domingo, 11 de setembro de 2016

Aula 12 - A EVANGELIZAÇÃO REAL NA ERA DIGITAL


3º Trimestre/2016

Texto Base: Tito 2:11-15

"Então, o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa" (Hc 2:2).

 INTRODUÇÃO

O século 21 é o século do imediatismo. Somos a geração fast: da comunicação virtual, da internet banda larga, da celeridade, do nanosegundo... A velocidade com que as informações se multiplicam e se propagam é espantosa. Alcançamos o mundo na ponta de nossos dedos, e o colocamos dentro da nossa sala de estar com um clik. Em tempo real, assistimos, concomitantemente, ao que se passa no planeta Terra, essa pequena aldeia global. Isso não deve surpreender-nos porque todo este avanço já estava previsto na Bíblia Sagrada (Gn 11:6).

A Igreja precisa estar preparada para se enquadrar neste ritmo fast da informação. Cada dia, precisamos nos aperfeiçoar e nos atualizar. O mundo virtual se modifica com uma velocidade impressionante. Há bem poucos anos, o suprassumo das comunicações (ex.: telex, facsimile) tornou-se praticamente inútil. O e-mail, como sabemos, nasceu com os dias contados; sem cerimônia, ele desbancou as tradicionais cartas. Mas, logo em seguida, foi pisoteado pelo Messenger e sepultado pelo WhatsApp; e a pá de cal mais uma vez não vai demorar a chegar. E a igreja precisa acompanhar bem de perto essa veloz mudança no mundo das comunicações sociais e usar isso para pregar o Evangelho. No lugar da imbecilidade das redes sociais, a Igreja deve levar uma mensagem e uma atitude diferenciadas. Paz, mansidão, equilíbrio e domínio próprio são características que precisam ser notadas no uso dessa riqueza de mídia que a Igreja tem à sua disposição. Urge mostrarmos para esta geração digital que "Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb 13:8).

No primeiro século da Igreja, os apóstolos comunicavam o Evangelho com o que havia de mais moderno e eficiente em sua época. Certamente, se hoje eles estivessem entre nós não se furtariam em usar as tecnologias digitais para propagar a mensagem do Reino de Deus. Por isso, usar a mídia digital com destreza e criatividade é lançar mão de um instrumento legitimo que portará a mensagem do Evangelho. Avante, Igreja! Anunciemos as pessoas do mundo inteiro: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15).

I. PECADORES DIGITAIS NAS MÃOS DE UM DEUS REAL

É evidente que, com a multiplicação da ciência da comunicação, o pecado está mais contaminante e exógeno. Há pelo menos 18 anos ouvíamos dizer que, ao se desligar o televisor, uma janela se fechava ao pecado. Agora, carregamos o televisor no nosso bolso e na palma da nossa mão. Nossos celulares são, potencialmente, dispositivos pessoais e intransferíveis às tentações e concupiscências. Isso mostra que, na era da informação, há uma superexposição ao pecado. O Senhor Jesus alertou-nos que, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos viria a esfriar-se (cf. Mt 24:12).

Apesar de o pecado estar virulento na era digital, os computadores, smartphones e tablets têm facilitado sobremaneira a divulgação da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo. Inúmeras portas têm sido abertas e a Palavra de Deus tem chegado a lugares que dantes seria humanamente impossível penetrar. A igreja deve abraçar com todo ousadia essa oportunidade e não satanizá-la. Estamos na era digital, mas o pecado da humanidade é real e somente o Evangelho de Cristo pode oferecer esperança à hu­manidade.

1. Pecados em série. Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida.

Davi estava no auge do seu reinado, quando tragicamente caiu em pecado, vencido pela sua própria paixão desenfreada. Conforme 2Samuel 11:3,4, desocupado, ao observar do terraço do palácio uma linda mulher que se banhava, Davi deixou-se dominar pela cobiça. Deveria ter abandonado o terraço e fugido da tentação. Mas, ao contrário, desejou-a, mandou que a trouxessem e adulterou com ela. Como se isso não bastasse, Bate-Seba ainda ficou grávida. Os resultados foram devastadores. Nesse tempo, ele deixou de ser um homem segundo o coração de Deus. Davi, deste modo, caiu da graça (cf. Gl 5:4). O seu adultério levou ins­tabilidade a todo o Israel.

Muitos filmes e novelas de hoje procuram colocar o pecado de Davi no contexto do romantismo e "amor" inegável; procuram fazer do pecado alguma coisa bonita e agradável. Mas, as Escrituras não oferecem nenhuma cena romântica para justificar o erro. Simplesmente diz: "Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela" (2Sm 11:4). Neste momento, Davi deveria ter sentido remorso profundo e tristeza sincera. Mas, ele não se virou para Deus naquela hora. Achou que o pecado poderia ser escondido, e as consequências evitadas. Foi o começo de uma série de pecados que parecem tão estranhos na vida de um homem escolhido por Deus. As tentativas foram cada vez mais pecaminosas. Isso sempre acontece com quem tenta esconder seu pecado (Sl 42:7; Nm 32:23).

Depois de ter consumado o seu ato pecaminoso, Davi, de várias maneiras e durante um bom tempo, tentou ocultá-lo (2Sm 11:27). Ele poderia ter interrompido e abandonado o pecado a qualquer momento. Mas quando alguém começa a transgredir é difícil parar (Tg 1:14,15).

a) ao adultério, Davi acrescentou mentiras. Quando soube que Bate-Seba estava grávida, ele chamou Urias para dar notícias da guerra, e em seguida ofereceu-lhe um presente e deu-lhe licença para ir a sua própria casa (2Sm 11:6-8). Tudo era mentira, engano, logro. Ele achou possível esconder seu pecado, enganando o próprio marido traído. Mas Urias não facilitou o plano de Davi. Por ser um soldado dedicado, ele recusou tirar férias quando os colegas estavam na batalha.

b) não dando certo a tática anterior, ele parte para agressão moral de Urias: embriaga o seu fiel soldado. Davi ofereceu um banquete a Urias com vinho embriagante (2Sm 11:12,13). Foi uma armadilha enganadora para que ele fosse a sua casa para se deitar com Bate-Seba e encontrar justificativa para Davi encobrir o seu pecado. Porém, o final do versículo 13 diz que Urias “não desceu à sua casa”.

c) frustrado, Davi avançou das mentiras ao homicídio (2Sm 11:14,15). A fim de encobrir o seu pecado, Davi escreveu uma carta a Joabe, na qual arquitetava a morte de Urias, marido de Bate-Seba. O próprio Urias levou a carta que selou a morte dele e de mais alguns soldados. Um assassinato covarde de um leal soldado, planejado pelo rei da nação escolhida (2Sm 11:16,17). Neste plano sinistro, o rei envolveu mais uma pessoa, Joabe, que era o comandante do exército e serviu de cúmplice sem saber os motivos de Davi.

As tentativas de esconder o pecado geralmente levam o pecador ao fundo do poço. Davi, cujo coração costumava ser dedicado ao Senhor, se entregou ao pecado e à vontade do diabo. Quando o crente procede dessa forma, o julgamento divino o aguarda, pois "Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6:7).

O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma a tragédia desse pecado. A sua vida como homem comum jamais foi a mesma depois desse impensado ato. Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o ato de Davi (2Sm 11:27), perdoou-o por se arrepender profundamente do ato impensado e precipitado, mas não o livrou das inevitáveis e trágicas consequências. Isto é uma advertência a todos os crentes desta era digital: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia” (1Co 10:12).

Hoje, discretamente, inúmeras pessoas, inclusive muitos que se dizem cristãos, acessam sites imorais e são até viciados na pornografia e sexo virtual, cujo conteúdo serve para alimentar as concupiscências mais grosseiras, baixas e abomináveis. Aquele que tem o Espírito Santo resiste a tudo isso, pois uma das virtudes do Espírito é o autocontrole/temperança (Gl 5:22). O erro não está no uso do tablet, do smartphone, do computador..., o erro está no acessar endereços e páginas virtuais imorais. É necessário temor e tremor a Deus, pois o pecado jaz à porta (Gn 4:7).

Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir. O pecado promete prazer e paga com o desgosto; levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte; tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado.

2. Rede de intrigas. influência das redes sociais na vida das pessoas é um fato incontestável. As redes sociais têm influenciado sobremaneira a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Podemos ver jovens se organizando politicamente em prol do bem comum, repassando informações úteis e aderindo a campanhas de solidariedade, como se vê rotineiramente. Vem se evidenciando a quantidade crescente de pessoas que utilizam as redes sociais como fonte de network (rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém), resgatam contatos pessoais e profissionais, atualizam e disponibilizam os currículos, recomendam e são recomendados, divulgam trabalhos e parcerias... Em quase todas as coisas, podemos observar o lado positivo, porém, há o lado ruim, o lado negativo em muito maior incidência, infelizmente.

