domingo, 13 de agosto de 2023

TRANSGÊNERO - QUE TRANSREALIDADE É ESSA

         3º Trimestre/2023

Texto Base: Gênesis 2.7,18-25

Subsídio para Lição 08

 

“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn.2:24).

Gênesis 2:

7.E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. 

18.E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. 

19.Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 

20.E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21.Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22.E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. 

23.E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 

24.Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. 

25.E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da ideologia transgênero. Veremos as características desse movimento, a visão bíblica de sexo, gênero e os efeitos dessa ideologia. O objetivo é reafirmar a vontade de Deus quanto ao ser humano viver de maneira coerente com o propósito divino por meio de seu sexo biológico. Uma pessoa transgênero é aquela que se identifica com um gênero diferente do que lhe foi atribuído com base em suas características biológicas (como genitália) no momento do nascimento.

O sexo biológico refere-se às características físicas e fisiológicas, como órgãos sexuais e cromossomos, que são categorizadas como masculinas ou femininas. Mas na ideologia transgênero, a identidade de gênero é considerada uma construção social e psicológica que se refere à percepção interna de uma pessoa sobre si mesma como masculina, feminina, uma combinação de ambos (não-binário) ou qualquer outra identidade de gênero; é uma ideologia progressista que nega a base biológica e desconstrói os valores bíblicos acerca da sexualidade do ser humano.

I. COMPREENDENDO O PENSAMENTO DA TRANSGENERIDADE

1. Identidade de gênero

Na perspectiva transgênero, a identidade de gênero é uma experiência interna e subjetiva de uma pessoa, na qual ela se identifica como masculina, feminina, não-binária ou outra identidade de gênero. Essa identificação é independente das características biológicas, como genitália, cromossomos e hormônios, que foram atribuídas à pessoa no nascimento. No entanto, a Bíblia Sagrada é clara e absoluta com relação a identidade binária do ser humano: ele nasce masculino ou feminino. Foi Deus quem o criou assim - “macho e fêmea os criou” (Gn.5:2).

Mas para os ativistas da ideologia de gênero e do movimento feminista, a identidade de gênero não é determinada pelo sexo biológico de uma pessoa, ou seja, pelas características físicas como genitália, cromossomos e hormônios; em vez disso, é uma construção social e psicológica, moldada por fatores como cultura, sociedade, educação, experiências de vida e autopercepção.

As ciências sociais engajadas neste contexto cultural distorcido passaram a enfatizar que o comportamento social dos gêneros é estabelecido pela cultura e não pelas características biológicas do sexo. Assim, argumentam que uma pessoa não precisa se comportar de acordo com o seu sexo de nascimento. Avaliam que a relação sexual entre macho e fêmea corresponde a papéis sociais impostos pelo contexto cultural e social, não pela constituição anatômica e biológica do corpo humano. Desse modo, validam e incentivam qualquer comportamento sexual. Nesse cenário, uma pessoa transgênero pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual, dependendo do gênero que adota e do gênero com relação ao qual se atrai e relaciona-se afetiva e sexualmente. Mas, à luz da Bíblia Sagrada, isto é contranatural (Rm.1:26); é transgressão da lei de Deus (1Tm.1:9,10).

2. Cisgênero e Transgênero

-Cisgênero é um termo utilizado dentro dos estudos de gênero para descrever pessoas cuja identidade de gênero está em consonância com o sexo que lhes foi atribuído no momento do nascimento. Em outras palavras, uma pessoa cisgênero é aquela que se identifica com o mesmo gênero que lhe foi designado com base em suas características biológicas, como genitália e cromossomos, ao nascer. Por exemplo, se uma pessoa nasceu com características físicas consideradas masculinas (sexo biológico masculino) e se identifica como homem, ela é um homem cisgênero. Da mesma forma, se uma pessoa nasceu com características físicas consideradas femininas (sexo biológico feminino) e se identifica como mulher, ela é uma mulher cisgênero.

-Transgênero é um termo usado para descrever pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo que lhes foi atribuído no momento do nascimento. Em outras palavras, uma pessoa transgênero é aquela que se identifica com um gênero diferente do que foi designado com base em suas características biológicas, como genitália e cromossomos, ao nascer. Por exemplo, uma pessoa que nasceu com características físicas consideradas masculinas (sexo biológico masculino) pode se identificar e se sentir como mulher, sendo, portanto, uma mulher transgênero. Da mesma forma, uma pessoa que nasceu com características físicas consideradas femininas (sexo biológico feminino) pode se identificar e se sentir como homem, sendo, assim, um homem transgênero. As pessoas desse grupo alegam ter nascido no corpo errado e se identificam com o gênero diferente do sexo biológico. Essa cosmovisão ratifica a ideia de que a identidade de gênero independe do sexo biológico, que é uma visão totalmente desviada da cosmovisão bíblica judaico-cristã. O movimento social que representa esse grupo é chamado de LGBTQIAPN+.

3. Transgênero e sexualidade

Na ideologia transgênero não há uma conexão rígida e determinística entre o sexo biológico e o gênero, e a pessoa transita livremente em todo tipo de relação sexual. Dessa maneira, o significado de sexualidade deixa de ser algo extraído da anatomia do corpo e torna-se algo imposto ao corpo. Isso significa que a identidade de gênero é vista como uma construção social e psicológica separada do sexo biológico.

Na perspectiva transgênero, a orientação sexual de uma pessoa é definida de acordo com o gênero que ela se identifica e por qual gênero sente atração sexual, como segue:

a)    Heterossexual, quando a atração é pelo gênero oposto;

b)   Homossexual, quando a atração é pelo mesmo gênero;

c)    Bissexual, quando a atração é por ambos os gêneros;

d)    Assexual, quando inexiste atração por gênero algum;

e)    Pansexual, quando a atração não depende de gênero.

Além dessas categorias, existem pessoas que se denominam não-binárias, que não se encaixam em nenhum gênero, nem masculino nem feminino. Com essa classificação, não se fala mais em sexualidade no singular, mas em sexualidade no plural, ou ainda, diversidade sexual. Nesse diapasão, conforme explica o pr. Douglas Baptista, a orientação sexual passa a referir-se à atração afetivo-sexual por alguém de qualquer gênero. Aqui, inexiste norma de orientação sexual em função do gênero das pessoas; considera-se que a prática heterossexual não é a única sexualidade possível.

É isto que os ideólogos desse movimento propagam, mas nós cristãos não compartilhamos deste entendimento; cremos absolutamente no que dizem as Escrituras Sagradas, que regem a moralidade divina no que tange à prática sexual, que deve ser realizada, dentro do casamento, somente só entre um homem e uma mulher (Gn.2:24).

II. REAFIRMANDO A VISÃO BÍBLICA DE GÊNERO

1. A constituição biológica

Para os ativistas da “ideologia de gênero”, o gênero humano é uma construção social que envolve as normas culturais, papéis, comportamentos e identidades associadas ao homem ou mulher em uma determinada sociedade. Para eles, o gênero não é estritamente determinado pela biologia, mas sim pela identidade de gênero que cada pessoa atribui a si mesma, podendo ser homem, mulher, não-binário, entre outras identidades de gênero.

Para nós cristãos, porém, o gênero do corpo humano é definido pelo sexo de criação geneticamente determinado: homem ou mulher (Gn.1:27; 2:24), “macho e fêmea” (Gn.5:2). O Senhor Jesus ratificou esse formato da criação de Deus quando disse que “desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea” (Mc.10:6). Nesse caso, o sexo e o gênero são determinados pelas características anatômicas, genéticas e fisiológicas do indivíduo. Portanto, o sexo e o gênero estão relacionados com as características orgânicas do corpo e dos órgãos genitais. Significa que, na criação divina, existem apenas dois sexos biológicos no ser humano: (a) Sexo Masculino - Os indivíduos possuem cromossomos XY, produzem espermatozoides e têm órgãos reprodutores masculinos, como o pênis e os testículos; ou (b) Sexo Feminino - Os indivíduos possuem cromossomos XX, produzem óvulos e têm órgãos reprodutores femininos, como o útero, os ovários e a vagina.

