltarem antes da morte chegar, poderá, sim, perder a salvação eterna. Sobre a possibilidade de o desviado voltar, podemos entender através da parábola do filho pródigo (Lc 15:11-32) e de exemplos que já ocorreram várias vezes em nossas igrejas. O Senhor Jesus deixou clara a possibilidade de o filho voltar à casa do Pai, embora tenha ido para muito longe, embora tenha sofrido e causado grandes prejuízos – “...desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente...”. Mediante o reconhecimento do seu erro, e sua decisão de retornar, e com humildade ter feito sua confissão e seu pedido de perdão – “Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho” -, o Pai não impôs qualquer restrição, mas, recebeu-o novamente como filho – “Mas o pai disse aos seus servos: trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se”.

É certo que hoje, a casa do Pai, representada pela igreja, está com as portas abertas para receber todos aqueles seus filhos que um dia foram embora. Satanás usa de suas armas para convencer aquele crente que pecou, bem como aquele que se desviou, voltando para o mundo, de que não há mais perdão para ele, que ele cometeu pecado imperdoável e que está, realmente, perdido, que é um apóstata. Pecar, por um momento de descuido, afastar-se da Igreja, ou desviar-se, quer seja porque tenha pecado, quer seja por ter sofrido uma decepção, quer seja por ter perdido o ânimo, por falta de oração, de alimento espiritual, nada tem a ver com o pecado imperdoável ou com apostasia. A igreja precisa engendrar esforços para trazer novamente esse “filho pródigo” à casa do Pai. Usemos testemunhos e passagens bíblicas que os animem a consagrar-se de novo a Deus. Muitas das mensagens dos profetas do Antigo Testamento eram dirigidas aos filhos de Deus que se desviaram.

CONCLUSÃO

Falar de Cristo aos religiosos não é tarefa simples, porém, é necessária e urgente. Os evangelizadores devem se preparar adequadamente, visando alcançar qualquer pessoa que ainda não tem Jesus Cristo como único mediador entre Deus e o homem (1Tm 2:5). Ninguém pode ser esquecido em nossas ações missionárias e evangelísticas. Quando a pessoa aceitar a Cristo como Senhor e Salvador, faça a seguinte oração com ela:

“Senhor Jesus, reconheço que meus erros são frutos de minha rebelião contra ti. Perdoe os meus pecados. Agradeço pelo teu precioso sangue que me purifica e me liberta de todo o mal. Eu sei que o Senhor me ama e me aceita como eu sou, foi por isso que morreste na cruz. Faze de mim a pessoa que tu queres que eu seja. Pela fé entrego o controle da minha vida a ti. Que teu Espírito faça morada em minha vida. Confio em Ti como meu Salvador e Senhor. Declaro que eu vou te seguir enquanto eu viver. Decido participar de teu reino na vida da tua igreja. Oro em nome de Jesus. Amém”.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.

Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Evangelização – a Missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.

Pastor Joel Santana. Como evangelizar os católicos.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja.

O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.

Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.

domingo, 7 de agosto de 2016

Aula 07 - O EVANGELHO NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO


3º Trimestre/2016

Texto Base: Daniel 2:24-28

 

"A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa f é não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (1Co 2.4,5).

 

INTRODUÇÃO

Na Lição 05, estudamos o desafio da evangelização urbana. Na Lição 06, estudamos o desafio da evangelização dos grupos desafiadores. Nesta Lição, estudaremos o desafio da evangelização no mundo acadêmico e político. Sem dúvida alguma, este é um dos maiores desafios a ser enfrentado, haja vista que as universidades são hostis aos alunos e aos professores oriundos da tradição cristã. Essa hostilidade é sentida principalmente nos cursos das áreas de humanas; nestes cursos os alunos que professam a fé cristã são marginalizados e desafiados pelos professores, que são majoritariamente ateus ou agnósticos. Infelizmente, a maioria dos universitários cristãos não está preparada teologicamente para defender sua fé num campus. Desta feita, muitas vezes o desespero toma conta do jovem cristão ao confrontar um oposicionista, e, por isso, se isolam e viram “007 evangélico”, não fazendo uso do seu direito constitucional de manifestar a sua fé de forma explícita e destemida. Cabe aos líderes das igrejas locais e aos departamentos de evangelismo engendrarem esforços e estratégias a fim de preparar adequadamente jovens cristãos, a fim de que, no âmbito acadêmico, atuem como reais testemunhas de Jesus Cristo. É válido ressaltar que é do universo acadêmico que saem os cientistas, educadores, formadores de opinião e boa parte dos governantes e le­gisladores.