Com o surgimento das redes sociais, muitos cristãos diziam que os seus perfis tinham a finalidade de falar de Jesus. Mas não foi exatamente isso o que aconteceu. A maioria dos crentes está transferindo para o virtual os seus maus hábitos reais. Não há evangelização, não há pregação e não há testemunhos. Há, sim, muitas brigas, contendas e testemunhos duvidosos. Se por um lado, as redes sociais facilitam encontros e contatos entre amigos e parentes distantes, por outro, têm multiplicado intrigas, traições, adultérios e a destruição de lares. Esse efeito nocivo pode ser minimizado, senão anulado, se cada crente as utilizar para ganhar os pecadores digitais para o Cristo real.

Concordo com o Pr. Claudionor de Andrade quando diz que as situações que favorecem o pecado são sempre íntimas e sigilosas. Foi assim que Davi perpetrou um adultério e um assassinato. O caso de Amnom e Tamar (filho e filha de Davi, respectivamente) também é bastante emblemático (2Sm 13:1-14). Ammon utilizou-se de uma rede sofisti­cada de relacionamentos, administrada por Jonadabe, a fim de seduzir sua meia irmã, Tamar. E, assim, utilizando como pretexto amor e doença, estuprou a própria irmã, levando a vergonha e o ódio à família real de Israel.

Alguém pode indagar: se ambos os exemplos são tão antigos, em que a era da informação é mais perigosa? Seu risco está em multiplicar as possibilidades dessa mistura letal: intimidade e sigilo. Primeiro, com os computadores pessoais e, agora, de forma irresistível, com os tablets e celulares. Isso formou uma geração de usuários que vive seus dias na intimidade e no sigilo dos aparelhos eletrônicos. Escondidas atrás das telas, as pessoas sentem-se mais seguras em transgredir as leis e os mandamentos do Deus que tudo vê.

Cuidado, o pecado é maligníssimo. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir sua alma nem afastar você de Deus, mas o pecado arruína seu corpo, sua alma e afasta você de Deus (Is 59:2). Pense nisso!

3. O e-mail fatal. Como disse anteriormente, a fim de encobrir o seu pecado, Davi escreveu uma carta a Joabe, na qual arquitetava a morte de Urias, marido de Bate-Seba. Davi utilizou o seu “e-mail” para o mal. Hoje, infe­lizmente, o correio eletrônico, tão útil e necessário, vem sendo utilizado também para arruinar reputações, caluniar e até matar. Nós, porém, podemos utilizar o nosso correio eletrônico para o bem, para a evangelização, para salvar vidas que estão à beira da morte. Vamos utilizar esta ferramenta para comunicar vida através do Evangelho de Cristo. Utilize seu e-mail para divulgar a Palavra de Deus. Devemos alcançar esse campo missionário virtual de pessoas reais que caminham para um lago de fogo também real (Ap 21:8). Devemos abraçar esse desafio com habilidade e dedicação.

II. GANHANDO ALMAS NA ERA DA INFORMAÇÃO (1)

Falar de Cristo através da Internet é um ministério que exige vocação, pois o ambiente da rede global de computadores acha-se poluído com sites ruins e mal-intencionados, que acabam pregan­do outro evangelho (Gl 1:6). É nesse ambiente que a sua página (blog, site, fanpage, etc.) tem de fazer toda a diferença. E tome cuidado com os vírus doutrinários, pois são fatais. Quem utiliza esse meio para evangelizar, precisa ter uma mensagem bem definida: o evangelho puro e simples de Cristo (1Co 2:2).

1. Uma rede para pescadores de homens. A rede mundial de computadores, conhecida também como internet, conecta o mundo inteiro. É um veiculo muito rápido de comunicação. É um potente meio de evangelizar e levar a Palavra de Deus a lugares que estão a milhares de quilômetros de distância. Evangelizando pela internet nós conseguimos alcançar pessoas em vários lugares que no método tradicional não seria possível. Então a internet acaba por ser um meio que pode incrementar e ajudar na evangelização do mundo. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). Redes sociais, blogs e comunidades são potenciais lugares de evangelização na internet; são lugares onde podemos tocar várias vidas com a mensagem de Cristo. Portanto, dediquemos um tempo para evangelizar na rede web. Gastamos tanto tempo na internet com coisas sem valor por que não dedicarmos alguns minutos para evangelizar? Atrelado à dedicação, sejamos exemplos, no trato, na modéstia e no amor. Mostremos que o mundo não nos influencia, mas nós é que influenciamos o mundo.

2. Você é o que você publica. Jesus disse em Mateus 12:34 que "a boca fala do que está cheio o coração" (ARA). Logo, as nossas postagens cotidianas, nas redes sociais, têm muito mais poder testemunhal do que as frases intencionalmente evangelísticas, pois somos o que publicamos. Admiradas, as pessoas indagavam acerca da fonte da autoridade das pregações de Jesus. Todas elas, porém, sabiam que Ele ensinava com autoridade, e não como os escribas e fariseus (Mc 1:22). O Mestre, antes de tudo, vivia estritamente por suas palavras. O seu discurso intencional concordava com as suas ações. Conclui-se que uma mensagem evangelística, perdida entre centenas de postagens inconvenientes, pecaminosas e mundanas, será tão destrutiva quanto o pior dos vírus de computador.

3. Crie uma FanPage. A FanPage é diferente do perfil. Este serve para pessoas; aquela, para empresas e instituições. A sua igreja, seu grupo de jovens e adolescentes, ou qualquer outro departamento de sua congregação, pode ter uma FanPage. É absolutamente gratuito e muito fácil de usar. Na verdade, o FaceBook encarrega-se de orientar o usuário nas postagens. Além disso, os relatórios da FanPage (todos fornecidos automaticamente pelo FaceBook) permitem-lhe monitorar a repercussão das postagens. A Igreja do Senhor precisa produzir conteúdos bíblicos de excelente qualidade, que se contraponham a avalanche pornográfica que o orbe virtual apresenta.

4. Desenvolva um canal no YouTube. Na internet apenas as iniciativas excelentes e gratuitas sobrevivem. Por isso mesmo, é possível usar alguns serviços excepcionais, na rede, sem gastar nenhum centavo. Haja vista os canais do YouTube. Você pode postar vídeos curtos (para fins evangelísticos) ou palestras e pregações. Mas é importante que você tenha algo em mente: ninguém acessa ou assina um canal para fazer de você uma celebridade digital. As pessoas só assistem àquilo que as interessa; na internet, ninguém é obrigado a nada. Então, seja criativo e relevante; busque a sabedoria do alto.

5. Crie uma lista de transmissão no WhatsApp. O Brasil tem mais aparelhos telefônicos ativos que pessoas. E se você possui um celular, provavelmente tem WhatsApp. Esse aplicativo caiu no gosto dos brasileiros de tal maneira, que o nosso país é a maior audiência dele fora dos Estados Unidos, segundo especialistas no assunto. Mas com o WhatsApp veio a perturbadora mania dos grupos. É grupo de mocidade, das irmãs, da classe da Escola Dominical, da faculdade e do pessoal do trabalho. E o que era para ser um fórum para assuntos ligados aos interesses comuns tornou-se um meio de divulgação de piadas, vídeos bizarros e imagens satíricas. Para fins evangelísticos, portanto, um grupo é uma coisa inútil. O que fazer? A solução pode estar nas listas de transmissão. Com essa funcionalidade, você pode enviar uma mensagem redigida em linguagem direta não para um, mas para todos os seus contatos. Ela será visualizada pelos destinatários como sendo um recado pessoal seu para eles, para cada um pessoalmente, mas sem o trabalho de redigir um texto para cada contato. Então, faça uma lista de transmissão apenas para os seus contatos não crentes.

III. EVANGELHO REAL PARA PESCADORES DIGITAIS (2)

A evangelização dos pecadores digitais, para ser bem-sucedida, tem de levar em conta alguns fatores.

1. Fator Habacuque (Hc 2:2). A mensagem pela Internet há de ser clara, breve e objetiva – “Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa”. Nada de mensa­gens enfadonhas, cheias de parênteses e subjetivismos. Se não for assim, as pessoas que passam correndo pelos sites, em busca de novidades, jamais serão alcançadas pelo Evangelho. Portanto, seja direto e incisivo. Você pode, em alguns minutos, expor eficientemen­te o Plano da Salvação. Otimize este tempo, incluindo o apelo e a oração.