A partir desta distinção, podemos entender que a constituição biológica do gênero humano envolve principalmente as características sexuais primárias (órgãos reprodutores) e secundárias (características físicas não diretamente relacionadas à reprodução), bem como as diferenças hormonais entre homens e mulheres. Essas diferenças biológicas são responsáveis pelas características sexuais específicas e pela capacidade reprodutiva de cada sexo.

2. A constituição moral

A constituição moral do ser humano refere-se ao conjunto de princípios e valores que moldam o comportamento ético de uma pessoa. A Bíblia afirma que Deus criou o ser humano à Sua imagem e semelhança moral (Gn.1:26,27); entretanto, o pecado corrompeu a moralidade do ser humano (Gn.6:5; Rm.3:23). Para restabelecer essa semelhança moral, o ser humano precisa nascer de novo (João 3:3) e tornar-se nova criatura (2Co.5:17). Jesus disse a Nicodemos que o novo nascimento não é carnal (físico, material), mas espiritual (João 3:6) - é um nascimento operado pela “água” e pelo Espírito de Deus: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (João 3:5). Significa transformação interior do ser humano. Água e Espírito eram os termos mais conhecidos no Antigo Testamento para falar sobre a transformação interior (cf. Is.32:15; 44:3; Ez.36:24-27; Jl.2:28,29).

Sem a purificação da alma, operada pelo Espírito Santo (Tt.3:5), mediante a Palavra de Deus (Ef.5:26), ninguém pode entrar no Reino de Deus. Portanto, nascer do Espírito é nascer de cima, do alto, de Deus; é ser transformado pelo Espírito Santo (Ez.36:25-27; Is.44:3); é ser nova criatura (2Co.5:17). Então, o Novo Nascimento não é algo superficial; não é uma mera reforma moral; é uma mudança completa do coração, do caráter e da vontade; é uma ressurreição, uma nova criação; é passar da morte para a vida; é uma mudança tão radical que você passa a ter uma nova natureza, novos hábitos, novos gostos, novos desejos, novos apetites, novos julgamentos, novas opiniões, nova esperança, novos temores; é voltar a ser imagem e semelhança moral de Deus. Essa nova criatura é obra do Espírito Santo que opera interiormente e promove a santificação do espírito, da alma e do corpo (Rm.8:2-5,13,14; 1Ts.5:23).

3. A constituição da sexualidade

Conforme mencionado na Bíblia Sagrada, mais especificamente no livro do Gênesis, Deus criou o homem (macho) e a mulher (fêmea). Esse fato é apresentado no relato da criação em Gênesis 1:27,28 (NVI): “Criou Deus o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou e lhes disse: Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!”. A partir deste texto, a Bíblia apresenta que a sexualidade faz parte do plano divino para a humanidade.

O relacionamento entre homem e mulher é visto como um complemento criado por Deus e é geralmente associado ao casamento e à procriação (Gn.2:24). Ao abordar o tema, o Senhor Jesus associou a anatomia dos sexos com o propósito divino da sexualidade e da reprodução (Mt.19:4-6). Isto enfatiza o casamento como uma instituição sagrada, criada por Deus, e destinada a ser uma união íntima e amorosa entre um homem e uma mulher. Isto destaca que o relacionamento sexual dentro do casamento é um ato abençoado e sagrado, destinado não apenas ao prazer mútuo, mas também à procriação e à continuação da humanidade (Gn.1:28; Ec.9:9; Sl.127:3-5). Portanto, a união monogâmica e heterossexual configura o modelo bíblico de sexualidade (1Co.7:3,4). Desse modo, no plano divino, o sexo, o gênero e a sexualidade não são meros estereótipos de construção social, mas estão biologicamente constituídos e intimamente relacionados.

III. EFEITOS DA IDEOLOGIA TRANSGÊNERO

1. Depreciação da Heterossexualidade

A Heterossexualidade é o modelo bíblico de sexualidade (Gn.2:24; Mt.19:5; Mc.10:7; Ef.5:31). Nesse modelo, uma pessoa é atraída romanticamente ou sexualmente por indivíduos do sexo oposto. Deus criou o homem e a mulher-macho e fêmea (Gn.1:27). Assim, o relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, entre um macho e uma fêmea biológicos. Afora esse modelo, a sexualidade não é lícita à luz da Palavra de Deus (Rm.1:27-28) e nem à luz das ciências biológicas. O ensino bíblico é claro: “com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação” (Lv.18:22). Portanto, a heterossexualidade é a norma ou padrão preferencial em uma sociedade normal e moralmente constituída, cujas relações e comportamentos são considerados naturais, aceitáveis e esperados. No entanto, os ativistas da ideologia transgênero têm atuado fortemente para desconstruir esse modelo bíblico.

Na década de 1990 foi cunhado o termo "heteronormatividade". Este termo é a combinação de "hetero", que significa diferente ou oposto, com "normatividade", que se refere a normas e expectativas sociais. Nessa década, a heteronormatividade começou a ser discutida e analisada em estudos culturais, estudos de gênero e campos relacionados. Essa teoria surgiu para criticar e explorar a sociedade que tende a assumir a heterossexualidade como o comportamento sexual normal ou padrão e, assim, moldar papéis de gênero e normas sociais em torno dessa ideia. A ideia da cunhagem do termo foi para forçar a sociedade entender como ela pode favorecer e privilegiar relações, identidades e comportamentos heterossexuais, enquanto pode marginalizar ou estigmatizar pessoas LGBTQ+.

Os ativistas LGBTQ+ entendem que, desde a cunhagem do termo, o conceito de heteronormatividade tem sido fundamental para a compreensão e discussão sobre questões de diversidade sexual e de gênero, bem como para promover uma maior conscientização sobre a importância de criar sociedades mais inclusivas e respeitosas para todas as pessoas. Na verdade, como afirma o pr. Douglas Baptista, isto é uma proposta de doutrinação para apresentar a crítica de que o reconhecimento da distinção biológica entre homem e mulher como dado óbvio do desenvolvimento humano e da realidade, ou seja, a heteronormatividade (que já é um termo doutrinador), é um sistema opressor e normatizador em que se obriga as pessoas a se relacionar apenas entre homem e mulher. Nesse sentido, acusam os héteros de preconceituosos, discriminadores e transfóbicos. 

Entretanto, a prática não heterossexual como, por exemplos, a homossexualidade, a sodomia, a transgeneridade e suas derivações, é vista nas Escrituras como um mal (Jz.19:22,23), e o apóstolo Paulo a define como uma transgressão da lei de Deus (1Tm.1:9,10). O apóstolo Paulo afirma que essa prática é uma imundícia e uma desonra (Rm.1:24), é uma paixão infame e uma relação contrária à natureza (Rm.1:26), é uma torpeza e um erro (Rm.1:27). Paulo ainda afirma que essa perversão é uma disposição mental reprovável e uma coisa inconveniente (Rm.1:28). E isto traz consequências graves no tempo e na eternidade, e receberá em si mesmo a merecida punição do seu erro (Rm.1:27), e a consequência é a perdição eterna, caso não haja conversão sincera e abandono da prática do pecado (1Co.6:9,10).