Nesta Aula, analisaremos a vida dos jovens hebreus Daniel e seus companheiros - Hananias, Misael e Azarias. Apesar do exílio babilônico, eles se destacaram como acadêmicos, servidores públicos e políticos. Eles mostraram, em atos e palavras, a supremacia do Deus de Israel. A vida desses hebreus serve de exem­plo aos acadêmicos e políticos cristãos, que lutam por levar o Evangelho às mais altas esferas do conhecimento e do poder.

I. POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DA EVANGELIZAÇÃO NO AMBIENTE ACADÊMICO (1)

1. É um ponto de convergência. As pessoas presentes na escola se deslocaram de outros bairros, ou cidades, ou estados ou países, no caso de estudantes estrangeiros. Ter essas pessoas concentradas ali é uma economia de esforço, do ponto de vista da estratégia evangelística. É claro que ninguém comparece à escola para tomar conhecimento do evangelho. O nosso trabalho começa com a comunicação evangelística correta para esse ambiente.

2. É um Local onde as pessoas interagem. Na escola as pessoas precisam se comunicar e têm oportunidade de se conhecerem, fazer amizades, trocar ideias. Talvez não exista outra instituição mais apropriada para essa finalidade. Na verdade, é lamentável vermos que muitos evangélicos ocultam o seu testemunho cristão e perdem essa grande oportunidade para comunicarem o evangelho aos seus colegas. Isso é notado entre alunos, professores e funcionários.

3. A fé é confrontada. A escola repassa conceitos filosóficos e científicos equivocados, que são antagônicos à Palavra de Deus, mas são tornados válidos pelo consenso da Comunidade Científica. Entre os não-cristãos, isso acentua o ceticismo e a incredulidade. Entre cristãos menos alicerçados no conhecimento bíblico há ameaças de esfriamento na fé. O que cabe a nós fazermos quanto a isto? Muito pode ser feito. Todo o Comunicador do Evangelho tem a missão de manifestar um posicionamento bem fundamentado, tanto na Bíblia como em assuntos científicos e, principalmente, com um testemunho de vida coerente com a fé professada.

4. O inimigo tem planos de ação. O ambiente escolar nada mais é do que uma amostragem do que se encontra na sociedade. Uma grande maioria apresenta um comportamento carnal, liberal, contrário à vontade de Deus. Isso faz surgir o fenômeno conhecido como pressão do grupo, pois essa maioria cobra de todos um comportamento padronizado, para poder interagir. A posição dos comunicadores do Evangelho precisa ser equilibrada. Isolar-se do grupo não é a solução. Na verdade, é preciso orar e vigiar, pois o Espírito Santo nos unge para estarmos integrados e podermos exercer a ação benéfica de sal da terra e luz do mundo.

(1) (Edson Talarico Rodrigues. A Comunicação do Evangelho no Meio Acadêmico).

II. DANIEL NA UNIVERSIDADE BABILÔNICA

Daniel foi escolhido para estudar na Universidade da Babilônia. Nabucodonosor era estadista e estrategista. Ao mesmo tempo em que seus exércitos eram devastadores, queimando casas, cidades, demolindo palácios e templos, também criara uma universidade para formar jovens cativos que pudessem se tornar divulgadores de sua cultura.

Para ingressar na Universidade Babilônica era preciso fazer vestibular, que era composto de três exames: (a) Qualidades sociais: linhagem real e dos nobres; (b) Qualidades físicas e morais: jovens sem nenhum defeito e de boa aparência; (c) Qualidades intelectuais: instruídos em toda sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e competentes para assistir no palácio. Os aprovados deveriam andar pelos corredores do poder. Após o período acadêmico eles mesmos governariam sobre os demais súditos conquistados. 