2. Fator Eliseu (2Rs 4:9). O profeta Eliseu era reconhecido, por todo o Israel, como um autêntico homem de Deus – “E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus”. Da mesma forma, a vida cristã deve ser o modelo e o referencial para a sociedade. Precisamos viver o que pregamos, ou pregar o que vivemos. Não há uma dualidade entre o que o crente diz e faz, do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. O testemunho é feito principalmente por meio de nossa vida. Ele fala aos nossos ouvintes mais alto até que nossas palavras. O mundo não lê a Bíblia, mas lê a nossa vida, o nosso testemunho. Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”.

É dever de todo cristão, ter uma vida íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna. Como disse o Senhor, por intermédio do profeta Malaquias: "Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve" (Ml 3:18); demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós. Portanto:

·    Nosso bom testemunho deve ser exemplar (1Tm 4:12) – “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza”.

·    Nosso bom testemunho deve ser verdadeiro (João 21:24) – “Este é o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro”.

·    Nosso bom testemunho deve ser íntegro (Tt 2:7) – “Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, Sinceridade”.

·    Nosso bom testemunho deve ser irrepreensível (Tt 2:8) – “linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”.

·    Nosso bom testemunho deve ser transparente (Fp 4:5) – Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor”.

Que nossos sites e páginas sociais venham a glorificar a Cristo. Quem nos visita digitalmente tem de saber que temos um compromisso real com o Evangelho de Cristo. Por esse motivo, não se envolva em questões polêmicas que geram brigas e discussões. Cuide de sua reputação. Você constatará que, em muitos casos, sua postura será suficiente para levar almas aos pés de Cristo.

3. Fator Paulo (Atos 17:23). Chegando a Atenas, Paulo encontrou um ponto de contato evangelístico, ao deparar-se com o altar dedicado ao Deus Desconhecido - “Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio”. Esteja, então, inteirado quanto aos eventos, problemas e crises que atingem a sociedade. A partir de um ponto de contato inteligente, introduza eficazmente o Evangelho de Cristo.

4. Fator Filipe (Atos 8:30). Ao perceber que o oficial de Candace, rainha dos etíopes, lia o profeta Isaías, Filipe não perdeu tempo com uma abordagem sutil. Mas, de maneira direta, perguntou-lhe: “[...] Entendes o que lês?". Quem se dedica à evangelização, na internet, deve estar sempre preparado para interpretar a Palavra de Deus, pois a internet é um universo infestado de vírus doutrinários. É indispensável ao evangelista digital um preparo real. A recomenda­ção de Paulo não pode ser desprezada: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2:15).

CONCLUSÃO

O mundo jamais viveu um avanço científico como este que vivenciamos. Indubitavelmente, o conhecimento produzido no último século é superior a tudo o que foi escrito, descoberto ou criado anteriormente. Mas isso não deve surpreender-nos. Primeiro, porque está previsto nas Escrituras (Dn 12:4) e, segundo, porque o saber não é essencialmente danoso (Pv 2:6). Apesar das óbvias vantagens que a era da informação oferece, é um desafio evangelístico, pois não houve outro momento com mais distrações ou concorrências à pregação do evangelho do que o atual. Nunca o ser humano conheceu tanto sobre si e tão pouco sobre Deus. Por esse motivo, temos de concentrar-nos a falar de Cristo a uma geração que só conhece a rapidez e o imediatismo.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.

O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.

Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.

(1) Adaptado do texto “A Evangelização na Era Digital”. Pr. Claudionor de Andrade. CPAD.

(2) Adaptado da Lição Bíblica do Mestre “O desafio da Evangelização”. pp. 87/88. CPAD.

domingo, 4 de setembro de 2016

Aula 11 – A EVANGELIZAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


3º Trimestre/2016

Texto Base: João 5:1-9

"[...] Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos" (Lc 14:21).

INTRODUÇÃO

A Bíblia é clara: Deus não faz acepção de pessoas (Dt 10:17; Atos 10:34). Ele "quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade" (1Tm 2:4), inclusive os deficientes físicos. Deficiência física, segundo a Organização Mundial da Saúde, é a “ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Essas pessoas acham-se privadas quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Estão incluídos os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos, os autistas, os que têm a Síndrome de Down, etc”. O amor de Deus abrange todas essas pessoas. Ele não admite que ninguém fique de fora de seu plano salvífico (Atos 2:39; 1Tm 2:4).

Em Israel, até antes da primeira vinda de Jesus, exis­tia a crença errônea de que as pessoas com deficiência física era resultado de algum pecado (João 9:2). Por isso, essas pessoas eram excluídas; elas viviam à margem da sociedade. Mas Jesus veio para mudar essa situação; Ele quer que todas essas pessoas, também, façam parte do seu glorioso Reino. Desta feita, a Igreja, em seu plano evangelístico, deve engendrar todo esforço e estratégias para evangelizar as pessoas com deficiência. A evangelização que não inclui essas pessoas é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.

Todavia, quando falamos em evangelização das pessoas com deficiência, precisamos levar em conta os desafios e as implicações do que isto quer dizer. O desafio começa com a adaptação das pessoas deficientes na congregação. Se houver cadeirante, é necessário que haja espaços adaptados para ele se locomover; se houver surdos, é necessário que haja na igreja pessoas capazes de se comunicar por intermédio da linguagem de sinais; se houver pessoas portadoras de cegueira, é necessário que haja pessoas capacitadas em leitura de braile ou outros meios que visem atender esse público. Não há como falar de evangelização desses grupos de pessoas sem levar em conta o enorme desafio de compreendermos as suas necessidades.

I. A SUFICIÊNCIA DE CRISTO PARA COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA



A cura do paralítico do tanque de Betesda (cf. João 5:1-9) mostra com bastante clareza a suficiência de Cristo com as pessoas com deficiência. Certa feita, Jesus foi a uma festa em Jerusalém. Mas, enquanto o povo se alegrava, Ele se dirigiu ao tanque de Betesda, onde havia uma multidão de deficientes sofrendo (João 5:1,2). Como sua comida era fazer a vontade do Pai, e a vontade do Pai é a salvação dos perdidos e o socorro dos aflitos, Jesus caminha para esse local, onde havia gente deformada, destruída emocionalmente.

O tanque de Betesda era uma espécie de hospital público da cidade. Conhecido como “Casa de Misericórdia” abrigava uma multidão de pacientes sem perspectiva de cura. O texto é assaz chocante: “Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas” (João 5:3). Essa multidão era alimentada pela crença de que um anjo desceria em algum momento para agitar a água do tanque, e o primeiro que se lançasse na água seria curado. Jesus caminha no meio dessa multidão e distingue um homem, um paralítico, entrevado em sua cama, abandonado, sem nenhuma perspectiva de cura. Aquele homem era a maquete da desesperança.

Destacamos neste episódio alguns pontos importantes.

1. Jesus, a esperança do desesperançado (João 5:6) – “E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim”.

Nota-se, pelo texto, que aquele homem não demonstrava nenhuma esperança de ser curado; ele estava desprezado. Como eu disse, ele era a maquete da desesperança. Ele já não tinha mais sonhos para embalar. Sua causa estava totalmente perdida. Seu corpo estava surrado pela doença. Suas emoções estavam turvas pelas circunstâncias adversas. Sua alma estava doente pela autoestima aniquilada. Quando Jesus o viu, perguntou-lhe: "queres ficar são?". Ele respondeu com uma evasiva. Ele não foi direto, não foi objetivo, não disse sim nem não. Em vez de responder à pergunta objetiva de Jesus, saiu pela tangente e acentuou sua dor emocional: "senhor, não tenho ninguém...". Isso demonstra que o desprezo era a doença mais avassaladora na vida daquele paralítico, até mesmo maior do que a paralisia; que o abandono lhe doía mais do que a incapacidade de andar; que a falta de solidariedade naqueles longos anos era como farpas cravadas em seu peito que envenenavam sua alma; que a mágoa havia aberto feridas cheias de pus em seu coração. Só Jesus poderia lhe conceder a cura física e da alma. Jesus era a sua única esperança. Só em Jesus Cristo há salvação para o desesperado sem esperança.

Quantas pessoas não estão assim como este paralitico, sem esperança, sem ninguém para lhe estender a mão! A igreja é o braço estendido de Jesus para amparar estas pessoas e lhes mostrar o caminho certo que as levará à porta da provisão.

2. A divina compaixão de Jesus (João 5:6). Jesus viu aquele homem com uma doença incurável. Era uma causa perdida. Por isso, Jesus foi ao encontro dele. Jesus o viu. Tomou a iniciativa. Abordou-o. Jesus abriu para ele a porta da esperança. Sentiu sua dor, seu drama.

Talvez você também, prezado irmão e amigo, já não tenha mais forças para clamar. Talvez você já tenha desistido de esperar uma cura. Talvez você só tenha encontrado incompreensões e lute sozinho para uma cura que não acontece. Mas Jesus se importa com você e se compadece de sua vida.