Essa perversão de gênero sempre trouxe corrupção de valores e o juízo de Deus. Onde a apologia desse pecado grassou, os povos se corromperam, a família se desintegrou e o juízo de Deus foi derramado. Foi o que ocorreu com os cananeus. Foi o que ocorreu com Sodoma e Gomorra. Foi o que ocorreu com o Império Romano. Hoje, faz-se apologia desse pecado. Os seres humanos ímpios perderam o temor de Deus e se insurgiram contra a Sua Palavra. Por mais popular que essa prática reprovável possa ser, ela sempre será vista como coisa abominável aos olhos de Deus. O homem muda, mas Deus não muda, e Sua eterna Palavra sempre condenará essa prática como um dos terríveis males que provoca a ira de Deus.

2. Construção de narrativas

Ativistas do comportamento trans alegam que a subjetividade de alguém se sentir homem ou mulher ou de outra identidade de gênero pode sobrepor os aspectos biológicos; alegam que a identidade de gênero é uma construção social e psicológica, que não se limita apenas aos aspectos biológicos. A insatisfação com o próprio corpo, chamada disforia de gênero, é uma experiência real para muitas pessoas trans. Na busca de aceitação social, divulgam a ideia do nascimento no corpo errado. Diante desse fato, exigem terapia hormonal e cirurgia de redesignação sexual como solução para adequar o corpo à mente.

Mas segundo os cientistas entendidos neste assunto, “é impossível fisiologicamente mudar o sexo de uma pessoa, uma vez que o sexo de cada um está codificado em seus genes: XX para a mulher, XY para o homem. A cirurgia pode somente criar uma aparência do outro sexo, pois a identidade sexual está escrita em cada célula do corpo e pode ser determinada por meio do teste do DNA, não podendo ser mudada”. Ir contra os desígnios divinos é um ato de revolta contra o Criador que criou o homem e a mulher e disse: “Frutifica e multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a” (Gn.1:27,28).

Em 2017, a associação de pediatras americanos (American College of Pediatricians) publicou que o uso indiscriminado de terapia hormonal e a prática da cirurgia de mudança de sexo são um erro. No relatório, destacam-se os seguintes pontos:

a)    Conflitos entre mente e corpo devem ser corrigidos pelo alinhamento do gênero (mente) com o sexo anatômico (corpo), e não fazendo intervenções invasivas no corpo;

b)   Meninos não nascem com cérebro feminizado e meninas não nascem com cérebro masculinizado;

c)    A ideia de pessoas presas no corpo errado é uma crença ideológica que não tem base na ciência rigorosa.

Diante destes relatos, exponho as palavras do apóstolo Paulo: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” (Rm.9:20).

3. Linguagem neutra

A linguagem neutra, também conhecida como linguagem inclusiva ou linguagem não sexista, é uma abordagem linguística que procura eliminar ou minimizar o viés de gênero em textos, discursos e comunicações. Esta é outra aberração do movimento LGBTQIAPN+ que exige a inserção de uma terminologia neutra ou não-binária na linguagem do dia a dia. O objetivo, segundo esse movimento, é tornar a linguagem mais igualitária e inclusiva, evitando o uso excessivo de pronomes e termos que tradicionalmente refletem uma concepção binária de gênero (masculino e feminino) e que podem reforçar estereótipos de gênero.

Alguns exemplos de práticas utilizadas na linguagem neutra incluem:

a)    Uso de pronomes neutros: Em vez de usar pronomes de gênero binário, como "ele" ou "ela", pode-se optar por pronomes neutros como "ela/ele" ou "elle/elu", ou ainda "a pessoa".

b)   Substituição de termos de gênero: Evitar o uso de substantivos e adjetivos que são específicos de gênero e que excluem ou marginalizam outras identidades de gênero. Por exemplo, substituir "o aluno" por "a pessoa estudante" ou "os funcionários" por "as pessoas trabalhadoras".

c)    Flexão de gênero: Evitar a flexão de gênero dos substantivos, adjetivos e pronomes, quando possível. Por exemplo, usar "pessoas corajosas" em vez de "homens corajosos" ou "mulheres corajosas".

d)    Terminologia inclusiva: Utilizar termos que não implicam uma divisão binária de gênero, como "pessoas cisgênero" e "pessoas transgênero" em vez de "homens cisgênero" e "mulheres transgênero".

Contudo, na Língua Portuguesa o gênero neutro é absorvido pelo masculino. Assim, o masculino é usado de modo genérico para identificar a espécie humana (homens e mulheres). Mas os referidos ativistas querem impor esse tipo de aberração linguística, que é simplesmente desnecessária e impraticável, pois consideram a gramática normativa como machista e elitista, e, por incrível que pareça, muitas escolas no Brasil já se renderam à estas aberrações e estão desconstruindo a norma gramatical para atender à ideologia de gênero, com a devida anuência das instituições governamentais. É uma tremenda vergonha!

CONCLUSÃO

Diante do que estudamos aqui conclui-se que os efeitos da ideologia transgênero promovem uma agenda completamente anticristã. O sexo, o gênero e a sexualidade fazem parte da constituição anatômica e fisiológica divinamente instituída. Portanto, a transexualidade é um terrível afrontamento à sacralidade do corpo humano, que foi criado por Deus, com sua identidade binária: “macho e fêmea os criou” (Gn.1:27). Deus não errou ao criar a sexualidade heterossexual para a humanidade; assim, ninguém nasce predeterminado a identificar-se como transgênero. A igreja cristã, então, deve rejeitar peremptoriamente toda argumentação a favor da falsa ideologia de gênero e da transexualidade, ou a falsa mudança de sexo. A Palavra de Deus é imutável! (1Pd.1:25).

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gênesis, o Livro das origens.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Mateus - Jesus, o Rei dos reis.

sábado, 12 de agosto de 2023

FELIZ DIA DOS PAIS

 



No limiar do dia 13 de agosto de 2023, nossos corações se unem em uma sincera homenagem aos pilares de amor e orientação em nossas vidas: os pais. Mas à medida que compartilhamos risos, abraços e gratidão, é importante relembrar a origem dessa comemoração e honrar o Pai Supremo, Deus, que é o exemplo máximo de amor, cuidado e proteção.

A história do Dia dos Pais tem suas raízes em gestos de amor e respeito por aqueles que nos ensinaram a caminhar. No início do século XX, a jovem Sonora Smart Dodd, inspirada pela devoção de seu pai viúvo à sua família, buscou estabelecer um dia especial para homenagear os pais, assim como o dia das Mães. Essa iniciativa floresceu e, em 1910, foi celebrado o primeiro Dia dos Pais nos Estados Unidos, reconhecendo a importância dos pais como guias e protetores. É uma ocasião que transcende os laços biológicos, pois celebra não apenas os vínculos sanguíneos, mas também o amor, a orientação e o apoio que atravessam gerações.

Neste dia especial, é impossível não pensar na figura do Pai Supremo, aquele que transcende todas as dimensões e é a origem de todo amor. Deus, o Pai primordial, é a expressão máxima do amor incondicional e da orientação sábia. Sua presença é sentida nas pequenas e grandes dádivas da vida, nos momentos de alegria e nas provações que nos tornam mais fortes. Como um pai amoroso, Ele nos guia, nos oferece refúgio e nos encoraja a trilhar caminhos de justiça e compaixão.

Ao celebrar o Dia dos Pais, também honramos Deus, o Pai amoroso, provedor e protetor de todos nós. Ele é a essência da paternidade, abraçando-nos com Seu amor incondicional e nos conduzindo com Sua sabedoria divina. Deus é o farol que ilumina nosso caminho, nos fortalece nas adversidades e nos acolhe em Seus braços quando buscamos refúgio.

Assim como os pais terrenos nos ensinam, Deus nos guia por meio de Sua Palavra e dos exemplos que nos são dados. Sua presença é sentida nas pequenas bênçãos cotidianas e nos grandes milagres que permeiam nossas vidas. Ele nos ensina a amar, a perdoar, a ser compassivos e a enfrentar os desafios com coragem.