Daniel 1:5 nos informa que o curso da Universidade de Babilônia era intensivo, pois durava apenas três anos. Depois disso, eles assistiriam no palácio, com garantia de emprego no primeiro escalão do governo mais poderoso do mundo. Era uma chance de ouro. Era tudo que um jovem queria na vida. Era tudo que um pai podia sonhar para seus filhos. Mas, nesse quadro de oportunidades ímpares, havia riscos tremendos para saúde espiritual. Por isso, todo cuidado seria pouco. O que adianta você ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? O que adianta você ficar rico, vendendo a sua alma ao diabo? O que adianta você ter sucesso, mas perder sua fé? O que adianta você ser famoso, mas não ter uma vida limpa? Muitas pessoas mentem, corrompem-se, roubam, matam e morrem para alcançar o sucesso. Muitos destroem a honra e a família para chegar ao topo da pirâmide social. Mas esse sucesso é pura perda. Ele tem sabor de derrota.

1. Uma vida testemunhal. Uma das características marcantes na vida de Daniel era a firmeza do seu caráter moral e espiritual – “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Dn 1:8). Este é um pré-requisito indispensável na vida do evangelizador neste âmbito tão complexo e exigente que é o meio acadêmico: não se conformar com o mundo (Rm 12:2).

Para os psicólogos, o caráter é aquilo que é adquirido ao longo da vida, aquilo que é apreendido pelo homem no seu convívio com o ambiente onde vive, ou seja, aquilo que incorpora, conscientemente ou não, ao longo da sua história. Daniel estava longe de casa, sem a sua família, em um país estranho, com uma língua estranha, sem o templo, sem sacerdotes e sem os rituais do culto. A despeito de tantas perdas, porém, não deixou seu coração ser envenenado pela mágoa, não permitiu que seu caráter fosse deformado pelo meio que ora passou a enfrentar. Procurou ser instrumento de Deus na vida dos babilônios. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um influenciador. As pessoas que foram levadas cativas entregaram-se à depressão, nostalgia, choro, desânimo, amargura e ódio (Sl 137). Daniel, porém, escolheu ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha.

O caráter do cristão é quem ele é de fato, não apenas quando está diante do pastor, ou do seu líder, ou mesmo com um grupo de amigos, mas quando está num ambiente que ninguém o conhece, e ninguém está observando-o. O seu verdadeiro interior é a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou aparências. Quem é você quando ninguém está olhando? Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando.

Deus está interessado em quem realmente somos. Quando nós temos caráter cristão, a evidência está em nossa conduta. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou dentro – no coração. Existem evidências da sua salvação. Se alguém diz, “eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo.

Daniel e seus amigos tiveram caráter santo e testemunhal. Mais adiante, eles vieram a influenciar até mesmo a classe política do império babilônico.

Portanto, o universitário crente evangeliza através de um testemunho santo e ir­repreensível que, por si mesmo, é uma mensagem. E, também, por meio de uma abordagem sábia e oportuna, que mostre a razão de nossa esperança (1Pd 3:15).

2. Daniel, um jovem universitário fiel a Deus, apesar das grandes perdas. Daniel teve muitas perdas. Perdeu sua nacionalidade e sua bandeira. Foi arrancado de sua Pátria e de seu lar. Perdeu sua família, foi arrancado dos braços de seus pais, de seus amigos, de seus vizinhos. Ele foi agredido, violentado em seus direitos mais sagrados. Ele perdeu sua liberdade, saiu de casa não como estudante, mas como escravo; ele não é dono de sua vida nem de sua agenda. Daniel perdeu sua religião. Seu país foi invadido, sua cidade arrasada e o templo do Senhor derrubado. Seu povo estava debaixo de opróbrio. Mas, em vez de buscar a vingança dos inimigos, procurou ser instrumento de Deus na vida deles. Daniel escolheu ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha. Não é o que as pessoas nos fazem que importa, mas como reagimos a isso.