Talvez você pense que foi longe demais e agora já não tem mais saída. Talvez você já tenha batido em todas as portas e esteja cansado de esperar. Mas Jesus vê você. Ele sabe o que está acontecendo com você e se importa com tua vida. Jesus é tremendamente misericordioso. Ele nos vê quando estamos prostrados, sozinhos, abandonados, sem ajuda, sem saída, conformados com o caos. Ele nos distingue no meio da multidão e se importa conosco.

Jesus tem prazer na misericórdia. Ele é o caminho para pés perdidos; é a verdade para a mente inquieta; é a vida para os que estão mortos; é a luz para tua escuridão; é pão para tua fome e a água para tua sede; é a paz para o teu tormento. Quando os nossos recursos acabam, somos fortes candidatos a um milagre de Jesus (João 5:7,8) - “O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda”.

Aquele homem estava só. Não tinha ninguém por ele. Não tinha saúde. Não tinha paz. A solidão era a marca da sua vida. Ele havia chegado ao fim da linha, ao fundo poço. Mas, quando se viu desamparado, Jesus lhe estendeu a mão. Este é o nosso Jesus: cheio de compaixão, de misericórdia.

O que as pessoas viam naquele paralítico desprezível e excluído pela sociedade e até mesmo pelos seus familiares? Uma fonte de problemas, e problemas sem solução; alguém sem futuro, sem esperança e sem capacidade de produzir algo relevante para a sociedade; um fardo, não só para ele mesmo como para os demais à sua volta. Para muitos, sua ausência nem seria sentida, apesar das várias vezes que o viram ser colocado junto ao tanque, à espera do milagre. Era isso que as pessoas viam. Mas, Jesus viu naquele homem sem nome, sem história, sem currículo e sem futuro, algo de muito valor.

Jesus também está vendo a tua vida, caro irmão e amigo. Ele sabe todos os problemas que tu estás passando. Ele conhece a tua dor, a tua angústia, o teu vazio, a tua crise. Ele tem nas mãos o diagnóstico da tua vida. Jesus sabe há quanto tempo você está sofrendo; Ele conhece a dor de ser abandonado; conhece a dor da desesperança; conhece os sonhos frustrados; conhece a virulência do pecado que assola tua vida, o peso da culpa que esmaga tua consciência.

Prezado irmão e amigo, você talvez não saiba, mas o Senhor pode mudar seu cativeiro, e aquilo que hoje você carrega com vergonha vai se tornar, em breve, algo que você carregará com orgulho. Basta que você creia nele, e o aceite como único e suficiente Senhor e Salvador. Ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11:28).

3. Jesus supre plenamente a necessidade do paralítico (João 5:8) – “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda”. Observe que Jesus não pregou, não corrigiu a teologia do paralitico, não fez uma palestra sobre salvação para ele. Pessoas que tem falta de esperança não precisam de mais conhecimento, precisam de compaixão. Jesus deu ao homem o que faltava e aquilo de que ele desesperadamente necessitava; deu a ele graça em forma de uma ordem: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”.

O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando Charles Erdman, diz que, em João 5:8, a palavra “levanta-te”, sugere a necessidade de resolução e ação imediatas; a frase “toma a tua cama”, lembra ao homem a ser curado que ele não deve pensar em recaída, nem fazer provisão para uma volta ao velho modelo de vida, nem temer o futuro, mas apenas confiar em Cristo; a palavra “anda”, declara a necessidade de passar logo a experimentar a nova vida que Cristo outorga.

Jesus dá a ordem e também o poder para cumpri-la. Uma ordem de Cristo sempre encerra uma promessa. Ele sempre nos capacita a executar suas ordens. Na verdade, Jesus dá o que ordena e ordena o que deseja. A Palavra de Jesus tem poder: a natureza lhe obedece, os ventos ouvem sua voz, o mar escuta suas ordens, os anjos obedecem ao seu comando, os demônios batem em retirada diante de sua autoridade. Ele tem toda a autoridade no Céu e na Terra.

4. A causa da deficiência do paralitico de Betesda: o pecado (João 5:14) – “Depois, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior”.

Jesus é Deus, Ele tudo vê. Jesus viu o passado, a condição e o futuro desse paralitico. Viu que ele estava colhendo o que havia plantado. Viu nele uma triste história de pecado. Aquele homem não estava apenas preso à sua cama, mas também preso ao seu passado, às suas memórias amargas, à sua culpa.

Jesus olhou para a mulher samaritana e viu que ela estava vivendo em adultério. Jesus olhou para Zaqueu na árvore e viu que havia sede de Deus no seu coração. Jesus viu o amor às riquezas no coração do jovem rico. Jesus viu a hipocrisia nas atitudes dos fariseus. Jesus viu falsidade no beijo de Judas Iscariotes. Jesus viu o arrependimento sincero no coração do ladrão na cruz. Nada fica oculto aos olhos de Jesus. Caim tentou fugir de Deus; Acã tentou encobrir o seu roubo; Davi tentou esconder o seu adultério. Mas o Senhor estava vendo tudo.

Jesus sabia que aquele homem estava enfermo havia 38 anos. Ele conhecia a causa do seu sofrimento: o pecado. O texto de João 5:14 mostra que o pecado é maligníssimo, porque esse homem está sofrendo por causa do seu pecado. Está colhendo os frutos malditos de sua semeadura insensata. Esse homem estava sem amigos, sem ajuda e sem esperança. Os anos passavam, e ele continuava entregue à sua desventura, sem nenhum socorro. Esse é o preço do pecado.

Muitos hoje ainda se apegam ao pecado que Deus abomina. Mas o pecado é uma fraude: promete prazer e paga com o desgosto; promete liberdade e escraviza; aponta um caminho de vida, mas seu fim é a morte. Por isso, o paralítico, agora já agraciado por Jesus, ao encontrar-se com Jesus no templo, é advertido de não voltar ao pecado para não lhe suceder coisa pior. Percebe-se que, nesse caso, existe uma relação entre pecado e doença.

Charles Erdman coloca essa advertência de Jesus nas seguintes palavras: “Trinta e oito anos de padecimentos, ocasionados pelo pecado, podiam parecer bastantes para fazer o homem acautelar-se de, outa vez, meter-se debaixo do seu jugo. A triste verdade, porém, é que por mais que o pecado faça sofrer, ninguém por isso o detesta; entretanto, não deixa de sentir as agonias das suas consequências. Nossa única segurança está na submissão de nossa vontade ao Salvador” (Erdman, Charles. O evangelho de João).

II. PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS SÃO CARENTES DE SALVAÇÃO (1)

A inclusão de pessoas com deficiência não deve ser vista apenas como política pública, mas alvo do grande amor de Deus. Porque o Pai Celeste, amando-nos como nos ama, enviou o seu Filho ao mundo, para que todos nós viéssemos experimentar a salvação em sua plenitude.

1. O deficiente, sem Jesus Cristo, está condenado ao inferno (Sl 9:17). Enganosamente, muitos veem como não condenáveis os indivíduos com deficiências, como se a entrada no Céu lhes fosse franqueada em compensação das dificuldades enfrentadas na vida terrena. Mas a Palavra de Deus é clara: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23). Com ou sem deficiências, todos nascemos pecadores e estamos "debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Rm 3:10-12).

Tendo em vista que a Bíblia Sagrada não faz diferença entre o deficiente e o não deficiente, então é necessário que a igreja engendre todo o esforço possível para levar o Evangelho de Jesus Cristo às pessoas com deficiência. Não resta dúvida que é um grande desafio, pois a evangelização das pessoas com deficiência requer esforços concentrados e específicos. Mas, esta é a nossa missão: tornar o evangelho acessível a todos, inclusive aos que trazem alguma deficiência. Devemos, pois, falar de Cristo aos que não ouvem, mostrar as belezas da vida cristã aos que não veem, apontar o caminho da salvação aos que não conseguem andar e discorrer sobre a razão da nossa fé aos que não logram pensar com clareza. Ajamos, pois, como seus olhos, ouvidos, boca e pernas, pois assim agiu o Senhor Jesus em seu ministério terreno.

2. Todas as pessoas são carentes de salvação e estão ao alcance da graça de Deus, inclusive o deficiente (João 3:16). Todas as pessoas, inclusive o deficiente, devem ser conscientizadas de sua situação perante Deus, por causa do pecado, e saber que podem ser "justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:24).