Neste Dia dos Pais, podemos refletir sobre como o amor paterno é uma manifestação do amor divino. Os pais são faróis de inspiração, transmitindo valores, compartilhando experiências e oferecendo apoio inabalável. Eles são reflexos do cuidado que Deus tem por cada um de nós, guiando-nos através das jornadas da vida.

Enquanto celebramos os pais que caminham ou caminharam (os que já faleceram) conosco, não podemos deixar de reconhecer a presença constante de Deus, o Pai supremo. Ele é a fonte de amor inesgotável que nos cerca, o refúgio seguro em tempos difíceis e o guia que nos conduz em direção à verdade e à luz.

Neste Dia dos Pais, enquanto agradecemos pelos pais terrenos que nos moldaram, também elevamos nosso louvor a Deus, o Pai amoroso que cuida de nós com zelo divino. Que possamos sempre recordar a origem desta comemoração e o exemplo divino de amor e paternidade, vivendo nossas vidas com gratidão, compaixão e alegria.

Feliz dia dos Pais, com amor!

Luciano de Paula Lourenço, pai de três filhos, com muita gratidão a Deus!

 

domingo, 6 de agosto de 2023

A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE BÍBLICA

         3º Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 07

Texto Base: Provérbios 31:10-31

“Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv.31:30).

Provérbios 31:

10.Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins.

11.O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará.

12.Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.

13.Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos.

14.É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.

15.Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.

16.Examina uma herdade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.

17.Cinge os lombos de força e fortalece os braços.

18.Prova e vê que é boa sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.

19.Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca.

20.Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende as mãos.

21.Não temerá, por causa da neve, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada.

22.Faz para si tapeçaria; de linho fino e de púrpura é a sua veste.

23.Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra.

24.Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores.

25.A força e a glória são as suas vestes, e ri-se do dia futuro.

26.Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.

27.Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça.

28.Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo:

29.Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior.

30.Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

31.Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, abordaremos a questão da "desconstrução da feminilidade bíblica". É inegável o avanço significativo do papel das mulheres em comparação com décadas passadas. As conquistas ao longo do tempo resultaram de lutas e movimentos em busca de igualdade com os homens, levando a mudanças culturais, legais e sociais que expandiram as oportunidades e “empoderaram” as mulheres em diversas áreas. É digno de louvor que as mulheres alcancem sucesso profissional enquanto também encontram realização como esposas e mães, desempenhando um papel que glorifica a Deus e equilibra o ambiente familiar. A Bíblia chama uma mulher assim de "virtuosa".

O livro de Provérbios, mais especificamente em Provérbios 31:10-31, apresenta uma descrição poética da mulher virtuosa como um símbolo de feminilidade. Essa passagem é um elogio à mulher ideal, que é vista como uma esposa fiel, uma mãe amorosa, uma administradora habilidosa e uma empreendedora exemplar. Esse trecho bíblico retrata as virtudes, habilidades e contribuições dessa mulher para sua família e comunidade.

No entanto, nestes tempos pós-modernos, esse paradigma de mulher-feminina-cristã vem sendo desconstruído. O ativismo feminista tem se empenhado em desconstruir a noção de feminilidade presente na Bíblia. Militantes feministas não aceitam tranquilamente uma mulher bem-sucedida, independente profissionalmente, que escolhe voluntariamente a maternidade, o papel de esposa e, acima de tudo, que seja cristã. O objetivo desta lição é mostrar que Deus requer das mulheres cristãs uma postura feminina conforme revelada na Palavra de Deus, mesmo em meio aos desafios e questionamentos da sociedade atual.

I. FEMINILIDADE BÍBLICA

1. A criação divina da mulher

De acordo com o Livro de Gênesis, a mulher foi criada por Deus. Primeiro, Deus criou o primeiro homem, Adão, e percebendo que ele estava sozinho, decidiu criar uma companheira, a primeira mulher, Eva, a partir de sua costela (Gn.2:18-23).

¹⁸.Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.

¹⁹.Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.

²⁰.Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.

²¹.Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.

²².E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.

²³.E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.

O texto apresenta uma detalhada descrição da criação da mulher. Quando Adão nomeou os animais e notou que todos tinham sua companheira, sentiu-se sozinho (Gn.2:20). Por isso, Deus criou a mulher para estar ao lado do homem e ser o complemento que ele necessitava.

Eva foi criada para ser esposa, companheira e auxiliadora de Adão. Agora, Adão tinha outro ser humano com quem conviver, alguém também criado à imagem de Deus. Suficientemente parecidos para serem companheiros e suficientemente diferentes para ter um relacionamento complementar. Assim, Deus presenteou Adão e Eva com o casamento, formando a mais sublime instituição: a família. No casamento, cada um tem seu papel próprio, carregando privilégios exclusivos. Não há razão para considerar um cônjuge superior ao outro, mas a liderança da família foi confiada ao homem.

O texto enfatiza que a criação de Eva a partir da costela de Adão ensina a igualdade entre homens e mulheres perante Deus - ambos foram criados iguais em pessoalidade, valor, honra e respeito. No entanto, essa igualdade não implica em uniformidade de papéis (Gn.1:26-28; 3:16-19). A Bíblia ensina a igualdade entre ambos, mas também deixa claro as funções distintas de cada um.

2. A bênção da maternidade

No mandato criacional, Deus ordenou ao homem e à mulher: "frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra" (Gn.1:28). Essa tarefa era, obviamente, impossível para Adão realizar sozinho; a participação da mulher era imprescindível.

Todas as mulheres são consideradas filhas de Eva, cujo nome tem seu significado revelado em Gênesis 3:20: "mãe de todos os viventes". Assim como Eva, cada mulher recebeu um corpo projetado para gerar vida. Seus seios têm a capacidade de nutrir o recém-nascido. Aquelas que engravidam e dão à luz experimentam a plena realização desses dons, fazendo uma descoberta pessoal magnífica de que uma criança depende inteiramente do corpo da mãe para a própria vida. Portanto, o papel natural da mulher inclui a dádiva da procriação e a função de cuidadora do lar e dos filhos (1Tm.5:14).

Contudo, esse papel da mulher, reafirmado pela Bíblia, é o ponto sensível para as feministas, que consideram um ultraje que limita a função social da mulher, lutando assim pela emancipação dos afazeres do lar e da maternidade. Hoje, muitas mulheres, influenciadas pelo ativismo feminista, não querem assumir essa missão nobre dada por Deus. No entanto, a mulher cristã deve se conscientizar de que ela foi criada com a bênção da maternidade e com a sublime missão de ser esposa e mãe. A feminilidade das mulheres se acentua quando são mães, e a sociedade com certeza sucumbirá se essa missão for negligenciada.

Citando as palavras de Bárbara Hughes: "Servir como mãe é minha responsabilidade diante de Deus como ser humano e, em particular, como mulher. O contexto de onde e como cuidarei dos outros será ditado por onde Deus me colocar - seja em uma casa, escola, hospital, favela, onde quer que seja. Um dia responderei a Deus pelo modo como gerei vida neste planeta" (HUGHES, Barbara. Disciplinas da Mulher Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.156).

3. A mulher como auxiliadora

A decisão de criar a mulher foi um ato de amor e bondade de Deus para com o homem. Deus deu a Adão a tarefa de nomear os animais, e nesse processo, Adão deve ter percebido que cada animal tinha um parceiro semelhante, mas também diferente. Ao ver a solidão de Adão, Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele uma auxiliadora que esteja como diante dele" (Gn.2:18). Foi uma decisão pessoal de Deus Pai, pois o verbo está na primeira pessoa do singular – far-lhe-ei -, enfatizando a iniciativa especial do Criador, sempre amoroso, atento e solícito às necessidades de suas criaturas.