3. Daniel, um jovem universitário fiel a Deus, apesar dos grandes perigos. A integridade de Daniel e de seus amigos foi colocada à prova diante da determinação do rei. Esses servos de Deus tiveram de se acautelar acerca de quatro perigos:

a) O perigo das iguarias do mundo (Dn 1:5-8). As iguarias da mesa do rei eram comidas sacrificadas aos ídolos. Cada refeição no palácio real de Babilônia se iniciava com um ato de adoração pagã. Comer aqueles alimentos era tornar-se participante de um culto pagão. Há um ditado que diz que todas as maçãs do diabo são bonitas, mas elas têm bicho. Os banquetes do mundo são atraentes, mas o mundo jaz no maligno. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Aquele que ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Não entre na configuração do mundo. Fuja dos banquetes que o mundo lhe oferece. Os prazeres imediatos do pecado produzem tormentos eternos. As alegrias que o pecado oferece, convertem-se em choro e ranger de dentes. Fuja das boates, das noitadas, dos lugares que podem ser um laço para sua vida. Daniel “assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia”. Daniel preferiu a prisão ou mesmo a morte à infidelidade.

b) O perigo de aculturamento no meio acadêmico (Dn 1:3,4).E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”.

Daniel e seus amigos correram sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. A despeito de eles serem educados em línguas e ciências, Nabucodonosor queria muito mais. Ele queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, os babilônios perceberam logo que a formação cultural e, sobretudo, religiosa desses jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Para quebrar a rigidez cultural desses jovens, Nabucodonosor elaborou um programa cultural que fosse eficaz na sua extinção: os jovens participariam da mesa do rei. Mas Daniel e seus amigos mantiveram-se íntegros, fieis e puros diante de Deus e dos habitantes da Babilônia. O caráter deles era bastante sólido.

No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Daniel vai como escravo para uma terra que não conhecia a Deus, onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o pecado campeava solto. Mas, mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado, formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé inquebrável no Deus vivo. Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.

c) O perigo da mudança dos valores. O nome de Daniel e de seus amigos foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado. A Babilônia queria remover os marcos e arrancar as raízes deles. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. Todos os quatro jovens judeus tinham nomes ligados a Deus. Daniel significa: “Deus é meu juiz”; deram-lhe o nome de Beltessazar, cujo significado é: “bel proteja o rei”. Hananias significa: “Jeová é misericordioso”; passou a ser chamado de Sadraque, que significa: “iluminado pela deusa do sol”. Misael significa: “quem é como Deus?”; deram-lhe o nome de Mesaque, que significa: “quem é como Vênus?”. Azarias significa: “Jeová ajuda”; trocaram-lhe o nome para Abede-Nego, cujo significado é: “servo de Nego”. Assim, seus nomes foram trocados e vinculados às divindades pagãs de Bel, Manduque, Vênus e Nego. Os caldeus queriam varrer o nome de Deus do coração de Daniel, queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e plantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram seus nomes.

A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não o coração. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta. Eles se firmaram na verdade, batalharam pela defesa da fé e mantiveram a consciência pura.

Muitos jovens hoje têm caído na teia do mundo, conformaram-se com o mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na fé. Isto é trágico!

d) O perigo das ofertas vantajosas. Muitos judeus se dispuseram a aceitar as ofertas generosas da Babilônia. Pensaram: é melhor esquecer Sião. É melhor esquecer os absolutos da Palavra de Deus. Isso não tem nada a ver. A Bíblia já não serve mais para nós. Agora estamos num estágio mais avançado: estamos estudando as ciências. Além do mais, a Babilônia oferecia riquezas, prazeres e Jerusalém era muito repressora. A lei de Deus, pensavam, é muito rígida, tem muitos preceitos. E assim, muitos se libertaram de seus escrúpulos e se esqueceram de Deus e de Sua Palavra. Para eles, tudo havia se tornado relativo. Os tempos estavam mudando depressa e eles precisavam se adaptar às mudanças.

Todavia, Daniel e seus companheiros eram comprometidos com a Verdade. Os caldeus mudaram seus nomes, mas não seus corações. Eles compreenderam que a babilonização era uma porta aberta para a apostasia. A guerra das ideias, a lavagem cerebral, a relativização da moral, a filosofia de que "nada tem nada a ver" é procedente do maligno. Daniel não negociou seus valores. Ele não se corrompeu. Não se mundanizou. Ele teve coragem para ser diferente mesmo quando foi pressionado a se contaminar, mesmo quando não era vigiado e mesmo quando estava correndo risco de vida.

Daniel estava no mundo, mas não era do mundo. Deus não livrou Daniel do perigo, mas lhe deu livramento no perigo. Ele não satanizou a cultura, dizendo que tudo era do diabo, mas ele percorreu os corredores da universidade e do palácio sem se corromper. Daniel e seus amigos não anatematizaram a vida pública como pecado. Contudo, jamais se corromperam. Eles tinham consciência que pertenciam e serviam a outro Reino. Mesmo cercados por uma babel de outras vozes, sempre se orientaram pela voz de Deus. Resistiram sempre aos interesses da Babilônia, quando esses se chocavam com os interesses do Reino de Deus.