Jesus não veio para a maioria, mas para "toda a criatura", para "todo aquele que nele crê" e para "todo aquele que invocar o nome do Senhor" (Mc 16:15; João 3:16; Atos 2:21; Rm 10:13). Mas "como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?"(Rm 10:14). Ainda que em nossa comunidade haja apenas uma única pessoa que demande atenção especial, é bíblico que façamos o necessário para levá-la a Cristo e discipulá-la.

Nas parábolas do capítulo 15 do Evangelho de Jesus Cristo, segundo escreveu Lucas, ao mostrar a preocupação do pastor por uma única ovelha desgarrada, o desvelo da mulher por uma única moeda perdida e a solicitude do pai por um filho distante, o Senhor destacou a preciosidade de cada indivíduo ao coração de Deus. A Igreja deve ter essa mesma visão e não se contentar enquanto lá fora houver uma alma perdida. E se essa alma for alguém com uma deficiência que demande investimento humano e financeiro, a Igreja não deverá encolher-se no pensamento mesquinho de que só valeria a pena se fosse um grupo inteiro.

Alguém, ao discorrer sobre a graça divina, afirmou que, se todas as pessoas do mundo fossem justas, com exceção de apenas uma, Jesus Cristo ainda assim desceria do Céu, para morrer por essa única pessoa. Porque Deus não nos ama apenas coletivamente, Ele nos ama também individual e particularmente. Portanto, ninguém deverá ficar de fora de nossas ações evangelísticas, mormente os que não podem ver, ouvir, falar, locomover-se ou compreender com a razão.

III. EXEMPLOS BÍBLICOS DE INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (2)

Por toda a Bíblia, encontramos personagens com algum tipo de deficiência. No entanto, é maravilhoso observar a obra divina na vida de cada um deles, restaurando-lhes a dignidade, salvando-os e até restabelecendo-lhes plenamente a sanidade física e mental. Vejamos alguns deles. Ao conhecer melhor suas histórias, concluiremos que é possível, sim, incluir a todos no Reino de Deus, pois o Pai Celeste não deseja que ninguém fique de fora.

1. A inclusão de Mefibosete. Neto de Saul, Mefibosete ficou coxo aos cinco anos quando sua ama, tentando salvar-lhe a vida, deixou-o cair (cf. 2Sm 4:4). No capítulo 9, a reação de Mefibosete ao chamado de Davi revela o que ele pensava de si mesmo, talvez por sua condição física: "Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?" (2Sm 9:8). Ao ser beneficente para com Mefibosete, Davi restaurou-lhe a autoestima. Mefibosete não viveria mais como um indivíduo qualquer e sem importância. Todos os dias ele comeria pão à mesa de Davi, como se fora um príncipe.

Conforme a Lei de Moisés, o jovem Mefibosete não poderia exercer o sacerdócio, por causa de sua deficiência física. Todavia, Deus o honrou de tal forma, que veio a estar à mesa de Davi. O Pai Celeste, no seu Reino, não discrimina a nenhum de seus filhos. Ao aceitarem Jesus como Salvador, as pessoas com deficiência passam a ser filhos de Deus, "logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo" (Rm 8:17).

2. Acenos e uma tábua de escrever. O sacerdote Zacarias, ao receber de Gabriel a notícia de que sua esposa daria à luz um filho, não creu. Por isso, ficou mudo até o dia em que se cumpriram as coisas anunciadas pelo anjo. Observe, em Lucas 1:21-23, que a mudez de Zacarias não o impossibilitou de comunicar-se com as pessoas que estavam no Templo. Por acenos, o sacerdote conseguiu fazer-se entender. Alguns versículos à frente, vemos mais um recurso usado por Zacarias: "E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu..." (Lc 1:63). O que se conclui dessa narrativa sagrada? Todos, apesar de suas limitações, podem receber a comunicação do evangelho e, assim, experimentar a vida eterna. Se naquele tempo já era possível aos mudos se comunicar, hoje, com os recursos didáticos e tecnológicos de que dispomos, podemos integrar mais facilmente as pessoas com deficiência.

3. Uma figueira no lugar certo. Em Lucas 19, lemos sobre o encontro de Zaqueu e Jesus. "E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu... E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa" (Lc 19:1-5).

Zaqueu estava em desvantagem, pois era de baixa estatura. Se a figueira não estivesse exatamente naquele lugar, ele não teria conseguido ver Jesus, por mais que se esticasse, ou ficasse na ponta dos pés. Assim como Zaqueu, muitas pessoas com deficiência querem ver a Jesus, e certamente frequentariam nossas igrejas se soubessem que os templos estavam devidamente preparados para recebê-las.

4. Aqueles que se esforçam para levar alguém a Jesus. Lemos, em Marcos 2:1-12, que quatro homens levaram um paralítico a Jesus. Esse homem não poderia, por si mesmo, chegar onde Jesus estava. Ele estava impedido de se mover, pois era coxo e entrevado. Suas pernas não se moviam, seus músculos estavam atrofiados e sua coluna vertebral estava paralisada. A doença havia atingido as áreas motoras do seu cérebro. Ele jazia como um morto. Aquele homem tinha de ser carregado; então, os seus amigos o ajudaram a ir a Jesus. Que bom que ele tinha amigos! Que bom que eles dispuseram seus dons, seus talentos, seus recursos para ajudar o outro! Ainda hoje há muitas pessoas que não irão à Casa de Deus a não ser que sejam levadas e colocadas aos pés de Jesus. Aprendemos, aqui, duas lições importantes:

a) os quatro amigos do paralítico tiveram visão (Mc 2:3,4). Lucas nos informa que esses quatro homens queriam introduzir o paralitico dentro da casa e pô-lo diante de Jesus (Lc 5:18). Aquele coxo precisava de ajuda. Ele não poderia ir por si mesmo a Jesus. Ou era levado ou, então, estaria fadado ao desespero. Entretanto, esses quatro amigos tiveram a visão de levá-lo e pô-lo diante de Jesus. Eles compreenderam que se aquele paralitico fosse colocado diante de Jesus seria curado e liberto do seu mal. Esse quarteto não apenas era esforçado, mas tinha fé. Eles sabiam que Jesus era tudo o que o paralítico precisava (Mc 2:5). Por isso, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico (Mc 2:4). Aquele quarteto se dispusera a fazer um grande sacrifício para levar o paralítico até onde Jesus estava. Eles disseram: "Já que não tem uma porta aberta, vamos fazer uma; e vamos fazer no teto, porque o único jeito de fazer porta fácil é no teto". E naquele tempo nem telha existia, como as que existem hoje. Você é um amigo disposto a abrir portas onde elas não existem? Você é um amigo pronto a dar do que você sabe, e tem, para criar portas? Afinal, há tanta gente que só precisa de uma porta aberta!

A visão determina a ação. O homem sem Jesus está só, doente, perdido. Não há esperança para os aflitos a menos que os levemos a Jesus. Nós não podemos converter as pessoas, mas podemos levá-las a Jesus. Não podemos realizar milagres, mas podemos deixar as pessoas aos pés daquele que realiza milagres.

b) os quatro amigos do paralítico exercitaram uma fé verdadeira (Mc 2:5). Este texto diz que Jesus é poderoso para fazer algo extraordinário. Eles creram que Jesus ia fazer o milagre e isso os motivou. Apesar de nenhum desses homens ter falado coisa alguma, todos confiaram. E foi isto que realmente importou. A fé daqueles quatro homens tocou o coração de Jesus, levando o evangelista Marcos a registrar: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2:5). A fé do paralítico está aqui incluída, é uma fé operosa, que atua pelo amor. Eles não poderiam fazer o milagre nem salvar o homem, mas eles poderiam levá-lo a Jesus. Levar o paralitico a Jesus era tarefa deles, perdoar e curar o coxo era obra exclusiva de Jesus.

O milagre é Jesus quem faz, mas nós somos cooperadores de Deus. Levar as pessoas aos pés de Jesus é nossa missão. Precisamos ter fé que Jesus vai salvá-las, curá-las, libertá-las. É preciso ter fé e força de vontade o bastante para, literalmente, buscar as pessoas e levá-las ao local onde a salvação está.

CONCLUSÃO

O Evangelho de Cristo tem de ser anunciado a todos, em todo tempo e lugar, por todos os meios. Por essa ra­zão, não deixaremos de fora nenhuma pessoa com deficiência. Todos precisam ser alcançados pelas Boas-Novas: os que enxergam bem, os que veem pouco e os que nada veem; os que escutam e falam, os que não ouvem nem falam; os que aprendem rápido e os que precisam de mais tempo para aprender; os que caminham com as próprias pernas e os que usam cadeiras de rodas, próteses ou muletas; os autistas, aqueles com síndrome de Down, com dislexia, com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, com paralisia cerebral, epilepsia... Todos devem ser conscientizados de sua situação perante Deus, por causa do pecado, e saber que podem ser "justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:24).