Deus criou a mulher para cooperar com o homem, não como alguém inferior, mas como complemento com suas igualdades e diferenças. Essa complementaridade mútua é essencial para a formação do casal, para a procriação, satisfação sexual e para a vivência afetuosa e prazerosa, de acordo com a vontade de Deus (Pv.5:18).

Assim, Eva surgiu, uma auxiliadora semelhante a Adão, formada de uma de suas costelas enquanto ele dormia um pesado sono (Gn.2:21) - "... e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar". Na verdade, Deus anestesiou Adão. Com ele anestesiado, Deus realizou a primeira cirurgia, retirando uma costela e criando a mulher. Deus fez a primeira cirurgia e a primeira "plástica". Ele não só operou Adão, mas também substituiu a costela com carne. A cirurgia e a "plástica" foram perfeitas, porque Ele conhece profundamente a nossa estrutura; Ele é nosso Criador e conhece cada parte do nosso corpo, mesmo as mais recônditas.

Deus poderia ter formado a mulher do pó da terra, da mesma maneira que formou o homem, mas escolheu formá-la da carne e dos ossos de Adão. Dessa forma, Deus quis mostrar que, no casamento, o homem e a mulher estão simbolicamente unidos em uma só carne; é o que chamamos de união monossomática. Em toda a Bíblia, Deus trata essa união especial com seriedade. O propósito do casamento deve ser mais do que apenas companheirismo; deve haver unidade.

II. A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE

1. O ativismo feminista

O ativismo feminista é uma prática engajada que busca promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres na sociedade. As pessoas envolvidas no ativismo feminista, trabalham para identificar, abordar e combater diversas formas de discriminação e opressão de gênero que afetam as mulheres em diferentes contextos.

A primeira onda do ativismo feminista ocorreu durante o século 19 e início do século 20 na Europa e nos Estados Unidos. Esse movimento foi marcado pela luta das mulheres que reivindicavam direitos iguais aos dos homens, especialmente no campo político e legal. Algumas das principais questões e demandas da primeira onda feminista incluíam:

ü  Direito ao voto: As mulheres lutavam pelo sufrágio feminino, ou seja, o direito de votar e serem eleitas para cargos públicos. Esse foi um dos principais focos de atuação das feministas nesse período.

ü  Direitos de propriedade: As mulheres buscavam igualdade na propriedade de bens e na capacidade de gerir suas próprias finanças.

ü  Acesso à educação: As feministas defendiam o acesso igualitário das mulheres à educação, incluindo o acesso a universidades e instituições de ensino superior.

ü  Direitos de trabalho: As mulheres exigiam igualdade de salários e condições de trabalho justas, além do direito de participarem de sindicatos e organizações trabalhistas.

Embora a primeira onda do feminismo tenha alcançado algumas vitórias significativas, como o sufrágio feminino em vários países, ainda havia muitos desafios e desigualdades de gênero a serem enfrentados. A partir desses esforços iniciais, outras ondas do feminismo surgiriam nas décadas seguintes, cada uma com suas próprias características, focos e estratégias para continuar a luta pela igualdade de gênero.

Como em qualquer ativismo, a onda feminista se intensificou, e no século 20 eclodiu para um estágio mais acirrado e exagerado, agora no intuito de desconstruir os valores judaico-cristãos. Nessa nova onda, o ativismo feminismo lutou por direitos reprodutivos e liberdade sexual. Surge então a ativista Simone de Beauvoir (1908-1986), que estabeleceu uma das máximas do feminismo: “não se nasce mulher, se torna mulher”. Esse ativismo avançou, se ampliou para a discussão de gênero e o movimento tomou conotações de desconstrução da feminilidade bíblica.

Em 2011, a partir de um fenômeno na Universidade de Toronto, no Canadá, se introduziu o slogan “meu corpo, minhas regras”. Como diz o pr. Douglas Baptista, “como cristãos, devemos afirmar e defender os direitos das mulheres, bem como combater qualquer tipo de discriminação, porém, ao mesmo tempo, devemos deixar claro que o feminismo é uma ideologia que busca desconstruir os valores bíblicos”.

Resumo:

O ativismo feminista busca igualdade de gênero e direitos das mulheres, mas a maioria de seus interesses conflita com os valores das Escrituras Sagradas. A primeira onda do ativismo feminista ocorreu durante o século 19 e início do século 20 na Europa e nos Estados Unidos. Esse movimento foi marcado pela luta das mulheres que reivindicavam direitos iguais aos dos homens, especialmente no campo político e legal. Algumas das principais questões e demandas da primeira onda feminista incluíam: direito ao voto, propriedade, educação e trabalho. Surgiram outras ondas do feminismo com diferentes focos.

No século 20 o ativismo eclodiu para um estágio mais acirrado e exagerado em que foram tomadas conotações de desconstrução da feminilidade bíblica. Houve manifestação intensa por direitos reprodutivos e liberdade sexual. Nesta época, surge a ativista Simone de Beauvoir (1908-1986), que estabeleceu uma das máximas do feminismo: “não se nasce mulher, se torna mulher”. Esse ativismo avançou, se ampliou para a discussão de gênero e o movimento tomou conotações de desconstrução da feminilidade bíblica.

Em 2011, o slogan "meu corpo, minhas regras" ganhou destaque na Universidade de Toronto, no Canadá, trazendo à tona discussões sobre os direitos das mulheres. Como diz o pr. Douglas Baptista, “como cristãos, devemos afirmar e defender os direitos das mulheres, bem como combater qualquer tipo de discriminação, porém, ao mesmo tempo, devemos deixar claro que o feminismo é uma ideologia que busca desconstruir os valores bíblicos”.

2. A “liberdade sexual”

A Bíblia faz referência ao sexo como algo prazeroso e positivo dentro do casamento, ressaltando que a satisfação sexual deve ser baseada no amor mútuo entre os cônjuges. Provérbios 5:18,19 é um dos versículos que aborda esse tema, utilizando metáforas poéticas para descrever a intimidade e a satisfação sexual entre o marido e sua esposa.

No entanto, algumas correntes do feminismo questionam as interpretações tradicionais da Bíblia em relação à sexualidade e ao papel da mulher. Elas argumentam que o modelo bíblico de sexualidade é repressivo e deve ser combatido em busca da "libertação sexual" da mulher. Para o feminismo, a "liberdade sexual" está ligada à autonomia do corpo da mulher e sua capacidade de fazer escolhas sobre sua sexualidade sem ser vítima de controle ou coerção por outros.

Alguns pontos principais sobre a falaciosa “liberdade sexual” dentro do ativismo feminista são:

ü  Consentimento: O feminismo enfatiza a importância do consentimento em todas as atividades sexuais. A ideia é que as pessoas têm o direito de escolher quando, com quem e como desejam se envolver sexualmente e que qualquer atividade sexual deve ser consensual e baseada no respeito mútuo.

-Aqui, o feminismo defende a libertinagem sexual, o sexo livre e sem compromisso, mesmo a mulher sendo casada. A Bíblia reprova isso (cf.1Corintios, cap.7).

ü  Direitos reprodutivos: O feminismo luta pelo acesso das mulheres a métodos contraceptivos, informações sobre saúde sexual e reprodutiva, e o direito ao aborto seguro e legal. Isso permite que as mulheres tenham controle sobre suas decisões reprodutivas e sua liberdade sexual.

-Ou seja, para o feminismo matar uma criança em formação no útero é um procedimento normal. Só que, biblicamente, isto é assassinato. A Bíblia reprova terminantemente esta cultura (cf. Êxodo 20:13). Só Deus tem o direito de tirar a vida (1Sm.2:6)

ü  Combate à violência sexual: O ativismo feminista trabalha para combater a cultura do estupro e promover uma sociedade onde todas as formas de violência sexual sejam condenadas e tratadas como crimes.