4. Uma carreira acadêmica teste­munhal. Finalmente, o curso de três anos terminou. Era hora dos exames finais. Como nas universidades britânicas, em dias passados, esses exames não eram escritos, mas orais. O próprio rei os examinou. E Daniel e seus amigos foram examinados, aprovados e considerados dez vezes mais sábios que os outros estudantes – “E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino"(Dn 1:20). Como resultado, cada um dos quatro foi colocado em um alto cargo. Porque foram fiéis a Deus, o Senhor os honrou e os fez dez vezes mais cultos e mais eminentes que os mais sábios da Babilônia. Eles estavam no palácio do rei da Babilônia, servindo ao Rei Eterno, o Deus Todo-Poderoso.

Daniel e seus amigos são modelos para os jovens universitários de hoje. Devem se esforçar ao máximo para serem os melhores dentre os seus colegas universitários. Conformo disse o Pr. Claudionor de Andrade, “a mediocridade acadêmica depõe contra o Evangelho. O crente que ama a Cristo adora-o também com as suas notas, graduações, mestrados e doutorados”.

5. Uma carreira testemunhal. Daniel e seus três companheiros foram inseridos, imediatamente, na elite cultural e científica de Babilónia. Daniel tornou-se Primeiro Ministro da Babilônia. Figurou entre os maiores do grande império. Tornou-se homem de projeção. Foi uma bênção durante toda sua vida.

Muitos crentes anseiam por posições mais altas, mas para isso negociam valores, vendem a consciência, se corrompem e envergonham o nome de Deus. Se não vivermos agora honrando a Deus nas pequenas coisas, jamais o honraremos quando chegarmos às altas posições.

Daniel foi maior que a própria Babilônia. A Babilônia caiu, mas Daniel continuou em pé. A Babilônia perdeu seu poder, mas Daniel continuou sendo uma bênção para o outro império. Daniel 1:21 mostra o triunfo de Daniel. Ele continuou fiel até o primeiro ano de Ciro, o rei persa – “E Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro”. Ele atravessou setenta anos de cativeiro com uma vida limpa diante de Deus e dos homens. Ele começou bem e terminou bem. Hoje muitos começam bem e terminam mal. São crentes consagrados até enfrentarem a primeira prova, mas depois negociam seus valores, vendem a consciência e se perdem no cipoal de suas paixões. Muitos nessa corrida ao sucesso deixam sua devoção a Jesus, deixam a igreja e se contaminam com o mundo.

A Babilônia passou, e um novo império surgiu, mas Daniel continuou servindo a Deus com integridade. Reis subiram ao trono e desceram do trono, mas Daniel continuou como um homem incontaminado.

Você tem se guardado incontaminado do mundo? Você é um influenciador? Você faz diferença no meio em que vive? As pessoas são despertadas a conhecer a Deus por intermédio de seu testemunho? Concordo com o Pr. Claudionor de Andrade quando diz que “Jesus precisa de testemunhas em todas as áreas do saber humano. Ele também morreu pelos cientistas, médicos, advogados, sociólogos e educadores. Se preparar­mos devidamente os crentes, levaremos Cristo à elite cultural de nossa nação e do mundo. Portanto, treinemos os crentes para que formem, no campus, grupos de oração, estudo bíblico e evangelismo. Desses núcleos, Deus haverá de suscitar testemunhas irresistíveis de sua Palavra. O Evangelho de Cristo não pode ausentar-se das áreas cultas”.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA POLÍTICA BABILÔNICA

Há uma linha invisível que separa a paciência de Deus de Sua ira. Os que persistem em andar no caminho errado cruzam essa linha invisível. Chega um dia em que Deus diz: "Basta!”. Deus oferece ao homem muitas oportunidades para arrepender-se; convida-o insistentemente a se voltar para Ele e o persuade; mas se o homem continua no pecado, ele cruza essa linha invisível e, depois, perece inapelavelmente. Belsazar foi um homem que desprezou o conhecimento de Deus e não lhe deu glória, a despeito de conhecer a verdade (Dn 5:22). Ele conhecia a verdade, mas não foi dirigido por ela. Ele conhecia a verdade, mas a rejeitou deliberadamente para viver regaladamente em seus pecados. A impiedade produz perversão. O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. Deus teve que intervir na política babilônica. Chamou Daniel para proclamar a Sua sentença sobre o reino de Belsazar.