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.

Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Evangelização – a Missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.

Rev. Hernandes Dias Lopes. João, as glórias do Filho de Deus.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Marcos, o evangelho dos milagres.

O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.

Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.

(1) Adaptado do texto do Pr. Claudionor de Andrade. A evangelização das pessoas com deficiência.

(2) Adaptado do texto do Pr. Claudionor de Andrade. A evangelização das pessoas com deficiência.

domingo, 28 de agosto de 2016

Aula 10 - O PODER DA EVANGELIZAÇÃO NA FAMÍLIA


3º Trimestre/2016

Texto base: Atos 16:25-34

“[...] Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16.31).

INTRODUÇÃO

A Igreja é formada pela soma de suas famílias. Famílias bem estruturadas formam Igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto. Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido pesadamente contra a estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando, principalmente, as novelas. Satanás sabe que desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas - tanto as normais, como as homossexuais -, enaltecendo a libertinagem sexual, quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, e coisas correlatas, enfraquecerá, desmoralizará, acabará com a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a família, está prejudicando a Igreja.

A destruição da instituição familiar representa a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na vida dos seres humanos e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição. Destrua-se a família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte, toda a sociedade.

Deus deseja salvar todas as famílias da Terra. Para salvá-las, Deus age de várias maneiras. O evangelista Lucas narra a trans­formação operada pelo Evangelho no lar do carcereiro de Filipos. O terremoto foi o instrumento que Deus utilizou para abrir as portas da prisão e quebrar os ferrolhos dos corações endurecidos. O propósito de Deus no terremoto foi sacudir as almas dormentes. Deus precisou mandar um terremoto para o carcereiro ser convertido.

O mesmo Deus que abriu o coração de Lídia numa reunião de oração envia um terremoto para abrir o coração do carcereiro e salvar a sua família. Tomado pelo medo, o carcereiro perguntou aos apóstolos: "Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?" (At 16:30). Paulo e Silas responderam imediatamente: "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16:31). Toda a família do carcereiro foi salva e, naquela mesma noite, foi batizada nas águas.  

Como evangelizar a nossa família – esposa, filhos e parentes? É o que vamos estudar nos tópicos seguintes. É válido salientar que o campo missionário começa em nossa casa.

I. EVANGELIZANDO NA FAMÍLIA

É preciso anunciar Jesus Cristo a todos e em particular àqueles que na família – cônjuge, filhos, pai, mãe e outros parentes - ainda não aceitaram Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador.

1. A família, o primeiro desafio da evangelização. É no âmbito da família que surge a primeira experiência de proclamar a Jesus mediante tudo o que Ele é e representa para nós. Quando Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, Ele estava nos dizendo que o primeiro grande desafio da evangelização se dá em nossa família. Ali, nossos pais, filhos, cônjuges ou outros parentes presenciarão o impacto da transformação que o Evangelho trouxe às nossas vidas.

Por ser de origem divina, o inimigo tem atacado a família de maneira implacável. As tentações aos pais de família, principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os filhos têm sido constantes; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais; dos pais contra os filhos; o problema das drogas, da libertinagem sexual, da pornografia, de outros vícios, do homossexualismo, tudo isso e muito mais, tem ocorrido com muita intensidade em inúmeras famílias, nestes últimos dias da Igreja na Terra. Satanás sabe que ele já está julgado e quer levar o maior número de pessoas com ele para o Inferno (ler Salmo 9:17). Por isso, dentro de qualquer projeto de evangelização, a família cristã deve ocupar um espaço privilegiado. Muitas são as famílias esperando pelo evento salvífico de Jesus Cristo.

- A conversão da família do carcereiro de Filipos é um dos relatos que mais evidenciam o interesse de Deus em salvar toda a família. Depois daquele terremoto que abalou os alicerces da prisão, e já antevendo a sua desgraça, perguntou o carcereiro: "Que me é necessário fazer para me salvar?". A resposta que lhe deu Paulo é uma promessa tanto a ele quanto a nós: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". Quando o pecador crê na primeira parte da promessa, é salvo; e quando crê na segunda, pode levar toda a família a receber a mesma salvação. Deus converteu a família do carcereiro de Filipos porque ele se humilhou grande­mente e abriu a sua vida para Deus (At 16:27-34).

- A conversão da família de Raabe, a meretriz, prova que um pecador verdadeiramente arrependido pode levar toda a família a receber a Jesus. No capítulo dois de Josué, vê-se como Raabe tinha uma fé viva em Deus (Hb 11:31), não só para alcançar sua salvação, mas também para rogar pelo pai, mãe e irmãos (Js 2:13). Quando os muros de Jericó caíram por terra, permaneceu em pé o trecho onde se encontrava a casa de Raabe. Apesar de tudo quanto havia na cidade - homens e mulheres, moços e velhos, bois, ovelhas e jumentos - ser totalmente destruído (Js 6:21), ela com seu pai, mãe e irmãos e todos os seus parentes foram salvos (Js 6:23). Se Deus ouviu a oração daquela meretriz, certamente agirá do mesmo modo em relação a nós, resgatando nossas famílias desta Jericó que, em breve, há de ser destruída.

- A conversão da família de Cornélio. Cornélio, depois de mandar chamar a Pedro, foi aos amigos e convidou-os para ouvir o conselho de Deus, mas não se esqueceu dos da sua casa. Eles assistiram à exposição do Evangelho, foram salvos e, em seguida, foram cheios do Espírito Santo. Se há regozijo nos céus por um pecador que se arrepende, quanto mais por uma casa inteira que se salva.

- A conversão da família de Lídia. Esta rica vendedora de púrpura, é outro exemplo de crente que não se dá por satisfeito enquanto não vê toda a família aos pés de Cristo. Deus salvou a casa de Lídia porque Ele a julgou “fiel ao Senhor” (At 16:14,15).

2. Ordenar a família para caminhar nos retos caminhos do Senhor é essencial. Certo homem, crente e fervoroso no espírito, trabalhando na lavoura, lutava com dificuldades para conseguir levar o pão à sua família. O Senhor o abençoou com grande prosperidade material. Foi então que a esposa e os filhos insistiram com ele para que se mudassem para a cidade. Para agradá-los, resolveu deixar o campo. Já agora desfrutan­do de uma vida cômoda e sem preocupações, a mulher e os filhos buscaram desfrutar das vaidades mundanas. O pai, sozinho e triste, era obrigado agora a assistir aos cultos sem a família. Mas, percebendo que esta situação não poderia persistir, convocou a esposa e os filhos para lembrar-lhes de como serviam fielmente a Deus quando se encontra­vam na pobreza; e, de quando precisavam lutar com dificul­dades para ganharem o pão de cada dia. Em seguida, advertiu-os solenemente: "Se vocês não abandonarem esta vida mun­dana e a companhia dos inimigos de Deus, devolverei todas as riquezas que Ele nos confiou, e voltaremos a lavrar o solo, e viveremos no temor do Senhor". Ele ordenou a sua casa e foi bem-sucedido. Todos obedeceram imediatamente. Como seria bom se todos os pais experimentassem fazer o mesmo, isto é, se ordenassem a sua casa a caminhar nos retos caminhos do Senhor.

Jesus chamou o Lar Eterno de a Casa de meu Pai (João 14:1-3). Dessa Casa, o Pai dispensa-nos o seu amor, supre todas as nossas necessi­dades e ordena a sua Igreja. Por isto, Ele quer que o lar do crente, na Terra, seja em tudo parecido com o Lar Eterno.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de pessoas que souberam ordenar as suas famílias e levá-las a Deus.

a) Exemplo de Noé.Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca” (Hb 11:7). Deus não chamou somente o patriarca, mas também toda a sua casa a entrar na arca; e, assim, foi salva toda a sua família. A arca serve-nos como tipo de Cristo, o único que nos salva do dilúvio de pecado que nos quer destruir. Foi pela fé (Hb 11.7) que Noé cooperou com Deus, e conseguiu o indizível gozo de ver todos os seus entes queridos seguros consigo na arca, enquanto lá fora desciam as torrentes de água, provocando a maior destruição jamais vista pelos homens. Se tivermos a mesma fé, haveremos de ver cada um dos membros de nossas famílias refugiar-se em Jesus e, assim, salvar-se do horrendo dilúvio de incredulidade, pecado, vício e crime que destrói o mundo atual.

b) Exemplo de Jó. Encontramos em Jó outro ideal de pai que, verdadeiramen­te, soube ordenar seus filhos nos caminhos de Deus. “Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez…Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1:4,5). Não lhe bastava evitar o próprio pecado; cuidava que seus filhos também não pecas­sem. Como sacerdote do lar, chamava-os para os santificar; levantava-se antes do romper da aurora para oferecer holocaustos por eles.

c) Exemplo de Josué. Josué é outro dos muitos exemplos de homens dedicados a Deus, que souberam ordenar toda a sua casa. Perante as tribos de Israel, reunidas em Siquém, conclamou o povo a seguir seu exemplo: "Eu e a minha casa, porém, serviremos ao Senhor" (Js 24:15). Seus filhos sabiam que sua fidelidade a Deus era verdadeira, e que, enquanto Josué vivesse, teriam de servir fielmente a Deus.