-A Bíblia Sagrada reprova totalmente quaisquer formas de violência contra a mulher como, por exemplo, o estupro e a agressão física por qualquer que seja o parceiro. Está escrito: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas” (Col.3:19). “Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (Ef.5:28).

ü  Desconstrução de estereótipos sexuais: O feminismo busca desconstruir estereótipos de gênero que limitam a expressão sexual das mulheres, permitindo que elas sejam livres para explorar e vivenciar sua sexualidade de maneira autêntica e não restrita por normas rígidas. Valoriza a importância de que as mulheres se sintam “empoderadas” em suas escolhas sexuais, livres de julgamentos e pressões externas.

-Ou seja, o feminismo busca a libertinagem e a bestialidade sexual, sem se importar com a má reputação exsurgida e o princípio moral que a mulher deve prezar. Alegam que a mulher deve ter plena liberdade para fazer o que quer com o seu corpo (seu corpo?) e utilizam frequentemente o slogan “meu corpo, minhas regras” como expressão de autonomia individual e defesa da “liberdade sexual”, dos direitos reprodutivos e das escolhas pessoais.

Enfim, o feminismo critica estruturas sociais e culturais que, segundo o movimento, historicamente restringiram a sexualidade das mulheres ou as trataram como "propriedade" dos homens. Isso inclui normas que limitam a liberdade sexual das mulheres ou que as pressionam a seguir um determinado modelo de sexualidade imposto pela sociedade. Combatem a imposição de padrões rígidos e a falta de escolha e controle sobre a própria sexualidade. Querem que não haja nenhum impedimento para qualquer forma de relação sexual ser praticada, independentemente de ser dentro ou fora do casamento. Dentro deste espectro, o feminismo defende a iniciação sexual precoce, a prática da homossexualidade, a fornicação, o adultério e a prostituição.

Por outro lado, o feminismo entra em conflito com os princípios morais da Bíblia que tratam da moralidade da prática sexual da mulher, a qual deve ocorrer no âmbito do casamento monogâmico e heterossexual. Enfim, essas correntes feministas se opõem às regras morais absolutas descritas nas Escrituras Sagradas, cuja rebeldia poderá levar à perdição eterna (cf. 1Co.6:9,10).

Resumo:

A Bíblia faz referência ao sexo como algo prazeroso e positivo dentro do casamento, baseado no amor mútuo entre os cônjuges. No entanto, algumas correntes do feminismo questionam essa interpretação, defendendo a "liberdade sexual" da mulher e a autonomia sobre seu corpo. O feminismo enfatiza o consentimento nas atividades sexuais e luta pelos direitos reprodutivos, mas defende práticas como a libertinagem sexual e o aborto, que entram em conflito com os princípios morais da Bíblia. Também buscam desconstruir estereótipos de gênero e criticam estruturas sociais que restringem a sexualidade das mulheres. No entanto, essas visões são vistas como contrárias aos princípios morais absolutos da Bíblia, cuja rebeldia poderá levar à perdição eterna (cf. 1Co.6:9,10).

3. Ataques à família tradicional

Na busca de promover a pretensa igualdade de gênero, a equidade e os direitos das mulheres, o movimento feminista atropela e critica os valores bíblicos que tratam do casamento tradicional, da família e da relação entre marido e mulher. Trabalha intensamente para desconstruir os princípios bíblicos que sustentam a família tradicional, incluindo o casamento monogâmico e heterossexual, com o homem exercendo liderança e a esposa como auxiliadora. Como afirma o pr. Douglas Baptista, “a ideologia do ativismo feminista reprova fortemente a forma bíblica de matrimônio que, segundo esse movimento, escraviza a mulher, obriga o casal a ter relações sexuais apenas com o seu cônjuge e tiraniza os laços conjugais que não devem ser rompidos”.

O movimento feminista utiliza-se da mesma visão marxista, que é desconstruir a família tradicional, promover a libertinagem sexual e enfraquecer o matrimônio monogâmico e heterossexual. Desse modo, como afirma o pr. Douglas, “o ativismo radical rejeita a maternidade, faz apologia ao aborto, considera ofensivo o papel da mulher como auxiliadora, enaltece a lascívia e engaja-se em uma luta de gênero contra os homens”.

Infelizmente, essa ideologia tem se infiltrado nas igrejas evangélicas e influenciado diversas mulheres cristãs a desobedecerem ao que é ensinado nos textos sagrados sobre o relacionamento entre marido e esposa. O ensino de Paulo sobre “submissão” tem sido visto como ofensiva pelas mulheres ditas cristãs, em vez de ser reconhecida como uma parte importante de sua identidade como filhas de Deus. Essa realidade tem criado um desafio para aquelas mulheres que desejam levar uma vida piedosa.

Para que haja ordem e progresso na família é necessário ter uma liderança, e Deus confiou essa responsabilidade ao homem. Segundo John Stott, Deus deu ao homem uma certa liderança, e que sua esposa encontra a si mesma e seu verdadeiro papel dado por Deus não na rebelião contra o marido nem contra a liderança dele, mas, sim, na submissão voluntária e alegre. Essa submissão não é a um tirano, mas a um marido que a ama como Cristo ama a Igreja. A Bíblia diz que “o marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o Cabeça da Igreja, sendo Ele mesmo o Salvador do corpo” (Ef.5:23)”. A palavra "submissão" indica que a missão da esposa é apoiar a missão do marido, enquanto a missão dele é amar sua esposa ao ponto de dar sua vida por ela. Dessa forma, a mulher submissa contribui positivamente para o bem-estar do marido e ajuda a cultivar o amor dele por ela.

Portanto, a ideologia feminista não deve ocupar um lugar central na vida das mulheres cristãs, pois é um movimento com motivações interesseiras, sem uma filosofia sustentável e com moralidade inconsistente. Não proporciona verdadeira liberdade e satisfação para as mulheres, e não é capaz de corrigir as injustiças como propõe.

Resumo:

Na busca de promover a pretensa igualdade de gênero, a equidade e os direitos das mulheres, o movimento feminista contesta os valores bíblicos relacionados ao casamento tradicional, família e papel da mulher. O feminismo tenta desconstruir princípios como o casamento monogâmico, a liderança masculina, a submissão voluntária da esposa, defende o aborto e enaltece a libertinagem sexual. O feminismo tem influenciado mulheres cristãs, levando-as a questionar a submissão e criar desafios para uma vida piedosa.

Mas para que haja ordem e progresso na família, é necessário ter uma liderança, e Deus confiou essa responsabilidade ao homem. A palavra "submissão" indica que a missão da esposa é apoiar a missão do marido, enquanto a missão dele é amar sua esposa ao ponto de dar sua vida por ela. Dessa forma, a mulher submissa contribui positivamente para o bem-estar do marido e ajuda a cultivar o amor dele por ela. Portanto, a ideologia feminista não deve ocupar um lugar central na vida das mulheres cristãs, pois é um movimento com motivações interesseiras, sem uma filosofia sustentável e com moralidade inconsistente.

III. MULHER VIRTUOSA: SÍMBOLO BÍBLICO DE FEMINILIDADE

“A mulher virtuosa é um símbolo bíblico que tem a ver com a esposa fiel, mãe amorosa e mulher empreendedora”.

1. Modelo de esposa fiel

A Bíblia diz que uma esposa fiel e exemplar é mais valiosa que rubis (Pv.31:10); ela é, biblicamente, chamada de esposa virtuosa, e “seu marido tem plena confiança nela e nunca lhe falta coisa alguma” (Pv.31:11), ou seja, ela merece respeito e admiração, especialmente do marido. Ela é considerada um símbolo bíblico de feminilidade. Porém, essa mulher é rara, não se encontra em cada esquina – “Mulher virtuosa quem a achará?” (Pv.31:10). Na versão Internacional está assim: “Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis”.