1. A corrupção de Babilônia. Catorze anos como segunda pessoa no comando do reino, Belsazar precisava encarar grandes responsabilidades. Nabonido, seu pai, estava no campo de batalha com o exército caldeu tentando rechaçar os ataques das forças conjuntas dos Medos e Persas. Uma província após outra do império da Babilônia tinha caído. Agora, os exércitos de Ciro cercavam a capital como o último obstáculo a ser vencido. Mas, Belsazar não estava nenhum pouco preocupado com as ameaças de Ciro. Ele acreditava que Babilônia era impenetrável e que seus muros eram inexpugnáveis. Tendo em vista a fartura de mantimentos e o suprimento de água inesgotável que a cidade possuía, Belsazar tinha a confiança que os habitantes poderiam sobreviver a qualquer cerco. Para demonstrar o seu desdém pela ameaça persa, Belsazar decretou uma festa para toda a cidade. Por meio de um convite especial para mil dos seus grandes (Dn 5:1), ele preparou uma festa no palácio real. Ele convidou as mulheres do harém real para acrescentar diversão à festa. O próprio rei liderou a festa oferecendo bebida para todos. Em dado momento, inflamado pelo muito vinho, Belsazar se deixou levar por um impulso imprudente. Ele ordenou que fossem buscados os utensílios sagrados que seu avô tinha trazido de Jerusalém para a Babilônia (Dn 5:3). Eles beberam dessas taças, coisa que nenhum outro ousara fazer até então. Belsazar e seus companheiros de festa beberam dessas taças e deram louvores aos deuses da Babilônia (Dn 5:4).

O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. Belsazar conhecia a verdade (Dn 5:22), mas não foi dirigido por ela. Ele conhecia a verdade, mas a rejeitou deliberadamente para viver regaladamente em seus pecados. Belsazar profanou os utensílios consagrados ao Deus de Israel. Logo, o juízo de Deus seria inevitável e irrevogável.

Em meio àquela orgíaca festividade pagã, onde ressoavam risos sarcásticos regados a muita bebida embriagante, a mão de Deus escreveu na parede com letras de fogo, estranhas e misteriosas palavras. A Bíblia diz que o semblante do rei mudou, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. A festança parou, e um silêncio lúgubre encheu a sala (Dn 5:5,6).

Quando Belsazar conseguiu falar, ele começou a gritar e chamar os peritos em astrologia, os caldeus e os adivinhadores (Dn 5:7), para explicar esse mistério. O rei prometeu todo tipo de recompensa e promoção para qualquer um que pudesse ler a escrita na parede e interpretar a sua mensagem. Esse homem seria vestido de púrpura (púrpura real), uma cadeia de ouro seria colocada ao redor do seu pescoço e ele se tornaria o terceiro em importância no governo do seu reino. Esse era o posto mais elevado disponível, visto que Nabonido ocupava o posto mais elevado, e Belsazar, o segundo. Quando os sábios não conseguiram decifrar a escrita, o rei e todos os convidados ficaram outra vez aterrorizados.

O banquete tinha como objetivo afrontar o Deus vivo. A atitude do rei em utilizar os utensílios do templo de Jerusalém em sua festa devassa e idólatra, mostrava o caráter perverso de Belsazar. Ele estava afrontando ao Senhor e profanando publicamente aquilo que pertencia a Deus. Mas, esse foi o último desafio do imoral Belsazar. O castigo viria inevitavelmente e imediatamente.

A vida é uma semeadura, colhemos o que plantamos. Aqueles que plantam o mal colhem o mal. Aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus ninguém zomba (Gl 6:7). Os políticos e os governantes brasileiros precisam se conscientizar que Deus é o Senhor. As consequências pelos erros cometidos de forma deliberada e consciente são muito duras e inexoráveis.