Diante de tantas influências que recebemos do mundo para o nosso viver, a nossa decisão deve ser tal qual à de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Qual tem sido a decisão de vida para cada um de nós, pessoalmente, e para a nossa família? Corajosa e resoluta como a do grande líder Josué? Não espere ficar velho para tomar essa decisão, pois o Senhor virá como um ladrão, ou seja, na hora em que nós não esperamos (1Tes 5:2; 2Pe 3:10).

3. Insista nos princípios cristãos. A mãe de uma moça cristã insistia que ela se vestisse de modo indecente, mas a filha recusou. O pai de um rapaz cristão queria levá-lo a uma prostituta para ter a experiência, mas o filho recusou. Há irmãos que se levantam e saem da sala porque a família insiste em assistir novelas ou programas imorais; estes irmãos estabeleceram os seus valores morais mais sublimes. Se você colocar Jesus em primeiro lugar, nunca você vai perder. Se colocar Jesus em segundo lugar, nunca você vai ganhar. Você não ganhará a sua família para Cristo, conformando-se com o pecado só para agradá-la.

4. Pratique valores éticos no âmbito familiar. Nenhuma outra instituição social é mais influente na formação do caráter, na educação, na disseminação de valores éticos, morais e espirituais do que a família. Infelizmente, os pais cristãos estão negligenciando a sua importância na formação desses valores, querendo transferir para a escola e para a igreja tais papéis.

Os filhos veem em seus pais os seus maiores exemplos para a vida. Eles sentem-se felizes e seguros, quando veem seus pais em atitude de respeito e amor. Isso é fundamental para sua formação espiritual, moral e afetiva. Porém, quando uma criança, um adolescente ou um jovem sabe que seu pai trai sua mãe, ou vice-versa, eles sentem o impacto emocional.

Um menino, em prantos, perguntou ao seu pai: "Pai, por que o senhor faz isso com a mamãe? Por que o senhor tem outra mulher?". Não adiantam explicações. Instala-se a tristeza, a insegurança e muitas vezes a revolta no coração dos filhos.

Conta-se que uma senhora que se dizia crente traiu seu esposo com um estranho, com quem se envolveu num encontro casual, num transporte coletivo. Ao saber do fato, o marido não suportou, deixou a esposa, apesar de ela demonstrar arrependimento. Os filhos tomaram ciência da situação. Pediram aos pais que se unissem pois precisavam deles. Não adiantou. A separação foi concretizada. Os filhos passaram a ter problemas na escola. As notas caíram. O rendimento escolar decaiu. Problemas psicológicos afetaram o mais novo, requerendo tratamento médico. A menina, na adolescência, envolveu-se com más companhias na escola, e passou a fazer uso de drogas. A mãe foi a causadora de toda essa tragédia. O pai não soube perdoar. E o lar foi destruído. Mais uma vitória do Diabo. Mais uma derrota para uma família cristã.

Cuidado, não transija! Não venda sua consciência! Nosso mundo está mudando todo dia. As pessoas dizem: “que nada! Os tempos mudaram, sexo antes do casamento e fora dele, e adultério, não tem problema! Dançar nas boates não tem problema! Ficar com um rapaz ou moça hoje e com outro ou outra amanhã não tem problema! Visitar site pornográficos não Internet não tem problema!”. Isso é um tremendo engano de Satanás. Jesus disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lançai-o de ti...” (Mt 5:29).

II. EVANGELIZANDO OS FILHOS

Certa vez irrompeu um pavoroso incêndio numa escola, deixando cerca de setenta crianças presas pelas chamas. A multidão, que se ajuntara no lugar do sinistro, corria angustiada e confusa; uns para cá, outros para lá. Não podendo alcançar seus filhos, por causa do intenso calor, as mães clamavam por eles como loucas. Homens fortes, diante daquele quadro, só podiam lamentar: "O que posso fazer par salvar meu filhinho?". Ouviram-se, então, apesar do alvoroço, os gritos de um menino que, vendo o pai, perguntou: "Papai, não pode salvar-me?! Não vens acudir-me?!". Mais alto que o alarido agonizante das outras crianças, persistiam os gritos: "Papai não podes salvar-me? Não vens acudir-me?!". Apesar de esforços sobre-humanos, o pai nada pôde fazer pelo filho. Poucos dias depois, aquele pobre homem também morreria, com os rogos do menino a ecoar-lhe nos ouvidos: "Papai, não podes salvar-me?! Não vens acudir-me?!".

Por acaso, muitos pais não ouvem também os gritos de seus filhos que se veem ameaçados neste mundo de horror? E o pior é que, não somente os seus corpos, mas principalmente as suas almas, acham-se na iminência de se perderem por toda a eternidade.

Várias são os meios de evangelização dos filhos. Dentre elas destacamos:

1. O Culto Doméstico.Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 11:19).

Quando se tem a oportunidade e abertura para isto, um instrumento valioso para se evangelizar a família é o Culto Doméstico. Ali, cantamos ao Senhor, testemunhamos da sua graça, meditamos em sua Palavra e podemos perceber o caráter de Deus sendo trabalhado em nossa mente e coração.

O encontro com a Palavra de Deus no seio da família pode ser um momento singular de evangelização familiar. Ninguém pode desculpar-se, dizendo que não tem tempo, porque os poucos minutos que dedicamos ao Senhor hão de representar um peso tremendo na vida de nossos entes queridos. Mais valem alguns minutos na presença do Senhor, do que milhares de horas passadas longe dele. Certamente todos podem achar tempo para aquilo que é essencial à salvação e segurança de todos os membros da família.

Quais são os elementos do Culto no Lar?  Eis alguns elementos que devem ser utilizados no Culto Doméstico:

Ø  Leitura e ensino da Bíblia. A leitura da Bíblia deve ser elemento insubstituível no Culto Doméstico. A mesma deve contribuir com o enriquecimento da família inteira. Os pais devem explicar as passagens que os filhos não entendem. Histórias bíblicas, dramatizações, literaturas evangélicas, são ajudas para variar, mas nunca para tomar o lugar da Bíblia.

Ø  Oração. Através da Oração o filho fala com o Pai. A oração é, para a vida espiritual, o mesmo que a respiração é para vida física. Deve ser uma parte natural na vida do lar cristão. A oração no culto doméstico pode ser variada. A família pode orar em uníssono. Também o pai ou a mãe pode dirigir uma oração, cada membro da família pode fazer uma oração de apenas uma frase, ou até pode haver oração silenciosa. Seja qual for a maneira, a oração deve ser específica.

Ø  Louvor. Hinos e corinhos são muito eficazes para se cantar em atitude de adoração, no culto doméstico. As crianças aprendem muito acerca de Deus cantando corinhos.

2. Os símbolos cristãos. Além da dinâmica do Culto Doméstico, os símbolos de nossa fé também chamam atenção de nossa parentela: o nosso hinário, a Bíblia Sagrada, os livros cristãos, os CDs de músicas sacras que tocam a alma, devem estar ao alcance de todos os membros da família. Os pais israelitas foram instruídos a fazer menção do Senhor aos filhos, narrar-lhes os feitos divinos em todas as ocasiões. Eles o faziam através de lembretes escritos, rituais e monumentos (Dt 6:6-9; Êx 12:25-27; Js 4:5-7).  Que o Evangelho seja visto, ouvido e vivido em nosso lar.

3. Tendo um viver cristão exemplar. Salvo raras exceções, os filhos são um retrato dos pais. A atitude destes é a exteriorização dos ensinos que lhes são oferecidos em seus lares. Em Deuteronômio 6:7, está escrito: “e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Aqui fica claro que o ensino deveria ser através do exemplo. Os filhos deveriam ver e conhecer a Deus por intermédio das atitudes dos pais; é o que chamamos de aprendizagem pelo exemplo. O discurso dos pais deve ser coerente com as suas ações, pois eles, pais, são exemplos. Não adiante ensinar algo e fazer o contrário. Nossas palavras e ações têm o poder de influenciar as pessoas para o bem ou para o mal. Portanto, não se pode evangelizar em família sem o compromisso de demonstrar na prática de vida uma conversão sincera.  