A Bíblia mostra as qualidades de uma esposa fiel e exemplar:

a) Ela teme a Deus (Pv.31:30) – “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada”. Deus está sempre em primeiro lugar na vida da esposa fiel e exemplar. Ela sabe que Deus é mais importante que qualquer outra coisa e quer obedecer aos seus mandamentos. Ela põe seu casamento nas mãos de Deus.

b) Ela respeita o seu marido (Ef.5:33) – “...que cada um ame a própria esposa como a si mesmo, e que a esposa respeite o seu marido”. A esposa exemplar quer o bem de seu marido e respeita-o como líder da família. Ela é a companheira em quem ele pode confiar, pronta para ajudar e lutar ao seu lado. Ao marido “ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (Pv.31:12). As suas ações inspiram a indispensável confiança que faz de seu marido um homem bem-sucedido (Pv.31:23).

c) Ela é íntegra no seu casamento. Essa mulher não dispõe seus olhos para outros homens. Todo os seus afetos são endereçados ao seu marido. Não há relacionamento saudável sem confiança, nem existe casamento feliz sem fidelidade conjugal. A infidelidade conjugal é um atentado contra o casamento e uma conspiração contra a família; é uma avalancha que soterra as esperanças de um casamento feliz. Infelizmente, existe um esforço orquestrado do ativismo feminista contra a pureza do casamento em nossos dias, e este ativismo tem o apoio da mídia, que promove a formicação e o adultério. Filmes e telenovelas estimulam a infidelidade conjugal de forma explícita, que cresce espantosamente. A mulher virtuosa, na contramão dessa perigosa tendência, age diferente; dela se pode dizer: “o coração do seu marido confia nela”. Ela pode dizer: “eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct.6:3). O cônjuge precisa ser um jardim fechado, um manancial recluso, uma fonte selada (Ct.4:12).

d) Ela confia em Deus (Pv.31:25) – “Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro”. A esposa exemplar sabe que Deus está no controle de todas as coisas. Nos momentos difíceis ela encontra força em Deus e não é destruída pelo desespero. Ela confia em Deus para cuidar de sua família.

e) Ela é trabalhadora (Pv.31:17,18) – “Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos. Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada fica acesa durante a noite”. Casamento é viver em equipe. Cada cônjuge precisa fazer sua parte. A esposa fiel e exemplar trabalha em harmonia com o marido para sustentar a família. Para algumas esposas isso significa se dedicar ao trabalho da casa; para outras significa fazer um bom trabalho no emprego. A dedicação dessa mulher ao trabalho não deixa a sua família passar necessidade; por isso, nessa casa “nenhuma fazenda faltará” (Pv.31:11b).

f) Ela é Prudente (Pv.19:14) - “Casas e riquezas herdam-se dos pais, mas a esposa prudente vem do Senhor”. Ser prudente significa ser sensata, sábia. A esposa exemplar procura sabedoria e analisa as coisas com cuidado. Ela tem sabedoria para ensinar e dar conselhos. Bem-aventurado é o marido de uma esposa prudente, sensata.

f) Ela é  Educadora (Pv.14:1) - “Toda mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba-a com a suas mãos”. A primeira e grande tarefa que a esposa tem como adjutora, na edificação do lar, é na criação e educação dos filhos ao lado do marido. Isso não é pouca coisa. Diz um provérbio: “Quem educa um homem, educa uma esposa. Quem educa uma mulher, educa uma nação”. Explicando: Uma mãe, quando cônscia do seu dever de mãe, contribui com parcela ponderável de sua vida na edificação moral e espiritual dos seus filhos que, no futuro, serão cidadãos úteis à nação e à Igreja. Na Igreja Primitiva, duas mulheres, Lóide e Eunice, respectivamente, avó e mãe do pastor Timóteo, tornaram-se referências na educação e formação de filhos (2Tm.2:5). A educação espiritual que essas mulheres deram a Timóteo foi de grande importância para que ele se tornasse um dos maiores líderes de confiança do apóstolo Paulo.

Resumo:

A Bíblia descreve a esposa fiel e exemplar como uma mulher temerosa a Deus, respeitosa com o marido e íntegra no casamento. Ela confia em Deus, é trabalhadora, prudente e uma educadora dedicada aos filhos. Sua dedicação e sabedoria fazem dela mais valiosa que rubis. Essa mulher é uma parceira leal e valorizada, cujas qualidades são elogiadas por sua família e por Deus.

2. Padrão de mãe amorosa

A mulher virtuosa trata a sua família com bastante afeto e atenção. Ela cuida dedicadamente da sua família. “Antes de clarear o dia ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas as suas servas” (Pv.31:15). Se quisesse, ela poderia dormir até tarde e viver de forma regalada; porém, o sol não a surpreende na cama. Ela se levanta para cuidar das tarefas necessárias de sua casa. Ela tem o controle de tudo - ela tem o controle do cardápio da família; sabe o que existe na dispensa e o que irá para a mesa todos os dias. Ela faz um planejamento de cada refeição da família.

A mulher virtuosa também é amorosa com o seu marido (Pv.31:12). Ela é amável no trato, doce nas palavras, firme nas atitudes e nobre no caráter. Ela cuida bem do seu marido todos os dias. Há mulheres que são românticas um dia e ranzinzas o resto da semana; mordem de dia e assopram o resto do tempo. Há muitos casamentos que acabam porque a esposa ou o marido são instáveis emocionalmente; vivem em uma gangorra emocional; um dia estão entusiasmados com o casamento; em outro dia, estão encharcados de desânimo. Oscilam entre afeto e desamor. A relação vai de um extremo a outro como um pêndulo. Distribuem afeto em um dia; em outro, esbanjam agressividade. Infeliz é o casamento em que os cônjuges têm um relacionamento instável, onde não há amor e perdão, onde o Espírito Santo não está presente. Sansão perdeu os olhos e também a vida porque se entregou a um relacionamento doentio. Como diz o texto sagrado, feliz é aquele que encontrar uma mulher virtuosa; ela muito mais valiosa que os rubis (Pv.31:10).

A mulher virtuosa e amorosa é uma trabalhadora incansável e uma gestora habilidosa; ela “cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça” (Pv.31:27). Ela não considera o trabalho uma maldição nem a atividade doméstica incompatível com sua alta posição social. Ela atende ao bom andamento da sua casa. Ela tem servas para servi-la, mas suas mãos não são remissas ao trabalho; ela sabe que, para governar sua casa, precisa estar com as rédeas nas mãos, dando direção e exemplo às suas servas. A casa dessa mulher não é bagunçada; ela não fica envergonhada de receber uma visita de surpresa; sua casa está sempre em ordem. As roupas estão bem lavadas e passadas; as camas, limpas e cheirosas; os lençóis, macios; e as roupas, engomadas. Há casas que ostentam riqueza, mas são uma marafunda, isto é, uma mistura desordenada de coisas diversas. É possível ter uma casa modesta, mas limpa, organizada e cheirosa. Uma mulher virtuosa sabe que seu lar deve ser um oásis no deserto, uma fonte no ermo, um ninho de aconchego nas doloridas jornadas da vida.

Essa mulher virtuosa recebeu vários elogios pelo belo e amoroso trabalho prestado à sua família (Pv.31:28-31). Quatro elogios são dedicados a ela:

-Primeiro, o elogio dos filhos (Pv.31:28). Quando os filhos dessa mulher se levantam, “a elogiam e lhe chamam ditosa”. Porque ela ensinou os filhos com sabedoria e bondade, agora recebe o retorno de seu investimento. Porque não amou mais um filho do que outro, todos estão unidos para enaltecer a mãe como uma mulher feliz.