2. Daniel, o incorruptível. Como nenhum acadêmico babilónico foi capaz de ler a sentença divina escrita na parede, o nome de Daniel, agora com idade avançada, é evocado. A rainha-mãe (esposa de Nabonido e mãe de Belsazar), ciente do fato da escrita na parede, informa ao rei sobre Daniel e conta a respeito dos dons sobrenaturais que ele possuía. Ela disse: “Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência, e entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar; chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará interpretação” (Dn 5:10-12).

Após contar tudo, a rainha-mãe aconselha ao rei que chamasse Daniel, e, certamente, ele daria a interpretação. Daniel, então, foi introduzido à presença do rei (Dn 5:13-16). Ele agora era um homem idoso, mas continuava sendo um homem de Deus. Bom é conservarmos a fidelidade ao Senhor até o fim de nossas vidas!

Belsazar propõe a Daniel a mesma recompensa extravagante que havia prometido aos sábios (Dn 5:16), mas Daniel não deu nenhuma importância às “ninharias” do rei (Dn 5:17) e foi direto ao assunto. Mais uma vez, ele não se deixou enlaçar pelo charme do politicamente correto. Daniel confrontou o rei de forma cortês, mas sem rodeios, com uma mensagem de Deus. Daniel recordou a Belsazar como Deus humilhou Nabucodonosor. Embora Belsazar soubesse desse evento trágico, não deu importância à sua lição - “E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso. E te levantaste contra o Senhor do Céu. Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura” (Dn 5:22-24). Belsazar, ao profanar os vasos santos do Senhor cometeu um ato de afronta deliberada contra o Deus vivo. Poucas pessoas aprendem as lições da história.

“Esta, pois, é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM” (Dn 5:25). “MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou” (Dn 5:26). “TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5:27). “PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas”. A mensagem era clara e específica. Deus havia empilhado os crimes do rei e completado a sua medida. O período de supremacia política de Babilônia havia terminado. Essa foi a última noite dos babilônios e do rei Belsazar. Os babilônios cruzaram a linha-limite que Deus traçara. “Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino, na idade de sessenta e dois anos” (Dn 5:30,31).

Belsazar testemunhou as obras de Deus dentro de sua casa, mas as desprezou. Ele era da família real. Ele presenciou todos os acontecimentos relatados nos capítulos 1 a 4 do livro de Daniel. Ele devia ter a idade de Daniel e viu seu testemunho, bem como o testemunho de seus amigos. Viu como Deus libertou os amigos de Daniel da fornalha, como Nabucodonosor foi arrancado do trono para tornar-se um animal, até que seu coração foi humilhado e convertido. Belsazar conviveu com o testemunho fiel a respeito de Deus, mas tapou seus ouvidos, fechou seus olhos e endureceu seu coração. Deus deu um ano para Nabucodonosor arrepender-se, mas Belsazar cruzou a linha da ira de Deus naquela mesma noite e pereceu. Viver no pecado é loucura. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10:31).

A queda de Babilônia está associada a profecias que em breve deverão cumprir-se com a Babilônia espiritual, um dos destacados temas do Apocalipse. Nações estão sendo avaliados bem de perto pelo Deus Altíssimo. Todos estão por sua própria escolha decidindo seu destino e Deus indubitavelmente cumprirá os Seus propósitos. Que os homens públicos cristãos não se furtem ao seu dever. Que venhamos neste momento de crise de liderança, econômica e política que debilita o Brasil, anunciar que Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida e que bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor. 

CONCLUSÃO

Evangelizar o meio acadêmico é uma estratégia de grande alcance. É uma oportunidade sem precedentes e essa responsabilidade precisa ser assumida pelos cristãos brasileiros ligados à vida escolar. Como Corpo Vivo de Cristo, a igreja deve cumprir ali a tarefa de sal da terra e luz do mundo, esforçando para comunicar as Verdades divinas com uma linguagem que o estudante possa entender. Que os líderes saibam como pre­parar aqueles que vão frequentar um ambiente acadêmico. À semelhança de Daniel e seus companheiros, estes poderão fazer uma grande diferença no mundo acadêmico e na esfera política.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

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Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Missão Profética da Igreja. PortalEBD_2007.

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Hernandes Dias Lopes – Daniel (Um homem amado do Céu). Hagnos.

Severino Pedro da Silva – Daniel (as visões para estes últimos dias).CPAD.