A boa conduta do crente, em casa, além de ser útil para instruir os filhos é também útil para evangelizar os vizinhos e demais parentes. A nossa postura íntegra, contrastando com o estilo de vida deste mundo, haverá de atraí-los a Jesus. Veja a atitude de Isaque quando da disputa dos poços. A sua atitude de paciência e mansidão foi um testemunho vivo para todos em sua casa e para os habitantes da cidade de Gerar (cf. Gn 26:26-28).

“Sê tu um padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pu­reza” (1Tm 4:12); esta é a exortação de Paulo a Timóteo. Sem dúvida, esta é a mais eficiente maneira do Espirito Santo levar nossos filhos a Deus, isto é, fazendo das nossas próprias vidas um bom exemplo. Sejamos, portanto, sal da nossa família; sejamos luz em nossa casa.

4. Ensinando a Palavra de Deus. A Bíblia é a única semente que, com certeza, produz o “fruto do Espírito”, se plantada adequadamente no coração humano. Não é o conselho de psicólogos, as belas palavras de poetas e autores, os dizeres de homens sábios, ou de outros, mas a pura Palavra de Deus. Tomemos como base o trecho de Deuteronômio 11:18-21. Através dessa passagem, vejamos como o Senhor Deus, o instruidor da família, determina a maneira pela qual os pais devem ensinar a sua Palavra aos filhos:

- Ensinando-lhes a guardar a Palavra no coração e na alma - “Ponde estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma”(Dt.11:18). Não é decorar. É, antes de tudo, ter a Palavra bem arraigada no íntimo do ser, para poder ensiná-la aos filhos. O coração é o órgão em que se refletem as emoções, os sentimentos. A alma é a sede, o centro da personalidade, do ser. Assim, a Palavra de Deus deve encontrar lugar central e importante na vida dos pais. Deve fazer parte do seu viver, pois “do coração, procedem as saídas da vida”(Pv 4:23).

- Ensinando-lhes a ter a Palavra de Deus na mão - “Ponde as minhas palavras... na vossa mão”. Deus quer que os pais pratiquem com as mãos o que a Palavra manda. As mãos falam de ação, de fazer coisas, de agir. Deus quer que os pais usem a Palavra no seu lar, para poderem construir uma família bem edificada. Se o amor é a argamassa, a Palavra de Deus é o cimento que a faz consistente.               

- Ensinando-lhes a ver as coisas através da Palavra - “... para que esteja por testeiras entre os vossos olhos”(Dt 11:18). A “testeira” era parte da indumentária que caía sobre a testa, entre os olhos. Ficava junto dos olhos. Segundo a vontade de Deus, os pais deveriam olhar a vida, a casa, o lar, o trabalho, os filhos, tudo, enfim, sob o prisma da Palavra. Ela deve estar junto dos olhos. Isso quer dizer que os pais devem observar as coisas conforme a Palavra de Deus.

- Ensinando-lhes a Palavra “andando pelo caminho” – “Ensinai-os... andando pelo caminho”(Dt 11:19). Isto nos fala que o ensino não deve ficar restrito ao ambiente interno do lar, que deve acompanhar os filhos “pelo caminho”, ou seja, fora de casa.

5. Levando os filhos à igreja. Levar os filhos à igreja não é sim­plesmente acompanhá-los até a porta e deixa-los lá, para buscá-los mais tarde. Também não é correto deixar o cônjuge e os filhos em casa e ir sozinho à igreja. Toda a família deve estar presente aos cultos de celebração, de oração e à Escola Dominical.

Muitos pais, por motivos de trabalho, não podem estar presentes durante a semana e em alguns domingos pela manhã na igreja, mas por terem maior disponibilidade de tempo, os avós podem e devem ensinar e levar seus netos às programações de suas igrejas.

Veja o belo conselho de Paulo a seu filho Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3:14,15). Timóteo aprendeu desde pequeno e nunca mais esqueceu, e tudo isso iniciou na infância.

Existem exemplos na Bíblia de pais que levavam os seus filhos à Igreja. Destacamos, como exemplo, Elcana e sua esposa Penina (1Sm 1:3,4). Costumeiramente eles levavam todos os seus filhos e filhas, ao local de adoração. Eles sabiam que toda a sua família precisava participar do culto ao Senhor. Também, o próprio Jesus, embora sendo Deus, era conduzido regularmente por seus pais ao Santo Templo (cf. Lc 2:22,41,42). Levemos, pois, nossas crianças à igreja e ensinemo-las a amar a Deus e a ter comunhão com os demais membros.

III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE

Quando a fé cristã entra em um lar descrente, ela deve ser uma ponte de novas bênçãos e não de novas desavenças. O fato de um cônjuge incrédulo viver com um cônjuge crente possibilita a esse cônjuge incrédulo conhecer o evangelho e ser abençoado por ele. O cônjuge incrédulo é trazido para mais perto de Deus ao conviver com um cristão na mesma casa.

Como evangelizar o cônjuge não cristão?

1. Com nova postura. Quando passamos a ter Jesus como nosso único e suficiente Senhor e Salvador, passamos a viver como o patriarca Jó: reto, sincero, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1:8; 2:3). Isso será demonstrado através de nossa conduta, em nosso viver diário. Em Jesus Cristo nos tornamos novas criaturas (2Co 5:17). Fomos gerados novamente pelo Espírito Santo e passamos a viver uma nova vida. Não vivemos mais segundo a carne, cumprindo os seus desejos malignos. Como novas criaturas, produzimos novos frutos, ou seja, novas ações, pois agora somos guiados e dirigidos pelo Senhor. Nossas atitudes são como frutos. Elas nos identificam, revelando o nosso caráter cristão (Gl 5:22). A Palavra de Deus deixa claro que uma árvore boa não pode produzir mau fruto (Mt 17:17), pois vai contra a sua natureza, sua essência. Assim também acontece conosco.

Os atos falam mais alto do que as palavras. Por isso é que dizem que a pregação com a nossa vida, com os nossos atos são mãos penetrantes do que as palavras. Cada um de nós precisa entender que estamos em cena, e que nossas ações estão sendo observadas o tempo todo. Depois que entregamos a nossa vida a Cristo tornamo-nos pessoas marcadas, visadas; o mundo está apenas aguardando a primeira oportunidade para nos chamar de hipócritas. Satanás é o deus deste mundo e tenta explorar cada deslize nosso.

Portanto, portar-se como autêntico servo ou serva de Deus é uma maneira substancial de evangelizar o cônjuge descrente. Ele verá que em você há algo diferente, sua vida foi transformada de verdade, houve profunda mudança em seu caráter. E, dessa maneira, o incrédulo poderá até vir a se converter a Cristo.

2. Com bom testemunho. Se um cristão tem uma esposa incrédula, e esta consente em morar com ele, não deve deixá-la. Semelhantemente, a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, deve ficar com o marido. Talvez possa ganhá-lo por meio de seu testemunho humilde e piedoso. A vida e o testemunho da pessoa convertida a Cristo influenciam esse lar para Deus. O cônjuge descrente se vê sob uma influência espiritual que contém a possibilidade da conversão.

Após a conversão, o nosso comportamento deve evitar toda a aparência do mal. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Tes 5:22). A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo.

O crente deve ter uma vida exemplar, quer em costumes, vestimentas, negócios, palavras, por estar sendo observado por outros. As pessoas do mundo podem não ler a Bíblia, mas certamente lerão a vida do crente, que deve ser uma carta viva a testemunhar do seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Está escrito: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1:27).

Portanto, o testemunho caracteriza-se pela prática de atos que são agradáveis a Deus, que demonstram obediência e reconhecimento da soberania do Senhor sobre a pessoa. Não é possível ter o testemunho de Jesus Cristo sem que se faça aquilo que o Senhor tem ordenado na Sua Palavra. O testemunho nada mais é que a expressão do amor à Palavra do Senhor (Ap 1:2,9; 6:9; 12:11,17).

Não esqueçamos que o bom testemunho, a boa conduta do cristão, começa no lar, nas pequenas atitudes. O cônjuge descrente precisa perceber a mudança realizada por Jesus em sua casa através da conversão do outro cônjuge.

CONCLUSÃO

Oro a Deus para que as famílias cristãs prossigam com entusiasmo na missão de evangelizar. Os esposos evangelizando-se mutuamente, os pais evangelizando os seus filhos, os filhos evangelizando os pais; enfim, famílias inteiras evangelizando outras famílias com renovado ardor missionário, cumprindo o Ide de Jesus Cristo.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.

Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Evangelização – a Missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja.

O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.

Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.

Pastor Joel Santana. Como evangelizar os católicos.

Princípios de Deus para o casamento – Rev. Hernandes Dias Lopes.

A Família Cristã e os ataques do inimigo – Elinaldo Renovato. CPAD.