-Segundo, o elogio do marido (Pv.31:29). Ele olha nos olhos da esposa e diz: ”Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera” (Pv.31:28,29). O amor deleita-se em promover a pessoa amada. Essa mulher semeou amor e agora está colhendo os frutos de sua semeadura. O bem que ela fez ao marido está retornando sobre sua própria cabeça.

-Terceiro, o elogio de Deus (Pv.31:30). A mulher virtuosa é conhecida na terra e no céu. Sua vida é aprovada pelas pessoas e também por Deus. Apesar de seus refinados dotes administrativos, ela é enaltecida por Deus por causa de seu coração humilde. O seu valor imensurável não reside na aparência física, mas em um coração temente a Deus (Pv.31:30).

-Quarto, o elogio das suas obras (Pv.31:31). A mulher virtuosa fazia muitas obras de bondade sem nenhum alarde (Pv.31:20), mas o reconhecimento de suas obras foi público (Pv.31:31). O que ela fazia em secreto era agora proclamado dos eirados. Porque ela abençoava com generosidade os necessitados, agora suas obras resplandeciam como luz no topo de uma montanha, por todas as gerações.

Resumo:

A mulher virtuosa é amorosa, previdente e habilidosa. Ela cuida dedicadamente de sua família, levantando-se cedo para preparar comida e cuidar das tarefas domésticas. Além disso, é amorosa com seu marido, demonstrando firmeza e caráter, evitando oscilações emocionais. Ela é uma trabalhadora incansável e uma gestora habilidosa, mantendo sua casa organizada e cuidada. Seu trabalho é elogiado pelos filhos, pelo marido, por Deus e pelas pessoas ao seu redor, mostrando seu valor e a aprovação divina. Sua dedicação e obras de bondade são reconhecidas publicamente, tornando-a uma mulher feliz e respeitada.

3. Exemplo de administradora e empreendedora

A mulher virtuosa é administradora e empreendedora (Pv.31:21,22) – “Não receia a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos. Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura”.

O modelo tradicional de família, hoje quase inexistente, cometia ao marido o trabalho fora de casa, e à mulher o trabalho dentro de casa. Hoje em dia, em virtude da necessidade de ambos os cônjuges trabalharem, para que haja o mínimo de conforto na vida da família, é preciso que haja uma distribuição de tarefas entre os cônjuges, o que não é biblicamente condenado, como alguns “machistas” têm entendido. De qualquer modo, o controle da maioria das tarefas dentro de casa tem de ser da mulher, pois isto faz parte da sua sensibilidade e intuição, e também ela gosta de administrar sua casa; como diz o texto sagrado, a mulher virtuosa “ainda de noite se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas” (Pv.31:15).

A mulher virtuosa é proativa. Não é preocupada, é previdente. Ser previdente é encontrar soluções antecipadamente. Na época de Salomão, a indústria têxtil não era desenvolvida. As roupas eram caras e feitas artesanalmente. O inverno rigoroso exigia roupas quentes e adequadas. Sabendo que o frio chegaria, a mulher virtuosa se antecipava na confecção de roupas confortáveis e quentes para toda a família.

Precisamos ser agentes de solução, e não apenas construtores de meras esperanças. Precisamos antecipar soluções, e não viver estressados porque deixamos tudo para a última hora. Muitas pessoas perdem a paz, o sono, a saúde e o foco porque não organizam uma agenda de atividades. Quantas donas de casa ficam ansiosas porque não planejam suas ações no tempo certo, de forma certa, para buscar os melhores resultados dentro do lar!

A mulher virtuosa não apenas provê para sua família roupas adequadas ao inverno, mas providencia o melhor. Assim diz o autor sagrado: “...pois todos andam vestidos de lã escarlate. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura” (Pv.31:21b,22). Ela veste sua família com o que há de mais moderno e bonito. Combina conforto com requinte.

Essa mulher virtuosa não é controladora, é gerente; ela sabe também mandar. Não é comandada, está no controle. Levanta cedo porque é ela quem dá o norte em sua casa (Pv.31:15). É ela quem orienta o que fazer e como fazer. Ela administra sua empresa e também sua casa. Ela não terceiriza a administração. As servas cumprem a agenda estabelecida por ela. Em sua casa, ela é a gestora. A casa dessa mulher reflete sua personalidade. A ordem com que tudo acontece dentro de seu lar resplandece suas virtudes. Das roupas às refeições, tudo passa por suas mãos habilidosas e por sua administração exemplar.

Essa mulher virtuosa é aplicada ao trabalho. Ela “busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos” (Pv.31:13). Ela não é uma dondoca que vive desfilando na passarela da vaidade, tomando banho de loja, embalada apenas pelo glamour das coisas fúteis. Não obstante ter refinado bom gosto, é aplicada ao trabalho. Como comerciante, busca lã e linho, matérias-primas para a confecção das roupas na estação do inverno e do verão. E não apenas corre atrás dos produtos essenciais, mas dedicadamente trabalha com as mãos, fabricando toda a indumentária de sua casa, além de alargar as fronteiras do seu trabalho para além do lar. Essa mulher não trabalha murmurando, reclamando da vida, como se as lides domésticas fossem um peso insuportável. Ela trabalha de bom grado. Sua motivação é sempre alimentada pelo valor do trabalho e pela alegria de servir bem à sua família.

Há mulheres que não buscam o que é necessário para sua casa nem investem tempo para ampliar seus rendimentos. Há mulheres que jamais produzem; apenas consomem. Jamais contribuem para o orçamento familiar; apenas subtraem. Jamais valorizam o trabalho das mãos; querem sempre tudo de mão beijada. Porém, a mulher virtuosa está sempre disposta, sempre feliz, sempre em atividade, sempre contribuindo para o bem-estar de sua família. Essa esposa, mãe e empreendedora é louvada por sua família (Pv.31:28,29). “Mulher virtuosa quem a achará?” (Pv.31:10). 

Resumo:

A mulher virtuosa é uma administradora e empreendedora habilidosa, de acordo com o livro de Provérbios (Pv.31:21,22). Ela não teme as adversidades e se antecipa para prover o melhor para sua família. Sua previsão e proatividade permitem que ela cuide das necessidades do lar, incluindo roupas quentes para o inverno. A mulher virtuosa é um agente de solução, planeja suas ações e busca os melhores resultados.

Ela não apenas provê o essencial, mas busca o que há de mais moderno e bonito, combinando conforto com requinte para sua família. Sua administração é firme e eficiente, ela é uma gestora em sua casa e não terceiriza suas responsabilidades. Seu trabalho é aplicado e realizado com alegria; ela busca os materiais necessários e trabalha com as mãos para produzir roupas e outros itens para sua família.

Diferente de mulheres que apenas consomem e não contribuem, a mulher virtuosa é ativa, sempre disposta a trabalhar e contribuir para o bem-estar de sua família. Ela é louvada por sua dedicação e habilidades, sendo uma esposa, mãe e empreendedora exemplar. O texto questiona: "Mulher virtuosa, quem a achará?" (Pv.31:10), enaltecendo suas virtudes e qualidades.

CONCLUSÃO

Estamos vendo nitidamente o império do mal trabalhando de forma engenhosa para descaracterizar e desconstruir o padrão bíblico das famílias. Para atingir o seu objetivo, os artífices do mal procuram desconstruir a feminilidade como Deus criou. A integridade da mulher é o alicerce de sua vida conjugal, e os arquitetos do mal procuram desconstruir esse perfil da mulher. Mas a mulher cristã, temente a Deus, que tem a Bíblia como a Palavra de Deus e sua regra de fé e prática, precisa resistir aos ardis de Satanás. As mulheres precisam estar cônscias de que a desconstrução da feminilidade as coloca em rota de colisão com a vontade divina. Por isso, a mulher cristã é instruída a honrar a sua feminilidade e assim glorificar a Deus em sua soberania.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Provérbios, Manual de sabedoria para a vida.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios, Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.